ANÁLISE DO ARTIGO: “Adolescência Através dos Séculos”
Trecho de destaque: “A escola também modificou seu papel em relação ao
adolescente: até tempos atrás, esperava-se que ele fosse preparado para assumir uma profissão, portanto, os cursos costumavam ter uma vertente profissionalizante bastante acentuada. Atualmente, a educação básica busca somente fornecer subsídios para o desenvolvimento pleno do ser humano, sem a preocupação da profissionalização”.
Segundo Coimbra, Bocco e Nascimento (2005) adolescência é um
período de transição entre a infância e a fase adulta, onde o indivíduo tem mudanças significativas na forma física, na forma de pensar e se relacionar. É também um período de amadurecimento e que por conta, experiências se tornem traumáticas. Fatores externos podem contribuir para o não desenvolvimento adequado dos adolescentes, isso pode ser observado principalmente nos jovens da periferia, negros e classe social baixa. Com isso, remetemos o papel da escola na vida do adolescente. Como o trecho em destaque mostra, no passado, tinha a preocupação de preparar os jovens para o mercado de trabalho, pois muitos ajudavam no sustento da família. De acordo com Santana (2015) os jovens de 16 à 24 anos são o maior número de indivíduos dentro do índice de desemprego. Devido à precária inserção, falta de acesso e baixa qualificação para os empregos formais que exigem habilidades que poderiam ser desenvolvidas por esses jovens com ajuda da escola. Também, para Dias (2023) os jovens de hoje apresentam dificuldades básicas como falta de educação financeira ou raciocínio crítico para resolver problemas, algo básico para o mercado de trabalho. O ensino na maioria das escolas brasileiras é precário o que dificulta o despertar de habilidades em jovens que até mesmo veem na escola algo dispensável, pela falta de incentivos ou motivação no aprendizado. Assim, por esses motivos os jovens têm chegado cada vez mais despreparados no mercado de trabalho, gerando inseguranças e traumas provocados pelas frustrações de não conseguir um emprego digno. Vale ressaltar que mesmo com dificuldades existem aqueles que conseguem prosperar e vencer suas limitações, porém ainda são poucos. As escolas tem o papel de não somente ensinar conteúdos, mas ajudar os cidadãos a serem capazes de desenvolver habilidades básicas no dia-a-dia. Vemos que a sociedade falha no cuidado dos seus jovens e quer exigir deles responsabilidades que não estão prontos para assumir.
REFERÊNCIAS
COIMBRA, Cecília; BOCCO, Fernanda; NASCIMENTO, Maria Livia do. Subvertendo
o conceito de adolescência. Arq. bras. psicol., Rio de Janeiro , v. 57, n. 1, p. 2-11, jun. 2005 . Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php? script=sci_arttext&pid=S1809-52672005000100002&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 07 mar. 2024.
DIAS, É. A Educação e a escola. Para que servem as escolas? . Ensaio: Avaliação
e Políticas Públicas em Educação, v. 31, n. 120, p. e0231201, 2023.
SANTANA, Edinalva. Entre o trabalho e a escola: estudo com adolescentes que
estudam e trabalham, filhos de trabalhadores rurais migrantes, residentes no município de Guariba/SP. 2015. Dissertação (Mestrado em Psicologia) - Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2015. doi:10.11606/D.59.2015.tde-06072015-194306. Acesso em: 07 mar. 2024.