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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO

CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

ANA GABRIELA ALMEIDA


FABRÍCIA MARIA MEDEIROS BICALHO
MARCOS PAULO FONSECA
MATHEUS FELIPE RIBEIRO
STÉFANY ADRIANE DE OLIVEIRA COSTA
WELLINGTON MATOS PEREIRA

EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NO BRASIL

Betim
2019
ANA GABRIELA ALMEIDA
FABRÍCIA MARIA MEDEIROS BICALHO
MARCOS PAULO FONSECA
MATHEUS FELIPE RIBEIRO
STÉFANY ADRIANE DE OLIVEIRA COSTA
WELLINGTON MATOS PEREIRA

EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NO BRASIL

Trabalho de Ciências Biológicas apresentado à


Universidade Pitágoras Unopar, como requisito parcial para
a obtenção de média bimestral nas disciplinas de
Metodologia Científica, Educação de Jovens e Adultos,
Fundamentos da Educação, Educação Formal e não
Formal, Didática: Planejamento e Avaliação e Práticas
Pedagógicas: Gestão da sala de aula.
Orientadores: Prof.ª Mari Clair Moro Nascimento
Prof.ª Maria Eliza Correa Pacheco
Prof.ª Maria Luzia Silva Marian
Prof.ª Stefany Ferreira Feniman
Prof.ª Vilze Vidotte Costa

Betim
2019
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO..........................................................................................................3
2 PRODUÇÃO TEXTUAL INTERDISCIPLINAR..........................................................4
3 CONCLUSÃO............................................................................................................8
REFERÊNCIAS.............................................................................................................9
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1 INTRODUÇÃO

Este trabalho tem como objetivo principal abordar o tema “a educação


de Jovens e Adultos analfabetos ou com baixa escolarização”. Usaremos como base
de reflexão a Situação Geradora de Aprendizagem cuja proposta é a seguinte:
Marcela, uma pedagoga da escola Florestan Fernandes, atua na EJA há quinze
anos. Ela notou que os professores novatos nunca trabalharam com a EJA e tinham
visão deturbada das suas especificidades. Durante uma conversa com Ronaldo,
professor recém-chegado de matemática, Marcela observou a gravidade da visão
equivocada de Ronaldo sobre a EJA, cujo ele dizia que os seus alunos não tinham
interesse na aula e só iam à escola para comer e dormir durante as aulas e conclui
que o Brasil não deveria investir na educação de pessoas mais velhas que não
quiseram estudar na infância. Marcela juntamente com a equipe pedagógica decidiu
organizar uma semana de formação pedagógica voltada para a EJA. Dentre uma
série de atividades, incluía uma palestra ministrada pela pesquisadora Maria Clara,
intitulada “Educação de Jovens e Adultos: para quê e para quem?”. Marcela pediu a
ela que buscasse contemplar em sua fala os seguintes questionamentos: “Quais são
os fatores históricos, políticos e sociais que perpassam a EJA na educação
brasileira?”, “Qual a função social da escola, sobretudo diante do processo de
escolarização da população analfabeta e com baixa escolarização?”, “Quais são os
desafios e as possibilidades para a efetivação do direito à educação de Jovens e
Adultos?” e “Como o professor deve conduzir o processo avaliativo, tendo em vista
saber como está a aprendizagem dos estudantes que frequentam a EJA?”.
Nesse conteúdo abordaremos a história da Educação de Jovens e
Adultos no Brasil e a trajetória de ações e programas destinados à Educação
Básica, em particular os programas e diretrizes que buscam combater o
analfabetismo, a importância da escola para que esse processo de alfabetização
tenha êxito e buscar a inclusão de todos os alunos em sala de aula, superando os
vários desafios que serão impostos. Todo este conteúdo servirá para expandir
nossos conhecimentos e compreender de que maneira o pedagogo pode contribuir
para a efetivação da função social da escola, analisando as relações que se
estabelecem entre o contexto social e político e identificar os fatores que podem
interferir na prática pedagógica realizada com esse público. A metodologia utilizada
foi em pesquisa bibliográfica e em sites da internet.
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2 PRODUÇÃO TEXTUAL INTERDISCIPLINAR

A Educação de Jovens e Adultos tem uma trajetória histórica de


ações descontínuas, marcada por uma diversidade de programas, muitas vezes não
caracterizada como escolarização. Inicialmente era baseada em programas
destinados à educação básica e voltados para o combate ao analfabetismo, que se
iniciou em meados de 1930, quando a sociedade brasileira passava então por
grandes transformações relacionadas ao processo de industrialização e
concentração da população nos centros urbanos.
A primeira iniciativa pública no Brasil visando o atendimento aos
jovens e adultos ocorreu em 1947 com a criação da Primeira Campanha Nacional de
Educação de Adolescentes e Adultos (CEAA), iniciativa do Ministério da Educação e
Saúde. A finalidade era levar a educação aos brasileiros não escolarizados das
cidades e das zonas rurais e estimular o desenvolvimento social e econômico, por
meio de um processo educativo que poderia promover a melhoria nas condições de
vida da população.
O final dos anos 1950 e início dos anos 1960 foi marcado por uma
intensa mobilização da sociedade civil em torno das reformas de base, o país
passava por significativas transformações sociais, políticas e econômicas. Essa
nova conjuntura contribuiu para a modificação do caráter das iniciativas públicas em
relação à educação de jovens e adultos.
Em 1963, o Ministério da Educação encerrou a Campanha Nacional
de Educação de Adultos, iniciada em 1947, e encarregou o educador, pedagogo e
filósofo brasileiro Paulo Freire de se empenhar na elaboração de um Programa
Nacional de Alfabetização que foi interrompido em 1964 com o Golpe Militar, onde o
país ingressou na fase capitalista monopolista de Estado, que ao mesmo tempo em
que atuou com base em uma política econômica fortemente modernizadora,
manteve e aprofundou a dependência ao imperialismo, as disparidades regionais e a
desigual distribuição de renda. Neste período o golpe militar produziu uma ruptura
política, os movimentos de educação e cultura popular foram reprimidos e seus
dirigentes censurados, um deles foi Paulo Freire, que foi preso e exilado.
Posteriormente o governo militar criou o Movimento Brasileiro de Alfabetização
(MOBRAL) que permaneceu vigente por quinze anos. O MOBRAL centralizou as
iniciativas como órgão de concepção e de execução, restringindo o conceito de
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alfabetização à habilidade de aprender a ler e a escrever.


Com frequentes resultados insatisfatórios, houve muitas críticas ao
programa. Surge então o ensino Supletivo, regulamentado pela Lei das Diretrizes e
Bases da Educação nº 5.692/1971, que pela primeira vez na história ganhou um
capítulo específico para educação de jovens e adultos: o capítulo IV que versava
sobre ensino supletivo. Esta lei reconhecia a educação de jovens e adultos como um
direito à cidadania.
Em 1985, já no início da nova República, o Mobral é extinto e criada
a Fundação Educar, esta sendo subordinada ao MEC, mas em 1990 foi extinta, e o
MEC deu início neste mesmo ano ao Programa Nacional de Alfabetização e
Cidadania (PNAC), que também foi extinto após um ano de funcionamento por falta
de investimento financeiro. Com passar dos anos foram surgindo novas estratégias
para diminuir o índice de analfabetismo no Brasil, com a criação de tantos outros
programas. Hoje o EJA é caracterizado como modalidade da educação básica
correspondente ao atendimento de jovens e adultos que não frequentaram ou não
concluiu a educação básica, sendo que seu ingresso se dá em nível fundamental
aos jovens acima de 15 anos, e ao ensino médio a partir dos dezoito anos. Percebe-
se ao longo da história um papel secundário no cenário da educação brasileira, em
todos os sentidos não somente na educação de jovens e adultos, cada fase histórica
correspondeu um mínimo e complexo de conhecimentos - não apenas por
necessidade da produção e da sociabilidade como em decorrência das lutas dos
trabalhadores em um processo marcado pelas contradições inerentes à própria
organização da sociedade.
Na década de 90 havia milhões de brasileiros em situação de
extrema pobreza, muitas das pessoas se encontravam fora do mercado de trabalho
por falta de qualificação, e eram em sua maioria analfabetos. Pensando melhor
nestes acontecimentos criaram então a escola cidadã que tinha objetivo politico
educacional marcado pelo empenho e união entre o ensino e população. Pretendiam
com esses fundamentos fortalecer a visão democrática participativa e a valorização
de autonomia, que se tornaria a Educação de Base em nosso País. Surge a visão
social e democrática da escolarização. A escola deve então estabelecer critérios
fundamentais e sociais para alfabetização, de forma que todos possam continuar
com sua jornada de trabalho e conciliar os estudos de forma produtiva, estas são
formas justas e sociais de preparação dos jovens para o exercício da cidadania e é
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necessário ter o cuidado de versificar a educação para que não fiquem focadas
apenas em formar jovens e adultos alfabetizados, mais sim cidadãos pensadores e
críticos. A elaboração de ferramentas é a principal forma de expandir o universo
dessa população alvo que exige mais cuidado e atenção, portanto o uso ideal das
práticas pedagógicas em conjunto com os conhecimentos dos próprios alunos,
tornam as aulas mais interessantes e trará o aluno para a uma maior concentração e
interesse pelo aprendizado. É importante estar sempre formalizando novos
conteúdos, pois fará com que o processo de aprendizado seja mais prazeroso,
resultando em uma alfabetização mais inclusiva e social garantindo o processo de
transformação educacional. O compromisso social e ético da escola e do professor,
não é somente em formar alunos melhores, mas sim trabalhar para que se tornem
cidadãos capazes de entender a realidade em que se encontra e conscientiza-los de
seus objetivos, compromissos, direitos e deveres, para que se desenvolvam melhor
profissionalmente com ampla visão de sociedade e mundo.
A educação é direito de todo cidadão e o acesso a ela faz com que
todos possam intervir de forma consciente no meio que estão inseridos. De acordo
com Freire (1987), jovens e adultos não podem ser tratados como crianças. São
pessoas que não tiveram infância, ou tiveram uma infância frustrada, têm vergonha
de si mesmos, possuem complexos de inferioridade diante da sociedade que os
oprime e os discrimina. O fato de serem excluídos da escola os coloca à margem do
mercado de trabalho pela sua condição de não escolarizado e, também, pertencente
a determinados grupos culturais com singularidades marcantes. O migrante constitui
uma grande parte desse público e, pelo fato de ser migrante, não concluiu a sua
trajetória escolar. Como educadores, cabe a nós futuros professores estar
continuamente debatendo e dialogando sobre cidadania, educação e emancipação,
a fim de ajudar a resgatar a autoestima e promover a conscientização aos alunos
sobre seus direitos e deveres. Na legislação, mais especificamente na Constituição
de 1988 e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) de 1996
previram, inicialmente, o direito dos jovens e adultos ao Ensino Fundamental,
obrigando sua oferta regular pelos poderes públicos e a Emenda Constitucional nº
59 de 2009, que ampliou esse direito ao Ensino Médio.
 Existe um conjunto de ações propostas com o intuito de erradicar o
analfabetismo no Brasil, mas para alcançar esses objetivos é necessário o
envolvimento de políticas públicas assertivas. O acesso à educação e a
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permanência de crianças e jovens na escola no período regular do ensino contribuirá


para que esse problema seja uma página virada na história do Brasil, mas no
momento em que vivenciamos revela que ainda há jovens e adultos que ainda não
tiveram acesso à educação escolar, sendo assim é preciso organizar ações para
que esse público possa frequentar as salas de aula, usufruindo dos seus direitos
legais e fazer com que efetive o direito à educação de jovens e adultos.
O processo avaliativo é um momento em que o educando é
colocado à prova, para testar os conhecimentos adquiridos durante todo um período
de ensino. Na maioria das vezes é efetuado através de provas, avaliações orais e
exercícios, sempre com um rígido método aonde o mais importante é a
memorização de informações. Podem também acontecer em trabalhos em grupos,
pesquisas fora de sala, apresentações e trabalhos com intuito solidários.
Deve considerar que este processo é rodeado de mitos e
primeiramente será preciso desmistificar este conceito ruim da memória dos alunos,
principalmente os educandos da educação de jovens e adultos. O professor deve
mostrar que a avaliação não é punitiva, mas colaborativa para ambos os lados.
Em seguida o professor terá a função de fazer da avaliação um
momento que por sua vez tem como finalidade o objetivo de avaliar a situação de
aprendizagem de cada educando, levando em consideração o que foi estipulado
pela grade curricular do conteúdo aplicado. Deve-se considerar todo um contexto, a
construção do conhecimento, e ressaltando os pontos positivos e os que precisam
ser trabalhados de uma melhor forma. Esse processo contribui não apenas para a
quantificação de notas e pontuação, mas também para auxiliar na avaliação pessoal
e aproveitamento e metodologia aplicado pelo professor.
Os estudantes que frequentam a EJA em especial devem ser
avaliados de uma forma mais especifica, ressaltando que o processo de
alfabetização não apenas abrange o letramento, mas também a conscientização de
forma seres pensantes e ativos socialmente. É preciso saber se o aluno está se
envolvendo socialmente através de novas e melhores oportunidades de trabalho,
interação social através de entrosamento com leitura de jornais e informativos da
sua sociedade. Por este motivo o educador precisa estar atento ao contexto de vida
do educando analisando todo um processo de socialização através da alfabetização,
avaliando não apenas um momento interno ou o que o aluno faz em sala de aula,
mas em modo geral de sua vida social.
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3 CONCLUSÃO

Neste trabalho abordamos sobre a educação de jovens e adultos no


Brasil e sua trajetória histórica, marcada por diversas lutas, desafios, dificuldades e
transformações no âmbito político, social e escolar até os dias atuais.
Falamos sobre a função social da escola neste processo de
escolarização e as formas de permanência efetiva desses alunos, os desafios e
possibilidades para a efetivação do direito à educação e como o professor deve
conduzir o processo avaliativo visando à aprendizagem dos estudantes que
frequentam o EJA, além de conhecer as diversas abordagens de como realizar a
avaliação e desmistifica-las. Conhecemos o pensamento de Paulo Freire, um
importante educador, pedagogo e filósofo brasileiro que foi exilado durante o golpe
militar.
Concluímos que nós como futuros docentes, agentes e mediadores
da transformação social, a realização deste trabalho é de extrema importância para
extinguir mitos e preconceitos que rodeiam a educação de jovens e adultos. Fazer
com que um aluno que não frequentou o ensino regular na infância tenha
reconhecimento na sociedade como um ser crítico e pensante que sabe e conhece
os seus direitos é o papel do professor, mediador do conhecimento.
Todos os objetivos propostos foram alcançados tendo em vista a
escolarização de jovens e adultos analfabetos ou com baixa escolarização, para que
no presente se consolide a mudança social e no futuro tanto professores quanto
estudantes jovens e adultos tenham uma visão mais crítica e racional do mundo e
principalmente da educação brasileira.
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REFERÊNCIAS

A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: ASPECTOS HISTÓRICOS E SOCIAIS


Disponível em: <http://educere.bruc.com.br/arquivo/pdf2015/22753_10167.pdf>
Acesso em 22 mar. 2019.

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988. Disponível


em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm>
Acesso em: 27 mar. 2019.

EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 59, DE 11 DE NOVEMBRO DE 2009. Disponível


em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc59.htm>
Acesso em: 27 mar. 2019.

FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 17. Ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.

LEI Nº 9.394, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1996. Disponível em:


<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9394.htm> Acesso em: 27 mar. 2019.

PLATZER, Maria Betanea. Educação de jovens e adultos. Londrina: Editora e


Distribuidora Educacional S.A., 2017.

TRAJETÓRIA DA ESCOLARIZAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NO BRASIL: DE


PLATAFORMAS DE GOVERNO A PROPOSTAS PEDAGÓGICAS ESVAZIADAS.
Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ensaio/v18n67/a11v1867> Acesso em 12
abr. 2019.

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