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Nome: Carlos Henrique Brito Silva

N°:49 Série:2°H
Nome:Cesar Costa de Souza N°:52
Série:2°H
Data:23/11/23
Trabalho e direito das crianças e
adolescentes.
Sumário:

Nesse trabalho , falaremos um pouco sobre:

Impactos negativos do trabalho infantil____________________________________ 6

Aprendiz____________________________________________________________ 6

Declaração dos direitos da criança _______________________________________7

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ECA traz mecanismos para o combate ao trabalho infantil

Publicada: 20/07/2022 às 09:43

20/7/2022

Por Ethiene Fonseca/Agência de Notícias Alese

A atividade profissional é um direito tão importante para a nossa sociedade que já vem
expresso no primeiro artigo da Constituição Federal de 1988. É a partir do trabalho que as
pessoas conseguem garantir o sustento de suas famílias. O trabalho também permite que o
indivíduo explore a sua vocação e as suas aptidões pessoais, contribuindo, dessa forma, com
o desenvolvimento da sociedade.

Porém, o exercício da atividade laboral apresenta algumas restrições, entre elas a questão da
idade. De acordo com a legislação brasileira, a inserção no mercado de trabalho é possível
para quem tem 18 anos de idade ou mais, havendo algumas exceções. O Estatuto da Criança
e do Adolescente (Lei 8.069/1990) proíbe o desempenho de qualquer atividade laboral por
menores de 16 anos, podendo o adolescente trabalhar como aprendiz a partir dos 14 anos.

Mas o que está na Lei não é o que se vê na prática. O trabalho infantil é uma realidade nos
quatro cantos do país. Em 2019, Sergipe registrou 16.846 crianças e adolescentes com idade
entre 5 e 17 anos em situação de trabalho infantil. Como à época o Estado tinha 471.088
pessoas nessa faixa etária, o número de crianças e adolescentes em situação de exploração
totalizou 3,6%. Essas informações constam em relatório elaborado pelo Fórum Nacional de
Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil (FNPETI) a partir de dados da Pesquisa Nacional
por Amostra de Domicílios (Pnad).

Ainda em 2019, a pesquisa apontou que 46,6% das crianças e adolescentes de 5 a 17 anos
exerciam as piores formas de trabalho infantil que constam na Lista TIP, que é um documento
que identifica as piores formas de trabalho infantil, instituído pelo decreto Nº 6.481/2008. Entre

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os adolescentes sergipanos de 14 a 17 anos em situação de trabalho infantil, 100% dos casos
eram de empregos informais.

Sobre o perfil dessas crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil, a maioria é do


sexo masculino (74,3%) e negros (75,4%). Sobre a faixa etária, a maior parte tinha idade entre
16 e 17 anos (56,9%), seguidos dos adolescentes com idade entre 14 e 15 anos (25,6%).

“O trabalho infantil em Sergipe tem a sua marca mais relacionada à informalidade, ao mercado informal
de emprego. A gente identifica a maior parte em feiras livres, já que há uma atividade bem intensa no
interior e na capital. Além disso, há dados de trabalho infantil na agricultura familiar, que é de difícil
flagrante e constatação. Esse dado revela-se mais em pesquisas como a do IBGE, que aponta que na
atividade da agricultura familiar muitas crianças e adolescentes auxiliam seus pais na lida”, relatou o
procurador do Ministério Público do Trabalho de Sergipe (MPT/SE), Raymundo Lima Ribeiro Júnior.

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Raymundo Ribeiro, procurador do MPT/SE. Foto: Educação Sergipe

Nos casos de flagrante de situações de exploração do trabalho infantil, o MPT tem duas linhas
de atuação, explica o procurador do MPT, Raymundo Ribeiro. A primeira está relacionada à
punição das pessoas responsáveis por explorar essas crianças e adolescentes. A segunda,
refere-se a providências no sentido de exigir que o Poder Público desenvolva e implemente
políticas públicas para garantir os direitos desses jovens.

“O Ministério Público do Trabalho tenta punir os casos de exploração do trabalho infantil. Em


outros casos, como ocorre comumente em feiras livres o trabalho em logradouros públicos, a
gente tenta exigir administrativamente ou judicialmente alguma postura do Poder Público, seja
fiscalizando as feiras, seja exigindo políticas públicas voltadas à educação, ao esporte, à
assistência social, principalmente das famílias. Basicamente, essa é a linha de atuação: a
repressiva, quando há a identificação do explorador, que pode ser pessoa física ou jurídica; e a
promocional, que é exigir políticas públicas por quem tem que realizar políticas públicas”,
relatou o procurador Raymundo Ribeiro.

Ainda sobre o papel do Poder Público, ele explica que a atuação do MPT para coibir o trabalho
infantil geralmente se dá junto aos municípios. Como a maior parte dos casos de exploração
acontece em feiras livres, a responsabilidade imediata acaba sendo da gestão municipal, que
tem o papel de fiscalizar as feiras. Mas o procurador ponderou que a responsabilidade pela
garantia do bem-estar de crianças e adolescentes é também do Estado e da União.

“Como feiras livres principalmente em logradouros públicos são autorizadas pelos municípios,
a gente tem essa exigência junto aos municípios. Por outro lado, o Estado e a União também
têm que fazer a sua parte, principalmente cofinanciando as políticas públicas. A gente sabe
que a União em especial tem descumprido esse papel de financiador das políticas públicas sob
o argumento da Pandemia, de que passou muita verba aos municípios e aos estados, a União
reduziu bastante a participação dela no financiamento do combate ao trabalho infantil. O
argumento é esse. Por outro lado, a gente vê o discurso de muitas autoridades federais na
linha de que não haveria maiores problemas em relação ao trabalho infantil. Um discurso vago,
vazio, de quem desconhece o ato atentatório aos direitos humanos de crianças e adolescentes
que representa o trabalho infantil”, complementou o procurador.

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Impactos negativos

Os pesquisadores Herculano Ricardo Campos e Rosângela Francischini, ambos vinculados ao


Departamento de Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN),
expuseram os impactos negativos do trabalho infantil em artigo científico. Eles analisaram a
rotina de crianças que trabalhavam em uma tecelagem no município Jardim de Piranhas, no
interior do Rio Grande do Norte.

No estudo, Campos e Francischini apontam que essas crianças são submetidas a uma rotina de trabalho
muito pesada, assumindo responsabilidades que estão além do seu estágio de desenvolvimento. Além
disso, os pesquisadores constataram que essas crianças e adolescentes acabam não tendo tempo para a
realização de outras atividades que são importantes para a infância, como, por exemplo, estudar e brincar.

“À debilitação da sua condição física acrescente-se um estado de fadiga e falta de disposição (e tempo)
para engajamento em outras atividades, déficit de atenção e de concentração e restrições às possibilidades
de relações sociais. Em decorrência, as crianças ficam privadas de brincar, ou seja, de uma das atividades
que mais contribuem para o desenvolvimento saudável de aspectos físicos, cognitivos e sociais”,
relataram os pesquisadores da UFRN.

Para a pesquisadora Juliana Paganini, o ingresso de crianças e adolescentes em atividades de exploração


do trabalho infantil se dá por vários aspectos, entre eles a situação de pobreza que se encontram as
famílias dessas crianças e adolescentes. Em artigo publicado sobre o tema, Paganini também destacou a
baixa escolaridade, o desemprego adulto e os valores sociais como fatores que influenciam nos índices
relacionados ao trabalho infantil.

“Esse ingresso precoce da criança e do adolescente para o trabalho se dá por diversos fatores, sendo eles a
pobreza, a escolarização dos pais ou responsáveis, o tamanho e a estrutura da família, idade em que os
pais ou responsáveis começam a trabalhar, o local de residência, o desemprego adulto, os mitos culturais
arraigados na sociedade, bem como os fatores individuais, como querer ter seu próprio dinheiro e
liberdade”, trouxe a pesquisadora em artigo científico sobre os impactos negativos do trabalho infantil.

Aprendiz

Mas, como foi mencionado no início da matéria, existem algumas possibilidades em que os adolescentes
podem exercer uma atividade profissional, a exemplo dos programas para jovem aprendiz. Desde 2000,
a Lei 10.097 busca garantir que adolescentes possam se inserir no mercado de trabalho, aprendendo uma
profissão.

Mais do que uma oportunidade de emprego, os programas para jovem aprendiz visam estimular a
qualificação profissional, respeitando o estágio de desenvolvimento desse jovem para que ele não seja
submetido a rotinas de trabalho desgastantes.

“Contrato de aprendizagem é o contrato de trabalho especial, ajustado por escrito e por prazo
determinado, em que o empregador se compromete a assegurar ao maior de quatorze e menor de dezoito
anos, inscrito em programa de aprendizagem, formação técnico-profissional metódica, compatível com o
seu desenvolvimento físico, moral e psicológico, e o aprendiz, a executar, com zelo e diligência, as
tarefas necessárias a essa formação”, estabelece o Artigo 428 da Lei do Jovem Aprendiz.

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Declaração dos Direitos da Criança –
1959
Adotada pela Assembléia das Nações Unidas de 20 de novembro de 1959 e aprovada pelo
presidente da República com base nas atribuições conferidas por meio do art. 84, inciso XXI,
da Constituição, e tendo em vista o disposto nos arts. 1º da Lei nº 91, de 28 de agosto de
1935, e 1º do Decreto nº 50.517, de 2 de maio de 1961.

PREÂMBULO

Considerando que os povos da Nações Unidas, na Carta, reafirmaram sua fé nos direitos
humanos fundamentais, na dignidade e no valor do ser humano, e resolveram promover o
progresso social e melhores condições de vida dentro de uma liberdade mais ampla.

Considerando que as Nações Unidas, na Declaração Universal dos Direitos Humanos,


proclamaram que todo homem tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades nela
estabelecidos, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião,
opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento ou
qualquer outra condição.

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Considerando que a criança, em decorrência de sua imaturidade física e mental, precisa de
proteção e cuidados especiais, inclusive proteção legal apropriada, antes e depois do
nascimento.

Considerando que a necessidade de tal proteção foi enunciada na Declaração dos Direitos da
Criança em Genebra, de 1924, e reconhecida na Declaração Universal dos Direitos Humanos
e nos estatutos das agências especializadas e organizações internacionais interessadas no
bem-estar da criança.

Considerando que a humanidade deve à criança o melhor de seus esforços.

Assim,

A Assembléia Geral,

Proclama esta Declaração dos Direitos da Criança, visando que a criança tenha uma infância
feliz e possa gozar, em seu próprio benefício e no da sociedade, os direitos e as liberdades
aqui enunciados e apela a que os pais, os homens e as mulheres em sua qualidade de
indivíduos, e as organizações voluntárias, as autoridades locais e os Governos nacionais
reconheçam estes direitos e se empenhem pela sua observância mediante medidas
legislativas e de outra natureza, progressivamente instituídas, de conformidade com os
seguintes princípios:

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Princípio 1

A criança gozará todos os direitos enunciados nesta Declaração. Todas as crianças,


absolutamente sem qualquer exceção, serão credoras destes direitos, sem distinção ou
discriminação por motivo de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra
natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento ou qualquer outra condição, quer sua
ou de sua família.

Princípio 2

A criança gozará proteção social e ser-lhe-ão proporcionadas oportunidades e facilidades, por


lei e por outros meios, a fim de lhe facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e
social, de forma sadia e normal e em condições de liberdade e dignidade. Na instituição das
leis visando este objetivo levar-se-ão em conta sobretudo, os melhores interesses da criança.

Princípio 3

Desde o nascimento, toda criança terá direito a um nome e a uma nacionalidade.

Princípio 4

A criança gozará os benefícios da previdência social. Terá direito a crescer e criar-se com
saúde; para isto, tanto à criança como à mãe, serão proporcionados cuidados e proteções

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especiais, inclusive adequados cuidados pré e pós-natais. A criança terá direito a alimentação,
recreação e assistência médica adequadas.

Princípio 5

À crianças incapacitadas física, mental ou socialmente serão proporcionados o tratamento, a


educação e os cuidados especiais exigidos pela sua condição peculiar.

Princípio 6

Para o desenvolvimento completo e harmonioso de sua personalidade, a criança precisa de


amor e compreensão. Criar-se-á, sempre que possível, aos cuidados e sob a responsabilidade
dos pais e, em qualquer hipótese, num ambiente de afeto e de segurança moral e material,
salvo circunstâncias excepcionais, a criança da tenra idade não será apartada da mãe. À
sociedade e às autoridades públicas caberá a obrigação de propiciar cuidados especiais às
crianças sem família e àquelas que carecem de meios adequados de subsistência. É desejável
a prestação de ajuda oficial e de outra natureza em prol da manutenção dos filhos de famílias
numerosas.

Princípio 7

A criança terá direito a receber educação, que será gratuita e compulsória pelo menos no grau
primário. Ser-lhe-á propiciada uma educação capaz de promover a sua cultura geral e
capacitá-la a, em condições de iguais oportunidades, desenvolver as suas aptidões, sua
capacidade de emitir juízo e seu senso de responsabilidade moral e social, e a tornar-se um
membro útil da sociedade.

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Os melhores interesses da criança serão a diretriz a nortear os responsáveis pela sua
educação e orientação; esta responsabilidade cabe, em primeiro lugar, aos pais.

A criança terá ampla oportunidade para brincar e divertir-se, visando os propósitos mesmos da
sua educação; a sociedade e as autoridades públicas empenhar-se-ão em promover o gozo
deste direito.

Princípio 8

A criança figurará, em quaisquer circunstâncias, entre os primeiros a receber proteção e


socorro.

Princípio 9

A criança gozará de proteção contra quaisquer formas de negligência, crueldade e exploração.


Não será jamais objeto de tráfico, sob qualquer forma.

Não será permitido à criança empregar-se antes da idade mínima conveniente; de nenhuma
forma será levada a ou ser-lhe-á permitido empenhar-se em qualquer ocupação ou emprego
que lhe prejudique a saúde ou a educação ou que interfira em seu desenvolvimento físico,
mental ou moral.

Princípio 10

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A criança gozará de proteção contra atos que possam suscitar discriminação racial, religiosa
ou de qualquer outra natureza. Criar-se-á num ambiente de compreensão, de tolerância, de
amizade entre os povos, de paz e de fraternidade universal e em plena consciência que seu
esforço e aptidão devem ser postos a serviço de seus semelhantes.

Bibliografia:

https://fmp.edu.br/direito-da-crianca-e-do-adolescente-tudo-sobre-a-protecao-da-infancia/

https://www.sinesp.org.br/quem-somos/legis/370-declaracao-universal-dos-direitos-da-
crianca/1919-declaracao-dos-direitos-da-crianca-1959#:~:text=Princ%C3%ADpio%209&text=N
%C3%A3o%20ser%C3%A1%20permitido%20%C3%A0%20crian%C3%A7a,desenvolvimento
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