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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO

PEDAGOGIA

CRISTINA RODRIGUES CARLOS DA SILVA


GLÉCIA PEREIRA SANTOS DA PAZ
MIRIAN SILVA FRANÇA
NADJANE PARNAÍBA DANTAS SANTOS

A ESCOLARIZAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS


ANALFABETOS OU COM BAIXA ESCOLARIZAÇÃO

Vitória da Conquista
2019
CRISTINA RODRIGUES CARLOS DA SILVA
GLÉCIA PEREIRA SANTOS DA PAZ
MIRIAN SILVA FRANÇA
NADJANE PARNAÍBA DANTAS SANTOS

A ESCOLARIZAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS


ANALFABEOS OU COM BAIXA ESCOLARIZAÇÃO

Trabalho em grupo apresentado ao Curso de Pedagogia


da UNOPAR – Universidade Norte do Paraná, como
requisito parcial para a obtenção de média semestral.

Orientador: Prof. Regina de Almeida e Silva Peixoto;


Professores: Maria Luzia Silva Mariano; Vilze Vidotte
Costa; Mari Clair Moro Nascimento; Natalia Gomes dos
Santos; Andressa Aparecida Lopes; Alexandre Lourenco
Ferreira; Maria Eliza Correa Pacheco.

Vitória da Conquista
2019
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO......................................................................................................... 3
2 DESENVOLVIMENTO..............................................................................................4
2.1- Fatores históricos, políticos e sociais que perpassam a educação de jovens e
adultos na educação brasileira....................................................................................4
2.2- O papel social da escola no processo de escolarização da população analfabeta
e com baixa escolarização...........................................................................................5
2.3- Os desafios e as possibilidades para a efetivação do direito à educação de
jovens e adultos...........................................................................................................6
2.4- Como o professor deve conduzir o processo avaliativo na aprendizagem dos
jovens e adultos.....................................................................................................7
4 CONCLUSÃO...........................................................................................................8
5 REFERÊNCIAS........................................................................................................9
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1-INTRODUÇÃO

Este trabalho tem como temática “A escolarização de Jovens e


Adultos analfabetos ou com baixa escolarização” e tem como objetivo compreender
de que maneira o pedagogo pode contribuir para a efetivação da função social da
escola, analisando as relações que se estabelecem entre o contexto social e político.
Além de compreender o processo histórico da Educação de Jovens e Adultos,
identificando os fatores que podem interferir na prática pedagógica realizada com
esse público.
Assim, será abordada a descrição dos fatores históricos, políticos e
sociais que contribuíram para a efetivação da alfabetização de jovens e adultos no
Brasil e os projetos e campanhas que foram desenvolvidos no decorrer da história
para atender esse público.
Será também abordado o papel social da escola no processo de
alfabetizar esse grupo e sua importância para formar cidadãos críticos e preparados
para o exercício de sua cidadania, bem como serem inseridos na sociedade de
maneira honrosa.
Assim, com este trabalho teremos a oportunidade de refletir acerca
da prática docente realizada na Educação de Jovens e Adultos, visto que é um
ensino que apresenta altos índices de deficiências existentes com relação à
formação e qualificação do professor. Por esta razão os alunos da EJA, tem
enfrentado grandes carências no que tange aos componentes curriculares a serem
estudados ao longo do tempo de escolarização.
O tema que nos foi proposto é de extrema importância e complicada
devida aos grandes desafios da educação. E educação é o tema de maior
dificuldade a ser trabalhado no Brasil. Analisar a Educação de Jovens e Adultos nos
leva a importância de se educar no meio que vivemos.
O trabalho abrange conteúdos das disciplinas estudadas durante o
semestre do Curso de Pedagogia.
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2-DESENVOLVIMENTO

2.1 Os fatores históricos, políticos e sociais que perpassam a Educação de


Jovens e Adultos na educação brasileira.

O sistema educacional perpassa por vários momentos ao longo da


história e nesse interim, entre cursos e modalidades, a EJA (Educação de Jovens e
Adultos) surgia como um instrumento de resgate da cidadania de brasileiros
excluídos do sistema escolar. É nessa modalidade, que se configura de forma
diferenciada da escola regular, que se buscou saber quais as causas das
dificuldades de aprendizagem.
Tais dificuldades na aprendizagem do aluno na EJA merecem
investigação, pois podem ocorrer pela metodologia utilizada, disparidade de
contextos, idades distintas, desejos e objetivos não correlacionados, imaturidade,
despreparo dos professores que atuam nessa modalidade de ensino, horários
impróprios quando envolvem trabalhadores. Também, problemas com a escola, a
falta de estímulos para a motivação do aluno, a defasagem entre o desempenho do
aluno, o nível de exigência e o pedagógico. O ensino e a aprendizagem ocorrem
simultaneamente e toda e qualquer dificuldade serve como um impedimento para a
concretização do apreender.
Desta forma, a educação no Brasil é marcada por um longo percurso
de ações e programas destinados à educação básica, e em especial, ao público de
jovens e adultos, no que se refere à erradicação do analfabetismo.
Historicamente falando, a educação de jovens e adultos sofreu muito
descaso e discriminação por parte da sociedade em geral. Embora na atualidade
percebem-se os avanços com essa modalidade de ensino e sua assistência a esse
público, o que se vê é que muitas lutas foram travadas para que essa modalidade de
ensino fosse um direito constitucional.
Inicialmente, os primeiros sinais de educação de adultos no país,
foram vistos no período da colonização. Esse processo se deu por meio dos padres
jesuítas que aqui chegaram com o objetivo de catequizar os nativos e os filhos dos
colonizadores, fazendo diferença no ensino entre eles.

A educação escolar no período colonial, ou seja, a educação regular e mais ou


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menos institucional de tal época, teve três fases: a de predomínio dos jesuítas; a
das reformas do Marquês de Pombal, principalmente a partir da expulsão dos
jesuítas do Brasil e de Portugal em 1759; e a do período em que D. João VI, então
rei de Portugal, trouxe a corte para o Brasil -1808- 1821. (GHIRALDELLI JR. 2008,
pg24).

Com a expulsão dos jesuítas, essa educação passou a ser


responsabilidade do império e somente a classe abastada podia ser alfabetizada.
Até que se contemplasse a EJA como um direito para todos, independentemente de
poder ou classe social, a educação de jovens e adultos surge dentro de um
contexto, como afirma Soares (2001, p.201) “A educação se insere nesse contexto:
Em meio à sua desvalorização e a indiferença, convivemos com numerosas
iniciativas e consolidação de propostas em seu âmbito”.
A educação de jovens e adultos foi passando por etapas e vários
projetos e campanhas de alfabetização foram desenvolvidos com o intuito de
alfabetizar esse grupo que não teve acesso à educação em período regular, dentre
eles podemos citar: A Campanha de Educação de Adolescentes e Adultos (CEAA),
Campanha Nacional de Educação Rural (CNER), dentre outros.
É nesse período que surge o conhecido pedagogo Paulo Freire
vislumbrando a educação de jovens e adultos no Brasil. Ele afirmava que o
desenvolvimento educacional deve ser realizado de maneira contextualizada às
necessidades de cada pessoa.
No entanto, durante o período militar, esses movimentos e seus
aliados são perseguidos e reprimidos pelos órgãos do governo federal, que criou o
Movimento Brasileiro de Alfabetização, o MOBRAL, que tinha a finalidade de
alfabetizar, ou seja, ensinar a ler e escrever, porém sem nenhuma compreensão.
Assim, mantinham controle sobre as pessoas. E por fim, o Mobral foi extinto, dando
início a uma nova era na história da educação de jovens e adultos.
E foi então, que em 1988 a Constituição assegurou que todas as
pessoas deveriam ter acesso à educação, inclusive aquelas que não tiveram
oportunidade na idade regular.

2.2 A função social da escola, sobretudo diante do processo de escolarização


da população analfabeta e com baixa escolarização.
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A escola tem um papel muito importante de formar cidadãos críticos


e habilitados para o exercício de sua cidadania, de maneira que este tenha clareza e
compreensão do seu desenvolvimento na sociedade. Pois mediante todo esse
processo de conhecimento que a educação possibilita, existem grandes alternativas
de serem inseridos na sociedade de maneira mais digna, uma vez que o mesmo
estará pronto para ser incluído no mercado de trabalho.
Diante deste processo de escolarização a escola tem a função social
de acolher a todos os alunos e adaptar meios para que estes alunos consigam
receber a alfabetização. Perante esta colocação, tivemos um grande colaborador na
educação que é o nosso extraordinário Paulo Freire, que trouxe uma forma didática
libertadora para a alfabetização de jovens e adultos.
Desta forma, as escolas são responsáveis por educar e formar
futuros profissionais, além disso também tem a tarefa de transformar os alunos em
cidadãos que se adequem a nossa sociedade, uma pessoa que não passou por
esse processo (Analfabetos e pessoas com baixa escolarização por exemplo) tende
a fracassar como cidadão, aí a importância da escola e de sua rigorosa educação.
Segundo Sacristan (2000), a escola deve também, elaborar de forma
sistematizada um currículo que atenda à demanda da EJA, uma vez que o mesmo
deve orientar o docente a alcançar os objetivos propostos. Sendo assim, a escola
deve se preocupar e estar preparada para dar todo suporte que o aluno necessite.

2.3 Quais são os desafios e as possibilidades para a efetivação do direito à


educação de Jovens e Adultos

Quando se pensa nesse público, grandes são os desafios a serem


superados para que os mesmos sejam alfabetizados. Jovens e adultos não têm
permanecido na escola, por vários fatores, dentre eles, condições culturais não
respeitadas, a vasta experiência de vida, o trabalho dessas pessoas, visto que são
trabalhadores braçais e donas de casa, enfim, pessoas que buscam concluir a
educação básica para conquistar um emprego melhor e ter condição de vida digna
para si e sua família. Para que haja um ensino de qualidade para essa classe de
pessoas, Platzer (2017, p.143) afirma que:
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São inúmeros os desafios apresentados ao educador. Para tanto, é preciso


uma formação inicial e continuada e condições de trabalho favoreçam uma
prática atuação da Educação de Jovens e Adultos que promova a ampliação
de conhecimentos a esse público. Assim, é necessário que as políticas
públicas sejam direcionadas para essa modalidade de ensino de forma
eficiente, contribuindo para escolarização com qualidade.

Os grandes desafios na educação de jovens e adultos consistem em


seu tempo, pois muitos deles abandonam a escola justamente para trabalhar, com
isso seus horários são muitos restritos.
Outro grande desafio é que alguns alunos desta modalidade se
sentem desconfortáveis por estarem em escolas na idade adulta, uma espécie de
medo de serem criticados por seus colegas e amigos. Com isso é necessário uma
escola com horários flexíveis para atender as demandas destes.

2.3 Como o professor deve conduzir o processo avaliativo, tendo em vista saber
como está a aprendizagem dos estudantes que frequentam a EJA

Nesta modalidade de ensino o professor deve conduzir o processo


avaliativo, de forma que se aplique na educação de jovens e adultos essa
especificidade da natureza histórica humana devendo ser preservada por ser o
processo de ensino-aprendizagem um campo de confronto saudável entre pessoas
que estão ensinando e aprendendo mutuamente, pessoas que supostamente estão
abertas ao diálogo.
Assim, o educador deve administrar esta situação tendo em vista a
forma como se aplica as avaliações. Porque se encontra em sala de aula da EJA um
público heterogêneo, com vasto conhecimento de mundo, história, crença e cultura.
De acordo com Fernandes (2009, p.3), “é preciso ter o olhar diferencial para cada
aluno, porque às vezes tem que mudar as práticas pedagógicas se queremos que
eles aprendam melhor”. É necessário que o educador tenha um olhar atento,
buscando identificar dificuldades e habilidades dos educandos em sala de aula.
É importante que o docente utilize métodos avaliativos instigantes,
selecionando materiais didáticos e recursos pedagógicos que possibilitem
compreensão dos alunos, como por exemplo: fazer atividades em grupos, provas
com consulta, pesquisas em jornais e revistas, cartazes, fazer uso de vídeos, etc.,
planejar sua aula a partir dessas atividades. Devemos nos lembrar de que o
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propósito não é a avaliação do aluno e sim, sua evolução e crescimento face ao seu
desenvolvimento educacional.
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4-CONCLUSÃO

Esta pesquisa enfatizou reflexões acerca de como se dá o ensino da


EJA, bem como a efetivação da prática docente na referida modalidade. As
dificuldades e lacunas existentes no ensino, contribuições que esta oferece aos
alunos e as perspectivas de vida destes com relação ao ensino. Neste sentido, é
perceptível a oportunização que EJA traz aos discentes sendo esta modalidade de
extrema importância para os que precisam e querem progredir nos estudos e se
inserir no mercado de trabalho.
Diante do que foi apresentado, ficou claro que a educação de jovens
e adultos passou por um longo percurso e muitos projetos e campanhas foram
desenvolvidos até ser consolidado como um direito constitucional.
Este trabalho nos possibilitou, enquanto acadêmicos em Pedagogia,
a reflexão sobre o tema proposto, pois foi possível perceber que os professores
encontram diversas dificuldades no que concerne ao ensino, ou seja, a efetivação da
prática docente, devido ao despreparo profissional destes em não terem uma
formação especifica para área em que atuam.
Desta maneira, entende-se que o profissional deve estar sempre se
atualizando, buscando qualificação nesta área, para que possa desenvolver seu
trabalho com excelência. Pois, devido a todos os esforços implantados na educação,
dos tempos Brasil colonial aos dias de hoje, continuamos perseverando em trazer
uma educação de qualidade.
Assim, é possível concluir que jovens e adultos hoje por meio das
conquistas alcançadas nesse âmbito educacional, têm a oportunidade de serem
alfabetizadas dentro do seu próprio contexto de vida, sendo considerado seu vasto
conhecimento de mundo, história, crença e cultura.
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REFERÊNCIAS

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Jovens e Adultos: Histórico no Brasil, perspectivas atuais e conscientização na
alfabetização de adultos. Disponível em:
https://www.cairu.br/revista/arquivos/artigos/2014_2/10_trajetoria_educacao_jovens_
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http://www.planalto.gov.br/ccivil 03/LEIS/L9394.htm

FERNANDES, Domingos. Para uma teoria da avaliação no domínio das


aprendizagens. Estudos em Avaliação Educacional, São Paulo, v.19, n. 1 p. 347-
372, set/dez. 2008.

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Configuração e gênese das desigualdades regionais. Disponível em:
https://seer.ufrgs.br/educacaoerealidade/article/view/2540/14733. Acesso em: 28
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Brasil: de plataformas de governo a propostas pedagógicas esvaziadas.
Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ensaio/v18n67/a11v1867. Acesso em: 25
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GHIRALDELLI JR., Paulo. História da Educação. 2 ed. São Paulo: Cortez, 2000.

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http://www.ppe.uem.br/publicacoes/seminario ppe 2013/trabalhos/co 03/79.pdf.
Acesso em: 25 mar. 2019.

PLATZER, Maria Betanea. Educação de jovens e adultos. Londrina: Editora e


Distribuidora Educacional S.A, 2017.
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SACRISTÁN, J. Gimeno; O Currículo: uma reflexão sobre a prática. 3. ed., Porto


Alegre: Art Med, 2000.

SOARES, L; GIOVANETTI, M. A. G C; GOMES, N. L.(Org.). Diálogos na educação


de jovens e adultos. 2ª ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2006.
STRELHOW, Thyeles Borcarte. Breve história sobre a educação de jovens e
adultos no Brasil. Disponível em:
http://www.histedbr.fe.unicamp.br/revista/edicoes/38/art05 38.pdf. Acesso em: 28
mar. 2019.

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