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Sumário
DINÂMICA DO PLANEJAMENTO............................................................................. 49
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 80
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INTRODUÇÃO
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Portanto, pode-se concluir que o fato de realizarmos uma entrevista com cada
responsável por nossos alunos, em idade escolar, não significa mero procedimento
investigatório, mas um ato de prevenção que todo professor deve realizar no início
do ano letivo, com a finalidade de detectar algum distúrbio e encaminhá-lo para
atendimento especializado sem haver perdas desnecessárias para ambos.
Recém-nascido até seis meses de vida – Com essa idade o bebê
normalmente reage a estímulos sensoriais, diferenças de iluminação, som, calor,
frio, chora quando se sente incomodado, enfim, já domina seus reflexos. É
esperado que consiga sugar seu leite, que tenha a digestão regularizada e o sono
tranquilo.
Comportamentos considerados problemáticos – quando o bebê possui
dificuldade para alimentar-se, constantes vômitos e diarreias, sono inconstante,
choro e sucção em excesso, assim como irritabilidade, sem motivos verificáveis.
Comportamentos considerados distúrbios – o problemático transforma-se
em distúrbio quando o bebê apresenta apatia, chora de forma monótona
constantemente, grita sem motivos e não reage aos estímulos descritos acima.
Ao apresentar algumas características consideradas problemáticas não
significa que o bebê necessite de acompanhamento neurológico ou psiquiátrico,
podendo ser apenas demonstrações da personalidade do bebê. O bebê sinaliza
possuir algum distúrbio quando apresentar uma ou mais das características acima
citadas, devendo ser encaminhado ao pediatra, para que esse, por sua vez,
encaminhe para outros profissionais adequados a cada caso.
Dos seis aos 24 meses de vida – características como maior estabilidade
fisiológica, controle motor e tolerância, fazendo com que a criança brinque e se
envolva por um tempo maior com objetos, sem irritar-se, determinam um
comportamento considerado normal. Sua ligação com a figura materna é bastante
forte e ela já distingue pessoas próximas do seu ambiente familiar. Até os 18 meses
seu vocabulário já possui muitas palavras aprendidas e ocorre ainda a fase da
imitação.
Comportamentos problemáticos – a criança apresenta intolerância, choro
e raiva em excesso, dificuldade no controle esfincteriano, sono e alimentação
alterada. Chupa o dedo constantemente, tem tiques nervosos e balança-se em
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determinadas situações.
Os comportamentos que indicam distúrbios poderão apresentar
características como perda de fôlego, crises temperamentais, convulsões e
isolamento frequente. A criança não estreita laços com a mãe, ela chupa dedo ou
objetos compulsivamente, balança-se e bate a cabeça contra a parede ou berço.
Nessas condições, a criança deverá ser encaminhada ao pediatra,
neurologista ou psiquiatra para avaliação.
Dos dois anos aos cinco anos de idade – Nessa fase, normalmente, o
desenvolvimento linguístico infantil “dá um salto” e o seu vocabulário compreende
a estruturação de frases completas, com sentido. Possui controle nas evacuações e
já se alimenta sozinho. Sua relação com a mãe, embora ainda seja de
dependência, abre espaço para os outros membros da família e sua coordenação é
desenvolvida por intermédio de saltos e corridas.
Realiza atividades como recorte, pintura e trabalhos manuais simples. As
perguntas são constantes, inclusive a respeito da sexualidade, e sua sociabilidade
fica mais evidente. O comportamento problemático evidencia-se quando há
comprometimento na coordenação motora e no desenvolvimento linguístico
(gagueira e trocas de letras excessivas). Demonstra dificuldades em separar-se da
mãe, irrita-se frequentemente, recusa-se a largar a chupeta ou mamadeira,
demonstra medo excessivo de estranhos e não mostra interesse por crianças da
sua idade.
O distúrbio é confirmado a partir do comportamento hiperativo ou apático,
sem reações e com pouca fala. A criança não controla as evacuações, age com
comportamento destrutivo, rasga, corta, queima, risca objetos e agride animais ou
irmãos mais novos, sentindo aparente prazer nesses atos.
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simultaneamente a dos objetos, sendo que por volta do segundo ano de vida infantil
este aprendizado está mais bem compreendido e elaborado. Esse processo é
realizado de acordo com a percepção que a criança possui de seu corpo, a
organização dos seus movimentos neste espaço, em relação aos objetos existentes
à sua volta.
Já no aprendizado das relações entre as causas e seus efeitos são
descobertas acidentalmente pela criança, quando ela age atraída por algo e tem
como resultado um efeito inesperado. Nesta fase da vida da criança pode-se
observar o aparecimento do egocentrismo infantil.
Um bom exemplo da descrição desta etapa é colocado por Piaget quando a
criança puxa a corda do móbile suspenso em seu berço. O móbile começa a se
movimentar e a emitir o som musical. O brinquedo “reagiu” ao toque da criança, ou
seja, ela aprendeu que pode causar um efeito desejado, e utilizará essa prática
para alcançar outros feitos. A criança se servirá deste esquema causal para agir a
distância sobre qualquer coisa.
Essa espécie de “causalidade mágica” ou “mágico fenomenista” (conforme
Piaget) mostra o egocentrismo causal primitivo. Essa etapa encerra quando a
criança, já no segundo ano de vida, baseia-se mais em critérios concretos e menos
na sua subjetividade infantil. Percebe a relação coerente que há de suas ações em
relação às “reações” dos objetos.
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“miudezas” dos fatos e acontecimentos. Assim, torna-se fácil ser levada a acreditar
apenas no que enxerga, nas evidências aparentes.
É nesta fase que usamos a experiência de mostrar para a criança algum
conteúdo (em mesma quantidade) em recipientes ou formas diferentes. A criança,
ao ser questionada da possibilidade do conteúdo ter a mesma quantidade em
ecipientes diferentes, lança uma resposta negativa, baseada na sua experiência
visual.
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lo para reconhecê-lo;
- A partir do 9º mês identifica facilmente o objeto.
Noção causalidade
Esta noção é observada a partir de uma “entrevista” informal com a criança.
Pergunta-se a ela as razões de certos eventos ocorrerem e observam-se as
respostas.
Exemplos:
“Por que o céu está lá em cima?”
Respostas possíveis:
“Porque ele fica lá para eu olhar para ele quando durmo”. “Porque o papai do
céu mora lá”.
Até os cinco anos de idade uma das possibilidades é que as respostas girem
em torno da ação da criança sobre o evento questionado, sendo ela o “agente”
responsável. Outra probabilidade é uma resposta baseada na ação de um terceiro,
que possa ter condições de “controlar” o evento, como por exemplo, “Papai do
Céu”, o pai ou a mãe da criança, seguindo a tendência egocêntrica de responder
conforme o animismo, artificialismo e finalismo.
Conservações Físicas
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Sólidos
2) Deixe a criança manipular um pedaço de argila ou massa de
modelar. Em seguida, corte-a ao meio e faça duas bolas. Mostre-lhe que as duas
partes contêm a mesma quantidade de massa. Transforme, na frente da criança,
uma das bolinhas em salsicha, ou outro formato qualquer, e pergunte qual das
partes possui a maior quantidade de massa.
Respostas:
- Até os sete anos, aproximadamente: a resposta baseia-se na
percepção visual, ou seja, a criança tende a imaginar que um dos objetos é maior,
por isso ele terá maior quantidade da massa, podendo ser a bola ou a salsicha;
- Após os sete anos de idade: já é capaz de responder que as duas
partes têm a mesma quantidade de massa.
B) Conservação do peso
C) Conservação de volume
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Mostrar para a criança duas tiras, sendo uma esticada e outra enrolada
como uma mola. As duas tiras devem começar e terminar com os extremos
coincidindo, então, pergunta-se para a criança se as tiras são do mesmo tamanho.
Respostas:
- Entre um aos cinco anos a tendência é responder que as tiras são do
mesmo tamanho;
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- A partir de cinco aos sete anos de idade a criança percebe que a mola
é mais longa.
B) Conservação de superfície
Operação de classificação
Classificação tátil-cinestésica
2) A atividade consiste em proporcionar à criança a manipulação de
objetos (formas geométricas) sem que ela mantenha contato visual. Em uma mesa
distribuir dois cubos grandes e dois pequenos, dois quadrados grandes e dois
pequenos, tapando-os com uma toalha. Em seguida a criança deve organizá-los de
acordo com suas formas e tamanhos.
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Operação de seriação
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Respostas:
A noção de seriação constitui-se na criança a partir dos sete anos de idade,
dominando, inicialmente, a seriação simplificada, com a probabilidade de seriar
apenas um elemento, aumentando de acordo com sua capacidade discriminatória.
Na teoria de Jean Piaget, as crianças aprendem por meio da ação e da solução de
problemas e, uma vez descobrindo-os, poderão modificá-los. Sendo essa a
alavanca para alcançar um estágio mais avançado.
Entretanto, uma das contribuições dos estudos de Piaget foi a ênfase dada
ao desenvolvimento cronológico natural do ser humano, que indica quando a
criança estará preparada, “pronta”, para realizar determinada atividade, que não
poderia realizar no caso de encontrar-se em outro momento maturacional.
Possivelmente sua teoria tem estreita relação com sua formação profissional
– biologia e ciências naturais – não podendo, entretanto, contextualizar suas
abordagens como fez Vygotsky, a partir de construções em bases filosóficas.
(...) a principal preocupação de Vygotsky era compreender a natureza, a
evolução e a transmissão da cultura humana. Seus primeiros trabalhos incluíram o
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de estudar.
Saber ler e escrever são instrumentos culturais muito valorizados desde a
antiguidade até a atualidade. No entanto, atualmente, a alfabetização transcende o
saber ler e escrever, sendo apenas uma das faces constituintes desse complexo
processo que possui em si a característica de socializar, instrumentalizar a criança
para interagir a partir do contexto familiar, escolar e, finalmente, social, durante e
depois do aprendizado técnico e formal da palavra.
curriculares fundamentais aos alunos e a experiência social que eles têm como
indivíduos? (PAULO FREIRE, 1997, p. 33)
Para que o real sentido da alfabetização se cumpra, é necessário, portanto,
valorizar seu real significado e papel, transpondo-o para nossa atualidade, para as
necessidades sociais e culturais atuais. Se, antigamente, o ato de ler e escrever
bastava por si só, denotando certo status a quem o realizava, atualmente a
demanda sociocultural é mais abrangente e exigente, conforme nos mostra sua
evolução em estudos antropológicos a respeito da história da escrita.
A escrita atual tem suas origens, conforme estudos a respeito da evolução
humana, em aproximadamente cinco mil anos atrás, com o surgimento de diversas
formas de expressões que o homem criou para sua comunicação. Na China, surgiu
em forma de símbolos pictóricos; no Egito, eram os hieróglifos e, na Mesopotâmia,
era a escrita cuneiforme. Os fenícios criaram sinais que deram origem às
consoantes e os gregos foram os responsáveis por acrescentar as vogais.
A palavra ALFABETO tem sua origem no nome batizado das primeiras letras
gregas – Alfa e Beta. Nosso alfabeto latino foi criado pelo povo romano, e toda essa
sabedoria acumulada e acrescentada em milênios não poderia resultar em um
simplificado ato de codificação e decodificação gráfica, por fazer parte da evolução
intelectual e sociocultural dos seres humanos.
3) Metodologia:
1º passo: escolha do tema;
O texto em questão deve ser elaborado coletivamente, com a participação
de todas as crianças da turma. O educador lança a ideia inicial envolvendo-as,
progressivamente. Enquanto propõe a ideia, ele investiga as preferências das
crianças, sugerindo-lhes opções e utilizando perguntas tais como: Vamos escrever
a respeito do quê? O que vocês têm visto na televisão ou nas conversas entre os
seus pais? O professor analisa as respostas e observa, supostamente, que um
tema apropriado para atender às expectativas das crianças seja a família.
2º passo: elaboração do texto;
Os alunos dão opiniões quanto ao número de personagens que constituirão
a família, escolhem seus nomes, idades, ocupações e profissões, preferências, o
que fazem nas horas vagas, etc. O professor registra graficamente o texto e, ao
final, lê para as crianças a composição coletiva.
3º passo: construção de material;
Os alunos são convidados a confeccionar o cenário do texto, seus
personagens, roupas, mobília da casa, carros, etc.
4º passo: registro feito pelos alunos;
O professor elege uma letra no alfabeto para ser fixada oral e visualmente
nesta atividade, podendo ser a letra F de família, C de casa, carro, camisa, cama,
Carlos, Carolina, colete, ou outra letra que seja evidenciada durante a construção
da atividade;
5º passo: as crianças, auxiliadas pelo professor, constroem placas e
nomeiam as mobílias e os personagens. Os alunos são convidados a brincar
livremente com o material confeccionado.
4) Abrangência interdisciplinar – esta atividade lúdico-pedagógica
permite que o professor extrapole o conteúdo inicial, podendo explorar ainda as
cores, formas geométricas, quantidades, texturas, criatividade expressiva e
socialização.
5) Material utilizado – sucata (para a confecção dos móveis),
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canetinhas coloridas, pincel atômico, fita adesiva, tesoura, cola, lápis de cor, caixa
de papelão (para fazer a casa), papel dupla face e folha de ofício (para fazer os
personagens), tecido, agulha e linha (para a confecção das almofadas,
travesseiros, cobertores e toalhas).
6) Tempo necessário para realização da atividade - O tempo
necessário dependerá do número de alunos que compõem a turma, de seu ritmo e
do professor, podendo variar de uma a duas semanas.
Nível Pré-silábico
No início da alfabetização a criança ainda não distingue a unidade do
símbolo gráfico de um todo, ou seja, a letra da palavra, assim como ainda não
compreende que a escrita representa a fala, o som da palavra e não o objeto a que
o nome se refere. Poderá imaginar, por exemplo, que a letra inicial do seu nome
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signifique a palavra inteira, ou que seu nome e uma característica sua possam ser
expressos com a mesma palavra.
Ainda há, nesse período, uma confusão a respeito da relação do
pensamento com sua expressão gráfica, ocupando o desenho um papel muito
importante neste aspecto, pois esse recurso servirá de instrumento comunicativo,
enquanto a criança desenvolve aptidões e constrói suas hipóteses.
Grafismos primitivos - esse sistema de expressão gráfica são rabiscos,
sinais com movimentos variados, podendo ser em zigue-zague, ondulares, em linha
reta ou não, com propensão arbitrária. A escrita poderá aparecer junto ao desenho,
para dar crédito a suas intenções de significado. É também comum a não
diferenciação entre letras e números, sendo que ambos são símbolos
representativos de ideias postas no papel.
A “Hipótese de Quantidades Mínimas” – cada sujeito que passa por esta
característica peculiar desenvolve um número mínimo de letras que podem ser
lidas, podendo ser duas, três ou quatro.
Sugestões para o melhor aproveitamento desta etapa:
1) Letras – destacar a forma e posição das letras e apresentá-las em
seus tipos variados;
- fazer conexão entre a sonorização, pronúncia e as letras iniciais de
palavras que contenham significado para a criança;
- proporcionar situações em que apareça a distinção entre letras e
números.
2) Palavras – realizar associações entre palavras e objetos;
- análise quanto às letras iniciais e finais de palavras que possuam
significado para a criança.
3) Frases – distinção entre imagem de figuras e a escrita em um texto;
- ressaltar a distribuição espacial das frases no texto.
Nível Silábico
A descoberta da relação fonográfica da letra inicial antecede o
descobrimento de que todas as letras das palavras possuem valor sonoro. O nível
silábico caracteriza-se pela tendência que a criança possui em aceitar a sílaba
como sendo a própria palavra; ou, ainda, admitir uma letra para cada sílaba,
registrando, por exemplo, VL para a palavra VELA e também uma letra para cada
frase.
O aluno depende, assim, do auxílio do professor para tomar consciência do
número de letras que as palavras possuem, e, principalmente, de que existem
monossílabas que emitem apenas um som, mas possuem duas letras. Ao gerar
essas afirmações é oportunizada à criança que esta elabore seu conhecimento,
gerando um momento de transformação do pré-conhecimento ao novo,
intermediado pelo professor.
O conhecimento da relação letra-som poderá perpassar mais de um nível de
evolução, portanto a criança não se desenvolve nestes níveis de uma forma
irreversível e continuamente vertical, pulando de um para o outro,
automaticamente, sendo que sua evolução é uma complexa rede gradual de
aquisição de aptidões e conhecimentos que se interligam. Portanto, seguindo este
raciocínio, passar para um estágio não significa deixar de possuir algumas
manifestações do estágio anterior ou estar adiantado em outras.
Sugestões:
1) letras – análise da pronúncia das letras a partir do som da primeira
sílaba da palavra;
- continuação do destaque às formas e posição das letras, cursiva e
imprensa.
2) palavras – contagem do número de letras, desmembramento oral
das sílabas e repartição das palavras escritas.
3) frases – utilização de pequenos textos lidos pelo
professor e memorizados pelos alunos.
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Escritas fixas
A escrita não é interpretável por outras pessoas.
apresentam indícios que os levam a suspeitar que ela tenha algum distúrbio de
aprendizagem, porém é necessário tomar cuidado com características particulares
de cada criança e realizar uma investigação abrangente antes de encaminhar o
aluno para algum especialista.
Conforme OLIVIER (1997), a aprendizagem ocorre quando o ciclo – atenção,
assimilação e memorização se completa. Entretanto, no caso do aluno que não
prestou atenção e do aluno que prestou atenção, mas não assimilou nem
memorizou, significa que necessitam de acompanhamento psicopedagógico para
detectar onde há o problema de aprendizagem.
As dificuldades, problemas e distúrbios de aprendizagem originam-se a partir
de tais situações:
- Fatores psicológicos – traumas, problemas pessoais, etc.;
- Fatores orgânicos – anemia, desnutrição, dislexia, disgrafia, dislalia,
etc.;
- Fatores educacionais – problemas causados a partir da dinâmica
escolar, como despreparo do professor, ineficiência da metodologia utilizada, etc.
Esses são alguns dos distúrbios mais comuns em salas de aulas, sendo
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que a criança que apresentar um ou outro sintoma descrito acima não terá
necessariamente um distúrbio, sendo necessária uma avaliação individual com
diversos profissionais, iniciando a partir da suspeita dos professores.
DINÂMICA DO PLANEJAMENTO
OS PLANOS DE ATIVIDADES
AVALIAÇÃO Observações e registros - por esta ser uma das tarefas iniciais,
uma nova concepção que dimensiona novos compromissos sociais para o espaço
escolar.
O sonho de democratizar a escolarização básica passou a ser dada a todos
(...) a oportunidade de dominar as mesmas armas, as mesmas credenciais, para se
valer em uma sociedade cada vez mais seletiva, sem questionar o caráter seletivo
e excludente, antidemocrático e antipedagógico, do credencialismo a que nosso
sistema sempre foi atrelado. (ARROYO, 2000, p. 15)
Portanto, a viabilidade de oferecermos um espaço de construção
sociocultural que contemple o desenvolvimento humano e educacional dos
educandos, transforma nossas práticas cotidianas em sala de aula em ações
consolidadoras de uma nova concepção de escola. Na visão de VEIGA (1995, p.
13): O conhecimento escolar é dinâmico e não uma mera simplificação do
conhecimento científico, que se adequaria à faixa etária e aos interesses dos
alunos. Daí a necessidade de se promover, na escola, uma reflexão aprofundada
sobre o processo de produção do conhecimento escolar (...) o currículo não é um
instrumento neutro (...) passa ideologia (...)
A partir dessa perspectiva poderemos incluir o processo de alfabetização
como a preocupação inicial de construção do Plano Político Pedagógico,
entendendo-se que esta fase seja o início da construção de conhecimento infantil,
oportunizando o acesso necessário para a formação que sustentará sua vida
escolar atual e posterior.
A definição do termo currículo, por SACRISTÁN (1998), compreende “a
palavra latina currere, que se refere à carreira, a um percurso que deve ser
realizado para os alunos/as, e o currículo é seu recheio, seu conteúdo, o guia de
seu progresso pela escolaridade”.
Essa descrição leva-nos a refletir a respeito do valor que deve ser agregado
ao início do caminho. Este é um novo percurso que está sendo construído sob
novas perspectivas e ações, como as discussões a respeito de qualificação e
valorização do profissional, com o intuito de transformá-las em feitos concretos que
reflitam diretamente na escolarização inicial dos alunos. De uma forma sintetizada,
veremos aqui a estrutura dos PCNs para as séries iniciais e atividades elaboradas
de acordo com os objetivos de cada área.
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Alguns passos que podem ser seguidos pelo professor no início do processo
de LEITURA:
Instigar na criança a curiosidade por algum tema;
Disponibilizar materiais divertidos, com temas atuais e apropriados
para sua idade, como revistas em quadrinhos, livrinhos, CDs com historinhas e até
mesmo objetos concretos para ilustrar uma história (um barquinho para a história
do Soldadinho de Chumbo, por exemplo);
Conversar com o aluno a respeito da importância da leitura para
sua vida prática;
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Planejamento sugerido
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Planejamento sugerido
Passeio ao Supermercado
SÉRIES INICIAIS
REALIZAÇÃO DAS A turma procura no encarte do supermercado os preços dos itens que
ATIVIDADES comprarão para fazer a receita e calculam o valor necessário que devem
dispor. No passeio os alunos comparam preços e fazem contas.
Na realização da receita o professor auxilia as crianças na leitura dos passos
e quantia dos ingredientes.
O último passo do programa será resolver questões matemáticas
relacionadas com a compra e venda dos itens de supermercado.
Planejamento sugerido
Brincadeiras de adivinhação
SÉRIES INICIAIS
RECURSOS E Materiais Utilizados: Venda escura para tapar os olhos dos alunos e materiais
PREVISÃO DE diversos para serem manipulados.
DURAÇÃO Duração das atividades: Previsão de um dia letivo
REALIZAÇÃO Na brincadeira número 1 o professor requisita a participação do aluno que
DAS ATIVIDADES ficará de olhos vendados. Os outros alunos devem selecionar material
diversificado para que o aluno descreva e diga o que está manipulando ou
experimentando, como por exemplo: “é gelado, duro e molhado” (cubo de
gelo). “É macio e sua temperatura é a mesma do corpo” (algodão). “É
saboroso, tem gosto e cheiro de fruta” (geleia de morango).
Na segunda brincadeira o professor solicita que um aluno posicione-se em
pé. Todos os outros deverão observá-lo. Em seguida o aluno retira-se da aula
e modifica algo em sua roupa, acessórios, etc. Ao entrar na sala, novamente,
os demais devem apontar onde houve a modificação.
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Planejamento sugerido
Linha do tempo
SÉRIES INICIAIS
OBJETIVO Proporcionar que o aluno construa sua realidade e conheça sua história de
vida e a de sua família anterior ao seu nascimento.
REALIZAÇÃO DAS As fotos devem ser solicitadas aos pais para que o professor selecione. O
ATIVIDADES texto deverá ser lido para a turma. Em seguida, com a ajuda do professor, o
aluno constrói sua linha do tempo, reconstruindo sua história de vida, de
acordo com os acontecimentos ao seu redor.
Planejamento sugerido
Visita a uma instituição filantrópica
SÉRIES INICIAIS
CONTEÚDO
Relações interpessoais.
Planejamento sugerido
A História do Natal
SÉRIES INICIAIS
CONTEÚDO Datas comemorativas.
OBJETIVOS - Oportunizar a construção de conhecimento a respeito do tema Natal;
- Debater os valores que estão agregados à celebração do Natal.
ATIVIDADES 1) pesquisa do significado do Natal e da origem da data;
2) debate a respeito da troca de presentes e consumo nesta época do
ano;
3) montagem de um presépio.
RECURSOS E Materiais Utilizados: texto e desenhos a respeito do Natal
PREVISÃO DE 5) Modelos dos personagens do presépio.Duração das atividades:
DURAÇÃO Previsão: de um a dois dias letivos.
REALIZAÇÃO DAS O professor lê para a turma um texto sobre o Natal e oportuniza um
ATIVIDADES debate a respeito dos tópicos relacionados – religião, consumo, espírito de
solidariedade, entre outros que poderão surgir no decorrer do debate. As
crianças preparam o presépio, montando-o no final da atividade.
AVALIAÇÃO Nesta atividade poderão ser observados os conhecimentos que as
crianças possuíam anteriormente, bem como a construção de novos
conhecimentos a partir das informações salientadas no debate.
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Trava teclas com SHIFT e CTRL para serem usadas apenas com uma
das mãos;
Operação do mouse a partir de teclas do teclado;
Modificação da sensibilidade do teclado no pressionamento das teclas;
Sinais sonoros para a tecla caps lock, por exemplo;
Regulagem do teclado para uso de pessoas com limitações na
coordenação dos movimentos.
Palavras
Atividade: Texto Vazado
Objetivo: A criança deve perceber que os textos e as músicas são feitos de
um conjunto de frases e as frases, por sua vez, feitas por palavras. A criança
deverá perceber a importância de cada palavra no seu devido lugar para a leitura
de um texto ou canto de uma música.
Realização da atividade: O professor lê um pequeno texto (uma história
conhecida). Em seguida, solicita que um aluno voluntário recorte algumas palavras
em cada frase (demarcadas anteriormente pelo professor), dando o efeito vazado
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IDENTIFICAÇÃO DE FONEMAS
O professor poderá utilizar a canção que a turma costuma ouvir, ou a que ele
preferir chamando a atenção para a importância de utilizarmos a letra certa para
que a palavra tenha sentido.
Exemplo:
EU – (duas batidas de palmas) TAPETE – (três batidas de palmas) SACI –
(duas batidas de palmas) PÉ – (uma batida de palmas)
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Uma das formas de o professor conhecer sua turma no início do ano letivo é
conversando individualmente com os alunos que a constituem. Não sendo possível
dialogar com todos, em função do número elevado de alunos, a realização da
enquete vale para aqueles que precisam de maiores atenções. Uma
complementação da enquete é o conhecimento do histórico da criança fornecida
pela equipe diretiva da escola e, ainda, uma entrevista com os pais.
A sugestão é que este questionário seja aplicado no primeiro bimestre,
quando alunos e professores já se sentem à vontade para responder e perguntar. O
questionamento ao aluno requer uma observação eficaz do professor. Ele deve
estar atento às questões subjetivas das crianças, que se evidenciam na linguagem
corporal, entonação da voz, demonstrações de inquietude, desconforto ou
desatenção e desânimo.
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Cada turma poderá exigir perguntas pertinentes, tais que para outra não
seriam adequadas. Portanto, deverá ser de cada professor a função de adequar
este questionário à sua realidade.
ANEXOS
O SOLDADINHO DE CHUMBO
uma perna, fez um barquinho de papel, para o soldadinho navegar uma volta ao
mundo!
O papel molhado do barquinho rasgou e o soldadinho foi parar no fundo do
rio. Ele se desesperou, pensando que não veria mais sua linda bailarina. As
crianças, quando deram por falta do soldadinho, ficaram muito tristes e também os
outros brinquedos, principalmente a bailarina, que chorava desconsoladamente.
Os dias se passaram e um pescador pescou um grande peixe no rio. E não é
que o soldadinho fora engolido por ele? A empregada da casa foi quem descobriu
essa enorme coincidência. Ao preparar o peixe ela encontrou o soldadinho lá
dentro, assustado e apavorado, quase não acreditou quando foi tirado daquela
barriga gosmenta!
Todos os brinquedos reuniram-se e comemoraram a volta do soldadinho. A
bailarina dançou animadamente com seu admirador. Mas, inesperadamente, o
menininho chegou e pegou os dois brinquedos que dançavam agarradinhos para
brincar na sala, perto de uma quentinha lareira.
O menininho brincou por meia-hora, até que a empregada chamou a todos
para jantar. Ao abrir a porta com muita força, que desgraça, os dois brinquedos
foram lançados ao longe, para dentro da lareira crepitante. Derreteram
abraçadinhos, tristes e felizes de um final comovente que inspirou essa linda
história de amor e amizade.
deu para a moça que estava no caixa uma nota de R$ 50,00. Ajude a moça para
saber se precisa devolver troco, e se necessário, quanto deve ser?
Resultado:
3) Betinha, uma moça que trabalha para a dona Teresa, tem uma lista de
compras para fazer, antes de a patroa chegar em casa. Foi logo ao mercado e
comprou 10 pacotes de bolacha, oito quilogramas de farinha, quatro latas de milho-
verde e seis pacotes de macarrão. Quanto ela gastou ao todo, sendo que um
pacote de bolachas custa R$ 0,98. Um quilograma de farinha custa R$ 1, 89. O
pacote de macarrão custa R$ 1, 95 e uma lata de milho-verde custa R$ 1,19.
Resultado:
A HISTÓRIA DO NATAL
nosso bom velhinho usava uma roupa marrom. A partir desse ano, a campanha
publicitária, de uma grande indústria de refrigerantes, mostrou o Papai Noel vestido
com uma roupa vermelha e branca.
Portanto, a roupa que conhecemos hoje, bem como a imagem do Papai Noel
com sua toca de pompom branquinho, foi resultado do sucesso que a imagem fez
na época, sendo difundida mundialmente por uma campanha publicitária.
Atualmente, podemos encontrar muitas imagens de Papai Noel com roupas
douradas, prateadas e adornadas com finos tecidos. Incapazes de nos remeter à
época na qual o bom Nicolau era o único responsável pela doação de moedas aos
desprovidos habitantes de algum povoado distante.
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REFERÊNCIAS
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