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CURSO DE PEDAGOGIA

SOFIA SOLEDAD ZEBALLOS

CONTOS DE FADAS PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL

JUNDIAÍ, JUNHO, 2019


SOFIA SOLEDAD ZEBALLOS

CONTOS DE FADAS PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL

Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado para


a obtenção no Curso de Pedagogia da Uniplena
Educacional.
Orientador: Prof.ª Bianca Gomes

JUNDIAÍ, JUNHO, 2019


SOFIA SOLEDAD ZEBALLOS

CONTOS DE FADAS PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL

Trabalho de Conclusão do Curso, apresentado para


obtenção no Curso de Pedagogia da Uniplena
Educacional.

Jundiaí, São Paulo, 26 de junho de 2019.


RESUMO

A partir da leitura de livros e artigos a respeito do tema, este trabalho tem como
objetivo refletir sobre o significado dos contos de fadas no século atual. Questões
como “o que são contos de fadas, e por que eles ainda devem ser contados? ” Serão
discutidas no decorrer deste trabalho, de acordo com o embasamento teórico
encontrado. Enfatizando sua atuação nas escolas de modalidade infantil,
considerando o homem como um sujeito histórico e cultural, apontando as histórias
como um arcabouço significativo, sendo um tesouro da humanidade, portanto, espera-
se que educadores (pais e professores) busquem este tesouro e presenteie as
crianças com verdadeiros contos de fadas.

Palavras-chave: Contos de fadas. Educação Infantil. Desenvolvimento Humano.


RESUMÉN
A partir de la lectura de libros y artículos acerca del tema, este trabajo, tiene
como objetivo reflexionar sobre el significado de los cuentos de hadas en el siglo
actual y cuestiones como "¿qué son cuentos de hadas, y por qué ellos todavía deben
ser contados?” Serán discutidas en el transcurso de este trabajo, dando importancia
a su actuación en las escuelas de enseño infantil; que el ser humano como sujeto
histórico y cultural, y que las historias tienen un valor significativo y siendo éste un
tesoro de la humanidad, a fin de que los educadores (padres y profesores) busquen
este tesoro y brinden a los niños con verdaderos cuentos de hadas.
Palabras-clave: Cuentos de hadas. Enseño Infantil. Desarrollo Humano.
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO......................................................................................................07
DESENVOLVIMENTO..........................................................................................08
1. O que são contos de fadas........................................................................08
2. Contos de fadas como meio pedagógico...................................................10
CONCLUSÃO.......................................................................................................13
REFERÊNCIAS....................................................................................................15
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INTRODUÇÃO
A sabedoria popular era transmitida de forma oral, por meio de histórias ricas
em imagens, muitos séculos antes da era cristã - tais histórias como mitos, lendas, e
dentre elas, os contos de fadas (GIMAEL, AGUIAR 2013). Os contos de fadas
autênticos surgiram em tempos remotos. De acordo com Gimael e Aguiar (2013), os
contos de fadas são tão antigos que foram encontrados em papiros e colunas
egípcias; na Grécia antiga, também há algumas notícias sobre eles, os contos de
fadas são como o primeiro ensino da História, muito mais verdadeiro e conduz
diretamente ao estado mental do homem pré-histórico (LANZ, 1998). Ideias
infinitamente sábias, que permearam séculos, sem deixar-se desgastar ou morrer
(ESTÉS, 2005); continuam e continuarão sempre atuais, pela verdade que
transmitem, através de imagens, fazendo parte do tesouro da humanidade (GIMAEL,
AGUIAR, 2013).

A contação de histórias, com o passar dos tempos, tornou-se essencial para


com a formação do ser humano (SANTOS 2014); justamente por se tratar de uma
contação oral, em que não se utiliza livros, ou elementos midiáticos, é que transforma
a história em algo puro e verdadeiro para a criança, assim, ela pode acessar sua
imaginação e criatividade, e usufruir das palavras que soarão como poesia criativa,
dos contos de fadas. Gimael e Aguiar (2013) contam que para Platão, os contos de
fadas estavam vinculados à educação de crianças. Narrar histórias é uma das formas
mais antigas de se educar, de acordo com Gimael e Aguiar (2013), sendo esta uma
atividade que deve estar presente em todos os anos da educação formal. A educação
infantil tem papel fundamental para com a formação do indivíduo como ser social e
histórico. É nos primórdios da infância em que o Indivíduo aprenderá a se desenvolver
de forma integral com o mundo, aos poucos, irá exercer seu papel na sociedade como
criança, com seus direitos e deveres. As crianças vão percebendo o mundo e aos
poucos percebem que fazem parte do mesmo, e neste momento, é que devemos
presenteá-las com contos que contribuam animicamente com seu desenvolvimento.

O homem desde os primórdios de sua humanidade, possuía o desejo e o saber.


Com o tempo, ele aprendeu o passado e o futuro; e em seu presente manifestava-se
através dos contos. A partir de resumo bibliográfico, este trabalho tem como objetivo
valorizar o significado dos contos de fadas, no século atual a fim de que se possa
explicitar o que são os contos de fadas, definição e conceito; sua relevância para o
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ensino em educação infantil e colaboração como tesouro da humanidade; e esclarecer


sobre os mesmos, baseado em artigos e livros a respeito de mitologias e contos.

Contos e mitos são como um anjo bom que a pátria dá ao homem


desde seu nascimento para acompanhá-lo em sua caminhada
pela vida, para que lhe seja um fiel companheiro durante toda
essa caminhada e, por oferecer-lhe essa companhia, faça
verdadeiramente dessa vida um conto de fadas interiormente
animado. - Rudolf Steiner

DESENVOLVIMENTO

1. O que são contos de fadas

Platão – que talvez tenha compreendido aquilo que forma a mente


humana melhor do que alguns de nossos contemporâneos que querem
suas crianças expostas apenas a pessoas “reais” e a acontecimentos
do dia a dia – sabia o quanto as experiências intelectuais contribuem
para a verdadeira humanidade. Ele sugeriu que os futuros cidadãos de
sua república ideal começassem a educação literária com a narração
de mitos, em lugar de meros fatos ou dos assim chamados
ensinamentos racionais (BETTELHEIM, 2017, p.51)

Assim como a história da evolução da humanidade, o conteúdo dos contos de


fadas está inteiramente relacionado ao desenvolvimento psíquico do ser humano;
suas personagens representam qualidades anímicas a seres desenvolvidas, ou seja,
as personagens correspondem a profundas realidades interiores do homem. Os
contos de fadas são como o primeiro ensino da História, muito mais verdadeiro e
conduz diretamente ao estado mental do homem pré-histórico (LANZ, 1998). “Nos
contos de fadas acham-se gravadas ideias infinitamente sábias que durante séculos
se recusaram a se deixar mutilar, desgastar ou matar” (ESTÉS, 2005, p.11). De acordo
com Lanz (1998):

Os contos de fadas constituem como que um primeiro ensino da História


ensino mais verdadeiro do que muitas pesquisas arqueológicas, porque
conduz diretamente ao estado mental do homem pré-histórico em vez
de penosamente tirar conclusões baseadas em achados exteriores
(ruínas, restos de cerâmica, desenhos, etc.) (LANZ, 1998, p.113).
O conto de fadas tem como característica atrelar um dilema existencial de
forma incisiva e breve, permitindo à criança apreender o problema em sua
característica essencial, o conto de fadas simplifica as situações (BETTELHEIM,
9

2017). Bettelheim (2017), explica que na maioria das culturas, todos os contos, sejam
de mitos, contos populares ou de fadas, formam a literatura das sociedades pré-
alfabetizadas

Antes de seres redigias, essas histórias ou eram condensadas ou eram


amplamente elaboradas ao serem recontadas ao longo dos séculos;
algumas histórias se fundiam a outras. Todas eram modificadas por
aquilo que o narrador julgava ser mais interessante para os ouvintes,
por suas preocupações do momento ou pelos problemas especiais de
sua época (BETTELHEIM, 2017, p.37)
De acordo com Estés (2005), o processo de ler e ouvir contos de fadas são
muito mais complexos, embora se pense que seja uma simples transferência de
conteúdo para almas e corações. Os velhos contos populares têm seu valor sábio,
que, de forma imaginativa transmite verdades e realidades de ordem espiritual, com o
objetivo da apresentação da evolução espiritual da humanidade e do indivíduo (LANZ,
1998).

Exatamente como nos contos de fadas mais antigos, a vida é um mundo


em que nossas fraquezas são em geral nossas maiores dádivas, em
que o mundo da perda e do reencontro do coração e da alma são
dolorosos, mas são em geral a punica questão fundamental e valiosa
(ESTÉS, 2005, P.19).
De acordo com Gimael e Aguiar (2013), os contos ajudam na formação,
ensinados princípios éticos e morais, além de valorizarem ideais, tocando diretamente
os sentimentos. Bettelheim (2017) explica que ao longo dos séculos, ao serem
recontados, os contos de fadas foram sendo refinados, passando a transmitir
significados latentes e manifestos ao mesmo tempo, falando de forma simultânea a
todos os níveis de personalidade, atingindo tanto a mente da criança, quanto a do
adulto. Os contos de fadas possuem uma estrutura simples e curta, têm como tema
uma questão existencial ou ética, sendo histórias fantásticas ou sobrenaturais, cujo
objetivo é a realização do ser humano, são atemporais e terminam com a sensação
de superação ou transcendência (GIMAEL, AGUIAR, 2013).

Os contos são episódicos. Não têm fim. Exatamente como na vida real,
estamos vivendo uma história sem fim. Na vida real, recebemos mais
uma oportunidade, depois mais outra. No fim descobrimos como reaver
o véu mágico, usar a capa da invisibilidade, encontrar e conservar
companheiros fiéis ao longo do caminho (ESTÉS, 2005, p.27)
10

2. Contos de fadas como meio pedagógico


Segundo Domingos e Silva (2016), é fundamental que se traga os contos de
fadas para as crianças, pois abrange muitos aspectos de seu desenvolvimento, as
autoras relatam que quando a criança ouve uma história, nela despertará
curiosidades, ideias, possibilitando a que reflita, se identificando a partir de sua
realidade, e conflitos no cotidiano, e agindo e pensando dentre os conceitos de
moralidade. Os contos de fadas devem ser considerados um excelente adjuvante
pedagógico, segundo Lanz (1998).

As histórias do mundo da fantasia, do popular folclórico, dos contos de


fadas, das lendas e das fábulas em todos os tempos formaram o caráter,
a imaginação e a confiança na força do bem em várias gerações de
povos (BERTALOT, 2002, p. 12).
Estés (2005) explica que os contos têm um léxico, ou seja, um grupo vasto de
ideias que são expressas em imagens e palavras, simbolizando pensamentos
universais. A linguagem simbólica dos contos coincide com a forma que a criança
percebe o mundo, a primeira forma de pensamento, segundo Aguiar e Gimael (2013)
é pelas imagens, que se transformam, posteriormente, em símbolos e depois, mais
tarde em conceitos. Para prender a atenção de uma criança, a história deve despertar
a sua curiosidade a fim de que enriqueça a sua vida, a história lhe deve estimular a
imaginação, ajudando a desenvolver seu intelecto e tornar suas emoções claras, para
que esteja em harmonia com suas aspirações e ansiedades, ao mesmo tempo de
reconhecer suas dificuldades, sugerir soluções (BETTELHEIM, 2017). A criança que
está desenvolvendo sua consciência percebe o mundo como mágico, portanto causas
e efeitos são definidos de acordo com a sua fantasia infantil (GIMAEL, AGUIAR, 2013)
O conto possibilita o esclarecimento de si própria, favorecendo o desenvolvimento de
sua personalidade, enquanto se diverte com ele (BETTELHEIM, 2017).

Os contos de fadas, diferentemente de qualquer outra forma de


literatura, direcionam a criança para a descoberta de sua identidade e
vocação, e também sugerem as experiências que são necessárias para
desenvolver ainda mais o seu caráter (BETTELHEIM, 2017, p. 34)
Os contos devem ser contados de cor (o ideal é que não sejam narrados ou
lidos) de uma maneira calma e serena, sem oscilação de voz, para que assim, as
imagens possam ser vividas sem julgamentos ou interpretações (GUIMAEL, AGUIAR,
2013). Deve ser narrado em vez de lido, a fim de que atinja integralmente suas
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propensões consolidados, seus significados interpessoais e seus significados


simbólicos, permitindo assim maior flexibilidade (BETTELHEM, 2017).

Contos de fadas deveriam ser contados de viva voz, num ambiente


completamente descontraído; nunca deveriam ser lidos e, muito menos,
transmitidos (e com quanta falta de gosto!) por meios técnicos (discos
ou vídeos); A pessoa que os conta está em contato direto com os
pequenos ouvintes, sentindo imediatamente suas reações (LANZ, 1998,
p.114)
Bettelheim (2017) também completa que:
Hoje em dia, muitas de nossas crianças são ainda mais cruelmente
destituídas, porque são de todo privadas da oportunidade de conhecer
os contos de fadas. A maioria das crianças de agora conhece os contos
de fadas apenas em versões enfeitadas e simplificadas, que lhes
abrandam o sentido e lhes roubam todo o significado mais profundo –
versões como as dos filmes e espetáculos de TV, nas quais os contos
de fadas são transformados em diversão tola (BETTELHEIM, 2017, p.
34)
Primeiramente, é importante que o educador deve conviva internamente com o
conto sem buscar interpretações, para assim poder passar a criança de forma mais
natural e transparente possível, será um presente que a criança receberá para sua
alma e para o seu futuro, pois ela se fortalecerá no momento atual para compreender
de forma anímica a idade e a maldade que estão ressoando dentro dela como também
o ressoam no mundo. Em seu enredo existe a presença de acontecimentos cruéis,
embora estes sejam extremamente necessários para que alimente a alma da criança;
para ela, é fundamental encontrar nos contos, as dificuldades, as maldades, e
tragédias que permeiam o inconsciente nas profundezas da alma, e a partir do
momento em que a criança tem a o contato com estas narrativas, ela encontrará e se
identificará por saber que outros também compartilham de angústias, medo, raiva
semelhantes aos seus. Estés (2005) explica que às vezes, os pais acabam
amedrontando a criança, por ficarem atemorizados com a história, e enfatiza que se
devem contar tanto histórias bonitas, quanto feias, pois “o que assusta ou intriga uma
criança muda à medida que ela cresce” (ESTÉS, 2005, p. 25),

Ao contrário do que acontece em muitas histórias infantis modernas,


nos contos de fadas o mal é tão onipresente quanto a virtude. Em
praticamente todo conto de fadas, o bem e o mal são corporificados sob
a forma de algumas personagens e de suas ações, uma vê que o bem
e o mal são onipresentes na vida e as propensões para amos estão
presentes em todo homem. É essa dualidade que coloca o problema
moral e requer a luta para resolvê-lo (BETTELHEIM, 2017, p. 16)
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O conto de fadas leva muito a sério as angústias existenciais e seus dilemas,


embora, seja através deles que existe a possibilidade de se aprender mais a respeito
dos problemas íntimos dos seres humanos e soluções corretas para superar
dificuldades em qualquer sociedade, assim, possibilitará que a criança aprende a
enfrentar suas condições, já que está exposta a cada momento da sociedade em que
vive, a partir de que tais recursos íntimos lhe permitam (BETTELHEIM, 2017). Sendo
assim, um conto de fadas bem narrado intensifica uma série de experiências da
criança, emoções e sentimentos, como compaixão, crítica, tensão, alívio, tristeza,
alegria, coragem, medo surtem efeitos ao ouvirem as histórias; essas emoções terão
um grande valor em sua vida adulta, que fortalecerão sua confiança na bondade e na
vida. Os contos irão preparar a criança para diferentes acontecimentos em sua vida,
indiretamente, eles ensinam como lidar com tais acontecimentos, ao se identificar, a
criança buscará nos contos as soluções para os problemas (DOMINGOS, SILVA,
2016).

Toda criança deve receber o mapa e o treinamento para penetrar as


florestas claras e sombrias do mundo. Omitir que há violências, más
opções e grandes paixões que subjugam a mente, e não ensinar à
criança como proteger sua alma, a enfraquece (ESTÉS, 2005, p. 25)
De acordo com Bettelheim (2017), os processos interiores se traduzem em
imagens visuais; eles descrevem estados mentais por meio dessas imagens e ações.
Em suas imagens mostram expectativas e tendências que de forma inconsciente se
desenham na alma infantil, fixando em seu subconsciente anseios e ideais que, ao
longo da vida, transformarão em aspirações e ideais (LANZ, 1998).

Para que uma história realmente prenda a atenção da criança, deve


entretê-la e despertar a sua curiosidade. Contudo, para enriquecer a
sua vida, deve estimular-lhe a imaginação, ajudá-la a desenvolver seu
intelecto e a tornar claras suas emoções; estar em harmonia com suas
ansiedades e aspirações; reconhecer plenamente suas dificuldades e,
ao mesmo tempo, sugerir soluções para os problemas que a perturbam.
Resumindo, deve relacionar-se simultaneamente com todos os
aspectos de sua personalidade – e isso sem nunca menosprezar a
seriedade de suas dificuldades, mas, ao contrário, dando-lhe total
crédito e, a um só tempo, promovendo a confiança da criança em si
mesma e em seu futuro (BETTELHEIM, 2017, p. 11)
Segundo Bertalot (2002), ao contar e recontar histórias, é possível trabalhar e
desenvolver a estrutura linguística e pensante, assim, como todo pensamento
estruturado, cada história consta com um começo, meio e fim. Bettelheim (2017)
ressalta que nunca se devem explicar os significados dos contos à criança.
13

A linguagem pictórica, plena de conteúdo, alimenta a alma infantil, e


como todo alimento, deve ser digerido e metabolizado. Quando a
criança, nesta idade, envolve-se de corpo e alma no relato dessas
grandiosas imagens, alegrando-se ou entristecendo-se ela é toda
participante. Isso faz com que despertem nela os impulsos de fazer algo
igual, de atuar ou de sonhar (BERTALOT, 2002, p.13)
Por serem tão valiosos, os contos de fadas devem ser compreendidos como
um adjuvante pedagógico, a fim de auxiliar as crianças em seu pleno
desenvolvimento. “Os contos de fadas deixam para a própria fantasia da criança a
decisão de ser e como aplicar a si própria, àquilo que a história revela sobre a vida e
a natureza humana” (BETTELHEIM, 2017, p.67).

CONCLUSÃO

Há muitos séculos, a sabedoria popular era transmitida de forma oral, por meio
de histórias ricas em imagens, antes mesmo da era cristã - tais histórias como mitos,
lendas, e dentre elas, os contos de fadas (GIMAEL, AGUIAR 2013). O homem desde
os primórdios de sua humanidade, possuía o desejo e saber, com o tempo ele
aprendeu sobre o passado e também sobre o futuro; e o seu presente manifestava-se
através dos contos. A contação de histórias, com o passar dos tempos, tornou-se
essencial para com a formação do ser humano (SANTOS 2014); justamente por se
tratar de uma contação oral, em que não se utiliza livros, ou elementos midiáticos, é
que transforma a história em algo puro e verdadeiro para a criança, assim, ela pode
acessar sua imaginação e criatividade, e usufruir das palavras que soarão como
poesia criativa, dos contos de fadas.

O ensino infantil deve ser considerado como um dos mais importantes na etapa
de desenvolvimento humano, pois ele é a primeira etapa de educação básica, e
prepara a criança para a vida; sendo nesta fase da vida em que as crianças começam
a circundar em um novo ambiente social: A escola. A educação infantil tem papel
fundamental para com a formação do indivíduo como ser social e histórico. É nos
primórdios da infância em que o Indivíduo aprenderá a se desenvolver de forma
integral com o mundo, aos poucos, irá exercer seu papel na sociedade como criança,
com seus direitos e deveres.

As crianças vão percebendo o mundo e aos poucos percebem que fazem parte
do mesmo, e neste momento, é que devemos presenteá-las com contos que
contribuam animicamente com seu desenvolvimento. O jardim de infância de uma
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escola deve possibilitar a criança de se desenvolver com plenitude, alimentando suas


necessidades anímicas, para que assim, ela possa se contemplar em todos os
aspectos multilaterais do ser humano: “A educação e os cuidados que a criança
recebe em seus primeiros anos afetam seu desenvolvimento por toda a vida” (Brasil,
1998, p. 9 Citado em Marinis, 2015, p.33).

O profissional da área de atuação escolar deve estar atento às necessidades


de cada indivíduo, considerando-o como um ser único em sua maneira de aprender e
existir, respeitando suas etapas individuais de desenvolvimento e seu próprio tempo
e ritmo deste processo, assim desta forma, agir como um facilitador para a formação
de um ser humano capaz de encontrar propósitos para a sua vida e interagir para que
o aprendizado ocorra de forma saudável e eficaz. Narrar histórias é uma das formas
mais antigas de se educar, de acordo com Gimael e Aguiar (2013), sendo esta uma
atividade que deve estar presente em todos os anos da educação formal.

O profissional da área de educação infantil deve se libertar das correntes da


vida adulta e se entregar em seu íntimo, buscar sua criança interior, pois a linguagem
da criança é a fantasia e a imaginação, além de que, cabe ao profissional da área de
educação, ao considerar o homem como sujeito histórico e cultural, concluir que as
histórias têm um valor significativo para o desenvolvimento do mesmo; sendo,
portanto, um tesouro da humanidade. É fundamental que educadores (pais e
professores) busquem este tesouro e presenteie as crianças com verdadeiros contos
de fadas, estimulando a sua potencialidade de imaginação, fantasia e criação, pois,
como foi possível observar na bibliografia encontrada, as histórias, além de
contribuírem com o trabalho linguístico, também colabora com o cognitivo e com as
emoções da criança, auxiliando-a em seu presente e preparando-a para um futuro; ao
considerar que a criança também se desenvolve como a humanidade, ela precisa
ouvir os contos de fadas, já que a forma e as verdades contidas neles possibilitam que
a criança aprenda conceitos complicados relativos a fatos e relações humanas.
15

REFERÊNCIAS
BERTALOT, Leonore. Criança querida – o dia-a-dia da alfabetização. Associação
comunitária Monte Azul, Antroposófica, São Paulo, 2002.
BETTELHEIM, Bruno. A psicanálise dos contos de fadas. 34ª Edição, Editora Paz e
Terra, Rio de Janeiro, 2017.
DOMINGOS, Naiara; SILVA, Simone Cristina Faccio da. A importância dos contos de
fadas na educação infantil. Faculdade de Americana, 2016. Disponível em: <
http://aplicacao.vestibularfam.com.br:881/pergamumweb/vinculos/000001/000001b8.pdf>.
Acesso em: 26 de jun. de 2019.
ESTÉS, Clarissa Pinkola. Contos dos irmãos Grimm. Rocco, Rio de Janeiro, 2005
GIMAEL, Patrícia; AGUIAR, Selma de. Infância vivenciada. Editora Paulinas, São Paulo,
2013.
LANZ, Rudolf. A pedagogia Waldorf: Caminho para um ensino mais humano.
Antroposófica, São Paulo, 1998.
MARINIS. Luara, L. P. de.A educação infantil sob a perspectiva da pedagogia Waldorf.
Universidade Estadual Paulista. Faculdade de Ciências, Bauru, 2015. Disponível
em:<http://researchgate.net/publication/284714057_A_Educacao_Infantil_sob_a_perspectiv
a_da_Pedagogia_Waldorf>. Acesso em 16 de jun. de 2019.
SANTOS, Claudinéia Roque Maciel. A contação de histórias na educação infantil.
Disponível em:< https://www.webartigos.com/artigos/a-contacao-de-historias-na-educacao-
infantil/126627/>. Acesso em: 13 de jun. de 2019.

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