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Newbury,
London and New Delhi, Sage.
Notas em português de Alexandra Sá Costa e João Caramelo
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So, Alvin Y. (1990). Social Change and Development - Modernization, Dependency and World-System Theories. Newbury,
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- à bancarrota do Programa da Comissão Económica das Nações Unidas para a América Latina (ECLA
ou CEPAL) no início dos anos 60. A estratégia de desenvolvimento da ECLA foi tentada por muitos
países da América Latina, tendo havido grandes esperanças num rumo ao crescimento económico,
bem estar e democracia. No entanto a breve expansão dos anos 1950 rapidamente se transformou em
estagnação económica e no início dos anos 1960 a América Latina estava imersa em desemprego,
inflação, desvalorização monetária, declínio comercial e outros problemas económicos
- à crise do Marxismo ortodoxo na América Latina no início dos anos 60. Do ponto de vista da
ortodoxia comunista, os países da América Latina teriam que passar pelo estádio da revolução
industrial “burguesa” antes de alcançarem o estádio da revolução socialista “operária”. No entanto, a
revolução chinesa de 1949 e a revolução cubana dos finais dos anos 1950 mostraram que os países
do terceiro mundo podiam saltar o estádio da revolução burguesa.
- Por fim, pode ainda dizer-se que o seu acolhimento favorável se deveu ao declínio da Escola da
Modernização nos EUA.
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avanços menores possam ser alcançados durante períodos de isolamento (como por exemplo
os provocados por guerras ou depressões económicas de âmbito global)
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Diferenças:
1) Resultam de bases teóricas distintas. Enquanto a perspectiva clássica da modernização é
fortemente influenciada pelas teorias evolucionistas europeias e pelas teorias funcionalistas
americanas, a perspectiva clássica da Escola da Dependência é fortemente influenciada pelo
programa liberal ECLA e pelas teorias radicais neo-marxistas;
2) No que diz respeito às causas dos problemas do Terceiro Mundo, a perspectiva clássica da
modernização oferece uma explicação interna, apontando para traços como uma cultura
tradicional, falta de investimento produtivo e ausência de motivação para se ser bem sucedido
nos países do Terceiro Mundo. A perspectiva clássica da Escola da Dependência, em
contraste, oferece uma explicação externa, acentuando os papéis desempenhados pelo
colonialismo e neocolonialismo na moldagem do subdesenvolvimento dos países do Terceiro
Mundo;
3) A perspectiva clássica da modernização caracteriza as ligações entre países do Terceiro
Mundo e do Ocidente como benéficas. Nesta perspectiva, os países Ocidentais estão a ajudar
(a prestar assistência) ao desenvolvimento dos países do Terceiro Mundo. A perspectiva
clássica da dependência, por outro lado, vê aquelas ligações como prejudiciais: os países
Ocidentais estão a explorar os países do Terceiro Mundo para seu próprio benefício;
4) Ao prever a futura direcção do desenvolvimento, a perspectiva clássica da modernização é
geralmente optimista. Com paciência os países do Terceiro Mundo eventualmente apanharão
os países Ocidentais e modernizar-se-ão. A visão da perspectiva clássica da dependência a
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SEMELHANÇAS
DIFERENÇAS
Previsão da direcção do
Optimista Pessimista
Desenvolvimento
Soluções para o Desenvolvimento Mais ligações/relações com o Menos relações com o Centro,
Ocidente revolução socialista
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Metodologia
Para Wallerstein, a Perspectiva do Sistema-Mundo não é uma teoria mas um protesto: “um
protesto contra os modos como investigação científica social foi estruturada”, nomeadamente por
fechar, mais do que abrir, importantes questões de pesquisa e pela sua inabilidade em apresentar, de
forma racional, as reais alternativas históricas que temos perante nós. Em particular, Wallerstein
sentia-se desconfortável com cinco assumpções do conhecimento científico tradicional que deu forma
aos processos de pesquisa nos últimos 150 anos:
1) Sobre as disciplinas das Ciências Sociais: Wallerstein critica a existência de disciplinas
científicas organizadas enquanto grupos intelectualmente coerentes de “assuntos”
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quais o sistema e as pessoas nele consideradas são reproduzidas de modo regular através
de meios de um determinado tipo de divisão do trabalho”. Na história da humanidade,
Wallerstein argumenta a existência de três formas conhecidas de sistemas históricos: mini-
sistemas, impérios-mundiais e economias-mundo. Os mini-sistemas, identificados com a
era pré-agrícola. Caracterizavam-se, essencialmente, por muito homogéneos em termos de
estrutura governativa e com uma lógica de reciprocidade em termos de sistema de trocas.
Os impérios-mundiais, foram a forma dominante de sistema histórico no período
compreendido entre 8000 A. C. e 1500 D. C. Caracterizavam-se por serem estruturas
políticas vastas. A sua lógica era a de obtenção de pagamentos dos produtores,
anteriormente auto-administrados localmente, para o centro através de uma rede de oficiais.
“Por volta de 1500, as economias-mundo capitalistas nasceram. Estas economias-mundo
eram vastas, correntes desiguais de estruturas de produção integradas dissecadas por
múltiplas estruturas políticas. A lógica base era que a distribuição do excedente acumulado
fosse feita de forma desigual, de modo a favorecer aqueles que eram capazes de adquirir
monopólios nas redes de mercado. Pela sua lógica interna, as economias-mundo
capitalistas expandiram-se por todo o mundo, absorvendo, nesse processo, todos os mini-
sistemas e impérios-mundo existentes. No final do século XIX, pela primeira vez, existia
apenas um sistema histórico no globo.” (Pág. 177-178).
4) Sobre a definição de capitalismo: Tradicionalmente, nas ciências sociais considera-se que
“o capitalismo é um sistema baseado na competição entre produtores livres que usam o
trabalho livre como mercadoria livre, sendo que ‘livre’ significa disponibilidade para vender e
comprar no mercado” (Wallerstein, 1987). Esta definição é adoptada porque a maioria dos
liberais e marxistas tomou a Inglaterra pós- Revolução Industrial como uma descrição
precisa da norma capitalista. No modelo inglês de capitalismo competitivo, trabalhadores
proletários (essencialmente desprovidos de terra trabalhadores urbanos desprovidos de
ferramentas) trabalhavam em fábricas pertencentes a empreendedores burgueses
(essencialmente privados proprietários de capital dessas fábricas). Os donos compravam a
força de trabalho dos trabalhadores (e pagavam-lhes salários) que, por sua vez, não tinham
alternativa, em termos de sobrevivência, a não ser procurar trabalho assalariado.
Wallerstein chamam a atenção para o facto de que fora deste modelo inglês é construída –
pelas ciências sociais tradicionalmente consideradas – uma escala de ‘grau de capitalismo’.
Um Estado, enquanto locus da situação de trabalho, é classificado como sendo mais ou
menos capitalista dependendo de quão congruente é com a presumida norma capitalista de
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Os Países Semiperiféricos
Wallerstein criticou a concepção de um sistema bimodal argumentando que o mundo é demasiado
para ser classificado apenas em termos de Centro e Periferia. Há muitas nações que não encaixam na
categoria de Centro nem da Periferia. Consequentemente propôs um sistema trimodal constituído pelo
Centro, Semiperiferia e Periferia.
Wallerstein (1979) argumenta que o actual sistema-mundo capitalista necessita do sector periférico
por duas razões:
a) um sistema-mundo polarizado com um sector de alto nível pequeno, distinto a fazer face a um
sector de baixo nível grande rapidamente levaria a uma desintegração aguda: “o principal meio político
que permitiria evitar uma crise desse tipo é a criação de sectores intermédios, que tendem a pensar-se
a si próprios essencialmente como melhores do que os sectores mais ‘baixos’ em vez de piores do que
os sectores mais ‘altos’ ”.
b) em resposta ao declínio dos custos de produção comparativos nos países centrais, os
capitalistas individuais devem ser capazes de transferir capital de um sector em declínio para um
sector vem ascensão de modo a sobreviver aos efeitos dos ciclos. Como explica Wallerstein “tem que
haver sectores capazes de lucrar com o estreitamento da produtividade – salário dos sectores líderes.
Esses sectores são o que denominamos países Semiperiféricos. Se não existissem o sistema
capitalista mundial rapidamente enfrentaria uma crise económica, bem como uma crise política.”
Na formulação de Wallerstein, os Estados Semiperiféricos têm dois recursos distintivos:
1) Se a troca entre o Centro e a Periferia da economia capitalista mundial se caracteriza por ser
entre produtos caros e produtos baratos, isso resultaria numa “troca desigual” na qual um trabalhador
da Periferia teria que trabalhar muitas horas para obter o produto produzido em uma hora por um
trabalhador do Centro;
“Os países Semiperiféricos, em termos de tipo de produtos que exportam e em termos do
nível salarial e de margens de lucro obtidas, situam-se a meio. Além disso, comercializam, ou tentam
comercializar, nas duas direcções, de um modo com a Periferia e de modo oposto com o Centro…
muitas vezes é do interesse de um país Semiperiférico reduzir o comércio externo, mesmo que este
seja equilibrado, pois uma das principais formas de aumentar a margem de lucro é captar um
percentual cada vez maior do seu mercado interno para os produtos internos.”
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Possibilidade de mobilidade
Determinista: a dependência é
Direcção do Desenvolvimento ascendente e descendente na
genericamente prejudicial
economia-mundial
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