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1 INTRODUÇÃO

O trabalho infantil e Infantojuvenil é ainda nos dias de hoje um dos principais


problemas enfrentados pela humanidade. Segundo a Onu(1), mais de 160 milhões de
crianças trabalham, algumas até com 5 anos de idade. Apesar do numero ser
impressionante, ele vinha caindo ao longo das ultimas decadas, contudo a crise
economica de 2016 e a Pandemia do Corona Virus a partir de 2019, prejudicaram esse
avanco.
Um dos priincipais motivos do trabalho infantil é a pobreza e a falta de
seguranca e amparo social dos governos. Durante a pandemia, 53,1% da populacao
mundial, ou seja, 4,1 bilhoes de pessoas nao tiveram qualquer direito ou ajuda
governamental, estando totalmente desprotegidos. Deste total, mais de 1,5 bilhoes ou
3/4 das criancas do mundo, nao tiveram qualquer acesso a algum tipo de ajuda. Isso
fez com que elas voltassem ao trabalho, para ajudar no orcamento de suas familias, ou
muitas vezes trabalhando mesmo em troca de algo para comer.
Paises subdesenvolvidos da Africa, Asia e da America abrigam a maioria dos
casos de trabalho infantil, lugares onde a pobreza e a falta de politicas publicas deixam
as criancas e adolescente refem do trabalho em condicoes degradantes.
No Brasil, segundo o ultimo levantamento do IBGE, em estudo realizado pela
Fundacao Abrinq(2), 4,6% das criancas entre 5 e 17 anos estao em condicoes de
trabalho infantil, apesar da porcentagem parecer baixa, este numero representa mais
de 1,7 milhao de criancas em todo o pais.

Mas o que é trabalho infantil?


A Organização Internacional do Trabalho, OIT esclarece que muitas criancas trabalham
de forma sadia com remuneracao e condicoes adequadas de trabalho, de formas formas que nao
sao prejudiciais a elas. Ainda segundo a OIT, o trabalho infantil fica caracterizado quando a
crianca é muito pequena para trabalhar, ou desempenha funcoes que sao danosas a ela ou que
comprometem seu desenvolvimento fisico, mental, social ou educacional.

A Legislacao Brasileira e o Trabalho Infantil ao longo dos anos


No brasil, apesar da história recente de legislação, uma vez que a atual Constituição
Brasileira data de 1988 e o Estatuto da Crianca e do Adolescente data de 1990, ja em 1927 se
comecava a definir a condicao juridica das criancas com a criacao do Código de Menores(3), que
proibia definitivamente o trabalho de menores de 12 anos de idade, e trazia uma série de outras
medidas de protecao, como a exigencia de exame fisico de aptidao para o trabalho, a proibicao
do trabalho em fabricas, usinas, minas, pedreiras, ou lugares de colocassem em risco a vida ou
fossem de condicoes fatigantes e de esforco excessivo. Em 1943, é promulgada da Consilidacao
das Leis de Trabalho (CLT), que regulamenta a condicao de aprendizes a partir dos 14 anos no
mercado de trabalho. Em 1967, a Lei nº 229 reduz a idade mínima dos aprendizes de 14 para 12
anos, ficando pouco tempo em vigor, pois em 1974 a Lei nº5.274 que modifica novamente a
idade mínima para aprendizes de 14 anos, como no Decreto 1943. Em 1988 o Brasil promulga
sua oitava Constituição, que traz em seu artigo 227, o reconhecimento dos direitos das crianças
com o princípio da proteção integral:
Art. 227: É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao
adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao
lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência
familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda a forma de negligência, discriminação,
exploração, violência, crueldade e opressão.
Finalmente em 1990 é promulgada a Lei nº 8.069, amplamente conhecida como o ECA -
Estatudo da Crianca e do Adoslescente, que segundo a coordenadora nacional de Combate à
Exploração do Trabalho da Criança e do Adolescente do Ministério Público do Trabalho (MPT),
Ana Maria Real(4), mudou a forma do estado enxergar as criancas em condicoes de trabalho
infantil, segundo ela "A criança em situação de trabalho infantil era vista como um menor
abandonado e um potencial delinquente e rompedor da ordem social. Havia uma criminalização,
o ECA trouxe uma mudança paradigmática da criança como sujeito de direitos, com direito ao
lazer, à escola, à família." A promulgação do ECA trouxe a proibição de qualquer forma de
trabalho até os 13 anos, as condições para o trabalho protegido: na forma de aprendiz, a partir
dos 14 anos, ou restrições ao trabalho noturno, insalubre e perigoso, para outras contratações de
menores entre 16 e 17 anos. O estatuto ainda preve alem da proteção e dos direitos fundamentais
da crianca e do adolescente, procedimentos protetivos dos orgaos governamentais e adoção e a
aplicação de medidas socioeducativas do Conselho Tutelar e também os crimes cometidos contra
crianças e adolescentes.

Causas e Consequencias do Trabalho Infantil


A pobreza é a principal causa do trabalho infantil, seguido pela falta de educacao dos
pais, falta de perspectivas escolares, e demanda do mercado de trabalho por esta mao de obra
barata, mesmo que as vezes ilegal. A renda complementar gerada ajuda o orcamento familiar.
Posteriormente quando se tornam mais velhos, a necessidade pessoal de dinheiro tambem passa a
ter peso para a decisao de iniciar no mercado de trabalho.
A crianca que comeca sua vida de trabalho antes do tempo, tem sua infancia privada de
sonhos, brincadeiras e educação, podendo ainda ter uma serie de graves consequências para a
vida adulta como problemas físicos, psicológicos e econômicos.
Os problemas fisicos sao devidos a exposição a situações de risco, acidentes e problemas
de saúde relacionados ao trabalho. A fadiga devido ao trabalho extenuante leva ao cansaço físico,
distúrbios de sono, irritabilidade, alergia e problemas respiratórios. A criança quando se torna
responsavel por uma parte significativa da renda da familia, sofre uma uma inversão do seu papel
ser cuidada para cuidadora, o que pode dificultar a inserção dela em outros grupos sociais da
mesma faixa etária. Alem disso, as criancas podem sofrer abusos físico, sexual e emocional no
ambiente de trabalho, gerando problemas emocionais para toda sua vida. O Plano Nacional de
Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil e Proteção ao Adolescente Trabalhador(5) aponta
que quanto mais precoce é a entrada no mercado de trabalho, menor é a renda obtida ao longo da
vida adulta e que a inserção de jovens no mercado de trabalho no Cone Sul, no caso de jornadas
de 36 horas semanais, a evasão escolar pode chegar a 40%. Para a mesma carga de trabalho, a
queda no rendimento varia de 10% a 15%, dependendo da série. O desinteresse pelos estudos
compromete, no futuro, o ingresso no mercado de trabalho e melhores salários, agravando o
ciclo de pobreza destas famílias.

O Programa de Jovem Aprendiz


A oportunidade de aprender uma profissão e poder trabalhar foi prevista ao longo das
legislações, ganhando uma lei específica em 2000 - Lei No. 10.097/2000. O Jovem Aprendiz é
uma iniciativa criada no ano 2000 com o objetivo de estimular o desenvolvimento profissional e
o ingresso de adolescentes e jovens no mundo do trabalho. Além da inserção de adolescentes e
jovens no mundo corporativo, o programa ainda oferece capacitação específica para o
desenvolvimento de habilidades técnicas e competências profissionais e dá a chance de iniciar
um bom currículo.

O Programa de Estagio
A Lei nº 11.788/2008 dispõe sobre o estágio realizado pelos estudantes e determina os
direitos e deveres dos estagiários, das instituições de ensino e da parte empresarial,
governamental ou filantrópica, que contrata o aluno para exercer as atividades profissionais. A
criação dessa lei trouxe benefícios para o estagiário, que teve a garantia de seus direitos
e trouxe vantagens para a parte concedente também, porque ela criou uma segurança
jurídica para as empresas com regras definidas de contratação do estagiário.

A Execução deste Trabalho


Este trabalho teve por objetivo estudar a historia do trabalho infantil no Brasil, as
legislacoes pertinentes ao longo dos anos, suas causas e consequencias e como se encontra essa
questao nos dias de hoje. Atraves da visita técnica realizada, buscou-se levar maior
conhecimento a cerca do tema para a comunidade visitada.
Por fim será feita a apresentacao das atividades realizadas e dos resultados obtidos para
confeccao deste trabalho.

5. REFERÊNCIAS

• Nações Unidas marcam Dia Mundial contra o Trabalho Infantil, em


https://news.un.org/pt/story/2022/06/1792062, visitado em 20/10/2022.

• Campanha da Fundação Abrinq alerta sobre os perigos do trabalho infantil, em


https://www.fadc.org.br/noticias/campanha-da-fundacao-abrinq-alerta-sobre-os-
perigos-do-trabalho-infantil, visitado em 20/10/2022.
• DECRETO Nº 17.943-A DE 12 DE OUTUBRO DE 1927. Código de Menores, em
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1910-1929/d17943a.htm, visitado em
20/10/2022.
• ECA mudou abordagem do Estado em relação ao trabalho infantil, em
https://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2020-07/eca-
modificou-abordagem-do-estado-sobre-trabalho-infantil, visitado em 20/10/2022.
• Estudo revela impacto da exploração de crianças e adolescentes no Cone Sul,
https://portal.aprendiz.uol.com.br/arquivo/2013/08/26/estudo-revela-impacto-da-
exploracao-de-criancas-e-adolescentes-no-cone-sul, visitado em 20/10/2022

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