Você está na página 1de 3

O trabalho infantil no início da Primeira República Brasileira (1889-1930).

Naquele período, as crianças enfrentavam longas jornadas de trabalho, cerca


de 10 a 14 horas diárias, e atuavam em diversos setores de serviço.
De acordo a pesquisadora, dados estatísticos do Departamento Estadual do
Trabalho mostram que em 1910, o Brasil tinha em torno de 30% de mão de
obra infantil dentro das fábricas – que apresentavam condições insalubres de
trabalho e alto teor de periculosidade no exercício das atividades incumbidas
às crianças.
nos anos iniciais da Primeira República, o trabalho infantil estava mais
concentrado dentro das indústrias de bens de consumo imediato, a exemplo do
segmento de tecidos e alimentos na cidade de São Paulo.
Nos anos 80, segundo fontes do governo, possivelmente mais de 10 milhões
de trabalhadores tinham apenas entre 5 e 17 anos, cuja uma insignificante
minoria recebia o equivalente a um salário-mínimo. Quase que na sua
totalidade recebiam pouca ou nenhuma remuneração, situação que os
mantinham em uma condição miserável.
No Brasil, a Constituição Federal de 1988 e o Estatuto da Criança e do
Adolescente (1990) proíbem expressamente o trabalho infantil, mas permitem
que adolescentes com mais de 14 anos trabalhem somente como aprendizes e
que adolescentes de 16 a 18 anos exerçam funções salubres, seguras e em
horário diurno.
Para marcar esta importante luta no cenário mundial, no início dos anos 2000,
a OIT instituiu o dia 12 de junho como Dia Mundial Contra o Trabalho Infantil,
sugerindo, anualmente, um tema para ações sincronizadas ao redor do
planeta. Cumpre ressaltar que este mesmo dia 12 de junho é Dia Nacional
Contra o Trabalho Infantil, conforme determina a Lei nª 11.542, de 21 de
novembro de 2007.
Evolutivamente, o assunto ganhou a devida importância. Isso se deve pelo fato
de governos e Organizações Internacionais terem desenvolvido a consciência
de que o trabalho infantil deve ser eliminado em todas as suas manifestações,
por não ser condizente com a ética de uma sociedade democrática que objetiva
a eqüidade e igualdade de oportunidades para todos os seus cidadãos.
O número de jovens entre 5 e 17 anos trabalhando diminuiu, desde 1992 até
2001, de 8.423.44 para 5.482.515, ou seja, a quantidade de menores
trabalhadores caiu cerca de 34,9%.

Aspectos físicos: fadiga excessiva, problemas respiratórios, doenças


causadas por agrotóxicos, lesões e deformidades na coluna, alergias,
distúrbios do sno, irritabilidade. Segundo o Ministério da Saúde, crianças e
adolescentes se acidentam seis vezes mais do que adultos em atividades
laborais porque têm menor percepção do perigos. Fraturas, mutilções,
ferimentos causados por objetos cortantes, queimaduras, picadas por animais
peçonhentos e morte são exemplos de acidentes de trabalho.

Aspectos psicológicos: abusos físicos, sexuais e emocionais são os


principais fatores de adoecimento das crianças e adolescentes trabalhadores.
Outros problemas identificados são: fobia social, isolamento, perda de
afetividade, baixa autoestima e depressão.

Aspectos educacionais: baixo rendimento escolar, distorção idade-serie,


abandono da escola e não conclusão da Educação Básica. Cabe ressaltar que
quanto mais cedo o indivíduo começar a trabalhar, menor é seu salário na fase
adulta. Isso corre, em grande parte, devido ao baixo rendimento escolar e ao
comprometimento no processo de aprendizagem. É um ciclo vicioso que limita
as oportunidades de emprego aos postos que exigem baixa qualificação e ocm
baixa remuneração, perpetuando a pobreza e a exclusão social.

De acordo com o FNPETI. (Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do


Trabalho Infantil)O trabalho infantil é reconhecido como uma das formas de
exploração mais prejudiciais ao desenvolvimento pleno do ser humano. Seus
efeitos deixam marcas que, muitas vezes, tornam-se irreversíveis e
perduram até a vida adulta.

Em razão disso, a erradicação do trabalho infantil tem sido alvo de várias


políticas sociais do governo brasileiro, que tem promovido ações integradas
para garantir à criança e ao adolescente o direito à vida e ao desenvolvimento
total.

No Brasil está sendo implementado o Programa Bolsa Criança Cidadã, que


busca criar condições mínimas para o ingresso e/ou regresso das crianças e
adolescentes trabalhadores à escola. Para tanto, essas famílias terão acesso a
uma renda complementar, que assegure a permanência dos seus filhos nas
atividades do ensino regular e da jornada complementar.

A legislação que protege o menor é bastante vasta, mas o que ocorre não é a
carência de leis e normas internas protetoras dos direitos trabalhistas e infantis,
e sim o descaso, por parte dos governos, para com a efetiva aplicação das
mesmas.

Programas do Governo e de Organizações Não Governamentais são


fundamentais nesse processo de erradicação do trabalho infantil.
Um exemplo claro disso é o da Fundação Abrinq, que criou em 1995 o
Programa Empresa Amiga da Criança. Através deste programa, as empresas
comprometidas com o respeito às crianças e adolescentes, recebem um selo
social, o que influenciará positivamente os consumidores.
É preciso que haja uma ação conjunta dos Governos, Organismos
Internacionais e da sociedade civil em geral no combate às práticas de
superexploração do menor, a fim de que os Direitos Humanos fundamentais
sejam respeitados.
Somente com os esforços agregados é que se poderá alcançar uma sociedade
econômica e socialmente estável, eliminando toda e qualquer forma de
discriminação.

Você também pode gostar