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TEMA 13 / 2020

TEXTOS MOTIVADORES

TEXTO I

O que é trabalho infantil?


Trabalho infantil é qualquer forma de trabalho realizado por crianças e adolescentes abaixo da idade
mínima permitida pela legislação de cada país. No Brasil, qualquer forma de trabalho infantil é totalmente
proibida até os 14 anos de idade. Já entre 14 e 16 anos de idade, a única forma legalmente aceita é o
trabalho na condição de aprendiz, enquanto entre os 16 e 18 anos, existe uma permissão parcial para
trabalho de adolescentes – no entanto, são proibidas pela Lei qualquer atividade noturna, insalubre,
perigosa e penosa para crianças e adolescentes.
https://www.childhood.org.br/o-que-e-trabalho-
infantil#:~:text=Trabalho%20infantil%20%C3%A9%20qualquer%20forma,os%2014%20anos%20de%20idade. (fragmento)

TEXTO II

UNICEF alerta para o risco de aumento do trabalho infantil durante e após a pandemia
Crianças e adolescentes negros estão particularmente vulneráveis; garantir a implementação da Lei da
Aprendizagem e o retorno de todas as crianças e adolescentes à escola é essencial para proteger meninas
e meninos dessa exploração
Brasília, 12 de junho de 2020 – A pandemia da Covid-19 traz, como efeito secundário, o risco de
aumento do trabalho infantil no Brasil. Com as escolas fechadas para prevenir a transmissão do vírus e a
pobreza se acentuando, o trabalho pode parecer, equivocadamente, uma forma de meninas e meninos
ajudarem suas famílias. Mas ele impacta o desenvolvimento físico e emocional das crianças e pode impedir
a continuidade da educação, reproduzindo ciclos de pobreza nas famílias – além de ser porta de entrada
para uma série de outras violações de direitos, como a violência sexual. O trabalho infantil é uma forma de
violência. Ele atinge crianças e adolescentes em todo o País e, particularmente, meninas e meninos negros.
Uma das formas de impedir o trabalho infantil é oferecer opções de aprendizagem e trabalho
protegido, dentro da lei, aos adolescentes. Por isso, neste Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil, o
UNICEF faz um apelo às empresas públicas e privadas para que reforcem seu compromisso com a
implementação da Lei da Aprendizagem. “Neste momento de crise, é ainda mais necessário promover
esforços para garantir que meninas e meninos vulneráveis retornem à escola após a pandemia. No caso
dos adolescentes, para que isso seja possível, é essencial que eles consigam unir aprendizagem e trabalho
protegido, via lei do Aprendiz”, defende Rosana Vega, chefe de Proteção à Criança do UNICEF no Brasil.
Segundo dados do IBGE de 2016, os últimos disponíveis, 2,4 milhões de crianças e adolescentes
de 5 a 17 anos estavam em situação de trabalho infantil no Brasil. Destes, 1,7 milhão exerciam também
afazeres domésticos de forma concomitante ao trabalho ou estudo. O problema afeta, em especial, meninas
e meninos negros. Do total em trabalho infantil no Brasil em 2016, 64,1% eram negros. Na Região Norte,
este percentual era ainda maior, 86,2%, seguido da Região Nordeste, com 79,5%, e do Centro-Oeste, com
71,5%. No Sudeste e no Sul eram 58,4% e 27,9%, respectivamente.
A Constituição Federal proíbe o trabalho de menores de 16 anos no Brasil, exceto na condição de
aprendiz, a partir dos 14 anos. A Lei da Aprendizagem (10.097/2000) determina que toda empresa de médio
ou grande porte tenha de 5% a 15% de aprendizes, entre 14 e 24 anos, considerando as funções que
exijam formação profissional. Dessa forma, a lei permite que meninas e meninos que cursam a escola
regular no ensino médio tenham oportunidades de formação técnico-profissional.
No entanto, em 2018, só havia 435.956 jovens registrados como aprendizes no País. Ao mesmo
tempo, mais de 1,7 milhão de crianças e adolescentes de 4 a 17 anos estava fora da escola, incluindo 1,15
milhão de adolescentes entre 15 e 17 anos.
https://www.unicef.org/brazil/comunicados-de-imprensa/unicef-alerta-para-o-risco-de-aumento-do-trabalho-infantil-durante-e-
apos (fragmento)

TEXTO III

Tema invisibilizado
A procuradora avalia que o trabalho infantil ainda é muito naturalizado no país, o que faz com que a
prática desumana seja invisibilizada.
“O trabalho infantil é visto como uma solução para o pobre. ‘Ele precisa trabalhar pra ajudar a
família’. Se subverte a lógica da proteção da Infância e da Adolescência. É a criança e não o Estado que
tem que sustentar uma família em vulnerabilidade. A sociedade não consegue enxergar o trabalho infantil
como uma violação de direitos humanos”, lamenta.
Números do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde,
evidenciam que o trabalho infantil é uma ameaça concreta à vida das crianças brasileiras.
De 2007 a 2019, por exemplo, foram registrados 279 acidentes fatais entre crianças de 5 a 17
anos que estavam trabalhando ilegalmente. Durante o mesmo período, foram registrados 27.924 acidentes
de trabalho considerado graves, com sequelas principalmente nas mãos, assim como nos membros
superiores e inferiores.
Levantamento do MPT-SP indica ainda que na década entre 2009 e 2019, 13.591 crianças e
adolescentes sofreram acidentes de trabalho graves no estado de São Paulo. Outros 35 perderam a vida
trabalhando.
A maioria das vítimas trabalhava na informalidade, com destaque para área da construção civil,
agricultura, trabalho domésticos e açougues, funções definidas pelo decreto 6.481/2008 como piores
formas de trabalho infantil.
https://www.brasildefato.com.br/2020/06/12/crescimento-da-exploracao-do-trabalho-infantil-e-risco-iminente-durante-pandemia
(fragmento)

TEXTO IV

O que o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) diz sobre o trabalho infantil:


“Art. 60. É proibido qualquer trabalho a menores de quatorze anos de idade.”
Após a Emenda Constitucional 98, ficou estabelecida a proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre
a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz,
a partir de quatorze anos. O ECA não incorporou a alteração, mas a Constituição Federal, que está no topo
da hierarquia das leis, é o que prevalece.

“Art. 61. A proteção ao trabalho dos adolescentes é regulada por legislação especial, sem prejuízo
do disposto nesta Lei.”
A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), entre os artigos 402 e 441, estabelece as condições para a
atuação profissional de jovens de 14 anos a 17 anos no Brasil. E inclui redações dadas por outros textos
legais, como a Lei do Aprendiz (10.097/2000) e o decreto federal e 5.598/2005.

Art. 65. Ao adolescente aprendiz, maior de quatorze anos, são assegurados os direitos trabalhistas e
previdenciários.
Há algumas particularidades para os aprendizes. A lei determina, por exemplo, que empregadores de
aprendizes depositem 2% da remuneração dos jovens no Fundo de Garantia de Tempo de Serviço (FGTS).
Um trabalhador contratado fora dos programas de aprendizes tem direito a um depósito de 8%, segundo a
CLT.
https://www.chegadetrabalhoinfantil.org.br/noticias/materias/o-que-o-eca-diz-sobre-o-trabalho-infantil/

TEXTO V

Histórico
O dia 12 de junho, Dia Mundial e Nacional de Combate ao Trabalho Infantil, foi instituído pela
Organização Internacional do Trabalho (OIT) em 2002, data da apresentação do primeiro relatório global
sobre o trabalho infantil na Conferência Anual do Trabalho.
Desde então, a OIT convoca a sociedade, os trabalhadores, os empregadores e os governos do
mundo todo a se mobilizarem contra o trabalho infantil.
No Brasil, o 12 de junho foi instituído como o Dia Nacional de Combate ao Trabalho Infantil, pela Lei
Nº 11.542/2007. As mobilizações e campanhas anuais são coordenadas pelo Fórum Nacional de Prevenção
e Erradicação do Trabalho Infantil (Fnpeti), em parceria com os Fóruns Estaduais de Prevenção e
Erradicação do Trabalho Infantil e Proteção ao Adolescente Trabalhador e suas entidades membros.

2
https://caxias.rs.gov.br/noticias/2020/06/12-de-junho-traz-reflexao-sobre-o-combate-ao-trabalho-infantil

PROPOSTA DE REDAÇÃO
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de
sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o
tema “A realidade do trabalho infantil no Brasil”, apresentando proposta de intervenção, que respeite os
direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para
defesa de seu ponto de vista.

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