Você está na página 1de 15

Ceisc Concursos

Direito do Trabalho

1
Ceisc Concursos
Direito do Trabalho

Olá! Boas-Vindas!
Cada material foi preparado com muito carinho para que você
possa absorver da melhor forma possível, conteúdos de qua-
lidade!

Lembre-se: o seu sonho também é o nosso!

Bons estudos! Estamos com você até a sua aprovação!

Com carinho,

Equipe Ceisc. ♥

2
Ceisc Concursos
Direito do Trabalho

Direito do Trabalho
Prof. Luiz Henrique Dutra

Sumário

1. Contrato de Trabalho e Dano Extrapatrimonial ........................................................................ 4

Olá, aluno(a). Este material de apoio foi organizado com base nas aulas do curso preparatório para
concursos e deve ser utilizado como um roteiro para as respectivas aulas. Além disso, recomenda-
se que o aluno assista as aulas acompanhado da legislação pertinente.

Bons estudos, Equipe Ceisc.


Atualizado em agosto de 2023.

3
Ceisc Concursos
Direito do Trabalho

1. Contrato de Trabalho e Dano Extrapatrimonial

Prof. Luiz Henrique Dutra


@prof.luiz.henrique

1.1 Contrato de Trabalho


1.1.1 Conceito
O contrato de trabalho é um acordo realizado entre empregado e empregador e possui
previsão legal do art. 442 em seguinte na CLT.
Art. 442 da CLT - Contrato individual de trabalho é o acordo tácito ou expresso,
correspondente à relação de emprego.
§ 1º Qualquer que seja o ramo de atividade da sociedade cooperativa, não existe vínculo
empregatício entre ela e seus associados, nem entre estes e os tomadores de serviços
daquela.
§ 2º Não existe vínculo empregatício entre entidades religiosas de qualquer denominação
ou natureza ou instituições de ensino vocacional e ministros de confissão religiosa,
membros de instituto de vida consagrada, de congregação ou de ordem religiosa, ou
quaisquer outros que a eles se equiparem, ainda que se dediquem parcial ou integralmente
a atividades ligadas à administração da entidade ou instituição a que estejam vinculados
ou estejam em formação ou treinamento.
§ 3º O disposto no § 2º não se aplica em caso de desvirtuamento da finalidade religiosa e
voluntária

Art. 442-A da CLT - Para fins de contratação, o empregador não exigirá do candidato a
emprego comprovação de experiência prévia por tempo superior a 6 (seis) meses no
mesmo tipo de atividade.

Art. 442-B da CLT - A contratação do autônomo, cumpridas por este todas as


formalidades legais, com ou sem exclusividade, de forma contínua ou não, afasta a
qualidade de empregado prevista no art. 3o desta Consolidação.

Atenção!

É nulo o contrato de trabalho inerente à prática do jogo do bicho. (OJ n. 199 da SDI-1 do TST).

1.1.2 Prazo do Contrato


Em regra, é por prazo indeterminado podendo, em alguns casos, ser celebrado com prazo
determinado.
Art. 443 da CLT - O contrato individual de trabalho poderá ser acordado tácita ou
expressamente, verbalmente ou por escrito, por prazo determinado ou indeterminado, ou
para prestação de trabalho intermitente.

4
Ceisc Concursos
Direito do Trabalho

§ 1º - Considera-se como de prazo determinado o contrato de trabalho cuja vigência


dependa de termo prefixado ou da execução de serviços especificados ou ainda da
realização de certo acontecimento suscetível de previsão aproximada.
§ 2º - O contrato por prazo determinado só será válido em se tratando:
a) de serviço cuja natureza ou transitoriedade justifique a predeterminação do prazo;
b) de atividades empresariais de caráter transitório;
c) de contrato de experiência.

Atenção!
O disposto no art. 443 da CLT não se aplica aos atletas profissionais.
Art. 30 da lei 9.615/98 – Mínimo 3 meses máximo 5 anos.

Prazo do contrato por tempo determinado: dispõe o art. 445, caput, da CLT (citado
abaixo) que o contrato de trabalho por prazo determinado não poderá ser estipulado por mais de
2 (dois) anos, observada a regra do art. 451.
Prazo (especial) do contrato de experiência: não poderá exceder de 90 dias (parágrafo
único do art. 445 da CLT). Pode haver prorrogação, permanecendo dentro do limite dos 90 dias.

Atenção!
O Somente pode ser prorrogado uma vez dentro do período estabelecido pela lei.

Art. 445 da CLT - O contrato de trabalho por prazo determinado não poderá ser estipulado
por mais de 2 (dois) anos, observada a regra do art. 451.
Parágrafo único. O contrato de experiência não poderá exceder de 90 (noventa) dias.

Art. 451 da CLT - O contrato de trabalho por prazo determinado que, tácita ou
expressamente, for prorrogado mais de uma vez passará a vigorar sem determinação de
prazo.

Art. 452 da CLT - Considera-se por prazo indeterminado todo contrato que suceder, dentro
de 6 (seis) meses, a outro contrato por prazo determinado, salvo se a expiração deste
dependeu da execução de serviços especializados ou da realização de certos
acontecimentos.

1.1.3 Empregado Hipersuficiente


O empregado hipersuficiente é aquele que ganha duas vezes o teto do INSS e possúi
diploma de curso superior. Para esse empregado não se aplicação o principio da proteção.
Art. 444 da CLT - As relações contratuais de trabalho podem ser objeto de livre
estipulação das partes interessadas em tudo quanto não contravenha às disposições de
proteção ao trabalho, aos contratos coletivos que lhes sejam aplicáveis e às decisões das
autoridades competentes.

5
Ceisc Concursos
Direito do Trabalho

Parágrafo único. A livre estipulação a que se refere o caput deste artigo aplica-se
às hipóteses previstas no art. 611-A desta Consolidação, com a mesma eficácia legal
e preponderância sobre os instrumentos coletivos, no caso de empregado portador
de diploma de nível superior e que perceba salário mensal igual ou superior a duas
vezes o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social.

1.1.4 Contrato contínuo


É possível somar o período de dois contratos seguidos, se observado as regras do art.
453 da CLT.
Art. 453 da CLT - No tempo de serviço do empregado, quando readmitido, serão
computados os períodos, ainda que não contínuos, em que tiver trabalhado anteriormente
na empresa, salvo se houver sido despedido por falta grave, recebido indenização legal
ou se aposentado espontaneamente.

1.1.5 Empregado Contrato de Subempreitada


O art. 455 da CLT traz uma regra específica para relação de contrato de empreitada
(construção civil).
Art. 455 da CLT - Nos contratos de subempreitada responderá o subempreiteiro pelas
obrigações derivadas do contrato de trabalho que celebrar, cabendo, todavia, aos
empregados, o direito de reclamação contra o empreiteiro principal pelo inadimplemento
daquelas obrigações por parte do primeiro.
Parágrafo único - Ao empreiteiro principal fica ressalvada, nos termos da lei civil, ação
regressiva contra o subempreiteiro e a retenção de importâncias a este devidas, para a
garantia das obrigações previstas neste artigo.

1.1.6 Desvio x Acúmulo de Função


Art. 456 da CLT - A prova do contrato individual do trabalho será feita pelas anotações
constantes da carteira profissional ou por instrumento escrito e suprida por todos os meios
permitidos em direito.
Parágrafo único. A falta de prova ou inexistindo cláusula expressa e tal respeito, entender-
se-á que o empregado se obrigou a todo e qualquer serviço compatível com a sua
condição pessoal.

Diferença entre acumulo de função e desvio de função:


Acúmulo: Empregado é contratado para fazer a atividade “A” e faz a atividade “A” + “B”,
sendo que a atividade “B” é incorporada após o início do contrato de trabalho.
Desvio: O empregado é contratado para fazer a atividade “A” e faz a atividade “B”.

1.1.7 Alteração contratual


As alterações do contrato de trabalho somente serão válidas se forem mais benéficas ao
empregado e o mesmo concordar com as alterações, conforme dispõe o art. 468 e 469 da CLT:

6
Ceisc Concursos
Direito do Trabalho

Art. 468 da CLT - Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das
respectivas condições por mútuo consentimento, e ainda assim desde que não resultem,
direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula
infringente desta garantia.
§ 1º Não se considera alteração unilateral a determinação do empregador para que o
respectivo empregado reverta ao cargo efetivo, anteriormente ocupado, deixando o
exercício de função de confiança.
§ 2º A alteração de que trata o § 1o deste artigo, com ou sem justo motivo, não assegura
ao empregado o direito à manutenção do pagamento da gratificação correspondente, que
não será incorporada, independentemente do tempo de exercício da respectiva função.

Art. 469 da CLT - Ao empregador é vedado transferir o empregado, sem a sua anuência,
para localidade diversa da que resultar do contrato, não se considerando transferência a
que não acarretar necessariamente a mudança do seu domicílio.
§ 1º - Não estão compreendidos na proibição deste artigo: os empregados que exerçam
cargo de confiança e aqueles cujos contratos tenham como condição, implícita ou
explícita, a transferência, quando esta decorra de real necessidade de serviço.
§ 2º - É licita a transferência quando ocorrer extinção do estabelecimento em que trabalhar
o empregado.
§ 3º - Em caso de necessidade de serviço o empregador poderá transferir o empregado
para localidade diversa da que resultar do contrato, não obstante as restrições do artigo
anterior, mas, nesse caso, ficará obrigado a um pagamento suplementar, nunca inferior a
25% (vinte e cinco por cento) dos salários que o empregado percebia naquela localidade,
enquanto durar essa situação.

Art. 470 da CLT- As despesas resultantes da transferência correrão por conta do


empregador.

OJ n. 113 do TST – Adicional de transferência é devido também para o cargo de


confiança.

Súmula n. 29 do TST – Transferência para local mais distante da residência, devido


acréscimo do transporte.

1.1.8 Uniforme
As regras para utilização e limpeza de uniforme estão previstas no art. 456-A da CLT, ao
qual segue a transcrição abaixo:
Art. 456-A da CLT - Cabe ao empregador definir o padrão de vestimenta no meio ambiente
laboral, sendo lícita a inclusão no uniforme de logomarcas da própria empresa ou de
empresas parceiras e de outros itens de identificação relacionados à atividade
desempenhada.
Parágrafo único. A higienização do uniforme é de responsabilidade do trabalhador, salvo
nas hipóteses em que forem necessários procedimentos ou produtos diferentes dos
utilizados para a higienização das vestimentas de uso comum.

1.1.9 Contrato de teletrabalho


Desde a reforma trabalhista, existe a previsão lega para as regras do trabalho em regime
remota, estão prevista no art. 75-A e seguintes da CLT.

7
Ceisc Concursos
Direito do Trabalho

Art. 75-A. A prestação de serviços pelo empregado em regime de teletrabalho observará


o disposto neste Capítulo.

Art. 75-B. Considera-se teletrabalho ou trabalho remoto a prestação de serviços fora das
dependências do empregador, de maneira preponderante ou não, com a utilização de
tecnologias de informação e de comunicação, que, por sua natureza, não configure
trabalho externo.
§ 1º O comparecimento, ainda que de modo habitual, às dependências do empregador
para a realização de atividades específicas que exijam a presença do empregado no
estabelecimento não descaracteriza o regime de teletrabalho ou trabalho remoto.
§ 2º O empregado submetido ao regime de teletrabalho ou trabalho remoto poderá prestar
serviços por jornada ou por produção ou tarefa.
§ 3º Na hipótese da prestação de serviços em regime de teletrabalho ou trabalho remoto
por produção ou tarefa, não se aplicará o disposto no Capítulo II do Título II desta
Consolidação.
§ 4º O regime de teletrabalho ou trabalho remoto não se confunde nem se equipara à
ocupação de operador de telemarketing ou de teleatendimento. (Incluído pela Lei nº
14.442, de 2022)
§ 5º O tempo de uso de equipamentos tecnológicos e de infraestrutura necessária, bem
como de softwares, de ferramentas digitais ou de aplicações de internet utilizados para o
teletrabalho, fora da jornada de trabalho normal do empregado não constitui tempo à
disposição ou regime de prontidão ou de sobreaviso, exceto se houver previsão em acordo
individual ou em acordo ou convenção coletiva de trabalho.
§ 6º Fica permitida a adoção do regime de teletrabalho ou trabalho remoto para estagiários
e aprendizes.
§ 7º Aos empregados em regime de teletrabalho aplicam-se as disposições previstas na
legislação local e nas convenções e nos acordos coletivos de trabalho relativas à base
territorial do estabelecimento de lotação do empregado.
§ 8º Ao contrato de trabalho do empregado admitido no Brasil que optar pela realização
de teletrabalho fora do território nacional aplica-se a legislação brasileira, excetuadas as
disposições constantes da Lei nº 7.064, de 6 de dezembro de 1982, salvo disposição em
contrário estipulada entre as partes.
§ 9º Acordo individual poderá dispor sobre os horários e os meios de comunicação entre
empregado e empregador, desde que assegurados os repousos legais.

Art. 75-C. A prestação de serviços na modalidade de teletrabalho deverá constar


expressamente do instrumento de contrato individual de trabalho.
§ 1o Poderá ser realizada a alteração entre regime presencial e de teletrabalho desde que
haja mútuo acordo entre as partes, registrado em aditivo contratual.
§ 2o Poderá ser realizada a alteração do regime de teletrabalho para o presencial por
determinação do empregador, garantido prazo de transição mínimo de quinze dias, com
correspondente registro em aditivo contratual.
§ 3º O empregador não será responsável pelas despesas resultantes do retorno ao
trabalho presencial, na hipótese de o empregado optar pela realização do teletrabalho ou
trabalho remoto fora da localidade prevista no contrato, salvo disposição em contrário
estipulada entre as partes.

Art. 75-D. As disposições relativas à responsabilidade pela aquisição, manutenção ou


fornecimento dos equipamentos tecnológicos e da infraestrutura necessária e adequada à
prestação do trabalho remoto, bem como ao reembolso de despesas arcadas pelo
empregado, serão previstas em contrato escrito.
Parágrafo único. As utilidades mencionadas no caput deste artigo não integram a
remuneração do empregado.

Art. 75-E. O empregador deverá instruir os empregados, de maneira expressa e


ostensiva, quanto às precauções a tomar a fim de evitar doenças e acidentes de
trabalho.

8
Ceisc Concursos
Direito do Trabalho

Parágrafo único. O empregado deverá assinar termo de responsabilidade


comprometendo-se a seguir as instruções fornecidas pelo empregador.

Art. 75-F. Os empregadores deverão conferir prioridade aos empregados com deficiência
e aos empregados e empregadas com filhos ou criança sob guarda judicial até quatro anos
de idade na alocação em vagas para atividades que possam ser efetuadas por meio do
teletrabalho ou trabalho remoto.

1.1.10 Contrato intermitente


O intermitente é um empregado (CTPS) que não tem dias e horários fixos de trabalho,
sendo que somente trabalha quando convocado para empresa. É uma novidade legislativa da
reforma.
Está regulamentado no art 443 da CLT e suas regras contratuais estão previstas no art.
452-A da CLT.
Art. 443 § 3º da CLT - Considera-se como intermitente o contrato de trabalho no qual a
prestação de serviços, com subordinação, não é contínua, ocorrendo com alternância de
períodos de prestação de serviços e de inatividade, determinados em horas, dias ou
meses, independentemente do tipo de atividade do empregado e do empregador, exceto
para os aeronautas, regidos por legislação própria.

Art. 452-A da CLT - O contrato de trabalho intermitente deve ser celebrado por escrito e
deve conter especificamente o valor da hora de trabalho, que não pode ser inferior ao valor
horário do salário mínimo ou àquele devido aos demais empregados do estabelecimento
que exerçam a mesma função em contrato intermitente ou não.
§ 1º O empregador convocará, por qualquer meio de comunicação eficaz, para a prestação
de serviços, informando qual será a jornada, com, pelo menos, três dias corridos de
antecedência.
2° Recebida a convocação, o empregado terá o prazo de um dia útil para responder ao
chamado, presumindo-se, no silêncio, a recusa.
§ 3º A recusa da oferta não descaracteriza a subordinação para fins do contrato de
trabalho intermitente.
§ 4º Aceita a oferta para o comparecimento ao trabalho, a parte que descumprir, sem justo
motivo, pagará à outra parte, no prazo de trinta dias, multa de 50% (cinquenta por cento)
da remuneração que seria devida, permitida a compensação em igual prazo.
§ 5º O período de inatividade não será considerado tempo à disposição do empregador,
podendo o trabalhador prestar serviços a outros contratantes.
§ 6º Ao final de cada período de prestação de serviço, o empregado receberá o pagamento
imediato das seguintes parcelas:
I - Remuneração;
II - Férias proporcionais com acréscimo de um terço;
III - Décimo terceiro salário proporcional;
IV - Repouso semanal remunerado; e
V - Adicionais legais.
§ 7º O recibo de pagamento deverá conter a discriminação dos valores pagos relativos a
cada uma das parcelas referidas no § 6o deste artigo.
§ 8º O empregador efetuará o recolhimento da contribuição previdenciária e o depósito do
Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, na forma da lei, com base nos valores pagos no
período mensal e fornecerá ao empregado comprovante do cumprimento dessas
obrigações.
§ 9º A cada doze meses, o empregado adquire direito a usufruir, nos doze meses
subsequentes, um mês de férias, período no qual não poderá ser convocado para prestar
serviços pelo mesmo empregador.

9
Ceisc Concursos
Direito do Trabalho

1.1.11 Termo de quitação anual


É possível que a empresa faça anualmente um termo de quitação contratual com os seus
empregados, desde que esse termo, tenho o aval do sindicato da categoria.
Art. 507-B da CLT - É facultado a empregados e empregadores, na vigência ou não do
contrato de emprego, firmar o termo de quitação anual de obrigações trabalhistas, perante
o sindicato dos empregados da categoria.
Parágrafo único. O termo discriminará as obrigações de dar e fazer cumpridas
mensalmente e dele constará a quitação anual dada pelo empregado, com eficácia
liberatória das parcelas nele especificadas.

1.1.12 Cláusula de arbitragem


É possível incluir uma clausula de arbitragem no contrato de trabalho, desde que o
empregado receba duas vezes o teto do INSS.
Art. 507-A da CLT - Nos contratos individuais de trabalho cuja remuneração seja superior
a duas vezes o limite máximo estabelecido para os benefícios do Regime Geral de
Previdência Social, poderá ser pactuada cláusula compromissória de arbitragem, desde
que por iniciativa do empregado ou mediante a sua concordância expressa, nos termos
previstos na Lei no 9.307, de 23 de setembro de 1996.

1.1.13 Interrupção e suspensão do contrato de trabalho

Atenção!

Salário
• na suspensão: não é devido
• na interrupção: devido
• no acidente de Trabalho e Serviço Militar: não é devido

Trabalho
• na suspensão: não há
• na interrupção: não há
• no acidente de Trabalho e Serviço Militar: não há

Tempo de Serviço e FGTS


• na suspensão: não conta e não deposita
• na interrupção: conta e deposita
• no acidente de Trabalho e Serviço Militar: conta e deposita

10
Ceisc Concursos
Direito do Trabalho

As regras básicas sobre interrupção e suspensão do contrato de trabalho encontram-se


nos arts. 471 a 476-A da CLT, todos abaixo:

Art. 471 da CLT - Ao empregado afastado do emprego, são asseguradas, por ocasião de
sua volta, todas as vantagens que, em sua ausência, tenham sido atribuídas à categoria
a que pertencia na empresa.

Art. 472 da CLT - O afastamento do empregado em virtude das exigências do serviço


militar, ou de outro encargo público, não constituirá motivo para alteração ou rescisão do
contrato de trabalho por parte do empregador.
§ 1º - Para que o empregado tenha direito a voltar a exercer o cargo do qual se afastou
em virtude de exigências do serviço militar ou de encargo público, é indispensável que
notifique o empregador dessa intenção, por telegrama ou carta registrada, dentro do prazo
máximo de 30 (trinta) dias, contados da data em que se verificar a respectiva baixa ou a
terminação do encargo a que estava obrigado.
§ 2º - Nos contratos por prazo determinado, o tempo de afastamento, se assim acordarem
as partes interessadas, não será computado na contagem do prazo para a respectiva
terminação.
§ 3º - Ocorrendo motivo relevante de interesse para a segurança nacional, poderá a
autoridade competente solicitar o afastamento do empregado do serviço ou do local de
trabalho, sem que se configure a suspensão do contrato de trabalho.
§ 4º - O afastamento a que se refere o parágrafo anterior será solicitado pela autoridade
competente diretamente ao empregador, em representação fundamentada com audiência
da Procuradoria Regional do Trabalho, que providenciará desde logo a instauração do
competente inquérito administrativo.
§ 5º - Durante os primeiros 90 (noventa) dias desse afastamento, o empregado continuará
percebendo sua remuneração.

Art. 473 da CLT - O empregado poderá deixar de comparecer ao serviço sem prejuízo do
salário:
I - Até 2 (dois) dias consecutivos, em caso de falecimento do cônjuge, ascendente,
descendente, irmão ou pessoa que, declarada em sua carteira de trabalho e previdência
social, viva sob sua dependência econômica;
II - Até 3 (três) dias consecutivos, em virtude de casamento;
III - por cinco dias consecutivos, em caso de nascimento de filho;
IV - Por um dia, em cada 12 (doze) meses de trabalho, em caso de doação voluntária de
sangue devidamente comprovada;
V - Até 2 (dois) dias consecutivos ou não, para o fim de se alistar eleitor, nos têrmos da lei
respectiva.
VI - No período de tempo em que tiver de cumprir as exigências do Serviço Militar referidas
na letra "c" do art. 65 da Lei nº 4.375, de 17 de agosto de 1964 (Lei do Serviço Militar).
VII - Nos dias em que estiver comprovadamente realizando provas de exame vestibular
para ingresso em estabelecimento de ensino superior.
VIII - Pelo tempo que se fizer necessário, quando tiver que comparecer a juízo.
IX - Pelo tempo que se fizer necessário, quando, na qualidade de representante de
entidade sindical, estiver participando de reunião oficial de organismo internacional do qual
o Brasil seja membro.
X - dispensa do horário de trabalho pelo tempo necessário para acompanhar sua esposa
ou companheira em até seis consultas médicas, ou exames complementares, durante o
período de gravidez;
XI - Por 1 (um) dia por ano para acompanhar filho de até 6 (seis) anos em consulta médica.
XII - Até 3 (três) dias, em cada 12 (doze) meses de trabalho, em caso de realização de
exames preventivos de câncer devidamente comprovada.
Parágrafo único. O prazo a que se refere o inciso III do caput será contado a partir da data
de nascimento do filho.

11
Ceisc Concursos
Direito do Trabalho

Atenção!

Regra específica para professores: Art. 320, § 3º da CLT - Não serão descontadas, no
decurso de 9 (nove) dias, as faltas verificadas por motivo de gala ou de luto em consequência de
falecimento do cônjuge, do pai ou mãe, ou de filho.

Art. 474 da CLT - A suspensão do empregado por mais de 30 (trinta) dias consecutivos
importa na rescisão injusta do contrato de trabalho.

Art. 475 da CLT - O empregado que for aposentado por invalidez terá suspenso o seu
contrato de trabalho durante o prazo fixado pelas leis de previdência social para a
efetivação do benefício.
§ 1º - Recuperando o empregado a capacidade de trabalho e sendo a aposentadoria
cancelada, ser-lhe-á assegurado o direito à função que ocupava ao tempo da
aposentadoria, facultado, porém, ao empregador, o direito de indenizá-lo por rescisão do
contrato de trabalho, nos termos dos arts. 477 e 478, salvo na hipótese de ser ele portador
de estabilidade, quando a indenização deverá ser paga na forma do art. 497.
§ 2º - Se o empregador houver admitido substituto para o aposentado, poderá rescindir,
com este, o respectivo contrato de trabalho sem indenização, desde que tenha havido
ciência inequívoca da interinidade ao ser celebrado o contrato.

Art. 476 da CLT - Em caso de seguro-doença ou auxílio-enfermidade, o empregado é


considerado em licença não remunerada, durante o prazo desse benefício.

Art. 476-A da CLT - O contrato de trabalho poderá ser suspenso, por um período de dois
a cinco meses, para participação do empregado em curso ou programa de qualificação
profissional oferecido pelo empregador, com duração equivalente à suspensão contratual,
mediante previsão em convenção ou acordo coletivo de trabalho e aquiescência formal do
empregado, observado o disposto no art. 471 desta Consolidação.
§ 1º Após a autorização concedida por intermédio de convenção ou acordo coletivo, o
empregador deverá notificar o respectivo sindicato, com antecedência mínima de quinze
dias da suspensão contratual.
§ 2º O contrato de trabalho não poderá ser suspenso em conformidade com o disposto no
caput deste artigo mais de uma vez no período de dezesseis meses.
§ 3º O empregador poderá conceder ao empregado ajuda compensatória mensal, sem
natureza salarial, durante o período de suspensão contratual nos termos do caput deste
artigo, com valor a ser definido em convenção ou acordo coletivo.
§ 4º Durante o período de suspensão contratual para participação em curso ou programa
de qualificação profissional, o empregado fará jus aos benefícios voluntariamente
concedidos pelo empregador.
§ 5º Se ocorrer a dispensa do empregado no transcurso do período de suspensão
contratual ou nos três meses subsequentes ao seu retorno ao trabalho, o empregador
pagará ao empregado, além das parcelas indenizatórias previstas na legislação em vigor,
multa a ser estabelecida em convenção ou acordo coletivo, sendo de, no mínimo, cem por
cento sobre o valor da última remuneração mensal anterior à suspensão do contrato.
§ 6º Se durante a suspensão do contrato não for ministrado o curso ou programa de
qualificação profissional, ou o empregado permanecer trabalhando para o empregador,
ficará descaracterizada a suspensão, sujeitando o empregador ao pagamento imediato
dos salários e dos encargos sociais referentes ao período, às penalidades cabíveis
previstas na legislação em vigor, bem como às sanções previstas em convenção ou acordo
coletivo.

12
Ceisc Concursos
Direito do Trabalho

§ 7º O prazo limite fixado no caput poderá ser prorrogado mediante convenção ou acordo
coletivo de trabalho e aquiescência formal do empregado, desde que o empregador arque
com o ônus correspondente ao valor da bolsa de qualificação profissional, no respectivo
período.

1.2 Dano extrapatrimonial


O dano extrapatrimonial, também popularmente conhecido como dano moral. Com a re-
forma trabalhista passou a ter previsão legal na CLT. Destaque para possibilidade de ação inde-
nizatória por parte da empresa face ao empregado (223-D da CLT).
Art. 223-A da CLT - Aplicam-se à reparação de danos de natureza extrapatrimonial de-
correntes da relação de trabalho apenas os dispositivos deste Título.

Art. 223-B da CLT - Causa dano de natureza extrapatrimonial a ação ou omissão que
ofenda a esfera moral ou existencial da pessoa física ou jurídica, as quais são as titulares
exclusivas do direito à reparação.

Art. 223-C da CLT - A honra, a imagem, a intimidade, a liberdade de ação, a autoestima,


a sexualidade, a saúde, o lazer e a integridade física são os bens juridicamente tutelados
inerentes à pessoa física.

Art. 223-D da CLT - A imagem, a marca, o nome, o segredo empresarial e o sigilo da


correspondência são bens juridicamente tutelados inerentes à pessoa jurídica.

Art. 223-E da CLT - São responsáveis pelo dano extrapatrimonial todos os que tenham
colaborado para a ofensa ao bem jurídico tutelado, na proporção da ação ou da omissão.

Art. 223-F da CLT - A reparação por danos extrapatrimoniais pode ser pedida cumulati-
vamente com a indenização por danos materiais decorrentes do mesmo ato lesivo.
§ 1º Se houver cumulação de pedidos, o juízo, ao proferir a decisão, discriminará os valo-
res das indenizações a título de danos patrimoniais e das reparações por danos de natu-
reza extrapatrimonial.
§ 2º A composição das perdas e danos, assim compreendidos os lucros cessantes e os
danos emergentes, não interfere na avaliação dos danos extrapatrimoniais.

Art. 223-G da CLT - Ao apreciar o pedido, o juízo considerará:


I - A natureza do bem jurídico tutelado.
II - A intensidade do sofrimento ou da humilhação.
III - A possibilidade de superação física ou psicológica.
IV - Os reflexos pessoais e sociais da ação ou da omissão.
V - A extensão e a duração dos efeitos da ofensa.
VI - As condições em que ocorreu a ofensa ou o prejuízo moral.
VII - O grau de dolo ou culpa.
VIII - A ocorrência de retratação espontânea.
IX - O esforço efetivo para minimizar a ofensa.
X - O perdão, tácito ou expresso.
XI - A situação social e econômica das partes envolvidas.
XII - O grau de publicidade da ofensa.
§ 1º Se julgar procedente o pedido, o juízo fixará a indenização a ser paga, a cada um dos
ofendidos, em um dos seguintes parâmetros, vedada a acumulação:
I - Ofensa de natureza leve, até três vezes o último salário contratual do ofendido.
II - Ofensa de natureza média, até cinco vezes o último salário contratual do ofendido.
III - Ofensa de natureza grave, até vinte vezes o último salário contratual do ofendido.
IV - Ofensa de natureza gravíssima, até cinquenta vezes o último salário contratual do
ofendido.

13
Ceisc Concursos
Direito do Trabalho

§ 2º Se o ofendido for pessoa jurídica, a indenização será fixada com observância dos
mesmos parâmetros estabelecidos no § 1º deste artigo, mas em relação ao salário con-
tratual do ofensor.
§ 3º Na reincidência entre partes idênticas, o juízo poderá elevar ao dobro o valor da in-
denização.

Atenção!

Dano extrapatrimonial = Dano moral. Tanto pessoa física quanto jurídica pode sofrer dano
extrapatrimonial. Pode cumular o pedido de dano material com o de dano extrapatrimonial.

Legislação ou artigos destaques do conteúdo:

Contrato de trabalho: Art. 442 ao 456-A da CLT


Empregado hipersuficiente: Art. 444 da CLT
Alteração contratual: Art. 468 ao 470 CLT; OJ 113 do TST; S. 29 do TST
Contrato de teletrabalho: Art. 75-A ao 75-F da CLT
Contrato intermitente: Art. 443, §3º e 452-A da CLT
Termo de quitação anual: Art. 507-B da CLT
Cláusula de arbitragem: Art. 507-A da CLT
Interrupção e suspensão do contrato de trabalho: Art. 471 a 476-A da CLT
Dano extrapatrimonial: Art. 223-A ao 223-G da CLT

14
Ceisc Concursos
Direito do Trabalho

15

Você também pode gostar