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De pequenino se torce o pepino


 INÍCIO
 GRAVIDEZ
 PARTO
 AMAMENTAÇÃO
 PARENTALIDADE

Intervenção precoce na
infância: o que é, objetivos e
eficácia
1 de Maio, 2023

Índice:
1. O que é a intervenção precoce na infância?
2. A quem se destina a intervenção precoce?
3. Onde é feita a intervenção precoce na infância?
4. Porquê intervir precocemente na infância?
5. A intervenção precoce é eficaz?
6. A intervenção precoce na legislação portuguesa
7. Como funciona a intervenção precoce em Portugal?
8. Como sei se o meu filho pode beneficiar?
A intervenção precoce na infância consiste numa intervenção
realizada atempadamente, nos primeiros anos de vida da criança.
Esta é uma intervenção fulcral e que pode prevenir o
desenvolvimento ou agravamento de determinados problemas do
desenvolvimento infantil.

Neste artigo explicaremos em maior detalhe em que consiste a


intervenção precoce na infância, a quem se destina, quais as
suas aplicações, como funciona e qual a sua eficácia. Boa leitura!

O que é a intervenção precoce na infância?


A intervenção precoce consiste na prestação de serviços
educativos, terapêuticos e sociais, a crianças e às suas famílias,
com o objetivo de minimizar efeitos negativos durante o seu
desenvolvimento. Os programas de intervenção precoce
destinam-se a todas as crianças, desde o nascimento até à idade
escolar, que estejam em risco de atraso do desenvolvimento,
manifestem deficiência ou necessidades educativas especiais.

Pode também ser definida por experiências e oportunidades


proporcionadas à criança com incapacidade pelos seus pais e
outros prestadores de cuidados primários com o objetivo de
promover a aquisição e uso pela criança de competências
comportamentais para estabelecer e desenvolver as suas ações
pró-sociais com pessoas e objetivos. Assim, é uma intervenção
que inclui o trabalho centrado na família, os contextos e rotinas
naturais da família e da criança, a funcionalidade e
transdisciplinaridade.

A intervenção propriamente dita é realizada pelos cuidadores


naturais da criança (pais) e ocorre nas atividades diárias, não em
momentos criados para o efeito. Por isso, os profissionais
trabalham com as famílias para as ajudar a promover as
competências da criança.

Os principais objetivos da intervenção precoce são:

 Apoiar as famílias para atingirem os seus próprios


objetivos;
 Promover o envolvimento, a autonomia e a mestria da
criança;
 Promover o desenvolvimento em domínios-chave;
 Construir e apoiar as competências sociais da criança;
 Promover a utilização generalizada de competências;
 Proporcionar e preparar experiências de vida
normalizadas para as crianças e famílias;
 Prevenir a emergência de futuros problemas ou
incapacidades.
A quem se destina a intervenção precoce?
A intervenção precoce destina-se a qualquer criança entre os 0 e
os 6 anos que necessite de apoio especializado para:

 Assegurar e incrementar o seu desenvolvimento


pessoal;
 Fornecer as autocompetências da família;
 Promover a sua inclusão social.
O alvo dos serviços de intervenção precoce inclui, para além das
crianças dos 0 aos 6 anos com problemas estabelecidos no seu
neurodesenvolvimento também crianças de alto risco, biológico
ou ambiental.

Alguns exemplos de problemáticas que são indicadas para a


intervenção precoce:

 Perturbações do espectro do autismo;


 Deficiência mental;
 Problemas motores;
 Problemas de comunicação e linguagem;
 Cegueira ou visão parcial ou reduzida;
 Surdez;
 Multideficiência;
 Outros problemas de saúde que justifiquem.
Onde é feita a intervenção precoce na
infância?
A intervenção precoce consiste nas experiências e oportunidades
do dia-a-dia proporcionadas aos bebés e crianças até ao pré-
escolar pelos seus pais e outros prestadores de cuidados, no
contexto das atividades de aprendizagem que ocorrem
naturalmente na vida das crianças.

Assim, a intervenção precoce decorre nos contextos de vida da


criança, quer seja em casa através de visitas domiciliárias quer
seja no contexto escolar (creche, pré-escolar). Os profissionais
deslocam-se a estes locais coordenando-se com os pais e
educadores.

Para escolha do contexto de intervenção são considerados vários


fatores: tipo e gravidade dos problemas ou fatores de risco,
recursos existentes e disponibilidade da família, entre outros. O
domicílio, o infantário, a ama, o centro de saúde ou qualquer
outro local na comunidade podem ser adequados, desde que
sejam contextos naturais.

Porquê intervir precocemente na infância?


Existem algumas razões fundamentais que justificam a
importância de uma intervenção precoce. Por um lado, quanto
mais cedo se iniciar a intervenção, maior é o potencial de
desenvolvimento de cada criança. Em segundo lugar, é
importante intervir precocemente para proporcionar apoio e
assistência à família nos momentos mais críticos. Por fim, a
intervenção precoce permite maximizar os benefícios sociais da
criança e da sua família.

É importante referir que os primeiros anos de vida oferecem uma


oportunidade única para a promoção do desenvolvimento infantil,
sendo que as sinapses cerebrais desenvolvem-se em grande
parte até aos 3 anos de idade. Os primeiros três anos de vida de
uma criança constituem um período de sensibilidade excecional
às influências ambientais, designado como período crítico ou
sensível, que representa uma verdadeira janela de oportunidade
para aprender e assume um papel determinante na modelagem
da estrutura e função do cérebro. Assim, os programas de
intervenção precoce na infância pretendem responder às
necessidades individuais, respeitando a diversidade, beneficiando
assim todas as crianças, tendo em vista uma sociedade inclusiva.
Nos primeiros anos de vida as experiências proporcionadas à
criança são um pilar fundamental para a sua vida, uma vez que
todo o seu desenvolvimento, quer físico, emocional, social,
cognitivo e de linguagem, influenciam significativamente a saúde,
a aprendizagem, o sucesso escolar e a participação ativa
enquanto membros de uma sociedade, contribuindo assim para o
desenvolvimento harmonioso.

A intervenção precoce é eficaz?


A investigação nesta área tem demonstrado que a intervenção
precoce na infância proporciona ganhos, ao nível do
desenvolvimento e educação das crianças que dela beneficiam,
melhora o nível de funcionamento da família e produz benefícios
económicos e sociais a longo prazo. A intervenção precoce
demonstra resultados positivos nas crianças que dela beneficiam
porque quando estas crianças crescem necessitam menos de
educação especial.

Diversos estudos demonstram ainda que quanto mais cedo se


iniciar a intervenção, maior a sua eficácia. Quando a intervenção
é iniciada logo após o nascimento ou pouco tempo após ser feito
o diagnóstico de deficiência ou de alto risco, os ganhos ao nível
do desenvolvimento são maiores e a probabilidade de se
manifestarem outros problemas é menor.

Os estudos científicos demonstram que, com uma intervenção


precoce de qualidade, é possível aumentar as probabilidades de
se conseguirem resultados positivos em termos do
desenvolvimento futuro. Os programas com maior impacto são
aqueles que potenciam as competências dos pais e cuidadores
como mediadores na promoção do desenvolvimento da criança
através de uma intervenção que visa otimizar a interação pais-
criança e a ligação emocional entre eles. Programas bem
desenhados, com objetivos claramente definidos tendem a ter
resultados positivos a nível da mudança dos comportamentos dos
pais e da melhoria da interação pais-criança.

Com programas preventivos de qualidade, evita-se um grande


número de intervenções posteriores, mais complexas e
dispendiosas.
A intervenção precoce na legislação
portuguesa
De acordo com o presente na legislação portuguesa, a
intervenção precoce na infância consiste no “conjunto de medidas
de apoio integrado centrado na criança e na família, incluindo
ações de natureza preventiva e reabilitativa, designadamente no
âmbito da educação, da saúde e da ação social”. Entre outros,
tem como objetivos:

 Assegurar condições facilitadoras do desenvolvimento


da criança com deficiência ou em risco de atraso
grave de desenvolvimento;
 Potenciar a melhoria das interações familiares;
 Reforçar as competências familiares como suporte da
sua progressiva capacitação e autonomia face à
problemática da deficiência.
Entre os principais diplomas legais deste âmbito podemos citar os
seguintes:

 Decreto-Lei n.º 281/2009 – cria o Sistema Nacional de


intervenção Precoce na Infância (SNIPI),
implementado através da atuação coordenada dos
Ministérios da Solidariedade, Emprego e Segurança
Social, da Saúde e da Educação e da Ciência,
abrangendo crianças entre os 0 e os 6 anos que
apresentem alterações nas funções ou estruturas do
corpo que limitam a participação nas atividades típicas
para a respetiva idade e contexto social ou com risco
de atraso grave do desenvolvimento, bem como as
suas famílias, independentemente do contexto
educativo informal ou formal em que estão inseridas
ou que frequentem.
 Decreto-Lei n.º 3/2008 – define os apoios
especializados a prestar na educação pré-escolar e
nos ensinos básicos e secundários, nos setores
público, particular e cooperativo. O seu objetivo é a
criação de condições para a adequação do processo
educativo às necessidades educativas especiais das
crianças e jovens que apresentem limitações
significativas ao nível da atividade e da participação,
decorrentes de alterações funcionais e estruturais
permanentes, que resultem em dificuldades
continuadas ao nível da comunicação, aprendizagem,
da mobilidade, da autonomia, do relacionamento
interpessoal e da participação social;
 Decreto-Lei n.º 54/2018 – mediante este decreto-lei o
termo “Necessidades Educativas Especiais” deixa de
ter aplicabilidade, assumindo que todas as crianças
têm necessidades educativas diferentes, não sendo
preciso categorizar para intervir. Este decreto-lei
define que quando as crianças necessitam de
medidas adicionais deverá ser elaborado um Plano
Educativo Individual. O Plano Educativo Individual e o
Plano Individual de Intervenção Precoce devem ser
complementares, ou seja, existe uma preocupação
para com a intervenção, salientando a importância
desta, e conferindo a continuidade de documentos de
apoio à aprendizagem, ou seja, o Plano Educativa
Individual e o Plano Individual de Intervenção Precoce.
Como funciona a intervenção precoce em
Portugal?
Em Portugal e intervenção precoce na infância é realizada pelas
equipas locais de intervenção (ELI) que têm como funções, além
de identificar as crianças imediatamente elegíveis e assegurar a
vigilância e encaminhamento das que não são imediatamente
elegíveis:

 Elaborar e executar o Plano Individual de Intervenção


Precoce (PIIP);
 Identificar necessidades e recursos das comunidades
da sua área de intervenção e dinamizar redes de
apoio social, formais e informais;
 Articular com as diferentes entidades com atividade na
área da proteção da infância;
 Assegurar processos de transição adequados para
outros programas, serviços ou contextos educativos;
 Articular com os docentes das creches e jardins de
infância em que se encontrem incluídas as crianças
apoiadas pela intervenção precoce.
O Plano Individual de Intervenção Precoce é elaborado com base
na avaliação da criança no seu contexto familiar, identificando os
recursos e necessidades da criança e da família e definindo as
medidas e ações a desenvolver, identificando os apoios a prestar,
incluindo a elaboração de processos de transição ou de
complementaridade entre serviços e instituições. Assim, na
elaboração do PIIP, sempre que a criança esteja integrada em
creche ou jardim de infância, é fundamental a colaboração entre
os profissionais de intervenção precoce e os educadores dos
contextos de inclusão.

O processo de intervenção precoce realiza-se mediante


diferentes fases e tarefas, as quais apresentaremos de seguida.

1. Referenciação
A deteção, sinalização e acionamento do processo de
intervenção precoce compete ao Ministério da Saúde. No
entanto, qualquer indivíduo ou entidade pode referenciar uma
criança para a intervenção precoce através da ELI (Equipa Local
de Intervenção) da sua área de residência. A ELI deve dar-se a
conhecer na comunidade onde se encontra inserida através de
ações de sensibilização / informação, nomeadamente em creches
e jardins de infância, panfletos e página web onde poderão
constar, entre outros, a Ficha de Referenciação.

Se um educador considerar que uma criança pode beneficiar de


intervenção precoce deve: documentar as suas dúvidas, partilhar
essas dúvidas com a família da criança e perceber a sua visão,
em conjunto com a autorização da família preencher a Ficha de
Referenciação da Criança, encontrar a ELI a que pertence a zona
e encorajar a família a entregar a Ficha de Referenciação na ELI,
ou entregá-la, com conhecimento da família.

2. Avaliação
A intervenção precoce inicia-se sempre com um processo de
avaliação. A avaliação realizada deve ser funcional e autêntica.
Inclui um conjunto de procedimentos de avaliação que captam
competências da vida real, nos contextos diários e que
documentam até pequenas melhorias em competências
desenvolvimentais. Esta avaliação deve ser baseada em três
dimensões principais:

 Autenticidade, focando as expressões naturais das


competências funcionais da criança nos contextos de
vida, registadas através das observações naturais
contínuas de pais, educadores e outros cuidadores;
 Utilidade, privilegiando a identificação das
competências individuais da criança de forma a poder
planear e avaliar a eficácia das estratégias de
intervenção;
 Universalidade, com base na aplicabilidade a todas as
crianças, independentemente das suas limitações
funcionais.
3. Consultoria colaborativa
Os educadores de creches e jardins de infância e os assistentes
operacionais são elementos essenciais na intervenção precoce
quando a criança se encontra incluída nestes contextos.
Tipicamente, na intervenção precoce um ou vários profissionais
trabalham diretamente com a criança, retirando-a ou não da sala
de aula ou da sala de atividades. Contudo, as aprendizagens e o
desenvolvimento das crianças acontecem quando estão a
participar nas atividades e rotinas quotidianas, com os adultos
significativos e com os pares, e não em sessões compactadas.

Por outro lado, quando uma criança, que apresenta diferenças


entre o comportamento esperado para a sua idade e as suas
competências, está incluída numa sala de educação regular, as
suas necessidades ao nível do envolvimento, da independência e
das relações sociais manifestam-se na realização das atividades
e das rotinas da sala e é nesses momentos que devem ser
atendidas. É aqui que os conhecimentos dos profissionais de
intervenção podem fazer diferença, no apoio aos educadores e
ao pessoal da sala que lida com as necessidades da criança (e
de todas as outras crianças da sala) todo o dia, todos os dias,
assegurando o desempenho e implementação de intervenções
individualizadas e informadas pelas forças, preferências e
necessidades da criança, no contexto onde esta se move.

Para o desenho e implementação de intervenções eficazes, é


fundamental uma colaboração estreita entre os cuidadores da
criança (que detêm conhecimento profundo acerca do
funcionamento e das necessidades da criança no seu dia a dia e
podem implementar a intervenção) e os profissionais de
intervenção precoce (que detêm conhecimento científico nas
áreas de formação dos profissionais que constituem a equipa e
conhecimento os princípios da intervenção precoce). Atualmente,
defende-se que esta colaboração se pode concretizar através da
prestação de serviços de consultoria colaborativa por parte dos
profissionais de intervenção precoce.

A consultoria colaborativa em intervenção precoce é um modelo


de prestação de serviços em que um consultor (educador de
ensino especial, terapeuta…) e um consultado (educador de
infância, pai ou mãe…) trabalham em conjunto numa área de
preocupação ou num objetivo comum. Através de uma série de
sessões e conversas, o consultor ajuda o consultado através de
resolução de problemas sistemática, influência social e apoio
profissional. Por sua vez, o consultado ajuda a criança, com
apoio total e assistência do consultor. O objetivo da consultoria é
a abordagem de uma preocupação imediata ou objetivo, assim
como a prevenção da ocorrência de problemas similares no
futuro. A ajuda que o consultor concede ao consultado (p.ex.:
educador de infância) baseia-se em três tarefas interrelacionadas
e pode tomar a forma de:

 Resolução de problemas (ou seja, encontrar novas


estratégias);
 Influência social (encorajar o educador ou pais a
implementar as estratégias);
 Apoio profissional (ajudar o educador ou pais através
de formação ou coaching, a aprender técnicas
específicas).
O principal objetivo desta colaboração deverá ser a adequação
de cada uma das atividades / rotinas da sala às necessidades de
envolvimento, de independência e de relações sociais da criança,
de forma a que esta possa obter o máximo proveito das
oportunidades naturais de desenvolvimento e aprendizagem.

4. Definição do processo de intervenção


Com base na informação da avaliação realizada, deve ser
possível:

 Registar aspetos relevantes do agregado familiar e


quais as pessoas com quem a criança vive e as
pessoas e serviços com os quais a família pode
contactar;
 Construir o perfil de funcionalidade da criança;
 Registar as principais preocupações da família, gostos
e necessidades da criança e da família;
 Registar os objetivos para a criança e para a família,
escritos de forma funcional.
Uma vez estabelecidos os objetivos, é altura de definir a
intervenção, sendo decidido quem será o prestador de serviços
primário / responsável de caso, com que outros elementos da
equipa de intervenção precoce este irá trabalhar para conseguir
responder aos objetivos da criança e da família. De acordo com
os princípios da consultoria colaborativa, estes apoios são
dirigidos aos membros da família e ao educador.

Quando a criança se encontra integrada numa creche ou num


jardim de infância, é natural que muitas sessões de apoio sejam
realizadas nestes locais, possivelmente com uma periodicidade
semanal. O profissional combina com o educador os melhores
momentos para as sessões, tendo em conta as rotinas e
atividades da criança e da sala, os objetivos que serão
trabalhados e a disponibilidade do educador para discutir
estratégias, observar e/ou dar feedback.

Nas sessões o profissional trabalha com os cuidadores, com os


adultos, na procura de estratégias eficazes para atingir os
objetivos. Este trabalho pode passar por:

 Observação da criança em determinadas rotinas;


 Alguma avaliação específica em que possa existir um
trabalho individual com a criança;
 Diálogos de procura de estratégias, avaliação e ajuste
das estratégias que têm sido implementadas;
 Demonstrações / modelagem;
 Avaliação da concretização dos objetivos e da
possibilidade de complexificar o objetivo ou passar
para outros objetivos.
Cabe à ELI apoiar os cuidadores através de visitas domiciliárias
baseadas no apoio emocional e no apoio em termos materiais e
de informação e/ou através de terapia integrada nos contextos de
vida da criança. Para cada objetivo devem ser especificadas
quais as tarefas a realizar, quem fica responsável por cada uma
delas, onde e quando as tarefas serão realizadas, que recursos
serão necessários e antecipados o seu início e conclusão.

5. Avaliação dos objetivos, dos resultados e da


satisfação
É importante avaliar periodicamente como está a decorrer a
intervenção nos diferentes contextos da vida (casa, escola…),
registar a avaliação com vista à partilha com os interessados e
decidir sobre a continuação do processo. Esta avaliação foca-se
na satisfação da família com as rotinas e no ajuste entre as
rotinas da sala de aula e as necessidades da criança, devendo
ser considerados quer os dados recolhidos durante a
monitorização, quer os dados recolhidos no âmbito de avaliações
adicionais programadas. A avaliação tanto pode ser marcada
antecipadamente, por exemplo, por período escolar, como pode
ser marcada sempre que ocorra alguma alteração assinalável,
por exemplo, uma rápida evolução, uma estagnação ou
retrocesso no desenvolvimento, um acontecimento importante na
vida da criança ou da família.

6. Plano de transição
Por fim, importante ter sempre em atenção as possíveis
transições que a criança vai fazer, não só a transição para o
jardim de infância ou para o primeiro ciclo, mas também para
uma nova sala, escola, ATL ou qualquer outra.
O profissional deverá, em conjunto com a família, identificar que
transição vai ocorrer, assegurar-se de que a família tem
informação sobre questões relevantes inerentes a essa mudança
e analisar várias questões que permitirão a construção de um
plano de transição:

 Quando deve iniciar-se a planificação dessa


transição?
 Quais as necessidades da família em relação a essa
mudança?
 Quem resultados pretende a família com essa
mudança?
 Quais os apoios e estratégias pertinentes para fazer
face a essas necessidades?
 Qual o nível de suporte que a família necessita do
profissional para que essa transição seja eficaz?
O profissional poderá apoiar a família:

 Na escolha do jardim de infância, da escola ou de


outros futuros serviços;
 Na análise dos recursos disponíveis, programando
visitas ou reuniões com futuros técnicos e serviços;
 Na reflexão sobre as vantagens e desvantagens de
cada opção;
 Na tomada de decisões;
 Na preparação dos documentos e registos que
deverão transitar para o novo serviço.
Como sei se o meu filho pode beneficiar?
Se apresenta preocupações com o desempenho do seu filho em
relação a crianças da mesma idade ou se isto lhe foi indicado
pelo educador, ou mesmo se recebeu algum diagnóstico de
incapacidade, poderá ser pertinente o apoio ao nível da
intervenção precoce na infância. O apoio é planeado e realizado
pela ELI em conjunto com a família.

Pode concluir-se que existe a necessidade de:

 Vigilância: a ELI combina, com a família, novos


contactos e avaliações, uma vez que, não existindo
problemas identificados, persistem dúvidas quanto à
previsão do desenvolvimento da criança e da situação
familiar. A ELI assegura a vigilância a estas crianças e
famílias avaliando periodicamente o processo
evolutivo;
 Um Plano Individual de Intervenção Precoce,
elaborado e realizado com a família.
Pode, assim, falar com o educador da criança, com o médico ou
ainda verificar onde existe uma equipa ELI na sua área de
residência (consultando este o site do Sistema de Intervenção
Precoce na Infância – SNIPI).

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