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AFRO-BRASILEIRA - UNILAB
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO (PROPPG)
MESTRADO INTERDISCIPLINAR EM HUMANIDADES (MIH)
LINHA DE PESQUISA:
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2022
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................02
2 OBJETIVOS ............................................................................................................................03
3 JUSTIFICATIVA ....................................................................................................................04
4 REVISÃO TEÓRICA .............................................................................................................05
5 METODOLOGIA ...................................................................................................................06
6 CRONOGRAMA ....................................................................................................................07
7 BIBLIOGRAFIA .....................................................................................................................08
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1INTRODUÇÃO
Por muitos anos a educação foi negado a parte mais desfavorecida da nossa sociedade,
passando a ser direito de poucos o acesso as escolas e a formação pessoal cidadã. Esse direito
outrora negado, reflete ainda hoje na sociedade que em pleno século XXI possui cerca de 11
milhões de brasileiros analfabetos que carregam em sua história de vida a desvalorização e a falta
de oportunidade de trabalho e de melhores condições de vida, sendo inegável possuirmos a EJA
no centro de debates sobre exclusão social de marginalização econômica, afastamento
sociopolítico, privações de conhecimento acerca de benefícios sociais, dos direitos civis e acesso
a cultura.
Nessa perspectiva é importante conhecer o perfil do discente da educação de jovens e
adultos que muitas vezes iniciam sua trajetória escolar na fase adulta da vida, trazendo consigo
sua visão de mundo e experiências vividas além de sua própria linguagem muitas vezes
incompreendida, marginalizada e colocada de lado, por não seguir os modelos padrões cultos.
O que não é raro encontrarmos nas escolas o trabalho com a linguagem numa perspectiva
totalmente voltada a classe dominante denominada de normativa ou linguagem culta,
desprezando as variações linguísticas na qual se enquadra os falantes da EJA.
Isso distancia o aluno da aprendizagem que tanto se espera conquistar, visto que vai na
contramão de umas das funções mais importantes dessa modalidade de ensino que é a função
reparadora, que deve ser vista como uma oportunidade de fazer diferente reconhecendo o adulto e
suas vivencias sei jeito de pensar suas crenças e seu modo de falar.
Nesse pensamento trazemos à tona o desestimulo e consequentemente o abandono desses
alunos que ingressam, mas não concluem a vida acadêmica gerando um grande número de evasão
nas salas de educação de jovens e adultos, o que nos leva a indagar de que forma tem sido feito a
abordagem para garantir a permanência desse adulto na escola.
É nesta tessitura social conflitante que este projeto se debruça: analisar como tem sido a
abordagem da escola e da sociedade frente a esse aluno interiorano. Pretende-se: 1) traçar os
perfis socioculturais principalmente no que concerne a linguagem dos alunos da educação de
jovens e adultos do interior do Ceará; 2) compreender como percebem suas existências na
comunidade e cidade, problematizando a função da escola na garantia da educação reparadora.
Em primeiro momento, a pesquisa fará uso de aplicação de questionários para traçar os perfis e
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2 JUSTIFICATIVA
Art. 37º. A educação de jovens e adultos será destinada àqueles que não tiveram
acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e médio na idade
própria.
§ 1º. Os sistemas de ensino assegurarão gratuitamente aos jovens e aos adultos,
que não puderam efetuar os estudos na idade regular, oportunidades
educacionais apropriadas, consideradas as características do alunado, seus
interesses, 17
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No entanto, não é difícil ver muitos brasileiros nesta etapa da vida sem acesso à leitura e à
escrita, ou ainda, inseridos em uma educação que acontece de forma contingente, não atendendo
às necessidades da população, pois o cidadão precisa ser reconhecido como um ser de direitos
sendo preservado seus costumes e modo de ver a vida, não tendo suas peculiaridades como
barreiras para inserção do adulto no mundo letrado.
As Diretrizes Curricular da Educação de Jovens e Adultos refletem também sobre o perfil
deste educando, diz que “compreender o perfil do educando da EJA requer conhecer a sua
história, cultura e costumes, entendendo-o como um sujeito com diferentes experiências de vida e
que em algum momento afastou-se da escola devido a fatores sociais, econômicos políticos e ou
culturais” (BRASIL, 2005, p. 33).
Frente a este quadro inquietante, há algumas questões que se configuram como eixos
norteadores desta pesquisa: Quem são os alunos da EJA? A práxis pedagógica adotada na EJA
propicia o crescimento pessoal e social dos educandos? Que metodologia é adotada pelos
professores? Eles se sentem parte do processo? A metodologia estabelece vínculos com a
realidade dos alunos? Os conhecimentos de mundo e sua linguagem é levado em consideração no
processo? Estas questões nos instigam e direcionam a uma problemática: Como é acolhida a
identidade linguística dos alunos da educação de jovens e adultos e como isso afeta e modifica suas
vidas de modo geral?
Algumas indagações que vão ser passível de resposta, e através delas poderemos
modificar a realidade existente, contribuindo para mudança social significativa.
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3 OBJETIVOS
O objetivo geral da pesquisa aqui proposta é o de realizar uma análise do modo como é
vista a linguagem dos jovens e adultos nas salas de educação de jovens e adultos e como isso
reflete dentro e fora da escola.
Este objetivo geral se desdobra em termos dos seguintes objetivos específicos:
Investigar quais são as metodologias utilizadas nas aulas de Educação de jovens e adultos;
Traçar o perfil sociocultural dos jovens e adultos da EJA no município de Palmácia;
Entender suas experiências e perspectivas de vida no âmbito comunidade e cidade,
problematizando os serviços educacionais vigentes;
Apresentar consensos e dissensos sobre preconceito linguístico.
Estimular novas abordagens no ensino e aprendizagem que possa servir como suporte ao
professor;
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4 REVISÃO TEÓRICA
O ato de alfabetizar jovens e adultos pode ser datado desde o período da colonização
brasileira (1549- 1821), quando os jesuítas buscavam catequisar os índios, desde então a
educação de jovens e adultos foi constantemente modificada ao longo do tempo, diversas
experiências fracassadas fizeram parte de sua história, uma vez que todos os governos faziam o
seu projeto não visando efetivamente o educando e suas particularidades.
No entanto, um projeto que merece destaque foi o Programa Nacional de Alfabetização
inspirado na pedagogia de Paulo Freire desenvolvido no ano de 1964, o mestre defendia uma
educação voltada para os adultos sendo eles sujeitos ativos capazes de criar e recriar sua própria
história, através de uma pedagogia libertadora. A metodologia de Freire ia contra a política das
elites uma vez que este tinha como princípio básico a conscientização do educando. O que logo
foi substituído pelo projeto mais conhecido o MOBRAL que tinha como base a educação voltada
para a mão-de-obra para o mercado de trabalho acabando com os focos de conscientização que
existia no período Freiriano, o que novamente trouxe muitos prejuízos para essa modalidade de
ensino.
Paulo Freire sem dúvidas foi um grande conscientizador da educação de jovens e adultos
seus ensinamentos, estudos e experiências são pesquisados e ganham destaque até hoje na prática
cotidiana nas salas da EJA.
Desde então, muitas tentativas tem sido feita para garantir um ensino que vise o
cumprimento dos objetivos traçados para EJA, como é o caso da proposta dos parâmetros
curriculares nacionais, que diz que a educação de jovens e adultos deve ser pensada como um
modelo pedagógico próprio, com o objetivo de criar situações de ensino- aprendizagem
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Por esse motivo faz-se necessário que as metodologias empregadas sejam adequadas, e
que seu jeito e maneira de falar e de se expressar não seja mais uma barreira ou fator de
desestímulo, visto que isso pode desencadear um processo de inferioridade o que trará mais
consequências negativas. Bagno (2015) nos alerta sobre os perigos de direcionar a atenção apenas
as formas linguísticas de prestígio, destacando que:
Moita Lopes (2008) afirma que a LA assume uma postura interdisciplinar permitindo
compreender nossos tempos, bem como abrir novos horizontes com novas perspectivas, levando
em consideração que LA é uma área aplicada relacionada à prática social.
Isso precisa ser usado como ferramenta principal na investigação acerca da linguagem e
sua interação com o meio em que o aluno está inserido.
Como a interação é a base do processo educacional, podemos ter como base as pesquisas
e teorias de Vygotsky (1988), sócio-histórica, que nos apresenta a consciência sendo constituída a
partir das relações do homem com o meio, ou seja, o individuo é resultado de um processo sócio-
histórico, no qual nela está inserido a linguagem como mediadora na aprendizagem.
Nesse pensamento a questão principal é a produção de conhecimento pela interação com o
outro, mediados pela linguagem. Mas, como poderá haver essa troca se o sujeito e sua linguagem
social são mal compreendidos?
Há, portanto, um processo a ser investigado e que nos permite questionar sobre o
fenômeno exposto: “o estudo da linguagem como identidade dos alunos da EJA no município de
Palmácia” que recai sobre os jovens e adultos interioranos do Ceará , exigindo constante ruptura
e inquietação sociológica pautada numa concepção interdisciplinar capaz de tecer compreensões
sobre o fenômeno. E que nos atravessa a também compreender como elaboram perspectiva de
vida, mesmo sendo existências marcadas por falta de oportunidade e descaso social. Assim,
possibilitando o desenvolvimento, mesmo de forma embrionária, de processos dialógicos que
torna esses alunos protagonistas de sua história.
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“As normas são sempre abstrações, rígidas fórmulas provisionais que não
podem aspirar a incluir as ilimitadas possibilidades do ser”. E comenta, em
seguida: “Não proponho a anarquia lingüística, sugiro apenas que se ensine a
língua como é e não como alguns supõem que seja”.
Ainda assim, concordamos com Bagno (2015) ao dizer que a aceitação, a defesa e o
reconhecimento da legitimidade das variedades sem prestígio social não está em contradição com
o trabalho didático de levar os falantes dessas variedades a se apoderar também de novos recursos
linguísticos, de outras variedades, principalmente das urbanas de prestígio e da norma-padrão
tradicional.
Nesse contexto, não essa pesquisa não tenta desvalorizar o que temos como linguagem
normativa, mas sim busca a valorização das formas de expressão desse público, visto que o
preconceito linguístico dessa camada da sociedade influencia para que esse estudante não se
posicione e consequentemente não se sinta parte do processo ensino-aprendizagem.
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É indiscutível que existem diferenças étnicas e sociais que influenciam nos hábitos e
comportamentos dos individuos, por isso estigmatizar o dialeto, o sotaque, os desvios de
pronúncias, ortografia ou modo de se expressar constitui-se preconceito linguístico que por vezes
adentram as salas de aula. Como destaca Bagno (2015):
5 METODOLOGIA
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARROYO, Miguel Gonzáles. Currículo, território em disputa. Petrópolis - RJ: Vozes, 2011.
Bagno, Marcos. Preconceito Linguístico. 56ª ed. São Paulo: Parábola Editorial, 2015.
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número 19, Outubro – Agosto 2021, ISSN 2526-1126.
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CUNHA, C. O ensino do português. In: PEREIRA, C. C. (2004) Sob a pele das palavras.
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CHAGAS, Ericson. FERREIRA, Fábio. Como despertar o interesse do aluno adulto nos estudos.
Freire, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 13. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983.
MOITA LOPES. (org.) Por uma Linguística Aplicada indisciplinar. São Paulo: Parábola, 2006.
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onde vamos. In: PEREIRA, R. C.; ROCA, P. Linguística Aplicada: um caminho com diferentes
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https://agenciabrasil.ebc.com.br/educacao/noticia/2020-07/taxa-cai-levemente-mas-brasil-ainda-
tem-11-milhoes-de-analfabetos
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7 CRONOGRAMA
1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º 13º 14º 15º 16º 17º 18º 19º 20º 21º 22º 23º 24º
1. Levantamento e estudo
Bibliográfico
2. Observação e demarcação do
local a ser estudado
5. coleta de dados
6.Análise, discussão e
interpretação dos dados
7. Produção da Dissertação de
mestrado.
8. Defesa da Dissertação.