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ANHANGUERA ARAPIRACA /AL

MATEMÁTICA- 2ª LICENCIATURA

ALUNO:

ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO (AH/SD): IDENTIFICAÇÃO E


ENCAMINHAMENTOS NO ÂMBITO ESCOLAR.

DISCIPLINAS: EDUCAÇÃO INCLUSIVA; LIBRAS – LÍNGUA BRASILEIRA DE


SINAIS; POLÍTICAS PÚBLICAS NA EDUCAÇÃO BÁSICA; EDUCAÇÃO E
DIVERSIDADE; FUNDAMENTOS DA GESTÃO EDUCACIONAL E
COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA; PRÁTICAS PEDAGÓGICAS: IDENTIDADE
DOCENTE; EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA; ESTÁGIO CURRICULAR I.

ARAPIRACA/AL
2020
ALUNO:
MATRÍCULA:

ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO (AH/SD): IDENTIFICAÇÃO E


ENCAMINHAMENTOS NO ÂMBITO ESCOLAR.

PRODUÇÃO TEXTUAL INDIVIDUAL APRESENTADA A


FACULDADE ANHAGUERA ARAPIRACA/AL NO
CURSO DE MATEMÁTICA- 2ª LICENCIATURA PARA
OBTENÇÃO DE NOTAS NAS DISCIPLINAS:
EDUCAÇÃO INCLUSIVA; LIBRAS – LÍNGUA
BRASILEIRA DE SINAIS; POLÍTICAS PÚBLICAS NA
EDUCAÇÃO BÁSICA; EDUCAÇÃO E DIVERSIDADE;
FUNDAMENTOS DA GESTÃO EDUCACIONAL E
COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA: IDENTIDADE
DOCENTE; EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA; ESTÁGIO
CURRICULAR I.
TUTOR A DISTANCIA: CESAR EDUARDO DA SILVA

ARAPIRACA/AL
2020
SUMÁRIO

1- INTRODUÇÃO.........................................................................................1

2-DESENVOLVIMENTO................................................................................2

3-CONSIDERAÇÕES FINAIS.........................................................................3

4-REFERENCIAS............................................................................................4
INTRODUÇÃO

A temática da superdotação e o atendimento educacional para pessoas


com altas habilidades têm suscitado um interesse crescente por parte de
pesquisadores. Vários autores (Alencar, 2001; Greenfield e cols., 2006;
Guenther, 2006; Guenther & Freeman, 2000; Mettrau, 2000) têm ressaltado
que essa crescente preocupação pode ser verificada não só no Brasil, como
também no cenário internacional. Segundo Alencar (2001), observa-se, em
países de distintos continentes, a implementação de propostas educacionais
assim como a disseminação de informações de relevância a respeito das altas
habilidades.
A abordagem da temática Altas Habilidades/Superdotação apresenta-se
como uma opção de intervenção pedagógica altamente promissora, com
elementos e características que justificam seu enfoque, considerando,
principalmente, questões como falta de conhecimento.
Segundo Renzulli (1986), os três anéis não precisam estar presentes ao
mesmo tempo e nem na mesma intensidade, mas é fundamental que interajam
em algum grau para que o resultado seja um alto nível de produtividade. Ainda
para esse autor, os comportamentos denominados superdotados podem estar
presentes “em algumas pessoas, em determinados momentos e sob
determinadas circunstâncias” (p. 76). Percebe-se que, para esse autor, a
superdotação não deve ser vista como algo estático, pré-determinado. Ele
enfatiza a importância de se levar em conta a interação entre fatores individuais
e ambientais. Para Alencar (1986), “superdotação é um conceito ou construto
psicológico a ser inferido a partir de uma constelação de traços ou
características de uma pessoa” (p.20).
Assim, a Produção Didático-pedagógica pode apontar caminhos para
superação de problemas percebidos pelos professores em suas práticas
pedagógicas ou apresentados no Projeto de Intervenção Pedagógica, cujas
assertivas enfatizam a necessidade de propiciar aos professores
informações/conhecimentos e subsídios para identificar e atender alunos com
AH/SD e em consonância com os desafios indispensáveis de uma formação
continuada.
DESENVOLVIMENTO

A Educação Especial visa à formalização do direito à igualdade de


oportunidades educacionais e surge em decorrência de uma série de
transformações que foram ocorrendo na forma de atendimento às pessoas com
deficiência e, posteriormente, às pessoas com altas habilidades. Uma das
ideias que prevalecem é a do respeito às diferenças individuais e do direito à
igualdade de oportunidades, sem privilégios ou discriminações (Brasil, 2001). A
construção de políticas públicas para embasar a Educação Especial visa
garantir educação para todos, de forma a amparar ações que enfrentem
desigualdades sociais, democratizando o acesso a bens e serviços públicos,
dentre eles, a educação.
No Brasil, a preocupação com os bem-dotados existe desde 1929,
quando a psicóloga e educadora russa Helena Antipoff sensibilizava a todos
para a necessidade de se levar em conta essa parcela da população, buscando
alternativas que pudessem favorecer o desenvolvimento pleno desses
indivíduos. O primeiro atendimento educacional especializado aos bem-
dotados foi criado em 1945, por Helena Antipoff, na Sociedade Pestalozzi do
Rio de Janeiro (Brasil, 2001). Dessa época até o início da década de 1970, a
menção aos bem-dotados é pouco enfatizada. Somente em 1971, acontece o I
Seminário sobre Superdotação do país, em Brasília. Neste mesmo ano,
aparece, pela primeira vez, a menção ao superdotado na Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional, enfatizando a necessidade de essa parcela da
população receber um atendimento diferenciado: “os superdotados deverão
receber tratamento especial, de acordo com as normas fixadas pelos
competentes Conselhos de Educação”. (Brasil, 1971, art. 9º).
A partir do que foi explicitado anteriormente, percebesse a existência de
discordâncias entre pesquisadores no que diz respeito a termos, conceitos e
significados quando a pauta são as altas habilidades / superdotação. Talvez
essa multiplicidade de ideias leve ao surgimento de dúvidas e posturas
equivocadas quando a discussão envolve o indivíduo superdotado.
Os alunos com AH/SD são público-alvo da Educação Especial6 e
necessitam de Políticas Públicas que amparem e garantam sua real inclusão
no ensino regular comum, pois percebe-se que estes não têm suas
necessidades atendidas em razão das dificuldades no processo de
identificação, assim como dos mitos que os circundam. Nesse sentido, a
inclusão tem como um dos seus objetivos aceitar e trabalhar com a diferença
no contexto escolar, para, assim, possibilitar o acesso ao conhecimento.
A avaliação psicológica no campo das altas habilidades deve ser um
conjunto de informações levantadas pelo psicólogo, por meio de um somatório
de instrumentos utilizados junto ao aluno, à escola e à família, a fim de mapear
suas condições cognitivas, sociais, afetivas e metacognitivas, com vistas a
orientá-lo e conduzi-lo a ações no desenvolvimento do seu potencial
(GUIMARÃES, 2007). Para a autora, “[...] a avaliação não pode ser isolada,
linear, não deve adotar uma visão reducionista do desenvolvimento humano,
nem desconsiderar a influência de aspectos sociais e culturais no
comportamento dos indivíduos” (GUIMARÃES, 2007, p. 81).
O processo avaliativo deve acontecer em clima lúdico, em que jogos,
desenhos e produções espontâneas devem ser valorizados e observados
atentamente (GUIMARÃES, 2007). Desse modo, o psicólogo envolvido em
todo processo avaliativo deve adotar uma seleção e obter critérios plausíveis e
em relação aos instrumentos adotados, para não enviesar sua identidade
teórica, e, sobretudo, deve adotar um viés que vise à observação, à
investigação, bem como uma postura de pesquisador acerca do fenômeno
investigado, com vistas na experiência, bem como na análise dos dados e
resultados da avaliação, com fins de construir meios para o desenvolvimento
da potencialidade do educando. É de suma importância que o psicólogo
assuma uma postura dinâmica e flexível no decorrer da fase de avaliação, a fim
de ser um instrumento mediador, em função de sua postura interdisciplinar na
busca pela compreensão das características sociais e emocionais do aluno que
apresenta AH/SD, com vistas a refletir sobre o planejamento de práticas
educacionais, bem como sobre os serviços destinados a essa clientela, em
interlocução com uma equipe de profissionais no âmbito da escola, de
programas e/ou outros serviços.
A criança entra na vida escolar, em geral, sem consciência de seus
talentos. Muitas crianças não têm a oportunidade de explorar suas
potencialidades em seus anos iniciais de vida e seus talentos podem ficar
escondidos ainda durante os anos escolares e, às vezes, por toda a sua vida. É
vital para a criança, já nas primeiras séries, sentir que é aceita pelos
professores e colegas de classe. No entanto, se o professor não valida ou
aceita as habilidades avançadas e interesses intelectuais da criança,
incorporando-os ao currículo, esta pode deixar de vivenciar sentimentos de
aceitação. Da mesma forma, se a criança cedo descobre que é diferente dos
colegas e que a comunicação é difícil devido à diferença de vocabulário e
modo de se expressar, pode vir a não ser aceita pelos amigos. Assim é que os
primeiros anos escolares, que deveriam fomentar o ímpeto para o entusiasmo
e aprendizagem nos anos vindouros, pode ser um sinal, para o aluno brilhante,
de fracasso e insucesso. Muito frequentemente a criança aprende a esconder
ou negar suas habilidades, passando a desenvolver problemas
comportamentais ou psicológicos, a fim de melhor se adaptar às demandas do
ambiente escolar. Além disso, a maioria dessas crianças demonstra um padrão
desigual de desenvolvimento cognitivo, expresso em diferenças entre o
desenvolvimento intelectual e o emocional ou psicomotor, por exemplo.
Muitos são os desafios que nossas escolas têm que enfrentar para
poderem fornecer uma educação de qualidade e atender às demandas
cognitivas de todo o seu alunado de forma inclusiva. A par destes desafios, a
criação dos Núcleos de Apoio às Altas Habilidades/ Superdotação – NAAH/S
apresenta-se como uma resposta adequada aos problemas propostos pela
área. Além de atender ao alunado identificado como superdotados, os Núcleos
objetivam a promoção da formação e capacitação dos professores para que
possam identificar e atender a esses alunos, aplicando técnicas e estratégias
de ensino para a suplementação, a diferenciação e o enriquecimento curricular.
O termo “superdotado”, além de ser apresentado de forma deturpada,
gera confusões até mesmo entre as pessoas com habilidades superiores, que
não se percebem como superdotadas. Isto provavelmente se dá porque a
palavra as remete aos super-heróis das estórias em quadrinhos que, com seus
poderes sobrenaturais, as fazem se sentir diferentes dos demais. As pessoas
com altas habilidades formam um grupo heterogêneo, com características
diferentes e habilidades diversificadas; diferem uns dos outros também por
seus interesses, estilos de aprendizagem, níveis de motivação e de
autoconceito, características de personalidade e principalmente por suas
necessidades educacionais. Entendemos que é tarefa dos educadores, sejam
eles professores ou pais, compreender a superdotação em seus aspectos mais
básicos e assim se tornarem agentes na promoção do desenvolvimento dos
potenciais, de forma a poder atender as necessidades especiais desta
população.
Como reconhecer uma criança superdotada? As características
cognitivas e afetivas do superdotado, assim como suas necessidades
socioemocionais são debatidas no terceiro capítulo. Torna-se importante
entender alguns traços de personalidade típicas do grupo – como por exemplo,
o perfeccionismo, a grande necessidade de entender o mundo à sua volta, de
ter a necessária estimulação mental, a intensidade dos senti
mentos, o senso de humor, a não conformidade, a introversão. Pais e
professores necessitam saber destas características peculiares para se
colocarem em uma posição privilegiada para entender e guiar a criança em seu
processo de desenvolvimento, de forma a ajudá-la a se tornar um adulto
equilibrado e saudável. E finalmente, o quarto e último capítulo focaliza o
encorajamento das potencialidades, mostrando a relação da superdotação com
a inteligência e como ela é vista pelos teóricos nos dias atuais. Atividades
práticas a serem desenvolvidas pelas crianças de acordo com as inteligências
demonstradas em sala de aula e como os professores podem aconselhar os
pais a desenvolver o talento e a criatividade no contexto familiar são também
debatidos.
No que diz respeito às características, Winner (1998) destaca que uma
criança com AH/SD pode apresentar: precocidade, insistência em fazer as
coisas à sua maneira e fúria pelo domínio. Nesse sentido, considera que ela
consegue atingir um potencial na sua área de domínio antes da idade esperada
e apresenta facilidade em aprender conteúdos antes dos pares. Em alguns
casos, essa aprendizagem ocorre sem o auxílio direto de adultos, mas, de fato,
ela consegue fazer descobertas sozinha e encontra maneiras diversas de
resolver situações em sua área de domínio criativo e de interesse e mostra-se
obsessiva e motivada pelo desejo de dominar essas áreas. A percepção de
indicadores depende de um ambiente propício e acolhedor, a fim de se
descartar concepções errôneas baseadas no senso comum.
A esse respeito, Guenther (2000) afirma que o clima da escola deve ser
favorável e promissor, com o objetivo da busca pela excelência e esforços dos
alunos, reconhecendo e avançando quando possível, em múltiplos aspectos,
com vistas a produzir níveis elevados de qualidade, visando à divulgação em
exposições e eventos públicos.
CONSIDERAÇÃO FINAIS

Apesar de as diretrizes legais, assim como os Parâmetros Curriculares,


atentarem para os alunos com altas habilidades há algumas décadas, o que se
percebe na prática é que somente as leis não bastam quando o assunto é a
superdotação. É necessário ir além do que está definido no papel e que sejam
realizadas ações concretas: maior conscientização das escolas e
comunidades, cursos de capacitação continuada para professores, palestras
informativas etc. para que os mitos sejam amenizados ou até mesmo
superados, e para que o atendimento a esta clientela não seja prejudicado ou
pela falta de informação, ou pela informação equivocada (como, por exemplo,
de que o superdotado não necessita de atendimento especial). Este é um tema
de grande relevância, principalmente, levando-se em conta que há a
necessidade de medidas de apoio e atendimento eficazes aos indivíduos que
se destacam por apresentarem um potencial superior quando comparados com
outros de mesma faixa etária ou nível de desenvolvimento. Assim, as
informações abordadas e discutidas ao longo deste estudo podem colaborar
para elaboração e implementação de atividades e programas voltados aos
indivíduos com altas habilidades / superdotação, desmistificando ideias
deturpadas e favorecendo uma educação mais incisiva e eficaz para que esses
indivíduos tenham suas necessidades educacionais atendidas de fato.
A garantia de direitos aos alunos com AH/SD deve estar fundamentada
no princípio da diversidade humana, com vistas a oferecer políticas que visem
ao respeito pela singularidade e ao desenvolvimento desse alunado. E, é por
meio do que preconizam as políticas que essa população começa a ganhar
visibilidade e destaque nas ações a serem contempladas junto a esse campo
de diversidade.
Enfim, os alunos com AH/SD são público-alvo da Educação Especial e
fazem parte de um rol de minorias que necessitam de uma reorganização do
ensino, considerando suas especificidades, para que sua escolarização seja
adequada e que seu desenvolvimento seja global e pleno.

REFERÊNCIAS

Alencar, E. M. L. S. (2001). Criatividade e educação de


superdotados. Petrópolis, RJ: Vozes.
Alencar, E. M. L. S., & Fleith, D. S. (2001). Superdotados:
determinantes, educação e ajustamento. São Paulo: EPU.
Antipoff, H. (1992). A educação do bem-dotado – coletânea das
obras escritas de Helena Antipoff. Rio de Janeiro: SENAI.
Guenther, Z. (2006). Capacidade e Talento: Um Programa Para a
Escola. São Paulo: EPU.
Guenther, Z. (2006). Desenvolver Capacidades e Talentos: Um
conceito de Inclusão. Petrópolis, RJ: Vozes.
GUIMARÃES, T. G. Avaliação psicológica de alunos com altas
habilidades. In: FLEITH, D. S.; ALENCAR, E. M. L. S. (Orgs.).
Desenvolvimento de talentos e altas habilidades. Porto Alegre:
Artmed, 2007. p. 79-85.

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