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Avaliação Psicológica

Avaliação psicológica no contexto clínico diagnóstico

Avaliação Psicológica

Avaliação psicológica no contexto clínico diagnóstico

Artigo: A importância do psicodiagnóstico na condução clínica: caso João

 Etapas de avaliação

O adolescente foi encaminhado para psicodiagnóstico, por um supervisor de práticas


clínicas da abordagem existencial que já acompanhava o caso há seis meses e viu a
necessidade da realização do psicodiagnóstico, cujo objetivo era orientar a condução
clínica.
Foi realizado uma entrevista clínica, que é parte importante do processo do
psicodiagnóstico, pois, através dela, são colhidos os dados principais do caso, como a
queixa principal, que possibilitam investigar outros aspectos relevantes a serem
observados durante o processo.
A entrevista inicial foi realizada com os pais do paciente, na qual foi apresentada a
queixa inicial de que João teria um provável retardo, além de momentos de
agressividade e dificuldades escolares.
Foram utilizado técnicas projetistas, na primeira entrevista com João, foi utilizado o
jogo Cara-a-cara, indicado para crianças a partir de seis anos de idade, o primeiro teste a
ser utilizado foi o HTP, que engloba aspectos da vida familiar e doméstica, em seguida
à aplicação do Desenho de Família, foi realizada novamente a hora do jogo diagnóstico,
utilizando o jogo de damas, nos dois encontros seguidos, foi aplicado o teste WISC-IV,
que avalia a inteligência de crianças e adolescentes, entre seis e dezesseis anos, em um
dos encontros, João manifesta seu gosto por jogar UNO, um jogo de cartas. Por último,
foi aplicada a Escala de Stress Infantil – ESI.

 Materiais/ instrumentos utilizados

Foram utilizadas técnicas projetivas, aplicadas por meio dos testes HTP (House-Tree-
Person )

Desenho de família,

Os testes objetivos -também conhecidos como psicométricos- utilizados foram WISC-


IV (Escala Weschler de Inteligência para Crianças – 4ª versão )
ESI (Escala de Stress Infantil).
Jogo de Damas;
Jogo de cartas UNO;
Jogo cara a cara.

 Condições do ambiente

Vive com a mãe e 2 irmãos mais velhos e padrasto, visita o pai em alguns finais de
semana e no período da tarde ele fica com a avó materna. Na escola segundo a mãe ele
não sofre Bulliyng no ambiente escolar.

 Questões relacionadas examinando


O paciente tem 14 anos ,vive com a mãe, com dois irmãos mais velhos e com o
padrasto. O paciente visita o pai em alguns finais de semana, mas, de acordo com pai, o
menino não gosta destas visitas. Os pais relatam que João é muito querido por todos,
ganha presentes dos três irmãos (dois por parte materna e um por parte paterna), e todos
os amigos da escola gostam dele. Durante o período da tarde, ele fica com a avó
materna. Bianca relata ser superprotetora, ter dado banho em João até seus 10 anos de
idade, fazer tudo por ele e de não estar pronta para deixá-lo fazer as coisas sozinho, sem
precisar mandá-lo fazer. Ela se refere a ele diversas vezes como “Joãozinho”. Paciente
apresenta momentos de agressividade nos quais a mãe relata que ele xinga e grita e
apresenta dificuldades escolares. Foi esclarecido pela mãe que João possui idade óssea
de uma criança de nove anos de idade, e, por isso, apresentava um retardo no
desenvolvimento. Mesmo tendo sido acompanhado por diversos médicos, não foi
relatado alguma alteração biológica ou genética, sendo João, de acordo com a mãe, “um
menino normal” (SIC).

 Síntese dos resultados

Os resultados obtidos no psicodiagnóstico reforçam o que foi observado nos


primeiros encontros: de que João é um adolescente infantilizado, com comportamentos
de ansiedade e insegurança, agindo de forma regressiva frente a relacionamentos, o que
acarreta em um comportamento de agressividade verbal, introversão, rejeição e
necessidade de aceitação imediata. Estes comportamentos também se repetem na
dinâmica familiar, devido a um ambiente superprotetor e de grande supressão.
Também foram observadas significativas dificuldades cognitivas nos aspectos da
compreensão verbal (ICV 63), organização perceptual (IOP 55), memória operacional
(IMO 49) e velocidade de processamento (IVP 68), que podem ocorrer à baixa
estimulação adequada de suas habilidades cognitivas. Além disso, durante o estudo de
transtornos do neurodesenvolvimento, na disciplina de Neurociências, foi observado
que o paciente possui características associadas à Síndrome do X-Frágil, Devido a isso,
João foi encaminhado para a psicoterapia, para o neurologista e geneticista para
avaliação das dificuldades específicas e da hipótese de Síndrome do X-Frágil, além do
encaminhamento, para o reforço escolar. A mãe foi encaminhada para psicoterapia no
intuito de aprender a lidar com o crescimento de seu filho, que, apesar de seu tamanho,
é um adolescente.

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