Você está na página 1de 18

MODELO ENEM

“Os estigmas e desafios da geração ‘nem-nem’ no Brasil”.

TEXTO 1
Um relatório elaborado pela Organização para Cooperação e o
Desenvolvimento Econômico pôs o Brasil entre os países com maior
proporção de jovens que estão fora da escola e sem trabalhar.
Para a economia, é mais que um drama. “É uma tragédia macro,
microeconômica. A gente vive mais e nós estamos produzindo cada
vez menos jovens. E uma parte grande desses jovens que a gente tem
vai ser incapaz de sustentar os idosos”, explica Hélio Zylberstajn,
professor da Faculdade de Economia da USP.
No ranking de 37 países analisados pela OCDE, o segundo lugar é do
Brasil na proporção de jovens fora da escola e sem trabalho - atrás só
da África do Sul.
De perto, o Brasil parece até dois países. No mais pobre, onde está a
maior parte da população, a proporção de jovens que não estudam
nem trabalham fica bem acima da média; e no Brasil onde ficam as
famílias mais ricas, ao contrário, é bem menor. O que perpetua o
cenário de desigualdade.
Economistas e sociólogos se preocupam: dizem que é preciso cuidar
dessa fase de transição para o mercado de trabalho. Não só para
garantir o futuro dos jovens, mas do país.
“O Brasil é o eterno país do futuro. O problema é que, com o tempo,
nós estamos envelhecendo e daqui a pouco nós podemos ser o país do
passado”, diz o sociólogo.
https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2023/08/29/brasil-esta-
entre-os-paises-com-maior-proporcao-de-jovens-que-estao-fora-da-
escola-e-sem-trabalhar-diz-ocde.ghtml

DESAFIOS: Desigualdade socioeconômica → EVASÃO ESCOLAR


Seguem trechos matéria CNN
https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/evasao-escolar-no-ensino-medio-atinge-meio-milhao-de-
jovens-por-ano-aponta-estudo/#:~:text=Os%20dados%20coletados%20no
%20estudo,94%25%20dos%20estudantes%20mais%20ricos.
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO PARA O DESAFIO EVASÃO ESCOLAR
POR POBREZA - AGENTES (MEC, MINISTÉRIO DO TRABALHO)
REPERTÓRIO LEGITIMADO - IBGE 2019

Fonte: https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/
28286-necessidade-de-trabalhar-e-desinteresse-sao-principais-motivos-para-abandono-escolar

TEXTO 2
A subcategoria “nem-nem” é inadequada por não refletir a realidade
social desses jovens, que estão em situação de vulnerabilidade.
“Nem-nem”, no senso comum, é um jovem que nem estuda nem
trabalha. No senso douto, representa uma subcategoria de análise da
juventude. Mas será que esse jovem, de fato, não estuda e não
trabalha?
A expressão “nem-nem” é inadequada e não reflete a realidade
social dos jovens brasileiros que se encontram fora do mercado
formal de trabalho e do ensino médio ou superior. Ela joga sobre o
jovem um estigma de desinteressado e vadio, quando na realidade
ele é um vulnerável, vítima da pobreza estrutural e do abandono do
estado. Ele não alcança a expectativa traçada pela sociedade sobre
sua trajetória educacional e laboral pois ela reflete um modelo de
classe média que não condiz com as condições ofertadas ao jovem
dos décimos mais pobres da população brasileira. O que falta a esse
jovem não é apenas emprego formal e ensino regular, mas toda uma
estrutura socioeconômica — alimentação, saúde, transporte,
educação, segurança e emprego dignos. Esse jovem não é um “nem-
nem”, é um jovem em situação de vulnerabilidade.
Link para matéria:
https://www.nexojornal.com.br/academico/2018/04/25/Qual-a-
realidade-

TEXTO 3
Entre os jovens que buscam empregos, há relatos de diversas
barreiras, sendo uma das principais o custo do transporte para
entrevistas. A falta de histórico profissional também é apontada
como um limitador para o acesso a muitas vagas: 77% alegam que a
exigência de experiência anterior é o maior obstáculo na hora de
arranjar o primeiro emprego. Para muitos, a experiência informal —
sem registro na carteira de trabalho ou contrato — não ajuda no
processo. Isso limita as oportunidades de quem está entrando no
mercado de trabalho. Um ciclo danoso: jovens não conseguem
emprego porque não têm experiência, mas como conseguir
experiência se ninguém dá a primeira chance?
Link para matéria:
https://www.nexojornal.com.br/ensaio/debate/2020/Desemprego-na-
pandemia-os-desafios-de-jovens-de-baixa-renda

ESTIGMAS: Como a sociedade (mercado) olha para esses jovens?


Quais as consequências psíquicas?
Considerando a prerrogativa de Max Weber de que “o trabalho
dignifica o homem” ao jovem lesado nesse direito resta o sofrimento
psíquico e emocional de não poder ser protagonista de sua existência
e resignar-se à marginalização social.
Repertório - Luís da Silva - Angústia
Embora o personagem não represente um “nem-nem” há a discussão
na obra sobre o desprezo da sociedade com aqueles que possuem
dificuldades em conquistar seu espaço na organização social
burguesa.
CONSTITUIÇÃO E DIREITOS HUMANOS → FOCO DIGNIDADE HUMANA
https://www.estadao.com.br/politica/blog-do-fausto-macedo/a-
dignidade-recusada/

DESAFIOS: Olhar imediatista e exploratório do mercado de trabalho


É preciso olhar para o jovem como um investimento futuro e
considerar as oportunidades como forma de preservar a economia do
Brasil nas próximas décadas.

AÇÃO: Promover parcerias público-privadas para que as empresas


amplifiquem programas como “Jovem-aprendiz” ou “Meu primeiro
trabalho” (São Paulo) A fim de evitar a inserção do jovem no
trabalho informal e também a evasão escolar.
Repertório: Reforma trabalhista de 2017 (lei № 13.467) a crítica de
especialistas reforça a ideia de que, para inserir (principalmente) os
jovens no mercado de trabalho, foi necessário retirar direitos do
assalariado, sem abrir novos postos de trabalho.

TEXTO 4

Morador de Planaltina (DF), Douglas Belisio Farias de Albuquerque, de


22 anos, divide a casa com a mãe (que é pensionista e arca com todas
as despesas), a irmã, de 25 anos, que faz trabalhos temporários como
manicure e cabeleireira, e uma sobrinha de 9 anos. Enquadrado desde
2015 na categoria dos que não estudam nem trabalham, ele não
conseguiu uma colocação no mercado após terminar estágio por meio
do Programa Jovem Aprendiz. Para Albuquerque, a escola está longe
de preparar os jovens, já que faltam capacitação e oportunidades para
que eles adquiram a experiência tão exigida hoje.

— Muitos de nós terminam o ensino médio, não conseguem entrar


para uma universidade nem se colocar profissionalmente e acabam
ficando em casa, por falta de opção.

A situação não é diferente para Alyson Maia, de 24 anos. Demitido do


emprego de supervisor de vendas, o jovem não pôde mais pagar a
faculdade de recursos humanos e foi obrigado a abandonar o curso
quando faltava apenas um semestre para a formatura. Como a mãe
não podia sustentar a casa e ainda os estudos do jovem, Maia também
foi obrigado a ficar parado. Depois de concluir um curso de vigilante, o
rapaz distribui currículos num mercado de trabalho cada vez mais
disputado.

— Meu sonho é terminar minha faculdade e começar outra, de


odontologia.

É difícil bater insistentemente em uma porta que não se abre. A


professora Débora Barem afirma que, apreensivos com o futuro, esses
estudantes sofrem de ansiedade com a possibilidade de não se
colocarem no mercado de trabalho. Também destaca que a falta de
ocupação pode resultar em problemas de saúde, como a depressão.

https://www12.senado.leg.br/noticias/especiais/especial-cidadania/
geracao-nem-nem-ja-soma-11-milhoes-de-jovens
TEXTO 5

DESAFIOS: ensino profissionalizante


Novo Ensino Médio e o pouco investimento em profissionais.

MODELO VUNESP
Geração “nem-nem”: os jovens brasileiros estão acomodados ou sem
opções?
TEXTO 1

TEXTO 2
Como educador, me preocupa a percepção dos jovens de hoje em dia
em relação ao futuro: ao futuro individual, às perspectivas de vida
futura, profissão, trabalho, dedicação – enfim, à velhice. Os jovens de
hoje não têm uma preocupação com o que poderá acontecer amanhã.
Vagas de trabalho são escassas e disputadas, mas não vejo animus
para a busca das mesmas. Na verdade, a maioria dos jovens as busca,
mas não com a intensidade e a vontade de efetivamente consegui-las.
(...)
Enquanto trabalhava como professor universitário, na área de
graduação, fiquei muito desiludido, principalmente devido a atitudes
dos alunos em relação à universidade, aos estudos e aos professores.
Diria que 90% dos alunos queriam apenas o certificado e jamais o
aprendizado. Como exemplo, posso citar o caso de uma aluna que
“participava” de uma palestra de cunho obrigatório, tendo passado
todo o tempo apenas verificando mensagens de WhatsApp e
Facebook, enquanto nosso convidado se esmerava em transmitir uma
mensagem de empreendendorismo, de garra, de ambição. Ao chegar
perto dessa aluna, perguntou o que ela achava, e a mesma respondeu
“eu sei lá...”
Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/artigos/a-
geracao-nem-nem-arpjjoc29d161corug6mtdtwn/
TEXTO 3
"Renomeamos essa geração. É a geração sem sem sem", diz Rafael
(nome fictício), universitário de 24 anos e morador da periferia de
Fortaleza, que pede para não ser identificado. "Sem Estado, sem escola
adequada, sem opções culturais. Sem nada."
Diferentemente dos jovens "nem-nem", a chamada geração "nem-
nem-nem" inclui uma nova categoria: além de não estudar e não
trabalhar, o jovem "nem-nem-nem" também não está procurando
emprego formal. Dos jovens nem-nem-nem, dois terços são mulheres.
A cada 10 meninas da geração "nem-nem-nem" que abandonam a
escola, três saem por gravidez precoce.
O diagnóstico é da pesquisa "Eles dizem não ao não", realizada pela
Universidade Federal do Ceará (UFC) e lançada nesta terça-feira, 30. O
levantamento inédito analisa o perfil e as motivações do jovem da
periferia que nem trabalha, nem estuda, nem está procurando
emprego.
Os "nem-nem-nem" são formados, predominantemente, por mulheres
negras com filhos, que ainda moram na casa dos pais onde a mãe é a
"chefe da família", cujas famílias são cadastradas no Bolsa Família ou
detentoras de renda inferior a um salário mínimo, e ex-alunas de
escola pública, tendo abandonado os estudos ainda no ensino
fundamental por gravidez, casamento ou falta de interesse.
https://www.terra.com.br/noticias/brasil/cidades/quem-sao-os-
jovens-nem-nem-nem-nao-estudam-nao-trabalham-e-nao-estao-
procurando-
emprego,d74b6d8732d9e6c62e6d25663981f6908lvixf0k.html

TEXTO 4
Eu vejo na TV o que eles falam sobre o jovem não é sério
O jovem no Brasil nunca é levado a sério
Eu vejo na TV o que eles falam sobre o jovem não é sério, não é sério
Eu vejo na TV o que eles falam sobre o jovem não é sério
O jovem no Brasil nunca é levado a sério
Eu vejo na TV o que eles falam sobre o jovem não é sério, não é sério
Eu sempre quis falar nunca tive chance
E tudo que eu queria estava fora do meu alcance
Sim, já, Já faz um tempo
Mas eu gosto de lembrar
Cada um, cada um, cada lugar, um lugar
Eu sei como é difícil
Eu sei como é difícil acreditar
Mas essa porra um dia vai mudar
Se não mudar, pra onde vou
Não cansado de tentar de novo
Eu passo a bola, eu jogo o jogo
NÃO É SÉRIO – Charlie Brown Jr. E Negra Li
https://www.letras.mus.br/charlie-brown-jr/6008/

TEXTO 5

AMPLIAÇÃO DE REPERTÓRIO
Secretaria de Trabalho produz série on-line para jovens: Iniciativa visa
ajudar jovens na busca pelo primeiro emprego e com o mercado de
trabalho
https://www.leiaja.com/carreiras/2020/07/22/secretaria-de-trabalho-
produz-serie-line-para-jovens/
Jovens que não estudam nem trabalham: escolha ou falta de opções?
https://brasil.elpais.com/brasil/2018/03/16/economia/
1521229056_606414.html
Geração ‘nem-nem’ e o futuro perdido
https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2023/08/29/brasil-esta-
entre-os-paises-com-maior-proporcao-de-jovens-que-estao-fora-da-
escola-e-sem-trabalhar-diz-ocde.ghtml
Para compreender a geração nem-nem
https://outraspalavras.net/mercadovsdemocracia/para-compreender-
a-geracao-nem-nem/
Geração nem-nem: como ‘resgatar’ os 11,5 milhões de jovens
brasileiros que não estudam nem trabalham
https://www.estadao.com.br/economia/jovens-nem-nem-educacao-
crescimento-economico/
PODCASTS E REPORTAGENS
O que fazem e o que querem os nem-nem brasileiros
https://soundcloud.com/durma-com-essa/o-que-fazem-e-o-que-
querem-os-nem-nem-brasileiros-3dez18
Geração nem-nem – Estadão Notícias
https://www.youtube.com/watch?v=UujcwRY-stM
Bate-Papo FGV | Trajetória da juventude no mercado de trabalho, com
Marcelo Neri
https://www.youtube.com/watch?v=xh2qSkzXhh0

MODELO FUVEST
A apatia da juventude no contexto pós-moderno
TEXTO 1
“considera-se ‘pós-moderna’ a incredulidade em relação aos
‘metarrelatos’. É, sem dúvida, um efeito do progresso das ciências,
mas este progresso, por sua vez, a supõe. Ao desuso do dispositivo
metanarrativo de legitimação corresponde sobretudo a crise da
filosofia metafísica e a da instituição universitária que dela dependia.”
Jean François Lyotard, filósofo francês - A condição pós-moderna
(1979)
TEXTO 2
Meu partido
É um coração partido
E as ilusões
Estão todas perdidas
Os meus sonhos
Foram todos vendidos
Tão barato
Que eu nem acredito
Ah! Eu nem acredito...
(...)
Pois aquele garoto
Que ia mudar o mundo
Mudar o mundo
Agora assiste a tudo
Em cima do muro
Em cima do muro...

Meus heróis
Morreram de overdose
Meus inimigos
Estão no poder
Ideologia!
Eu quero uma pra viver

Ideologia – Cazuza

TEXTO 3
“Vivemos em tempos líquidos. Nada foi feito para durar”
Zygmunt Bauman – sociólogo polonês

TEXTO 4
“O sentimento de vazio, desinteresse e apatia, crescentemente
percebido entre jovens e crianças coordena-se com a percepção social
do conflito e do sofrimento como algo improdutivo. A comunicação
tornou-se mais um paradigma de circulação de informação do que
uma experiência de enriquecimento narrativo, de decifração de si e do
outro e de uma certa experiência de comunalidade. Ter coisas em
comum, amigos em comum, espaços em comum como outras
experiências escolares tinham em mente deixou de ser uma ambição
para muitos pais, muitas escolas e muitos professores. Isso nem
sempre reflete negligência e descaso, mas decorre dos efeitos de
isolamento e agressivização do laço social que se reconhece em
famílias. As vidas adultas também parecem aos próprios adultos,
desinteressantes e incapazes de gerar histórias que valem a pena
serem contadas. Sejam elas histórias extraordinárias ou ordinárias e
cotidianas. Muito frequentemente recebemos pacientes que só
conseguem descrever suas vidas, sem propriamente narrá-las.
Trazendo uma sucessão funcional ou disfuncional de comportamentos,
adequados ou inadequados, mas com baixa potência na transmissão
de desejos e ideais, à exceção daqueles que são sentidos como
compulsórios.”
Christian Dunker - Psicanalista, Professor Titular do Instituto de
Psicologia da USP

TEXTO 5
“Somos filhos do meio da história sem propósito ou lugar. Não tivemos
Grande Guerra, não tivemos Grande Depressão. Nossa grande guerra é
a guerra espiritual, nossa grande depressão são nossas vidas. Fomos
criados pela televisão para acreditar que algum dia seremos
milionários, astros de filmes ou da música, mas não seremos. E
estamos entendendo isso agora. (…) Há uma categoria de homens e
mulheres jovens e fortes que querem dar a própria vida por algo. A
propaganda faz essas pessoas irem atrás de carros e roupas de que
elas não precisam. Gerações tem trabalhado em empregos que
odeiam para poder comprar coisas que realmente não precisam”
Chuck Palahniuk – Clube da Luta (1996)

TEXTO 6

Você também pode gostar