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METODOLOGIA DO ENSINO DE SOCIOLOGIA

#CURRÍCULO LATTES#

APRESENTAÇÃO

Professor Mestre: Jorge Alberto de Figueiredo

● Graduado em História pela Universidade Paranaense-UNIPAR (2001).


● Graduado em Estudos Sociais pela Faculdade Estadual de Educação Ciências e
Letras de Paranavaí (1992) atualmente UNESPAR (Universidade Estadual do
Paraná).
● Mestre em Educação pela Universidade Estadual de Maringá -UEM- (2006).
● Atuou como Docente na UNESPAR - Campus Paranavaí (2010-2012).
● Atuou como Docente no Curso de Urbanismo e Arquitetura na UNIPAR-
Universidade Paranaense, Campus de Paranavaí.
● Atuou Supervisor do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência
(PIBID-CAPES) UNESPAR - Campus-Paranavaí.
● Docente na Secretaria de Educação do Estado do Paraná nas Séries Finais do
Ensino Fundamental.
● Produtor de Materiais Didáticos e vídeos Aulas ( UNIPAR, VG Consultoria e
● Palestrante sobre: Educação e Cidadania, Ética, Política, Sociedade e
Democracia, Educação, Liberdade, e Igualdade.
● Psicanalista.

Experiência vasta na área educacional com atuação docente no Ensino Fundamental


Anos Finais, Ensino Médio, Ensino Superior e Pós Graduação.
APRESENTAÇÃO DA APOSTILA

Seja bem vindo (a)! Minhas Cordiais Saudações!

Primoroso (a) aluno (a), o fato de você ter apreciado os conhecimentos que
apresentamos e fez com que o Curso de Sociologia, fosse sua opção de estudo nos
deixa grato, pois, podemos caminhar juntos para que esta disciplina de metodologia do
Ensino de Sociologia seja didaticamente enriquecedora e ao final da Unidade,
oportunizado ótimas reflexões. Contudo a importância é que ao final possamos ser
melhor do como iniciamos, com mais ideias e certezas de que a escolha foi assertiva.
Na Unidade I a fundamentação teórica é de suma importância em nosso
aprendizado, à sociologia oferece a vasta bibliografia de muitos autores, mas
discutiremos neste momento o contexto histórico da Sociologia e as concepções de três
grandes filósofos: Karl Marx, Durkheim e Max Weber.
Na Unidade II iremos caminhar analisando as diretrizes que norteiam e
implementam a disciplina de Sociologia, aprenderemos sobre as Diretrizes Curriculares
Nacionais, Parâmetros Curriculares Nacionais e as Orientações Curriculares.
Na Unidade III a aprendizagem terá ênfase no campo de pesquisa como
aprimoramento teórico, tipos de pesquisas e conhecimentos, a construção das pesquisas
científicas sobre o ensino de sociologia.
Na Unidade IV, trabalharemos a importância das práticas docentes coesas e
estruturadas, pautadas na ética e no profissionalismo. A criatividade sobre as estratégias
didáticas e os pilares pedagógicos descrita por Jacques Delors. E aprender os conteúdos
básicos e estruturantes do ensino de Sociologia.
Será um imenso prazer compartilhar com você todas essas aprendizagens tão
essenciais, que nos impulsionam a tornar pessoas mais críticas, capazes de contribuir
para uma sociedade mais justa e igualitária por meio de nossas ações. Esperamos
contribuir para ampliação de seu crescimento pessoal e profissional.
Muito obrigado e bom estudo!
UNIDADE I

A HISTÓRIA DA SOCIOLOGIA COMO DISCIPLINA ESCOLAR


Professor Jorge Alberto de Figueiredo

Plano de Estudo:

● A História da Sociologia como Disciplina Escolar;


● Karl Marx e o Início da Incoerência Social;
● Émile Durkheim: Conexão Social;
● Max Weber: Racionalização Social.

Objetivos de Aprendizagem:

● Aprender o contexto da história que dá origem ao estudos sociológicos;


● Destacar a relevância da Disciplina Escolar de Sociologia, refletindo nas ações
sociais;
● Conhecer algumas teorias clássicas que norteiam, os estudos sobre a sociologia;
● Propiciar base com fundamentos científicos para a pesquisa e ampliação de
conhecimento.

INTRODUÇÃO
Estudar Sociologia é tão atual, que a forma de compreensão sobre tudo que
iremos aprender no decorrer das unidades, serão bem atualizadas e intensas ao estudar.
Mas como todo conhecimento que precisamos adquirir a fundamentação teórica, os
estudos dos clássicos são a base para darmos continuidade aos demais temas que
iremos abordar.
Neste contexto, conhecer a história da sociologia é crucial, assim, podemos
entender por que surgiu e como. Também saber quem foi o filósofo que compreendeu
essa necessidade. A Sociologia como disciplina escolar, como é um componente
significativo, abordaremos não apenas nesta unidade, de forma gradativa iremos
aprendendo.
Não há como falar de sociologia se não discutirmos as teorias sobre os
pensadores clássicos, suas ideias e conceitos, foram importantes no momento da
construção de suas filosofias e continuam a ser relevantes para a aplicabilidade em
nosso cotidiano diário.
Karl Marx nos faz compreender sobre o capitalismo e suas implicações para as
massas, que devido a Revolução Industrial e a demanda de mão-de-obra estavam
preocupados em aumentar o números de filhos para obtenção de mais dinheiro,
pensando em uma qualidade de vida melhor. O mesmo introduz um pensamento
significativo sobre a lei da mais valia, este por sua vez tinha como princípio mudar a
realidade por intermédio da luta de classes.
Émile Durkheim o primeiro a criar uma metodologia sociológica, que evidencia a
diferença desta com outras áreas de estudo, tudo baseado em pesquisas em fatos
sociais, que já estudava a forma em que os indivíduos agiam em seus grupos e as
implicações destes comportamentos na humanidade. Um dos elementos de discussão
importantes deste pensador era a consciência coletiva, assunto tão discutido na
atualidade.
Max Weber, em suas premissas, o sociólogo precisava compreender o motivo
que desencadeavam as ações sociais, encontrar as causas, refletir sobre os efeitos e
direcionar possíveis direcionamentos para solucionar ou amenizar tais ações, a base das
reações de um grupo estava consolidado pelos valores, crenças e mudanças e que o
indivíduo tinha liberdade e capacidade para agir em prol de mudanças.
Como vimos até o momento, os estudos filosóficos são contextualizações de uma
época, mas que repercutem nos dias de hoje em nossa sociedade e de forma intrínseca
nas esferas econômica, cultural, religiosa e comportamental. Convido vocês para juntos
aprofundar mais sobre esses assuntos. Será um prazer a sua companhia.
1 A HISTÓRIA DA SOCIOLOGIA COMO DISCIPLINA ESCOLAR

Nada surge por acaso, com a Sociologia não foi diferente, com as evoluções
constantes sociais e paralelamente o comportamento dos indivíduos era crucial pensar
em como estudar essas transformações, além de traçar metas para mudar e/ou
aprimorar o que fosse necessário. Nesse contexto a ciência deveria conceber por meio
de suas verdades, como a sociedade deveria proceder, introjetando por meio de
pesquisas , o passado, o presente e o futuro de todos, surge a Sociologia.
Para compreensão histórica o que possibilitou a ampliação da relevância das
propostas Sociológicas foram as revoluções políticas, culturais e sociais, foram
movimentos necessários, para cada momento histórico, os comportamentos se
diferenciavam, assim pensamentos, grupos distintos eram formados. A Revolução
Industrial e a Revolução na Ciência, caminham atreladas à constante busca da
modernidade, mas impulsionou de forma inconsequente a desigualdade social visível
nos dias atuais. O Iluminismo contribuiu para que as revoluções se concretizassem, pois,
consistia na fé e crença no progresso da sociedade, origina-se os operários e a fé deixa
espaço para a racionalidade.
Assim, se há operários, a política aponta a burguesia e o sistema capitalista, toda
riqueza vinha dos trabalhos das fábricas, exploração do trabalho, tema atual em nossas
realidades. O termo sociologia foi utilizado pela primeira vez em meados de 1798-1857,
por Auguste Comte que tinha em mente que seria uma ciência para estudar a sociedade
e dar direções, com apoio de outras áreas do conhecimento. Comte contribuiu para o
conhecimento originando o positivismo. Comte afirma que:

[...] o espírito positivo leva sempre a estabelecer exata harmonia


elementar entre as idéias de existência e as idéias de movimento, donde
resulta mais especialmente, no que respeita aos corpos vivos, a
correlação permanente das idéias de organização com as idéias de vida
e, em seguida, graças a uma última especialização peculiar ao organismo
social, a solidariedade contínua das idéias de ordem com as idéias de
progresso. Para a nova filosofia, a ordem constitui sem cessar a condição
fundamental do progresso e, reciprocamente, o progresso vem a ser a
meta necessária da ordem; como no mecanismo animal, o equilíbrio e a
progressão são mutuamente indispensáveis, a título de fundamento ou
destinação (1978, p. 69).

Antes de darmos continuidade convido a você para relembrarmos sobre alguns


termos aqui utilizados para que a aprendizagem desta unidade seja coesa, vejamos; Este
momento se deu por volta do século XVIII, um momento de grandes transformações que
trouxeram consequências positivas e negativas para a humanidade, a produções
deixavam de manuais , senso substituídas pelas máquinas. Explorando
demasiadamente os recursos naturais, bem como os trabalhadores, denominados
operários. Tudo teve início quando a máquina a vapor foi desenvolvida, que deu vida aos
maquinários da época, como o aproveitamento do vapor da água que era aquecida pelo
carvão e produzia energia para as inovações que a Ciência já desenvolvia.
Não existe uma data correta que marque a Revolução Industrial, devido há muitas
distorções, então prefiro estabelecer que esse momento foi denotado pelo
desenvolvimento tecnológico que possibilitou a mudança no estilo de vida, do pensar e
do agir de toda a humanidade. Os burgueses tinham o intuito sempre de obtenção de
lucros, mercado têxtil trouxe máquinas que teciam fios com grande rapidez, depois o
dinheiro em abundância, começou a ser investido para produção de estradas de ferro,
surge locomotivas, estradas de ferros, sempre com o objetivo de expansão nas rotas de
vendas, agilizando no transporte como também na quantidade. A burguesia enriqueceu
não apenas pela quantidade de produtos vendidos, mas pela mão-de-obra barata.
Antes do processo industrial, todo o trabalho era manual, que definia em lentidão
e poucas quantidades. E a mão-de-obra em demasia, com as máquinas, continua a
necessidade de operários, mas em menor número, talvez assim o conceito desemprego
tenha sido empregado. Neste período não havia nenhuma constituição que defendesse
os empregados em relação a salários, direitos, o que atualmente temos proteção dos
direitos trabalhistas, para alcançarmos o que temos, foi necessário todo esse processo
social.
O sistema capitalista consiste em um sistema produtivo, mas sempre com vínculo
particular, sem divisão de lucro, objetivando acumular o capital. O rico cada vez mais rico
e o pobre cada vez mais pobre. Esse sistema proporciona o incentivo a ciências e áreas
afins para que compreenda a sociedade e alavanque novas tecnologias, mas em
contrapartida escancara a divisão de classes. Em se tratando de ciência a Sociologia,
como uma obra histórica, encontra-se em constante transformação em virtude da
concepção do conhecimento. Segundo Robert Merton os pensadores requerem
releituras para que suas bases teórico-metodológicas continuem atualizadas com o
passar do tempo fazendo com que suas ideias avancem sob o aspecto de novas
análises.
Em Sociologia temos alguns sociólogos considerados clássicos. Dentre eles
apontamos, o francês Émile Durkheim (1858-1917), o alemão Max Weber (1864-1920)
e, por último, o cientista econômico alemão Karl Marx (1818-1883). Também se
destacam no campo da Sociologia o grande autor da Obra A Democracia na América,
Alexis de Tocqueville (1805-1859) onde defende a democracia e liberdade em um Estado
Moderno como bens preciosos da sociedade e bem estar dos indivíduos. Destaca-se
também no campo da Sociologia o filósofo inglês Herbert Spencer (1820-1903), fundador
da teoria evolucionista; e o pensador italiano Vilfredo Pareto (1848-1923), com a teoria
das elites sociais.
Esses clássicos são de grande importância para o estudo da Sociologia pois
descrevem a realidade social e nos mostra os movimentos e conflitos, suas causas e
consequências em uma sociedade contemporânea ainda ligada ao passado. Esses
autores europeus estudaram a sociedade europeia no contexto em que viviam tentando
compreender as crises sociais presente no sistema capitalista. De todas as matizes, é
importante ressaltar que cada um desses pensadores olharam os problemas sociais do
seu ponto de vista mas tendo a mesma preocupação para saná-los.
Sendo assim Karl Marx estudou a dinâmica das relações sociais existentes no
capitalismo; Durkheim viu a divisão do trabalho social na industrialização como
iminência da era moderna; Max Weber idealizou a sociedade ocidental com imensas
possibilidades históricas acarretadas pelo artifício de racionalização capitalista. Esses
autores são considerados clássicos porque suas ideias detêm coragem explicativa para
uma realidade em mutação, e suas obras possuem consistências, segundo o sociólogo
inglês Anthony Giddens (1990). Logo, há uma implicação intrínseca entre teoria e
metodologia científica, por trás das ideias de cada autor há que se reconhecer uma
concepção de ciência, uma concepção de realidade, uma concepção da sociedade
histórica sobre a qual se debruçaram.

2 KARL MARX: INCOERÊNCIA SOCIAL


Natural da cidade de Tréveris na região da Renânia na antiga Prússia, Karl Marx
nasceu no dia 05 de maio de 1818 conhecido em todo mundo como Filósofo, Historiador,
Jornalista e Economista conforme defende algumas linhas de pensamento. Destaca-se
e pelos seus estudos da ideologia Socialista da qual a sua reputação é muito conhecida
e discutida. Em virtude das dificuldades sociais de sua época, emigrou para Inglaterra
instalando-se na cidade de Londres onde se casou e constituiu a sua família.
Adepto e defensor do Socialismo científico Marx desenvolve suas teorias
econômicas após exaustiva análise do sistema capitalista e do trabalho. Escreveu vários
livros durante sua vida, destacando-se “O Manifesto do Comunista” (1848) e “O Capital”
(1867–1894), considerada um dos estudos mais complexos e dinâmicos sobre o
capitalismo.
Antes de sua ida para a Inglaterra Marx estudou nas universidades de Bonn e
Berlim, na universidade as ideias hegelianas. Para seus sustento e terminar seus
estudos trabalhou no jornal Zeitung, um ambiente tido como radical na época com sua
sede na cidade de Colônia. Foi neste ambiente em que Marx começou a desenvolver a
teoria da concepção materialista da história. Perseguido pelos que eram contra suas
ideias muda-se para a França estabelecendo-se em Paris em 1843, trabalhando em
outros jornais radicais onde conheceu Friedrich Engel, uma amizade que durou até o seu
falecimento.
Em 1949 sofrendo novas perseguições, agora pelo governo da França na pessoa
de Guizot, Marx é expulso da França exilando-se em Londres. Em Londres deu
continuidade em seus estudos e na elaboração de suas teorias econômicas e sociais.
Fez campanhas para a divulgação do Socialismo tornando-se uma das figuras mais
significativas e emblemáticas no campo dos estudos sociológicos, fundando a
Associação Internacional dos Trabalhadores.
No contexto da sociedade capitalista moderna na metade do século XIX, o
pensamento filosófico-política de Marx expõe várias grandezas e a Sociologia, desde o
início do século XX, aproximou-se deste conhecimento, agrupando ao seu referencial
teórico um conjugado de concepções explicativas do fato social. A menção ao conjunto
nos diz respeito às teorias serem opiniões inter-relacionadas, compatíveis, de mútua-
explicação que, ao prover explicações sobre a realidade, apresentam a marca da
metodologia que os move. Mas para Marx:

Na fase superior da sociedade comunista, quando tiver desaparecido a


escravidão dos indivíduos à divisão do trabalho, e, com ela, a oposição
entre o trabalho intelectual e o trabalho manual; quando o trabalho não
for somente um meio de vida, mas a primeira necessidade vital; quando,
com o desenvolvimento dos indivíduos em todos os aspectos, crescerem
também as forças produtivas e jorrarem abundantemente os mananciais
da riqueza coletiva, só então poder-se-á ultrapassar totalmente o estreito
horizonte do direito burguês, e a sociedade poderá escrever em seu
estandarte: de cada um, segundo a sua capacidade; a cada um segundo
as suas necessidades (MARX, 1975, p. 16).

A contribuição de Marx nesse sentido e de grande importância, mesmo nos


tempos contemporâneos, pois refere-se ao fato da Sociologia aceitar o metodologia
dialética do materialismo histórico, com a formação e a explicação da gênese,
conciliação e dinâmica da sociedade capitalista exposta na grande obra O Capital (1885-
1905), que só foi publicada para acesso ao público após seu falecimento.
A dialética de Marx faz uma análise minuciosa do processo histórico, influenciando
o pensamento filosófico de Hegel (1770-1831) juntamente com a colaboração de seu
amigo Engels (1820-1895). Marx busca, a partir da crítica do contexto social de sua
época, aclarar a história das sociedades com base no processo de produção econômico-
material. Ou seja, afirma que a realidade social é avaliada como uma soma concreta na
abordagem metodológica do materialismo histórico, cujo termo não é atribuição de Marx.
Assim o pensador descreve que:

A maioria de seus membros era, naturalmente, operários e


representantes reconhecidos da classe operária. A Comuna não seria um
organismo parlamentar, mas uma corporação de trabalho, executiva e
legislativa ao mesmo tempo. Em vez de continuar sendo um instrumento
do governo central, a política foi despojada imediatamente de seus
atributos políticos e convertida em instrumento da Comuna, responsável
ante ela e revogável a qualquer momento. O mesmo se fez com os
funcionários dos demais ramos da administração. Desde os membros da
Comuna para baixo, todos os que desempenhavam cargos públicos
deviam desempenhá-los com salários de operários [...] os cargos públicos
deixaram de ser propriedade privada dos testas de ferro do governo
central (MARX, 1975, p. 507-508).

Enfrentando dificuldades financeiras críticas daquelas que não concordavam com


sua tese Marx com um empenho dialético distingue a presença da ideologia no processo
de averiguação e faz da sua teoria uma constituição de categorias conceituais que
possam conter a revelação mais simples. Em sua obra Contribuição à Crítica da
Economia Política (1859), Marx no capítulo Método da Economia Política explana que a
categoria população, como criada na obra do filósofo escocês Adam Smith (1723-1790),
para chegar à riqueza das nações, oculta trabalho humano, a mais simples das camadas,
também desenvolve teorias sobre o processo de acumulação e o valor do trabalho,
conhecido como mais-valia. Seus pensamentos estavam além de seu tempo, o trabalho
humano é o único meio de produção capaz de acrescentar valor aos bens produzidos,
uma vez que os outros são elementos materiais de produção, a terra, o ar, as
ferramentas, as máquinas, o dinheiro, os equipamentos, e a infraestrutura.

3 ÉMILE DURKHEIM: CONEXÃO SOCIAL


David Émile Durkheim é natural de Épinal, na França, nasceu em 15 de abril de
1858, em uma família tradicional de sacerdotes judaicos (rabinos). Foi estudante do
Liceu Louis-Le-Grand e na Escola Normal Superior de Paris, instituições consideradas
clássicas. Essa formação foi crítica de Durkheim que segundo ele essas escolas tinham
muita formação literária e pouca formação científica.
Durkheim estudou Direito, Economia e Filosofia. Foi discípulo de Herbert Spencer
em seus estudos de Ciências da Natureza e Biologia. Spencer teve grande influência
nos estudos de Durkheim principalmente em suas matérias em afinidade aos modelos
biológicos de aplicação sociológica. Fez experimentos no campo da Psicologia no
Laboratório de Psicologia Experimental, de Wilhelm Wundt.
Esses estudos variados levaram Durkheim a procurar modelos biológicos e
sociais próximos e também a ter um olhar diferenciado para a Antropologia. Essa união
de fatores procedeu a formulação da teoria dos fatos sociais, que assegura a preferência
do juízo de fatos gerais que baliza as sociedades (como leis), os quais seriam maiores e
mais facilmente explicáveis que as questões individuais psicológicas.
A maior ambição do pensador na época era instituir um campo de estudos das
Ciências Sociais totalmente independente, que não dependesse das esferas de outras
ciências, como a Biologia e a Psicologia, e não estar amarrado aos modelos
demasiadamente abstratos da Filosofia que Auguste Comte tinha deixado ao trabalho
sociológico.
Durkheim adota por pressuposição que a sociedade é governada por leis e uma
ciência que dela se alargue deve chegar à formulação de amplas generalizações que a
esclareçam. Assim, sugere a teoria da coesão ou da solidariedade social, evidenciando
que o princípio da integração decorre da sociedade, cujo funcionamento aproxima-se à
estabilidade. Para o autor, "as representações, as emoções e as tendências coletivas
não têm como causas geradoras certos estados de consciência individual, mas as
condições em que se encontra o corpo social em seu conjunto." (DURKHEIM, 2001, p.
67).
O sistema social, na sua compreensão, é ordenado em comparação com o
organismo vivo que conclui ser saudável a sociedade quando ocorre coerência entre
suas partes, ou patológica, se qualquer convulsão retire-lhe o equilíbrio. Assim sugere a
teoria da coesão ou da solidariedade social ou mesmo uma desordem (disnomia) nas
normas do seu funcionamento.
A concepção de Durkheim da realidade social é, portanto, orgânica e
funcionalista: cada uma das partes, identificadas com as instituições sociais ou os
indivíduos, aprova uma função, cumpre uma obrigação específica que responde pela
saúde de um todo. Este início da conexão social ampara o aforismo durkheimiano.
Todos os fatos sociais são eleitos como elemento por excelência da ciência
sociológica; assim Durkheim (2008) determina como “toda maneira de agir, fixa ou não,
suscetível de exercer sobre o indivíduo uma repressão exterior; que é comum na
expansão de uma sociedade dada, apresentando uma vivência própria, livre das
revelações individuais que possa ter”. Como afirma, "o conjunto de crenças e dos
sentimentos comuns à média dos membros de uma mesma sociedade forma um sistema
determinado, que tem vida própria; podemos chamá-lo de 'consciência coletiva'." (2008,
p. 50).
Aconselha ao investigante notar as particularidades gerais dos fatos sociais: a) a
coercitividade, apregoa na pressão ou coerção que exercem sobre os indivíduos,
acomodando-se aos tradições sociais, por exemplo; b) a generalidade, apreendida na
regularidade dos acontecimentos coletivos encontrados em sociedades de todos os
períodos e pode ser explicada pelas relações de parentesco; um fato social é natural por
estar presente na extensão de uma sociedade; c) a exterioridade dos fatos sociais achar-
se no seu bem-estar,.em afinidade aos acontecimentos de natureza psíquica.
Na pesquisa que Durkheim realizou para escrever o livro O suicídio, Durkheim
cultiva as direções do seu método sociológico, calhando tipos de suicídio (egoísta,
altruísta, anômico) e ordenando leis da coesão social, como quando a avalia alta no caso
de suicídio altruísta, no qual indivíduos tocam fogo às roupas em protesto e justificação
de grandes causas sociais. Para entender as evidências dos fatos sociais com rigor
científico, coloca regras para a investigação sociológica, basicamente: apartar as pré-
noções e tratar os fatos sociais como lances.
Para Durkheim (2001), coisa é tudo aquilo que exige um empenho do espírito, do
intelecto, para apreendê-la, como assevera, em 1897, no preâmbulo à segunda edição
de “As regras do método sociológico” logo não é apenas o fator externo dos fenômenos
que importa. Com esse processo metodológico estão embutidas como premissas: a
realidade social que é arrumada por uma regularidade de acontecimentos que podem
ser notados, explicados e classificados pelo cientista.
A ciência constitui uma reprodução teórica dessa realidade; o sujeito cognoscente
deve conservar-se neutro no processo de conhecimento; a intenção do conhecimento é
chegar à objetividade científica, ou seja, uma ciência aberta de conjecturas, de
ideologias; a Sociologia dispõe de caráter normativo, adequada de ordenar a realidade
social, seja formando uma taxonomia científica dos fatos, seja pela probabilidade de
prevê-los.
Durkheim regula pelo postulado da primazia das sociedades simples em relação
às complexas, cria a teoria da solidariedade. No primeiro instante de aparelhamento da
vida social sedentária, os ajuntamentos humanos são reconhecidos como sociedades de
solidariedade mecânica, porque nesse grupo os indivíduos e grupos são intercambiáveis,
pouco se distinguem e a relação é obtida pela existência dessa similaridade entre eles.
Nessa primeira sociedade, ocorre um fenômeno que Durkheim (2000) designou
consciência coletiva, no sentido de preservar os costumes e tradições comuns que
preenchem o governo sobre as consciências individuais. Durkheim distingue nas
sociedades modernas a vivência da solidariedade orgânica, pela ocorrência dos
indivíduos e grupos serem diferentes e desenvolverem relações de interdependência
para viver. Nomeia essa complexidade das relações sociais com a sociedade industrial,
onde a separação do trabalho social desempenha o papel de controle e avaliza a
integração.
Ou seja, a divisão do trabalho determina a solidariedade orgânica porque cria
entre os homens um aparelho de direitos e deveres, um estado de atrelamento do
indivíduo em relação à sociedade, tornando-se o alicerce da ordem moral. Durkheim
entendia a Sociologia como uma ciência das instituições, desde o seu surgimento e
funcionamento, onde tem por missão restaurar uma moral que readquiriu à Sociologia
exigências do espírito científico da ocasião.
Em uma visão otimista da história Durkheim depositava a necessidade de
consenso social, e enxergava na educação uma criação integradora por mostrar para as
novas gerações as qualidades essenciais para a sobrevivência da sociedade,
habituando-se ao sistema de normas morais, como escreve em sua obra “Educação e
Sociologia”. Ao findar do século XIX, juntamente com o pensador Marcel Mauss,
Durkheim trabalha nas representações primitivas, um estudo que resultará a obra
“Algumas formas primitivas de classificação (1901)”, onde apressa a ideia de
representação coletiva aumentada em “As formas elementares da vida religiosa (1912)”.

4 MAX WEBER: RACIONALIZAÇÃO SOCIAL


Maximilian Karl Emil Weber, natural da cidade de Munique, Alemanha, nasceu em
21 de Abril de 1864. Em sua formação acadêmica foi jurista e economista, também é
considerado como intelectual e fundador da Sociologia. Seu irmão Alfred Weber, também
era conhecido por dedicar seus estudos à Sociologia, talvez daí a sua paixão pelo estudo
sociológico. Teve como sua biógrafa a sua esposa Marianne Weber. Sua aluna que
estudava na Universidade Alemão e que também fazia parte do movimento feminista da
época.
Weber é acatado como um dos fundadores da sociologia moderna, mas seus
escritos também são discutidos nas Ciências Econômicas, Filosofia, Direito, Ciência
Política bem como em Administração. Graduou-se na Universidade Humboldt de Berlim,
e, depois, trabalhou nas Universidades de Freiburg de Heidelberg, de Viena. Era uma
pessoa muito conhecida e bem quista na sociedade Alemã da época, foi consultor do
lado alemão na confecção do Tratado de Versalhes (1919) e fez parte da comissão
encarregada de redigir a Constituição da República de Weimar. A maioria de seus
estudos foi alocado para o capitalismo e do chamado procedimento de racionalização e
desencantamento do mundo. Mas suas análises também deram frutos importantes no
campo da economia.
Dentre as suas obras destacam-se: “A ética protestante e o espírito do
capitalismo”, dando início às suas ponderações sobre a sociologia da religião. Vivendo
em um mesmo contexto social de Durkheim, Max Weber, com formado em Direito,
História e Filosofia, age inteligentemente na sociedade alemã do final do século XIX e
nos anos iniciais do século XX. Compreende a Sociologia como a ciência que pretende
explicar a ação social, com seus desenvolvimentos e efeitos. Com essa sugestão,
determina a fundamentação básica do que titulou método compreensivo, partindo da
visão de ação social e de compreensão. No entendimento do autor:

Em todos os lugares - à exceção dos pequenos cantões rurais em


que os detentores do poder são periodicamente eleitos - a empresa
política se põe, necessariamente como empresa de interesses.
Quer isso dizer que um número relativamente restrito de homens
interessados pela vida política e desejosos de participar do poder
aliciam seguidores, apresentam-se como candidato ou apresentam
a candidatura de protegidos seus, reúnem os meios financeiros
necessários e se põem à caça de sufrágios. Sem essa
organização, não há como estruturar praticamente as eleições em
grupos políticos amplos. Equivalem essas palavras a afirmar que,
na prática, os cidadãos dividem-se em elementos politicamente
ativos e em elementos politicamente passivos (WEBER, 2011, p.
103-104).

Com um raciocínio mais flexível do que parece apresenta em seus escritos Weber
se utiliza da história e, ao detalhar com muita maestria suas pesquisas, ele nos apresenta
uma ampla explanação da cultura ocidental, pela visão da formação e da expansão do
capitalismo no mundo. Os seus conceitos sociológicos que está formulado em sua obra
“Economia e sociedade (1922)” resume o seu zelo sobre o assunto nos livros que a
precederam, especialmente na obra “A ética protestante e o espírito do capitalismo
(1904- 1905)” e na obra “A ética econômica das religiões universais (1915)”.
Duas conferências publicadas em 1919 merecem a atenção dos cientistas sociais
e Weber possui duas importantes obras para o entendimento de seu pensamento
sociológico “O ofício e a vocação do cientista e o ofício e a vocação do político” e “Ensaio
sobre o sentido da neutralidade axiológica nas ciências sociológicas e econômicas”.
Quando se lê Weber nota-se o cuidado metodológico que ele teve para garantir
cientificamente todo o cuidado como investigador. Não se preocupa em alcançar a
objetividade científica pela desobrigação do pesquisador e deixa transparente o papel da
subjetividade na produção do conhecimento.
Para Weber (2004), o sujeito cognoscente é parte do processo de concepção da
realidade, ou seja, compreender é o mesmo que segurar o sentido de uma ação social.
Busca nesse sentido a ênfase dos fenômenos estudados, ainda que não estejam
presentes na ação. Assim, entender o sentido da ação resulta em chegar a acepção que
o sujeito, ou os sujeitos da ação atribuem a ela, orientando-se pelo comportamento de
outros. Observa-se que, Weber amplia um recurso metodológico chamado “construção
de tipos ideais”, ou seja, os conceitos que organiza para explicar a realidade aplicam-se,
para um dado período histórico, à situação investigada. Sociologia (no sentido aqui
entendido desta palavra empregada com tantos significados diversos) significa: uma
ciência que pretende compreender interpretativamente a ação social e assim explicá-la
causalmente em seu curso e em seus efeitos (WEBER, 2000, p.3)
Weber constrói alguns tipos ideias da sociedade como burocracia, dominação, e
capitalismo ocidental, que diz importância à capacidade do cientista capturar o conjugado
de valores de uma época, de uma cultura, e entender o que é expressivo para uma
sociedade no seu tempo. Todos os tipos ideais construídos por Weber – como “ética
protestante” e “espírito do capitalismo”, com os quais avalia a conexão de sentido ou a
afinidade entre a conduta moral rígida do próprio do ethos da cultura religiosa calvinista
do século XVIII, e as técnicas racionais que caracterizam a ação do capitalismo no
ocidente – domam os tipos básicos de ação social que são quatro: ação social racional
com semelhança a fins; ação social racional com semelhança a valores; ação social
afetiva e ação social tradicional.
Para o autor, o sujeito da ação (indivíduo, grupo social, instituição) guia-se em
relação à conduta de outros (indivíduos, grupos, instituições), seja agindo sabidamente
conduzido por fins (objetivos sólidos mesmo não explícitos) ou sendo guiado por valores
(morais, culturais, religiosos); ou aceitando-se conduzir por sentimentos (medo, cólera,
inveja), ou ainda norteando a sua ação pela tradição (traços culturais de condutas
coletivas que conservam a experiência do grupo). Os tipos ideais de ação social não são
de caráter excludentes e se exibem de forma concomitante.
Segundo ele, a realidade é infinita e a finita mente humana é capaz de perceber
dessa realidade apenas uma pequena parcela. Essa concepção Werbeniana de
realidade é acompanhada de muita responsabilidade sobre os ombros do cientista, o
qual estes devem coordenar intelectualmente e uma das formas para execução e fazer
a construção de tipos ideais, no sentido de ideias, não de padrões. A grandeza histórica
do fato social é valorizado como um leque de probabilidades, de escolhas subjetivas,
pertencendo ao pesquisador, na construção conceitual da Sociologia, anunciar o que é
singular nos fenômenos históricos, algo que lhes é parecido. Dessa maneira, chega-se
à racionalidade atualizada no capitalismo ocidental como presença histórica cuja ação é
preponderantemente racional com afinidade a fins e a valores.
Na obra de Weber surge a racionalidade como início organizativo no âmbito da
sociedade moderna que o faz perfilhar no processo de secularização a expressão da
racionalização social. É de Weber a declaração “desencantamento do mundo”, no
sentido de que o progresso técnico obedece a uma lógica que lhe foge o controle, a
ponto da conduta racional vir a se tornar irracional com o processo histórico.
No domínio da realidade política, o tributo de Weber sobre o fenômeno da
dominação – seja racional, tradicional ou carismática, como tipos ideais puros – coloca
lucidez na questão da autoridade e de sua legitimidade, ao abordar o poder nas
condições da ação humana preparada à obediência no confronto com os dominadores
que pretendem apreender o poder legítimo.
A ambição de legitimação da Sociologia dos dominadores, ou seja, o seu
reconhecimento e aceitação sociais são mais apreciados por Weber que o próprio
exercício da dominação. Assim Weber identifica, que no procedimento de racionalização
o fenômeno burocrático e este como um sistema de administração e organização que
alarga-se a uma racionalização total em termos de eficácia, esse poder burocrático e
impessoal seria o peculiar Estado moderno.

SAIBA MAIS
O nome do pensador francês Auguste Comte (1798-1857) está
indissociavelmente ligado ao positivismo, corrente filosófica que ele fundou com o
objetivo de reorganizar o conhecimento humano e que teve grande influência no Brasil.
Comte também é considerado o grande sistematizador da sociologia. Seus argumentos
favoreciam o planejamento social, que para ele reverteria no bem estar do indivíduo (
hoje um assunto muito atual)

Fonte: FERRARI, Márcio. Auguste Comte, o homem que quis dar ordem ao mundo, 2008. Disponível em:
https://novaescola.org.br/conteudo/186/auguste-comte-pensador-frances-pai-positivismo#. Acesso em: 17
ago. 2021.

#SAIBA MAIS#

REFLITA

“A construção do ser social, feita em boa parte pela educação, é a assimilação pelo
indivíduo de uma série de normas e princípios, sejam morais, religiosos, éticos ou de
comportamento, que balizam a conduta do indivíduo num grupo. O homem, mais do que
formador da sociedade, é um produto dela.”

Émile Durkheim

#REFLITA#
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao final desta unidade I, compreendemos que os indivíduos precisam entender


que ninguém vive isolado, uma sociedade só se move e desenvolve quando todos
participam, principalmente nas decisões que alteram o rumo de uma sociedade. Quando
não há envolvimento, todas as imposições precisam ser acatadas, pois, subentendem
que foram aceitas por todos.
A sociedade vive em constantes mudanças, pois, está envolta por grupos sociais,
étnicos, culturais, religiosos, diversos, portanto, conceitos, princípios diversos, que
geram conflitos não apenas de ideias, mas de interesses.
Os estudos sociológicos têm essa premissa, estudar os grupos e os indivíduos
pertencentes a eles, seus comportamentos (positivos e negativos) e direcionar
estratégias para alterar, dar caminhos para uma trajetória benéfica para a sociedade em
si, tendo suporte de outras áreas das Ciências Sociais como a Antropologia, Ciência
Política e áreas humanas como Psicologia, Psicanálise, Filosofia entre outros.
O ensino de Sociologia nas instituições educativas, tem a premissa de acordo com
as diretrizes traçadas, propiciando aos alunos uma conduta de posicionamento crítico e
construtivo. O caminho para construção de uma sociedade, não digo justa, mas
igualitária, só pode ser por intermédio do conhecimento.
Ao professor cabe a destreza de compreender que aprender e ensinar, não está
associado apenas na conduta do aluno, mas o professor a busca incessante de novas
aprendizagens são cruciais, a pesquisa, o enriquecimento profissional. O exemplo, o
entusiasmo se propaga, essa troca entre professor e aluno, é um ponto que favorece a
aprendizagem de forma significativa.
Conseguimos entender com as teorias dos clássicos, que tudo se adapta, tudo se
renova. Os conceitos aplicados em épocas passadas, de alguma maneira fazem muito
sentido na atualidade, como a lei da mais valia, capitalismo, trabalho, mão-de-obra, e
conforme o tempo vai passando atrelado a esses temas, surgem novos assuntos,
consumismo, bullying, assédio, sobrecarga de trabalho, individualismo entre outras
consequências propiciadas por uma sociedade carente de indivíduos pensantes.
LEITURA COMPLEMENTAR

ARTIGO 01

BORDALO, Karina Barbosa. O trabalho na Concepção de Marx. EDUCERE, Curitiba, XI


Congresso Nacional de Educação, p. 22342-22352, 09/2013.
https://educere.bruc.com.br/CD2013/pdf/13169_6614.pdf . Acesso: 13 set. 2021.

Resumo: O artigo: o trabalho na concepção de Marx parte de minha pesquisa de


Mestrado em Educação do Programa de Pós Graduação em Educação da Universidade
do Estado do Pará traz para o centro das discussões a categoria trabalho docente,
trazendo fundamentos do desenvolvimento do capitalismo no século XIX, tendo como
referencial a concepção de Karl Marx, teórico e praticante político que teve a sociedade
capitalista com as suas relações entre capital e trabalho como objetos de estudo
constituídos. Para a análise da relação de trabalho trago questões através do estudo
bibliográfico em textos de Andery (2012), Antunes (1995), Manacorda (1996) e Oliveira
(2006). E relacionando ao trabalho docente trago questões através do estudo
bibliográfico em textos de Oliveira (2003), Paro (2002) e outros. O objetivo deste artigo
é realizar um estudo do período histórico em que Marx desenvolveu a sua teoria,
entendendo o desenvolvimento e a afirmação do capitalismo industrial no século XIX, as
influências nas condições dos trabalhadores e os fatores que os levaram a serem
concebidos como seres unilaterais para compreendermos o que Marx aponta como a
necessidade de superação do capital alienador e trazer questões para o debate da
interação do trabalhador docente na contemporaneidade. O trabalhador docente na
contemporaneidade vive as conseqüências da relação capitalista, da globalização e das
mudanças destas provenientes o que lhe causa muitas vezes uma sobrecarga de
trabalho e sentimentos de desprofissionalização ao ter que assumir funções não
específicas de sua formação acadêmica e profissão, além de ter que aumentar a carga
horária e local de trabalho devido à desvalorização salarial.

ARTIGO 02

SILVA, Ítalo Ramon Carvalho et al. Emile Durkheim: Vida, Obra e sua Contribuição para
a Sociologia. Anais VIII Fórum Internacional de Pedagogia - FIPED... Campina Grande:
Realize Editora, 2016. Disponível em:
https://editorarealize.com.br/artigo/visualizar/25245 . Acesso em: 13 set. 2021

Resumo: O presente texto tem por objetivo analisar, a partir da obra “As regras do
método sociológico” de Émile Durkheim, a especificidade do objeto de estudo da
Sociologia por meio do fato social. Como estratégia metodológica fez-se uma análise
qualitativa da obra em questão. Nesse sentido, em um primeiro momento, apresenta-se
uma revisão de literatura acerca da vida e obra do autor, com a finalidade de perceber
suas convicções filosóficas, políticas e sociais. Em um segundo momento analisa-se a
contribuição de Durkheim para o entendimento do objeto de estudo da Sociologia a partir
de seu conceito e das características do fato social. Conclui-se que, para Durkheim, a
Sociologia compreende a ciência que analisa as particularidades da sociedade através
da observação sistemática dos fatos sociais. Assim, os fatos sociais têm existência
própria, externa aos indivíduos e que no interior de qualquer grupo ou sociedade existem
formas padronizadas de conduta e pensamento baseadas na soma destas categorias.

ARTIGO 03

JÚNIOR, João Alfredo Costa de Campos Melo. Burocracia e educação: uma análise a
partir de Max Weber. Pensamento Plural. Pelotas, pgs.147-164, janeiro/junho,2010.
http://pensamentoplural.ufpel.edu.br/edicoes/06/07.pdf Acesso em: 13 set. 2021

Resumo: Cabe a este texto elaborar uma reflexão acerca da burocracia e da educação,
tendo como princípio norteador a sociologia compreensiva weberiana. A opção por Max
Weber se revela a mais acertada devido à diversidade e à profundidade de sua produção
intelectual, incluindo a questão da burocracia. A utilização de Weber servirá como
instrumento preciso de análise conceitual sobre a temática aqui proposta. Certamente, o
pensador foi um dos principais estudiosos da burocracia, tendo como palco privilegiado
a Alemanha na época da Primeira Grande Guerra (1914-1918). É dentro desse fecundo
arcabouço teórico que se pretende fazer algumas incursões sobre a educação e a
burocracia, tendo com respaldo epistemológico Weber.
LIVRO

Título: Sociologia Clássica: Marx, Durkheim e Weber

Autor: SELL, Carlos Eduardo.

Editora: Vozes.

Sinopse: Retrata concepções dos filósofos tão relevantes no contexto sociológico, Karl
Marx economista e alemão, o sociólogo francês Émile Durkheim e o teórico político Max
Weber, descrevendo a teoria sociológica, teoria política e a teoria da modernidade,
conflitos que fazem parte de nossa realidade social, desencadeando em diferentes
vertentes para se compreender e interpretar a sociedade.
FILME/VÍDEO

Título: Moonlight sob a Luz do Luar

Ano: 2017.

Sinopse: Este filme mostra o crescimento de um garoto negro na periferia de Miami,


mas o contexto é semelhante ao que acontece no mundo todo, neste processo de
desenvolvimento aprende como não cair em tentação no mundo do crime, das drogas.
Mas aprende a viver em meios a uma sociedade que finge não existir problemas como
estes acarretados pela desigualdade social, econômica e cultural.

REFERÊNCIAS
ANDERY, Maria Amélia Pie Abib; SÉRIO, Tereza Maria de Azevedo Pires. Há uma
ordem imutável na natureza e o conhecimento a reflete: Augusto Comte (1798-
1857). In: ANDERY, Maria Amélia Pie Abib et al. Para Compreender a Ciência: uma
perspectiva histórica. 16ª ed. Rio de Janeiro: Garamond, 2012.

ARON, R. As etapas do pensamento sociológico. Martins Fontes, 2000.

COMTE, Auguste. Discurso sobre o espírito positivo:ordem e progresso. Porto


Alegre: Globo; São Paulo: USP, 1978.

DURKHEIM, E. O suicidio: estudo de sociologia. São Paulo: Martins Fontes, 2000.

DURKHEIM, E. et al. Introdução ao pensamento sociológico. São Paulo: Centauro,


2001. (Coletânea de textos).

DURKHEIM, E. Da divisão de trabalho social 3.ed. Trad. Eduardo Brandão. São


Paulo: Martins Fontes, 2008.

FERREIRA Neto, Ney Jansen. Escola, ensino de sociologia e políticas


educacionais. Curitiba: InterSaberes, 2019. Disponível em:
https://plataforma.bvirtual.com.br. Acesso em: 17 ago. 2021.

GALLIANO, G.A. Introdução à Sociologia. SP: Harper e Row do Brasil, 1981.

GIDDENS, A. As consequências da modernidade. São Paulo: Editora Unesp, 1990.

MARX, K. La guerra civil en Francia. In: MARX, K.; ENGELS, F. Obras escojidas Versión
de Editorial Progreso. Cubierta de César Bobis Tomo I. Madrid: Editorial Ayuso, 1975.

MARX, K. O capital Livro III, Tomo II. Tradução de Regis Barbosa e Flavio R. Kothe.
São Paulo: Abril Cultural, 1985. (Coleção Os Economistas).

NOVAIS, Carlos Eduardo. Capitalismo para principiantes. São Paulo: Ática,1983.

QUINTANEIRO, T. Um toque de Clássicos: Durkheim, Marx e Weber. Belo Horizonte:


Editora UFMG,1996.

TOMAZI, Nelson Dacio. Sociologia da Educação. São Paulo: Atual, 1997.

WEBER, Max. Economia e Sociedade. 4.ed. Brasília: UnB, 2000.. V.1.

WEBER, Max. Economia e Sociedade: Fundamentos da sociologia compreensiva. 2.


Vol. Trad. Regis Barbosa e Karen Elsabe Barbosa São Paulo: Editora UnB, Imprensa
Oficial, 2004.

WEBER, Max Ciência e Política: duas vocações. 18. ed. São Paulo: Cultrix, 2011.
UNIDADE II

DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS, PARÂMETROS CURRICULARES


NACIONAIS E ORIENTAÇÕES CURRICULARES PARA O ENSINO DE
SOCIOLOGIA.

Professor Mestre Jorge Alberto de Figueiredo

Plano de Estudo:

● Repensar a Educação: Uma Reconstrução da Sociedade;


● Lei de Diretrizes e Bases da Educação;
● Diretrizes Curriculares Nacionais;
● Parâmetros Curriculares Nacionais.

Objetivos de Aprendizagem:

● Compreender a relevância da fundamentação teórica sobre as Leis que regem a


educação brasileira;
● Conhecer os documentos educacionais que regem a base estrutural e
organizacional dos componentes curriculares;
● Aprimorar os conhecimentos que orientam o Ensino de Sociologia.
INTRODUÇÃO

Prezado (a) aluno (a), como tudo que fazemos em nosso cotidiano, estudar não é
diferente, aprendemos em cada momento, nos aprimoramos, uma constante evolução,
claro que cada uma da sua maneira, porque temos ritmos totalmente diferentes, o
importante é que cada um de nós possamos descobrir qual o nosso ritmo e nos
possibilitar crescer intelectualmente.
Isso me faz mediar a você a refletir: “Com a experiência de vida que tem hoje,
você mudaria algumas coisas em seu passado?”. Muitos devem ter dito que sim e até
mesmo vislumbrar mentalmente quais seriam as mudanças. Entretanto chamo atenção
para que compreendam que as nossas ações estão ligadas ao conhecimento que temos
no momento.
Ter uma visão sociológica é compreender a sociedade e as pessoas que nela
estão inseridas. O que denota a extrema importância deste estudo. Atualmente vivemos
conflitos ideológicos, religiosos, culturais, sociais e econômicos, justamente pela falta de
compreensão que estamos em um mundo globalizado e as ideias devem ser respeitadas.
Com o propósito de enriquecermos com as experiências dos outros e aprimorar as
nossas experiências.
Bem, o que isso tem a ver com o cenário educacional? Simples, o processo foi
sendo estruturado com base no momento, assim, não podemos julgar sem ter um
conhecimento do contexto histórico da época. Dessa forma o estudo desta unidade II irá
proporcionar a você, um entendimento da evolução do sistema educacional brasileiro por
meio do que você aprendeu na Unidade I, consolidando nossa aprendizagem nesta
unidade que se baseia principalmente na Lei de Diretrizes e Bases da Educação,
Diretrizes Curriculares Nacionais, Parâmetros Curriculares Nacionais, Base Nacional
Comum Curricular de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, Orientações Curriculares
para o Ensino de Sociologia.
1 REPENSAR A EDUCAÇÃO: UMA RECONSTRUÇÃO DA SOCIEDADE

Ao aprender sobre a história da Sociologia e sua relevância enquanto disciplina


escolar, é fundamental refletirmos sobre alguns pontos para seguir com mais
conhecimentos que se agregam ao grande quebra-cabeça do sistema educacional e
assim possibilitar uma análise crítica e construtiva, sobre as diretrizes legais para a
implementação e permanência da disciplina no ambiente institucional.
A Sociologia, que está inserida na área de Ciências Sociais, é crucial na
atualidade, pois, estamos vivenciando momentos de grandes mudanças em todas as
esferas: sociais, culturais, econômicas, educacionais e religiosas. Esta disciplina tem
como um dos objetivos estudar a conduta das pessoas, tendo como base de pesquisa o
meio e forma em que se conectam independente dos padrões sociais e instituições.
Também uma das suas características além da descrita acima é contribuir
levantando problemas, questões, conflitos, para que outras ciências tais como: Ciência
política que estuda os sistemas políticos quais estão intrínsecos às relações de poder....
a Antropologia que pesquisa o homem e a humanidade pautada nas questões culturais
e econômicas. E a sociologia propriamente dita que pesquisa os relacionamentos sociais
existentes em uma sociedade, para que possam direcionar propostas com o intuito de
melhorar a sociedade.
Podemos então aqui, destacar que há várias evidências que denotam a
necessidade de refletir sobre o momento qual estamos inseridos, deixemos de lado
nossas escolhas pessoais enquanto política e religião para que possamos ter um olhar
objetivando construir conceitos, ideias para agregar valor ao nosso cotidiano.
Você também acredita na frase: “Este mundo não tem mais jeito?” Se você dizer
que sim, compreendo, pois, muitas vezes nos sentimos cansados de remar contra a
maré, de gerar expectativas que não condiz com nossa realidade. Mas se você acredita
que há uma oportunidade de mudança, compartilho da sua opinião. O que há em muitas
situações são valores morais e intelectuais que para muitos estão perdidos, momentos
gritantes de individualidade e uma banalização de tudo o que achávamos correto.
Primeiramente o conhecimento é o que fará toda a diferença para uma mudança
significativa. Apenas diferencie conhecimento de informação, pois, o primeiro é pautado
em estudos, pesquisas e o segundo é o vemos por exemplo nas redes sociais, quais
nem tudo é verdade, mas estratégias do sistema capitalista para alcançar seus objetivos,
nos usando como “massa de manobra”.
De forma relevante a sociologia tem o papel de buscar argumentos para
compreender as ações e reações que acontecem no mundo, para solucionar ou mediar
problemas que possam acometer gerações futuras. Um exemplo bem preciso, que
podemos considerar é quando você busca conhecer sua árvore genealógica, seus
antepassados, sua história, neste contexto compreendendo o passado, o presente fica
consistente e estruturado e consequentemente seu futuro também será.
Assim fica claro como a sociologia, age, e quantos campos para serem
investigados, vivemos em uma comunidade gigante e com grandes diferenças, para que
possamos viver de forma harmônica é fundamental o conhecimento e sistematicamente
o respeito.
Pensando assim, cada indivíduo não pode agir da maneira que bem entendemos,
viver em sociedade é respeitar regras e normas, ao construirmos coletivamente
condutas, leis, diretrizes, ações estamos pensando de forma conjunta, coletiva e
agregando valor a todos de maneira substancial.
Educacionalmente não foi diferente, veremos na sequência de nossa unidade
como de forma lenta, porém, concreta as leis foram sendo criadas oportunizando a todos
o direito de igualdade. E aos poucos a evolução ao que se refere em destacar o aluno,
como fonte central do processo de aprendizagem.
2 LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO

As transformações no cenário educacional na maioria das vezes aconteceram de


maneira imposta, reformas, ementas, leis e diretrizes vinculadas ao modismo ou modelos
de países com realidades completamente diferentes, sem considerar detalhes cruciais,
como questões sociais, culturais, econômicas entre muitas outras. No meio destas
mudanças o professor era induzido a aplicar práticas, teorias quais não tinha qualificação
e tão pouco entendimento e quando se agregava valor e tenacidade às novas
imposições, novas mudanças educacionais surgiam.
Você assim como eu, sabemos que atravessamos um momento educacional
diferente e muito importante, a tecnologia nunca se fez tão necessária. Mas as
instituições educativas estavam preparadas? Sabemos que não, mas a educação é
exatamente isso, uma novidade a cada dia e precisamos aprender a lidar com as
mudanças e adaptar-se, buscar novas aprendizagens para evoluirmos.
Mas a escola no que refere a parte estrutural e a parte humana não estava pronta
e tão pouco está, para atender uma demanda de aulas a distância, isso quando
pensamos em Educação Infantil e Educação Básica Anos Iniciais.
A política e a economia estão sendo a base de tantas mudanças no mundo,
evidentemente que a pandemia, trouxe a urgência de se reinventar formas de manter o
funcionamento da forma mais normal possível. Há muitos interesses em manter uma
sociedade alienada.
A disciplina de Sociologia era inserida e retirada do ensino básico, e sempre
estava relacionada aos acontecimentos políticos. Na Reforma de Rocha Vaz em 1925 o
ensino desta importante disciplina foi inserida nas escolas secundárias. Em 1931 houve
a Reforma Francisco Campos, entretanto a disciplina foi mantida até 1942, porém com
a Reforma Capanema sua obrigatoriedade é retirada. É importante destacar que esta
Reforma organizou o currículo do ensino secundário brasileiro. Estabelecendo em dois
ciclos, ação inovadora para aquele momento histórico.
O primeiro era o ginásio com a durabilidade de quatro anos e agregava três áreas
significativas: Línguas (Português, latim, Inglês e Francês), Ciências (Matemática,
Ciências Naturais, História Geral, História do Brasil, Geografia geral e Geografia do
Brasil); Artes (Trabalhos Manuais, Desenho e Canto Orfeônico). O segundo ciclo
resultava na modalidade clássica ou científica, ambas com o tempo de finalização de
três anos.
A Lei das Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Lei de nº 4024/61 teve o
intuito de alterar os conteúdos, propostas e metodologias com o intuito de desenvolver o
espírito crítico, desta maneira os indivíduos seriam impulsionados a pensar de forma
coerente, reflexiva e lógica, para ser capaz de tomar decisões, se posicionar mediante
os fatos e acontecimentos, pautada em conhecimento de causa.
Porém em 1964 a Ditadura Militar, surge e direcionava novos rumos para o
sistema educacional brasileiro a sociologia foi retirada definitivamente do currículo
escolar de nível secundário. A Lei das Diretrizes e Base da Educação Nacional – Lei nº
5.692/71, desperta em seus direcionamentos a ênfase do desenvolvimento do espírito
crítico, cidadania, formação de trabalhadores, tais características pressupunha ser uma
proposta para a melhoria da economia do país. Mas as disciplinas científicas tiveram
caráter profissionalizante, ou seja, contrárias à proposta curricular (BRASIL, 1971),
configurando uma desigualdade educacional e consequente social.

Reconhece que a cultura deixa de ser unitária e se bifurca em duas metades


contraditórias. Uma delas representada no seleto grupo de letrados que se
apropriam do aspecto subjetivo da cultura tornando-se dona das ideias e do
conhecimento, enquanto a outra, afastada da esfera ideal da cultura, recebe as
funções operativas e, no máximo, uma “instrução básica (PINTO, 1979, p.13).

A constituição brasileira de 1988 impulsionou a necessidade da reconstrução de


uma nova LDB, resultando na Lei nº 9.394/96 que em seus § 1º e 2º, estabelece que
toda articulação educacional deve estar relacionada ao mundo do trabalho e à vida em
sociedade (BRASIL,1996), o que traduziria no desenvolvimento do potencial de cada ser
humano, para a melhoria da sua vida em particular bem como para a coletividade. A
Educação neste momento se solidifica em três bases: Educação Infantil, Ensino
Fundamental e Médio.
Neste contexto a sociologia reaparece, mas como uma disciplina obrigatória,
entretanto a Lei nº 11.684 de 2008, altera o art. 36 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro
de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir a
Filosofia e a Sociologia como disciplinas obrigatórias nos currículos do ensino médio,
passando a ser obrigatório, tenho um potencial pautado em lei e inserido nas disciplinas
do ensino básico e assim foi sendo agregado suas especificidades em documentos
norteadores quais embasam não apenas os conteúdos a serem trabalhados mas as
metodologias serem utilizadas.
A Lei 9.349/96 tem como premissa ao Ensino Médio direcionar para que o aluno
tenha pleno conhecimento sobre a cidadania e faça uso de suas ações. Os objetivos da
Sociologia nesta etapa de ensino é contribuir para a investigação, identificação,
descrição, classificação e interpretação da vida em sociedade podendo assim
compreender a realidade social que rodeia.
3 DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS

No contexto da Educação Básica é crucial entendermos a relevância da


individualidade no que se refere às diferenças, entretanto, socialmente compreendemos
que cada qual, atua de acordo com seu conhecimento, suas experiências de vida, assim
se remete ao trabalho formativo na escola pública. Conseguir perceber no aluno, mais
que um número na chamada e sim um ser capaz de mudar o espaço que está inserido
de forma positiva, caso seja dado oportunidades.
Todas as reflexões das Diretrizes Curriculares Nacionais tem a vertente de propor
a construção de uma sociedade justa e igualitária. Você deve estar se questionando se
isso é possível! De acordo com esta afirmativa podemos entender que é possível: “Todos
os envolvidos na educação Básica, advindas de classe sociais e culturais, devem ter
acesso ao conhecimento, produzido pela humanidade, que na escola é transmitido pelos
conteúdos das disciplinas” (FRIGOTTO, 2004, p. 25).
O ensino tradicional, momento em que o professor é o centro do processo ensino-
aprendizagem, se desloca a centralidade para o aluno. Os conteúdos antes
fragmentados necessitam ser articulados para ser contextualizados e conectar-se de
forma interdisciplinar com as demais disciplinas. As propostas visam proporcionar
conhecimento a ponto de que o indivíduo consiga se posicionar diante de tantas
contradições sociais, culturais, políticas e econômicas.
Uma das formas de oportunizar a igualdade é diversificando as práticas
pedagógicas em sala de aula, alcançando uma aprendizagem ampla, respeitando o
tempo de cada aluno para a aquisição do conhecimento, bem como as diferentes formas
que cada aluno tem para aprender. Vale ressaltar que todo aluno aprende,
independentemente de sua classe social e/ou econômica. No decorrer da Unidade 4
falaremos mais sobre essas ações.
Assim é preciso compreender que em um currículo escolar há um direcionamento
sobre o que deve ser trabalhado. Eu reflito da seguinte maneira: nenhum conteúdo pode
ser retirado, mas de acordo com o momento histórico deve ser acrescentado e
paralelamente inserir propostas pedagógicas coerentes. O currículo pressupõe que deva
conter:

[...] os aspectos intelectuais, físicos, emocionais e sociais são importantes


no desenvolvimento da vida do indivíduo, levando em conta, além disso,
que terão de ser objeto de tratamentos coerentes para que se consigam
finalidades tão diversas, ter-se-á que ponderar, como consequência
inevitável, os aspectos metodológicos do ensino, já que destes depende
a consecução de muitas dessas finalidades e não de conteúdos estritos
de ensino. Desde então, a metodologia e a importância da experiência
estão ligadas indissoluvelmente ao conceito de currículo. O importante do
currículo é a experiência, a recriação da cultura em termos de vivências,
a provocação de situações problemáticas [...] (SACRISTÁN, 2000, p. 41).

Você precisa compreender que as concepções das diretrizes não são inovadoras,
pois, as discussões para que as mudanças ocorressem são antigas, antes de concluir as
diretrizes, surgiu o Currículo Básico, ou seja, o aprimoramento desses estudos, um
grande fator de relevância é o destaque para as concepções científicas, filosóficas e
artísticas objetivando enaltecer as todas as disciplinas.
As diretrizes transcorrem na perspectiva histórica e crítica para estruturação dos
conteúdos disciplinares, pois, embora sejam diferentes em alguns aspectos se
sistematizam nos quesitos epistemológicos e cognitivos esses princípios, são
significativos por direcionar conhecimento para os alunos para a vida sistematizados pela
prática social. O que resultaria para o aluno a formação necessária para o embate diário
com o intuito de transformações nas esferas sociais, econômicas, políticas e culturais do
momento vivido. A escola precisa mediar momentos de discussão e diálogo sobre os
conhecimentos sistematizados e o popular.
A importância dos conteúdos e da atuação do professor, não apenas em sua
prática educativa, mas na produção de seu plano de ensino. Os conteúdos passaram a
ser estruturados, pois, com os temas transversais existentes na década de 1990 os
mesmos ficaram fragmentados e incoerentes. Assim…

Sem conteúdo não há ensino, qualquer projeto educativo acaba se


concretizando na aspiração de conseguir alguns efeitos nos sujeitos que se
educam. Referindo-se estas afirmações ao tratamento científico do ensino, pode-
se dizer que sem formalizar os problemas relativos aos conteúdos não existe
discurso rigoroso nem científico sobre o ensino, porque estaríamos falando de
uma atividade vazia ou com significado à margem do para que serve
(SACRISTÁN, 2000, p. 46).

A sociologia é intrigante, nos impulsiona a sanar curiosidades e direcionar


condições para melhorar, amenizar ou até mesmo solucionar conflitos existentes.
Sempre de forma crítica e racional, sendo capaz de observar a realidade sem deixar ser
influenciado pelas dificuldades ou obscuridades acarretadas pelo sistema capitalista.
Você é influenciado pelo sistema capitalista? Eu posso afirmar de alguma forma
que todos nós somos grandes influenciados. E um dos grandes responsáveis por essa
influência são as redes sociais. Muitas vezes nem precisamos, daquela roupa, sapato,
carro, smartphone, entre outros exemplos, adquirimos. Tudo é pensado para atrair esse
consumidor impulsivo, desde as cores dos estabelecimentos até as organizações das
gôndolas em um supermercado. Consumismo. Esse é um assunto que em sala de aula
rende discussões importantíssimas.
Na proposta das Diretrizes Curriculares a temática das Ciências Sociais, qual a
Sociologia é protagonista e propõem que os conteúdos sejam estruturados de forma a
explicar os fenômenos sociais, que nada mais são que conceitos que fundamentam a
realidade e todas as suas consequências. Apresentando alguns pontos cruciais, quais o
professor do ensino Médio deve estar atento ao aprender e ao ensinar a Sociologia sendo
eles: problemas teóricos, problemas metodológicos e pedagógicos. Os conteúdos
estruturantes propostos estão envoltos da seguinte forma:

● O processo de socialização e as instituições sociais;


● Cultura e indústria Cultural;
● Trabalho produção e classes sociais;
● Poder politico e ideologia;
● Direitos, Cidadania e Movimentos Sociais

Portanto fica explícito que:

Quando o aluno compreende que os cheiros, os gestos, as gírias, as tensões e


conflitos, as lágrimas e alegrias, enfim, o drama concreto dos seus pares, é em
grande medida resultante de uma configuração específica de seu mundo, então a
Sociologia cumpriu sua finalidade pedagógica (SARANDY, 2001 p. 61).

As Diretrizes Curriculares Nacionais voltadas para o Ensino Médio concretiza


uma ação educativa, alicerçada pelo contexto estético, político e ético. Assim enriquece
e dá um novo sentido ao documento do século XXI, da UNESCO, que tinha seus pilares
educacionais voltados para o aprender a conhecer, no aprender a fazer, aprender a
conviver e aprender a ser. Forte educação humanista, trazendo em seus princípios
atributos estéticos, político éticos.
4 PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS

Os Parâmetros Curriculares Nacionais tiveram seus estudos iniciais em 1996 com


o intuito de aprimorar o currículo, sendo como embasamento um novo papel social,
condizente com o momento histórico, passando por várias versões até o formato final.
Além de produções específicas para os conhecimentos das disciplinas, também foi
acrescido conhecimento das Ciências Humanas por serem consideradas fundamentais
para o Ensino Médio, ofertando oportunidade para reflexões mais elaboradas tais como:
Antropologia, Política, Direito, Economia e Psicologia.
As inclusões desses conhecimentos caracterizam, ainda mais ensejo de que a
aprendizagem tenha a integração e aplicabilidade no contexto diário do indivíduo para
que aprenda seus direitos. Eu entendo que nesta intenção do documento há uma
necessidade não apenas de aprender sobre os direitos, mas deveres que são também
significativos no compromisso com o papel de cidadão. Bem nesse ponto o papel da
interdisciplinaridade é necessário, pois os conhecimentos que foram adicionados tinham
por caraterísticas trabalhar por meio de projetos ou outras práticas pedagógicas que
denotem articulação e sistematização entre elas. Vamos compreender um pouco mais
sobre interdisciplinaridade.
Para Ivani Fazenda (1994), o conceito de interdisciplinaridade surgiu na Europa,
mais especificamente na França e Itália, no início da década de 60. Foi gerado para ser
resposta a reivindicações para um ensino voltado às questões de ordens social, política
e econômica da época, conceituando que, com a integração dos conhecimentos, teria a
possibilidade de resolver grandes problemas. No Brasil o assunto sobre
interdisciplinaridade surgiu no final da década de 60, influenciando na elaboração da Lei
de Diretrizes e Bases 5.692/71. Desta forma, esse tema passou a fazer parte do cenário
educacional brasileiro e intensificado com a LDB 9.394/96 e com os Parâmetros
Curriculares Nacionais (PCN).
Para que haja uma prática interdisciplinar, o professor precisa se comprometer
em fazer, com seriedade e compromisso, seu trabalho pedagógico. Com as experiências
adquiridas, a escola se estrutura, descarta, faz recortes, constrói e desconstrói caminhos
cada vez mais edificantes interdisciplinarmente. De acordo com Japiassu, “O objetivo
utópico do interdisciplinar é a unidade do saber”, e vai mais longe, ao reconhecer que a
“Interdisciplinaridade não é algo que se ensine ou que se aprenda, mas algo que se vive”
e considera que “é fundamentalmente uma atitude de espírito. Atitude feita de
curiosidade, de abertura, de sentido de aventura, de intuição das relações existentes
entre as coisas e que escapam à observação comum” (JAPIASSU, 1979, p.15).
A intencionalidade educativa é ensinar os morais e a ética, bem característicos do
positivismo evidenciados em nossa bandeira nacional “ordem e progresso”. Você
percebeu que as palavras, ética e moral são constantes em todo o momento histórico?
E ao vivenciarmos situações tão discrepantes das condutas ideais tendo como parâmetro
uma sociedade justa e igualitária, notoriamente entendemos a proposta e a necessidade
da disciplina de Sociologia: a compreensão do homem em todas as suas artimanhas.
A tecnologia passa a ser um recurso muito valorizado nas orientações dos PCNs,
haja vista a crescente evolução deste meio em todos os setores, assim na educação não
poderia ser diferente, analisando a ampliação de suas possibilidades enquanto recurso
e/ou processo. Dos princípios que já discutimos, citado no documento da UNESCO,
destacando seus quatro pilares, todas as competências e habilidades encontram-se
permeadas por elas. Entretanto, quando falamos em aprender a conhecer, surge a
necessidade da seguinte reflexão. Você sabe que a partir do momento em que
aprendemos a nos conhecermos, simultaneamente sabemos nossos limites, o que nos
prepara para cada ação conscientemente?
Neste contexto, quando falamos deste pilar imediatamente devemos pensar na
formação dos indivíduos pautada nas competências cognitivas, sócio-afetivas e
psicomotoras que impulsionam a ampliação de suas habilidades. Para ficar claro vamos
distinguir o que define competência e habilidade. Os dois conceitos estão interligados, a
habilidade está intrinsecamente ligada ao saber fazer, são os conhecimentos que vão
sendo adquiridos que lhe conduz a ter habilidade. As junções destas habilidades
asseguram a execução de ações, condutas, porque suscitam na competência. Assim
podemos entender que:

Se aceitarmos que competência é uma capacidade de agir eficazmente


num determinado tipo de situação, apoiada em conhecimentos, mas sem
se limitar a eles, é preciso que alunos e professores se conscientizem das
suas capacidades individuais que melhor podem servir o processo cíclico
de Aprendizagem-Ensino-Aprendizagem (PERRENOUD, 1999, p 7).

Além disso:

A construção de competências é inseparável da formação dos esquemas


mentais que mobilizam os conhecimentos adquiridos, num determinado
tempo ou circunstância. A mobilização dos diversos recursos cognitivos,
numa determinada situação, assegura-se pela experiência vivenciada. O
sujeito não consegue desenvolvê-la apenas com interiorização do
conhecimento. É preciso internalizá-la buscando uma postura reflexiva,
capaz de torná-la uma prática eficaz (FERREIRA, 2001, p. 48).

O ensino de Sociologia no Ensino Médio está relacionado a sua maturidade, bem


como seu ingresso ao mercado de trabalho, o que configura uma complexidade maior
em sua interação com o meio. O que configura a relevância das Ciências Sociais, neste
momento. Pois a Sociologia, Antropologia e Política estão presentes em seu cotidiano.
Estudamos na Unidade I, alguns pensadores Karl Marx, Max Weber e Émile Durkheim,
suas teorias são muito atuais, há uma necessidade de incentivar estas discussões tendo
em vista todas as crises, conflitos passados que se identificam com muitos
acontecimentos atuais, tendo o indivíduo e a sociedade como princípio.
Essa relação indivíduo e sociedade exemplifica o comportamento de uma pessoa,
que desencadeia uma reação na sociedade, seja de forma positiva ou negativa, as
divergências de pensamento, de conduta não devem causar desrespeito com o próximo,
respeitar a opinião contrária do outro, não fere seus pensamentos, seus valores.
As discussões, os embates que acometem os processos sociais, frutos do sistema
capitalista, em ebulição com as dinâmicas políticas e econômicas, mobilizam muitas
pessoas, as quais quanto críticas e conscientes contribui para a continuidade da ordem,
alavancando o progresso, sequenciando mudanças sociais e significativas.

[...] A leitura ocorre de forma natural, independente da aprendizagem


escolar, sendo vital na interação no mundo em que vivemos, pois
contribui para o crescimento intelectual, afastando a ignorância. Lobato
afirma: “A novela popular pelo sistema antigo quer em folhetins de jornais
quer em brochuras baratas está quase morta entre nós, onde, aliás,
nunca teve grande desenvolvimento graças ao nosso fantástico
analfabetismo”. E segue descrevendo que “A proporção nas capitais e no
interior do país entre a novela vista e a lida será, talvez, de uma para mil”
(LOBATO, 2009, p. 29).

A família e o estado passam a ter novas posturas e papéis. Modelos familiares


das mais diversas e o Estado também passa a ter direitos e deveres. E os indivíduos
passam a cobrar do poder público, destacando por meio dos votos seu
descontentamento ou sua aprovação.
Façamos uma pausa! Você gosta de política? Até que ponto está envolvida (o)?
Uns são mais apaixonados que outros pela política. Alguns até exageradamente. Mas
todos nós vivemos em meio a política, nossa vida está interligada a ela, seja, no trabalho,
na religião, em nosso dia-a-dia. Se ela faz parte tão contundente devemos estar atentos
a isso. Sem intenções partidárias. Estamos falando de engajamento na sociedade ( que
é política) que resulta em oportunidade de trabalho, de estudo, de avanços coletivos.
SAIBA MAIS

As competências gerais da Educação Básica e com as da área de Ciências


Humanas do Ensino Fundamental, no Ensino Médio a área de Ciências Humanas e
Sociais Aplicadas deve garantir aos estudantes o desenvolvimento de competências
específicas. Relacionadas a cada uma delas, são indicadas, posteriormente, habilidades
a serem alcançadas nesta etapa. Seis são as competências que são descritas na Base
Nacional Curricular Comum e cada uma delas explicita os objetivos orientando o
professor para que compreenda as habilidades que devem ser desenvolvidas por meio
de suas práticas pedagógicas para com o aluno.

BASE NACIONAL CURRICULAR COMUM. http://basenacionalcomum.mec.gov.br/.2017. Disponível em


http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/historico/BNCC EnsinoMedio embaixa_site_110518.pdf.
Acesso 26/08/2021.

REFLITA

Conhecer não é o ato através do qual um sujeito transformado em objeto, recebe


dócil e passivamente os conteúdos que outro lhe dá ou lhe impõe. O conhecimento pelo
contrário, exige uma presença curiosa do sujeito em face do mundo. Requer sua ação
transformadora sobre a realidade. Demanda uma busca constante. Implica invenção e
reinvenção (FREIRE, 1985, p.7).

#REFLITA#

CONSIDERAÇÕES FINAIS

É notório como nosso conhecimento se amplia a cada dia, isso porque estamos
inseridos em um contexto histórico que agrega valores a nossas ações. Aprendemos que
a disciplina de Sociologia tem sua identidade na compreensão de como a sociedade se
organiza, como ela age, tendo como o centro da observação o indivíduo, pois, ele insere
nas questões sociais, religiosas, econômicas, culturais ofertando uma mobilização.
Nem sempre as mobilizações são positivas, devido às diferenças de opiniões,
crenças e valores. Tudo se adapta conforme as necessidades. A Sociologia é uma
ciência capaz de nortear pontos que precisam ser melhorados e por meio da pesquisa,
do processo investigativo, surgem novas possibilidades essenciais para o homem, seja,
trabalho, tecnologia, vivências em mais diversos grupos sociais ou políticos.
Além disso, todas as informações e conhecimentos pautados nas questões
sociológicas são fontes de pesquisa para outras ciências, tais como a Psicologia,
Economia, Antropologia, Ciências entre outras. Incrível, mas a interdisciplinaridade
acontece nestas trocas de informações o que impulsiona os estudos de forma mais
organizada e concisa.
Como a sociedade vive em constante mudança, para se manter atualizado diante
das questões que as envolve, as leituras, os estudos devem ser sistêmicos e pontuais.
Todos os dias algo se inova. O papel do professor é estar sempre atualizado, sobre as
diretrizes bem como assuntos relevantes que estão em evidência, para que possa
conciliar os conteúdos do currículo com a realidade cotidiana.
Esses atributos contribui para que a aprendizagem fique mais intrigante, no
sentido de despertar no aluno (a) a curiosidade, para a busca da pesquisa e
concomitantemente construa suas próprias hipóteses, discuta com seus pares, pesquisa,
elabore argumentos e refute caso necessário. Entretanto é prudente compreender que
para o ensino de sociologia problematizar é preciso. Agir é necessário.

LEITURA COMPLEMENTAR

PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO. http://pne.mec.gov.br. 2014. Disponível em:


http://pne.mec.gov.br/18-planos-subnacionais-de-educacao/543-plano-nacional-de-
educacao-lei-n-13-005-2014. Acesso em: 13 set. 2021.

Resumo: Plano Nacional de Educação, consequente da Lei nº 13.005/2014, expondo


de forma detalhadas as 20 metas propostas para a educação, com vigência de 10 anos,
na forma do Anexo, com vistas no cumprimento do disposto no art. 214 da Constituição
Federal.
LIVRO

Título: O Ensino de Sociologia e de Filosofia no Brasil

Autor: Bodart, Cristiano das Neves.

Editora: Café com Sociologia.

Sinopse: O referido livro é uma obra construída por intermédio de estudos acadêmicos
(pesquisas) e políticas, focando na importância do ensino de Sociologia, bem como da
Filosofia. O mesmo é dividido em oito capítulos que expressam reflexões que facilitam a
compreensão acerca do ensino desta disciplina, deste seu contexto histórico à reflexão
sobre a ação docente.

FILME/VÍDEO
Título: Tempos Modernos

Ano: 1936

Sinopse: Um trabalhador devido a mecanização em seu trabalho é levado à loucura.


Passa por tratamento, mas sofre a consequência ficando desempregado. Decide
recomeçar, é preso, acusado injustamente. Para manter sua família (suas irmãs),
começa a praticar delitos.
REFERÊNCIAS

BRASIL. Lei nº 4.024, de 20 de dezembro de 1961. Fixa as Diretrizes e Bases da


Educação Nacional. Disponível em wwwp.fc.unesp.br/~lizanata/LDB%204024-61.

BRASIL. Lei nº 5.692, de 11 de agosto de 1971. Fixa Diretrizes e Bases para o ensino
de 1° e 2º graus, e dá outras providências. Disponível em
www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L5692.htm.

BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: terceiro e quarto ciclos: Língua


Portuguesa. Brasília: MECSEF, 1998. BRASIL, Parâmetros Curriculares Nacionais:
terceiro e quarto ciclos: Matemática. Brasília: MECSEF, 1998.

BRASIL. Parecer CNE/CP9/2001 - Diretrizes Curriculares Nacionais para a


Formação de Professores da Educação Básica, em nível superior, curso de
licenciatura, de graduação plena. Brasília: MEC, 2001. BRASIL.

BRASIL. Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Educação é a Base. Brasília,


MEC/CONSED/UNDIME, 2017.

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, LDB. 9394/1996, São


Paulo: Saraiva, 1996.

BODART, Cristiano das N. Prática de ensino de sociologia: as dificuldades dos


professores alagoanos. Mediações, Londrina, v. 23 n. 2, p. 455-491, Mai./Ago. 2018.
Disponível
em:http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/mediacoes/article/download/30442/pdf.
Acesso em: 13 set. 2021.

FAZENDA,I. C. A. Interdisciplinaridade: história, teoria e pesquisa. Campinas:


Papirus, 1994.

FERREIRA, Naura Syria Carapeto; AGUIAR, Márcia Ângela da S. Gestão da Educação:


impasses, perspectivas e compromissos. 2ª edição. São Paulo: Cortez, 2001.

FERREIRA Neto, Ney Jansen. Escola, ensino de sociologia e políticas educacionais.


Curitiba: InterSaberes, 2019. Disponível em: https://plataforma.bvirtual.com.br. Acesso
em: 13 set. 2021.

FREIRE, Paulo. Extensão ou comunicação? 8ª edição Ed. Paz e Terra S/A,


1985.

FRIGOTTO, G. Sujeitos e conhecimento: os sentidos do ensino médio. In


FRIGOTTO, G. e CIAVATTA, M. Ensino Médio: ciência, cultura e trabalho. Brasília:MEC,
SEMTEC, 2004.
MONTEIRO, L. A Onda Verde. São Paulo: Globo, 2009: 18 ago. 2021.

JAPIASSU, H. Prefácio. In: FAZENDA, I. C. A. (Org.). Integração e


interdisciplinaridade no ensino brasileiro: efetividade ou ideologia? São Paulo:
Loyola, 1979.

PERRENOUD, Ph. (1999). Construir as Competências desde a Escola. Porto Alegre


: Artmed Editora.

PINTO, Álvaro Vieira. Ciência e Existência: problemas filosóficos da pesquisa


científica. 2 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979.

SACRISTÁN, J. G. O currículo: uma reflexão sobre a prática. Trad. Ernani F. da F.


Rosa, Porto Alegre: Artmed, 2000.

SARANDY, F. Reflexões acerca do sentido da sociologia no Ensino Médio. Revista


Espaço Acadêmico, Vitória, ano 1, n. 5, out. 2001.

WERNECK, H. Se a boa escola é a que reprova, o bom hospital é o que mata. Rio
de Janeiro: DP&A, 1998.
UNIDADE III

CAMPO DE PESQUISA SOBRE O ENSINO DE SOCIOLOGIA

Professor Mestre: Jorge Alberto de Figueiredo

Plano de Estudo:

● Pesquisa: Fonte de Aprimoramento Teórico;


● Tipos de Conhecimentos e Pesquisas;
● Pesquisa Científica e sua Construção: Aspectos Formadores de Habilidades e
Competências, no Ensino de Sociologia;
● Orientações Curriculares para o Ensino de Sociologia.

Objetivos de Aprendizagem:

● Destacar a necessidade de conhecimento teórico científico busca estrutura na


pesquisa;
● Refletir sobre a relevância do aprofundamento científica para professor e aluno;
● Evidenciar alguns tipos de pesquisa e suas peculiaridades;
● Caracterizar a sociologia como uma ciência, pautada na pesquisa e suas áreas
afins no campo das Ciências Sociais;
● Direcionar a pesquisa enquanto evolução social no Ensino de Sociologia.
INTRODUÇÃO

Olá prezado (a), aluno (a), a cada unidade um crescimento intelectual que nos
impulsiona a buscar mais conhecimento, somos movidos pela curiosidade em querer
entender além do que já sabemos. E aprender a viver em sociedade é fundamental ter
em mente que, esta evolui a cada minuto, em todas as áreas. Claro que se compararmos
com outros países, nos sentiremos imensamente atrasados, mas fundamentalmente o
mais importante é não fazermos comparações, pois cada pessoa ou lugar possui seu
contexto histórico.
O que proporciona evolução é o aprimoramento teórico por meio de pesquisas,
que são dados obtidos, por diversas formas, com o intuito de estudar inúmeras questões,
quais as respostas são cruciais para adaptação da humanidade aos novos tempos. Para
cada tipo de pergunta, há diferentes tipos de respostas, assim como as formas de
pesquisa. Tudo depende do que necessariamente o pesquisador tem como objetivo.
Quanto às inquietações sociológicas, as pesquisas tendem a analisar os
comportamentos humanos, sejam eles positivos e negativos, para entender o
pensamento humano e, sequencialmente, buscar respostas para direcionar o
aprimoramento das falhas ou dos benefícios obtidos. Todas ou quase todas as criações
de produtos, marcas, serviços partem das pesquisas, busca de perfil dos consumidores
e quando essas criações são estruturadas em pesquisas.
A pesquisa preenche uma lacuna que muitas vezes poderia nos remeter a erros.
O conhecimento, alicerçado por teóricos, filósofos, sociólogos, ou seja, estudiosos
preenche o quebra-cabeça, mesmo que seja provisório e com suas contribuições ajudam
a melhorar o mundo. Você e eu com os estudos, com a pesquisa, podemos mudar
nossas ações, mudar nossos contextos familiares ou compreender melhor e
supostamente o meio qual estamos inseridos. Assim convido você a entender o que é
pesquisa e a conhecer algumas formas de pesquisar

1 PESQUISA: FONTE DE APRIMORAMENTO TEÓRICO


O estudo da sociologia nos remete a algumas palavras chaves: sociedade,
evolução e transformação. Como aprendemos, este ramo das Ciências Sociais tem esse
objetivo de estudar a sociedade e as pessoas que as inserem. A evolução das
sociedades é muito visível e marcante. Podemos perceber que as evoluções são
contundentes quando analisamos, músicas, desenhos, novelas, filmes, como mudaram.
E as mudanças foram seguindo padrões de pensamentos e conhecimentos.
Assim também é possível comparar, como era o processo de compra e venda de
mercadorias, dando início às trocas pelo que se tinha (escambo), a chegar nas vendas,
mercearias e hipermercados. A visão de comércio mudou. Nas escolas podemos fazer
estas comparações, antes ensino embaixo de árvores, ou em locais possíveis, salas de
aulas sem estruturas, quadro negro e giz e atualmente esta estrutura ainda permanece
em alguns lugares, mas em outros a tecnologia se faz presente.
As transformações são necessárias porque a cada evolução é substancial a
modificações, para que de fato faça sentido. Para exemplificar, vamos pensar em você,
quando vê suas fotos de quando era pequena (o), percebe-se sua mudança física e a
mental foi acompanhando esse processo. Você foi evoluindo e suas alterações foram
sendo construídas partindo de sua aprendizagem e sua ação na sociedade em seu meio.
Tornando nossa vivência em uma eterna pesquisa, aprendemos com os erros e
mudamos nossas direções.
As pesquisas nas áreas de ensino podem ser elucidadas com esse exemplo das
pesquisas em nossas vidas, para nosso crescimento, em todas as áreas são de suma
relevância, não há, mudança sem pesquisa. As mesmas precisam ser atualizadas
sistematicamente, pois, os resultados de pesquisas são confrontados a cada momento
histórico. Uma área de atuação agrega valores à outra, conforme suas pesquisas.
Podemos destacar a doença COVID-19, por intermédio das pesquisas descobriu-se os
meios de contaminação, meios de proteção e formulações para a produção da vacina.
Tudo concretizado pela pesquisa.

Pesquisa é definida como o procedimento racional e sistemático que tem como


objetivo proporcionar respostas aos problemas que são propostos. A pesquisa
desenvolve-se por um processo constituído de várias fases, desde a formulação
do problema até a apresentação e discussão dos resultados (GIL, 2007, p.17).

Para que toda pesquisa tenha seu devido respeito na sociedade, precisam ser
sempre discutidas e expostas os resultados. Bem como o entrelaçar das áreas de
conhecimento, que é fonte de crescimento para as transformações necessárias. Em falar
em fontes, essa é outra questão que precisamos centralizar nossas condutas. Hoje
temos uma gama enorme de informações. Todo cuidado é pouco, pois, nem sempre as
informações são verídicas, ou seja, de fato científicas, com fundo de veracidade.
Informação é diferente de conhecimento. Primeiro são bombardeadas pelas
mídias sociais, que precisa ser filtrada, analisada e interpretada, sendo uma arma nas
mãos de pessoas sem senso crítico, que além de não compreender o que está sendo
informado, repassa os fragmentos da ignorância. O conhecimento é uma lapidação das
informações, como o diamante que precisa ser lapidado, ou seja, limpo para ficar na
essência de sua preciosidade, assim é o conhecimento.
E quanto mais filtramos, mais enriquecimento intelectual temos. Para dar mais
objetividade ao que estamos falando, pense em você, que assim como eu recebemos
várias informações sobre nossas questões profissionais, nossa rede de amigos e de
familiares, sendo necessário muitas vezes filtrar, lapidar as informações para evitar
conflitos internos e externos. Quando entendemos sobre o assunto que estamos
discutindo, o debate, o diálogo é produtivo e de alguma forma teremos acréscimos
positivos ou para nossa vida ou em prol de outrem. Entretanto, a pesquisa não pode ser
uma reprodução de estudos feitos, mas pode servir de apoio para busca de algo mais.
Em determinadas áreas de pesquisa é fundamental compreender que não existe
apenas uma resposta para tudo e que há diversos tipos de explicações para cada tipo
de derivações problemáticas. Ressalto que para alguns casos o direcionamento das
práticas de pesquisa são de cunho muito peculiar, diferenciando conforme características
regionais, profissionais, culturais, sociais, econômicas, religiosas entre outras, isso
porque inserido em cada item mencionado, cada instituição tem suas individualidades.
Assim:

Define-se metodologia de forma abrangente e concomitante (...) a) como a


discussão epistemológica sobre o “caminho do pensamento” que o tema ou o
objeto de investigação requer; b) como a apresentação adequada e justificada
dos métodos, técnicas e dos instrumentos operativos que devem ser utilizados
para as buscas relativas às indagações da investigação; c) e como a “criatividade
do pesquisador”, ou seja, a sua marca pessoal e específica na forma de articular
teoria, métodos, achados experimentais, observacionais ou de qualquer outro
tipo específico de resposta às indagações específicas (MINAYO, 2007, p. 44).

Há também que se pensar na dimensão da pesquisa, dentro do contexto


metodológico e na parte intelectual para a compreensão clara e objetiva. Desde a
Educação Básica, a pesquisa faz parte das práticas pedagógicas dos docentes, de
maneira mediada e condizente ao conhecimento do indivíduo. Entretanto é importante
salientar que embora o aluno no Ensino Médio tenha um conhecimento mais amplo,
sendo essa a nossa expectativa, deparamos com uma realidade diferenciada. Pergunto
a você: a pesquisa não deve ser uma prática, um recurso pedagógico nesta etapa de
ensino?
Com certeza a resposta é positiva. E a didática a ser aplicada para a pesquisa é
que norteará um grande potencial de escolha. Quanto mais as etapas de ensino se
aprofundam, mais a pesquisa deve ser mais elaborada e com propostas, cada vez mais
significativas, ampliando os interesses e curiosidade dos alunos. Para que a pesquisa
tenha seus propósitos alcançados, o professor precisa ter domínio teórico para "estudar".
A pesquisa é um instrumento para compreender e explicar contextos sociais. No
Ensino Médio a pesquisa pode ser direcionada no decorrer, antes ou depois das teorias,
dos conceitos e temas. Vale relembrar que tudo está relacionado com seu objetivo. Os
alunos podem pesquisar sem ter um conhecimento aprofundado do assunto ou pesquisar
antes e mediar depois o conhecimento adquirido. Sempre em busca de problematizar,
levantar hipóteses e refutar (descartar), caso seja preciso. Vejamos que:

(...) o homem é, por natureza, um animal curioso. Desde que nasce interage com
a natureza e os objetos à sua volta, interpretando o universo a partir das
referências sociais e culturais do meio em que vive. Apropria-se do
conhecimento através das sensações, que os seres e os fenômenos lhe
transmitem. A partir dessas sensações elabora representações. Contudo essas
representações, não constituem o objeto real. O objeto real existe
independentemente de o homem o conhecer ou não. O conhecimento humano
é na sua essência um esforço para resolver contradições, entre as
representações do objeto e a realidade do mesmo. Assim, o conhecimento,
dependendo da forma pela qual se chega a essa representação, pode ser
classificado de popular (senso comum), teológico, mítico, filosófico e científico
(FONSECA, 2002, p. 10).

Essa prática de fundamentação teórica, que denominamos pesquisa, não poder


fragmentada e solta, pautada apenas no senso comum. Precisa ser construída pensando
no conteúdo a ser explorado do currículo. Articular com o conhecimento que os alunos
já dominam planejar o ponto inicial do contexto qual será explicado, verificar qual
estratégia será utilizada e determinar o objetivo final. E como avaliar o que os alunos
aprenderam?
Você sabe como avaliar a aprendizagem do seu aluno? E sua
aprendizagem/conhecimento saberia dimensionar? Muito se explica com o parágrafo
anterior, quando sabemos o conteúdo e qual o conhecimento que os alunos possuem,
ao final desse processo as ideias e conceitos dos alunos deverão ter evoluído. Por certo
que o sistema exige provas avaliativas, mas a casa discussão, a cada debate e conversa
com o aluno, é perceptível seu amadurecimento pelas suas falas, sendo estas avaliações
reais.
O professor evolui da mesma forma, quanto mais estuda, mas se aprende.
Diversificando suas estratégias e compreendendo a dinâmica de sala de aula, atuando
muitas vezes com o improviso. Sim, improviso! Por mais que o plano de aula precise ser
estruturado, pode surgir um assunto por parte dos alunos, interessante que seja preciso
aproveitar ou uma situação social. A pesquisa sociológica tem critérios, padrões para
que tenham resultados confiáveis e que tenham validade. Antes de iniciar uma pesquisa
a elaboração do projeto é essencial, principalmente para que todos os envolvidos
compreendam a dinamicidade do que está sendo proposto.
Neste padrão de entendimento o aluno passa do senso comum, que seria os
conhecimentos adquiridos no decorrer de sua experiência de vida, em que recorremos
para resolver situações corriqueiras para aquisição de conhecimentos científicos
produzidos por meio de pesquisa, fundamentações concretas que resolvem conflitos em
conjunto com o senso comum. A ciências que busca de forma particular compreender o
espaço que está ao nosso redor. Portanto:

O conhecimento científico é produzido pela investigação científica, através de


seus métodos. Resultante do aprimoramento do senso comum, o conhecimento
científico tem sua origem nos seus procedimentos de verificação baseados na
metodologia científica. É um conhecimento objetivo, metódico, passível de
demonstração e comprovação. O método científico permite a elaboração
conceitual da realidade que se deseja verdadeira e impessoal, passível de ser
submetida a testes de falseabilidade. Contudo, o conhecimento científico
apresenta um caráter provisório, uma vez que pode ser continuamente testado,
enriquecido e reformulado. Para que tal possa acontecer, deve ser de domínio
público (FONSECA, 2002, p.11).

Seguiremos nossos caminhos de aprendizagem, e na sequência veremos alguns


tipos de conhecimentos e pesquisa, que irão respaldar o que a fundamentação teórica
por meio da pesquisa nos proporciona.
2 TIPOS DE CONHECIMENTO E PESQUISAS

Aprendemos o que é conhecimento e agora vamos aprender como é esse


processo de construção. Não existem verdades absolutas, tudo é flexível, pois, o que é
verdade para mim, pode não ser para você. O que nos diferencia, é como pensamos.
Temos pontos de vista diferentes. No processo de construção de conhecimento, a
ligação entre o sujeito e o problema a ser pesquisado, de certa forma parte de uma
verdade e da realidade. Assim temos os conhecimentos assim definidos: empírico,
teológico, científico e religioso.
Tudo que observamos, que aplicamos para resolver algo pautado em nossa
vivência é empírico, ou seja, o conhecimento que surge de nossas percepções e agimos
de acordo com elas. A palavra empírico tem origem grega “emperikos”, para explicar as
condutas médicas que eram praticadas baseadas nas experiências. Os erros nos
conduzem a acertos, a formação de ideias; conceitos construídos pelo senso comum.

É o conhecimento obtido ao acaso, após inúmeras tentativas, ou seja, o


conhecimento adquirido através de ações não planejadas. É o
conhecimento do dia a dia, que se obtém pela experiência cotidiana. É
espontâneo, focalista, sendo por isso considerado incompleto, carente de
objetividade. Ocorre por meio do relacionamento diário do homem com as
coisas. Não há a intenção e a preocupação de atingir o que o objeto
contém além das aparências (TARTUCE, 2006, p. 6).

O conhecimento filosófico, foi construído por contribuições de ideias, conceitos,


pesquisas de muitos filósofos, podemos destacar alguns como Pitágoras, Sócrates,
Platão, Santo Agostinho, São Tomás de Aquino, Francis Bacon, Rousseau, Locke, Kant,
Hegel, Marx entre outros. Cada qual com suas definições sobre o conhecimento
filosófico, mas todos com contribuições muito importantes para reflexionar se, pois, o
mesmo tem o objetivo de estudar a causalidade dos fatos, aprofundar no assunto.
Partindo das hipóteses em busca de explicações exatas. Para esse conhecimento o
raciocínio e a reflexão humana são cruciais.

Portanto, o conhecimento filosófico é caracterizado pelo esforço da razão


para questionar os problemas humanos e poder discernir entre o certo e o
errado, unicamente recorrendo às luzes da própria razão humana
(TARTUCE, 2006, p. 6).

Quando falamos de conhecimento teológico, está ligada à aprendizagem que é


produzida pela religiosidade de cada pessoa. Cada religião tem suas crenças, não tem
como dizer se é verdadeiro ou não, de acordo com a fé, acreditamos no que temos em
nossa formação. Alguns denominam também como conhecimento místico. Neste
contexto há várias crenças: deus Sol, deusa Lua, outros acredita que o Universo e as
estrelas são foco de espiritualidade, Deus. Da mesma forma textos sagrados tais como:
Bíblia, Alcorão (Islã), Torá Judaica (Judeus), Livros dos Espíritos, Bhagavad- Gita (Indú),
Mantras sagrados do Budismo entre outros. Em cada religião, pessoas que possuem o
conhecimento das escrituras e/ou textos sagrados, repassam os conhecimentos,
expõem suas regras e formam suas comunidades.
O conhecimento científico obedece a padrões, critérios e métodos relacionados
a observação, experimentação e a criticidade. Podemos relacionar alguns pensadores
que iniciaram esse conhecimento tornando a potência que temos nos dias atuais quando
falamos em Ciências: Galileu Galilei, Francis Bacon e René Descartes. A credibilidade
do conhecimento científico se faz pelas suas características peculiares: observar
cotidianamente para que as conclusões sejam confiáveis, experimentos controlados toda
pesquisa é necessário rigor e que a experiência tenha foco e venha contribuir para a
coletividade.
E as probabilidades nas respostas, às constantes mudanças evidencia que não
existe uma verdade absoluta, todo saber é provisório, mas o senso crítico é crucial para
analisar não só os resultados, mas todo processo de pesquisa. O conhecimento científico
é o resultado de grandes estudos, sempre de forma sistêmica e surge perante as
necessidade, dúvidas em relação a diversos fatos, objetos e/ou situações.

(...) o conhecimento científico exige demonstrações, submete-se à


comprovação, ao teste. O senso comum representa a pedra fundamental
do conhecimento humano e estrutura a captação do mundo empírico
imediato, para se transformar posteriormente em um conteúdo elaborado
que, por intermédio do bom senso, poderá conduzir às soluções de
problemas mais complexos e comuns até as formas de solução
metodicamente elaboradas e que compõe o proceder científico
(TARTUCE, 2006, p. 8).

Quando falamos em métodos precisamos compreender que a pesquisa é um


processo detalhista, com o intuito de esmiuçar, conhecer e intervir de acordo com a
realidade. De acordo com Tartuce (2006) segue no quadro abaixo alguns conceitos
importantes para entendimento dos métodos científicos.

Quadro 1 - Métodos Científicos - Definições

Acontecem na realidade, independente de haver ou não


FATOS quem os conheça.

É a percepção que o observador tem do fato. Pessoas


diversas podem observar no mesmo fato fenômenos
FENÔMENOS diferentes, dependendo de seus paradigmas.
Constituem-se em referenciais teóricos que servirão de
orientação para a opção metodológica de investigação.
Mesmo que os paradigmas sejam constituídos por
PARADIGMAS construções teóricas, não há cisão entre teoria e a prática,
ou entre a teoria e a lei científica. Portanto, um e outro
coexistem gerando o que se pode denominar praxiologia.

É a expressão lógica do raciocínio associado à


formulação de argumentos convincentes. Esses
MÉTODO argumentos, uma vez apresentados, têm por finalidade
CIENTÍFICO informar, descrever ou persuadir um fato.

Fonte: o autor, 2021.

Para que as expressões lógicas tenham argumentações, estudiosos utilizam-se


de algumas denominações, de acordo com Tartuce (2006), de acordo com o quadro:

Quadro 2 - Denominações Lógicas Para Pesquisas

São palavras, declarações, significações


TERMOS convencionais que se referem a um objeto.
É a representação, expressão e interiorização
daquilo que a coisa é (compreensão das coisas).
A idealização do objeto. O conceito é uma
atividade mental que conduz um conhecimento,
CONCEITO tornando não apenas compreensível essa pessoa
ou essa coisa, mas todas as pessoas e coisas da
mesma época.

É a manifestação e apreensão dos elementos


contidos no conceito, tratando de decidir em torno
DEFINIÇÃO do que se duvida ou do que é ambivalente.

Fonte: o autor, 2021.

Inserido nos métodos científicos, há alguns métodos que se fazem importante


conhecer para que ao definirmos que tipo de pesquisa, poderemos ter um olhar
específico para cada um. Além disso, há uma grande diferença nas pesquisas
relacionadas às Ciências Naturais e às Ciências Sociais, as metodologias se divergem,
pois, o processo de pesquisa são distintos, bem como seus resultados.
Quando pensamos em pesquisa, o método a ser utilizado é relevante e
questionamentos referentes ao que vamos pesquisar: o que quero saber, por que quero
compreender esse assunto, como posso obter esse conhecimento, e em que local essa
pesquisa será mais significativa, isso se define como ações metodológicas. René
Descartes (1596-1650) nos apresenta o Método Dedutivo, que começa de forma
generalizada para o específico, seria um raciocínio lógico. Este tipo de método é mais
utilizado nas áreas da Matemática e da Física.
O Método Indutivo de acordo com Francis Bacon (1561-1626) é o meio mais
confiável para concretizar as verdades dos fatos. Todo o conhecimento advém de
experiências para este filósofo o Método Indutivo faz com que o homem sobressaia
dando oportunidades sobre o meio que o cerca. Pois observando, chegamos a hipóteses
que podem de acordo com as experiências serem descartadas ou não.
Karl Popper enfatiza o Método Hipotético Dedutivo que segue uma
esquematização: problemas, hipóteses, dedução de consequências observadas,
tentativa de falseamento e corroboração. Diferente do Método Indutivo que busca
sempre confirmar as hipóteses, o método Hipotético Dedutivo se estrutura nas
evidências empíricas para refutá-las, ou seja, derrubar, contestar. Quando não há meios
de refutar as hipóteses, a corroboração se instala, deixando estas hipóteses válidas até
o momento que possa ser invalidada.

1) Não há nenhum método melhor do que o outro, o método, “caminho


do pensamento”, ou seja, o bom método será sempre aquele capaz de
conduzir o investigador a alcançar as respostas para suas perguntas, ou
dizendo de outra forma, a desenvolver seu objeto, explicá lo ou
compreendê-lo, dependendo de sua proposta (adequação do método ao
problema de pesquisa); 2) Os números (uma das formas explicativas da
realidade) são uma linguagem, assim como as categorias empíricas na
abordagem qualitativa o são e cada abordagem pode ter seu espaço
específico e adequado; 3) Entendendo que a questão central da
cientificidade de cada uma delas é de outra ordem [...] a qualidade, tanto
quantitativa quanto qualitativa depende da pertinência, relevância e uso
adequado de todos os instrumentos (MINAYO, 2003, p. 118).
3 PESQUISA CIENTÍFICA E SUA CONSTRUÇÃO: ASPECTOS FORMADORES DE
PARA HABILIDADES E COMPETÊNCIAS PARA O ENSINO DE SOCIOLOGIA

Falarmos de pesquisa é algo que nos faz compreender o quanto as leituras


ampliam nosso conhecimento, assim, ao pensar nos alunos do Ensino Médio é
necessário ter em mente o nível e o tipo de leituras que fazem parte do seu contexto.
Cada qual com sua preferência, não precisamos impor, mas direcionar, mediar a busca
para esclarecer dúvidas ou questionamentos.
Como disciplina escolar a Sociologia se fundamenta por meio da fundamentação
teórica e metodológica construindo um campo científico, a leitura dos clássicos aos
contemporâneos fazem com que o aluno compreenda algumas temáticas, e os insere
nos problemas, com senso crítico consegue conceber as resoluções de acordo com as
realidades, quais os fatos ocorreram.
Não podemos exigir do aluno que ao final de sua etapa de ensino tenha adquirido
suas competências e consequentemente suas habilidades, se no decorrer do processo
não possibilitarmos este crescimento acadêmico e intelectual. Max Weber (2004) em
suas discussões sempre enfatiza a importância do professor jamais impor suas opiniões,
seus valores, cabe por meio do processo educativo, o aluno no decorrer do seu processo
educativo aprender aliando a teoria e prática suas próprias opiniões.
As propostas Curriculares de Sociologia tem a premissa de fomentar no aluno
atitudes e ações praticadas de forma consciente e segura, pois, a reflexão faz parte das
metodologias em sala de aula. Essa competência favorece que o indivíduo compreenda
que tudo é questionável, discutível. As pessoas precisam participar mais dos
acontecimentos sociais, quando mais se interage mais se fortalece intelectualmente e
minimiza, as condutas tão perturbadoras em nossa sociedade, como preconceitos,
bullying, doenças psicossomáticas causadas pela falta de empatia, brigas políticas pelo
poder e não pelo povo entre tantos outras demandas.
Assuntos temáticos serão trabalhados no decorrer do Ensino Médio, como fatos
sociais; interações e relações sociais; instituições sociais; divisão social do trabalho e
coexistência de formas diferentes em relação a sociedade de produção; classes, status
e estratificação social; poder; cidadania; trabalho; formas de conflito, solidariedade e de
cominação; estruturas sociais; padrões de mobilidade social; representações sociais e
culturais; movimentos sociais; formas de organização do Estado e de regimes de
governo; cultura de massa, consumo e cidadania; construção social de visões de mundo
e utopias e muitos conteúdos que mostre o aluno desde o contexto histórico para
adentrar momentos quais estamos vivenciando.
Além destas temáticas o currículo comtempla elo interdisciplinar com olhar
direcionado a socioantropológica, bem como assuntos clássicos e modernos por
derivação da Ciência Politica, favorecendo a discussão de conteúdos importantes para
que haja uma cultura de respeito e cidadania de forma justa e igualitária, tais como:
sexualidade gênero; discriminação e intolerância; feminismo; igualdade racial. Luta dos
direitos dos homossexuais; direito dos ambientalistas.
A proposta curricular é bem objetiva, no primeiro ano do Ensino Médio os assuntos
são direcionados de forma abrangente a sociologia e nos dois últimos anos a
antropologia e Ciências Políticas. É possível compreender que há uma necessidade
urgente de mudança no comportamento social, mas, as mudanças de hoje trarão
resultados a longo prazo, mas de qualquer forma é preciso iniciar. Podemos dividir as
competências e habilidades a serem desenvolvidas em eixos: representações e
comunicação; investigação e compreensão; contextualização sócio-cultural.
Cada eixo tem suas bases e as palavras: identificar; analisar; comparar; produzir;
construir; compreender; valorizar; remete-nos à reflexão: Essas habilidades estão
pautadas em verbos de ação. O aluno do ensino médio, precisa ser muito bem mediado
para alcançar o conhecimento necessário para tal complexidade. Sim! Porque muitas
vezes é necessário uma quebra de paradigma, daquilo que ele acredita ser verdade,
para reconstruir uma nova forma de pensar e agir.
No contexto das pesquisas existe uma variedade de tipos e são utilizadas de
acordo com suas abordagens, natureza, objetivos e procedimentos. Como mostra o
quadro com algumas possibilidades a seguir:

Quadro 3 - Tipologias De Pesquisas E Metodologias

Pesquisa Qualitativa

Quanto à Abordagem Pesquisa Quantitativa

Pesquisa Básica

Quanto à Natureza Pesquisa Aplicada

Pesquisa Exploratória

Quanto aos Objetivos Pesquisa Descritiva

Pesquisa Explicativa
Pesquisa Experimental

Pesquisa Bibliográfica

Quanto aos Procedimentos Pesquisa Documental

Pesquisa de Levantamento

Estudo de Caso

Pesquisa-Ação

Fonte: o autor, 2021.

De maneira bem sucinta, mas coerente vamos conceituar cada pesquisa. A


pesquisa qualitativa e quantitativa, tem seus pontos negativos e positivos e por isso se
complementam. A primeira não está conectada a números mas a compreensão teórica
da base do estudo, se aprofundando por meio da observar, entender e explicar. Quando
falamos da pesquisa quantitativa temos o esclarecimento que:

Diferentemente da pesquisa qualitativa, os resultados da pesquisa quantitativa


podem ser quantificados. Como as amostras geralmente são grandes e
consideradas representativas da população, os resultados são tomados como se
constituíssem um retrato real de toda a população alvo da pesquisa. A pesquisa
quantitativa se centra na objetividade. Influenciada pelo positivismo, considera
que a realidade só pode ser compreendida com base na análise de dados brutos,
recolhidos com o auxílio de instrumentos padronizados e neutros. A pesquisa
quantitativa recorre à linguagem matemática para descrever as causas de um
fenômeno, as relações entre variáveis, etc. A utilização conjunta da pesquisa
qualitativa e quantitativa permite recolher mais informações do que se poderia
conseguir isoladamente (FONSECA, 2002, p.32).

A Pesquisa Básica envolve interesses generalizados, amplos. A pesquisa


aplicada busca conhecer algo específico singular. As pesquisas de acordo com objetivos,
como a exploratória tem o intuito de saber detalhes, ter mais entendimento minucioso
dos fatos, fazendo uso de recursos como entrevistas por exemplo. A pesquisa descritiva
busca várias informações podendo ser estabelecidas por estudo de casos, análises
documentais, neste sentido não há como observar, mas ouvir e analisar. A pesquisa
explicativa como o próprio nome se refere explica o resultado da pesquisa. Portanto pode
se fazer uma pesquisa de cunho descritiva e explicativa, após os resultados da primeira
finaliza com a segunda de forma detalhada.
Quanto às pesquisas de acordo com os procedimentos, todas permitem uma
veracidade entre o que irá ser pesquisado e a realidade, e os resultados serão sempre
refutáveis, mas cabíveis de serem utilizadas para melhorar o meio.

A pesquisa experimental seleciona grupos de assuntos coincidentes,


submete-os a tratamentos diferentes, verificando as variáveis estranhas
e checando se as diferenças observadas nas respostas são
estatisticamente significativas. [...] Os efeitos observados estão
relacionados com as variações nos estímulos, pois o propósito da
pesquisa experimental é apreender as relações de causa e efeito ao
eliminar explicações conflitantes das descobertas realizadas (FONSECA,
2002, p. 38).

A pesquisa bibliográfica é feita a partir do levantamento de referências


teóricas já analisadas, e publicadas por meios escritos e eletrônicos,
como livros, artigos científicos e páginas de web sites. Qualquer trabalho
científico inicia-se com uma pesquisa bibliográfica, que permite ao
pesquisador conhecer o que já se estudou sobre o assunto. Existem
porém pesquisas científicas que se baseiam unicamente na pesquisa
bibliográfica, procurando referências teóricas publicadas com o objetivo
de recolher informações ou conhecimentos prévios sobre o problema a
respeito do qual se procura a resposta (FONSECA, 2002, p. 32).

A pesquisa documental trilha os mesmos caminhos da pesquisa


bibliográfica, não sendo fácil por vezes distingui-las. A pesquisa
bibliográfica utiliza fontes constituídas por material já elaborado,
constituído basicamente por livros e artigos científicos localizados em
bibliotecas. A pesquisa documental recorre a fontes mais diversificadas e
dispersas, sem tratamento analítico, tais como: tabelas estatísticas,
jornais, revistas, relatórios, documentos oficiais, cartas, filmes,
fotografias, pinturas, tapeçarias, relatórios de empresas, vídeos de
programas de televisão, etc. (FONSECA, 2002, p. 32).

O Censo populacional constitui a única fonte de informação sobre a


situação de vida da população nos municípios e localidades, são
pesquisas de levantamentos. Os censos produzem informações
imprescindíveis para a definição de políticas públicas estaduais e
municipais e para a tomada de decisões de investimentos, sejam eles
provenientes da iniciativa privada ou de qualquer nível de governo. Foram
recenseados todos os moradores em domicílios particulares
(permanentes e improvisados) e coletivos, na data de referência. Através
de pesquisas mensais do comércio, da indústria e da agricultura, é
possível recolher informações sobre o seu desempenho. A coleta de
dados realiza-se em ambos os casos através de questionários ou
entrevistas (FONSECA, 2002, p. 33).

Um estudo de caso pode ser caracterizado como um estudo de uma


entidade bem definida como um programa, uma instituição, um sistema
educativo, uma pessoa, ou uma unidade social. Visa conhecer em
profundidade o como e o porquê de uma determinada situação que se
supõe ser única em muitos aspectos, procurando descobrir o que há nela
de mais essencial e característico. O pesquisador não pretende intervir
sobre o objeto a ser estudado, mas revelá-lo tal como ele o percebe. O
estudo de caso pode decorrer de acordo com uma perspectiva
interpretativa, que procura compreender como é o mundo do ponto de
vista dos participantes, ou uma perspectiva pragmática, que visa
simplesmente apresentar uma perspectiva global, tanto quanto possível
completa e coerente, do objeto de estudo do ponto de vista do
investigador (FONSECA, 2002, p. 33).

A pesquisa-ação pressupõe uma participação planejada do pesquisador


na situação problemática a ser investigada. O processo de pesquisa
recorre a uma metodologia sistemática, no sentido de transformar as
realidades observadas, a partir da sua compreensão, conhecimento e
compromisso para a ação dos elementos envolvidos na pesquisa
(FONSECA, 2002, p. 35).

O que mostramos foi um pouco do que o universo da pesquisa nos oferece. Existe
muito mais, a cada nova necessidade de busca de conhecimento recorremos a esta
prática pedagógica riquíssima, que se pensado de forma interdisciplinar, engloba a
leitura e interpretação, raciocínio lógico e dedutivo, atenção, concentração, memória,
articula o domínio da comunicação, oferecendo ao aluno a capacidade de transformação
primordial para o Universo das Ciências Sociais.
4 ORIENTAÇÕES CURRICULARES PARA O ENSINO DE SOCIOLOGIA

Para darmos andamento em nossos estudos, embora já falamos sobre currículo,


eu quero que você entenda o que é um currículo e porque devemos seguir suas
orientações. Se traçarmos um paralelo com nossa vida, as orientações servem sempre
para nos conduzir para planos e ações melhores, isso quando orientados por pessoas
certas, pautadas em experiências de vida e conhecimento.
As orientações Curriculares possuem esse mesmo critério, nortear as propostas
pedagógicas, os conteúdos para que o professor tenha base para construir seus planos
de aula, pautada nas construções dos documentos que estruturam a disciplina, não
apenas de Sociologia.
Entretanto, conceituar currículo é uma tarefa um tanto conflituosa, por existir
diversas opiniões. Mas o que todos compreendem é que o currículo direciona todo um
trabalho pedagógico, fazendo constante esse na instituição educativa. De acordo com o
latim, currículo “currere” que simboliza, rota, caminho. A escola é um ambiente onde os
caminhos são os mais diversos, porque neste espaço, não há rotina, mas o currículo é
uma referência.
Todos os conteúdos e consequentemente, habilidades e competências estão
inseridas nestas orientações é que o professor tem autonomia para seu trabalho
pedagógico, seja interdisciplinar ou não. O que importa é que o currículo precisa ser
dinâmico, buscar integrar os conteúdos à realidade e preparar o aluno para a convivência
em um mundo tão globalizado. Assim descreve:

A Base Nacional Comum Curricular se identificam na comunhão de


princípios e valores que, orientam a Lei de Diretrizes e Bases e as
Diretrizes Curriculares Nacionais. Dessa maneira, reconhecem que a
educação tem compromisso com a formação e o desenvolvimento
humano global, em suas dimensões intelectual, física, afetiva, social,
ética, moral e simbólica (BRASIL, 2017).

A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento que agrega


conhecimentos cruciais para a aprendizagem dos alunos a fim de que progrida no
decorrer da educação básica, tendo como objetivo que o aluno tenha conhecimento e
competência para utilizar. Considerando os documentos que estudamos no decorrer
desta Unidade II, embora as nomenclaturas se diversifiquem, as propostas são
enriquecidas, melhoradas e estruturadas.
Isso se confirma quando a BNCC reafirma a necessidade da formação escolar ser
pautada nos princípios éticos, políticos e estéticos, então explicitados nas Diretrizes
Nacionais da Educação Básica. Mas quando falamos da disciplina de Sociologia,
sabemos que infelizmente ela é direcionada ao Ensino Médio, porém, todas as condutas
na Educação Básica refletem de forma impactante nesta etapa de ensino.
Quando neste mesmo documento sintetiza a relevância da educação brasileira
ser integral objetivando a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva,
vemos a necessidade de repensar como a Sociologia poderia contribuir deste as etapas
da Educação Básica que compreende Ensino fundamental Anos Iniciais (1º ao 5º ano)
e Anos Finais (6º ao 9º ano), alternando apenas as metodologias para que o
assunto possa ser compreendido. Na Lei de Diretrizes e Bases é descrito o que
cabe à União, por meio do Inciso IV do Artigo 9º:
Estabelecer, em colaboração com os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios, competências e diretrizes para a Educação Infantil, Ensino
Fundamental e o Ensino Médio, que nortearão os currículos e seus
conteúdos mínimos, de modo a assegurar formação básica comum
(BRASIL, 1996).

Destacando assim, como o currículo precisa abranger conteúdos quais


insere o aluno de forma globalizada, mas que deve inserir as questões locais,
regionais, considerando também, na realidade social e individual de cada escola
e consequentemente do aluno. Não existem escolas iguais, mesmo estando em
uma mesma cidade, pois, cada bairro tem suas peculiaridades, econômicas,
culturais, entre outras. Haja vista da necessidade de acordo com o Plano Nacional
de Educação (PNE) de 2014:

Estabelecer e implantar, mediante pactuação interfederativa (União,


Estados, Distrito Federal e Município), diretrizes pedagógicas para a
educação básica e a base nacional comum dos currículos, com direito e
objetivos das aprendizagens e desenvolvimento dos (as) alunos (as) para
cada ano do Ensino Fundamental e Médio, respeitadas as diversidades
regional, estadual e local (BRASIL, 2014)

A BNCC e o currículo tem uma sistematização que interligam suas ações, que a
cada etapa da Educação Básica deve ser construída de maneira sólida. Que se orientam
em contextualização, tendo sempre um ponto de partida para que saiba como
desenvolver-se nesse processo, ser muito flexível no sentido de retomar quantas vezes
for necessário, buscando compreender a diversidade em sala de aula, precisando de
esta forma ter instrumentos pedagógicos constantes.
Manter o diálogo, as discussões em sala de aula que impulsiona a troca de
informações e propicia conhecimento e o professor media esta ação. O trabalho na
escola deve ser conjunto desde a direção ao agente de conservação, todos de alguma
maneira engajado no processo de reflexão e aprendizagem. Na escola só compreende
o que acontece quem se envolve nesta dinâmica, mandar, não te faz participante deste
desenvolvimento é preciso interagir.
Inserir a família como aliada, na integração escola e família, essa união fortalece
o entendimento de que há responsabilidade de desenvolvimento do aluno, da
comunidade de uma sociedade é de todos. Aprender que o aluno precisa ser estimulado
para esse momento de adquirir novos conhecimentos, as redes sociais promovem estas
opções o que faz com que o jovem fique tanto tempo a disposição destes aplicados,
então, inteligente da parte do professor fazer uso desse recurso em prol da educação.
Claro que para isso o professor precisa estar atento e em constante aprendizagem
sobre essas ferramentas digitais, o que antes era tão cobrado, pandemia de maneira tão
impetuosa nos fez reagir diante a tecnologia. O fato de estarmos preparados ou não, se
as escolas em questões estruturais estão prontas, não será ponto de nossa discussão.
Somos avaliados enquanto pessoas, profissionais, pais entre outros o tempo todo
e a cada feedback crescemos, aprendemos, nos realizamos e traçamos novos rumos
quando necessário. Com o currículo ofertando diretrizes tão coerentes, é necessário
repensar na avaliação educacional, as “provas” quais os alunos tanto temem, esta por
sua vez precisa ser vista como um meio, capaz de mudar o processo e fazer com que
professor e aluno evoluam, o que canaliza muito o que retrata no livro de Hamiltom
Werneck (1998) : “Se a boa Escola é a que Reprova: O Bom Hospital é o que Mata”.
Na BNCC a disciplina de Sociologia está inserida na área de Ciências Humanas
e Sociais Aplicadas, juntamente com as disciplinas de Filosofia, Geografia e História,
“romper com a centralidade das disciplinas nos currículos e substituí-las por aspectos
mais globalizados e que abranjam a complexidade das relações existentes entre os
ramos da ciência no mundo real”, exposto este nas Diretrizes Curriculares Nacionais para
a Formação de Professores da Educação Básica, em nível superior, curso de
licenciatura, de graduação plena (DCN, 2001, p. 183). Sua intencionalidade é aprofundar
os conhecimentos adquiridos nas etapas educacionais anteriores. Pois no Ensino Médio
o aluno tende a ter uma capacidade mais significativa para problematizar, levantar
hipóteses e definir conceitos para protagonizar sua conduta juvenil.

SAIBA MAIS
Pesquisadores iniciantes, como é o caso dos estudantes de graduação e de pós-
graduação lato sensu, geralmente realizam pesquisas de caráter exploratório. É preciso
esclarecer que a exploração do fenômeno tem como objetivos desenvolver, esclarecer e
modificar conceitos e ideias. Esse tipo de pesquisa é realizada especialmente quando
há poucas informações disponíveis sobre o tema ao qual se relaciona o objeto de estudo.
Justamente devido ao escasso conhecimento do assunto, o planejamento é flexível, de
forma que os vários aspectos relativos ao fato possam ser considerados. A escassez de
informações torna difícil a formulação de hipóteses, como requerem as pesquisas
descritivas e explicativas. Na verdade, é sobre as pesquisas científicas que descrevem
e explicam os fenômenos que você mais ouve falar.

Fonte: DOXSEY J. R.; DE RIZ, J. Metodologia da pesquisa científica. ESAB – Escola Superior Aberta do
Brasil, 2002-2003. Apostila.

#SAIBA MAIS#

REFLITA

(...) no início de uma pesquisa ou de um trabalho, o cenário é praticamente o mesmo:


sabemos vagamente que queremos estudar tal ou tal problema, por exemplo, o
desenvolvimento de uma região, o funcionamento de uma instituição, a introdução de
novas tecnologias ou as atividades de uma associação, mas não sabemos muito bem
como abordar a questão. Desejamos que o trabalho seja útil e que possamos chegar ao
fim, mas temos o sentimento de nos perder antes mesmo de termos começado. O caos
original não deve ser fonte de preocupação; ao contrário, ele é a marca de um espírito
inquieto, que não alimenta simplismos e certezas já prontas. O problema é como sair
disso.

Fonte: QUIVY, R.; CAMPENHOUDT, L. V. Manuel de recherche en sciences sociales. Paris: Dunod, 1995.
#REFLITA#
CONSIDERAÇÕES FINAIS

As leituras que são necessárias para o progresso acadêmico, não pode e nem
deve ser centrada em livros didáticos, as bibliografias clássicas e modernas, e as
metodologias direcionadas para leitura e discussões são características de pesquisa e
aprofundamento teórico. Talvez sua intencionalidade não seja ser professor, mas
independente da sua formação contribui para influenciar as pessoas que fazem parte
das instituições que você está inserida (o), trabalho, estudo, família. De qualquer forma,
a importância da Sociologia, composta por conhecimentos Antropológicos e Políticos,
reforça que para mudar o país, a nação, precisa mudar a concepção de cada um de nós
em relação a nossos comportamentos.
A mudança deve sempre começar por nós mesmos quando nos sentimos
incomodados, nossas condutas geram exemplos, e exemplos movem uma multidão.
Pensar no que queremos para o futuro, incluindo nosso querer para o presente, aqui e
agora, é fundamental para entendermos todo o trajeto de nossas vidas. O caminhar, a
visão de futuro se faz presente quando notamos que algo está fugindo do controle
causando um caos social.
Dependendo das situações podemos pensar que os problemas e conflitos estão
longe de nós, mas na verdade estão mais próximos do que imaginamos, tudo o que
ocorre no campo social, cultural, econômico, religioso, nos atinge direta ou indiretamente.
Um exemplo, quando pensamos em conforto e bem estar, sem considerar até que ponto
isso afeta o meio ambiente e pode influenciar nossa vida no futuro negativamente.
O interessante de trabalhar a sociologia no Ensino Médio é justamente aguçar a
curiosidade dos alunos, aumentar suas capacidades de discutir e fomentar o senso
crítico, esses jovens, serão os adultos capazes de mudar o espaço em que vivem e
recriar formas de convivência, qual a cidadania estará presente. Fundamentação teórica,
leituras de clássicos a modernidade, pesquisa, são alicerces para a garantia de
habilidades e competências em nossa sociedade tão fragilizada.
LEITURA COMPLEMENTAR

ARTIGO 01

DURKHEIM, E. As regras do Método Sociológico. 4º Ed. São Paulo: EDIPRO, 2012.


Disponível em: https://resumodaobra.com/raymond-aron-emile-durkheim-geracao-
passagem-seculo-regras-metodo-sociologico/. Acesso em: 25 ago. 2021.

Resumo: No livro, As Regras do Método Sociológico, o objetivo de Durkheim é


demonstrar que pode e deve existir uma sociologia objetiva e científica, tendo por objeto
o fato social. Para que haja tal sociologia, duas coisas são necessárias: que seu objeto
seja específico, distinguindo-se do objeto das outras ciências, e que possa ser observado
e explicado de modo semelhante ao que acontece com os fatos observados pelas outras
ciências. Esta dupla exigência leva às duas fórmulas que servem de fundamento para a
metodologia de Durkheim: é preciso considerar os fatos sociais como coisas; a
característica do fato social é que ele exerce uma coerção sobre os indivíduos.

ARTIGO 02

MORRIS, CH,W. Mente, Self e Sociedade. 1º Ed. São Paulo: Editora: Ideias e Letras.
Disponível em: https://www.amazon.com.br/Mente-Self-Sociedade-Charles-
Morris/dp/857698069X. Acesso em: 25 ago. 2021.

Resumo: Organizada por Charles W. Morris, esta importante obra traduzida para o
português foi escrita a partir do ponto de vista de Geoge Herbert Mead, largamente
reconhecido como um dos pragmatistas americanos mais brilhantes e originais. A obra
aborda o cerne das posições de Mead a respeito da Psicologia Social, além de seu
interesse nuclear pela gênese do self e a natureza da mente.

LIVRO
Título: Introdução À Pesquisa em Ciências Sociais: A Pesquisa Qualitativa Em
Educação.

Autor: TRIVINOS, Augusto Nibaldo S.

Editora: Atlas

Sinopse: Muito do que aprendemos se apresenta de forma mais aprofundada aos


conhecimentos que norteiam a área de Ciências Sociais. Evidenciando as linhas de
pensamento, direcionamentos metodológicos e resultados. Nos chama atenção o enredo
que aproxima a relevância entre o intelectual e a teoria, estabelecidas pelas realidades,
deixando claro que para situação uma análise e proposta diferente. E explica
singularidades e divergências entre as teorias do Positivismo, Fenomenologia e
Marxismo, valorizando no decorrer do livro a pesquisa qualitativa.

FILME/VÍDEO
Título: Estrelas Além do Tempo

Ano: 2017

Sinopse: Uma contexto brilhante de mulheres negras que trilharam seu caminho em
busca de um ideal, narra sobre a carreira de três mulheres negras, que em um momento
conflituosa nos E.U.A (guerra fria), contribuíram para que o homem chegasse ao espaço,
por meio da pesquisa e estudos em meio a problemas sociais de racismo, machismo.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Senado Federal. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (9394/96).


Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília, 1996.
BRASIL. Parecer CNE/CP9/2001 - Diretrizes Curriculares Nacionais para a
Formação de Professores da Educação Básica, em nível superior, curso de
licenciatura, de graduação plena. Brasília: MEC, 2001. BRASIL.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Média e Tecnológica.


Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Médio. Brasília: Ministério da Educação,
2002.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Parâmetros


Curriculares Nacionais para o Ensino Médio, Ciências Humanas e suas
Tecnologias. Brasília, DF, vol. 4, 1.2006.

BRASIL. Lei Federal 13.005, de 25 de junho de 2014. Aprova o Plano Nacional de


Educação - PNE e dá outras providências. Brasília, DF, 25.

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC,


2017.

DOXSEY J. R.; DE RIZ, J. Metodologia da pesquisa científica. ESAB – Escola Superior


Aberta do Brasil, 2002-2003. Apostila.

FONSECA, J. J. S. Metodologia da Pesquisa Científica. Fortaleza: UEC, 2002.


Apostila.

GIL, A. C. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2007.

GOULART, Debora Cristina; SOUZA, Davisson C. Cangussu de. Sociologia: Formação


de Conceitos e Problematização de Políticas Sociais. São Paulo: Blucher, 2019.
Disponível em: https://plataforma.bvirtual.com.br. Acesso em: 13 set. 2021.

MINAYO, M. C. S.; MINAYO-GOMÉZ, C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed.


São Paulo: Atlas, 2007.

SOARES, David Gonçalves. A pesquisa como ferramenta de ensino em sociologia:


sentidos, obstáculos e potencialidades em livros didáticos e em práticas docentes.
Ciências Sociais Unisinos, v. 53, n. 2, p. 378-388, maio/ago 2017. Disponível em:
http://revistas.unisinos.br/index.php/ciencias_sociais/article/download/csu.2017.53.2.21/
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TARTUCE, T. J. A. Métodos de pesquisa. Fortaleza: UNICE – Ensino Superior, 2006.


Apostila.

TRIVINOS, Augusto Nibaldo S. Introdução À Pesquisa em Ciências Sociais: A


Pesquisa Qualitativa Em Educação. Ed. Atlas: 1º ed.1987.
WEBER, Max. Economia e Sociedade: Fundamentos da sociologia compreensiva.
2. Vol. Trad. Regis Barbosa e Karen Elsabe Barbosa São Paulo: Editora UnB, Imprensa
Oficial, 2004.
UNIDADE IV

PRÁTICAS DOCENTES E ESTRATÉGIAS DIDÁTICAS PARA O ENSINO DE


SOCIOLOGIA.

Professor Mestre: Jorge Alberto de Figueiredo

Plano de Estudo:

● Práticas Docentes, Ética e Profissionalismo;


● Estratégias Didáticas e Pilares Pedagógicos;
● Ensino de Sociologia;
● Conteúdos Básicos e Estruturantes.

Objetivos de Aprendizagem:

● Conhecer teoricamente sobre a importância das práticas docentes pautados nas


diretrizes e nos pilares pedagógicos;
● Analisar a relevância da aplicabilidade das de diferentes estratégias didáticas,
para atender as dinâmicas cotidianas relacionando com a integração curricular;
● Aprender quais são os Conteúdos Estruturantes do Ensino de Sociologia
INTRODUÇÃO

Prezado (a) aluno (a) chegamos ao início da última Unidade, aprendemos muito
e consequentemente entendemos que a busca pela aprendizagem é tão constante e
necessária, quanto às mudanças ao nosso redor. Ser um cidadão consciente e ativo é
justamente ter conhecimento para se impor diante das dificuldades, das incompreensões
e reverter os pontos negativos a nosso favor. Você sabe como? Aprendendo e se souber
trabalhar de forma coletiva, além de aprender ensinar aos próximos.
Quando nos deparamos com uma instituição chamada escola, a que se repensa
em tudo e em todos. A educação de hoje é fruto de uma escola tradicional que com o
passar dos anos veio se reinventando, como estudamos na Unidade II. Desta forma o
aluno que encontraremos no Ensino Médio é o real, isso é importante destacar, porque
vivemos em um mundo de expectativas.
Esse novo aluno precisa aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a
conviver e aprender a ser, para isso, eu e você, precisamos vivenciar a escola, além do
espaço de quatro paredes que ela nos oferece “a sala de aula”, pois, esse aluno tem
história, tem uma bagagem qual precisa ser valorizada.
E o professor precisa se preparar aprimorando suas estratégias pedagógicas,
suas dinâmicas, ter o conhecimento do currículo e valorizar de forma interdisciplinar. E
oportunizar ao aluno e a você professor as habilidades e competências quais são
necessárias para uma Educação de fato essencial. Nessa premissa convido a você a
ampliar nossos conceitos, contextualizar novas informações. Espero que você esteja
disposto (a) a trilhar essas propostas
1 PRÁTICAS DOCENTES, ÉTICA E PROFISSIONALISMO

É bem mais fácil tudo que aprendemos, quando sabemos a definição de cada
palavra, para que no decorrer da aprendizagem saibamos exatamente nos posicionar,
diante de diálogos que são transcorridos em nosso cotidiano. Vamos iniciar falando sobre
práticas docentes, no primeiro momento parece algo muito simples, prática é ato ou
efeito de praticar, que em muitos momentos passam a ser repetitivos e mecânicos.
Mas no contexto escolar, a prática docente, precisa sistêmica e inovadora, mas
eu vou explicar melhor. Acredito que como eu, você deve ter encontrado em sua
caminhada de estudo, aquele professor que mantém seus materiais antigos, páginas
amareladas, pois faz uso todos os anos. A prática docente é justamente o inverso.
Em muitos momentos eu, darei um exemplo de minha prática preparava o
conteúdo da semana, mas em sala aula, percebi a necessidade de acrescentar ou retirar
algo, considerando o contexto social do momento. Você já vivenciou esse fato? Isso é
ótimo, pois demonstra sua percepção com relação a sua turma e principalmente
respeitando a individualidade de cada aluno.
A prática docente é flexível, podemos e devemos mudar, adaptar sempre. Cada
conteúdo proposto no currículo nos oferece a oportunidade de direcionar estratégias
diversas, para que possamos abordá-los sempre dinamicamente e surpreender o aluno,
pois, a curiosidade é o que impulsiona o aluno a querer aprender, o mesmo vale ao
professor querer ensinar.
Alguns docentes acreditam que os alunos do Ensino Médio são adultos, que
realmente são, mas precisam de atenção tanto quanto os alunos da Educação Básica,
ao que se refere oportunidade, aceitação, acolhimento, para que sinta pertencente ao
lugar. O que comprovadamente evita, ausências, reprovações, desistências, conflitos e
indisciplina.
A oportunidade está relacionada não apenas estar matriculado, fazer parte de um
número na chamada, mas oportunizar a ele o contato com os conteúdos de forma
contextualizada, sendo muitas vezes prudente ensinar do micro para o macro, como já
falamos anteriormente. A base de ensino não pode estar vinculada apenas ao livro
didático, pois, geralmente ele trás uma visão contrária ao que acreditamos ser mais
coerente, numa vertente de macro para micro.
Desta forma o aluno demonstra desinteresse, mas por não entender sobre o
assunto, e consequentemente dificuldade para expor suas opiniões. Se a proposta das
diretrizes que regulamentam o ensino é que os jovens sejam atuantes para que possam
se posicionar, diante de tantas contradições sociais, culturais, políticas e econômicas, o
fator essencial é que ela aprenda a dialogar, discutir, expor suas ideias, compartilhar
suas opiniões no coletivo para aprender a respeitar as diferenças, seja, elas no falar, no
agir ou no pensar.
Essa oportunidade em sala de aula fará toda a diferença para que o aluno consiga
essa mesma propriedade no mercado de trabalho, em sua comunidade, na sociedade
em sua vida diária. A aceitação é algo significativo, quando pensamos não apenas na
questão intelectual, mas afetiva, que possuem características diferentes, entretanto
estão interligadas.
Você já se deparou em uma situação que habitualmente tem facilidade para
realizar determinada ação e quando por alguma razão seu emocional não está bem, tudo
aparenta ficar mais difícil? Até mesmo agir de forma lógica passa a ser árduo. Pois bem!
Quando estamos bem emocionalmente, tudo se completa.
Assim podemos afirmar que se o aluno sentir-se aceito, pelo grupo (por isso que
se forma as denominadas “panelas”), são as afinidades, e esta aceitação precisa
também ser recíproca entre professor e aluno. Na prática em sala de aula é bem
complicado, conviver, estabelecer, um elo de ligação com alguns, devido a resistência.
Mas é sempre importante lembrar que neste contexto o professor é o adulto desta relação
e precisa mediar meios para que essa aceitação exista. Às vezes o próprio aluno não se
aceita.
Vale ressaltarmos que a Sociologia tem essa premissa, estudar a sociedade e os
indivíduos que estão inseridos, que formam grupos com peculiaridades diferentes. Outro
quesito que mencionamos é o acolhimento, digo que esta é uma ferramenta que faz
entender quem é o aluno, sua história, e mais que isso, suas dificuldades diárias.
Imagine você em sua sala de aula, repleta, e depois de muitos dias de ausência,
entre o aluno. Que é recebido com a seguinte exclamativa: “Olha quem apareceu?”.
Quando o momento era simplesmente para ser sintetizado com a seguinte afirmação:
“Que bom que você veio. Sentimos sua falta!”. Isso é acolher! Com certeza, depois o
aluno estará mais suscetível a conversar sobre as questões que o fizeram faltar.
A prática docente não está contextualizada apenas no plano de ensino, mas em
sua postura em sala de aula. Por falar em Plano de ensino o professor precisa ter
conhecimento dos objetivos da escola, quais sempre estão pautados em suas Propostas
Pedagógicas documento qual, descreve vários itens: o histórico da instituição, as
divisões de suas estruturas físicas, os equipamentos quais fazem parte do Patrimônio da
instituição, quantidades de funcionários, grades curriculares entre outras.
O Regimento Escolar que estabelece as normas e regras para todos envolvidos
na instituição: diretor, vice-diretor, pedagogos, docentes, alunos, pais de alunos, toda e
qualquer ação punitiva ou diretiva, precisa estar incorporada a este documento para que
tenha respaldo legal. Último e não menos importante o Plano de Ação da Gestão, qual
tem suas propostas de trabalho, produzidas por intermédio das necessidades reais da
escola, do aluno e da comunidade.
O professor precisa saber ter entendimento dos referidos documentos para,
entender a identidade da escola, saiba integrar a mesma. Ressalvo aqui, não um
problema, mas algo que dificulta esta aprendizagem, pois, muitas vezes o professor
precisa trabalhar em várias escolas, para sua subsistência e essas ações tão importantes
acabam ficando para último plano.
O profissionalismo pautado na ética é à base de todas as profissões. E quando
falamos de professores tal fato é mais contundente, por sermos exemplos para os nossos
alunos. Não há como ensinar algo que não praticamos. A ética está voltada para
exercermos nossa função sempre pensando em nossos alunos e em suas participações
na sociedade. Muitas vezes os alunos nos olham , nem sempre falam: “Quero ser igual
esse professor(a)”, o que nos remete a grande responsabilidade de nossas ações.
Li em vários lugares que aprender precisa ser gostoso, prazeroso. Você concorda
com esta afirmativa? Eu creio que para quem realmente compreende a realidade de
estar em sala de aula, ou se interessa em pesquisar sobre, compreender, que isso, não
é totalmente verdade. Tanto o ato de aprender e de ensinar, tanto para professor e aluno,
às vezes é desafiador e nos causa insegurança, assunto que veremos ao final desta
unidade. Podemos assegurar que:

A educação deve transmitir, de fato, de forma maciça e eficaz, cada vez


mais saberes e saber fazer evolutivos, adaptados à civilização cognitiva,
pois, são as bases das competências do futuro. Simultaneamente,
compete-lhe encontrar e assinalar as referências que impeçam as
pessoas de ficarem submergidas nas ondas da informação, mais ou
menos efêmeras, que invadem os espaços públicos e privados e as
levem a orientar-se para projetos de desenvolvimento individuais e
coletivos. À educação cabe fornecer, de algum modo, os capazes de um
mundo complexo e constantemente agitado e, ao mesmo tempo, a
bússola que permita navegar através dele. (DELORS, 2003, p.92).

Embora a Disciplina de Sociologia tenha suas diretrizes, pensar em prática


docente nos remete a fundamentar nossas ações, em 1996 alguns especialistas do
mundo, se uniram para produzir orientações acerca da educação. No livro Educação: um
tesouro a descobrir, de Jacques Delors, aprendemos os quatro pilares da Educação e
no transcorrer de nossos estudos entenderemos a singularidade com as diretrizes que
norteiam as competências e as habilidades para os alunos do Ensino Médio
especificamente.
Um dos objetivos deste pesquisadores era reinventar maneiras de, estruturar e
impulsionar a criatividade existente em todos ser humano, organizando quatro
aprendizagens fundamentais, mas que se conectam e que precisam ser aprendidas e
desenvolvidas ao longo de nossa existência. Sendo elas: Aprender a conhecer, aprender
a fazer, aprender a viver juntos, aprender a viver com os outros, aprender a ser.

2 ESTRATÉGIAS DIDÁTICAS E PILARES PEDAGÓGICOS.


Vimos até o presente momento sobre a prática docente, posturas profissionais
essenciais. E demos início sobre os pilares da educação. É impossível pensar em
estratégias didáticas, se não abandonarmos o ensino tradicional. O mundo vive em
constante mudança, embora a educação não acompanhe o ritmo como deveria, não
podemos negar que as mudanças ocorrem, vistos nas diretrizes que estudamos na
Unidade II.
Estratégias de acordo com o dicionário de Oxford Languages é um plano de ação
projetado para atingir um objetivo específico. É certo que nosso objetivo maior é o aluno,
sua aprendizagem, seu desenvolvimento. Tal fato nos remete a citação “Se você não
sabe onde quer ir, qualquer caminho serve.” De Lewis Carroll.. Assim conceitua a
estratégia sobre o aluno, entender o que eles (as) sabem sobre o assunto, para pensar
em estratégias didáticas de como aplicar o conteúdo, sempre com o entendimento de
qual habilidade e/ou competência quer que seja alcançado. A didática é como irá
transmitir o conhecimento e como avaliar se o conceito foi aprendido.
As estratégias didáticas para serem definidas devem ser consideradas o nível de
conhecimento dos alunos, seu contexto social (para compreender quais recursos em
casa eles possuem para integrar ao processo ensino aprendizagem), horário em que os
mesmos estudam. Você já pensou que há realidades distintas em um Ensino Médio no
período noturno dos demais? Muitos trabalham! E qual seu tempo para estudo, tarefas,
trabalhos?
Regras e normas de condutas podem ser estabelecidas pensando em estratégias,
com o intuito de pertencimento, bem como os limites que determinam. A fundamentação
teórica para os alunos é de suma importância, aliado a estratégias educacionais: Leituras
textuais, aulas expositivas, seminários, trabalhos em grupos, a utilização da tecnologia
(reportagens, documentários, filmes, imagens, músicas, gráficos, tabelas, palestras, etc),
são inúmeros as dinâmicas que podem ser utilizadas. É fundamental compreender que
nem sempre a mesma estratégia é bem sucedida em turmas diferentes mesmo sendo
ano (séries) iguais, justamente devido a individualidade, as diferenças.
As aulas expositivas são importantes, momento em que o professor media seus
conhecimentos a toda a turma, mas para que esta prática tenha resultado significativo,
a conversação, as discussões e debates são fundamentais. Só é possível manter essa
dinâmica se os alunos tiverem a oportunidade de serem ouvidos e fazendo uso de suas
respostas, o professor enriquece a teoria com sua fundamentação teórica.
Os seminários momento em que os alunos apresentam para os demais e para o
professor o que aprenderam deve ser um recurso, para potencializar o conhecimento.
Mas nem todos tem habilidade para se comunicar, transmitir o que sabe, há que se
ponderar nestes momentos, porque a avaliação é sistêmica, ou seja, tudo o que o aluno
executa é avaliado. E o mesmo não pode ser prejudicado por sua timidez ou falta de
habilidade de falar em público.
Assim como os trabalhos em grupos, o professor precisa acompanhar estes
momentos, infelizmente sabemos que nem todos de fato realizam as atividades
propostas, o que pode sobrecarregar apenas alguns. Entretanto é importante esse
momento entre os colegas, para que as ideias sejam expostas, assim a filosofia de vida
de cada um fica mais evidenciada.
O uso das inovações tecnológicas deve fazer parte do ensino, não há mais como
estes recursos não serem usados ao nosso favor. Tudo que é exposto de forma mais
atrativa, agrega mais valor e significado. O que não pode acontecer, e faz parte de uma
realidade é tornar seminários, trabalhos em grupos, utilização de filmes para “matar” o
tempo. Na educação o tempo é precioso.
Quando mencionamos sobre a interdisciplinaridade, isso facilita o entendimento
de usar recursos na disciplina de Sociologia que traga informações pertinentes aos
conteúdos e que simultaneamente traga uma relação com outras disciplinas. Para que o
aluno tenha uma visão que uma disciplina está interligada a outra, não uma
fragmentação dos conteúdos e que todas as áreas de ensino tem suas considerações.
Citei apenas algumas estratégias, existem inúmeras, e cada professor deve
encontrar qual a mais adequada, considerando a turma, o momento. Mas é essencial em
todas elas a preparação do professor, o estudo, para que não seja surpreendido com
questões, assuntos que não domina. Entretanto, ninguém é obrigado a saber tudo!
Quando não tiver a certeza da resposta, diga aos alunos, que buscará fontes confiáveis,
para estudar a respeito.
Pensamos em estratégias para serem aplicadas, mas concomitantemente,
percebemos a importância de repensar juntamente com nossas práticas educacionais, o
que o aluno necessita para viver em sua plenitude, para que o conhecimento não seja
vazio, que tenha uma utilidade para sua vida diária. Vejamos então os pilares:
Aprender a conhecer é uma maneira do indivíduo ter a visão de tudo que está a
sua volta, este entendimento irá propiciar uma vida mais consciente o que influencia
positivamente sua vida profissional e pessoal. Quanto mais aprende melhor para resolver
nossos conflitos externos ou internos. E o conhecer nos torna cada vez mais curioso,
ativa a vontade de aprender nos oferecendo autonomia e disciplina para que isso ocorra.

Aprender para conhecer supõe, antes de tudo, aprender a aprender,


exercitando a atenção, a memória e o pensamento. Desde a infância,
sobretudo nas sociedades dominadas pela imagem televisiva, o jovem
deve apender a prestar atenção às coisas e as pessoas. A sucessão
muito rápida de informações mediatizadas, o “zapping” tão frequente,
prejudicam de fato o processo de descoberta, que implica duração e
aprofundamento de apreensão.(DELORS, 2003, p. 95).
O entendimento de todo o contexto histórico é crucial para o aprender a conhecer
, pois, ampliamos o interesse por nossos assuntos, como são construídos, ampliando o
senso crítico, fomentando a leitura e a pesquisa. Aprender a fazer está muito conectado
com a necessidade de aprender a conhecer. Mas quando o aprender a fazer é
enunciado, expõe a necessidade por em prática, realizar, concretizar algo, a educação
está intrinsecamente impulsionado a força de trabalho, assunto este discutido na
Unidade I. Tendo atualmente o conhecimento de que a tecnologia tende a ser mais
utilizada, como ensinar o aluno a fazer?

Na indústria, especialmente para operadores e os técnicos, o domínio do


cognitivo e do informativo nos sistemas de produção, torna um pouco
obsoleta a noção de qualificação profissional e leva a que se dê muita
importância à competência profissional. O progresso técnico modifica,
inevitavelmente, as qualificações exigidas pelos novos processos de
produção. As tarefas puramente físicas são substituídas por tarefas de
produção mais intelectuais, mais mentais, de organização à medida que
as máquinas se tornam, também, mais “inteligentes” e que o trabalho se
“desmaterializa”.(DELORS, 2003, p.100).

Mesmo sem saber exatamente qual a profissão qual o aluno irá exercer, certo é a
convicção que não haverá serviços mecânicos para aqueles que visam empregos
rentáveis, a tecnologia estará presentes em todos os setores do mercado de trabalho,
assim a questão intelectual, a criatividade, autonomia, coletividade, liderança sempre
fará parte de profissionais bem sucedidos.
É fundamental que no trabalho, além do saber fazer em sua função, o
relacionamento, a capacidade de estabelecer relações harmônicas com os iguais e
diferentes, tornam o ambiente saudável o que estabelece um crescimento mútuo e eficaz
entre todos os envolvidos.
Aprender a viver juntos, aprender a viver com os outros, mesmo que estas
pesquisas sobre os pilares da educação originaram em 1996, este pilar é algo
extremamente atual. É só assistirmos um noticiário ou visualizar as redes sociais. O que
você acha que está faltando para que de fato este pilar tenha êxito? Talvez você
compartilhe da minha opinião, mas o respeito é a base de tudo e para tudo. Um grande
desafio!
O intuito de propiciar o progresso trás a humanidade momentos conflituosos, ora
fomentado pela mídia. Cria-se uma ambição para se alcançar lugares melhores não
apenas profissionalmente e para que isto ocorra, o que menos importa é o outro. Para
muitos, se for preciso, utilizar o outro negativamente para sobressair, não seria nenhum
empecilho.
Como trabalhar na escola, de forma que o aluno compreenda a importância do
outro, da convivência? Difícil, mas não impossível. Alguns comportamentos atuais, nos
revelam o que podemos trabalhar no contexto escolar, mas nos falta muito entendimento
de como fazer. Indivíduos que se comportam como “deuses”, os melhores, a
competitividade são quesitos que implicam em conflitos.
Reforçar a orientação da Base Nacional Curricular Comum a aprendizagem
precisa ser mediada da melhor forma possível e cada etapa uma evolução, desde a
Educação Infantil, Educação Básica Anos Iniciais e Finais, Ensino Médio e Superior.
Essa revisão é apenas para lembrar que desde pequena a criança tem esses
comportamentos de super valia, de competição, isso não é ruim, desde que seja
instruído.
O aluno se sentir confiante, seguro é diferente se sentir o melhor. A competição
precisa ser travada, mas consigo mesmo, ou seja, tentar ser melhor a cada dia, pois
entendo que quando minha competição passa ser com o outro, na verdade a intenção é
mostrar aquilo que não sou.

A educação tem por missão, por um lado, transmitir conhecimentos sobre


a diversidade da espécie humana e, por outro lado, levar as pessoas a
tomar consciência das semelhanças e da interdependência entre todos
os seres humanos do planeta. Desde tenra idade a escola deve, pois,
aproveitar todas as ocasiões para esta dupla aprendizagem. Passando à
descoberta do outro, necessariamente, pela descoberta de si mesmo, e
por dar a criança e ao adolescente uma visão ajustada do mundo da
educação, seja ela dada pela família, pela comunidade ou pela escola,
deve antes de mais nada ajudá-la a descobrir a si mesmos. Só então
poderão, verdadeiramente, pôr-se no lugar dos outros e compreender as
suas reações (DELORS, 2003, p. 102).
Aprender a ser! Muitas vezes nos surgem algumas inquietações sobre o que
somos, o que nos tornamos. Você já passou por alguma situação em que uma pessoa,
descreve você, ela imagina e as pessoas nos valorizam mais do que nós mesmos.
Aprender a ser é saber impor limites a nós mesmos.
Paralelamente é um objetivo da educação contribuir para a formação do homem
em sua totalidade, que abrange sentimentos, religião, cultura e intelectualidade. Somos
frutos de uma educação familiar bem conservadora, mas eficaz. As características dessa
disciplina advém do que nossos pais haviam aprendido, respeito com os mais velhos, a
importância do trabalho e do estudo entre outros. Só de olhar, já sabíamos exatamente
o que estávamos infringindo alguma regra familiar.
Justamente pela educação que recebemos, conseguimos acima de tudo, manter
nossos valores éticos e morais. Construímos uma liberdade de pensamentos e de ação,
e a capacidade de observação que nos facilita distinguir o mal do bem, o certo do errado.
Cometemos falhas, porque estamos em evolução, a cada momento que erramos
reconstruímos nossos limites e aprendemos a ser pessoas capazes de evoluir com e
para a sociedade.
Todos os pilares da educação, estão todos relacionados com as diretrizes
proposta quando a BNCC define ser um documento normativo com especificidades
orgânicas e progressiva de aprendizagens essenciais que norteadas pelas Diretrizes
Curriculares Nacionais da Educação Básica direciona para que a educação seja
contemplada por meio da formação integral humana e para a construção de uma
sociedade justa democrática e inclusiva.
3 ENSINO DE SOCIOLOGIA

A palavra ensinar é ampla, no sentido que ensinamos sempre, nem sempre na


mesma proporção que aprendemos. Retratamos o Ensino de Sociologia historicamente
na Unidade I, assim vamos retratar tendo como pressuposto o currículo da disciplina.
Aprender sociologia necessita de um esforço intelectual para traçar paralelos entre o
contexto atual e fatos históricos.
Como conhecimento acadêmico a Sociologia deve estar associada sempre a
fundamentos teóricos e conduzidos pelas metodologias desenvolvidas, caracterizando
conhecimentos científicos. Traçar paralelos entre teorias clássicas e modernas, que
denotam que os problemas sempre existiram e que a cada momento são resolvidas ou
amenizadas de acordo com os conhecimentos atuais. Os assuntos determinantes na
disciplina de Sociologia estão fixados nos fatos presentes na sociedade, por ser ela fonte
de pesquisa desta área. Desta forma é visível a constância evolutiva da sociedade, assim
a construção dos conhecimentos sociológicos são sistêmicos e reais.
No Ensino Médio o professor precisa compreender que a sociologia, apresenta
três tipos de problemas que se comunicam entre si: teórico/clássicos, metodológicos e
pedagógicos. O primeiro se apresenta desde os primórdios da sociedade que em sua
junção, compactou para o estudo dos envolvidos nessa coletividade, a segunda refere à
teoria, mas com cunho direcionado a metodologias, o que enriquece o estudo, por temos
visões diferentes para ampliar as interpretações e o terceiro são os problemas
pedagógicos que de acordo com cada realidade se apresenta uma conduta prática
educativa.
O ensino de sociologia de acordo com as Diretrizes Curriculares, encaminha a
aprendizagem em Conteúdos Estruturantes. Esses conteúdos teriam a abrangência de
todos os temas pertinentes aos fenômenos sociais. Sendo eles: “O processo de
socialização e as instituições sociais”, “Cultura, produção e classes sociais”, “Poder,
política e ideologia”, “Direitos, cidadania e movimentos sociais”. As Diretrizes
Curriculares

Os Conteúdos Estruturantes não se confundem com listas de temas e


conceitos encadeados de forma rígida, mas constituem apoios
conceituais, históricos e contextualizados, que norteiam professores e
alunos, sujeitos da educação escolar e da prática inicial, seleção,
organização e problematização dos conteúdos específicos relacionados
a necessidades locais e coletivas. São estruturantes os conteúdos que
estabelecem essa ponte entre o local e o global, o individual e o coletivo,
a teoria e a realidade empírica, mantendo a ideia de totalidade e das inter-
relações que constituem a sociedade. (BRASIL, 2008, p. 23).

Os Conteúdos Estruturantes são sugestões, mas deve ser considerada que os


acontecimentos do momento devem ser inseridos no ensino aprendizagem, vinculados
os conteúdos básicos contidos no currículo. Quando pensamos em socialização e nas
instituições sociais, temos a plena convicção que grande parte dos indivíduo são
moldados pela sociedade, pois, agem conforme seus padrões.
Isso é indiscutível quando pautados no padrão de beleza, que muito remotamente,
por algumas empresas de cosméticos está sendo destacado uma “beleza” em todos,
mas não é a visão da sociedade. Acarretando os indivíduos que não se sentem
pertencentes ao padrão social, ir em busca de cirurgias plásticas, bariátricas e além de
doenças psicossomáticas como a depressão. Na questão educacional esses valores
devem ser implantados, para que o aluno aprenda a interpretar a sociedade, mas não
aceitar passivamente o que não lhe convém.
4 CONTEÚDOS BÁSICOS E ESTRUTURANTES

Aprendemos nos últimos anos, mais que nas últimas décadas. A tecnologia nunca
esteve tão presente em nosso dia-a-dia. As Ciências Sociais encaminham por meio de
seus eixos, de representação e comunicação, investigação e compreensão e
contextualização sócio-cultural, molas propulsoras para que a competência e
habilidades, seja, coerente tendo os conteúdos básicos e estruturantes como suporte
teórico.
Na escola, fundamentado nas competências e habilidades, o aluno aprende a se
defender por intermédio de seus conhecimentos, sua capacidade de participação
expressão sua aprendizagem e agindo de acordo com sua personalidade, seus valores
éticos e morais. Só existe validade nas instituições educativas frente a educação quando
seu potencial pedagógico ultrapassa as paredes da sala de aula.
Porque as instituições tomam formas das determinações das relações
sociais, elas são parte da estrutura, verdadeiros laboratórios de ideologia,
responsáveis pela produção simbólica, terreno onde se encontram as
contradições sociais. (BRASIL, 1999, p. 36).

A instituição familiar, moldada pelo padrão Patriarcal, não faz parte da realidade
totalitária, a constituição familiar tem hoje muitas possibilidades, resultado da
modernidade. O papel da mulher também teve uma grande transformação, deixando seu
atributo de dona de casa, rainha do lar, priorizando sua opinião e seus interesses,
aumentando suas tarefas.
A escola é uma instituição que tem como objetivo mediar novas aprendizagens,
mas sempre oportunizando cada vez mais a participação dos indivíduos na sociedade,
fazendo compreender a importância das transformações, mas acima de tudo a
necessidade de estar inserido no processo de mudança.
A religião como instituição na sociologia tem um papel crucial, porque religiões
existem diversas, mas sociologicamente a premissa é manter a coesão e a objetividade
ao que se refere à moralidade. No Ensino Médio a fundamentação se posiciona para que
o aluno tenha envolvimento e/ou conhecimento religioso, assim contribuindo para que
não tenha uma ideologia limitada.
Ao falarmos da cultura e indústria cultural, há muitas histórias pois, a mesma
existe desde o final do século XIX e pode ser definida, embora exista muitas outras, como
peculiaridades do indivíduo , evidenciadas na sociedade. Neste aspecto, a cultura deve
ser vista dos pontos de vista em que o aluno compreenda a diversidade cultural devido
às grandes diferenças existentes e que dentre elas não existe, a melhor ou pior, pois,
para tipo de cultura há uma grupo participante dela. A cultura industrial é a que se resume
em transformar os indivíduos em consumidores. A verdadeira cultura tem o propósito de
ofertar criatividade e criticidade. Portanto para a cultura:

Não se recomenda conceber a cultura de forma hierarquizada, por


propiciar a compreensão de uma visão dicotômica entre cultura erudita e
a cultura popular, numa ideia “naturalizada de hierarquia em favor da
cultura superior considerada mais valiosa que nos senso comum”. Na
sociedade contemporânea integrada pela indústria cultural, essa
distinção é questionada, principalmente quando se aponta para a inter-
relação entre cultura popular, a erudita e a cultura de massa.(BRASIL,
2008, p. 26)
Trabalho, produção e classes sociais, um assunto muito dinâmico para
desenvolver em sala de aula, apenas o conceito de trabalho condição de sobrevivência
humana, potencializa qualquer discussão. Acrescento que o trabalho está ligado à
dignidade humana, meio qual estrutura sua existência. As reflexões surgem ao
detalharmos que há uma modificação na natureza, porque está interligada às práticas
trabalhistas e a natureza, o meio ambiente.
O trabalho é uma maneira de melhorar o que temos, ou fazemos e quanto melhor!
Buscamos conforto e a cada passo desenvolvemos habilidades para que a natureza
trabalhe a nosso favor. Tudo isso gera esforço que é recompensado financeiramente
(assalariado), então temos o empregado, empregador e suas variantes. Essas
concepções, estudamos na Unidade I, quando tratamos os pensamentos de Max Weber,
Durkheim e Marx. Sobre esse assunto o importante é a compreensão sobre as formas
de trabalho e todo o processo histórico que conduziu a atualidade. A exclusão social,
desemprego, precisam ser mediadas evidenciando ao aluno como resultado dos
processos e encaminhamentos sociais, políticos e econômicos, exploração, opressão,
assédio moral, globalização entre tantos outros conteúdos importantes.
O poder, política e ideologia, o termo poder tem sido um grande direcionamento
de pesquisa na sociologia. Certamente este deveria ser para quem de fato tem
capacidade, habilidade, moral e ética para conduzir essa demanda. Há várias formas de
poder, muitas vezes logos nos remetemos a política, mas o poder econômico está
presente em nossa realidade, mas todas são envolvidas pela influência, dominação,
coerção, tais elementos nos possibilita entender se o poder é legítimo ou não. Quando é
legítimo, significa que teve o consentimento da maioria. Então essa autoridade, devemos
respeito. E em sua legitimidade a autoridade é manipulada a força, assédios, ameaças,
violências, sanções negativas a fim de coagir as pessoas.
O aluno precisa ter o conhecimento sobre poder, suas diversidades conceituais
nos estudos sociológicos, para que possam construir argumentos, atitudes para se
defender desses ideologias dominantes, se há o intuito da Base Nacional Curricular
Comum e as Diretrizes e formar uma sociedade mais justa e igualitária, essa
compreensão é fundamental.
Direitos, cidadania e movimentos sociais. A cidadania está alicerçada nos
indivíduos ao que se destina buscar, lutar, pelos seus direitos garantidos por uma
Constituição, por leis. Isso é uma conquista, pois, muitos dos direitos que temos hoje são
frutos destas reivindicações. Os deveres também fazem parte das obrigações em busca
de direitos e qualifica a convivência coletiva e agir de forma atuante ou não é a garantia
da inclusão social ou a exclusão.
No contexto educacional os alunos precisam refletir sobre essas dinâmicas
expostas pelas reivindicações dos movimentos sociais, por exemplo, para que com
senso crítico saiba analisar com criticidade e expor sua opinião. Muitos temas relevantes
que precisam ser discutidos e pensados pelos alunos do Ensino Médio como meio
ambiente, sustentabilidade, refugiados, LGBT, TRANS. Estar na sociedade é ler nas
entrelinhas e agir com responsabilidade.

SAIBA MAIS
Duas espécies bem diferentes de possuidores de mercadorias têm de confrontar-
se e entrar em contato: de um lado, o proprietário de dinheiro, de meios de produção e
de meios de subsistência, empenhado em aumentar a soma de valores que possui,
comprando a força de trabalho alheia; e, do outro os trabalhadores livres, vendedores da
própria força de trabalho e, portanto, de trabalho. O sistema capitalista pressupõe a
dissociação entre os trabalhadores e a propriedade dos meios pelos quais realizam o
trabalho (...) O processo que cria o sistema capitalista consiste apenas no processo que
retira ao trabalhador a propriedade de seus meios de trabalho, um processo que
transforma em capital os meios de subsistência e os de produção e converte em
assalariados os produtores diretos. A chamada acumulação primitiva é apenas o
processo que dissocia o trabalhador dos meios de produção.

Fonte: MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. Manifesto do Partido Comunista. Petrópolis: Vozes, 2001. (11ª
ed.)

#SAIBA MAIS#

REFLITA

No ensino dessa ciência, o papel do professor é árduo. Ele vai lidar com
estudantes muito jovens, com consideráveis dificuldades de abstração no campo das
ciências sociais e pouco tempo disponível para absorver sua complexidade. Ao mesmo
tempo que a temática é sedutora, existe o risco de que o estudante substitua o rigor da
ciência, pouco conhecida, pelo senso comum, de alcance mais imediato.

Fonte: BARBOSA, Maria L. de Oliveira; QUINTANEIRO, Tania; RIVERO, Patrícia. Conhecimento e


imaginação: sociologia para o Ensino Médio. Belo Horizonte: Autêntica, 2012.
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nesta Unidade IV, relembraremos conteúdos de Unidades anteriores, porque


sempre precisamos de feedbacks, rever para aprender e como o conhecimento é
interligado a conexão entre um assunto e outro é totalmente pertinente e necessário.
Essa também faz parte de uma didática que deve ser utilizada em sala de aula, sempre
antes de iniciar um novo assunto, relembrar o anterior e proporcionar mediações para se
relacionar.
As práticas docentes que aprendemos são apenas algumas direções, que com o
tempo precisam ser avaliadas e sempre tendo o aluno como foco de sua construção
metodológica. A ética e o profissionalismo são fundamentais para quem exerce a função
de professor, para quem tem interesse de ser sociólogo porque lidamos com pessoas,
envolve sentimentos, crescimento intelectual e moral.
As consequências da ausência destes dois quesitos podem ser destruidores para
o aluno, seus colegas de trabalho, equipe escolar, para a comunidade, quando agimos
sem bem próprio, quando nos acomodamos e nos sentimentos satisfeitos apenas com a
parte econômica, e minimizamos o trabalho enriquecedor e qualitativo estamos
compactuando para uma sociedade, injusta, desigual e oprimida.
Ser docente é se esforçar para atingir o seu melhor. Não significa ultrapassar os
seus limites, mas determinar metas e objetivos a serem alcançados, tanto para você,
quanto para seu aluno. As estratégias didáticas estão estruturadas nas diversas
maneiras que temos para estimular o aluno a ser curioso, a aguçar seu espírito científico
instigar a ser um pesquisador.
Pessoas instruídas, munidas de senso crítico interage na sociedade sempre com
o intuito de progresso e ordem, necessidade hoje tão contundente em nosso país. Os
pilares pedagógicos oportunizam juntamente com os conteúdos básicos e estruturantes
mediados pelo professor, enaltece e favorece além da aprendizagem curricular, a
aprendizagem da vida.
LEITURA COMPLEMENTAR

ARTIGO 01

LOURENÇO, C, J. Finalidades,Metodologias e perspectivas do Ensino de Sociologia no


Ensino Médio, . Disponível em
https://revistas.ufrj.br/index.php/habitus/article/view/11293. Acesso em 25 ago. 2021

Finalidades, Metodologias e Perspectivas do Ensino de Sociologia no Ensino


Médio

Resumo:

As dificuldades para a efetivação da Sociologia nos currículos do Ensino Médio parecem


um desafio do presente, no entanto, é um fato que existe há algum tempo. O texto tem
como objetivo refletir sobre os desafios da Sociologia no contexto do ensino médio sob
as considerações de Octávio Ianni no artigo O Ensino das Ciências Sociais no 1º e 2º
Graus. A discussão a respeito das perspectivas, dos métodos de ensino, as finalidades,
ao lado de outros dilemas, igualmente importantes, como as condições de trabalho, a
quantidade de aulas semanais e a desnaturalização das pré-noções, são fundamentais
seja por sua atualidade e relevância e também pela oportunidade de debatermos e
ampliarmos nossos conceitos sobre a questão.

ARTIGO 02

Disponível em < http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/book_volume_03_internet.pdf.


Acesso em 13 set.2021.BRASIL.

O livro refere-se às orientações Curriculares para o Ensino Médio: Ciências Humanas e


suas tecnologias, nas páginas 101-132, que retrata os conhecimentos de sociologia,
seus pressupostos teóricos, pesquisas e práticas.
LIVRO

Título: Ética e Sociologia da Moral

Autor: Émile Durkheim.

Editora: Martin Claret.

Sinopse: Retrata as concepções sobre moral que surgiram na Alemanha, uma


consciência coletiva com valores irrefutáveis para o indivíduo. Émile Durkheim descreve
sua ideologia sobre o assunto entrelaçando com os temas economia e sociologia.
FILME/VÍDEO

Título: 40 dias o milagre da vida

Ano: 2020

Sinopse: Mulher, diretora de uma Clinica de Paternidade Planejada, instituição esta


responsável pela grande parte dos abortos no E.U.A. Tudo lhe parecia fascinante, mas
percebeu que algo precisava ser mudado e ela seria o agente transformador, pois, as
adolescente que procurava a clínica precisam de conhecimento e segurança.
REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Orientações


Curriculares Nacionais. Ciências Humanas e suas tecnologias. Brasília, DF, 2008.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Parâmetros


Curriculares Nacionais para o Ensino Médio, Ciências Humanas e suas
Tecnologias. Brasília, DF, vol. 4, 1999.

BARBOSA, Maria L. de Oliveira; QUINTANEIRO, Tânia; RIVERO, Patrícia.


Conhecimento e imaginação: sociologia para o Ensino Médio. Belo Horizonte:
Autêntica, 2012. Disponível em: https://plataforma.bvirtual.com.br. Acesso em: 13 set.
2021.

DELORS, J. Educação: um tesouro a descobrir. 2ed. São Paulo: Cortez Elabore três
tipos de fichas (citação, resumo e analítica) com base no texto: “Os 4 pilares da
Educação” de Jacques Delors. Brasília, DF: MEC/UNESCO, 2003.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática docente.


São Paulo: Paz e Terra, 1996.

LOURENÇO, Júlio César. Finalidades, metodologias e perspectivas do ensino de


sociologia no ensino médio. Revista Habitus, v. 6, n. 1, 2008. Disponível em:
https://revistas.ufrj.br/index.php/habitus/article/download/11293/8243.

MORAIS, Erivania Melo de. Ensino de sociologia e interdisciplinaridade: breves


considerações. Ensino de sociologia em debate,n. 7, n. 1, jan./dez. 2017. Disponível em:
http://www.uel.br/revistas/lenpes-
pibid/pages/arquivos/7%20Edicao/02%20ARTIGO_%20ERIVANIA.pdf.

MOREIRA, Antônio Flávio & CANDAU, Vera Maria. Indagações sobre currículo:
currículo, conhecimento e cultura. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de
Educação Básica, 2008.

RICCI, Rudá. O perfil do educador para o século XXI: de boi de coffice a boi de
cambão. Educação & Sociedade, v. 20, n. 66, p. 143-178, 1999.RIOS, Terezinha
Azeredo. Ética e competência. Cortez Editora, 2014.

ROCHA, JF da; CARRARA, Kester. Formação ética para a cidadania: reorganizando


contingências na interação professor-aluno. Psicologia escolar e educacional, São
Paulo, v. 15, n. 2, 2011.

RODRIGUES, Neidson. Educação: da formação humana à construção do sujeito


ético. Educação e Sociedade, v. 22, n. 76, p. 232-257, 2001.
CONCLUSÃO GERAL

Estudar Sociologia é compreender o meio que estamos inseridos. Sempre será


uma disciplina de fundamental relevância para transformações sociais necessárias. Na
atualidade conseguimos visualizar o quanto estudar a sociedade e os indivíduos que
estão interligadas a ela. As perspectivas para mudanças sociais, culturais, econômicas
e políticas, apenas terão sentido se a sociedade romper as barreiras da ignorância. Esse
termo embora pareça “forte”, nada mais é do que as pessoas que não buscam
conhecimento, ficam a mercê do senso comum, das informações arraigadas pelas
O espaço escolar, essa instituição é de suma importância para que o
conhecimento científico se aproxime e se consolide na vida dos alunos cotidianamente,
expondo por meio das competências adquiridas habilidades necessárias para a
sobrevivência. Ao professor cabe o papel mediador, centrado na ética e no
profissionalismo. Ser Sociologo, ser professor é primar para o crescimento de sua
comunidade,da sociedade de seu País.
A falta de fundamentação teórica em nossa vida acadêmica, não pode ser
empecilho para adquirir após esse processo. A leitura é crucial para conhecermos os
filósofos que estruturaram as bases sociológicas e nos possibilitaram a entender
situações vivenciadas nos mais diversos contextos históricos, falamos sobre alguns, mas
há uma vasta bibliografia que poderá enriquecer sua aprendizagem.
As diretrizes que norteiam o ensino de sociologia também precisam ser
consideradas de extrema finalidade, pois constitui direcionamentos, objetivos,
conteúdos, metodologias que serão a estruturas tanto para a ação do professor, quanto
para a aprendizagem do aluno. Por isso a importância da participação quando estes
documentos estão sendo elaborados e todo e qualquer cidadão pode dar sugestões,
ideias e críticas construtivas.
As leituras culminam na ampliação de novos conceitos e impulsionam a buscar
mais conhecimento, as pesquisas têm essa proposta, aprimorar o que já se conhece e
ampliar novos conceitos. Nessa premissa entendemos que quanto mais estudamos,
mais precisamos estudar. Porque o conhecimento se renova a cada dia, perpassa por
adaptações,pois, precisa inovar, assim como a sociedade.
Para cada necessidade há um tipo de pesquisa, cada qual com sua finalidade e
objetivo, mas todas com a proposta de oferecer caminhos melhores para que a
sociedade, as pessoas de uma forma geral consigam progredir. O progresso está
atrelado a qualidade de vida, ações em prol da coletividade, cuidados com o que
necessário, se quisermos um futuro promissor. A escola, o aluno e o professor, não são
o último recurso. Mas um recurso a mais para que tenhamos pessoas instruídas e
capazes de pensar uns nos outros.
Fazer uso de estratégias dinâmicas com o propósito de possibilitar a todos os
alunos o aprender em todas as suas faces. Aprender a se conhecer para que o indivíduo
saiba seus limites, entenda suas percepções e condutas, aos poucos aprendendo a fazer
de acordo com as habilidades adquiridas e assimiladas, por meio do erro e do acerto se
constroi e reconstroi experiências, aprimorando novas práticas.
Uma das questões mais conflitantes na sociedade é o individualismo que acarreta
prejuízos incalculáveis para a sociedade, aprender a viver juntos a conviver é uma
proposta de crescer juntos, compartilhar, fazer uso da empatia. O respeito e a
coletividade são base para a convivência harmônica e saudável. Com o crescimento
intelectual o aprender a ser é consequência, fruto de um processo de aprendizagem.
Se almejamos que os alunos do Ensino Médio saibam refletir, discutir, entre outros
verbos de ação, queremos jovens atuantes, a junção dos conteúdos básicos aos
estruturantes possibilita a formação de ideias com propostas de estudos promovendo a
interpretação de assuntos reais, onde nesta história os alunos são os protagonistas. É
visto que é possível construir uma sociedade menos egoísta, mais justa, buscando uma
igualdade entre seus pares. Apenas precisamos aprender a aprender!

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