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PROJETO DE ENSINO
EM LICENCIATURA EM PEDAGOGIA
BELO HORIZONTE
2023
PROJETO DE ENSINO
EM PEDAGOGIA
BELO HORIZONTE
2023
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.............................................................................................................3
1 TEMA....................................................................................................................4
2 JUSTIFICATIVA....................................................................................................5
3 PARTICIPANTES.................................................................................................7
4 OBJETIVOS......................................................................................................... 8
5 PROBLEMATIZAÇÃO..........................................................................................9
6 REFERENCIAL TEÓRICO.................................................................................11
7 METODOLOGIA.................................................................................................19
8 CRONOGRAMA.................................................................................................21
9 RECURSOS....................................................................................................... 22
10 AVALIAÇÃO....................................................................................................... 23
CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................24
REFERÊNCIAS......................................................................................................... 25
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INTRODUÇÃO
Por tais razões este trabalho tem como objetivos principais conhecer o perfil desses
alunos e analisar quais as metodologias adequadas para esta realidade. O interesse
pelo tema em questão surgiu a partir do estudo em uma disciplina do Curso de
Pedagogia, que destacou a trajetória da educação de jovens e adultos, desde a sua
origem até os dias de hoje, conhecendo dessa forma as diferentes dificuldades e
suas necessidade.
Sabemos que o público da EJA é diferenciado, abrange desde jovens que estão
irregulares na escola, alunos com a idade avançada e ambos os casos, vão desde
se alfabetizar, se recompor no mundo da educação ou até se aprofundar para
conhecimento também não podemos deixar de relatar aqueles que por ambição
pessoal buscam o tão sonhado diploma. Então, visto que fazem parte de um público
diferenciado, como eles são, como devem ser vistos e como ensiná-los?
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1 TEMA
A EJA deve considerar aspectos peculiares da identidade dos seus alunos que
retoma a escolarização, a maioria são jovens e adultos, que apesar das
dificuldades estão ali para terem domínio da leitura e da escrita e para aprender
as matérias básicas para vida. Esses alunos regressos, querem atuar na
cidadania e fazer valer seus direitos constitucionais, que estão garantindo aos
mesmos uma formação integral e ampla de homens e mulheres e de acesso a
profissionalização e a empregabilidade, fazendo com que essas pessoas
transformem sua velha situação opressora em uma nova, de libertação
Ressaltando que a educação deve ser de fácil acesso e ter como objetivo incluir
a população no mercado de trabalho, os educadores da EJA consideram a
bagagem de experiência e conhecimento que seu aluno traz da sua vida, e
sendo assim, transforma as informações já adquiridas por esse aluno em
conhecimento útil para aprendizado. O professor mediador também considera
que a origem de nossos alunos é diversa, pois cada um apresenta alguma
dificuldade, preocupação e vontade de superar os empecilhos e vê na escola
essa possibilidade de enfrentar os seus obstáculos e de consequentemente
vencê-los.
Com tudo isso em mente, consideremos que o conjunto cultural formado pelas
pessoas que se encontram numa mesma série, numa sala de aula, é, então,
extremamente rico, e com suas peculiaridades, a aprendizagem acontece!
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2 JUSTIFICATIVA
O lazer fica por conta dos encontros com as famílias ou dos festejos e eventos
das comunidades das quais participam, ligados, muitas vezes, às igrejas ou
associações, ou a televisão que é apontada como principal fonte de lazer e
informação. Uma característica frequente do (a) aluno (a) é sua baixa
autoestima, muitas vezes reforçada pelas situações de fracasso escolar, pois
conforme Ribeiro (2001) a sua eventual passagem pela escola, muitas vezes, foi
marcada pela exclusão e/ou pelo insucesso escolar.
Conforme diz Gadotti (2001) esses lutam para superar suas condições precárias
de vida que estão na raiz do problema do analfabetismo. O desemprego e os
baixos salários comprometem o processo de alfabetização desses jovens e
adultos, fazendo-os muitas vezes desistir de frequentar as aulas. Por isso de
acordo com Maia (2001) o educador que vai trabalhar com os alunos da EJA
deve relacionar os conteúdos com a vida dos alunos, com sua realidade
existencial, pois na maioria dos casos eles sofrem com questões familiares,
profissionais, conjugais, preconceito entre outras.
Já temos muitos temas relacionados a esse assunto, também temos muitas literaturas e
autores de qualidade, porem essa reflexão se dá justamente no meu processo de
amadurecimento como educador, então, assim sendo, elaboro esse arquivo/manual
onde procuro traçar o perfil dos estudantes EJA e a melhor forma de mediar os
conteúdos, visto que eu, logo breve pedagogo, serei formador de pessoas
pensantes e alfabetizador de todos os graus e idades. Meu objetivo, como já
mencionado, é trazer mais reflexões sobre o artigo e mostrar a realidade vista com
meus próprios olhos, bem como explanar um pouco mais sobre as diversas
dificuldades sociais do estudante e a falta de apoio ao professor formador, visto que
somente ser um replicador de conteúdo não é suficiente para educar que já está
formado pela vida.
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3 PARTICIPANTES
Alunos jovens e adultos são homens e mulheres que chegam à escola com
crenças e valores já constituídos. As escolas para jovens e adultos recebe em
suas salas uma pessoa com traços de vida, origens, idades, vivências
profissionais, históricos escolares, ritmos de aprendizagem e estruturas de
pensamento completamente variados.
Qualquer pessoa com mais de 15 anos pode fazer o EJA de nível Fundamental
e a partir de 18 anos, de nível Médio. Além disso, o EJA é voltado para quem
ainda não conseguiu terminar os estudos, logo a pessoa deve estar com o
Fundamental ou o Médio incompletos para se inscrever., neste estudo,
usaremos este público como nossa referência.
4 OBJETIVO GERAL
OBJETIVO ESPECIFICO
5 PROBLEMATIZAÇÃO
A visão de mundo dos alunos que voltam para a sala de aula depois de adultos, ou
mesmo aqueles que iniciam sua trajetória escolar nesta fase da vida é bastante
peculiar. Estes alunos EJA são seres humanos diversificados; são pessoas que
chegam à escola, formam grupos de amigos e estes grupos com uma grande
diversidade cria sua própria personalidade e identidade. São homens e mulheres,
adultos e idosos que chegam na escola com crenças e valores já constituídos,
porém com um mesmo objetivo - conseguir recuperar o tempo perdido e assim se
sentirem pessoas inseridas em uma sociedade totalmente exigente
As escolas recebem esses alunos e alunas e entende que cada um tem uma
realidade, Ao passo que uma jovem aluna abandonou seus estudos para criar seu
filho devido uma gestação na adolescência, temos outro adulto que abandonou os
estudos para ajudar seus pais na criação de seus irmãos... Também temos a dona
Maria Helena, idosa, já aposentada, mas que nunca frequentou o ambiente escolar.
Agora, já com filhos criados e viúva, quer realizar seu sonho de escrever seu próprio
nome e saber investir sua pequena aposentadoria.
São pessoas que vivem no mundo adulto, com trabalhos e responsabilidades sociais
e familiares, com valores éticos e morais formados, com diversos símbolos religiosos
e que agora, então dentro do ambiente escolar em busca de um mesmo objetivo – a
diplomação e a realização de um sonho. É necessário ressaltar que o acesso à
educação era mais restrito há algumas décadas atrás, tanto pela quantidade de
vagas ofertadas, tanto pelo difícil acesso às escolas. Isso também pode ter sido um
fator decisivo Para Joao da Silva, que desce cedo, aprendeu a pegar num cabo de
inchada e não numa caneta e um papel, justificando assim a entrada tardia no
sistema de ensino ou até mesmo a nunca entrada na porta de uma escola
Então, tendo tudo isso em mente e sabendo que são um grupo peculiar,
diferenciado, específico e com todas as outras exceções possíveis de citar, procurei
métodos de abordar o assunto - que é delicado - porém bem relevante e assim
analisar criticamente o embasamento desse grupo especifico de estudantes.
Procuraremos abordar durante o artigo, técnicas de educação para o ensino da EJA,
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o cuidado que o professor regente deve ter ao buscar o equilíbrio entre lidar com um
aluno regresso da última década, ou a delicadeza em alfabetizar o Senhor João da
Silva, caipira do mato, que não assina nem eu nome. Ao nos aprofundarmos neste
temos, vamos ampliar o entendimento da postura do profissional professor mediador
diante de uma turma não regularizada, quais os métodos de ensino e avaliação e
por fim, um diagnóstico da auto estima e satisfação desses alunos ao conseguir o
tão sonhado diploma
6 REFERENCIAL TEÓRICO
Quando os sujeitos que evadiram das escolas reingressam na vida adulta, já estão
comprometidos com seus trabalhos, geralmente de baixa remuneração. Na maior
parte dos casos, estes trabalhadores só retomam os estudos quando há obrigação
dos patrões, ou quando verdadeiramente desejam mudar de ramo de trabalho e
reconhecem que os estudos fizeram falta.
alunos no planejamento que você faz para o trabalho com eles? O que seus alunos
aprendem, de alguma maneira, transforma seu modo de ver e atuar na comunidade
que vivem?
A convivência dentro da sala de aula pode ser favorável aos jovens, pois a
sabedoria e as experiências vividas pelos mais velhos podem servir de exemplo
podendo até inspirá-los em sua vida estudantil. Alguns desses alunos iniciaram sua
vida estudantil na EJA, outros já veem na EJA, a oportunidade de continuar seus
estudos de onde por algum motivo, tiveram que parar. A história pessoal desses
jovens e desses adultos é marcada pelas diferentes vivências na sociedade que
participam, e sua identidade tem múltiplas fontes de referências a partir das quais
foram construídos os conhecimentos, os valores, as crenças. Pois cada um desses
alunos e alunas da EJA, pensam de forma diferente. Como diz Scortegagna e
Oliveira (2006):
Quando se fala “sou professor”, deve ter em mente que precisa ser muito mais que
aquele sujeito em sala de aula. Ele tem participação na vida das pessoas, levando
conceitos, posições sociais, educação e cidadania em sociedade. O professor é
visto como referência no quesito educação e exemplo aos alunos;
Cabe ao professor perceber o que os alunos almejam com os estudos e com base
nessa informação ele deve construir uma prática para atender as diferentes
necessidades de aprendizagens. Um plano de aula desafiador, especifico para cada
turma, pensado em cada aluno e sempre lembrando que aquele estudante será
submetido a testes profissionais e que precisará de um mínimo de habilidades para
superá-lo, este professor deve entender que é um profissional, porém, tem que
exercer sua função com amor social;
Assim, Freire defende que é necessário ao professor este saber; “ensinar não é
transferir conhecimento”. Este saber deve estar presente diariamente na sua prática,
de forma intrínseca, como se já fosse algo do próprio ser do professor. E o mesmo
deve estar se avaliando e vivenciado constantemente suas práticas, afim de
encontrar resultados positivos ou negativos, para ajustá-las.
Para toda educação ser válida, ela deve necessariamente estar precedida de uma
reflexão sobre o homem e de uma análise do meio de vida do homem a quem
queremos educar. (FREIRE, 1980, pp. 33-34). É importante que qualquer
modalidade de ensino conheça o perfil dos seus alunos para ter condições de ofertar
uma educação voltada a realidade deles, também devemos considerar que a escola
não é o único espaço de aprendizagem, mas é a referência entre todos e assim
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Os jovens que passaram por uma sala de aula da EJA e hoje estão na faculdade, se
sentem vencedores por tal façanha, pois às vezes são desacreditados e
discriminados por serem alunos da EJA e por não terem terminado o ensino médio
em uma sala de aula do ensino regular, portanto, esses alunos, cada um com seu
perfil, conquistaram seu espaço, mostrando que mesmo com tantas dificuldades,
pessoas diferentes podem conviver em um mesmo espaço escolar, trocando
experiências de vida que podem ajudar o professor em sala de aula.
7 METODOLOGIA
Partindo das minhas inquietações como futuro pedagogo, as vivência nas salas da
EJA resultantes das disciplinas de estágio, propus nesse trabalho apresentar o perfil
dos alunos da EJA – Educação de Jovens e Adultos - para além das aulas teóricas
no Curso de Pedagogia, tendo como ponto de partida a visão do sujeito analfabeto
ou não letrado apresentada por Freire, na qual o indivíduo é concebido como ser
social dotado de saberes e capacidade de aprendizagem, capaz de ler e
compreender o mundo que o cerca, e que sua transformação ocorre na interação e
troca de saberes, se apoderando da consciência de seu papel como cidadão e
libertando-se da opressão do não saber ou não fazer parte.
Com o tema central - Uma breve discussão sobre quem são os sujeitos da EJA e
quais suas expectativas na sala de aula - surgiu a partir das minhas vivencias e
interesse em conhecer um pouco mais sobre quem eram aquelas pessoas e o que
as levou a procurar a escola tanto tempo depois e quais eram suas dificuldades
atuais.
Para tanto, os profissionais que atuam na EJA precisam ter clareza e segurança quanto
aos objetivos e conteúdos educativos que integram um projeto pedagógico,
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definindo as melhores estratégias para prestar uma ajuda eficaz aos alunos. Devem
ter uma especial sensibilidade para trabalhar com a diversidade, já que numa turma
poderá encontrar educandos em vários estágios da vida. É por isso que muitas
delas, mesmo tendo outras responsabilidades no trabalho e em casa decidem
estudar, com a vontade de regressar aonde parou e tomar impulso para um voo
mais longe.
8 CRONOGRAMA
A produção desse trabalho foi além das formalidades exigidas pela academia. Investigar
sobre o perfil dos alunos da EJA era um desejo desde que comecei a frequentar as
salas durante os Estágios Supervisionados, eu achava que minha vida era dura pelo
fato de trabalhar durante o dia e estudar a noite, porém ao conhecer aquelas
pessoas vi que meus problemas eram mínimos perto do deles, pois a rotina frenética
e sua vontade de estar ali era o combustível que usavam como única forma de
vencer na vida, e eles estavam com a vida bem atrasada, ansiosos para recuperar o
tempo perdido, e isso é bem impactante!
Escolher meu público, meditar nas informações e levantar pesquisar bibliográficas foram
os primeiros passos. Após isso, pessoalmente conversei com alguns alunos e foi
muito gratificante e enriquecedor. Por vários dias, diálogos com pessoas buscando
entender suas origens e alguns desses, inclusive citadas aqui com variações no
nome, pude entender suas vidas e seus projetos de vida. Também aproveitei minhas
aulas com o turno da noite na escola que atualmente leciono e com isso, consegui
elaborar um escopo e um raciocínio da qual desenvolvi neste trabalho acadêmico.
Para guia de conclusão, essa pesquisa buscou evidenciar a importância da EJA, como
um meio para inserir aqueles alunos que foram segregados ou marginalizados da
escola, sendo impedidos de concluir os estudos em idade própria. Busquei
contextualizar, embora de forma aligeirada, o cotidiano da vida dos estudantes e por
fim, após a pesquisa pronta, pude tanto contemplar meu trabalho, por meditar em
tudo que foi escrito e internalizar no coração, tanto me sentir grato por estar
concluindo mais uma etapa da minha vida com minha diplomação – creio que tudo é
metodologia.
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9 RECURSOS
Deve também perceber o aluno como ele é e não como gostaria que fosse, com
suas qualidades e defeitos, potencialidades e limitações. O educador deve ser ético,
sincero, organizado, simpático e bondoso. Convencer o aluno de que o aprender é
bom, é possível em qualquer idade, que faz diferença, essas são características
imprescindível do educador da EJA.
10 AVALIAÇÃO
Os alunos que compõem esse público são múltiplos, obrigando assim os espaços
aonde ocorre o EJA a serem lugares no qual se prevaleça os diálogos abertos,
trocas de experiências e saberes trazidos com os próprios alunos adquiridos ao
longo de suas vidas. No entanto, percebe-se que ao se tratar da metodologia de
Paulo Freire, não devemos centrar somente na utilização dos temas geradores, ou
ter como ponto de partida a realidade dos alunos para perceber seu progresso, pois
existem muitas áreas de conhecimento... não ter desenvoltura na escola, não
restringe o aluno de ser um ótimo negociador, vendedor de casas ou um motorista
habilidoso. Entendi que até mesmo em nossas avaliações devemos ser subjetivos,
afinal, o que quero avaliar nos alunos, se até nós mesmos, não somos bons em
tudo! Claro que há habilidades a serem desenvolvidas, porém o equilíbrio é a
palavra correta quando se trata de avaliar quem já se amoldou a vida e somente
tenta sobreviver.
11 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente estudo possibilitou refletir sobre o ensino de EJA, a sua prática educativa,
considerando a metodologia do educador Paulo Freire, que coloca o aluno como
participante do ensino aprendizagem, e não somente como receptor do
conhecimento. Neste trabalho fui observador se é realmente assim na EJA, se há
incorporação do método de Paulo Freire. E ao final, percebemos que sim! O aluno é
o protagonista de sua aprendizagem e cabe ao educador dessa modalidade de
ensino refletir sua prática pedagógica.
Ficou explícito que em algum momento de sua vida os sujeitos dessa pesquisa foram
excluídos da escola. Nesse sentido a EJA tem a função reparadora e equalizadora
de trazer os reflexos da transformação social, na possibilidade de construir uma
sociedade emancipada. Por isso não é possível negar que a educação é um ato
político.
FREIRE, Paulo. Educação e mudança. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979. Consulta
em 24 se setembro de 2023
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 6. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1978.
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