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Journal of Human Growth and Development

2015; 25(1):
Evaluation 27-40materials prepared for guidance of caregivers and day care teachers on child development
of teaching ORIGINAL2015;
Journal of Human Growth and Development, RESEARCH
25(1): 27-40

AVALIAÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO ELABORADO PARA ORIENTAÇÃO


DE CUIDADORES E PROFESSORES DE CRECHES SOBRE O
DESENVOLVIMENTO INFANTIL

EVALUATION OF TEACHING MATERIALS PREPARED FOR GUIDANCE OF


CAREGIVERS AND DAY CARE TEACHERS ON CHILD DEVELOPMENT

Fernanda Alves de Britto Guimarães1, Clara Di Assis2, Martina Estevam Brom Vieira3,
Cibelle Kayenne Martins Roberto Formiga4

DOI: http://dx.doi.org/10.7322/jhgd.96764
RESUMO:

Objetivo: avaliar a clareza e objetividade de uma cartilha com explicações detalhadas e ilustrações
acerca do desenvolvimento neuropsicomotor de crianças de 0 a 6 anos por meio da análise de
professores de creches, fisioterapeutas e cuidadores. Método: participaram 23 sujeitos, sendo 7
cuidadores, 7 professores e 9 fisioterapeutas. A Cartilha intitulada “Guia de orientações ao
desenvolvimento de crianças de 0 a 6 anos” foi elaborada pelos pesquisadores e, posteriormente,
avaliada pelos participantes por meio de um questionário. Resultados: a grande maioria dos
participantes da pesquisa avaliou a cartilha como boa ou ótima (96%). Todos consideraram a
linguagem utilizada na cartilha como boa ou ótima e afirmaram que a aplicação deste material
favoreceria a estimulação do desenvolvimento das crianças. Conclusão: a cartilha mostrou-se como
uma medida prática e de baixo custo que pode auxiliar na estimulação do desenvolvimento infantil.

Palavras-chave: avaliação, material didático, creches, desenvolvimento infantil, orientação.

INTRODUÇÃO melhores indicadores do bem-estar global da crian-


ça, representando, dentre as áreas do desenvolvi-
O desenvolvimento é definido como a capa- mento, a de mais fácil observação. Como os pro-
cidade do ser humano de realizar funções cada vez blemas de coordenação e controle do movimento
mais complexas, sendo resultado de uma constan- poderão se prolongar até a fase adulta, crianças
te interação entre as características do indivíduo com desenvolvimento motor atípico, ou com risco
(fatores intrínsecos) e o ambiente em que ele se de atrasos, merecem atenção e ações específi-
encontra inserido (fatores extrínsecos). O desen- cas.1,3,6
volvimento psicomotor representa um processo Diversas condições biológicas e ambientais
sequencial que segue o plano contido no potencial podem aumentar a probabilidade de déficits no
genético de cada criança. Ele compreende um con- desenvolvimento infantil. Dentre os principais fa-
junto de reações (reflexas, voluntárias, espontâ- tores de risco biológicos estão a prematuridade,
neas ou aprendidas) que se manifestam por meio baixo peso ao nascer, distúrbios cardiovasculares,
da motricidade, adaptação, linguagem e interação respiratórios e neurológicos, desnutrição.2,7 Os fa-
pessoal-social.1 tores de risco ambientais incluem o espaço físico
Os primeiros anos de vida são fundamentais onde a criança vive, a escolaridade dos pais, a di-
para o desenvolvimento infantil, pois ocorre rápido nâmica familiar, o poder aquisitivo da família e as
crescimento cerebral e intenso avanço cognitivo e relações familiares.6,8,9
sensoriomotor.2 Nesse período, há uma intensa As ações preventivas ou corretivas sobre os
plasticidade do cérebro humano, a qual favorece o desvios do desenvolvimento dependem do conhe-
desenvolvimento das potencialidades das crianças.3 cimento acerca da sequência normal e regular das
Na infância e, particularmente, no início do aquisições constituintes do desenvolvimento neu-
processo de escolarização, há grande aquisição de ropsicomotor, que servirá de base para a elabora-
habilidades motoras, possibilitando à criança um ção de propostas adequadamente adaptadas à si-
amplo domínio do seu corpo em diferentes ativida- tuação de cada criança. 6 Assim, é importante
des.4,5 A capacidade motora é considerada um dos entender o ambiente em que esta criança se en-

1 Physical therapist specialized in neuropediatrics intervention, Federal University of São Carlos (UFSCAR), São Carlos, SP, Brazil.
2 Physical therapy student at the State University of Goiás (UEG), Goiânia, GO, Brazil.
3 Physical therapist, Master of Science, Assistant Professor at the Department of Physical Therapy of the State University of Goiás
(UEG), Goiânia, GO, Brazil.
4 Physical therapist, PhD in Medical Sciences, associate professor at the Department of Physical Therapy of the State University of
Goiás (UEG), Goiânia, GO, Brasil.
Corresponding author: martinabrom@gmail.com

Suggested citation: Guimarãs FAB, et al. Evaluation of teaching materials prepared for guidance of caregivers and day care teachers on
child development. Journal of Human Growth and Development. 25(1): 27-40
Manuscript submitted Set 08 2014, accepted for publication Nov 22 2014.

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contra para, a partir daí, adequar os estímulos da- volvimento global das crianças, o que pode acarre-
dos a ela e colaborar para melhora do ritmo do seu tar atraso em seu desenvolvimento.17
desenvolvimento. Conhecendo-se a situação de crescimento e
A estimulação precoce é uma intervenção desenvolvimento de crianças cuidadas em creches,
aplicada nos primeiros anos de vida para favorecer é possível implementar ações de promoção da saú-
o desenvolvimento satisfatório da criança no seu de e prevenção de doenças, contribuindo para um
processo evolutivo. Consiste em oferecer os estí- desenvolvimento sadio e harmonioso dessas crian-
mulos necessários – contatos humanos adequados, ças.11 Muitas vezes, atrasos do desenvolvimento só
juntamente com a exploração de objetos e espa- serão notados após a idade pré-escolar.18 Dessa
ços – no momento exato e em quantidade adequa- forma, profissionais que estão vinculados a crian-
da, para enriquecer o desenvolvimento global da ças nas idades de zero a seis anos devem estudar
criança.10 Diversas pesquisas demonstraram haver medidas que colaborem para a prevenção de atra-
melhora da aquisição de habilidades motoras em so neuropsicomotor das mesmas.
crianças que receberam estimulação precoce. 6 Deste modo, aponta-se a pertinência do
Acompanhar a criança nos dois primeiros anos, acompanhamento do desenvolvimento em institui-
observando os ganhos de habilidades, avaliando se ções de educação infantil por profissionais espe-
há deficit neuropsicomotor e estudando formas de cializados, o que possibilita a análise da trajetória
colaborar para um processo de desenvolvimento do desenvolvimento nos primeiros anos de vida, a
bem sucedido é de fundamental importância, pois identificação de crianças com maior risco de atraso
é nesta etapa que o organismo mais cresce e ama- e, consequentemente, o estabelecimento de estra-
durece, estando mais sujeito aos agravos.2,11 tégias de intervenção e promoção do desenvolvi-
Estudos da Secretaria de Educação Especial mento.8,19
apontam que 50% das crianças com alguma ne- Tendo em vista a importância da estimula-
cessidade especial poderiam ter alcançado um de- ção do desenvolvimento neuropsicomotor infantil
senvolvimento satisfatório, ou até mesmo atingido na prevenção de agravos, o objetivo é analisar
níveis de desenvolvimento de outras crianças de material didático elaborado para orientar os pro-
sua faixa etária sem nenhuma deficiência, se tives- fessores das creches (Centros Municipais de Edu-
sem sido adotadas medidas de prevenção como a cação Infantil – CMEI) e cuidadores das crianças
estimulação precoce.12 quanto ao desenvolvimento infantil de zero a seis
Tão importante quanto a organização estru- anos de idade.
tural do ambiente físico é a presença de um agente
mediador que facilite o processo de desenvolvimen-
to, e o agente mediador é todo aquele indivíduo MÉTODO
que ao estabelecer uma relação é capaz de promo-
ver o desenvolvimento em alguém.13 O presente estudo está vinculado ao Projeto
A saúde mental da criança encontra os seus de Extensão intitulado “Orientação aos cuidadores
alicerces na qualidade dos cuidados dos pais du- das creches públicas de Goiânia sobre o desenvolvi-
rante os primeiros anos de vida da criança, sendo mento infantil” desenvolvido por docentes e discen-
esses cuidados fundamentais no delinear das tra- tes do Curso de Fisioterapia da Universidade Esta-
jetórias de desenvolvimento futuras.14 Assim, as dual de Goiás apoiado pelo edital PROEXT 2013, do
principais relações necessárias para o desenvolvi- Ministério da Educação (MEC). Assim sendo, uma
mento, bem como cuidados e estímulos, são ofere- das formas propostas para estimular o desenvolvi-
cidas pela família no microssistema lar durante a mento de crianças que frequentam as creches
infância.13,15 (CMEIs) de Goiânia (GO) foi desenvolver e avaliar a
Porém, em consequência das transformações objetividade e aplicabilidade de um material didáti-
socioeconômicas que a sociedade está sofrendo, co que auxiliará a orientação de cuidadores e pro-
como a inserção da mulher no mercado de traba- fessores destas instituições quanto ao desenvolvi-
lho, a creche vem se tornando uma necessidade mento infantil.
cada vez maior da população brasileira. Creches CMEIs são instituições públicas subordinadas
são instituições que atendem crianças na idade pré- à Secretaria Municipal de Educação, que atendem
escolar (zero a seis anos de idade).5,11 A literatura crianças de seis meses a cinco anos e 11 meses e
demonstra grande preocupação com o impacto da possuem o objetivo geral de promover o desenvol-
inserção de crianças cada vez mais jovens e por vimento integral da criança em seus aspectos físi-
longos períodos nas creches, especialmente no que co, psicológico, intelectual e social, de modo a in-
se refere ao desenvolvimento cognitivo, linguístico, tegrar as ações de cuidar e educar, segundo a Lei
socioemocional e comportamental. 8,16 Como as de Diretrizes e bases da Educação Nacional (LDBEN,
crianças ficam na creche de oito a dez horas por lei 9.394/96).
dia, torna-se importante a promoção do desenvol- Participaram do estudo 23 sujeitos, sendo
vimento infantil nessas instituições.4 eles: sete professores de um CMEI de Goiânia (GO),
Assim, as creches têm a função de desenvol- sete pais e/ou responsáveis por crianças
ver práticas educativas que colaborem para o de- frequentadoras de creches e nove Fisioterapeutas.
senvolvimento como se estas crianças estivessem Os critérios de inclusão no estudo foram:
com seus pais15. Entretanto, alguns estudos obser- - Professor de um CMEI de Goiânia (GO).
varam que essas instituições visam principalmente - Pai e/ou responsável por crianças de zero a
à guarda da saúde e dos cuidados físicos, negli- seis anos frequentadoras do CMEI, que tenham
genciando a função educadora e a busca do desen- ensino fundamental completo.

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- Fisioterapeutas especialistas em samento teórico a literatura sobre desenvolvimen-


Neuropediatria ou Pediatria, ou fisioterapeutas es- to infantil.20,21,22
pecialistas em Fisioterapia Neurofuncional que atu- Os materiais e equipamentos utilizados fo-
em a mais de três anos com Neuropediatria, que ram: canetas, papel A4, impressora, computador,
morem e/ou trabalhem em Goiânia (GO). Programa SPSS (versão 18.0) para análise dos da-
Foram excluídos do estudo os sujeitos que não dos coletados.
concordaram em participar da pesquisa e que, por- A cartilha foi confeccionada após estudo
tanto, não assinaram o Termo de Consentimento Li- aprofundado da literatura, e os dados foram cole-
vre e Esclarecido; aqueles que não residiam e/ou tados da forma descrita a seguir: o agendamento
trabalhavam em Goiânia (GO) e os que não preen- da visita nas creches foi feito previamente, para
cheram de forma completa o questionário necessá- entregar a cartilha aos professores e pais e coletar
rio para atingir o objetivo do presente estudo. os dados pessoais; os objetivos do estudo foram
A pesquisa foi realizada de acordo com as apresentados aos participantes de forma oral e por
Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesqui- escrito no dia agendado. Diante da concordância
sas Envolvendo Seres Humanos (Resolução 196/ dos mesmos, o termo de consentimento livre e es-
1996, do Conselho Nacional de Saúde), foi aprova- clarecido foi assinado pelo participante e pesquisa-
da pelo Comitê de Ética e Pesquisa da UFSCar (de- dor; com o material em mãos foi aplicado o ques-
terminado por meio do SISNEP - Sistema Nacional tionário para analisar possíveis dificuldades com o
de Ética em Pesquisa) e pela Secretaria Municipal material exposto. Os pais foram abordados nos
de Educação de Goiânia-GO. horários de saída ou entrada das crianças nas cre-
No momento da coleta dos dados, os objeti- ches para não afetar os horários de suas atividades
vos do estudo foram apresentados aos participan- diárias.
tes de forma oral e por escrito, por meio do Termo Os profissionais fisioterapeutas também ti-
de Consentimento Livre e Esclarecido. Diante da veram horários previamente agendados, tendo op-
concordância deles, o termo foi assinado pelo par- ções de locais para entrega do material e entrevis-
ticipante e pesquisador, conforme regulamentam ta: o seu próprio local de trabalho, o NIPE ou via
os dispositivos da Resolução 196/96 do Conselho e-mail. Da mesma forma foi entregue o material e
Nacional de Saúde (1998). coletaram-se os dados pessoais e, com material em
O local de coleta de dados foi estabelecido mãos, realizou-se o questionário de análise do
conforme o grupo pesquisado. Os professores fo- mesmo.
ram abordados nas próprias creches depois de Após essa fase de levantamento dos dados,
agendada uma visita ao local, na sala dos profes- estes foram organizados em bancos de dados. Para
sores. Os pais e/ou responsáveis também foram a análise das respostas, os participantes foram di-
abordados na própria creche, pré-selecionados pela vididos em três grupos, a saber: Pais, Professores
coordenadora da creche, em horários de entrada e Fisioterapeutas. Foi feita a análise descritiva dos
ou saída das crianças. E os fisioterapeutas foram dados coletados por meio do programa SPSS (ver-
abordados depois de um agendamento prévio, em são 18.0).
seus locais de trabalho ou no Núcleo Interdiscipli-
nar de Pesquisa (NIPE) localizado na Escola Supe-
rior de Educação Física e Fisioterapia do Estado de RESULTADOS
Goiás – ESEFFEGO, e também via e-mail.Os dados
foram armazenados, organizados e analisados no Os sujeitos da amostra foram divididos em
NIPE. três grupos: sete professores, sete pais e/ou res-
Os instrumentos utilizados no presente es- ponsáveis por crianças frequentadoras de creches
tudo foram: e nove Fisioterapeutas (n=23).
- Termo de Consentimento Livre e Esclarecido; A Tabela 1 expõe os dados pessoais dos ava-
- “Ficha de dados pessoais” de cada partici- liadores de cada grupo (pais, professores e fisiote-
pante com seguintes quesitos: idade, sexo, espe- rapeutas) e apresenta a descrição detalhada da
cialização (fisioterapeutas), nível escolar (pais e/ avaliação da cartilha de estimulação proposta.
ou cuidadores), juntamente com as questões do Observa-se na Tabela 1 que no grupo dos pais
“Questionário de análise do material didático”. Foi (cuidadores) a maioria era do sexo feminino (71%),
questionado aos participantes: a avaliação geral da e não houve uma profissão predominante. Um pai
cartilha, o favorecimento ao desenvolvimento, se o se recusou a responder dados pessoais, tais como:
indivíduo aprendeu algo novo, se é possível aplicar profissão, idade, e nível de escolaridade. Quanto
a cartilha, se tiveram dúvidas quanto ao conteúdo ao nível de escolaridade dos pais, 28% tinham ní-
e aplicação, se acharam difícil de aplicar, avaliação vel médio e 28% tinham nível superior.
da linguagem, avaliação das figuras da cartilha, se No grupo dos professores a grande maioria
envolvem todas as áreas do desenvolvimento e a também era do sexo feminino (86%). Destaca-se
satisfação com os serviços do CMEI (questão para que mais da metade dos professores entrevista-
pais e professores). dos possuíam pós-graduação nas áreas de
- Cartilha elaborada pelos autores, material neuropedagogia, alfabetização, psicopedagogia ou
didático com uma linguagem acessível à popula- gestão escolar. Quanto às características do gru-
ção, com figuras demonstrativas de alguns exercí- po de fisioterapeutas, o sexo feminino foi predo-
cios, para auxiliar pais e cuidadores na estimula- minante (89%) e grande parte destes possuíam
ção das crianças de zero a seis anos a terem um pós-graduação (89%), sendo que todos pós-gra-
desenvolvimento normal. Apresentou como emba- duados eram na área de Neuropediatria e/ou

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Tabela 1: Dados pessoais dos avaliadores e avaliação específica da cartilha de orientação


Pais Professores Fisioterapeutas Amostra
Dados dos avaliadores
(n=7) (n=7) (n=9) (n=23)
Dados pessoais
Idade - média (DP) 33 (±7) 32 (±5) 33 (±8) 33 (±7)
Sexo feminino - f (%) 5 (71) 6 (86) 8 (89) 19 (83)
Escolaridade¹ - f (%)
Ensino fundamental 1 (14) 0 0 1 (4)
Ensino médio 2 (28) 2 (28) 0 4 (17)
Ensino superior 2 (28) 1 (14) 1 (11) 4 (17)
Pós-graduação 1 (14) 4 (58) 8 (89) 14 (62)
Avaliação da cartilha
Avaliação geral - f (%)
Regular 0 0 1 (11) 1 (4)
Bom 1 (14) 2 (28) 5 (55) 8 (35)
Ótimo 6 (86) 5 (72) 3 (34) 14 (61)
Avaliação da linguagem - f (%)
Bom 3 (43) 3 (43) 7 (77) 13 (56)
Ótimo 4 (57) 4 (57) 2 (23) 10 (44)
Favorecerá o desenvolvimento das
crianças - f (%) 7 (100) 7 (100) 9 (100) 23 (100)
Aprendeu algo novo - f (%) 7 (100) 7 (100) 4 (44) 18 (78)
Possível aplicar o que foi ensinado - f (%) 7 (100) 7 (100) 9 (100) 23 (100)
Não teve dúvidas sobre o conteúdo - f (%) 6 (86) 6 (86) 7 (77) 19 (83)
Não notou dificuldades em aplicar² - f (%) 6 (86) 6 (86) 8 (89) 20 (87)
Figuras adequadas ao objetivo - f (%) 7 (100) 7 (100) 9 (100) 23 (100)
Contempla todas as áreas do
desenvolvimento² - f (%) 7 (100) 6 (86) 7 (77) 20 (87)
Satisfeito com o serviço do CMEI - f (%) 7 (100) 6 (86) NA NA
Nota: 1 um pai não respondeu esta pergunta; 2 um fisioterapeuta não respondeu esta pergunta.
DP - Desvio Padrão; f – frequência; % - porcentagem; n - número de participantes; NA - não se aplica.

Neurofuncional. Tais resultados mostram que os maior parte dos avaliadores qualificou a cartilha
grupos de avaliadores eram capacitados, cada um proposta como ótima. Cabe ressaltar que nenhum
em sua área, para avaliar a qualidade e aplicabili- participante considerou a cartilha ruim e apenas
dade da cartilha proposta. um fisioterapeuta afirmou que a mesma é regular.
De acordo com os itens da avaliação da car- Além disso, todos os avaliadores avaliaram a lin-
tilha apresentados na Tabela 1, todos os partici- guagem utilizada na cartilha proposta como boa ou
pantes responderam positivamente quando ques- ótima.
tionados sobre se a cartilha favoreceria a
estimulação do desenvolvimento. Todos os pais e
professores concluíram que aprenderam algo novo DISCUSSÃO
ao ler o material e quase metade dos fisioterapeu-
tas também relataram que aprenderam algo novo Os objetivos deste trabalho foram os seguin-
com a cartilha. tes: produzir um material didático com explicações
Quando questionados sobre dificuldade ao detalhadas e ilustrações, para auxiliar professores
aplicar a cartilha proposta, um pai e um professor de creches e cuidadores quanto ao desenvolvimen-
responderam que teriam dificuldades de aplicar o to neuropsicomotor de crianças de zero a seis anos
material. O professor que disse que teria dificulda- idade; e avaliar a clareza e objetividade desse ma-
de na aplicação da cartilha, citou como empecilho terial, após a análise de professores de creches,
“o tempo” (s.i.c), o restante afirmou não possuir fisioterapeutas e cuidadores de crianças de zero a
nenhuma dúvida, indicando que a cartilha é eficiente seis anos idade.
e didática na difusão das orientações ao desenvol- Dentre os riscos para a ocorrência de atraso
vimento neuropsicomotor infantil. no desenvolvimento infantil está o risco ambiental.
A amostra como um todo avaliou de forma Um ambiente considerado de boa qualidade para o
positiva as figuras que ilustraram alguns dos exer- desenvolvimento infantil deve oferecer relaciona-
cícios propostos para estimulação das crianças. Três mentos sustentadores, promoção da segurança fí-
participantes (um professor e dois fisioterapeutas) sica, proteção contra doenças, suprimento das ne-
disseram que o material não abrangia todas as áreas cessidades básicas, além de experiências
do desenvolvimento, entretanto, não esclareceram diversificadas. Normalmente, a criança passa a
quais seriam essas outras áreas. maior parte do tempo no convívio familiar; porém,
Sobre a satisfação dos pais e professores crianças com pais que trabalham em período inte-
quanto ao serviço do CMEI, dos 14 participantes, gral permanecem por tempo considerável em cre-
apenas um professor não se sentia satisfeito, po- ches, sendo educadas e estimuladas por professo-
rém não justificou sua resposta. res.22 Tendo em vista facilitar este processo, tanto
Quanto à avaliação geral da cartilha, consi- para pais quanto para professores, este projeto vi-
derando todos os avaliadores, verificou-se que a sou apresentar um material que somasse às ativi-

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dades diárias da criança, de forma simples e efi- tes quando propuseram validar uma tecnologia edu-
caz, a estimulação do desenvolvimento. cacional para famílias ribeirinhas. A “Cartilha de
Quanto ao perfil dos avaliadores que com- orientações ao desenvolvimento de crianças de 0 a
põem amostra, foi observado que a idade média 6 anos” também teve uma boa avaliação, sendo
dos grupos foi de 32 e 33 anos, sendo predomi- considerada eficiente pela maioria da amostra.
nante o sexo feminino em todos os grupos, e quan- Além disso, outros estudos27,28 destacaram
to à escolaridade, somente dois participantes ti- que a utilização de um material didático-instrucio-
nham apenas nível fundamental. O fato de os pais nal torna-se um facilitador da prática, promovendo
possuírem relativamente um bom nível de escola- padronização das orientações a fim de se evitarem
ridade colaborou para melhor compreensão da car- informações contraditórias e, ainda, permitindo a
tilha, o que pode ser observado quando foi avalia- memorização dos conteúdos do material pelas pes-
do se a linguagem da cartilha estava de fácil acesso. soas que os aplicam.
O grupo “Pais” avaliou a cartilha como boa (14%) e Todos os participantes do presente estudo
ótima (86%). Quanto maior o nível de escolarida- disseram que o material didático elaborado favo-
de da mãe, melhor é a organização do ambiente receria o desenvolvimento das crianças nos CMEIs,
físico e temporal, maior a oportunidade de varia- e todos também responderam que seria possível
ção na estimulação diária, com disponibilidade de aplicar o material nestas instituições. Identificar
materiais e jogos apropriados para a criança e maior desde os primeiros meses os sinais de atraso pode
envolvimento emocional e verbal da mãe com a reduzir o tempo para iniciar a estimulação dessas
criança.2 Contudo, o estudo de Santos et al.23 não crianças, diminuindo as alterações do desenvolvi-
verificou a associação entre a escolaridade mater- mento.29 Embora reconhecendo que as interven-
na e o desenvolvimento infantil de pré-escolares ções precoces no âmbito do sistema público de
matriculados na educação infantil pública ou parti- saúde ou ensino possam ser mais difíceis de im-
cular. plementar, existem inúmeras alternativas para
Observando ainda o quesito escolaridade, promover programas de baixo custo.30 Medidas
apenas um fisioterapeuta não possuía pós-gradua- simples como a estimulação do brincar mediadas
ção; todos os outros apresentavam pós-graduação e conduzidas por um adulto31 ou a realização de
em Neuropediatria ou Neurofuncional. Ao avalia- orientações e de intervenções por meio de ativi-
rem a cartilha em um modo geral, os fisioterapeu- dades lúdicas32 podem ter efeitos positivos no de-
tas foram mais exigentes que os outros dois gru- senvolvimento e comportamento infantis. Assim
pos da amostra, pois a maioria deles avaliou a como a presente Cartilha de Estimulação, que apre-
cartilha como sendo boa (55%). Os demais grupos senta potencial, segundo a opinião dos
avaliaram a cartilha como ótima de maneira geral. avaliadores,de auxiliar tanto no processo de iden-
O grupo dos fisioterapeutas, em sua maioria, res- tificação de atraso no desenvolvimento das crian-
ponderam não ter aprendido algo novo com o ma- ças quanto na instrução do cuidador para realizar
terial (56%), enquanto todos os participantes dos o estímulo neuropsicomotor.
outros grupos disseram ter aprendido algo novo; Sobre o serviço oferecido nos CMEIs, a gran-
assim podemos analisar que a cartilha apresenta- de maioria dos pais e professores respondeu que
da aumentou o conhecimento de pais e professo- estava satisfeita quanto à instituição. A importân-
res quanto ao desenvolvimento das crianças de zero cia de verificar a satisfação dos participantes está
a seis anos, e que este conhecimento poderá ser relacionada com a quantidade de tempo que as
aplicado na rotina dessas crianças, prevenindo atra- crianças passam nos CMEIs e com a qualidade do
so do desenvolvimento neuropsicomotor. estímulo dada a elas durante o período em que fi-
Em duas outras pesquisas24,25 também procu- cam sob cuidados dos professores, pois é necessá-
rou-se construir e avaliar um material que pudesse rio que os cuidados oferecidos satisfaçam suas ne-
auxiliar no estímulo ao desenvolvimento infantil. Foi cessidades e influenciem favoravelmente o seu
elaborada uma cartilha nomeada “Toda hora é hora desenvolvimento neuropsicomotor.4 Em contrapar-
de cuidar”, e os autores dos estudos questionaram tida, um estudo realizado por Campos et al.33 que
os pais e os profissionais da saúde (Agentes Comu- avaliou a qualidade de 147 instituições de educa-
nitários de Saúde) sobre a validade e a efetividade ção infantil (creches e pré-escolas) em seis capi-
da mesma. Houve relatos de dificuldade na aplica- tais brasileiras constatou nível de qualidade com-
ção do instrumento; um dos motivos foi a falta de prometido na maioria das instituições, sendo que
tempo, causa também referida por um dos profes- déficits foram observados em infraestrutura, orien-
sores do CMEI pertencentes à amostra do nosso tação pedagógica (atividades) e rotinas de cuidado
estudo. Outro motivo foi o fato de muitas crianças pessoal.
passarem o maior período do dia nas escolinhas, Vários são os fatores que podem influenciar
comprovando a necessidade de utilização do mate- para que o CMEI não forneça um ambiente favorá-
rial pelos próprios professores das escolas, o que é vel ao desenvolvimento das crianças e atendimen-
proposto pelo presente estudo. to integral individualizado, como por exemplo, as
Apesar disso, a cartilha foi considerada ade- limitações físicas, com espaço para atividades es-
quada e importante na promoção do desenvolvi- portivas reduzidas, e limitações econômicas, como
mento infantil, com linguagem e conteúdo apro- a falta de materiais didáticos e pedagógicos ade-
priados, principalmente pelos agentes comunitários quados, quantidade de professores reduzida e não
e familiares que possuíam treinamento para sua qualificação adequada desses profissionais34. Esse
aplicação e um melhor nível de escolaridade. ambiente inadequado pode refletir negativamente
Teixeira et al.26 chegaram a conclusões semelhan- no desenvolvimento das crianças matriculadas na

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educação infantil pública em comparação às crian- O impacto positivo dos programas de inter-
ças que frequentam a escola particular.23 venção precoce sobre desenvolvimento da criança
Em contrapartida, um estudo analisou a evo- e posterior desempenho escolar justificam a ne-
lução do crescimento de crianças pré-escolares em cessidade da identificação precoce das crianças
creches de Goiânia-GO, tendo-se observado que a com risco de atrasos e a consequente intervenção
maioria das crianças apresentava o crescimento e antes que o atraso ou desvio se instale.36 Assim, a
desenvolvimento dentro da faixa de normalidade.11 finalidade do presente estudo de propor a con-
Foi atribuída ao papel dos CMEIs uma colaboração cepção de um material didático de orientação, as-
para o resultado, os quais têm como função social sim como a avaliação deste sob diferentes verten-
e política proporcionar à criança uma educação de tes (família, escola e terapeuta) que podem
qualidade, ampliando os conhecimentos físicos, influenciar o desenvolvimento futuro das crianças
culturais e sociais de forma indissociável às ações apresenta o foco no cuidar compartilhado, que visa
de cuidar e educar35; pode-se afirmar, então, que aumentar a interação entre a família e escola e
os serviços que os CMEIs de Goiânia propõem-se a considerar os distintos pontos de vista em benefí-
fazer, em termos de educação e cuidados à crian- cio da criança.37
ça, têm sido bem sucedidos, ao menos consideran-
do a opinião dos pais e professores.
Nesse estudo realizado em creches de CONCLUSÃO
Goiânia-GO, foi verificado que a área do desenvol-
vimento mais comprometida durante as avaliações O presente estudo revelou que o material di-
foi a linguagem.11 Uma possível explicação dada dático elaborado para orientação de pais e professo-
pelas autoras foi que os fatores sociais relaciona- res de creches quanto à estimulação do desenvolvi-
dos à estimulação foram pobres para que os pa- mento infantil mostrou-se claro, objetivo e eficiente,
drões linguísticos se desenvolvessem. Outras pro- segundo a opinião de pais, professores e fisiotera-
váveis explicações dadas por elas foram a peutas. Desse modo, a cartilha foi avaliada favora-
permanência em tempo integral das crianças nos velmente pelos diversos participantes e não foram
CMEIs, com pouco contato com os pais, e o grande necessárias modificações sobre o material inicial.
contingente de crianças que estavam sob respon- O estudo do desenvolvimento infantil é am-
sabilidade de cada cuidadora na creche, podendo plo e inclui a sua relação com inúmeros fatores de
dificultar a estimulação da linguagem, frente às ne- risco ambientais e biológicos. A implementação de
cessidades básicas de cuidados de rotina do am- medidas de prevenção e promoção em saúde deve
biente escolar.11 A cartilha poderá auxiliar pais e considerar o “complexo” que envolve as oportuni-
professores a prevenir déficits nas várias áreas que dades e as condições socioeconômicas da popula-
englobam o desenvolvimento das crianças, como a ção; estudar medidas práticas e de pouco custo
linguagem, com atividades simples e de fácil apli- que melhorem a qualidade de vida e que propor-
cabilidade, segundo o que foi afirmado pelos ava- cionem conhecimento à população é fundamen-
liadores no presente estudo. tal, sendo esta uma das funções dos profissionais
da saúde.

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ABSTRACT:

Objective: to evaluate the clarity and objectivity of a guide with detailed explanations and illustrations
about the neurodevelopment of children0-6 years through the analysis of daycare teachers, physical
therapists and caregivers. Methods: 23 subjects participated in the study, of which seven were
caregivers, seven were teachers and nine were physical therapists. The “Guide of guidelines for the
development of children 0-6 years” was prepared by the researchers and subsequently averaged by
participants through a questionnaire. Results: The vast majority of survey participants classified
the guide as good or excellent (96%). All agreed on the language used in the guide as good or
excellent and stated that the application of this material favors the stimulation of children’s
development. Conclusion: The guide proved to be a practical and cost-effective measure that can
aid in stimulating child development.

Key words: evaluation, educational material, child day care centers, child development, orientation.

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