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Índice
1. Entrevista Cognitiva 2
História Familiar 2
História Educacional 3
História Profissional 4
História Conjugal 4
História da Saúde 5
Tarefas de Desenvolvimento 5
Competências de Vida 5
Contextos Sociais 6
2. Hipóteses de Avaliação 6
ICAC 7
Síntese Teórica 7
Aplicação 9
Análise dos Resultados 9
Conclusão Crítica 10
IACLIDE 10
Síntese Teórica 10
Aplicação 10
Análise dos Resultados 11
Conclusão Crítica 12
STAI 13
Síntese Teórica 13
Aplicação 14
Análise dos Resultados 15
1
Conclusão Crítica 15
NEO-PI-R 15
Síntese Teórica 15
Aplicação 17
Análise dos Resultados 17
Conclusão Crítica 18
3. Síntese Crítica 19
4. Bibliografia 21
5. Anexos 22
1. Entrevista Cognitiva
História Familiar
No que toca às suas relações familiares, o sujeito descreve sua mãe - a qual trabalhou
boa parte da vida como professora e faleceu em janeiro deste ano com 88 anos de idade -
como uma mulher culta, inteligente, educada, refinada e ligada às artes, como a poesia e a
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música. Demonstrou certa tristeza ao falar da mãe com a qual, diferentemente do pai, possuía
uma relação de melhor qualidade, proximidade e intimidade, mesmo havendo algumas brigas,
as quais considerou dentro da normalidade da relação parental, sendo esses episódios mais
frequentes na juventude - período no qual havia mais cobrança por parte da mãe.
Indica também ter ciúmes do irmão mais novo, de 58 anos de idade, com o qual
também tem uma relação perturbada, devido a superproteção (sobretudo pelo pai) após um
episódio de quase morte na infância.
História Educacional
No nível secundário foi transferido para uma escola com menos exigências
comportamentais e académicas, sendo assim de qualidade de ensino inferior e por isso
revelou sentir-se com mais liberdade.
Após esse período, tinha a intenção de seguir uma carreira médica entrando para a
lista de espera de uma universidade, mas não foi chamado. Disse que na época não sabia ao
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certo qual profissão seguir, então optou por candidatar-se a Economia e Direito, tendo
atualmente formação no último. Decidiu por Direito pelo fato de acreditar em um senso de
justiça. Porém, após 6 anos exercendo essa profissão percebeu que não era o que realmente
gostaria de fazer. Além disso por seu trabalho, de grande exigência, lhe causar muito stress
escolheu se demitir.
História Profissional
História conjugal
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História da Saúde
Tarefas de Desenvolvimento
Competências de Vida
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organizacional e comunitário, apresenta baixa participação (como dito acima) afirmando que
não encontra satisfação em atividades grupais por desejar realizá-las da forma que lhe
interessa e não de maneira conjunta e consensual com os outros elementos.
Contextos Sociais
Por fim, os contextos sociais que mais se destacam no momento presente são o
familiar, nomeadamente a relação com a companheira, e os que abrangem as relações de
amizade. Afirma não ter preocupações nem expectativas no que diz respeito a esses contextos
e que aceita as coisas da maneira como são. Ao ser questionado sobre as mudanças que faria
em si ou em sua vida se pudesse, respondeu que gostaria de ser menos crítico com relação às
coisas que considera erradas e aceitar mais os erros de terceiros.
2. Hipóteses de Avaliação
Visto o comentário do próprio sujeito onde demonstra que gostaria de ser mais
tolerante para com as outras pessoas, e também a menção de possuir facilidade em determinar
planos e objetivos, mas dificuldades em colocar tais planos em ação, propõe-se como
primeira hipótese que a iniciativa e maturidade psicológica do indivíduo se encontram
prejudicados. Dessa forma, a aplicação do ICAC forneceria informações relevantes para a
compreensão desses aspectos.
O sujeito ainda mencionou a morte da mãe, em janeiro deste ano, e enquanto o fazia
manifestou sinais claros de tristeza diante deste fato. Somando-se ao luto recente há ainda o
fato de, ao longo de sua vida, ter sofrido com a rejeição do pai e sentimentos de abandono
consequentes dessa dinâmica familiar. Percebe-se também uma rede de apoio composta por
poucos elementos, limitando-se à companheira e a poucos amigos. E por fim, uma baixa
participação na comunidade o que pode levar a sentimentos de não pertencimento,
principalmente no momento atual, devido a mudança de residência, a qual se situa mais
distante dos poucos amigos que têm.
Dadas essas informações, mesmo que o indivíduo não tenha exposto claramente
sintomas depressivos durante a entrevista, torna-se importante verificar se tais sintomas estão
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presentes, procedendo-se a aplicação do teste IACLIDE, pois caso essa hipótese se verifique
positivamente constituirá um fator limitante na vida deste indivíduo.
Além disso, o sujeito revelou durante a entrevista ter episódios de ataques de pânico,
relatados com maior frequência no período em que morava na cidade. Apesar de afirmar que
a situação está sob controle de medicação, é relevante verificar se os níveis de ansiedade
encontram-se mesmo diminuídos. Foi proposta então a aplicação do STAI, para o qual
hipotetizamos revelar baixos níveis de ansiedade visto as informações reveladas pelo sujeito.
Síntese Teórica
A avaliação desse constructo deve ser feita através de escalas de autorrelato devido ao
seu alto grau de subjetividade, pelo que também são necessárias condições padronizadas de
avaliação, com resultados objetivos de mínima interferência do administrador e quantificada,
pelo que seja possível atribuir valores quantitativamente variáveis de cotação a cada item.
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O autor da escala se propôs a criar um instrumento para avaliar o autoconceito
especificamente em contexto clínico, utilizando-se de descrições acerca de comportamentos
específicos estáveis no tempo, procurando evitar aqueles que representassem manifestação de
sintomas de ansiedade ou depressão ou de aparecimento esporádico. Na construção do
Inventário, foram utilizados itens mais relacionados com o autoconceito social e emocional
(indecisão e dúvida, sentimentos de incapacidade, timidez e isolamento, etc.) os quais
demonstram-se variáveis comuns a populações doentes e não doentes. Fitts (1972) descreve
pessoas com bons níveis de autoconceito como realistas e positivas, seguras, confiantes e
com limites de self bem definidos.
A análise fatorial dos 20 itens possibilitou determinar seis fatores que explicam as
variáveis em 53,42% da percentagem cumulativa da variância. O Fator 1 representa o grau de
aceitação/rejeição social; o fator 2 é caracterizado por questões de auto realização pessoal,
sendo denominado portanto de fator de autoeficácia; no fator 3 conseguimos avaliar a
maturidade psicológica do indivíduo, a partir de noções acerca de si e suas interações sociais;
o fator 4 é determinado por questões de impulsividade e motivação para ação. Os fatores 5 e
6 são considerados mistos e por isso não lhes foi atribuída qualquer denominação ou
características específicas.
Aplicação
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A aplicação do ICAC decorreu no dia 14 de abril de 2021 tendo início às 10h, através
da plataforma Zoom, sendo os itens respondidos no Formulários Google. O sujeito
entrevistado encontrava-se em um quarto isolado da casa, de forma a bloquear possíveis
ruídos e distrações e concluiu a realização do teste em 15 minutos.
A pontuação final dos resultados, obtida através da soma direta dos itens, tendo em
atenção os itens de cotação invertida, foi de 80 valores o que indica que o entrevistado possui
um autoconceito de nível elevado. Em comparação a amostra de referência portuguesa para
adultos acima dos 60 anos (M= 73.68, DP= 5.16), ele se encontra abaixo apenas de 16% da
amostra.
Ao analisar os fatores individualmente, chegamos a conclusão que o Fator 1
(aceitação/rejeição social) foi o de maior pontuação relativa, totalizando 24 pontos e ficando
bem acima da média de referência (M=15.73, DP= 2.29). O cálculo do valor de z= 3.61
definiu este como um fator positivo altamente significativo para o autoconceito do
entrevistado. Já no fator 2 (z= -1.04) relativo a autoeficácia, o entrevistado pontuou 19
valores, ficando pouco abaixo da média amostral (M= 22.96, DP= 3.81). O valor de z no fator
3 (maturidade psicológica) não se demonstrou significativo (z= -0.627) , apesar de ter obtido
pontuação (14) superior à média (M=15.36, DP= 2.17). O fator 4 associado a
impulsividade/atividade (M= 11.41, DP= 1.40) também se mostrou altamente significativo,
com um valor de z= 2.56, obtendo 15 pontos.
Os fatores 5 (z= -2.39) e 6 (z= 3.03) apesar de não terem uma definição clara de
construtos avaliados, mostraram resultados significativos em seus respetivos z scores.
Conclusão Crítica
A partir dos resultados, percebe-se que apesar de ser o próprio indivíduo que se retira
das situações comunitárias e sociais, alegando desconforto quando há conflitos e desejo de
realizar as atividades da sua própria maneira, ele apresenta alta percepção de aceitação social.
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O indivíduo também apresentou valores de autoeficácia abaixo da média, o que pode
indicar uma percepção negativa nas suas capacidades de enfrentar e resolver problemas,
entretanto de baixa magnitude.
Síntese Teórica
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Realizada uma análise fatorial de componentes principais, seguida de rotação
ortogonal do tipo varimax, foram encontrados 5 fatores principais explicativos de 54.24% da
variância total. O Fator 1 foi considerado o de maior importância, com sintomas biológicos e
cognitivos relacionados a dificuldades no desempenho de tarefas, se mostrou um bom
discriminante do tipo de depressão (de acordo com a classificação do DSM-III-R, endógena
ou reativa).
Aplicação
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registradas incapacidades funcionais, causadas por depressão, em nenhum dos aspectos da
vida do entrevistado. No fator 1, o sujeito pontuou 0.97, não indicando qualquer dificuldade
no desempenho de tarefas; no Fator 2 obteve 0.09, o que nos indica que não há personalidade
obsessiva subjacente; no Fator 3 pontuou -0.184, negando qualquer possibilidade de ideações
suicidas; no Fator 4 obteve score de -0.49, descartando a possibilidade de uma dependência
emocional causada por depressão; no Fator 5 pontuou 1.01, mesmo sendo o score de maior
valor, não se pode considerar significativo, não sendo identificados distúrbios de sono.
No que diz respeito às incapacidades, não houve nenhum valor significativo tal qual
os fatores, sendo a Vida de Trabalho aquela com pontuação mais alta, equivalente a 1.59.
Mesmo não estando em valores problemáticos, A Vida Familiar é o segundo fator de valor
mais alto, 1.03, ainda não se registrando qualquer tipo de incapacidade. Em seguida, a Vida
Social (0.96) e a Vida em Geral (0.63) registram valores muito abaixo do ponto de corte para
a significância (2).
Conclusão Crítica
Com base nos resultados, podemos afirmar que o sujeito não é considerado deprimido
e nem registra sintomas de incapacidades causadas por uma depressão. Os resultados dos
fatores individuais não registram mudanças cognitivas, biológicas, interpessoais e nem
dificuldades no desempenho de tarefas significativamente relevantes associadas a um
transtorno de humor.
Relativamente às incapacidades, vale relembrar que o voluntário atualmente é
reformado e relata queixas de insatisfação no ramo do Direito. Uma hipótese a ser
considerada é a insatisfação com a área de estudos escolhida - inicialmente queria fazer
medicina, mas quando não foi aprovado se viu na escolha de áreas completamente diferentes
e distantes da medicina. É possível que se sentisse pouco motivado e isso reflita em suas
percepções acerca das próprias capacidades. Entretanto, relatou também que após mudar de
área de atuação sentia-se bem consigo mesmo e a profissão que exercia (criação de coelhos e
como professor do mesmo tema).
A Vida Familiar registrou a segunda maior pontuação, e mesmo ainda não sendo
considerada problemática, é possível deduzir através da entrevista que esta pontuação reflete
a insatisfação no relacionamento com o pai quando criança e a relação conturbada com o
irmão até os dias de hoje. Apesar do luto pela mãe, não se registram valores preocupantes,
levando-nos a crer que o indivíduo encontra-se num processo de luto normativo.
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Questionário de autoavaliação (STAI)
Síntese Teórica
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ao 6º ano de escolaridade. Na amostra portuguesa foram incluídas amostras de adultos, de
ambos os sexos, dos 19 aos 69 anos, onde também se verificaram resultados significativos.
Aplicação
O STAI também foi aplicado no mesmo dia, logo em seguida ao IACLIDE. Foi
questionado se o sujeito gostaria de fazer uma pausa entre os testes, mas o mesmo referiu que
estava motivado a continuar. O entrevistado encontrava-se em um quarto isolado da casa, de
forma a bloquear possíveis ruídos e distrações e concluiu a realização do teste em 20 minutos.
O indivíduo começou então por preencher o teste na forma Y1, que diz respeito a
escala E- ansiedade, cujo objetivo é avaliar como o sujeito se sente no momento atual. De
seguida, aplicou-se o teste na forma Y2, referente a escala T-ansiedade, que visa perceber
como se sente geralmente, sendo clarificada a diferença entre as duas escalas de forma que
respondesse de forma correta. Também não apresentou dificuldades na compreensão ou
preenchimento dos itens.
Os resultados foram calculados a partir da soma dos valores ponderados de cada item,
obtendo um score bruto de 21 pontos na escala Estado-Ansiedade (Y1) e 30 pontos na escala
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Traço-Ansiedade (Y2). A análise foi feita através da comparação dos resultados do
entrevistado com a amostra de aferição portuguesa correspondente a adultos não pacientes
acima de 50 anos. Vale ressaltar que o teste foi aplicado a um homem brasileiro e, por este
motivo, os resultados podem não corresponder à realidade do sujeito.
Conclusão Crítica
Com estes resultados podemos concluir que o entrevistado possui bons níveis de
ansiedade, que não se atestam problemáticos em seu cotidiano. Apesar de relatar síndrome do
pânico, os resultados mostram que a ansiedade do sujeito é bem controlada, ainda mais no
que tange a escala de E-ansiedade, o que pode ser atribuído aos medicamentos ansiolíticos,
como mencionado pelo sujeito.
NEO PI-R
Síntese Teórica
15
Os autores buscaram incluir, em apenas um instrumento, variáveis que permitissem
compreender como a personalidade individual é caracterizada e assim predizer, com base nos
resultados obtidos, os acontecimentos da vida, desde interesses vocacionais, à saúde/doença e
estratégias de coping. Não foi desenvolvido com um objetivo específico além do supracitado,
sendo muito útil para ser utilizado em diferentes contextos.
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.91. Investigações longitudinais para avaliar a estabilidade do instrumento em longo prazo
demonstraram
Aplicação
Após afirmar não haver necessidade de uma pausa o sujeito respondeu ao teste
NEO-PI-R. O entrevistado encontrava-se em um quarto isolado da casa, de forma a bloquear
possíveis ruídos e distrações. As instruções foram lidas em voz alta e o respondente não
apresentou nenhuma questão, pelo que se decidiu prosseguir com a aplicação do teste. O
preenchimento demorou por volta de 1 hora e o sujeito não apresentou nenhuma dificuldade
na compreensão ou preenchimento dos itens. Entretanto, no final do teste expressou sinais
verbais e comportamentais de fadiga devido à quantidade de itens.
Dentro do Neuroticismo, as facetas com valores muito altos são: Hostilidade (valor
bruto de 26 e percentil 99), Impulsividade (valor bruto de 21 e percentil 90), Vulnerabilidade
(valor bruto de 18 e percentil 90). A ansiedade apresenta valores altos, sendo o valor bruto de
20 e o percentil 70. As facetas que se enquadram em valores médios são a Depressão (valor
bruto de 16 e percentil 60) e Autoconsciência (valor bruto de 17 e percentil 60).
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No domínio Extroversão o indivíduo revela valores muito altos nas seguintes facetas:
Emoções Positivas (com valor bruto de 29 e percentil 99), Atividade (com valor bruto de 22 e
percentil 95) e Assertividade (com valor bruto de 19 e percentil 80). O Acolhimento Caloroso
se encontra com valores altos, sendo 24 o valor bruto e percentil 70. Já a Procura de
Excitação se encontra dentro da média, com valor bruto de 21 e percentil 60. Por fim,
verifica-se muito baixa gregariedade, com valor bruto de 13 e percentil 20.
Na Amabilidade a única faceta com valor muito alto é a de Retidão, com valor bruto
de 25 e percentil 95. A Confiança (valor bruto de 19 e percentil 50) situa-se dentro da média.
E o Altruísmo (valor bruto de 21 e percentil 40), Modéstia (valor bruto de 18 e percentil 40) e
Sensibilidade (valor bruto de 20 e percentil 40) apresentam valores baixos. Enfim, a
Complacência exibe valores muito baixos, com valor bruto de 9 e percentil 2.
Por fim, no domínio Conscienciosidade, o sujeito apresenta valores muito altos nas
facetas de Competência ( valor bruto de 25 e percentil 90) e Obediência ao Dever (valor bruto
de 26 e percentil 80). O Esforço de Realização se encontra com valores altos, sendo o valor
bruto de 23 e percentil 75. A Deliberação situa-se na média, com valor bruto de 18 e percentil
50. A Autodisciplina, com valor bruto de 17 e percentil 30 e a faceta Ordem, com valor bruto
de 11 e percentil 10 se enquadram em valores muito baixos.
Conclusão Crítica
Baseando-se nos resultados obtidos, verifica-se que o indivíduo apresenta altos nível
de neuroticismo, nomeadamente nas facetas de hostilidade, vulnerabilidade e impulsividade,
o que pode indicar um sujeito vulnerável a situações de stress, que age antes de pensar,
podendo apresentar dificuldade em controlar seus impulsos e manifesta facilmente sinais de
irritação e frustração. Também exibe níveis altos de ansiedade, podendo então ser
caracterizado como apreensivo e tenso. Ainda mostra altos níveis de extroversão,
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expressando-se como uma pessoa alegre, com prevalência de emoções positivas, enérgica,
confiante e decidida. É amigável e possui altos níveis de acolhimento caloroso, porém, por
outro lado evita multidões e se mostra mais solitário, evitando o contato social.
Sente-se como um indivíduo capaz de lidar com as adversidades da vida, adere com
facilidade às regras e normas morais e possui elevado esforço de realização, o que significa
que ao traçar seus objetivos exibe muita motivação para os atingir. Os níveis de deliberação,
entretanto, encontram-se na média, indicando que nem age com cautela em excesso nem é
demasiadamente impulsivo. A baixa auto-disciplina assinala uma dificuldade em seguir seus
objetivos, tendo também alta sensibilidade a frustração o que pode levar a fácil desistência.
Ademais, também exibe níveis muito baixos de ordem, o que pode indicar problemas de
organização, sendo assim pouco metódico.
3. Síntese Crítica
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Através do teste STAI é possível verificar que, como mencionado pelo indivíduo, seus
níveis de ansiedade estão de fato controlados pela medicação, exibindo baixos níveis tanto
para Ansiedade-Estado quanto para Traço, o que se revela um fator muito positivo. Contudo,
por meio do NEO-PI-R foi registrado um alto nível de ansiedade, revelando-se então uma
personalidade ansiosa, que pode não ter sido captada pelo STAI devido ao consumo de
ansiolíticos, diminuição da frequência de ataques de pânico e mudança para o campo, local
mais tranquilo, com menos exposição a estímulos ansiogênicos.
Através dos resultados obtidos nos testes e das informações fornecidas pela entrevista
foi possível observar alguns aspectos negativos na personalidade do indivíduo, os quais
podem prejudicar seu ajustamento social e trazer consequências negativas. O sujeito, assim
como relatado pelo próprio, apresenta elevado grau de hostilidade e impulsividade - fatores
que podem ser agravados pela sua vulnerabilidade ao stress e a frustração - por ser facilmente
irritável e pouco tolerante para com os outros. Além disso, essa hostilidade pode ser
alimentada pelo seu espírito competitivo, antagônico e por suas tendências narcisistas e
arrogantes. É observado certo grau de sobrevalorização, facilitando situações onde este pode
competir com outros indivíduos, de forma agressiva, para reforçar seu ego.
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Por outro lado, possui altos níveis de acolhimento caloroso e demonstra ser muito
amigável. Torna-se relevante ressaltar também que apesar de evitar o contato social e a
participação em atividades comunitárias apresenta prevalência de emoções positivas.
4. Bibliografia
Costa Jr, P. T., & McCrae, R. R. (2008). The Revised NEO Personality Inventory
(NEO-PI-R). Sage Publications, Inc.
Fitts, W. H. (1972). The self concept and psychopathology (Vol. 4). Nashville, TN:
Dede Wallace Center.
21
Freud, S., (1936) The problem of anxiety. New York, W.W. Nor
Vaz Serra, A. (1994). Inventário de Avaliação Clínica da Depressão (1st ed., pp.
31-150). Psiquiatria Clínica.
5. Anexos
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