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e Psicomotricidade
Desenvolvimento Funcional
e Desenvolvimento Funcional na Infância
Revisão Textual:
Prof.ª Me. Sandra Regina Fonseca Moreira
Desenvolvimento Funcional e
Desenvolvimento Funcional na Infância
• Introdução;
• A Importância do Movimento em cada uma das Faixas
Etárias e o Desenvolvimento Funcional na Infância;
• Habilidades Motoras;
• Considerações Finais.
OBJETIVOS
DE APRENDIZADO
• Apresentar as possibilidades envolvidas em atividades relacionadas com os movimentos
humanos e as emoções geradas a partir da relação entre meio/aluno, aluno/aluno e
aluno/professor, tanto na perspectiva intrínseca quanto extrínseca;
• Viabilizar situações adequadas para os diferentes momentos de desenvolvimento dos
alunos da Educação Infantil e Ensino Fundamental I;
• Otimizar a relação de ensino-aprendizagem na perspectiva do desenvolvimento do
cidadão crítico e reflexivo.
UNIDADE Desenvolvimento Funcional e
Desenvolvimento Funcional na Infância
Introdução
Ao longo da história da humanidade, o movimento vem sofrendo modificações
quanto à sua funcionalidade. Além disso, por muito tempo, as destrezas e as capaci-
dades físicas eram elementos essenciais para a sobrevivência do ser humano.
As atividades relacionadas à infância já possuíam uma relação direta com esse de-
senvolvimento, que podemos comparar com os outros animais, que testam e desenvol-
vem suas habilidades e capacidades brincando, assim como fazem os cães, os leões etc.
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centers etc. Dentro desse contexto, a escola tem um papel fundamental para estimular
ações que possibilitem aos alunos vivências motoras, afetivas e sociais, a fim de esti-
mular práticas que contribuirão para o desenvolvimento integral da criança/indivíduo.
Sugerimos que leia um artigo que resume os estudos de David L Gallahue intitulado
Educação Física Desenvolvimentista, disponível em: https://bit.ly/2XYcy0z
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Desenvolvimento Funcional na Infância
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Os reflexos primitivos estão relacionados diretamente com a obtenção de alimento
e a segurança dos bebês. Portanto, apresentaremos alguns reflexos primitivos que
devem ser acompanhados ao longo do desenvolvimento das crianças.
• Reflexo de Moro: testado a partir de uma condição de insegurança que pode
ser gerada a por uma postura supina. Também pode ser provocado por um
barulho ou até a própria tosse do bebê. A permanência desse reflexo por mais
que seis meses pode ser um indício de distúrbios neurológicos e quando esse
reflexo ocorre de forma assimétrica pode indicar paralisia de Erb ou lesão de
um membro;
• Reflexos de Busca e de Sucção: estão associados diretamente com a busca
pelo alimento e devem ser estimulados principalmente na amamentação,
estando presentes em todos os recém-nascidos normais;
• Reflexo Palmar de Pressão: ocorre desde os primeiros meses e com tamanha
intensidade que é possível que a criança sustente o peso do seu próprio corpo em
suspensão. Um aperto sem força e o prolongamento de ato, após o primeiro ano
de vida, pode ser um sinal de retardo no desenvolvimento motor ou de hemiplegia;
nesse caso, cabe uma investigação com laudo específico para esse diagnóstico;
• Reflexo de Babinsk: se desenvolve para o reflexo plantar. A persistência de ato,
após o sexto mês, pode ser um indicador de falha no desenvolvimento;
• Reflexos Posturais: se enquadram em uma classe de ações que precedem os
movimentos voluntários e, por esse motivo, devem ser estudados pelos indiví-
duos envolvidos no desenvolvimento motor das crianças. De uma forma geral,
esse reflexo posiciona a criança em uma postura ereta em relação ao seu am-
biente e pode durar até o primeiro ano de vida, sendo identificado em todas as
crianças normais;
• Reflexos Corretivos Labirínticos e Visuais: estão envolvidos diretamente
na manutenção da postura ereta das crianças e podem ser identificados com
inclinações diferenciadas do tronco, sendo que a cabeça se posiciona sempre
para um equilíbrio da postura ereta. Essas ações ainda são reforçadas pelo
reflexo de levantamento, que envolve os braços em uma ação para o mesmo
objetivo postural;
• Reflexos de Engatinhar, Andar e Nadar: embora, aparentemente, estejam
relacionados com atos voluntários posteriores não estão bem esclarecidos nos
estudos do desenvolvimento motor. Thelen (1985) propõe que o estímulo de um
reflexo desenvolva a força dos membros envolvidos, facilitando o desenvolvi-
mento futuro dos movimentos voluntários.
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Indivíduo Ambiente
Genética, Vivências, segurança,
subjetividade e encorajamento e
fatores psicológicos fatores intrínsecos
Atividades
Fatores físicos e
mecânicos
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oferecido às crianças deve ter características que transmitam possibilidades de desen-
volvimento, sem colocar em risco sua saúde.
Aos educadores e aos pais cabe oferecer uma abundância de atividades que apre-
sentem problematizações a serem solucionadas de forma autônoma, a fim de maxi-
mizar a criatividade e o anseio de explorar um mundo novo, mas cada vez menos
temido, fomentando o encorajamento positivo e reduzindo o medo do fracasso.
O nível de exigência das habilidades deve estar de acordo com habilidades pré-
-existentes, mas sempre com um grau ótimo de desafio para estimular uma par-
ticipação engajada das crianças na busca pelo sucesso da realização da atividade.
O envolvimento global do corpo faz-se necessário para os desenvolvimentos moto-
res posteriores; é preciso usar braços, pernas, cintura pélvica e escapular, tanto de
forma bilateral como unilateral, variando velocidade, amplitude e agilidade, favore-
cendo também uma postura adequada.
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Habilidades Motoras
As habilidades motoras estão relacionadas diretamente com fatores intrínsecos às
atividades diárias, ao ambiente e ao indivíduo, sendo denominados de rudimentares,
quando nos referimos ao desenvolvimento motor crescente da primeira infância.
Com o controle completo do tronco, o bebê está apto a iniciar a postura de sentar.
O sentar com apoio na região lombar exige o controle pleno do tronco, mas ainda
não há o controle das pernas. A necessidade de apoio vai diminuindo com o tempo,
estando inversamente proporcional ao ganho de controle dos membros inferiores,
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sendo que o auxílio para o sentar se faz desnecessário aproximadamente no 7º mês
de vida, lembrando que, em paralelo, o controle das mãos e dos membros superiores
ocorre de forma simultânea ao desenvolvimento dessas habilidades.
Essa ação, de uma forma geral, é tida como a mais espetacular nessa fase de
desenvolvimento motor, pois é a partir desse momento que o bebê inicia a ação de
caminhar, sendo os primeiros passos realizados com apoio, transcendendo de uma
forma muito veloz para as primeiras tentativas de excluí-los. Assim, os estímulos são
fundamentais para essa realização e o encorajamento deve ser feito de forma contí-
nua e segura para que não ocorram inibições traumáticas e riscos excessivos.
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Habilidades de Locomoção
A capacidade de explorar um mundo em plena expansão se dá com o desenvolvi-
mento das habilidades de locomoção. Assim, a familiarização com a ação constante
da força da gravidade se faz necessária para esse processo e os movimentos de
locomoção têm uma relação de dependência das habilidades rudimentares anteriores
para que seja desenvolvida.
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alguma evolução nesse sentido. Devemos lembrar, portanto, que o uso do andador é
um exemplo dessa privação, pois inibe o desenvolvimento da musculatura que atua
como base para movimento motor e cognitivo da criança.
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As crianças, desde muito cedo, conseguem segurar alguns objetos de forma re-
flexiva, mas é necessário colocarmos um objeto em suas mãos, agindo como os
primeiros estímulos para o desenvolvimento das habilidades manipulativas.
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O trabalho com as mãos é exigido todos os dias por nossas rotinas. A mão é uma
das principais portas de entrada para o conhecimento das crianças. O uso das mãos
inicia-se na gestação, com ações reflexas. Isso pode ser observado quando o bebê
coloca a mão no rosto ou mesmo chupa os dedos ainda no ventre da mãe.
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passam, rapidamente, a serem utilizados como forma de se alimentar, de se higie-
nizar e também de comunicação.
Chutar pode ser definido como a transferência de força com os pés para um
objeto, normalmente bola, mas existem outros objetos que podem ser usados na exe-
cução de um chute. Esse movimento inicia-se apenas com um empurrar com os pés
e desenvolve-se para chegar ao uso do corpo com deslocamento frontal e utilização
simultânea de rápida flexão/extensão do joelho da perna a ser utilizada no chute.
Considerações Finais
O conhecimento apresentado nesta unidade se faz necessário aos educadores
para estimular as habilidades adequadas para cada uma das faixas etárias na qual está
atuando, auxiliando na avaliação de habilidades pré-adquiridas em fases anteriores.
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Desenvolvimento Funcional na Infância
Aspectos Objetivos da
ambientais atividade
Indivíduo
Resultado
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seu desenvolvimento motor. As atividades motoras, por muitas vezes, podem ainda
ser relacionadas a outras disciplinas numa contextualização e para o resultado final.
A interdisciplinaridade traz grande potencial de aprendizagem quando existem
movimentos envolvidos. Devemos quebrar o paradigma de que criança compor-
tada é a criança que fica sentada, prestando atenção, e envolvê-la em atividades
ricas em aspectos motores, afetivos, sociais e cognitivos. Só assim alcançaremos o
caminho para a transformação e ao alcance da vida autônoma.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Livros
Compreendendo o Desenvolvimento Motor: Bebês, Crianças e Adultos
GALLAHUE, D. L.; OZMUN, J. C. Compreendendo o desenvolvimento motor:
bebês, crianças e adultos. (cap. 9). 2. ed. São Paulo: Editora Phorte, 2003.
Educação Física na Escola – Implicações para a Prática Pedagógica de Coordenação
DARIDO, S. C.; RANGEL, I. C. A. Educação física na escola – implicações para
a prática pedagógica de coordenação. (cap. 10-15). Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2005.
Leitura
Jogos e Brincadeiras e o Desenvolvimento Motor na Educação Infantil
GONÇALVES, R. P. Jogos e Brincadeiras e o Desenvolvimento Motor na
Educação Infantil. Centro Universitário de Brasília – UniCEUB, 2016.
https://bit.ly/3eMdYkL
A Dança como Estratégia para o Desenvolvimento Motor de Crianças
NOGUEIRA JR., J. E. A dança como estratégia para o desenvolvimento motor
de crianças. IV Simpósio Internacional de Ciências Integradas da Unaerp. Unaerp,
Guarujá, São Paulo.
https://bit.ly/3bCcXJQ
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Referências
BRASIL. Referencial Curricular Nacional Para a Educação Infantil. v.3. Brasília:
MEC/SEF, 1998.
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