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São Paulo
2019
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Pólo: PAULISTA
São Paulo
2019
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO........................................................................................................06
4. CONCLUSÃO......................................................................................................... 11
5. REFERÊNCIAS..................................................................................................... 13
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1. INTRODUÇÃO
Quando se falava sobre educação para a população não infantil, desde o Brasil
Colônia, se referenciava apenas a população adulta, que necessitava também de
doutrina e ser iniciada, nas coisas da fé, ou seja, havia um caráter mais religioso do
que educacional, propriamente dito, havia o pretexto de propagar a fé católica no país,
portanto, era ensinado aos nativos contar e ler. A denominação de Educação de
jovens e adultos (EJA) é recente no Brasil. (CUNHA, 1999).
Por volta da década de 1980 e na primeira metade dos anos 2000, a EJA
“caminhou em duas grandes frentes: uma que reúne um conjunto de ações de governo
e outra que reúne ações da sociedade civil organizada e dos movimentos populares”
(PAULA, OLIVEIRA, 2011, p. 19). Nos anos 80, a educação recebeu uma atenção
crescente por parte dos mais diversos segmentos da sociedade
De acordo com o artigo 2º dos princípios e fins da educação nacional, pela lei
nº 9.394 de 20 de dezembro de 1961, a educação é dever da família, bem como
também dever do estado, deve ser inspirada nos ideais de solidariedade humana, nos
princípios de liberdade e deve ter por finalidade o desenvolvimento pleno do
educando, assim como seu preparo para o exercício de cidadania, além de sua
qualificação para o trabalho. (BRASIL, 1961).
Segundo Cunha (1999), o homem é agora sujeito e não objeto de sua educação,
admitindo um compromisso com sua própria realidade, e intervindo nela cada vez
mais. A partir do momento em que utilizamos da própria realidade do ser humano,
jovem ou adulto, para ensinar-lhe, estaremos possibilitando meios facilitadores.
De acordo com Paulo Freire (1983), o analfabeto se prepara para ser o agente
da aprendizagem, ele apreende criticamente a necessidade de ler e de escrever, e
consegue fazer isso à medida em que a alfabetização passa a ser o domínio mecânico
de técnicas, que se utilizam para ler e escrever, portanto, o papel do educador é de
dialogar com o estudante sobre situações concretas, podendo lhe oferecer então,
simplesmente, os meios com os quais possa se alfabetizar. De acordo com Martins
(2013), o letramento e a alfabetização são um desafio diário, na educação de uma
sala para ensino de jovens e adultos, os conhecimentos prévios, que já foram
adquiridos pelos educandos, facilitam bastante o processo de ensino e aprendizagem,
o educador precisa conhecer as condições de vida de seus alunos, para que possa
trabalhar conteúdos extracurriculares que vão de encontro com as suas necessidades.
“Por isso a alfabetização não pode se fazer de cima para baixo, nem de
fora para dentro, como uma doação ou uma exposição, mas de dentro
para fora, pelo próprio analfabeto, somente ajustado pelo educador.
Esta é a razão pela qual procuramos um método que fosse capaz de
se fazer instrumento também do educando e não só do educador e que
identificasse, como claramente observou um jovem sociólogo brasileiro,
o conteúdo da aprendizagem com o processo da aprendizagem. Por
essa mesma razão, não acreditamos em cartilhas que pretendem fazer
uma montagem de sinalização gráfica como uma doação e que
reduzem o analfabeto mais à condição de objeto de alfabetização do
que de sujeito da mesma”. (FREIRE, 1983, p. 72)
Para Martins (2013), é fundamental criar oportunidades para que o grupo possa
se relacionar, é importante criar atividades que proporcionem a união do grupo, pois
cabe ao educador, notar aqueles que estão com dificuldades não apenas cognitivas,
mas emocionais, a fim de seguir em frente com segurança.
“Ao perceber o aluno como um ser que tem valor e que suas memórias
falam muito e que podem auxiliar na trajetória não apenas dele, mas de
todos o que cercam podem desenvolver motivação e esperança de uma
vida melhor, com um futuro que pode ser abraçado sem receio, apesar
das adversidades que o mundo possa oferecer”. (MARTINS, 2013,
p.150)
4. CONCLUSÃO
Poder escrever o seu futuro a partir da educação é uma conquista de muitos
jovens e adolescentes, que puderam resgatar o ensino básico, ou não puderam
conclui-lo. A educação de jovens e adultos é uma conquista de sujeitos que estão
sendo formadores e escritores de suas próprias histórias. É preciso que o profissional
da educação, desta modalidade de ensino, esteja preparado e consiga lidar com
vários tipos de nuances e dificuldades, respeitando sempre a individualidade e história
de seus alunos. Uma arte de ensinar adultos, é a andragogia, que, busca compreender
o ser adulo dentro da escola, rompendo com os padrões da pedagogia tradicional, é
uma ciência que estuda as melhores práticas para orientar adultos a aprender, é um
modelo de educação que considera a experiência do adulto como a fonte mais rica
para a aprendizagem, o portanto, o papel do educador não é apenas levar o
conhecimento para dentro da sala de aula, mas sim adequar metodologias
tradicionalistas aos conceitos de ensino e aprendizagem efetivos, que levarão ao
educando, a possibilidade de construir coletivamente o conhecimento a partir de suas
próprias experiências de vida. A andragogia a aprendizagem é focada naquilo que se
faz necessário ao cotidiano do aluno na sociedade, com propostas de atividades que
envolvam ações de seu dia-a-dia e visando no auxílio ao enfrentamento de problemas
reais, uma vez que é centrada na aprendizagem e não apenas no ensino.
Quando nos deparamos de fronte a ensinar para jovens e adultos, devemos
levar em consideração todas as experiências que os trouxeram até aquele momento,
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5. REFERÊNCIAS.
CUNHA, Conceição Maria da. Introdução – Discutindo conceitos básicos. – Salto para o
Futuro – Educação de Jovens e Adultos. Ministério da Educação. Secretaria da Educação a
Distância, SEED, 1999.
FREIRE, Paulo. Educação e mudança. Editora: Paz e Terra, 1983. Coleção Educação e
comunicação vol. 1, Rio de Janeiro, 1983.
PAULA, Claúdia Regina de; OLIVEIRA, Marcia Cristina de. Educação de Jovens e Adultos:
A educação ao longo da vida. Curitiba, Ibpex, 2011
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POPPOVIC, Pedro Paulo. Salto para o futuro: Educação de jovens e adultos. Em:
Secretaria de Educação a distância. Ministério da Educação, Brasília, 1999.