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Habilidades em foco

● (EMIFCG10) reconhecer e utilizar qualidades e fragilidades


pessoais com confiança para superar desafios e alcançar
objetivos pessoais e profissionais, agindo de forma proativa e
empreendedora e perseverando em situações de estresse,
frustração, fracasso e adversidade.
● (EMIFCG11) utilizar estratégias de planejamento, organização
e empreendedorismo para estabelecer e adaptar metas,
identificar caminhos, mobilizar apoios e recursos, para realizar
projetos pessoais e produtivos com foco, persistência e
efetividade.
● (EMIFCG12) refletir continuamente sobre seu próprio
desenvolvimento e sobre seus objetivos presentes e futuros,
identificando aspirações e oportunidades, inclusive
relacionadas ao mundo do trabalho, que orientem escolhas,
esforços e ações em relação à sua vida pessoal, profissional
e cidadã (BRASIL, 2018).

Fonte: Portaria MEC no 1432 de 28/12/2018.

1.2 O Novo Ensino Médio e o Mundo do Trabalho

Primeiramente, a BNCC (2018b) afirma, de maneira explícita, o seu


compromisso com a educação integral, e reconhece, assim, que a
Educação Básica deve visar à formação e ao desenvolvimento
humano global, o que implica compreender a complexidade e a não
linearidade desse desenvolvimento, rompendo com visões
reducionistas que privilegiam ou a dimensão intelectual (cognitiva) ou
a dimensão afetiva. Significa, ainda, assumir uma visão plural, singular
e integral da criança, do adolescente, do jovem e do adulto –
considerando-os como sujeitos de aprendizagem – e promover uma
educação voltada ao seu acolhimento, reconhecimento e
desenvolvimento pleno, nas suas singularidades e diversidades. Além
disso, a escola, como espaço de aprendizagem e de democracia
inclusiva, deve se fortalecer na prática coercitiva de não discriminação,
não preconceito e respeito às diferenças e diversidades.

Nesse sentido, sobre o estudante devemos considerar:

● a Resolução n.o 3 (BRASIL, 2018a), que normatiza e


atualiza as Diretrizes Curriculares Nacionais para o
Novo Ensino Médio e considerando que os currículos
são compostos pela Formação Geral Básica e pelos
Itinerários Formativos, indissociavelmente;
● que a Constituição Federal de 1988 e a Lei de Diretrizes
e Bases da Educação Nacional (BRASIL, 1996),
ratificada em 1996 pelo Plano Nacional de Educação,
bem como pelo Estatuto da criança e do adolescente
(ECA 8069/1990) e pelo Estatuto da Juventude
(EJ/1990), colocam o Ensino Médio como um
aprofundamento do Ensino Fundamental, bem como
uma oportunidade de preparação importante para o
exercício da cidadania e do mundo do trabalho em um
modelo de Lifelong Learning;
● que o estudante é central do processo; jovem como
solução e não como problema, empoderado,
desenvolvido intelectualmente, capaz de postura e ação
ética, crítico e com autonomia intelectual,
compreendendo tanto os fundamentos científicos-
tecnológicos quanto teórico-práticos, apropriado da sua
vida como oportunidade de realização e contribuição
social relevante, criativa e empreendedora para si e
suas comunidades;
● que segundo a OECD (2017), apenas 58% dos jovens
de 15 a 17 anos estão matriculados no Ensino Médio,
em comparação a 90% dos jovens na mesma idade em
outros países e que a transição entre o EF e o EM se dá
com dificuldades de adaptação pelas exigências de
novas demandas intelectuais;
● o alto índice de reprovações no primeiro ano do EM
também como uma causa da evasão dos jovens;

● que os Eixos Estruturantes (Investigação Científica, Processos
Criativos, Mediação e intervenção Cultural e
Empreendedorismo) devem perpassar todos os diferentes
arranjos dos Itinerários Formativos (Linguagens e suas
tecnologias, Matemática e suas tecnologias, Ciências da
natureza e suas tecnologias, Ciências humanas e sociais
aplicadas e Formação técnica e profissional) e, neste caso,
mais especificamente o Itinerário Formativo de Formação
Técnica e Profissional, onde os estudantes matriculados no
Ensino Médio regular terão a possibilidade de cursar
integralmente um itinerário técnico, fazer um curso técnico junto
com cursos de Formação Inicial e Continuada (FIC), ou até
mesmo um conjunto de FICs articuladas entre si. Existe ainda a
oportunidade de os jovens percorrerem itinerários voltados para
uma ou mais áreas do conhecimento complementados por
cursos FIC;
Figura 1 – Formação técnica e profissional

Fonte: Porvir (2019, documento on-line).

Sobre as Competências, devemos considerar:


● que na BNCC, competência é definida como a
mobilização de conhecimentos (conceitos e
procedimentos), habilidades (práticas, cognitivas e
socioemocionais), atitudes e valores para resolver
demandas complexas da vida cotidiana, do pleno
exercício da cidadania e do mundo do trabalho;
● que ao definir essas competências, a BNCC reconhece
que a “[...] educação deve afirmar valores e estimular
ações que contribuam para a transformação da
sociedade, tornando-a mais humana, socialmente justa
e, também, voltada para a preservação da natureza”
(BRASIL, 2013, documento on-line), mostrando-se
também alinhada à Agenda 2030 da Organização das
Nações Unidas (ONU) (BRASIL, 2018b).
● que, segundo o Fórum Econômico Social (WORLD
ECONOMIC FORUM, 2020), em seu relatório sobre o
Futuro do Trabalho, informa que algumas competências
têm se mostrado desejáveis do ponto de vista de
trabalhabilidade 1 nos últimos 5 anos, em detrimento da
empregabilidade (2021), havendo mudança em suas
posições no ranking, mas mantendo-se no ranking,
como mostra a Figura 2, logo abaixo.

Figura 2 - Relatório do Futuro dos Trabalhos, Top 10


Competências

Fonte: Fórum Econômico Mundial (2020, documento on-line).

● que cabe observar a existência de um alinhamento


entre as competências aqui colocadas pelo Fórum e as
preconizadas como necessárias pela BNCC.
Afora as competências gerais aqui abordadas, torna-se
oportuno entender quais outras serão necessárias em um
futuro próximo, considerando um mundo que deixa de ser
VUCA (volátil, incerto, complexo e ambíguo) para um espaço
BANI (Brittle, Anxious, Nonlinear e Incomprehensible), ou, em
português frágil, ansioso, não linear e incompreensível. Como
exemplo de frágil, um vírus teve a capacidade de parar o
mundo por mais de 18 meses, e ainda não tem data para
retomada do que possa ser considerado normal ou novo
normal. Esta fragilidade causa sentimentos como
insegurança, medo e ansiedade, dificultando a tomada de
decisões. A não linearidade apresenta-se como uma
desconexão entre causa e efeito, exemplificada pelas
mudanças climáticas (uma consequência também de
decisões individuais) e incompreensível, visto que a
quantidade de dados não consegue ser convertida para
analisar fatos, causas e efeitos.

Figura 3 - Infográfico Competências Gerais BNCC


Conteúdo originalmente publicado em 25 de maio de 2017 com
dados da terceira versão da BNCC e atualizado em 6 de março de
2018 de acordo com informações presentes na versão homologada
pelo MEC.

Fonte: Porvir (2017, documento on-line).

SAIBA MAIS

Considerando todo o contexto acima citado, embasado nos


respectivos documentos legais, insere-se o MÓDULO DO MUNDO
DO TRABALHO. Siga em frente!

Desenvolvimento do trabalho
Este módulo contempla entender o que é o Mundo do
Trabalho, considerando a oportunidade de falar sobre
propósito, competências duráveis e mais permanentes em
um mundo que deixa de ser VUCA e passa a ser BANI, bem
como o que se tratando de uma postura profissional, com
diferenças geracionais, entre outros. Lembremo-nos que a
atuação desta prática pedagógica está prevista para jovens
entre 14 e 16 anos, podendo estender-se para alguns anos a
mais, talvez um pouquinho a menos.

A realidade socio-cultural-econômica local, regional e nacional é


imperativa na compreensão do mundo do trabalho. Que esta
realidade seja vista/encarada/percebida/sentida não como
determinante de futuro, mas antes de tudo, como ponto de partida
para qualquer oportunidade de mudança, apesar do contexto. Atuar
considerando prática + teoria ajudará muito a entender como as
coisas acontecem no mundo do trabalho.

Observa-se que há uma integração estrutural, cujo elemento central é


o projeto de vida do estudante, que tem como um dos pilares a
condição de inserção dele neste mercado, mas não como supridor de
“mão de obra” necessária à economia e sim como sujeito interventor e
criador de uma nova realidade, em especial para si e para sua
comunidade local.

Figura 4 – Projeto de Vida: Essência da Carreira Profissional


Fonte: Frente Novo Currículo Médio adaptado pela autora
A carreira, aqui conceituada como “etapas evolutivas do crescimento
profissional”, seja no empreendedor ou intraempreendedor, deve ser
considerada a partir do projeto de vida, ou seja, entendendo quais são
os potenciais e talentos.

Existem muitas formas de adentrar o mercado de trabalho, desde


ser jovem aprendiz, empreendedores (autônomos, sociais),
empresários, voluntários etc. Os educandos muitas vezes relatam
não ter experiência por não terem tido experiência formal... Veja a
dica abaixo:

#FICAADICA: MÃOS NA MASSA

Material: post it e caneta.

O que fazer: Lembre-se de que alguma experiência é melhor que


nenhuma. Ajude seu educando a tomar contato consigo mesmo.
Ele já fez atividades variadas ao longo da juventude. Já foram
“traquinas” (então, eles têm criatividade); Já “cabularam aula”
(então, alguma condição de planejamento possuem); já “fizeram
gincana na escola” (demonstram condições de atuar em conjunto,
grupo ou equipe). Cada experiência conta para sabermos quem
somos, o que é natural para um ou outro. Pode haver talento aí.
Você já organizou uma festa? Então, tem alguma noção de
planejamento, orçamento, decoração, cardápios... e de como o
conjunto vai funcionar considerando o público que vai atender.
Muitas vezes ignoramos o que sabemos fazer, porque não nos
valorizamos. A fórmula da Felicidade é simples, mas segue regras
de mercado: saiba o que você gosta de fazer e encontre quem te
pague por isso. Comece por você, Educador: o que você ainda
não sabe que sabe? Quem mais é você além de
docente/profissional da educação? Que outras competências e
habilidades você possui? Quais poderiam ser usadas para
incrementar/mudar/diversificar/dinamizar a sua sala de aula ou o
seu cotidiano? Anote suas respostas em post its e mantenha-as
sempre por perto!

1.3 Alicerçando conceitos

Entre os muitos conceitos de aprendizagem (dentre as tantas


correntes existentes), como pontos comuns, tem-se que
aprendizagem é mudança, está calcada na experiência, oportuniza
insights, mas, acima, ou antes de tudo, é SIGNIFICATIVA e
contextualizada. Aprendizado envolve pensar, sentir e agir (não
necessariamente nesta ordem), também conhecidos como
aprendizado cognitivo, afetivo (emocional) e psicomotor.

No mundo organizacional, ainda que não haja concordância


total, entende-se que competências têm relação com
conhecimentos, habilidades e atitudes que geram
reconhecimento (social e econômico ao indivíduo) e
resultados organizacionais (FLEURY; FLEURY, 2001).

Outro conceito pode ser: um saber agir responsável


e reconhecido, que implica mobilizar, integrar,
transferir conhecimentos, recursos e habilidades,
que agreguem valor econômico à organização e
valor social ao indivíduo (FLEURY; FLEURY, 2001).

1.4 Competências duráveis

Quando falamos em futuro torna-se oportuno saber que


algumas questões comporão a “LLL” ou Lifelong Learning
(Aprendizado ao longo da vida). A velocidade das mudanças
nos tornou aprendizes para toda a vida. Porém, ainda que as
competências do futuro mudem, e elas vão mudar, algumas
ajudarão a nos mantermos ativos e inseridos no mercado de
trabalho. Algumas seguem aqui, mas você pode encontrar
outras. Observe as competências das figura abaixo:

Figura 5: Competências duráveis


Fonte: Adaptado de Motomura (2017).

Observe que elas perduram apesar das mudanças


no mundo e atendem as necessidades de muitas
áreas do conhecimento.

Observe o alinhamento existente entre as competências


gerais preconizadas pela BNCC e as propostas de exercícios,
leituras e desenvolvimento no Módulo do Mundo do Trabalho.
Observe em especial o item 6, estruturante desta proposta,
mas sem desconsiderar os demais tópicos tangenciados nas
diversas propostas de trabalho aqui postuladas.

#FICAADICA – PARA SABER MAIS

Material: Você e um pouco de disposição.


O que fazer: Ler o material da Unesco sobre Educação para a
cidadania global preparando alunos para os desafios do século XXI
. O material está incrível. Permite entender melhor, não apenas a
Educação para a cidadania global em seus aspectos básicos, como
quais são os parâmetros de cidadania global e os fatores
capacitores, como fazê-los na prática e nos currículos. Vale muito
conferir a seção Formação de professores e iniciativas lideradas
por jovens. Que tal degustar o conteúdo em três tempos de 30
minutos? Desafie-se anotando pelo menos duas ideias novas para
cada tópico lido ou seus insights no template abaixo:

Contemporaneamente, habilidades resultam em desempenho


(se não houve desempenho, entende-se que a habilidade não
está adequadamente desenvolvida 1 ), que devem estar
sustentadas por conhecimento para serem transferíveis
(NAPPER; NEWTON, 2016).

Vamos, agora, diferenciar Conhecimento, Habilidade e Atitude:


Conhecimento, segundo o dicionário, é:

1. o ato ou efeito de conhecer.


2. ato de perceber ou compreender por meio da razão e/ou da
experiência.
3. faculdade de conhecer.
4. POR EXTENSÃO
domínio, teórico ou prático, de uma arte, uma ciência, uma
técnica etc.
"ter bons c. de português"
relacionamento ou conjunto de relacionamentos que uma pessoa
ou grupo de pessoas mantém com outras, quer por amizade,
quer por mera formalidade.
"são gente do meu c."
5. POR EXTENSÃO
fato ou condição de estar ciente ou consciente de algo; ciência,
informação, notícia.
"não temos c. de seu estado atual"
somatório do que se conhece; conjunto das informações e
princípios armazenados pela humanidade.
6. COMÉRCIO
recibo.
7. FILOSOFIA
ato ou faculdade do pensamento que permite a apreensão de um
objeto, por meio de mecanismos cognitivos diversos e
combináveis, como a intuição, a contemplação, a classificação, a
analogia, a experimentação, etc.
8. erudição, cultura, instrução.
Habilidade, segundo o dicionário, é:

1. Característica ou particularidade daquele que é hábil;


capacidade, destreza, agilidade.
2. Demonstração de destreza; engenho: meu filho tem
muitas habilidades.

Atitude, segundo o dicionário, é:

1. Maneira de se comportar, agir ou reagir, motivada por


uma disposição interna ou por uma circunstância
determinada; comportamento: qual foi a atitude do
diretor em relação ao aluno? Demonstrou uma atitude
irônica.
2. Modo que indica a posição do corpo; postura: policiais
em atitude de combate.
3. Objetivo, desejo: atitude de decepcionar alguém.
4. Comportamento repleto por afetação.

Logo, do ponto de vista do mundo do trabalho, interessa a


capacidade do educando de saber cognitivamente o que está
fazendo, sem desconsiderar as demais.

Habilidade significa destreza, ou seja, o saber fazer, aplicar. Vem


em segundo lugar no conceito, pois parte-se do princípio (do ponto
de vista de competências) que primeiro sabemos o que estamos
fazendo e depois fazemos... Observe que isso vale neste contexto.
Por exemplo, ninguém estuda como andar de bicicleta e depois
sobe em uma... no entanto, primeiro, estudamos matemática, para
depois aplicar em finanças…

Atitudes tem relação com querer ou não. Simples


assim: posso saber o que preciso, ser talentoso ou
hábil e não ter o desejo ou disciplina para fazer. São
predisposições de ação, justamente o contrário de
apatia e inércia.

#FICAADICA – MÃOS NA MASSA


Material: post it e caneta.

O que fazer: Você já pensou se algum destes pontos (entre


conhecimento, habilidade e atitude) preponderam quando o
assunto é perfil profissional? Pense sobre isso um instante, antes
de continuar seu aprendizado, e anote sua resposta. Depois de
refletir, considere a possibilidade de que quem tem predisposição
para agir (atitude) busca o conhecimento que falta e treina a
habilidade que necessita.

Ainda dentro da necessidade de alicerçar conceitos,


cabe trazer à tona o que são Valores, pois eles são
fundamentais para a vida em sociedade:

Valores são predisposições de ação diante de alguma


circunstância e eles norteiam nossas decisões em qualquer
ambiente. Pense no valor “ambição”: não há problemas em sê-lo
ou tê-lo, mas a forma como sua personalidade foi formada pode
fazer com que este valor seja usado de forma positiva ou negativa.
Positivamente, será usado para buscar crescimento, seu e dos que
o cercam. Negativamente, poderá ser usado para crescer a
qualquer custo, desonestamente, talvez.

#FICAADICA: MÃOS NA MASSA


Material: post it e caneta.

O que fazer: Pense por um instante quais são os seus valores?


Como eles afetam você? Eles mudaram ao longo da sua vida?
Anote as respostas e veja as reflexões abaixo.

Reflexões: Ambição, ganância, respeito, honestidade, empatia,


senso de justiça e ética são exemplos de valores. Eles embasam
nossas decisões e norteiam nossas vidas. Nem sempre temos
consciência de quais são, ainda assim eles nos afetam... reflita
sobre eles. Defina como impactam sua vida. Pense no seu
educando, como isso impacta as escolhas dele? Consegue ampliar
seus valores, ou a compreensão que ele tem deles, ou inserir
novos?

Sem perder de vista os assuntos vistos acima,


ampliaremos incluindo o tema Propósito.
Considerando que, quanto mais perto da fonte, mais
pura é a água, vamos iniciar pelo conceito:

Propósito tem relação com objetivo, vontade de fazer ou alcançar...


com relação ao Propósito de Vida, vale entender e pensar sobre
alguns pontos. Por que estamos aqui? Qual será o meu legado, qual a
razão de atuar com educação? Responder a isso, de forma
verdadeira, pode ser bastante desconfortável, mas torna-se
necessário quando pensamos em Trabalho. Ainda que possamos
entender que questões de sobrevivência são soberanas, também
podemos refletir sobre como saber nosso propósito para poder mudar
a realidade ao entorno.

O filósofo Friedrich Nietzsche (1844-1900), escreve


com sabedoria que “quem tem um porquê, enfrenta
qualquer como”, mas quem debulha este conceito é
ninguém menos que o Dr. Viktor Emil Frankl, médico
neurologista e psiquiatra, fundador da Logoterapia e
Análise Existencial e autor de vários livros que
abordam desde o Sentido da Vida, quanto a
necessidade de busca do mesmo para que a vida
tenha significado, propondo uma abordagem
psicológica e entendendo que esta busca é
individual para cada pessoa.
Considere que Frankl (2003, 2008, 2011) classifica os valores
através de três categorias:

● Valores de criação, criando um trabalho ou praticando


um ato;
● Valores de experiência (ou vivência), experimentando
algo ou encontrando alguém;
● Valores de atitude, pela decisão que tomamos perante o
sofrimento inevitável.

A depender das circunstâncias, um valor pode ter mais sentido de


ser realizado do que outro. Em um momento da vida, o trabalho
pode nos exigir mais; em outro, a experiência de amar e/ou ser
amado pode ser mais significativa. E quando nada restar, o valor
estará na coragem e atitude perante o sofrimento (FRANKL, 2011).

É fundamental deixar claro que valores são abstratos e universais,


enquanto o sentido é algo concreto, objetivo, que o sujeito pode
realizar em uma situação única.

Assim quando falamos em Propósito, uma forma de buscá-lo


é aprofundar o exercício abaixo:

#FICAADICA: MÃOS NA MASSA

Material: post it e caneta.


O que fazer: entreviste um colega e busque saber:

1. Quem ele é?
2. Qual a sua maior paixão?
3. O que mais o incomoda neste mundo?

Depois, elabore um Pitch (pequena apresentação) sobre o que


você ouviu e sentiu sobre as respostas do colega. Caso esteja
sozinho, convide um colega que também esteja fazendo a
formação para trabalhar com você. Além de quebrar um pouco a
leitura, será uma ótima oportunidade de conversar, ou de se
aproximar, ou de conhecer algum colega, ou de tudo isso junto.

Você deve estar se questionando como as perguntas anteriores


auxiliam a descobrir o propósito. Observe que ele impacta em tudo,
em nossa vida, nos nossos relacionamentos, na carreira e na
sociedade. Cada paixão e/ou cada incômodo é uma oportunidade
de mudar o seu mundo. Veja o exemplo abaixo:
Boyan Slat - Holandês

CEO e fundador da The Ocean Cleanup (A limpeza do oceano, em


livre tradução). Inventor desde o nascimento.

Fundou a The Ocean Cleanup aos 18 anos. O mais jovem ganhador


do maior prêmio ambiental da ONU.

Que tal descobrir mais sobre as inquietações dele e o que o levou a


fazer diferença no mundo?

https://theoceancleanup.com/
#FICAADICA: MÃOS NA MASSA

Material: acesso a internet e boa vontade.

O que fazer:

1. Descobrir outros exemplos como os de Boyan Slat e pensar


se seria possível transformar o problema do lixo nos oceanos
em solução;
2. Explorar o site, os vídeos, as atualidades, as oportunidades
de carreira;
3. Buscar entender como a inquietude pode ser útil para mudar
a sua vida, a vida do seu educando e a comunidade onde
vive.
4. Descobrir outras pessoas que empreenderam a partir do seu
propósito.
5. Descobrir empresas nacionais e regionais criadas a partir do
propósito.
6.

#FICAADICA: PARA SABER MAIS


1. PERGUNTAS COM PROPÓSITO

2. PERGUNTAS COM PROPÓSITO: o que Robinson Shiba nos


ensina sobre sonhar? (China in box):
https://www.youtube.com/watch?v=R0SyDIyW93g

3. Paixão e propósito: Cassio Bobsin se reinventou muitas vezes


para transformar a Zenvia em um negócio global:
https://endeavor.org.br/historia-de-empreendedores/historia-
empreendedor-endeavor/zenvia/

4. Porto Social... Somos um “Porto Social” – o lugar de juntar todo


mundo que está mudando o mundo através de iniciativas sociais.
Usam o termo incubadora e aceleradora para definir o que somos,
porém, o nosso desafio é cuidar, zelar e empoderar os “muda-
mundo”. Você vai conhecer através deste vídeo, das fotos, dos
depoimentos “A casa do Empreendedorismo Social”. Seja muito
bem-vindo! Neste lugar cabe você também, venha se abastecer no
Porto Social e siga daqui para mudar o mundo:
http://www.portosocial.com.br/sobre-nos/

Falar sobre Propósito pode ser bastante ansiogênico para muitas


pessoas. Toda mudança ou reflexão sobre a vida deve gerar
desconforto. Atente-se que um “desconforto” deve ser forte o
bastante para gerar um movimento, mas não pode ser tão
impactante a ponto de causar paralisia. Equilíbrio e gentileza são
as palavras de ordem.

Trabalho e sofrimento não são conceitos correlatos. O


trabalho pode e deve ser entendido como fonte de realização
pessoal, de crescimento, de mudança e de florescimento.

Questão 1

Antes de seguir, preencha o Curtograma, e descubra o que ele fala


sobre você.
CURTO E FAÇO

CURTO E NÃO FAÇO

NÃO CURTO E FAÇO

NÃO CURTO E NÃO FAÇO

Atividade Respondida

Respondida 1 de 1 questão

Curtograma é uma técnica amplamente usada na psicologia


positiva que ajuda a ampliar seu autoconhecimento. Preencher os
quadrantes auxilia a fazer distinções, diferenciações sobre o que
gostamos ou não, e também a refletir sobre “como e onde”
investimos nosso tempo (FALEIROS, 2014).
#FICAADICA: PARA SABER MAIS

Material: muitas respirações profundas para as revelações e


insights vindouros!

Vamos pensar nas dimensões Trabalho, Sucesso, Felicidade e


Propósito, aprofundando nosso entendimento através de um painel,
com a visão de três grandes pensadores brasileiros, juntamente
com o mais longo estudo feito sobre Felicidade, realizado em
Harvard, com duração de 75 anos e Michele Sullivan, uma
inovadora social:

● Leandro Karnal fala 6 minutos sobre felicidade no trabalho:



● Luiz Felipe Pondé, nos ajuda a refletir sobre a “Ode a Felicidade”

● Monja Coen fala sobre UnHappy Work: Trabalho infeliz?

Como fechamento do “Alicerçando Conceitos”, partilhamos


com você o mais longo estudo sobre Felicidade, Sucesso e
Mundo do Trabalho, conduzido por Harvard. O estudo durou
75 anos e é considerado o mais longevo estudo sobre o
assunto até o momento. Ele traz importantes reflexões sobre
o que consideramos sucesso, o que traz saúde ao longo das
nossas vidas e o que pode ser oportuno considerar no
quesito Mundo do Trabalho e Projeto de Vida.

#FICAADICA: PARA SABER MAIS

1. Assista o vídeo sobre Felicidade. Encontre as três lições


importantes contidas nele:

2. Após, veja o que podemos aprender sobre desafios pessoais,


sucesso individual e coletivo, preconceitos e novos significados
com Michele Sullivan, em:

Agora, use o seu coração para refletir em cima do template


proposto a seguir.
Fonte: Napper e Newton (2016).

Observação

Observe que este exercício pode ser usado em diversas


oportunidades de aprendizado, tanto o seu, como o dos seus
educandos. Como sugestão, faça essa reflexão dentro das 24
horas seguintes à experiência (isso ajuda a cortar o excesso de
detalhes) e não deixe ultrapassar 48 horas (para prevenir
esquecimentos).

Havendo alicerçado conceitos, vamos seguir com


novos aprendizados sobre o Mundo do Trabalho!
1.5 Papel profissional

Entender o que se espera de nós dentro do espaço de


trabalho é oportuno e importante, independente se este
espaço é informal ou formal, grande ou pequeno, organizado
ou não.

A definição usada por Moreno (SANTOS, 2020) sobre o Papel


Profissional refere-se às responsabilidades atribuídas a
determinado indivíduo ou grupos sociais, ou seja, as ações que a
sociedade espera de uma pessoa que ocupa certa posição. Há um
padrão comportamental e, por isso, o papel social define o conjunto
de normas, direitos e deveres que precisam ser seguidos. Cada um
de nós têm vários “papéis” na vida. Somos pais, mães, filhos,
amigos, conselheiros, educadores, chefes, líderes, funcionários…

Assim, tendo compreendido melhor o que é papel, torna-se


oportuno entender o que é esperado do “ocupante do cargo”,
diante dos seus públicos de relacionamento.

Vamos começar pensando em como conseguir uma


colocação profissional.

1.6 Sua apresentação


Muitas são as formas de você se apresentar, vamos começar
por duas:

Seu Curriculum Vitae – CV (pronuncia Vite), o que deve constar nele,


como prepará-lo, para onde encaminhar... todas essas dúvidas são
comuns e normais. Sim, querido docente, sabemos que não somos
experts em Recursos Humanos, mas podemos ajudar nosso educando
através das dicas abaixo. Um Currículo deve ser estratégico, ou seja,
para cada objetivo que temos devemos ter um CV diferente. Observe
que não faz sentido ter o mesmo CV se queremos uma posição em
Finanças e outra em Vendas... e, quando estamos começando a vida
profissional, podemos querer experimentar as duas…

Assim, defina seu objetivo e coloque as experiências que


você possui com relação aquela vaga. Ex.: se for finanças,
comente como você auxiliou o Grêmio Estudantil a organizar
e controlar suas finanças, ou o grupo de alunos do ensino
médio a organizar suas contas para a viagem de final de ano,
a festa de formatura, etc. Se for para a área de vendas,
comente como você “vendeu um projeto”. Procure ter em
mente o que foi feito, como e que resultados conseguiu.

#FICAADICA: PARA SABER MAIS

Que tal ler um pouco mais sobre como conseguir experiência?

Essa empresa especializada tem um blog muito bom sobre


diversos assuntos relacionados ao Mundo do Trabalho e sobre
como conseguir experiência:
http://blog.manpowergroup.com.br/afinal-como-posso-ter-
experiencia-se-e-meu-primeiro-emprego

1. Onde conseguir Templates de CV: No canva é possível criar


muitas coisas. Que tal criar seu CV? Acesse:
https://www.canva.com/pt_br/criador/editor-curriculo-v1/?
utm_source
2. Existem modelos no Word, em app, em sites... Olha só esse
aqui: https://app.onlinecurriculo.com/editor/cv/64e8cd82-8046-
41f6-ab9b-cdc6c1ff75a2/templates
3. Outras empresas especializadas também oferecem versões
não pagas de algumas ferramentas, como a seguinte:
https://zety.com/br/blog/curriculo-primeiro-emprego.
Observação: Alguns recursos da plataforma podem ser
pagos, fique atento, ok?
Lembre-se que um CV bem organizado tem por objetivo ajudá-lo a
se tornar interessante para ser chamado para uma entrevista.

#FICAADICA: PARA SABER MAIS

Muitas são as formas de conseguir experiências: trabalho


voluntário é uma delas.

Depois de elaborar seu CV, é hora de buscar uma oportunidade.

Muitos sites ajudam nessa hora. Seguem aqui alguns deles:

● No Infojobs você pode cadastrar seu CV e verificar quais são


as empresas mais desejadas, o que elas buscam, locais onde
existem vagas, quais os cargos mais procurados.
https://login.infojobs.com.br/cadastrar-curriculo.aspx.
● Na mesma linha do InfoJobs, temos a Catho:
https://www.catho.com.br/lp/acathofunciona.
● LinkedIn é considerada uma das melhores redes
profissionais. Vale muito a pena se cadastrar nela. Ela é útil
para conhecer profissionais, ampliar sua network, aprender
sobre diversos assuntos e se relacionar:
https://br.linkedin.com/jobs.
● O Indeed é um site de empregos que trabalha para colocar os
candidatos em primeiro lugar, dando a eles acesso livre à
busca de vagas, à publicação de currículos e à pesquisa de
empresas:
https://br.indeed.com/?from=gnav-employer--tophat--
employer

Sobre a primeira oportunidade de trabalho...Vamos falar sobre


isso?

Sempre existe oportunidade, mas temos que garimpá-las,


buscá-las, descobri-las… Um dos programas existentes é o
Programa Jovem Aprendiz, onde empresas de portes
variados podem contratar jovens aprendizes, desde aquele
estabelecimento do seu bairro até organizações públicas e
privadas. Portanto, existem algumas empresas que realizam
processos seletivos todos os anos e renovam suas grades de
funcionários aprendizes. São elas: Espro, Caixa Econômica
Federal, Correios, Senai, Senac, Aprendiz Legal, etc.

Existe uma série de empresas que contratam jovens entre 14


e 24 anos para participar do Jovem Aprendiz. Saiba maiores
informações no site

1.7 Postura profissional


Ok. Você conseguiu elaborar seu CV, buscou sua primeira
oportunidade e, agora, vamos nos preparar para uma entrevista.
Lembre-se que sua postura profissional é fundamental para o seu
sucesso.

A ONG Na Prática, um projeto da Fundação Estudar,


juntamente com a revista Exame, criou uma websérie para
explicar, de maneira rápida, como se destacar nos pontos
mais críticos de processos seletivos e sanar as principais
dúvidas dos candidatos. Você pode aproveitar todo este
conteúdo a seguir:

SAIBA MAIS

1.8 Se preparando para uma entrevista

Ok, sabemos que entrevistas de emprego geram dúvidas,


desconfortos etc. Muitos sites e vídeos preparam para o que
fazer no momento da entrevista, e entendemos que o antes é
tão oportuno quanto o momento em si. Aqui estão algumas
dicas preciosas preparadas para você.
Antes da entrevista – a preparação

● Informe-se: Mesmo que o anúncio da vaga responda a tudo


que você gostaria de saber, pesquise mais sobre a
organização que está contratando, sobre o mercado dela,
oportunidades e concorrentes. Nada vai impressionar mais o
seu entrevistador ou banca do que perceber que você tem
conhecimento de assuntos correntes sobre o tema. Não se
limite ao site da empresa, pesquise notícias e, se possível,
recorra a algum contato que conheça a organização.
● Currículo: Revise e reveja seu currículo, tenha uma cópia dele
consigo no momento da entrevista, e se alguma das suas
respostas for divergir do que constava no currículo que você
enviou à empresa, explique a razão, pois seus
entrevistadores irão perceber, ainda que não falem nada a
você na hora.
● Evite emergências: Na véspera, durma bem e se alimente de
forma segura!
● Chegue a tempo: Mesmo em casos de entrevistadores
benevolentes, que permitirão que você seja entrevistado
mesmo chegando atrasado, a impontualidade conta muitos
pontos negativos. Planeje antes sua rota para chegar a
tempo. Dependendo da natureza da entrevista, você pode ser
entrevistado por chefes das áreas em que há vagas, e não
tenha dúvida de que o tempo deles é valioso. Planeje chegar
15 minutos mais cedo, e use o tempo extra para relembrar ou
revisar suas anotações, ou mesmo para trocar ideias com
outros candidatos, ou com alguém da organização que esteja
na sala de espera, mesmo que casualmente.
Eu sempre procuro passar na sala de espera antes das
entrevistas, me identifico claramente (sem pegadinhas) e
espero para ver quem tem iniciativa de conversar e fazer
perguntas inteligentes.
● Polidez: Seja educado e civilizado, tanto na sala de espera
quanto na entrevista. Não masque chiclete, não fique olhando
para o relógio, desligue o celular. Evite fumar, e não abuse do
cafezinho. Repense seu piercing.
● Fair play: Nunca fale mal de sua antiga empresa,
empregadores, fornecedores ou clientes – nem mesmo na
sala de espera e, principalmente, na entrevista. Este conselho
serve também para a sua vida pessoal.
● Traje: Use o bom senso na hora de escolher a roupa, e
separe-a e revise-a já na véspera. Mostre que você se
dedicou para escolher uma roupa adequada a um ambiente
profissional e à imagem da organização. Mas não exagere!
● Pratique e treine Obtenha ou prepare uma lista de perguntas
típicas de entrevistas de emprego, e convide alguém de sua
confiança para praticar a lista várias vezes. Se possível, grave
e depois ouça. O ideal é chegar ao ponto em que você
responde a qualquer uma das perguntas básicas sem parar
para pensar mais do que alguns segundos, nem dizer os
típicos “Ééééé”, “Ahhhhh”, “Bom…”. Mas, cuidado para não
se precipitar – você deve refletir, para responder exatamente
o que foi perguntado – sem ser monossilábico. Interaja,
mostre que você tem conteúdo. Mas, nunca exagere!
● Antecipe o mais difícil: Planeje boas respostas (mas, sempre
totalmente sinceras) para perguntas potencialmente difíceis,
como a lista de seus pontos fortes e fracos, ou a razão pela
qual você deixou seu último emprego. Uma boa resposta para
a questão dos pontos fracos começa com “Eu percebi que
não estou tão bem quanto gostaria no aspecto X, e por isso
ultimamente tenho tentado corrigir isto fazendo Y”. Mas, só é
boa ideia se for verdade.
● Saiba o que perguntar: Tenha boas perguntas preparadas. Se
o seu entrevistador abrir espaço para que você faça
perguntas, e você não tiver nenhuma, isto pode passar uma
imagem de desinteresse ou de desatenção.

Recadinho aos educadores

É inesgotável o assunto de preparação para o trabalho.

Nossas informações, dicas e recomendações têm por objetivo


norteá-lo, indicando possibilidades, nunca cercá-lo, negando que
outras oportunidades possam, talvez, serem vistas apenas por
quem está aí próximo, contextualizado e vivenciando esta
realidade.
São ideias iniciais, embrionárias que precisam ser musculadas e
ampliadas, como forma de mudar o nosso mundo, pois se tem algo
que a educação se propõe, é mudar o mundo na forma como o
conhecemos.

Cada educador é um “soprador de brasas”. Acredite que cada


educando a você confiado, que passa por suas mãos, é uma
centelha viva de esperança e de possibilidades de realização!

Projeto de Vida + Formação para o Mundo do Trabalho + Trilha de


Formação Profissional

Figura 5 – Preparação Básica para o Trabalho

Fonte: Frente Novo Currículo Médio

Algumas dicas adicionais


Sendo assim, os seguintes norteadores são oportunos de
serem previstos no Planejamento do desenvolvimento
docente, no que tange a Formação Técnico-Profissional:

● Proporcionar vivências práticas dos docentes através de


projetos reais e experienciais;
● Valorizar as atuais práticas pedagógicas como ponto de
partida para atualizações educacionais mais alinhadas com
os novos modelos propostos;
● Desenvolver o “pensar estratégico docente” permitindo
correlacionar os projetos pedagógicos com os Projetos de
Vida discentes, tornando a educação a alavanca de mudança
social pretendida;
● Entre os tópicos de desenvolvimento docente torna-se
oportuno a ampliação e/ou conhecimento dos propósitos de
vida e autoconsciência. Não se pode mudar o que não se
conhece. O Professor é a base do processo para
engajamento dos estudantes e desenho de carreiras futuras;
● Há um contrassenso a ser considerado no sentido de usar a
CBO (passado e presente) e desenvolver competências para
futuro, sob pena de reprodução do modelo de formação de
“mão de obra” para os meios produtivos. Sendo assim,
precisamos apresentar competências e carreiras do futuro a
exemplo apontado (WORLD ECONOMIC FORUM, 2020),
assim como, competências Empreendedoras (BACIGALUPO,
2016);
● Com relação às avaliações, no que concerne aos percursos
formativos técnico profissionalizantes, sugere-se incluir
feedbacks de mercado (comunidade envolvida nos projetos).
Sustenta-se tal ação ao artigo cinco, inciso VII letra (b), da
Formação Continuada de Professores da Educação Básica
(BNC-2020), onde descreve como competência do professor
a colaboração mútua, com vista ao pleno desenvolvimento de
cada aluno, seu preparo para o exercício da cidadania e sua
qualificação para o trabalho.

A análise de contexto social é fundamental quando se fala em


Percursos Formativos Técnico Profissionalizantes, pois tange
a sobrevivências e realização do Potencial Humano. Sob
essa perspectiva, percebe-se que os currículos apresentados
consideraram os marcos legais vigentes e solicitados,
valorizaram na sua construção o respeito à realidade local e
envolveram/consultaram suas comunidades na construção
dos projetos pedagógicos.

Atividade Avaliativa

Questão 1
Observe os critérios de reflexão dispostos abaixo. Considere-os
como um guia para avaliar o que existe ou não na sua instituição
de Educação. Assinale (S) para Sim e (N) para Não. Essa é uma
atividade avaliativa obrigatória para prosseguir até a próxima
unidade.

Os Eixos Estruturantes (investigação científica,


mediação e intervenção sociocultural, processos
criativos e empreendedorismo) integram
interdisciplinarmente o itinerário formativo técnico
profissionalizante?

N
S

Os Eixo estruturantes (investigação científica,


mediação e intervenção sociocultural, processos
criativos e empreendedorismo) conectam
experiências educativas com a realidade
contemporânea?

Os Eixos estruturantes (investigação científica,


mediação e intervenção sociocultural, processos
criativos e empreendedorismo), desenvolvem
habilidades importantes para a formação
integral?

d
N

Sobre CURRÍCULO: apresenta orientações sobre


critérios para a definição dos itinerários e/ou
eletivas?

Sobre QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL: a


formação inicial continuada para
desenvolvimento de competências está
relacionada aos perfis listados no CBO?
f

Sobre HABILITAÇÃO TÉCNICA PROFISSIONAL


do nível médio: essa Formação técnica é
reconhecida por meio de diploma em curso
listado no CNCT (catálogo brasileiro de curso
técnicos)

S
Sobre FORMAÇÃO EXPERIMENTAL: apresenta
alguma formação profissional ainda não
reconhecida formalmente, com prazo de 6 meses
a cinco anos para inclusão na CBCT Catálogo
Nacional de Cursos Técnicos

Sobre ITINERÁRIOS INTEGRADOS: Apresenta


Itinerários que combinam + de uma área do
conhecimento complementados por formação
técnica e profissional.

N
S

Existência de Critérios de seleção dos parceiros?


As questões pedagógicas estão definidas com os
parceiros ofertantes, organizadas com os
procedimentos de autorização específica para a
oferta de formações experimentais de cursos de
habilitação profissional técnica de nível médio,
que não constem no Catálogo Nacional de
Cursos Técnicos.

O percurso Formativo possui o perfil do egresso


e deixa claro o desenvolvimento das
competências que precisam ser desenvolvidas?

k
N

Apresenta inovação no percurso formativo?

O percurso contempla o Projeto de vida do


Estudante?

m
N

O percurso contempla a educação Integral,


respeitando a Singularidades e Diversidade
(negros, índios, pardos, LGBTQIA+) ?

O percurso contempla estratégias de


engajamento discente?

o
N

O percurso contempla estratégias de


engajamento docente ?

Atividade Respondida

Respondida 1 de 1 questão

Há uma sopa de caracteres que corresponde, na verdade, às


iniciais (em inglês) das sete diretrizes que, quando bem
estabelecidas, eliminam quaisquer dúvidas que possam aparecer
ao longo de um processo ou de uma atividade.
São elas 5 W: What (o que será feito?) – Why (por que será feito?)
– Where (onde será feito?) – When (quando?) – Who (por quem
será feito?

2H: How (como será feito?) – How much (quanto vai custar?)

Ou seja, é uma metodologia cuja base são as respostas para estas


sete perguntas essenciais. Com estas respostas em mãos, você
terá um mapa de atividades que vão te ajudar a seguir todos os
passos relativos a um projeto, de forma a tornar a execução muito
mais clara e efetiva (ENDEAVOR BRASIL).

Atividade

Agora, preencha o quadro abaixo, observando o que se pede.


Trata-se de um plano de ação simples, mas completo. Divirta-se:

a
O QUE SERÁ FEITO?

POR QUE SERÁ FEITO?

QUANDO SERÁ FEITO?

d
POR QUEM SERÁ FEITO?

COMO SERÁ FEITO?

Atividade Respondida

Respondida 1 de 1 questão
#FICAADICA

Para saber mais e pensar em novas aplicações na vida, nos


negócios, na educação (NAKAGAWA, 2021).

● Ferramenta 5w2h - Plano de Ação para Empreendedores


https:
//www.sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/Anexos/5W2H
.pdf.

AUTOAVALIAÇÃO do PLANO DE AÇÃO

Questão 1

Leia cada dimensão, a seguir, e faça uma autoavaliação do quanto


você considerou os itens a seguir abordados no seu planejamento.
Lembre-se de realizar essa autoavaliação para fins de certificação.
1

Discordo Totalmente

Discordo

Indiferente
4

Concordo

Concordo Totalmente

UNIDADE 2 - INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA


Nesta unidade, iremos apresentar a pesquisa correlacionada aos
projetos, além da aprendizagem das etapas do processo de
iniciação científica para inovação social, bem como, conhecer os
métodos para sua execução, analisando o contexto, investigando e
resolvendo problemas da sociedade, do cotidiano, levantando
hipóteses, gerando ideias e validando hipóteses. Os objetivos
desta unidade são os de possibilitar os docentes para uma futura
aplicação no percurso formativo técnico profissionalizante.

2.1 Habilidades em foco

● (EMIFFTP01) Investigar, analisar e resolver problemas do


cotidiano pessoal, da escola e do trabalho, considerando
dados e informações disponíveis em diferentes mídias,
planejando, desenvolvendo e avaliando as atividades
realizadas, compreendendo a proposição de soluções para o
problema identificado, a descrição de proposições lógicas por
meio de fluxogramas, a aplicação de variáveis e constantes, a
aplicação de operadores lógicos, de operadores aritméticos,
de laços de repetição, de decisão e de condição.
● (EMIFFTP02) Levantar e testar hipóteses para resolver
problemas do cotidiano pessoal, da escola e do trabalho,
utilizando procedimentos e linguagens adequados à
investigação científica.
● (EMIFFTP03) Selecionar e sistematizar, com base em
estudos e/ou pesquisas (bibliográfica, exploratória, de campo,
experimental etc.) em fontes confiáveis, informações sobre
problemas do cotidiano pessoal, da escola e do trabalho,
identificando os diversos pontos de vista e posicionando-se
mediante argumentação, com o cuidado de citar as fontes dos
recursos utilizados na pesquisa e buscando apresentar
conclusões com o uso de diferentes mídias (BRASIL, 2018).
Fonte: Portaria MEC nº. 1432 de 28/12/2018

Todos nós utilizamos o pensamento científico em nossas vidas no


cotidiano, como quando cozinhamos e nos perguntamos o que faz um
bolo murchar ao abrir a porta do forno que está assando, ou quando
olhamos pela janela e nos perguntamos de onde surgem os ventos.
Quando tentamos descobrir os porquês, estamos usando a
curiosidade para descobrir as causas e procurar respostas para as
nossas inquietações diárias.
Aprender habilidades para apoiar o pensamento científico é uma
parte importante do desenvolvimento de um estudante, saber quais
habilidades utilizar para resolver problemas, a maneira como usá-
las e como trabalhar em um processo de maneira lógica são
essenciais. As habilidades de pensamento científico incluem
observar, fazer perguntas, fazer previsões, testar ideias,
documentar dados e comunicar pensamentos.

Segundo Gil (2010), a pesquisa é o processo de


organizar o pensamento científico, é o procedimento
racional e sistemático que busca proporcionar
respostas aos problemas.

A pesquisa é a investigação, e ela alcança seus objetivos, de


forma científica, quando cumpre ou se propõe a cumprir as
seguintes etapas:

● descobrimento do problema ou lacuna - mapear problemas


potenciais caso não fiquem muito claros, passamos para a
etapa seguinte;
● colocação precisa do problema - nessa etapa a ideia é
submeter velhos problemas à luz de novos conhecimentos
(empíricos ou teóricos, substantivos ou metodológicos);
● procura de conhecimentos ou instrumentos relevantes ao
problema - por exemplo, pesquisar dados e informações
correlacionados ao problema;
● tentativa de solução do Problema com meios identificados -
se a tentativa resultar inútil, passa-se para a etapa seguinte;
em caso contrário a subsequente;
● invenção de novas ideias - (hipóteses, teorias ou técnicas) ou
produção de novos dados empíricos que promovam resolver
o problema;
● obtenção de uma solução - (exata ou aproximada) do
problema com auxílio instrumental planejado;
● investigação das consequências da solução obtida -
correlacionar os resultados da pesquisa com teorias
existentes ou surgimento de potenciais inovações;
● prova (comprovação) da solução - buscar evidências para
comprovar ou refutar as hipóteses de pesquisa;
● correção das hipóteses, teorias, procedimentos ou dados
empregados na obtenção da solução incorreta - aqui pode
começar um novo ciclo de pesquisa, dinâmico, pois podem
surgir novos questionamentos e novas hipóteses. (LAKATOS;
MARCONI, 2010)

2.2 Estratégias de investigação

Os níveis de inter-relações das variáveis do processo de pesquisa são


a base para o pesquisador escolher a técnica a ser utilizada que
podem ser, segundo Creswell (2007), quantitativa (coleta de dados
que geram dados estatísticos, utilizando técnicas de estatística, média,
desvio-padrão, como porcentagem). Por outro lado, uma técnica
qualitativa é aquela em que o investigador sempre faz alegações, com
significados múltiplos das experiências individuais, significados social
e historicamente construídos, com o objetivo de construir uma teoria
ou padrão. Finalmente, métodos mistos que é a combinação dos dois
anteriores: a coleta de dados também envolve obtenção de
informações numéricas (por exemplo, em instrumentos), como de
informações de texto (por exemplo, em entrevistas).

É importante esclarecer também que uma pesquisa pode ter


muitas finalidades e a depender desses fins ela pode ser
classificada, se o pesquisador for o instrumento-chave para
se chegar à uma conclusão, como qualitativa.

Quando o objetivo é produzir conhecimento na busca de uma


aplicação direta para uma solução ou problema, chamamos de
pesquisa Aplicada. Já quando a pesquisa não tem o objetivo de
uma aplicação direta imediata, envolve interesses amplos de
conhecimentos universais, chamamos de pesquisa Básica.
2.3 Delineamento de pesquisa

Os ambientes em que ocorre a pesquisa são muito


diversificados. Também são muito diversos os métodos e
técnicas utilizados. Por isso, é importante saber o objetivo da
sua aplicação, para conseguirmos classificá-las. Segundo
Creswell (2007), os questionamentos para classificação de
um projeto de pesquisa, são:

● Quais são as alegações de conhecimentos,


perspectivas de bases teóricas?
● Que estratégias de investigação vão orientar os
procedimentos?
● Que métodos de coleta e análise de dados serão
usados?

As pesquisas exploratórias, como o próprio nome diz, têm como


propósito proporcionar uma investigação com o objetivo de explorar
uma maior familiaridade com o objeto de estudo, problema e o seu
planejamento tende a ser bastante flexível (GIL, 2010).

Já as pesquisas descritivas, têm como objetivo a descrição das


características de determinada população. Podem ser elaboradas
também com o propósito de identificar possíveis relações entre
variáveis. Elas descrevem, por exemplo, comportamentos de
grupos por idade, sexo, procedência, etc.
Com o advento da internet sabemos que existem muitos
dados e informações disponíveis nas redes, nesse sentido,
quando realizamos a pesquisa bibliográfica, ela é elaborada
com base em material já publicado, que pode ser digital ou
não. Essa modalidade inclui livros, revistas, jornais, teses,
dissertações e anais de eventos científicos (GIL, 2010).

As pesquisas experimentais consistem em investigações de


pesquisa empírica, cujo objetivo principal é o teste de hipóteses
que dizem respeito às relações de tipo causa-efeito. Para que os
projetos possam respeitar padrões científicos, os projetos
experimentais usam grupos de controle (além do experimental),
com técnicas e regras de amostragem com o objetivo de
possibilitar a generalização das descobertas. (LAKATOS;
MARCONI, 2010).

Outra questão importante que deve ser considerada quando


realizamos uma determinada pesquisa é o local, o espaço e o
território que iremos realizar a mesma. Essa escolha pode ser
determinante para os resultados de uma pesquisa. Nesse sentido,
assim como vimos anteriormente que podemos analisar uma
pesquisa como a natureza dos dados, precisamos analisar também
onde os mesmos serão coletados, nesse caso, podem ser em
laboratório ou em campo, pesquisa de campo. O grau de controle
das variáveis podem ser experimentais ou não experimentais (GIL,
2010).

2.4 A pesquisa e a inovação social

A inovação social refere-se ao conhecimento aplicado às


necessidades sociais (LIMEIRA, 2018). A pesquisa gera
inovação Social quando o resultado desse conhecimento
objetiva atender necessidades sociais através da participação
e da cooperação de todos os atores envolvidos, gerando
soluções novas e duradouras para grupos sociais, para
comunidades. (BIGNETTI, 2011).

Para resolver problemas sociais multidimensionais,


a pesquisa é utilizada para levantar oportunidades
de inovação social, que se refere ao resultado do
conhecimento aplicado às necessidades sociais,
gerando soluções de base comunitária (LIMEIRA,
2018).

Desse modo, ao se abordar a pesquisa como inovação social e


para construirmos uma prática pedagógica que instigue o
pensamento científico, ou seja, educar pela pesquisa, é importante
que o estudante desenvolva as habilidades de formular, analisar
problemas e hipóteses.

2.5 Qual o seu problema?

Quantas vezes perdemos tempo, recursos e esforços


resolvendo problemas errados? Segundo Wedell 2017, a
maioria dos problemas que encontramos no mundo real,
alguém já o apresentou para nós, por exemplo, um problema
como o elevador é lento em nossa ânsia por encontrar uma
solução, muitos de nós começaria a procurar soluções para
esse problema: trocar o motor, colocar outro elevador,
organizar o fluxo das pessoas por horários, etc.

Essas soluções podem ter sucesso, mas, segundo o autor, se você


contextualizar o problema, poderia colocar espelhos na frente do
elevador, pois essa medida se mostra eficaz para reduzir queixas
quanto a lentidão do elevador, já que a pessoas tendem a perder a
noção do tempo quando tem uma distração, ou seja, resolvemos o
problema com uma solução mais simples. Sob essa perspectiva ao
analisar problemas é importante compreender a extensão dos
mesmos, suas causas e derivações, nesse sentido, sugere-se uma
ferramenta que se chama árvore de solução de problemas, onde a
mesma segundo Oribe (2004), tem a finalidade de levantar causas
e efeitos dos problemas.

Como construir a árvore de soluções de problemas? Souza


(2010) sugere que se utilize a técnica de “Brainstorming”
(tempestade de ideias), onde se coloca no tronco da árvore o
problema central o que quer ser resolvido e as
equipes/estudantes/pessoas podem, de forma divergente,
construir alternativas das causas problema (raiz da árvore),
bem como, as consequências do problema (copa da árvore).
Para facilitar o entendimento, na figura colocamos um
exemplo de um problema central, que diz respeito à evasão
no ensino médio, bem como, a aplicação da árvore de
solução de problema.

Figura 1 – Árvore de Solução de Problema


Fonte: Adaptado do Gera Social (2020, documento on-line).

2.6 Validando hipóteses

Questões-chave

Afinal, o que é uma hipótese?


Uma hipótese é uma afirmativa, uma sentença, uma
suposição (LAKATOS; MARCONI, 2010). Conforme
abordado anteriormente, a investigação científica começa
com a construção de um problema passível de solução,
entende-se como hipótese uma suposição ou explicação
provisória do problema, e essa suposição consiste numa
expressão verbal que pode ser definida como verdadeira ou
falsa, a partir de um teste (GIL, 2010).

Teste: Forma como você pretende verificar se a hipótese é


verdadeira ou não.

Métrica: Unidade de medida para verificar se o teste foi bem-


sucedido e a hipótese foi validada.

Meta: Valor que você espera atingir na métrica para validar a


sua hipótese. Com dados praticamente inexistentes,
determinar uma meta também é muito difícil. Por este motivo,
ela é por si mesma uma hipótese. É importante, portanto,
melhorar essa meta ao longo do teste, não apenas
assumindo a validação da hipótese como sendo verdadeira.

Quadro teste de hipótese

Fonte: Schüler (2019, documento on-line)


Você se lembra do problema “Evasão Escolar no Ensino Médio”
utilizado anteriormente na Árvore de Solução de Problemas?
Vamos colocá-lo, agora, no Quadro Teste de Hipótese!

Quadro teste de hipótese

#FICAADICA

Conheça a história prática do Professor Hudisson Ferreira, de


Ciências da Natureza, na Escola Cidadã Integral Técnica José do
Patrocínio, com relatos reais e inspiradores. O professor Francisco
Fechine, professor do Curso Técnico Eletrônico de Engenharia
Elétrica, do Instituto Federal da Paraíba - Campus de João Pessoa,
faz comentários pedagógicos sobre a prática do professor.

Assista ao vídeo de 60 minutos e, em seguida, responda o quiz!


QUIZ do vídeo

Agora que você terminou de assistir ao vídeo acima,


responda o QUIZ.

Questão 1

Qual foi a principal estratégia do professor Hudison Ferreira para


incentivar a temática de investigação científica?

Explicar como é o processo científico.

b
Correlacionar o que estava sendo ensinado com
o cotidiano dos estudantes.

Demonstrar o passo a passo da construção de


um problema.

Ensinar a construção de hipóteses.

Demonstrar os tipos de pesquisas existentes.

Questão 2
De acordo com o professor Francisco Fechine, o professor Hudison
Ferreira usou uma estratégia fundamental no processo de
investigação científica. Qual é ela?

Explicar como é o processo científico.

Correlacionar o que estava sendo ensinado com


o cotidiano dos estudantes.

Demonstrar o passo a passo da construção de


um problema.
d

Ensinar a construção de hipóteses.

Estimular a curiosidade dos estudantes.

Questão 3

O professor Francisco Fechine destacou que os estudantes


durante a aula apresentam desenvoltura ao responder
conhecimentos prévios. Para ele, o professor Hudison Ferreira
trabalhou quais habilidades com os estudantes?

a
Redação e escrita.

Autoaprendizado e autoconhecimento.

Criatividade.

Organização.

e
Planejamento.

Questão 4

O professor Francisco Fechine destacou uma etapa muito


importante e muitas vezes não realizada pelos estudantes no
processo de investigação científica e que o professor Hudison
Ferreira executou com seus estudantes. Qual seria essa etapa?

Formulação de problemas.

Busca da informação e sintetização.

c
Construção de hipóteses.

Planejamento da pesquisa.

Validação das hipóteses.

Questão 5

O professor Francisco Fechine destacou uma metodologia ativa


importante na atividade do professor e que pode ser muito usada
no Novo Ensino Médio. Qual seria ela?

a
Aprendizagem baseada em problemas.

Aprendizagem baseada em jogos.

Aprendizagem experimental-aprender fazendo.

Dramatização.

e
Aprendizagem baseada em projetos.

Plano de Pesquisa

Agora é hora de praticar! Faça o seu Plano de Pesquisa no


quadro, a seguir, formulando a sua pesquisa.

Questão 1

Planejamento de Pesquisa- Quadro de Pesquisa

Dimensões

Preenchimento
Atividade Respondida

Respondida 1 de 1 questão

AUTOAVALIAÇÃO do PLANO DE AÇÃO

Questão 1

Leia cada dimensão, a seguir, e faça uma autoavaliação do quanto


você considerou os itens a seguir abordados no seu planejamento.
Lembre-se de realizar essa autoavaliação para fins de certificação.

1
Discordo Totalmente

Discordo

Indiferente

4
Concordo

Concordo Totalmente

UNIDADE 3 - PROCESSOS CRIATIVOS

Nesta última unidade do primeiro módulo, discutiremos os


conceitos de processos criativos, por meio da potencialização das
expressões criativas e culturais dos estudantes, além de
apresentar os conceitos de Inovação Social e Design Thinking
como estratégias de inovação social. Os objetivos desta unidade
são: refletir como potencializar as expressões criativas, culturais e
artísticas dos estudantes, apreendendo estratégias pedagógicas
que incentivem o potencial criativo e colaborativo dos estudantes;
conhecer a metodologia de Design Thinking nos diversos
contextos, com vistas à promoção do desenvolvimento local; e
conhecer a inovação, reconhecendo o seu papel nas práticas da
inovação social.

3.1 Habilidades em foco

● (EMIFFTP04) reconhecer produtos, serviços e/ ou processos


criativos por meio de fruição, vivências e reflexão crítica sobre
as funcionalidades de ferramentas de produtividade,
colaboração e/ou comunicação.
● (EMIFFTP05) selecionar e mobilizar intencionalmente
recursos criativos para resolver problemas reais relacionados
à produtividade, à colaboração e/ou à comunicação.
● (EMIFFTP06) propor e testar soluções éticas, estéticas,
criativas e inovadoras para problemas reais relacionados à
produtividade, à colaboração e/ ou à comunicação,
observando a necessidade de seguir as boas práticas de
segurança da informação no uso das ferramentas (BRASIL,
2018).

Fonte: Portaria MEC nº 1432 de 28/12/2018

3.2 Da Ideia à Inovação


Diferentes autores definem a inovação como um processo que
vai além da criatividade, mas, sim, a implementação de uma
nova ideia. Ela pode ser identificada em produtos, processos,
mercados ou em modelos organizacionais. Com a difusão das
tecnologias de informação e comunicação, os processos de
inovação vêm se tornado descentralizados e horizontalizados,
visto que as organizações passam a adotar o modelo de
inovação aberta (CHESBROUGH, 2003).

O estabelecimento de um conceito no Manual de Oslo (1997),


um dos documentos preparados pela Organização para a
Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), se
figura como uma das principais coleções sobre o uso de
dados em atividades inovadoras, discute a inovação como:
“[...] a implementação de um produto (bens ou serviço) novo
ou significativamente melhorado, ou um processo, ou um
novo método de marketing, ou um novo método
organizacional nas práticas de negócios, organização no local
de trabalho ou nas relações externas.” Essa definição
identifica claramente as quatro dimensões da inovação:
inovação de produto, processo, marketing e método
organizacional.

Prossiga até o próximo slide para ver um pouco mais sobre


Inovação.

Inovação social é quando atores da sociedade buscam resolver


problemas socioambientais. A inovação social pode estar associada a
ações da iniciativa privada, organizações não governamentais e sem
fins lucrativos, governo, e sociedade civil organizada (LIMEIRA, 2018).
O Fórum Econômico Mundial (WORLD ECONOMIC FORUM,
2020) divulgou o seu famoso relatório anual “The Future of
Jobs”, e uma das competências destacadas para os
profissionais é trabalhar com criatividade para lidar com
problemas complexos. Leia o Guia Criatividade e
Pensamento Crítico, do Instituto Ayrton Senna, a seguir, e
você verá uma aplicação da Criatividade como competência.

#FICAADICA - PARA SABER MAIS


● Guia Criatividade e Pensamento Crítico
https://institutoayrtonsenna.org.br/content/dam/institutoayrtons
enna/guiacpc/instituto-ayrton-senna-guia-criatividade-e-
pensamento-critico.pdf
● O papel da criatividade na educação do século XXI, Denise
de Souza Fleith da Universidade de Brasília:
institutoayrtonsenna.org.br/content/dam/institutoayrtonsenna/g
uiacpc/o-papel-da-criatividade-na-educacao-do-seculo-xxi-
por-denise-de-souza-fleith.pdf
● Vídeo do Professor Paulo Cunha (Especialista em Formação
de Professores e currículos) - Eixo Estruturante Processos
Criativos:

Você leu o artigo da Professora Denise de Souza Fleith, e O


Papel da Criatividade na Educação do Século XXI, da
Universidade de Brasília, além de assistir ao vídeo do
Professor Paulo Cunha. A partir desses conhecimentos, tente
refletir sobre as seguintes questões no seu contexto de
atuação:

Questões-chave

● Eu dou oportunidade aos meus alunos para realizar


projetos criativos, utilizando e integrando diferentes
linguagens, manifestações sensoriais, vivências
artísticas, culturais, midiáticas e científicas?
● Eu valorizo as expressões e produções culturais e
artísticas dos meus estudantes, criando ambiente de
aprendizagem flexível e tolerante ao erro e ao
aprendizado contínuo?
● No Planejamento pedagógico, estimulo os alunos a
explorarem novos recursos e técnicas para criarem
novos repertórios?
● Incentivo a interdisciplinaridade proporcionando que o
estudante possa explorar os processos criativos em
diferentes áreas, conhecimentos, espaços?
● Promovo a autoestima dos estudantes para a questão
da inovação e criatividade?
● Incentivo que a Criatividade e a Inovação surjam a partir
dos seus propósitos e interesses individuais para
aplicação na sua realidade?

Com certeza você teria muitas outras perguntas... essas são


apenas um ponto de partida para começar seu Plano de Ação que
iremos propor mais adiante.

#FICAADICA

● Descubra como Janet Echelman encontrou sua verdadeira


voz como artista, quando suas tintas desapareceram - o que a
forçou a olhar para um novo material de arte pouco ortodoxo.
Agora, ela faz esculturas onduladas e fluidas do tamanho de
um prédio com um toque surpreendentemente geek. Um
transporte de 10 minutos de pura criatividade.
● O que Steve Jobs, em um dos seus mais famosos discursos,
pode nos ensinar sobre a vida, sobre criatividade e sobre
seguir seus sonhos?
Agora, voltamos às questões:

Questões-chave

Um processo criativo usando alguma abordagem, seria capaz


de influenciar de forma significativa o mundo? Já pensou
sobre isso? Impossível? Será?

E, se houvesse uma metodologia ágil, usada


internacionalmente, disponível, que contemplasse diferenças
e problemas complexos, equilibrasse teoria e prática,
racionalismo e intuição? Você usaria?

Que tal conhecer algo assim?

O Design Thinking (DT) foi criado por Tim Brown, que conceitua o
mesmo como: “Design Thinking, ou pensamento de Design, é uma
abstração do modelo mental utilizado há anos pelos designers para
dar vida a ideias. Esse modelo mental e seus poderosos conceitos
podem ser aprendidos e utilizados por qualquer pessoa e aplicados
em qualquer cenário de negócio ou social.”
#FICAADICA - PARA SABER MAIS

● Assista ao vídeo e entenda não apenas esse poderoso


conceito em sua origem, como exemplos incríveis de
aplicação:

O conceito do SEBRAE ajuda a entender o DT como um


modelo de pensamento que vai além da necessidade de criar
um produto ou serviço, compreendendo o mesmo como uma
mentalidade que busca criar soluções inovadoras, tanto para
problemas simples quanto complexos; é totalmente centrado
no ser humano, empaticamente considerado como pilar
fundamental (SEBRAE, 2014). Suas etapas compreendem:
Sendo que o significado dessas palavras sintetizam-
se em:

● Empatizar: é colocar o ser humano como centro do


processo, entendendo sentir empatia; colocar-se no
lugar do outro, comportando-se ou pensando da mesma
forma como ele pensaria ou agiria nas mesmas
situações: empatizar com a dor do amigo.
● Definir: significa construir pontos de vistas considerando
as necessidades, dores e insights dos empatizados para
que a Idealização seja um Toró de Palpites, ou seja, um
Brainstorm, uma chuva de ideias.
● Idealizar: ...
● Prototipar: é materializar uma ideia, neste caso, uma
solução. É de alguma forma concretizar.
● Testar: significa ver se funciona, ainda que de forma
incipiente, buscando as melhorias possíveis.

Veja, na sequência, um exemplo incrível de utilização desta técnica


aplicada à saúde.
Doug Dietz foi o principal designer da GE Healthcare. Ele
desenvolvia equipamentos de diagnóstico por imagem há mais de
20 anos, mas não acompanhava em campo a utilização dos
mesmos. Até o dia que percebeu que a experiência real de
pacientes jovens, em especial crianças, com essa tecnologia de
ponta era sofrível. Ficou estarrecido ao saber que 80% das
crianças costumavam ficar tão apavoradas com a perspectiva de
ficarem sozinhas dentro da máquina enorme e barulhenta que,
muitas vezes, precisavam ser sedadas apenas para passar pela
experiência.

Imagine o impacto disso no pequeno paciente, que incluía


tempo do “despertar” do paciente, exames de checagem
após a sedação, envolvimento de familiares para
acompanhamento e da equipe de médicos e enfermeiros,
além do óbvio stress do paciente.

Ciente disso, Doug reuniu uma equipe de


especialistas para resolver esse problema, incluindo
funcionários de um museu infantil local, crianças e
funcionários do hospital. O resultado foi uma solução
inovadora e orientada para o design que
transformou totalmente a experiência das crianças
(GNT, 2012).

Em palestra à plataforma TED (DIETZ, 2012), Doug comenta que a


empatia foi fundamental para entender como os pacientes jovens,
em especial as crianças, se sentiam “dentro da máquina”, e que
“adentrar e entender o mundo infantil foi fundamental para que o
time encontrasse uma solução adequada”.
A solução envolveu várias etapas complementares, sendo uma delas
adesivar as salas com motivos do universo infantil, como a da foto
abaixo, e preparar a equipe de enfermagem que passou a contar uma
história sobre os barulhos que o navio pirata faz e como é importante
“ficar quietinho para que o Capitão Gancho não te encontre”.

Máquinas de diagnóstico para crianças

Fonte: GNT (2012, documento on-line).

Os exemplos desta abordagem são inúmeros e existem em todas


as áreas do conhecimento.

Mãos na massa
Material: um(a) colega + post it + canetas + explicações
abaixo.

(Este material foi traduzido e adaptado do Institute of Design


at Stanford University 1.

Técnica: Give to gift, adaptado).

Entregue-se ao exercício e descubra como a simplicidade


pode ser poderosa (sabemos que esta é uma formação
individual. Caso seja viável, faça com um colega. Caso não
seja possível, aplique em seus educandos).
Sua Missão: Ressignificar a experiência de ganhar um presente.
Seu desafio é projetar algo útil e significativo para o seu colega.

Lembre-se que um dos pontos mais importantes aqui é exercitar a


empatia pelo outro. Para isso, converse. Uma boa conversa é
importante, mas lembre-se de respeitar o tempo para cada etapa.
Uma forma de ajudar é colocando um despertador (pode ser o do
celular mesmo). Uma forma de conhecer o outro, por exemplo, é
perguntando o que ele carrega na carteira... isso mesmo,
geralmente colocamos na carteira o que é importante ou
significativo, (ex.: o que eles carregam na carteira? Por que eles
têm um cartão específico lá? O que as coisas na carteira deles
dizem sobre a vida deles?).

Passados 4 minutos, troque os papéis. É a sua vez


de se deixar guiar pela curiosidade do colega.

Após a primeira rodada de entrevistas, diga-lhes para


acompanhar o que os intrigou durante a primeira entrevista:

“Tente descobrir histórias, sentimentos e emoções.”

“Pergunte 'POR QUÊ?' com frequência.”

“Esqueça a carteira, descubra o que é importante para o seu


parceiro.”
“Por que ele ainda carrega uma foto da ex-namorada?
Quando foi que ele carregava muito dinheiro? O que ela mais
lembra sobre seu primeiro emprego remunerado?

É hora de mudar!

Mais uma vez, anote quaisquer descobertas


inesperadas ao longo do caminho, capture aspas!

Veja, a seguir, os passos que você deve realizar.

● Entreviste (8min)
● Comece entrevistando seu colega: para isso use 8 minutos (4
para cada um, ou seja, você entrevistará seu/sua colega e será
entrevistado por ele/ela). Anote os pontos importantes da sua
primeira entrevista.

● Aprofunde (6min)
● Aprofunde os assuntos. Para isso use 6 minutos (3 para cada
um) O que você ainda não percebeu do outro, o que mais você
descobriu?

● Capture as descobertas
● Agora, reserve individualmente três minutos para organizar seus
pensamentos e refletir sobre o que aprendeu sobre seu colega,
organizando seus aprendizados em dois grupos:
● 1) os objetivos e desejos do seu parceiro, e
● 2) as percepções que você descobriu. Procure usar verbos para
expressar os objetivos e desejos. Essas são as necessidades
dele, relacionadas à carteira e à vida. Pense nas necessidades
físicas e emocionais. Por exemplo, talvez seu colega precise
minimizar o número de coisas que carrega, ou precisa sentir que
está apoiando a comunidade local e a economia. Os insights são
descobertas que você pode aproveitar ao criar soluções. Por
exemplo, você pode ter descoberto o insight de que comprar com
dinheiro faz seu parceiro valorizar mais a compra e tomar mais
cuidado com as decisões, ou que ele vê uma carteira como um
lembrete e sistema de organização, não como um dispositivo de
transporte.
● Reformule o problema:
___________________________________________________

● Identifique as descobertas (3 min)


● Objetivos e desejos: o que seu colega desejaria ganhar ou
conquistar?
● Insights: quais os novos aprendizados e motivações sobre os
sentimentos de seu colega. O que você vê sobre o seu colega
que talvez ele não veja?
● Faça inferências a partir do que você ouviu ou sentiu.

● Posicione-se a partir de um ponto de vista (3mim)


● (Nome do colega)
● ____________________________
● Precisa de uma forma para (Colocar qual a necessidade que
você identificou)
● ____________________________________________________
_______________________________
● Porquê (ou “mas”, ou “surpreendentemente”)
● ____________________________________________________
_______________________________
● ____________________________________________________
_______________________________

● Posicione-se com um ponto de vista


● Já tendo identificado as descobertas, é hora de selecionar a
necessidade mais convincente e o insight mais interessante para
articular um ponto de vista.
● Esse é o seu ponto de vista. Tome uma posição, afirmando
especificamente o desafio significativo que você vai enfrentar.
Ex.: “Janice precisa de uma maneira de sentir que tem acesso a
todas as suas coisas e está pronta para agir.
Surpreendentemente, carregar a bolsa a faz sentir menos pronta
para agir”. Ou, “Arthur precisa de uma forma de socializar com
seus amigos, enquanto se alimenta de forma saudável, mas ele
sente que não participa, se não estiver segurando uma bebida”.

● Esboce pelo menos 5 maneiras radicais de atender as


necessidades do seu colega (5 min).
● Ajuda para idealizar: reescreva a declaração do problema no
topo da página. Lembre-os de que agora estão criando soluções
para o novo desafio que você identificou.
● Faça volume! Este é o momento de geração de ideias, não de
avaliação - você pode avaliar suas ideias mais tarde. Veja se
você consegue ter pelo menos 7 ideias!
● Procure ser VISUAL - use palavras apenas quando necessário,
para destacar os detalhes.

● Escreva aqui o problema que você vai resolver


● Partilhe suas soluções e peça feedback!

● Compartilhe suas soluções e obtenha feedback. -


PROTÓTIPOS - 10 min (5 minutos para cada).
● Agora, é hora de compartilhar seus esboços com seu colega!
● O que você pensou? Passe algum tempo ouvindo as reações e
perguntas de seus parceiros. Não se trata apenas de validar
suas ideias. Lute contra o desejo de explicar e defender suas
ideias. Esta é outra oportunidade de aprender mais sobre os
sentimentos e motivações do seu colega.

● Interaja e recrie com base nos feedbacks.


#FICAADICA

Que tal olhar o material traduzido pelo Instituto Ayrton Senna, com
o consentimento da OCDE? O título original é Fostering Students
Creativity and Critical Thinking. Você pode acessá-lo através deste
link:
https://institutoayrtonsenna.org.br/content/dam/institutoayrtonsenna
/documentos/instituto-ayrton-senna-documento-ocde-traduzido.pdf

Este material traz uma importante contribuição não apenas


sobre os processos criativos, como também sobre o
pensamento crítico. São 359 páginas de dados, informações,
conhecimento e ferramentas divididas em 8 capítulos que
abordam uma pauta tão variada quanto internacional
(VINCENT-LANCRIN et al., 2020).

Vale muito, muito a leitura. Não se assuste, não


precisa ler tudo de uma vez. Que tal degustar os
capítulos, aplicando-os em sua prática?

Você pode trabalhar de várias formas. Veja algumas sugestões que


fazemos na Atividade, a seguir:
● Desafie-se anotando pelo menos duas ideias novas para cada
tópico lido ou seus insights no template abaixo:

● Você também pode usar o seu coração no template proposto, a


seguir:

● Fonte: Adaptado de Napper e Newton (2016).


● Clique no botão para baixar o template.
● Baixar

● Agora, responda às perguntas, observando o que se pede. Trata-


se de um plano de ação simples, mas completo.

5W2H

Essa sopa de caracteres corresponde, na verdade, às iniciais


(em inglês) das sete diretrizes que, quando bem
estabelecidas, eliminam quaisquer dúvidas que possam
aparecer ao longo de um processo ou de uma atividade.

São elas:

5W: What (o que será feito?) – Why (por que será feito?) –
Where (onde será feito?) – When (quando?) – Who (por
quem será feito?)
2H: How (como será feito?) – How much (quanto vai custar?)

Ou seja, é uma metodologia cuja base são as respostas para


estas sete perguntas essenciais. Com estas respostas em
mãos, você terá um mapa de atividades que vai te ajudar a
seguir todos os passos relativos a um projeto, de forma a
tornar a execução muito mais clara e efetiva (ENDEAVOR
BRASIL, 2021).

ATIVIDADE

Questão 1

Agora, responda às perguntas, observando o que se pede. Trata-


se de um plano de ação simples, mas completo. Divirta-se!

a
O QUE SERÁ FEITO?

POR QUE SERÁ FEITO?

QUANDO SERÁ FEITO?

d
POR QUEM SERÁ FEITO?

COMO SERÁ FEITO?

ONDE SERÁ FEITO?

Atividade Respondida
Respondida 1 de 1 questão

SAIBA MAIS

AUTOAVALIAÇÃO do PLANO DE AÇÃO

Questão 1

Leia cada dimensão, a seguir, e faça uma autoavaliação do quanto


você considerou os itens a seguir abordados no seu planejamento.
Lembre-se de realizar essa autoavaliação para fins de certificação.

1
Discordo Totalmente

Discordo

Indiferente

4
Concordo

Concordo Totalmente

UNIDADE 1 - CARREIRAS

Nesta unidade, oferecemos atividades pedagógicas que podem


ajudar os professores na orientação das escolhas profissionais
para o Mundo do trabalho. Além disso, faremos um tour reflexivo
sobre as competências necessárias ao trabalho, na busca de
construir estratégias didáticas articuladas aos contextos sociais, ao
propósito e projetos de vida dos estudantes. Por fim,
apresentaremos também os princípios e práticas inerentes à
Educação Profissional e Tecnológica.

1.1 Habilidades em foco

● (EMIFCG10) reconhecer e utilizar qualidades e fragilidades


pessoais com confiança para superar desafios e alcançar
objetivos pessoais e profissionais, agindo de forma proativa e
empreendedora e perseverando em situações de estresse,
frustração, fracasso e adversidade.
● (EMIFCG11) utilizar estratégias de planejamento, organização
e empreendedorismo para estabelecer e adaptar metas,
identificar caminhos, mobilizar apoios e recursos, para realizar
projetos pessoais e produtivos com foco, persistência e
efetividade.
● (EMIFCG12) refletir continuamente sobre seu próprio
desenvolvimento e sobre seus objetivos presentes e futuros,
identificando aspirações e oportunidades, inclusive
relacionadas ao mundo do trabalho, que orientem escolhas,
esforços e ações em relação à sua vida pessoal, profissional
e cidadã (BRASIL, 2018).

1.2 Entendendo sobre carreiras

Entender o que é uma carreira, quais são suas etapas evolutivas,


como construí-la articulada ao Propósito (abordado no Mundo do
Trabalho). Lembremo-nos que a atuação desta prática pedagógica
está prevista para jovens entre 14 à 16 anos, podendo estender-se
para alguns anos a mais, talvez um pouquinho a menos.
A realidade socio-cultural-econômica local, regional e
nacional é imperativa na compreensão das Carreiras, mas
NUNCA limitada a isso.

Que esta realidade seja vista/encarada/percebida/sentida não


como DETERMINANTE DE FUTURO, mas antes de tudo,
COMO PONTO DE PARTIDA PARA QUALQUER
OPORTUNIDADE DE MUDANÇA, apesar do contexto. As
carreiras são oportunidades, não são lineares, são
compostas por várias competências ainda não criadas pela
evolução do Mundo do Trabalho.

Atuar considerando prática+teoria ajudará muito a entender


como as coisas acontecem no mundo do trabalho/Carreira.
Observa-se que há uma integração estrutural, cujo elemento
central é o PROJETO DE VIDA (figura 4) do estudante,
considerando como um dos pilares a condição de inserção dele no
mercado, não como supridor de “mão de obra” necessária à
economia, mas, principalmente, como sujeito interventor e criador
de uma nova realidade, em especial para si e para sua comunidade
local ou global. O limite será determinado pela capacidade
individual de superar os obstáculos existentes.

Um ponto fundamental é entender que as carreiras


no mundo atual não são estanques. Há 30 anos
atrás, você ficaria boa parte da vida em uma única
empresa. Hoje, isso não é necessariamente
verdadeiro.

Figura 4 – Projeto de Vida essência da Carreira Profissional

Fonte: Adaptado de Frente Novo Currículo Médio.


Vamos iniciar distinguindo Carreira e Profissão.

Profissão é aquilo que estudamos e nos preparamos para executar.


Um médico cardiologista estuda medicina e se especializa em
cardiologia. Já Carreira é a estrada que se deseja seguir, o estilo
de vida e tipo de atuação que se deseja ter. Se um médico
cardiologista decide que seu caminho é ajudar aqueles que mais
precisam, pode atuar como um médico em uma organização como
Médicos Sem Fronteiras. Se quer um caminho de estudos e
pesquisas em um laboratório, pode escolher a carreira de
pesquisador e de vacinas, por exemplo. Ainda, se deseja ter uma
vida de empreendedor, pode abrir sua própria clínica
(HABIMORAD, 2017).

A carreira, entendida então como um conjunto de trilhas (Figura 5) e


possibilidades ainda que a profissão seja a mesma. Lembre sempre
que as “etapas evolutivas do crescimento profissional” precisam
acontecer seja no empreendedor ou intraempreendedor e que devem
ser consideradas a partir do PROJETO DE VIDA, ou seja, entendendo
quais são os potenciais e talentos.

Figura 5- Possíveis Trilhas de Carreiras


Fonte: Autora (2021).

Entender quem somos é importante, pois pode reduzir o nível


de sofrimento laboral. Quanto mais o ambiente de trabalho for
valorativamente semelhante a nós, temos maior
probabilidade de sermos mais assertivos.

#FICAADICA – PRA SABER MAIS


Vamos descobrir mais sobre você?

Pré-requisitos: Disposição, sinceridade e capacidade de leitura.

O que fazer: Existem diversos sites que podem ser úteis no


autoconhecimento, um dos pontos fundamentais para Projeto de
Vida, Carreira e Propósito. Muitos oferecem algum tipo de
testagem, como tipos de personalidade, aptidões, etc. No geral,
eles pedem apenas e-mail, que é armazenado em um banco de
dados, e é eventualmente usado para acessar você para oferta de
produtos, ou serviços, ou envio de informações. Mas, considerando
o que “devolvem”, se for um site sério, pode ser uma boa troca.
Lembre-se que nenhum teste é uma verdade absoluta. São
fragmentos descontextualizados, são um ponto de encontro de
aspectos da vida que, ao ganharem forma e estrutura, ajudam na
compreensão de quem somos.
Trata-se de difícil tarefa saber quem somos, pois envolve um olhar
profundo e verdadeiro sobre nós mesmos. Nos olharmos no espelho,
por exemplo, ainda que possa ser um ato desafiador, é também
fundamental.

Entendendo os testes, dois dos mais conhecidos e utilizados são:


1. MBTI

O MBTI - Myers-Briggs Type Indicator - é um inventário que tem


por objetivo avaliar a personalidade segundo a teoria dos tipos
psicológicos de Jung, de forma simples e sucinta. Busca auxiliar as
pessoas a identificarem determinadas preferências pessoais
significativas. Foi desenvolvido por Katharine Cook Briggs (1875–
1968) e sua filha Isabel Briggs Myers (1897–1980) e, a partir dele
muitos testes disponíveis, se baseiam na tipologia para seus testes
(COUTO; BARTHOLOMEU; MONTIEL, 2016).

As redes sociais perceberam a “potência” dos instrumentos e


exploram isso considerando que as pessoas sempre querem “um
conserto rápido”, ou seja: quem não quer um teste que fale sobre
quem você é, quais seus pontos de melhoria e ainda reforce seus
pontos altos? Por isso, a orientação do Educador, aqui, torna-se
ainda mais importante e oportuna. Pode ser que seu educando já
venha com o teste feito e sem nenhuma crítica a respeito. Instruí-lo
a pesquisar a seriedade do site em questão (um instrumento oficial
ou um site sério tem obrigatoriedade de validação do instrumento
proposto. Sem validação, como garantir a fidedignidade do
resultado?), que tipo de teste ele fez, o quanto os resultados são
representativos e o nível de honestidade ao responder as
perguntas são fundamentais para a contextualização do processo.
Equilíbrio é a palavra de ordem. Na origem, o MBTI só é aplicado
por psicólogos, que fornecem a devolutiva e a explicação do teste.
O site oficial é:

https://www.mbtionline.com/

2. Âncoras e Carreiras

Outro inventário muito bom é o ncoras de Carreiras. O nome não é


por nada e, sim, tem relação com a ideia de ancoragem,
sustentação e lastro. Criador do teste: Schein (1978) - PhD em
psicologia social, pela Universidade de Harvard e professor emérito
da Sloan School of Management - entendia que tão importante
quanto refletir sobre a carreira era a necessidade de se estabelecer
relações entre autodesenvolvimento, desenvolvimento de carreira e
desenvolvimento da vida pessoal e familiar. Refletir sobre a
carreira, então, implicaria em entender as necessidades e
características da pessoa, que não estão ligadas apenas à vida no
trabalho, mas são frutos de sua interação com todos os espaços de
sua vida. Assim como a vida, as âncoras podem mudar. Se por
exemplo, você está começando uma família, o estilo de vida pode
aparecer mais forte e ao se graduar no ensino médio, pode ser que
o desafio puro seja sua estabilidade no momento.

O objetivo aqui é descobrir valores profissionais, por isso conhecer


o que é importante para você é melhor que o resultado do teste em
si. Entender a importância de determinados valores ajudará no
propósito de vida.

Entenda o inventário: partindo da análise de autoconhecimento,


Schein (1978) compreendia que as pessoas ganhavam
gradualmente autoconhecimento e autopercepção da sua trajetória
de carreira. Essas seriam as “ ncoras de Carreira” caracterizadas
por:

● Talentos e habilidades, baseados no sucesso dos vários


trabalhos realizados;
● Motivos e necessidades, baseados no feedback de outras
pessoas e da empresa, e na auto avaliação ao enfrentar os
vários desafios;
● Atitudes e valores, baseados no confronto entre os valores e
normas próprias e os da organização ou ocupação.

3. 16 personalities

Se você for sincero nas respostas, apresenta alto nível de precisão.


Seu site oferece muitos testes e informam quais são pagos e quais
são gratuitos. Acesse em: https://www.16personalities.com/br

1.3 Entendendo sobre âncoras de carreiras

As âncoras de carreira são (DUTRA; ALBUQUERQUE,


2009):
● COMPETÊNCIA TÉCNICA/FUNCIONAL:
Se sua âncora de carreira é a competência em alguma área
técnica ou funcional, você não abriria mão da oportunidade de
aplicar suas habilidades nessa área e de continuar
desenvolvendo essas habilidades a um nível cada vez mais
alto. Você obtém seu senso de identidade com o exercício
dessas habilidades e sente-se totalmente realizado quando
seu trabalho lhe permite ser desafiado nessas áreas. Você
pode estar disposto a gerenciar outras pessoas em sua área
técnica ou funcional, mas não se interessa pelo
gerenciamento em si e evitaria a gerência geral, porque
precisaria desistir de sua própria área de especialidade.
● COMPETÊNCIA PARA GERÊNCIA GERAL
Se sua ancora de carreira é a competência para a gerência
geral, você não abriria mão da oportunidade de subir a um
nível alto o suficiente que lhe permita integrar os esforços de
outras pessoas em suas funções e ser responsável pelo
resultado de determinada unidade da organização. Você quer
total responsabilidade pelos resultados e identifica seu próprio
trabalho com o sucesso da organização para qual trabalha.
Se você está em uma área técnica ou funcional atualmente,
aceita a situação como uma experiência de aprendizado
necessária, entretanto, ambiciona alcançar um cargo com
funções generalistas o quanto antes. Ter um alto cargo
gerencial técnico não interessa.
● AUTONOMIA/INDEPENDÊNCIA
Se sua âncora de carreira é a autonomia/independência, você
não renunciaria à oportunidade de definir seu próprio trabalho,
à sua própria maneira. Se você está numa organização, quer
permanecer em funções que lhe permitam flexibilidade com
relação a quando e como trabalhar. Se você não tolera regras
e restrições organizacionais de qualquer espécie, busca
ocupações nas quais tenha a liberdade que procura, tais
como ensino ou consultoria. Para manter sua autonomia,
você recusa oportunidades de promoção ou avanço. Talvez
você até procure ter seu próprio negócio para alcançar a
sensação de autonomia, entretanto este motivo não é o
mesmo que a criatividade empreendedora descrita mais
adiante.
● SEGURANÇA/ESTABILIDADE
Se sua âncora de carreira é a segurança/estabilidade, você
não abriria mão da sua segurança ou estabilidade no trabalho
ou organização. Sua principal preocupação é alcançar a
sensação de ser bem sucedido para ficar tranquilo. A âncora
está demonstrada na preocupação pela segurança financeira
(tais como aposentadoria e planos de pensão), ou segurança
no emprego. Essa estabilidade pode significar trocar sua
lealdade e disposição de fazer qualquer coisa que seu
empregador lhe peça por uma promessa de garantia de
emprego. Você se preocupa menos com o conteúdo do seu
trabalho e o posto que pode alcançar, embora possa chegar a
um alto nível, se seus talentos assim o permitirem. No que se
refere a autonomia, todo mundo tem certas necessidades de
segurança e estabilidade, especialmente em épocas que os
encargos financeiros são grandes ou quando se está para
enfrentar a aposentadoria. Entretanto, as pessoas ancoradas
dessa maneira estão sempre preocupadas com essas
questões e constroem toda sua auto-imagem em torno do
gerenciamento da segurança e estabilidade.
● CRIATIVIDADE EMPREENDEDORA
Se sua âncora de carreira é a criatividade empreendedora,
você não renunciaria à oportunidade de criar sua própria
organização ou empreendimento, desenvolvidas com sua
própria capacidade e disposição de assumir riscos e superar
obstáculos. Você quer provar ao mundo que pode criar um
empreendimento que seja o resultado do seu próprio esforço.
Talvez você trabalhe para outros em alguma organização,
enquanto aprende e avalia oportunidades futuras, mas
seguirá seu próprio caminho assim que sentir que tem
condições para isso. Você quer que seu empreendimento seja
financeiramente bem sucedido, como prova de sua
capacidade.
● SERVIÇO/DEDICAÇÃO A UMA CAUSA
Se sua âncora de carreira é serviço/dedicação a uma causa,
você não renunciaria à oportunidade de procurar um trabalho
onde pudesse realizar alguma coisa útil, como, por exemplo,
tornar o mundo um lugar melhor para se viver, solucionar
problemas ambientais, melhorar a harmonia entre as
pessoas, ajudar os outros, melhorar a segurança das
pessoas, curar doenças através de novos produtos, etc. Você
busca essas oportunidades, mesmo que isto signifique mudar
de organização e não aceita transferências ou promoções que
o desviem do trabalho que preencha esses valores.
● DESAFIO PURO
Se sua âncora de carreira é desafio puro, você não abriria
mão da oportunidade de trabalhar na solução de problemas
aparentemente insolúveis, para vencer oponentes duros ou
superar obstáculos difíceis. Para você, a única razão
significativa para buscar um trabalho ou carreira é que este
lhe permita vencer o impossível. Algumas pessoas encontram
esse desafio puro em alguns trabalhos intelectuais, como, por
exemplo, o engenheiro interessado apenas em desenhos
extremamente difíceis; outras encontram seu desafio em
situações complexas, tais como um consultor estrategista,
interessado apenas em clientes à beira da falência e que já
esgotaram todos os recursos; algumas o encontram na
competição interpessoal, como o atleta profissional, ou o
vendedor que define cada venda como uma vitória ou derrota.
A novidade, variedade e dificuldade tornam-se um fim em si e
se alguma coisa é fácil, imediatamente torna-se monótona.
● ESTILO DE VIDA
Se sua âncora de carreira é o estilo de vida, você não abriria
mão de uma situação que lhe permita equilibrar e integrar
suas necessidades pessoais, familiares e as exigências de
sua carreira. Você quer fazer todos os principais segmentos
de sua vida trabalhar em conjunto para um todo integrado e,
portanto, precisa de uma situação de carreira que lhe dê
suficiente flexibilidade para alcançar tal integração. Talvez,
você precise sacrificar alguns aspectos da sua carreira (por
exemplo, uma mudança geográfica que fosse uma promoção,
mas que desestruturaria toda sua situação de vida), e você
define o sucesso em termos mais amplos do que
simplesmente sucesso na carreira. Você sente que sua
identidade está mais vinculada ao modo de viver sua vida
como um todo, onde você se estabelece, como lida com sua
situação familiar e como você se desenvolve, do que com
qualquer trabalho ou organização.

#FICAADICA

● Confira o teste âncoras de carreira em:


https://www.roberthalf.com.br/blog/carreira/teste-ancoras-de-
carreira
● Sobre âncoras e gerações. Será que as âncoras mudam de
acordo com as gerações ou com o gênero? Leia o artigo a
seguir e inspire-se:
https://revistas.pucsp.br/ReCaPe/article/view/32651
● Carreiras: um olhar especialista: Maira Habimorab
(especialista brasileira no assunto) em entrevista à revista
Cosmopolitan articula uma fala sobre carreira, tendências e
competências.

Tendo refletido sobre isso, vamos pensar num modelo de


desenvolvimento de carreira, lembrando que as carreiras
deixaram de ser lineares e são mais fluidas. Provavelmente,
você terá mais de uma carreira ao longo da sua vida.
Antes de iniciar, que tal pensar sobre “de onde vem as boas
ideias”?

#FICAADICA

● De onde vêm as boas ideias - Steve Johnson. Disponível em:


Agora, complete o template considerando como aplicar isso em sua
carreira ou ideias para futuro.

Agora que já sabemos que as boas ideias da sua carreira


estão por aí, vamos colocar em prática a reflexão. Para isso,
veja o template a seguir chamado Modelo de Negócios
Pessoal.

1.4 Planejamento de carreira

MODELO DE NEGÓCIOS PESSOAL

O exercício do Modelo de Negócios pessoal não é uma linha de


chegada, mas de partida. Deve ser riscado, rasurado, mudado,
reorganizado tantas vezes, quantas sentirmos necessidade.

Vamos ver, agora, alguns materiais interessantes sobre


carreiras.
#FICAADICA: PARA SABER MAIS

● O site https://www.vagas.com.br/ oportuniza de forma prática


e intuitiva não apenas o cadastro do seu currículo, como
saber mais sobre uma infinidade de cargos, carreiras,
salários, além de muitas dicas.
● O material sobre Tendências de Comportamento Pós
Pandemia traz 20 pontos de atenção sobre os impactos em
nossa forma de viver. Vale ler com olhar no futuro e na
carreira: https://brasilminingsite.com.br/20-tendencias-de-
comportamento-para-um-mundo-pos-pandemia/
● O Nosso Ensino Médio é um programa gratuito de formação
continuada. Oferece uma ampla variedade de formações
complementares que auxiliam professores e gestores na sua
capacitação. Acesse em: https://nossoensinomedio.org.br

Considerando os pontos acima citados, importa resgatar as


dicas abaixo:

Projeto de Vida + Formação para o Mundo do Trabalho +


Trilha de Formação Profissional

Figura 1 – Preparação Básica para o Trabalho


Fonte: Frente Novo Currículo Médio.

#FicaADica: Mãos na massa

ATIVIDADE

Agora, você tem duas possibilidades:

● Trabalhar com o quadro abaixo, observando o que se


pede. Trata-se de um plano de ação simples, mas
completo. Divirta-se:
● (Ou) Preencher o Canvas Modelo de Negócios Pessoal.
5W2H

Essa sopa de caracteres corresponde, na verdade, às iniciais


(em inglês) das sete diretrizes que, quando bem
estabelecidas, eliminam quaisquer dúvidas que possam
aparecer ao longo de um processo ou de uma atividade.

São elas:

5W: What (o que será feito?) – Why (por que será feito?) –
Where (onde será feito?) – When (quando?) – Who (por
quem será feito?)

2H: How (como será feito?) – How much (quanto vai custar?)

Ou seja, é uma metodologia cuja base são as respostas para


estas sete perguntas essenciais. Com estas respostas em
mãos, você terá um mapa de atividades que vai te ajudar a
seguir todos os passos relativos a um projeto, de forma a
tornar a execução muito mais clara e efetiva (ENDEAVOR
BRASIL, 2021).

Questão 1
Agora, responda às perguntas, observando o que se pede.

O QUE SERÁ FEITO?

POR QUE SERÁ FEITO?

c
QUANDO SERÁ FEITO?

POR QUEM SERÁ FEITO?

COMO SERÁ FEITO?

f
ONDE SERÁ FEITO?

Atividade Respondida

Respondida 1 de 1 questão

Acesse abaixo o Quadro de Modelo de Negócios Pessoal

Baixar

AUTOAVALIAÇÃO do PLANO DE AÇÃO


Questão 1

Leia cada dimensão a seguir e faça uma autoavaliação do quanto


você considerou os itens a seguir abordados no seu planejamento.

Discordo Totalmente

Discordo
3

Indiferente

Concordo

Concordo Totalmente
4

UNIDADE 2 - EMPREENDEDORISMO

Nesta unidade você aprofundará seus conhecimentos relacionados


ao contexto, ao mundo do trabalho e à gestão de iniciativas
empreendedoras, incluindo seus impactos nos seres humanos, na
sociedade e no meio ambiente; ampliará habilidades relacionadas
ao autoconhecimento, empreendedorismo e projeto de vida; e
utilizará esses conhecimentos e habilidades para estruturar
iniciativas empreendedoras com propósitos diversos, voltadas a
viabilizar projetos pessoais ou produtivos com foco no
desenvolvimento de processos e produtos com o uso de
tecnologias variadas.

2.1 Habilidades em foco

● (EMIFFTP10) Avaliar as relações entre a formação escolar,


geral e profissional, e a construção da carreira profissional,
analisando as características do estágio, do programa de
aprendizagem profissional, do programa de trainee, para
identificar os programas alinhados a cada objetivo
profissional.
● (EMIFFTP11) Selecionar e mobilizar intencionalmente
conhecimentos sobre o mundo do trabalho para desenvolver
um projeto pessoal, profissional ou um empreendimento
produtivo, estabelecendo objetivos e metas, avaliando as
condições e recursos necessários para seu alcance e
definindo um modelo de negócios.
● (EMIFFTP12) Empreender projetos pessoais ou produtivos,
considerando o contexto local, regional, nacional e/ou global,
o próprio potencial, as características dos cursos de
qualificação e dos cursos técnicos, do domínio de idiomas
relevantes para o mundo do trabalho, identificando as
oportunidades de formação profissional existentes no mundo
do trabalho e o alinhamento das oportunidades ao projeto de
vida.

Fonte: Portaria MEC no. 1432 de 28/12/2018.

2.2 De que empreendedorismo estamos falando

Primeiramente a BNCC (2018) afirma, de maneira explícita, o


seu compromisso com a educação integral, e reconhece,
assim, que a Educação deve visar à formação e o
desenvolvimento humano global, o que implica compreender
a complexidade e a não linearidade desse desenvolvimento,
rompendo com visões reducionistas que privilegiam ou a
dimensão intelectual (cognitiva) ou a dimensão afetiva, e o
Novo Ensino Médio, inclui o empreendedorismo como um dos
quatro eixos estruturantes para a construção dos itinerários
formativos no currículo do Ensino Médio, junto com a
investigação científica, os processos criativos, a mediação e
a intervenção sociocultural.
Diante dessa perspectiva, é importante
contextualizar de que empreendedorismo estamos
nos referindo e qual abordagem iremos adotar no
percurso formativo.

No âmbito da Organização das Nações Unidas para a Educação, a


Ciência e a Cultura (UNESCO), foi criado, em 1992, o Centro
Internacional para a Educação e a Formação Técnica e Profissional
(UNESCO-UNEVOC), no intuito de desenvolver políticas e práticas
relativas à educação para o mundo do trabalho e desenvolvimento de
habilidades para empregabilidade e cidadania.

Nesse contexto, a política da UNESCO-UNEVOC de


fomentar o empreendedorismo para os jovens, com
a Agenda 2030 para o Desenvolvimento
Sustentável.
As instituições de educação e treinamento técnico e
vocacional atendem a vários aspectos econômicos e sociais,
bem como, podem equipar os jovens e adultos com as
habilidades necessárias para, não apenas encontrar trabalho
decente, mas, desenvolver mentalidades empreendedoras e
inovadoras: essas prioridades transversais formam a base do
trabalho da UNESCO-UNEVOC e são refletidas na
importância de trabalhar o empreendedorismo como uma
área estratégica.

Esse pressuposto da UNESCO aponta para o


entendimento do conceito de empreendedorismo
para o além da abertura de empresas mas, como
uma competência educacional.

Segundo Dolabela e Filion (2013), o empreendedorismo é um


instrumento de desenvolvimento social e não apenas de
crescimento econômico. Para o autor, a educação pode
produzir mudança cultural e a pedagogia empreendedora é a
chave nesse processo.

A Educação para o empreendedorismo avançou no Brasil, esse


tema, segundo Lopes (2017), se tornou frequente e importante,
pois pode alargar as possibilidades de carreira, ou seja,
desenvolver as competências empreendedoras dos estudantes é
possibilitar que os mesmos estejam melhor preparados para outras
opções de carreiras que vão além de ser empregados em
organizações criadas e dirigidas pelos outros, mas podem iniciar
seu próprios empreendimentos, gerir o autoemprego e/ou, construir
projetos comunitários.

Utilizando como fonte de pesquisa o Ministério de Educação


de Portugal, Carvalho (2015) aborda que é necessário
construir programas educativos que ultrapassem a visão
disciplinar de Educação Empreendedora, precisamos ter uma
visão mais ampla, transversal - conforme é demonstrado na
Figura 2: Educação Empreendedora - e isso vem ao encontro
da ideia de Percurso Formativa do Novo Ensino Médio, onde
os eixos estruturantes são transversais.

Figura 2 - Educação Empreendedora

Fonte: Carvalho (2015)

2.3 Competências empreendedoras


Atualmente, a Comissão Europeia identificou a inovação e o
empreendedorismo como uma das oito competências-chave
necessárias para uma sociedade baseada no conhecimento.
Nesse contexto, foi construído o quadro EntreComp. Os
pesquisadores Bacigalupo et al. (2016) realizaram um estudo
onde ampliaram as competências e as vincularam ao
empreendedorismo: o EntreComp (Figura 3), atualmente, é
uma referência para às iniciativas que visam promover a
capacidade empreendedora dos cidadãos. Podemos
observar que a definição do objetivo de Educação
Empreendedora, adotado pela Comissão Europeia, não está
vinculado apenas ao ato de abrir empresas, mas, sim, como
competência, como a capacidade de um indivíduo de
transformar ideias em ação, que inclui criatividade, inovação
e assumir riscos, bem como a capacidade de planejar e gerir
projetos para atingir esses objetivos.

A tabela de síntese do EntreComp descreve as 3 áreas e


todas as 15 competências, mas desenvolve-as apenas nos 3
níveis de proficiência que se aplicam a todos os cidadãos: os
níveis Fundamental, Intermédio e Avançado. O nível
Especialista, por definição, refere-se a um nível de
especialização que está além da média e depende mais do
contexto.

Figura 3: Competências Empreendedoras - Referencial Comissão


Europeia Entrecomp
Fonte: Bacigalupo et al. (2016).

#FICAADICA: MÃOS NA MASSA


Observe o quadro de referência das Competências para o
Empreendedorismo da ENTRECOMP (Comissão Europeia) e
faça uma reflexão da sua progressão nas competências.

https://empreendedorismosocial.porvir.org/wp-content/
themes/sintropika/assets/pdf/PUB_ENTRECOMP_FINAL.pdf

Figura 4 - Progressão das proficiências

Fonte: Dias-Trindade, Moreira e Jardim (2020, documento on-line)

Então, já conseguiu olhar sua progressão nas competências? Escolha


três e desenhe um Plano de Trabalho com seus estudantes, claro,
olhando para o Mundo do trabalho.

2.4 Empreendedorismo social


O empreendedorismo como uma competência refere-se não apenas à
aquisição de atitudes, habilidades e conhecimentos, mas também
implica a capacidade de um indivíduo, a partir da competência
desenvolvida, de agir e transformar ideias em realidade, ser um
agente de transformação social. A educação para o
empreendedorismo deve, portanto, trabalhar para equipar e capacitar
o indivíduo a tomar tais ações. Da mesma forma, para a atividade
empresarial, que não está estreitamente ligada à vida econômica,
como o mundo do trabalho e do comércio, mas se estende mais
amplamente às outras áreas da atividade humana, como a sociedade,
o governo e o lar.

A educação para o empreendedorismo, por sua vez, precisa refletir


a inclusão de considerações de empreendimento social, inovação
social e criatividade mais amplamente. O empreendedorismo social
se refere a um conjunto amplo e diversificado de iniciativas
empresariais e sociais, comprometidas com a geração de impacto
social, ou seja, a superação dos desafios enfrentados pela
população socioeconomicamente vulnerável, por meios
organizacionais e de negócios inovadores. Tais empreendimentos
compõem o ecossistema de negócios de impacto, socialmente em
expansão devido à sua potencialidade e dinamismo, decorrentes
da diversidade de organizações e dos atores envolvidos, sejam
organizações da sociedade civil, sejam aqueles que visam gerar
impacto social, podendo, ou não, obter e distribuir lucros.

O conceito de empreendedor social surge na década de


1980, nos Estados Unidos, no Reino Unido e na Europa, para
designar aqueles que iniciam algo novo, indivíduos
visionários e estrategistas que implementam novos modelos
organizacionais e econômicos para resolver problemas
sociais (LIMEIRA, 2015).

SAIBA MAIS



2.5 Da ideia à ação

Carvalho 1, no prefácio do Livro de Osterwalder e Pigneur


(2011), relata que trabalhar com inovação é provocativo, pois
se por um lado nos sentimos sem orientação sobre como agir
em cenários incertos, por outro, temos à nossa frente um
quadro branco a ser preenchido. Essa declaração mostra a
importância do planejamento para os empreendedores.

Com o propósito de tornar o processo de Planejamento de


novos negócios mais interativo e dinâmico, o pesquisador
suíço Alexander Osterwalder, criou colaborativamente com
outros empreendedores e consultores o “Business Model
Canvas”, resultado da sua tese de doutorado. O Canva,
(figura 5) “Quadro de Modelo de Negócios”, criado por
Osterwalder é um quadro visual contendo nove blocos de
áreas de atuação de uma empresa/organização, que objetiva
facilitar a modelagem de novos negócios. O Quadro de
Modelo de Negócios não necessariamente é destinado para
negócios, podemos chamar “Quadro de Modelo de Projeto'' e
pode ser aplicado para projetos iniciais, dentro de
empresas, em organizações, em escolas, etc.

Figura 5 - Quadro de Modelo de Negócios

A seguir iremos descrever, brevemente cada um desses


blocos:
● Proposta de Valor
Descrever em uma frase clara, simples e direta, como o valor
ajudará a resolver os problemas encontrados? Que valor você
irá entregar para o cliente, usuário que receberá a sua
solução? Mostre o que é diferente, inovador na solução, quais
benefícios sociais e ambientais podem trazer?
● Segmentos de Clientes
Para quem estamos criando valor? Quem são os nossos
consumidores/público-alvo do Projeto? Exemplo: Alunos, pais,
comunidade, etc.
● Canais
Através de quais Canais nossos Segmentos de Clientes
querem ser contatados? Como alcançá-los? Como nossos
canais se integram? Qual funciona melhor? Quais
apresentam o melhor custo-benefício? Exemplo: Via
parceiros; web; é direto.
● Relacionamento com os clientes
Que tipo de relacionamento cada um dos nossos segmentos
de clientes espera que estabeleçamos com eles? Quais já
estabelecemos? Qual o custo de cada um? Exemplo:
comunidades; assistência pessoal; self-service.
● Fontes de Receitas
Quais valores nossos clientes estão, realmente, dispostos a
pagar? Pelo que eles pagam atualmente? Como pagam?
Podemos captar recursos para o projeto?
● Recursos Principais
Aqui você precisa colocar quais os recursos que irão ajudar a
operacionalizar o seu Projeto, ou seja, como você irá entregar
a proposta de valor, de modo que a sua ideia se torne real?
Podem ser valores físicos, intelectuais, humanos e
financeiros.
● Atividades-Chave
O componente atividades-chave como o próprio nome diz, é
“chave” fundamental para que seu projeto possa acontecer,
pois descreve as ações mais importantes.
● Parcerias Principais
Quais são os nossos principais parceiros? Quais são nossos
fornecedores? Quais são as redes que estamos envolvidos?
● Estrutura de Custos
Este componente envolve os custos mais importantes
presentes na operação e na execução do projeto, lembrando
que para minimizar custos, podemos buscar parcerias e
aproveitar materiais recicláveis e sucatas quando falamos em
projeto na escola e na comunidade.

SAIBA MAIS

FICA A DICA - PARA SABER MAIS

#PARTIU MEU CANVAS


Qual Projeto posso planejar? Aqui, você pode fazer o seu Canvas
on-line e depois de pronto pode baixar ou, também, pode baixar o
quadro em branco e fazer off-line:

Acessar Canvas on-line

Figura 6 - #PARTIU MEU CANVAS


Fonte: SEBRAE (2021, documento on-line).

UNIDADE 3 - MEDIAÇÃO E INTERVENÇÃO


SOCIOCULTURAL

Nesta unidade nosso objetivo é aprofundar conhecimentos sobre


questões que afetam a vida dos seres humanos e do planeta em
nível local, regional, nacional e global, e compreender como podem
ser utilizados em diferentes contextos e situações; ampliar
habilidades relacionadas à convivência e atuação sociocultural;
utilizar esses conhecimentos e habilidades para mediar conflitos,
promover entendimentos; e propor soluções para questões e
problemas socioculturais e ambientais identificados em suas
comunidades.

3.1 Habilidades em foco

● (EMIFFTP07) identificar e explicar normas e valores sociais


relevantes à convivência cidadã no trabalho, considerando os
seus próprios valores e crenças, suas aspirações
profissionais, avaliando o próprio comportamento frente ao
meio em que está inserido, a importância do respeito às
diferenças individuais e a preservação do meio ambiente.
● (EMIFFTP08) selecionar e mobilizar intencionalmente
conhecimentos sobre o mundo do trabalho, demonstrando
comprometimento em suas atividades pessoais e
profissionais, realizando as atividades dentro dos prazos
estabelecidos, o cumprimento de suas atribuições na equipe
de forma colaborativa, valorizando as diferenças
socioculturais e a conservação ambiental.
● (EMIFFTP09) propor e testar estratégias de mediação e
intervenção para atuar em equipes de forma colaborativa,
respeitando as diferenças individuais e socioculturais.

Fonte: Portaria MEC no. 1432 de 28/12/2018.

3.2 Intervenção sociocultural e análise de contexto

No campo social, as parcerias e as redes trazem benefícios


para as comunidades e a sociedade, como, por exemplo,
melhorias na qualidade e abrangência dos programas
implementados e eficácia na resolução de problemas sociais
(LIMEIRA, 2015). Diante desse pressuposto, é importante
considerar que os projetos pedagógicos contemplem práticas
que considerem o contexto sociocultural dos estudantes e,
como consequência, potencialize o seu engajamento para
intervenções significativas e positivas para a sociedade.

O conhecimento é uma conversação com a cultura e com a vida,


que enriquece o olhar de seres em construção [...] Aprender está
relacionado com a elaboração de uma conversação cultural, em
que se trata, sobretudo, de aprender a dar sentido, conectando-se
com as perguntas que deram origem aos problemas que
abordamos e com as questões que os sujeitos levantam sobre si
mesmos e o mundo, para poder, por fim, transferir tudo isso a
outras situações (HERNÁNDEZ; VENTURA, 2008 apud
CARBONELL, 2016, p. 202).

Ao desenvolvermos uma educação com Propósito, nessa


aprendizagem dialógica, com a cultura e com a vida, os alunos
vivenciam com os outros colegas, com as famílias e pessoas da
comunidade, de modo que o professor se situa como outro aprendiz
junto aos alunos, com novos mapas interpretativos, para entender as
distintas variáveis e dimensões dos fenômenos da vida
contemporânea, tanto no território natural, quanto no social, ou cultural
(CARBONELL, 2016).

#FICAADICA - PARA SABER MAIS

Conheça dicas do professor Paulo Cunha, professor de Ciências


da Natureza e Especialista em formação de professores e Currículo
no Ensino Médio, sobre como trabalhar o eixo estruturante
Mediação e Intervenção Sociocultural. Acesso abaixo:
Lev Vygostky (apud VAN DER VEER, 2014) atribui o
desenvolvimento do pensamento com bases de apropriação
de ferramentas como semióticas fornecidas pela cultura, isso
conduz a abordar os processos de ensino e aprendizagem
em suas dimensões sociais e culturais: o
Socioconstrutivismo. Segundo Gauthier e Tardif (2010, p.
377):

[...] o socioconstrutivismo põe no centro da sua reflexão o papel


determinante da cultura na formação do pensamento. A cultura não
exerce apenas influência sobre os nossos conhecimentos, nossos
valores, nossa representação do mundo; ela modela literalmente as
nossas maneiras de pensar, pois o desenvolvimento resulta
justamente do domínio das estruturas simbólicas que ela encarna
[...].

Diante desse contexto, a escola e a comunidade de educandos,


juntos, colaboram na formação de competências. O momento em
que se aflora a riqueza das interações socioculturais, são traços
que coadunam com características da aprendizagem de adultos.
No relatório “O poder das competências socioemocionais”, da
Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE 2015), fica
evidenciado a importância da relação entre contextos de
aprendizagens e o desenvolvimento de competências
socioemocionais. Segundo o relatório, as competências não
cognitivas, de caráter ou qualidades pessoais, são o tipo de
habilidades envolvidas na obtenção de objetivos, no trabalho em
grupo e no contrato emocional, assim manifestam-se em várias
situações do dia a dia e como as mesmas são desenvolvidas na
educação impactam na formação profissional do indivíduo,
conforme demonstrado na figura 7 - Estrutura para competências
cognitivas socioemocionais e na figura 8 - Relação entre contextos
de aprendizagens e progresso social.
Figura 7 - Estrutura para competências cognitivas socioemocionais

Fonte: OCDE (2015)

Figura 8- Relação entre contextos de aprendizagens e progresso


social.

Fonte: OCDE (2015)


O NOVO ENSINO MÉDIO pretende formar as novas gerações para
lidar com desafios pessoais, profissionais, sociais, culturais e
ambientais do presente e do futuro. Quando falamos em Formação
Técnica e Profissional é importante construir um conjunto de
atividades educativas, para que os estudantes possam aprofundar
interesses, se conhecer e se reconhecer, desenvolver as suas
competências e ampliar aprendizagens que tenham relação com
sua cultura e identidade.

#FICAADICA - PARA SABER MAIS

Conheça uma prática de um projeto, com autoria de Daniel Ramos


(professor de Ciências da Natureza, na Escola Referência em
Ensino Médio João Bezerra, em Pernambuco), sobre como
trabalhar a intervenção sociocultural. Acesso abaixo:

3.3 Trabalhando a identidade sociocultural com os


estudantes

Como descrevemos anteriormente, é importante nesse eixo


conhecer o contexto das relações socioculturais dos estudantes,
posto isso, vamos apresentar uma atividade inspirada pelo trabalho
de Costa (2006), em animações socioculturais, que foram
adaptadas pela autora.
#FICAADICA – MÃOS NA MASSA

Exercício: Painel das Descobertas das identidades socioculturais


dos meus estudantes.

Material: post it e caneta ou qualquer outro quadro interativo (pode


ser digital).

O que fazer: Converse com seus alunos sobre as temáticas aqui


levantadas, construa outras que você acha necessária para
conhecer a identidade sociocultural dos seus alunos. A sugestão a
seguir é um ponto de partida:

● necessidade de compreensão de si próprio e dos outros;


● fatores que influenciam as suas relações interpessoais: os
contextos familiares, os papéis, o conteúdo da relação e os
interlocutores;
● como vê entende o trabalho em equipe vantagens; funções de
uma equipe de base, dinâmica do grupo de trabalho; a
reunião de uma equipe; como lidam com o comportamento
dos membros da equipe; condições e problemas; regras
fundamentais; a cultura do paternalismo no trabalho em rede
e corresponsabilização dos participantes.
● fatores influenciam a identidade de cada membro do grupo;
símbolos de identificação, por exemplo, música, roupa, etc.; a
questão das semelhanças e das diferenças: gênero, grupo
social, etnias e nações.
● percebe a sua identidade pessoal e social; a interpelação e o
reconhecimento de si; imaginar como os outros os veem e
como integrar isso em suas práticas diárias.
● na sua narrativa pessoal traz significações e/ou
representações às suas experiências de vida?

Depois de refletir, considere outras perguntas, faça com eles, crie o


seu roteiro e poste aqui o roteiro final.

Obs.: Como sugestão, combine com os estudantes como você irá


deixar registrado o resultado coletivo dessa atividade. Seria
importante eles terem um olhar compartilhado e interdisciplinar da
experiência. O tempo da atividade pode variar conforme o número
de estudantes na turma.

3.4 Conhecendo o território

Para promover o empreendedorismo social, pressupõe que o


estudante conheça a realidade a qual pretende agir e para isso é
fundamental a ampliação de investigação da comunidade onde
está inserido, onde pretende atuar, buscando informações
qualitativas com informações que possam ajudar a contextualizar a
sua pesquisa e embasar o problema a ser enfrentado.

O Diagnóstico da realidade territorial passa por etapas, como:


busca de dados oficiais, fontes de pesquisa primárias
(entrevistas com agentes comunitários, moradores,
associações de bairro, etc) e fontes secundárias, como dados
de prefeituras, associações, livros, etc.

Vale se inspirar na abordagem do guia de


Empreendedorismo Social, elaborado pela British
Council e Porvir (2019), onde fornece dicas de
aproximação com territórios, conforme demonstrado
na Figura 9 - Ações para promover a aproximação
da escola com o território.

Figura 9 - Ações para promover a aproximação da escola com o


território
Fonte: British Council e Porvir (2019).

#FICAADICA – MÃOS NA MASSA

Nome do Exercício: Painel das Descobertas - Territórios.


Material: post it e caneta, ou qualquer outro quadro interativo (pode
ser digital).

O que fazer: converse com seus estudantes para que eles possam
em seus Projetos:

1. fazer o mapeamento do Território;


2. reconhecer quem são as Pessoas que atuam no Território;
3. elencar no mínimo três experiências significativas para os
estudantes no Território.

Observação

Como sugestão, combine com os estudantes como você irá deixar


registrado o resultado coletivo dessa atividade. Seria importante
eles terem um olhar compartilhado e interdisciplinar da experiência.
O tempo da atividade pode variar conforme o número de
estudantes na turma.

Territórios Expandidos

Como diz Cesar Souza (2019), precisamos ter um olhar


“Glocal”, um olhar mundial com transformação local. Quando
estamos proporcionando que os estudantes investiguem
realidades e contextos é importante abordar o cenário
Mundial, nossos alunos precisam ter uma consciência cidadã.
Em setembro de 2015, a Organização das Nações Unidas
(ONU) propôs que aos seus 193 países membros que
assinassem a Agenda 2030 - um plano global composto por
17 objetivos, voltados para a sustentabilidade, denominados
de Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS),
conforme mostra a Figura 10. A agenda 2030 é universal,
abrangente e precisamos ampliar a conscientização da
mesma, para colocar na pauta dos projetos dos estudantes e
engajá-los, de modo que considerem a implementação de
ações e Projetos que contemplem atender esses desafios.

Assim como a agenda 2030 da (ONU), nós temos outros


desafios globais e locais nos quais os alunos podem trabalhar
no seu território. Para isso, existem sites e indicadores
mundiais que podem ajudar, como por exemplo:

PNUD - Brasil - O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é uma


medida resumida do progresso a longo prazo, em três dimensões
básicas do desenvolvimento humano: renda, educação e saúde.
Acesse em:

https://www.br.undp.org/content/brazil/pt/home.html

ODS - Observatório de Desenvolvimento Sustentável Europeu -


Sua principal missão consiste em promover a sustentabilidade na
UE, desenvolvendo a prosperidade econômica, a inclusão social e
a responsabilidade. Acesse em:

https://www.eesc.europa.eu/pt/sections-other-bodies/
observatories/sustainable-development-observatory

CEPAL - Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe


das Nações Unidas: O Desenvolvimento Sustentável do Brasil e a
sua Integração. Acesse em:
#FICAADICA - PARA SABER MAISDICA

Conheça mais sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.


Acesse em:

https://brasil.un.org/pt-br/sdgs

3.5 E lá vamos nós… Que tal entender sobre


equipes?

Prezado docente,

Um dos pontos mais nevrálgicos da intervenção sociocultural


tem relação com conseguir colocar os educandos a atuar em
equipe. Times dão apoio emocional, portanto, vamos
começar entendendo três pontos:

1) o que são equipes;

2) diferenças entre times e grupos e

3) o que significa segurança psicológica em times.

Sejam bem-vindos!

Entendendo o conceito e suas aplicações

Quem somos nós em relação aos grupos?

Somos seres humanos e, como tais, gregários por natureza,


somente existimos e/ou subsistimos pelos relacionamentos
que estabelecemos. Observe que um bebê sem cuidado
morre. Uma pessoa sem relacionamentos afetivos saudáveis
adoece com mais frequência.

#FICAADICA - PARA SABER MAIS

Do que é feita a felicidade? Qual o impacto em nossas vidas dos


relacionamentos saudáveis? Assista:
Comecemos pela base, entendendo o que é cultura.

Vem de cultivo - Da ideia de preparar e melhorar a terra,


buscando um padrão de melhoria.

Também é usada para se referir ao refinamento. Ex.: Fulana


é culta...

Assim, vamos entender cultura como a forma como uma


sociedade se comporta e espera que você se comporte.
Esse conceito é repleto de significados compartilhados, por
isso dizemos que alguém é educado ou não, ou tem finesse,
mas apenas se eu reconhecer o significado compartilhado
daquilo, ainda que eu não o compreenda. Assim, podemos
reconhecer que degustar um vinho é um ato educado e
elegante, ainda que não se compreenda os meandres disto.

Veja outro exemplo, as questões de etiqueta


(experimente apontar para alguém, ou ficar olhando
fixamente para um colega). Tanto no Ocidente,
quanto no Oriente, percebe-se que isso não é
delicado da nossa parte em relação ao outro, ou
seja, toda etiqueta está baseada em regras e no
significado compartilhado que aquela regra possui.

Seu questionamento é oportuno: se o assunto trata de grupos e


equipes, qual a relação da cultura com isso?

É muito oportuno entender que grupos e equipes menores


costumam reproduzir o comportamento de grupos maiores
(no sentido socioeconômico-político e, inclusive, a dinâmica
psicológica dos grandes grupos). Desta forma, importa
entender que há uma tendência em reproduzir os
comportamentos observados ou aprendidos e extraídos do
contexto onde fomos criados/educados.

#FICAADICA - PARA SABER MAIS

● “Como podemos medir o que faz um sistema escolar


funcionar?”, Andreas Schleicher nos mostra o teste PISA -
uma medida global que classifica os países uns contra os
outros - do qual usa os mesmos dados para ajudar as escolas
a melhorarem. Observe para descobrir onde seu país se
destaca e aprenda o único fator que faz com que alguns
sistemas superem outros. Acesse em:
● A linguagem corporal afeta a forma como os outros nos veem,
mas também pode mudar a forma como nos vemos. A
psicóloga social, Amy Cuddy, argumenta que "pose de poder"
- manter uma postura de confiança, mesmo quando não nos
sentimos confiantes - pode aumentar os sentimentos de
confiança e pode ter um impacto em nossas chances de
sucesso. Acesse em:

Sim, influenciamos nosso meio, assim como somos


influenciados por ele.

Partimos do contexto, apesar das discrepâncias do nosso


país, acreditando firmemente na educação e no papel do
docente em fazer diferença na vida de cada pessoa a ele
confiada, apesar da realidade onde estamos inseridos.

Refletido até aqui, vamos entender o conceito de


grupos e equipes usando não apenas o dicionário,
mas ampliando com outras áreas do conhecimento
como a psicológica e a psicanálise, ok?

Iniciando pelo amigo dicionário, um aliado quando o assunto


são conceitos, que diferencia os termos da seguinte maneira:

Significado de Grupo 2
Substantivo masculino

Conjunto de pessoas ou de objetos reunidos num mesmo


lugar, que formam um todo. Conjunto de pessoas que
apresentam o mesmo comportamento e a mesma atitude, e
com um objetivo comum que condiciona a coesão de seus
membros: um grupo político; um grupo de trabalho; psicologia
de grupo.

Um conjunto de pessoas constitui um grupo, um conjunto de


grupos constitui uma comunidade e um conjunto interativo de
comunidades configura uma sociedade. Desde o núcleo
familiar (pais, avós irmãos), depois creches, escolas,
esportes, estabelecemos vínculos, que vão se ampliando na
vida adulta, e constituindo novos núcleos;

A essência de todo e qualquer indivíduo consiste no fato de ele ser


portador de um conjunto de sistemas: desejos, identificações,
valores, capacidades, mecanismos defensivos, necessidades
básicas [dependência (de ser reconhecido pelos outros – o
sentimento de indiferença por alguém)], ou seja, sistemas bio-
psico-afetivos-emocionais-sociais. Mundo interior e exterior são
uma continuidade um do outro, assim como o social e o individual
não existem separadamente, eles se diluem, se interpenetram e se
confundem. Por isto, podemos afirmar que todo indivíduo é um
grupo (na medida que seu interior é grupo de personagens
introjetados de pais, irmãos, avós, que convivem e interagem)
(ZIMERMAN et al., 2004). Da mesma forma, aplicando o conceito,
todo grupo pode se comportar como uma individualidade (no
sentido que um grupo forma, ou adquire uma personalidade, uma
identidade coletiva e comportamentos conscientes e
inconscientes);
Já sabemos que grupos menores tendem a reproduzir
comportamentos sociais dos grandes grupos (no sentido
sócio-econômico-político e inclusive a dinâmica psicológica
dos grandes grupos). Desta forma, entender o contexto onde
se está inserido, pode ser um bom ponto de partida para
compreender modelos de comportamento, tanto dos grupos
quanto dos seus membros.

Significado de trabalho em equipe 3

Substantivo masculino

Trabalho realizado por um grupo de pessoas que prioriza o


esforço coletivo na realização de uma tarefa, na resolução de um
problema; cada indivíduo desempenha um papel importante,
mas o esforço coletivo deve ser priorizado em oposição ao
individual: o meio para se chegar ao melhor resultado na busca
de qualidade máxima é o trabalho em equipe.
Ainda que ambos sejam substantivos masculinos, há uma
boa diferença entres esses conceitos, principalmente quanto
aos resultados.

Observe que equipes de trabalho geram uma


sinergia positiva por meio de um esforço
coordenado.

Podem ser de diversos tipos (ROBBINS, 2002):

● Solucionadoras de problemas: compostas por 5 a 12 pessoas


que se reúnem algumas horas por semana para discutir
formas de melhorar a qualidade, a eficiência e o ambiente de
trabalho/estudo;
● Autogerenciadas: entre 10 e 12 pessoas que dispõem de
grande autonomia para tomar decisões, planejar, organizar e
avaliar as suas ações e dos demais;
● Funcionalidade cruzada ou multifuncionais: em nível
organizacional, pode ser a escola, colaboradores do mesmo
nível hierárquico, mas de diferentes setores, que se reúnem
para cumprir uma tarefa;
● Equipes virtuais: equipes que usam a tecnologia da
informática para reunir os seus membros dispersos, com o
intuito de atingir objetivos comuns.

Como criar equipes

Tendo definido o tipo de equipe, é hora de ficar atento à


alguns detalhes que farão toda a diferença:

1) PROJETO DE TRABALHO: estabeleça o projeto, o ideal,


objetivo, proposta e responsabilidade comuns.

2) COMPOSIÇÃO, ajuda pensar em:

● Tamanho: tendem a ser pequenas (no mínimo 5 e no


máximo 10 a 12 integrantes), pois isso aumenta a
capacidade de coesão, de integração e de aquisição de
responsabilidades;
● Pense nas habilidades/capacidades dos membros:
pessoas com habilidades técnicas, com habilidades
para solucionar problemas, tomar decisões e pessoas
com habilidades interpessoais;
● Personalidade: alguns traços favorecem a integração e
desempenho do grupo (por exemplo: extroversão,
estabilidade emocional, capacidade de relacionamento,
etc.);
● Alocação de papéis e promoção da diversidade: verificar
as habilidades, aptidões, preferências e características
de personalidade para combinar com os papéis a serem
desempenhados; o que gera maior satisfação,
integração e resultado. Papeis-chave em equipes:
conector, criador, promotor, assessor, organizador,
produtor, controlador, mantenedor e conselheiro;
● Flexibilidade dos membros: capacidade de
adaptabilidade e complementaridade dos membros;
● Preferência dos membros: algumas pessoas preferem
trabalhar sozinhas ao invés de em equipe.

3) CONTEXTO - considere:

● Recursos adequados: informação, tecnologia, pessoal e


assistência administrativa;
● Liderança e estrutura, definição e concordância dos
papeis assumidos por cada um (quem faz o quê). Pode
ser feita pela liderança, ou coordenação, ou por alguém
que assuma o papel na equipe;
● Sistema de avaliação de desempenho e de
recompensas: nesses casos, o sistema de recompensa
deve envolver a equipe (cooperação), além do
indivíduo, para reforçar o trabalho em equipe.

4) PROCESSO: pense também em:


● Propósito e objetivo comum: visão comum que dá
direção e guia todos os membros da equipe;
● Metas específicas: forma mensurável e realista de
planejar e atingir os objetivos;
● Eficiência da equipe: grau de confiança em seu
sucesso, na sua capacidade;
● Níveis de conflito: conflito nos níveis de tarefa são bem
vistos, os conflitos de relacionamento não;
● Folga social e responsabilidade: equipes de alto
desempenho evitam/impedem que indivíduos se
escondam dentro de grupos, sendo que todos são
igualmente responsáveis pelo resultado;
● Confiança mútua: precisa ser desenvolvida nas equipes.

#FICAADICA: PARA SABER MAIS

Separamos um livro super didático que aprofunda todos os temas


aqui expostos e ainda acrescenta um capítulo inteiro sobre
liderança. Acesse em:

https://www.uaberta.unisul.br/repositorio/recurso/14690/pdf/
lideranca_e_desenvolvimento_de_equipes.pdf
Competência interpessoal (MOSCOVICI, 2018)

Em outros módulos já falamos sobre habilidade, atitudes e


competências, incluindo as duráveis ou soft skills.

Para atuar em equipe, precisamos entender que a


interação humana ocorre sob a forma de
comportamentos manifestos e não manifestos,
verbais e não verbais, pensamentos, reações
mentais e/ ou físico corporais.

A famosa “primeira impressão” é o impacto que cada um causa no


outro. Está condicionada à um conjunto de fatores psicológicos, de
experiências anteriores de cada pessoa; quando for positiva há
uma tendência a estabelecer relações de simpatia, vincularidade e
aproximação que facilitarão o relacionamento interpessoal e as
atividades em comum; quando for negativa, mesmo que de um
lado só, o relacionamento tende a ser difícil. É necessário sempre
rever as primeiras impressões, pois podemos “cristalizar” uma ideia
sobre o outro que, não necessariamente, corresponde à verdade.

#FICAADICA: MÃOS NA MASSA


Este módulo tem relação com o mundo do trabalho. Considerando
que as instituições (empresas em geral) investem no
desenvolvimento de seus colaboradores (pessoas), é natural olhar
como elas desenvolvem seu corpo funcional e gerencial. Vejamos
um exemplo:

Stephen Covey foi professor de liderança por mais de duas décadas.


Fundou o Covey Leadership Center, que mais tarde se tornaria a
Franklin Covey Company. Formou-se em administração de empresas
na Universidade de Utah, fez o mestrado em Harvard e o doutorado na
Brigham Young University. Além disso, recebeu 12 títulos de doutor
honoris causa.
Escreveu vários livros de grande sucesso, entre os quais o
best-seller internacional Os 7 hábitos das pessoas altamente
eficazes, escolhido pelos leitores da revista Chief Executive
como o livro mais influente do século XX. Faleceu em 2012.

A consultoria Franklincovey, que leva seu nome, especializada em


aprimorar desempenhos, traz cinco exercícios para ajudar o
desenvolvimento de equipes, aumento da confiança e solução de
problemas de forma criativa. Vamos conhecê-los?

Exercícios vivenciais para trabalhar com sua


turma (FRANKLINCOVEY, 2021)

1. Ilha do tesouro

Essa dinâmica é útil para aumentar a motivação da equipe e


estimular o trabalho em grupo, ao mesmo tempo em que se
oferece um momento de descontração para o time. Para aplicá-la,
é preciso providenciar uma recompensa — como uma caixa de
bombons ou doces — e algumas folhas de jornal.

Os participantes devem formar duplas entre si e, cada uma delas,


deve se posicionar sobre uma folha de jornal, dispostas lado a lado
em uma das extremidades da sala. Na outra extremidade, deve
estar o “tesouro”, que se trata de uma outra folha de jornal sobre a
qual é colocada a recompensa.
O objetivo da dinâmica é que as duplas se movam até o outro lado
da sala e cheguem ao tesouro, mas sem colocar os pés fora da
folha de jornal e sem rasgá-la. Para isso, eles devem descobrir que
a melhor maneira de enfrentar o desafio é convidando outra dupla
para formar um grupo — assim, eles podem alternar as folhas de
jornal e seguir passo a passo até a recompensa. No final, basta
dividir o prêmio entre todos os vencedores!

2. Técnica 6.3.5

Essa dinâmica — também conhecida como Brainwriting — foi


criada pelo alemão Bernd Rohrbach e funciona como um
brainstorming, ao estimular a geração de ideias criativas e
inovadoras. Ela consiste em encontrar ideias para solucionar um
problema, ou atingir um objetivo selecionado pelo grupo, ou pelo
supervisor da dinâmica.

Os números presentes no nome da técnica — 6.3.5 — têm o


seguinte significado:

● 6: refere-se ao número de membros que participam da


dinâmica;
● 3: relaciona-se com o número de ideias sugeridas por cada
membro;
● 5: refere-se ao tempo que cada membro tem para escrever
suas ideias — o que significa que, ao fim de 6 sessões, em
apenas 30 minutos, são geradas 108 novas ideias!

As ideias podem ser escritas, desenhadas ou esquematizadas em


um formulário previamente preparado, e, após cada rodada de 5
minutos, o papel deve ser passado para o colaborador ao lado.
Assim, na próxima rodada, os colaboradores podem se inspirar nas
ideias dos colegas para desenvolverem novas.

O mais interessante dessa técnica é que, quanto mais ela é


aplicada, maior torna-se a capacidade de resolução de problemas
e criatividade dos colaboradores, o que propicia o surgimento de
ideias cada vez melhores.

3. Verdade ou mentira

Nessa dinâmica de grupo, os membros da equipe podem se


conhecer melhor, além de aproveitar o momento para socializarem
e se divertirem. Sua execução requer apenas papel e caneta, e as
regras são bastante simples.

Cada participante deve escrever no papel três afirmações sobre si


mesmo, sendo que uma ou duas devem ser verdadeiras e, pelo
menos, uma delas deve ser falsa. Depois, cada pessoa lê suas
afirmações e os outros membros do time tentam descobrir se a
afirmação é verdadeira ou falsa. Para aumentar a motivação, pode-
se oferecer um prêmio para quem acertar mais palpites.

4. Verdade ou mentira

Essa dinâmica também utiliza apenas papel e caneta. Os


participantes escrevem duas características e duas manias suas,
sem colocar seu nome. Depois, os papeis são embaralhados e
distribuídos novamente aos membros. Ninguém pode pegar seu
próprio papel.

Em seguida, cada um deve interpretar, por meio de mímicas, as


características e manias escritas no papel que recebeu e os outros
participantes tentam descobrir quais são elas. Após a descoberta,
os membros podem tentar adivinhar quem é o dono das
características, a pessoa deve se manifestar e explicar o motivo de
ter escolhido tais adjetivos sobre si — o que promove um maior
conhecimento entre a equipe.

5. Cubos solidários
Nessa dinâmica de grupo, são trabalhados a colaboração entre os
membros da equipe e o reconhecimento das habilidades
individuais. Ela consiste em formar pequenos grupos para construir
cubos por meio de materiais, como cartolina, cola, tesoura, lápis e
régua.

Os grupos têm uma hora para construir 15 cubos e a qualidade do


trabalho também é avaliada, o que exige que os membros se
organizem para que cada um execute aquelas tarefas que sabe
fazer com mais eficiência. Ao final da dinâmica, os membros
podem discutir o papel que cada um desempenhou na construção
e como suas habilidades pessoais ajudaram a atingir o objetivo
final.

Por fim, é importante ressaltar que, para que qualquer dinâmica de


grupo tenha o efeito desejado e realmente contribua para a
melhoria da performance da equipe, é preciso que o gestor tenha
atenção ao processo. Ele precisa avaliar constantemente se o
trabalho realizado nas dinâmicas está sendo colocado em prática
nas atividades do dia a dia e melhorando a convivência do grupo.

Profissionais competentes individualmente podem render


muito abaixo de sua capacidade por influência do grupo. A
maneira como as diferenças individuais são tratadas
determina a modalidade de relacionamento entre os
membros do grupo: se há respeito pela opinião do outro, se a
ideia é ouvida ou discutida. Se as diferenças são tratadas e
esclarecidas cria-se uma boa comunicação e uma boa
produtividade; se as diferenças são suprimidas, a
comunicação torna-se falha e não há possibilidades do
desenvolvimento de uma equipe. As pessoas não falam o
que gostariam de falar, nem ouvem as outras, só captam o
que reforça os sentimentos negativos que nutrem contra
aquela pessoa;
Competência interpessoal é a capacidade de lidar,
eficazmente, com relações interpessoais, de lidar com outras
pessoas de forma adequada às necessidades de cada um e
de cada situação. Possui dois componentes:

a) percepção acurada e;

b) habilidade, entendida como flexibilidade, amplitude de


visão, empatia, etc.

Não acabamos aqui, não... Falaremos sobre como evitar conflitos!

Criando Segurança psicológica, mais que um conceito, uma prática


fundamental para um time funcionar. Podemos conceituar assim:
“Um clima de equipe caracterizado por confiança interpessoal e
respeito mútuo, no qual as pessoas se sentem à vontade em
serem elas mesmas”. Amy C. Edmondson, professora na Harvard
Business School (Professor of Leadership and Management), é
uma especialista no tema de segurança psicológica.

Será que seu espaço de trabalho tem segurança psicológica?


Como aplicar isso junto aos educandos? Que tal saber mais sobre
isso?

Veja o material preparado pelo Instituto Dy Crescere


Personas, com base em Edmondson e Lei (2014),
Edmondson (1999) e Goman (2011).

Como nutrir Segurança Psicológica nos seus


times

● Demonstre engajamento!
● Estar presente e focar na conversa (ex.: fechar seu
notebook durante os encontros);
● Faça perguntas com a intenção de aprendizado dos
seus colegas de time;
● Ofereça inputs, seja interativo e mostre que você está
escutando;
● Responda verbalmente para mostrar engajamento ("Isto
faz sentido. Me fale mais.");
● Seja consciente de sua linguagem corporal; assegure-
se de olhar ou se inclinar na direção de quem fala;
● Faça contato visual para mostrar conexão e escuta
ativa.
● Mostre Compreensão!
● Recapitule o que está sendo dito para confirmar
compreensão/alinhamento mútuo (ex.: "O que eu escuto
você dizer é..."); então, reconheça áreas de
concordância, discordância e esteja aberto para
questões dentro do grupo;
● Valide comentários verbalmente ("Eu compreendo." "Eu
escuto o que você está dizendo.");
● Evite colocar culpa ("Por que você fez isso?") e focar na
solução ("Como nós podemos trabalhar na direção de
assegurar que isto vá suavemente na próxima vez?", "O
que nós podemos fazer juntos para ter o plano de jogo
da próxima vez?");
● Pense sobre suas expressões faciais - elas são sem
intencionalidade negativas (uma careta ou carranca)?
Acene sua cabeça para demonstrar compreensão
durante conversas/encontros.
● Seja inclusivo no contexto interpessoal!
● Compartilhe informação sobre seu estilo de trabalho
pessoal e preferências, encoraje os colegas de time a
fazerem o mesmo;
● Esteja disponível e acessível aos colegas de time (ex.:
tenha tempo para conversas individuais, sessões de
feedback e coaching de desempenho);
● Comunique claramente o propósito de encontros
agendados fora do normal com indivíduos e time;
● Expresse gratidão por contribuições do time;
● Entre, caso os membros do time falem negativamente
sobre um outro membro;
● Tenha uma postura corporal aberta (ex.: olhe todos os
membros do time, não volte suas costas para parte do
grupo);
● Construa rapport (ex.: fale com os colegas de time
sobre suas vidas).
● Seja inclusivo na tomada de decisão!
● Solicite inputs, opiniões e feedback de seus colegas;
● Não interrompa ou permita interrupções (entre quando
alguém é interrompido e assegure que a ideia seja
ouvida);
● Explique a razão por trás de suas decisões (ao vivo ou
por email, caminhe com o time sobre como você chegou
nesta decisão);
● Reconheça inputs de outros (ex.: destaque quando
membros do time fizeram contribuições para um
sucesso ou decisão).
● Mostre confiança e convicção sem parecer inflexível!
● Gerencie a discussão do time (ex.: não permita
conversas paralelas nos encontros do time, assegure
que conflitos não sejam pessoais);
● Use uma voz que seja clara e audível no contexto do
time;
● Apoie e represente o time (ex.: compartilhe o trabalho
do time com a liderança sênior, dê créditos aos colegas
de time);
● Convide o time para desafiar sua perspectiva e vice-
versa;
● Modele vulnerabilidade: compartilhe sua perspectiva
pessoal sobre o trabalho e sobre falhar com seus
colegas de time;
● Encoraje os colegas de time a assumirem riscos e
demonstrarem tomada de risco no seu próprio trabalho.

#FICAADICA - PARA SABER MAIS

● Olha que legal o material que esta startup em educação


preparou para explicar o assunto: https://www.blend-
edu.com/porque-voce-deve-cuidar-da-seguranca-psicologica-
do-seu-time-especialmente-nesse-momento/
● Curtiu? Olha esse outro TED, que amplia o entendimento
falado sobre Liderança, segurança psicológica e crises.
Acesse em:

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