Você está na página 1de 19

A GESTÃO DA ESCOLA DE HOJE:

MODALIDADES, LIMITES E POSSIBILIDADES

Fátima Holanda
Secretária Municipal de Educação
Básica de Limoeiro do Norte - CE
CONSIDERAÇÕES INICIAIS

 Finalidade das relações escolares: o desenvolvimento humano

 O desenvolvimento se remete à totalidade do humano e se configura como


processo ininterrupto

 O que é escola? E qual é a função que ela tem na sociedade?

 A função da escola é realizar a mediação entre o conhecimento prévio dos alunos e


o conhecimento formal, sistematizado, possibilitando formas de acesso ao
conhecimento científico
 A LDB, traz o dever da escola, como compromisso de educar os alunos dentro dos
princípios democráticos.

 Luckesi (1992, p. 119), explica que “o ato de planejar não pode relegar nenhum
procedimento de análise, uma vez que esse ato deve ser ao mesmo tempo político,
social, científico e técnico.”

 Para Gadotti (2001), a pedagogia é revolucionária, significa que ela não esconde
as relações existentes entre educação e sociedade, entre educação e poder, ou
seja, ela não esconde o papel ideológico, político, da educação.

 De acordo com a especialista em educação Heloísa Lück: “A gestão escolar


aborda questões concretas da rotina educacional e busca garantir que as
instituições de ensino tenham as condições necessárias para cumprir seu papel
principal: ensinar com qualidade e formar cidadãos com as competências e
habilidades indispensáveis para sua vida pessoal e profissional.”
O LUGAR DOS AFETOS NA RELAÇÃO SAÚDE-ESCOLA

 A escola de hoje nos revela que sentimentos prazerosos pelo ambiente escolar não
são suficientes para o envolvimento do professor nas ações promotoras de saúde
pela maneira descontextualizada como estas são realizadas.

 Por que a superioridade da razão, e a negação da afetividade na escola?

 A urgência da atenção aos afetos que nos constituem


• Emoções: afetos instantâneos;
• Sentimentos: afetos duradouros (equilíbrio com a razão);
• Afetos: contágios; opõem-se à passividade.
DOS ASPECTOS AFETIVOS PARA A PROMOÇÃO DE UMA
ESCOLA DE QUALIDADE

Educação dos afetos: “educar sempre significa mudar”


(Vigotski, psiped, p. 140);

As emoções organizam o comportamento;


I. Fazer algo com alegria: tende a continuar.
II. Fazer algo com repulsa: tende a desistir, ficar triste.

Afetos positivos e negativos: potência para agir e falta de


capacidade; alegria e tristeza;
UMA ESCOLA AFETUOSA MUDA AS RELAÇÕES

 As palavras agem sobre nosso sistema afetivo de modo diferente, dependendo da


forma como são dirigidas (Sawaia);

 Somos afetados pela forma como construímos os significados da realidade;

 É o significado que organiza a consciência.


BERNSTEIN – DIÁLOGO ENTRE MÃE E CRIANÇA
DENTRO DE UM ÔNIBUS

1º Exemplo de diálogo 2º Exemplo de diálogo

[M]: Segure firme / [C]: Porquê? [M]: Segure firme, querido / [C]: Porquê?

[M]: Segure firme / [C]: Porquê? [M]: Se você não segurar, vai ser jogado para a
frente e vai cair / [C]: Porquê?
[M]: Segure firme / [C]: Porquê?
[M]: Porque se o ônibus parar de repente, você
[M]: Eu mandei você segurar firme, não vai ser jogado no banco da frente / [C]: Porquê?
mandei?
[M]: Agora, querido, segure firme e não crie
caso.
ANÁLISE DOS EXEMPLOS DE DIÁLOGO

1º exemplo:
• Exclusão de uma gama de aprendizagens;
• Curiosidade da criança é reprimida;
• Pedido da mãe e resposta da criança: ausência de encadeamento;
• Mudança de comportamento da criança por condicionamento verbal, e
não por aprendizagem instrumentalizada;
• Questionamento da criança interpretado como desafio a autoridade
inerente ao status da mãe.

2º exemplo:
• A criança é exposta a uma situação de relações e sequência;
• Condições de aprendizagem entre as afirmações categóricas;
• Relação linguisticamente elaborada;
• O poder social latente (da mãe) é revelado mais tarde e sob condições
diferentes (do primeiro caso).
LIMITES NA ESCOLA DE HOJE
CURRÍCULO trabalho
coletivo
ESCOLAR FORMAÇÕES

Estimular
competências e
habilidades do
século 21
RECURSOS

Incluir a LIMITES DISTÚBIOS


tecnologia em EMOCIONAIS
sala de aula

participação
Motivar o corpo dos pais na
docente rotina
escolar
EVASÃO
ESCOLAR
POSSIBILIDADES
AUMENTO DO PODER DA
CRIATIVIDADE E DA
IMAGINAÇÃO

VALORIZAÇÃO DOS MORDENIZAÇÃO NAS


PROFISSIONAIS ESTRUTURAS ESCOLARES

POSSIBILIDADES

NOVOS INVESTIMENTOS NOVAS METODOLOGIAS


SUCESSO ESCOLAR

 São as situações de sucesso escolar que promovem a aproximação do aluno com a


escola.

 A percepção dos alunos de que estão aprendendo aumenta o envolvimento e


produz motivação (Tassoni, 2011).

 Acesso, permanência e sucesso escolar: se cumprem não apenas pelo fato de


estar na escola, mas por apropriar-se dos conhecimentos socialmente valorizados
(Tassoni, 2011).
CONSTRUÇÃO DE DIÁLOGOS SOBRE O FUTURO DA EDUCAÇÃO

 Precisamos resgatar a escola como espaço de aprendizagem, pertencimento e acolhimento


para que as crianças, jovens e adultos encontrem nela esperança e sonhos: um futuro.

 A pandemia agravou as vulnerabilidades sociais de boa parte da população brasileira, com


muitas famílias perdendo renda e emprego;

 Quando os estudantes que estão enfrentando esse contexto retornam à escola, não há
como desconsiderar toda a carga emocional que os acompanha. É preciso que o aluno e
sua vivência sejam acolhidos no ambiente escolar.

 O grande legado que a pandemia deixou para a Educação foi a tomada de consciência de
que nossos problemas educacionais são, antes de tudo, problemas de desigualdade social.
Embora a função social da escola não seja de assistência social – mas, de garantir
aprendizagens.
 Ensinar e aprender: processos articulados;

 Processo de acolhimento e escuta, que deve ser contínuo, deve alcançar não somente
os estudantes e suas famílias, mas também os professores, que voltam à escola após
vivências profissionais e pessoais difíceis, muitas vezes, traumáticas.

 Tenho visto muitos professores se sentindo impotentes, desamparados e


desesperançosos. Precisamos reconhecer e agradecer tudo o que fizeram e continuam a
fazer e dar muito apoio a eles, que estão na linha de frente do desafio de reconstruir os
muros escola;

 Em relação às aprendizagens, precisamos considerar que a concepção de aprendizagem


que nossa sociedade tem é limitada e desconsidera outros desenvolvimentos
significativos que crianças e adolescentes tiveram ao longo da pandemia. Não existem
perdas irreparáveis na aprendizagem, muito menos uma “geração perdida”.
O uso das tecnologias digitais

 É importante defender cada vez mais a inclusão digital porque ela é sinônimo de
inclusão social e observar que o discurso de que os professores têm resistência às
tecnologias foi por terra, uma vez que eles fizeram acontecer. O que falta são
políticas públicas sistemáticas, formação, acompanhamento e investimento;

 As tecnologias digitais ampliam possibilidades como todas as ferramentas e, se


usadas de forma coerente com o PPP [Projeto Político Pedagógico] e o currículo da
escola, são bem-vindas. O problema é quando viram um fetiche, sendo usadas
para ser divertido, para parecer moderno, e na prática não muda ou facilita nada.
A BUSCA ATIVA DOS ESTUDANTES
 Em 2020, cerca de 5,5 milhões de crianças e adolescentes de 6 a 17 anos tiveram
seu direito à educação negado, segundo o Fundo das Nações Unidas para a
Infância (Unicef). O dado inclui os que não frequentavam a escola (1,4 mil), seja de
forma presencial ou remota, e os que frequentavam, mas não tiveram acesso a
atividades pedagógicas (4,1 mil).

 Um dos principais desafios das redes e escolas agora é conquistar condições para
que essas crianças e adolescentes possam voltar e permanecer na escola com
qualidade, um direito garantido a eles constitucionalmente.

 É hora de acionar todo mundo, para que estejam atentos ao seu redor;

 Este também é o momento de resgatar políticas públicas que garantam condições


para os estudantes, sobretudo os adolescentes e adultos, a continuarem na escola:
ANÁLISE/SÍNTESE

 Objeto da crítica: tem ocorrido um esvaziamento do ato de ensinar e aprender,


tornando-os dicotômicos, solitários e demasiadamente enfadonhos.

 “O caráter subjetivo da aprendizagem muitas vezes é esquecido; certos professores


e pais pretendem despertar o desejo de aprender de seus alunos e filhos apelando
para “estudar é necessário para se obter um bom trabalho”, “para ganhar dinheiro”
ou “para ser reconhecido socialmente”. Assim [...] desvirtua-se o ato e o objeto de
aprender, deixando muitas crianças e adolescentes fora da possibilidade de
reconhecer seu próprio desejo de aprender” (FERNANDEZ, 2020, p. 29)
REFERÊNCIAS

Erika Cristina de Carvalho Silva Pereira. Maély Ferreira Holanda Ramos. Edson Marcos Leal Soares
Ramos. Síndrome de Burnout e autoeficácia em professores de educação física. Revista Brasileira de
Educação v.27 e270045 2022.

FERNANDEZ, Alicia. O saber em jogo: a psicopedagogia propiciando autorias de pensamento. Porto


Alegre, Artmed, 2010.

Elvira Cristina Martins Tassoni. As experiências de sucesso na aprendizagem e suas relações com a
permanência na escola. Revista de Educação PUC-Campinas, Campinas, 16(1):57-64, jan./jun., 2011.

LUCKESI, Cipriano C. Planejamento e Avaliação escolar: articulação e necessária determinação


ideológica. IN: O diretor articulador do projeto da escola. Borges, Silva Abel. São Paulo, 1992. FDE.
Diretoria Técnica. Série Ideias nº 15

LUCK, Heloisa. A Aplicação do Planejamento Estratégico na Escola. Revista Gestão em Rede, n°19,
2000.
CONSIDERAÇÕES FINAIS

“A educação não pode prescindir de esperança, de amor às


pessoas, de acreditar que é possível construir caminhos
coletivamente. Não há educação sem que essas coisas
estejam vivas. E a esperança, como Paulo Freire diz, é ação,
é transformar nossas perspectivas, nossos sonhos em ação”.

A escola é o nosso palco da vida.


OBRIGADA!

E-mail: fatimaholanda01@hotmail.com
Instagram: @profa.fatimaholanda

Você também pode gostar