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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ

ESCOLA DE MEDICINA E CIÊNCIAS DA VIDA


CURSO DE PSICOLOGIA

PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO PARA PROFESSORES DO ENSINO FUNDAMENTAL


I E II, ACERCA DA PREVENÇÃO, IDENTIFICAÇÃO E ORIENTAÇÃO DA VIOLÊNCIA
SEXUAL INFANTIL NO AMBIENTE ESCOLAR

Curitiba
2023
Alícia Maria Santos de Almeida Pires
Ana Luíza Melzi
Julia Matos Dal Lin
Julia Staats Vieira Fernandes
Larissa Agnes Becker dos Santos
Rebeca Maria Floriano Silva

PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO PARA PROFESSORES DO ENSINO FUNDAMENTAL


I E II, ACERCA DA PREVENÇÃO, IDENTIFICAÇÃO E ORIENTAÇÃO DA VIOLÊNCIA
SEXUAL INFANTIL NO AMBIENTE ESCOLAR

Trabalho apresentado à Pontifícia Universidade Católica


do Paraná, curso de Psicologia, disciplina de Práticas
Psicológicas em Diferentes Contextos, sob a orientação
da Profº Talita Quinsler Veloso

Curitiba
2023
1) APRESENTAÇÃO

O presente trabalho descreve o Projeto de Intervenção: "Programa de Capacitação


para Professores do Ensino Fundamental I e II, acerca da Prevenção, Identificação e
Orientação da Violência Sexual Infantil no Ambiente Escolar", sendo um curso de
treinamento, destinado aos professores, acerca da prevenção e identificação dos
possíveis sinais de alerta de uma violência sexual infantil, bem como a orientação dos
fluxos de encaminhamento a serem seguidos nesses casos.
2) JUSTIFICATIVA

O presente Projeto de Intervenção: "Programa de Capacitação para Professores do


Ensino Fundamental I e II, acerca da Prevenção, Identificação e Orientação da Violência
Sexual Infantil no Ambiente Escolar", se justifica pela grande importância da prevenção,
identificação e orientação em casos de abuso sexual em crianças no ambiente escolar,
por ser uma questão atual de saúde pública que requer maior preparo e cuidado dos
profissionais implicados no contexto escolar. Desta forma, tal estudo, juntamente ao
projeto de intervenção a se implementar, possui caráter significativo para a capacitação
de professores em manejar adequadamente as possíveis demandas. Vale ressaltar que
muitos dos casos de violência sexual não são identificados e, consequentemente, não
orientados, nem denunciados, o que pode levar a uma subnotificação do crime.
Apresentando os pretextos que justificam a realização do tal projeto de
intervenção, podemos evidenciar que, em 2020, foram registradas, aproximadamente,
4.225 denúncias de violência sexual contra crianças e adolescentes no Brasil, incluindo
casos ocorridos em escolas e outros espaços educacionais (BRASIL, 2022). Em 2021,
foram registradas, aproximadamente, 5.881 denúncias de violência contra crianças e
adolescentes no Brasil (CUNHA, 2021). De 2021 à 2022, é possível observar um aumento
significativo de denúncias, porém, a cada ano que passa, a população se conscientiza e
reconhece cada vez mais a importância da denúncia da violência sexual, mesmo que, em
muitos espaços, os contextos não favoreçam esse pensamento e não observem as
necessidades dessas crianças e adolescentes.
Apresentando as razões de ordem prática que justificam a realização e
implementação do projeto de intervenção, é possível observar benefícios, individuais e
coletivos, para os sujeitos envolvidos, direta ou indiretamente, advindos das
consequências positivas de ordem psicológica, social e econômica, tais como: a
segurança e dignidade das crianças, a autonomia e eficácia atuação dos professores no
manejo diante do abuso, a conscientização dos responsáveis, e, consequentemente, o
reflexo na diminuição dos dados estatísticos relacionados à violência sexual infantil no
ambiente escolar, e a efetividade da justiça em todo o país com a prática das denúncias e
seu correto andamento, entre outros.
Outrossim, outra consideração importante é no que se refere as contrariedades e
consequências da violência sexual infantil, que afetam diretamente alternados âmbitos da
vida da criança. Desse modo, a identificação desta violência passa a ser vista como uma
proteção e amparo, justificando novamente a relevância deste projeto de intervenção. Por
isso, enfatiza-se a relevância do presente Projeto de Intervenção: "Programa de
Capacitação para Professores do Ensino Fundamental I e II, acerca da Prevenção,
Identificação e Orientação da Violência Sexual Infantil no Ambiente Escolar".
2. OBJETIVOS
2.1 GERAL

Desenvolver um "Programa de Capacitação para Professores do Ensino


Fundamental I e II, acerca da Prevenção, Identificação e Orientação da Violência Sexual
Infantil no Ambiente Escolar".

2.2 ESPECÍFICOS

Conceituar a violência infantil, e Apresentar dados estatísticos de incidência e


descoberta da violência infantil no ambiente escolar;
Identificar os possíveis sinais físicos e psicológicos da violência sexual;
Descrever os impactos psicológicos gerados por uma violência sexual;
Especificar as possíveis intervenções de manejo diante da violência sexual infantil;
Elencar as principais políticas públicas envolvidas em casos de violência sexual
infantil;
Discutir um estudo de caso hipotético sobre violência sexual infantil.
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

3.1 VIOLÊNCIAS INFANTIS

Seguindo uma base teórica dentro de uma coerência de pensamento, que inclua
conhecimento já consolidados na Psicologia e em outros campos do saber, os principais
temas e conceitos elegidos, relacionados ao tema do presente Projeto de Intervenção,
que serão articulados entre si para que o sustentem teoricamente, são: Violência Infantil;
Violência Sexual Infantil; Escola como Meio de Identificação da Violência Sexual Infantil;
Nível de Capacitação Atual de Professores para o Manejo da Violência Sexual Infantil;
bem como Políticas Públicas Envolvidas.
A priori, é necessário definir o conceito de criança no contexto brasileiro e
mundial, visto que esses sujeitos foram “inexistentes” perante a sociedade,
principalmente quando referente a seus direitos, por múltiplos períodos histórico-sociais
consecutivos. Atualmente, para essa definição é utilizado o fator idade, sendo este
divergente para cada documento e/ou autor. Para Oliveira (2017):

De acordo com a Convenção Internacional dos Direitos da Criança de 1989:


“criança é todo ser humano menor de 18 anos”, enquanto que, para o Estatuto da
Criança e do Adolescente, instituído pela Lei nº 8.069/90, “criança é a pessoa que
possui idade inferior a 12 anos completos e os adolescentes se enquadram na
faixa etária entre 12 e 18 anos de idade”, ressaltando, no Parágrafo Único de seu
art. 2º, que “nos casos expressos em lei, aplica-se excepcionalmente este
Estatuto às pessoas entre 18 e 21 anos de idade”. Para Antônio Carlos Costa,
“(...) tanto criança quanto adolescente são indivíduos com condições de receber
cuidados pessoais” (p. 340).

Conforme expressa Alberton (2005, apud OLIVEIRA, 2017), a Constituição de


1934 “(...) foi o primeiro documento a referir-se, mesmo que de uma forma muito tímida,
à defesa e à proteção dos direitos de todas as crianças e adolescentes”, esse
documento levantou questões de proteção em relação ao trabalho infantil e a
Constituição de 1937, durante o período conhecido como Estado Novo, questões sobre
proteção social às crianças.
Com a Constituição de 1988, a responsabilidade de garantir proteção e direito às
crianças foi modificada de exclusivamente responsabilidade do Estado, atribuindo
agora também às famílias e à sociedade como um todo. Na opinião de Oliveira (2017):

Os Direitos da Criança e do Adolescente encontram fundamento jurídico essencial


na Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança, na Constituição da
República Federativa do Brasil, no Estatuto da Criança e do Adolescente e nas
Convenções Internacionais de Proteção aos Direitos Humanos (p. 352).
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) surge a partir da indignação
nacional acerca de mudanças sobre as leis de proteção e tratamento das crianças e
adolescentes. É a partir do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) que as
crianças passam a ser consideradas sujeitos de direitos de prioridade absoluta. Ele
estabelece em seu art. 5º, que “nenhuma criança ou adolescente será objeto de
qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e
opressão, sendo punido na forma de lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos
seus direitos fundamentais” (OLIVEIRA, 2017).

3.2 VIOLÊNCIA SEXUAL INFANTIL

Segundo a Organização Mundial da Saúde (BRASIL, 2002), o termo "violência"


pode ser definido como "uso de força física ou poder, em ameaça ou na prática, contra
si próprio, outra pessoa ou contra um grupo ou comunidade que resulte ou possa
resultar em sofrimento, morte, dano psicológico, desenvolvimento prejudicado ou
privação". Conforme dados fornecidos pelo SINAN NET, no ano de 2011 foram registrados
17.900 casos de violência infantil que, como ensina a Organização Mundial da Saúde
(OMS), pode ser classificada dentro de quatro campos, sendo eles: abuso físico, sexual,
emocional ou psicológico e negligência. O presente trabalho tratará acerca da temática do
abuso sexual infantil.
A maioria dos abusos sexuais cometidos contra crianças e adolescentes ocorre
dentro de casa e são perpetrados por pessoas próximas, que desempenham papel de
cuidador destas. Nesses casos, os abusos são denominados intrafamiliares ou
incestuosos (BRAUN, 2002 et. al., apud HABIGZANG, 2005). A familiaridade entre a
criança e o abusador envolve fortes laços afetivos, tanto positivos quanto negativos,
colaborando para que os abusos sexuais incestuosos possuam maior impacto cognitivo
comportamental para a criança e sua família (FURNISS, 1993 apud HABIGZANG, 2005).
Contrariando as expectativas sociais em relação ao seu papel de apoio e de proteção, a
casa e a família têm se configurado como cenário de violência para inúmeras crianças
(RISTUM, 2010).
É possivel compreender que o abuso sexual pode trazer diversas consequencias no
desenvolvimento da criança, como sentimento de culpa, retraimento social, sintomas
psicossomáticos e dificuldades de vinculo. Sendo assim, a vivência de uma experiencia
traumática como o abuso sexual, facilita o desenvolvimento de psicopatologias e
transtornos como o de ansiedade e dissociativos (SANTOS & DIAS, 2021).
O impacto do abuso sexual está relacionado a fatores intrínsecos à criança, tais
como, vulnerabilidade e resiliência (temperamento, resposta ao nível de desenvolvimento
neuropsicológico), e a existência de fatores de risco e proteção extrínsecos (recursos
sociais, funcionamento familiar, recursos emocionais dos cuidadores e recursos
financeiros, incluindo acesso ao tratamento). Algumas consequências negativas são
exacerbadas em crianças que não dispõem de uma rede de apoio social e afetiva (BRITO
et. al., 1999, apud HABIGZANG, 2005). Apesar da complexidade e da quantidade de
variáveis envolvidas no impacto do abuso sexual na criança, esta experiência é
considerada um importante fator de risco para o desenvolvimento de psicopatologias
(SAYWITZ et. al., 2000 apud HABIGZANG, 2005).
Crianças vítimas de abusos sexuais permanecem em silêncio por anos, podendo ou
não contextualizar o abuso. Na psicoterapia é possível abrir um local seguro de fala, onde a
vítima se sente segura e sendo assim, expõe o trauma sofrido. Dependendo da fase em
que a criança vivencia o trauma, o evento pode apresentar distorções e o menor faz
interpretações que não se baseiam na realidade concreta, mas sim, numa realidade criada
pela própria vítima, com o objetivo de lidar com a traumatização, esse evento nada mais é
do que a forma com que a criança consegue lidar com a realidade e sobreviver sem muitos
danos psíquicos (SANTOS & DIAS, 2021).

3.3 ESCOLA COMO MEIO DE IDENTIFICAÇÃO

Consideram-se, a seguir, as ações de proteção integral desenvolvidas pelos


profissionais e instituições, desde a denúncia até o cumprimento das medidas protetivas,
quando estas são aplicadas. Ressalta-se que para orientar essa discussão toma-se como
princípio o fato de que a resolubilidade não se resume à responsabilização do agressor e
atendimento psicológico à vítima, mas envolve a reparação da violência sofrida, a
proteção física e social à criança/adolescente, e a garantia da defesa dos direitos violados
na situação de violência sexual e, principalmente, dos direitos violados no contexto que se
instala após a revelação da violência sofrida (SANTOS & COSTA, 2011).
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) prevê medidas para proteção e
cuidado de crianças e adolescentes vítimas de abuso sexual, tais como:
acompanhamento com diversos profissionais incluindo médicos, psicológicos e
atendimento familiar, além das medidas legais que precisam ocorrer para que a criança
seja amparada (SANTOS & DIAS, 2021). Ademais, em casos de suspeita ou confirmação
de maus tratos contra uma criança e/ou adolescentes devem ser comunicados ao
Conselho Tutelar, podendo existir multa de três a vinte salários mínimos.
Segundo Froda (2019) ainda não se tem com certeza como os educadores devem
agir quando suspeitam de maus tratos, mas a atenção dos educadores é fundamental para
intervir nesses casos. Alguns suspeitam da ocorrência, mas não sabem como abordar a
criança ou os responsáveis, sem saber como fazer a denúncia ou mesmo a quem recorrer.
Ou pode surgir o medo de que existam complicações posteriores. Pensando nisso, existe a
possibilidade de a escola fazer uma denuncia anônima, e em caso de ameaça a polícia
pode intervir. Não é indicado que o educador converse com a família em primeiro momento,
pois o abuso pode ser intrafamiliar, sendo assim, prejudicar a vítima. É aconselhável que o
educador proporcione à vítima um lugar seguro de fala, para coletar informações que
comprovem as suspeitas, para que logo em seguida seja feita a denúncia ao conselho
tutelar, que assume a investigação. Em meio a essa problemática, é necessário que a
escola receba orientações de como identificar comportamentos nessas crianças que estão
ou foram submetidas a práticas de abusos sexuais (NOVAIS & BRITTO, 2013).
As questões sobre o abuso sexual infantil têm alcançado esferas cada vez mais
abrangentes por via dos métodos de comunicação e as discussões que esclarecem o
reconhecimento, a lida e a denúncia estão mais frequentes. Apesar dessa visibilidade
sobre o assunto, a participação da saúde e educação ainda não é consistente. A falha é
reconhecida através da ausência de registros de programas expressivos que atuam sobre
a prevenção do abuso sexual infantil. Ainda que em 2004 o Governo Federal tenha
lançado o Guia Escolar para a identificação de sinais de abuso e exploração sexual
(BRASIL, 2004), existe a demanda não suprida sobre a utilização e implantação efetiva
deste Guia, que ficou à mercê da decisão das escolas e dos profissionais utilizá-los a
partir de interpretações individuais ou até mesmo não utilizarem (BRINO & WILLIANS,
2008).
Segundo Miranda (2003, apud PEREIRA, et. al., 2017), a escola é um espaço ideal
para o reconhecimento e para o enfrentamento da violência intrafamiliar contra crianças.
Ao identificarem sinais de abuso, os professores não sabem como agir e acabam
“empurrando” o problema para um outro profissional (ARAÚJO, 2002). Entretanto, o
envolvimento dos educadores como agentes de prevenção é absolutamente necessário
pois é nesse meio familiar onde ocorre a maioria das agressões e isso dificulta que a
criança tenha confiança em algum membro da família para revelar a ocorrência
(REPPOLD et. al., 2002). Então, por permanecerem durante ao menos um ano letivo
diariamente com as crianças, são esses educadores que têm a maior acessibilidade à
criança e a maior possibilidade de atuarem como identificadores dos sinais do abuso
(KLEEMEIER; WEBB & HAZZARD, 1988).

3.4 NÍVEL DE CAPACITAÇÃO ATUAL DOS PROFISSIONAIS

É importante ressaltar que a preparação dos profissionais deve acontecer por


etapas: identificação, investigação, tratamento e acompanhamento posterior aos casos de
maus-tratos. Segundo Wurtele (2008, apud SOMA, 2014):

“a) ajudá-las a reconhecer potenciais situações abusivas ou ofensores em


potencial; b) ensiná-las a resistir (“dizer não”) e retirar-se da presença do ofensor;
e c) incentivá-las a denunciar abusos (anteriores ou atuais) a uma figura de
autoridade e de confiança, enfatizando os três “Rs” – reconhecer, resistir e
relatar”(p.101)

No que tange a prevenção primária, é aqui onde se encaixa a preparação dos


professores e funcionários da educação num sentido de investigação. Tal estratégia
localiza-se no âmbito sociocultural e ambiental da sociedade visando a identificação de
sinais do abuso decorrentes de mudanças nos comportamentos em nível coletivo
causadas por essa agressão. Por isso, a realização de atividades que criem na escola um
ambiente de inclusão e de acolhimento para crianças e adolescentes que são rejeitados
pelo grupo e são vistos como “diferente”, fazem parte de um conjunto de estratégias.
(SANTOS & IPPOLITO, 2011).
A segunda etapa na prevenção é definida pela constatação precoce de crianças
que estão em situação de risco, no sentido de atenuar o estresse causado pelos atos
agressivos (BRINO & WILLIAMS, 2008). Nesta fase, é fundamental que haja o
reconhecimento bem delimitado sobre o que é o abuso e a identificação dos sinais, bem
como a escuta da criança até a decisão para os rumos da abordagem sobre o caso.
Normalmente, as autoridades devem ser notificadas para certificar que os direitos da
criança e do adolescentes sejam respeitados.
Finalmente, o terceiro e último nível embarca um acompanhamento imediato da
vítima no âmbito médico, jurídico e psicológico, a fim de diminuir as sequelas físicas e
emocionais da criança ou adolescente em relação ao trauma e suas consequências.
Também cabe nesta fase as ações jurídicas que responsabilizaram o agressor pelos seus
atos. O intuito é que, através da punição, haja a redução do abuso e da exploração sexual
(SANTOS & IPPOLITO, 2011).
3.5 POLÍTICAS PÚBLICAS ENVOLVIDAS

No quesito de políticas públicas disponíveis no enfrentamento do abuso sexual


infantojuvenil, no Brasil existe o Plano Nacional de Enfrentamento da Violência Sexual
contra Crianças e Adolescentes, que consiste em organizar uma rede de ações
organizadas de forma a possibilitar uma intervenção política, técnica e financeira para o
combate a violência sexual infantojuvenil (BRASIL, 2001) “garantia de atendimento
integral e especializado” (PAIXÃO & DESLANDES, 2010). Para Santos & Ippolito (2011),

“O serviço nacional que integra os vários sistemas estaduais e locais de


notificação de todas as violações contra crianças e adolescentes”, como estratégia
para a prevenção secundária: Conselhos Tutelares, as delegacias especializadas
em crimes contra crianças e adolescentes, o Ministério Público, as Varas da
Infância e da Juventude, a Defensoria Pública e os centros de defesa. Para, além
disso, encontra-se o Disque-Denúncia 100” (p. 19).

O projeto ainda conta com dificuldades, apesar de contemplar grande parte das
diretrizes necessárias para o atendimento adequado às vítimas e processos adjacentes
ao abuso. As falhas intersetoriais de diálogo interlocutório entre os profissionais
envolvidos na rede de apoio ainda são expressivas. A falta de preparação sistematizada
dos profissionais atuantes resulta em uma ausência da padronização na conduta de
atendimento (PAIXÃO & DESLANDES, 2010). Tal fragilidade ocasiona, portanto, a pouca
eficiência dos sistemas legislativos, judiciários, educacionais, de assistência social e de
saúde em prover e promover à infância e adolescência a proteção que lhes é devida
(GATEWAY, 2003).
Ademais, o Programa Sentinela, intergovernamental e intersetorial, foi criado pela
Secretaria de Estado de Assistência Social e do Ministério das Previdências, e teve suas
diretrizes e normas convencionadas em Dezembro de 2001. Sua implantação foi
sancionada em 2002. Seu objetivo é a articulação entre as esferas do Governo
responsáveis pela assistência social, psicológica e garantia dos Direitos humanos das
crianças e adolescentes vítimas de abuso, bem como a participação efetiva da sociedade
civil (BRASIL, 2001). Segundo o Tribunal de Contas da União (TCU), os atendimentos
sociais especializados neste programa têm espaços e estruturas físicas que contam com
recursos humanos e são instalados em cidades onde existem ocorrências registradas de
casos de abuso. O programa conta com o suporte psicossocial, educacional e jurídico
das vítimas e familiares e, segundo pesquisas, apresentavam boa efetividade (BRASIL,
2004).
A Proteção da Criança e do Adolescente, formulada recentemente no Brasil pela
Constituição Federal em 1988, é responsável pela execução da Lei para a Criança e o
Adolescente. Com a criação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), o qual
possui como objetivo promover e exercer os direitos desses indivíduos, diz que é dever da
família, sociedade e do estado proteger e cuidar das crianças e adolescentes,
promovendo saúde, segurança, alimentação e um ambiente excluso da violência
(BENEVIDES et al, 2014).
A Proteção da Criança e do Adolescente se pensado na redação do Estatuto da
Criança e do Adolescente (ECA), o Fórum decidiu criar um grupo chamado de “Grupo de
Redação do Estatuto”, cujo corpo foi composto por representantes dos movimentos de
defesa da criança e do adolescente, em destaque o Movimento Nacional de Meninos e
Meninas de Rua (MNMMR), Fundo das Nações Unidas para a Criança e o Adolescente
(UNICEF), Fundação Nacional do Bem-Estar do Menor (FUNABEM), Secretaria de
Assistência Social (SAS), órgãos estaduais inscritos no Fórum Nacional dos Dirigentes de
Políticas Estaduais para Criança e Adolescente (FONACRIAD), e grupos de políticas
públicas que trabalham em prol da Criança e do Adolescente em forma de prevenção,
proteção e promoção (BENEVIDES et al, 2014).
O Programa Sentinela foi desenvolvido com o objetivo de prevenção para a
criança, garantindo o atendimento médico e psicossocial às vítimas de negligência,
maus-tratos, exploração, abuso, crueldade e opressão. Nasceu para cumprir a
determinação do Estatuto, a agenda internacional de combate à exploração sexual e à
demanda apresentada por profissionais, que desenvolviam trabalho junto à criança e ao
adolescente brasileiro de serviços especializados para o atendimento às vítimas de
violência sexual intra ou extra-familiar.
Dentro das ações propostas e formuladas no Brasil, ocorreu no 1º Congresso
Nacional, ocorrido em 2000, com o objetivo de discutir o Plano Nacional de Enfrentamento
à Violência Sexual Infanto-Juvenil, onde os participantes do Congresso participaram da
elaboração do plano, após ser concretizado foi aprovado pelo Conselho Nacional dos
Direitos da Criança e do Adolescente (CONANDA). Esse plano foi formulado em 6 eixos:
1. Diagnosticar a realidade de violência intra e/ou extrafamiliar;
2. Mobilizar e articular a rede de serviços, visando à reflexão dos profissionais, que
trabalham com a infância e a adolescência para a notificação nos conselhos
tutelares ou nos próprios centros ou serviços;
3. Buscar a responsabilização daqueles que circundam a vítima (família e
comunidade) e mostrar a necessidade de defender o direito dos vitimizados;
4. Política de Prevenção como política social básica;
5. Implantação de políticas emergenciais, que prevêem acompanhamento
psicossocial das vítimas de violência, assim como de seus familiares agressores ou
não;
6. A participação da vítima no acompanhamento psicossocial, a partir do diálogo
pautado no respeito e na ética, com a valorização da fala do vitimizado, assim
como seus desejos, valores, costumes e outros.
Segundo o Benevides et al (2014), o 1º eixo é o diagnóstico, no qual se reconhece
a realidade do sujeito; o 2º é a mobilização e a articulação, relatar aos serviços da criança
e do adolescente os possíveis riscos; o 3º é a defesa e a responsabilização; o 4º é a
prevenção, entendida como as políticas sociais básicas e não como políticas
compensatórias; o 5º é o atendimento, no qual entram as políticas emergenciais, e as
compensatórias; e o 6º é o com foco no juvenil, se refere a participação dos destinatários
das ações no processo, desde o diagnóstico até o atendimento, sendo um eixo que
abrange todos os demais.
4. METODOLOGIA

4.1 CLIENTELA

A clientela que será atendida no presente Projeto de Intervenção: "Programa de


Capacitação para Professores do Ensino Fundamental I e II, acerca da Prevenção,
Identificação e Orientação da Violência Sexual Infantil no Ambiente Escolar", será os
professores do Ensino Fundamental I e II, da rede pública e municipal de Curitiba-PR, de
ambos os gêneros, feminino e masculino, a partir de 18 anos.

4.2 INSTRUMENTOS E TÉCNICAS UTILIZADAS

Os instrumentos utilizados no presente Projeto de Intervenção: "Programa de


Capacitação para Professores do Ensino Fundamental I e II, acerca da Prevenção,
Identificação e Orientação da Violência Sexual Infantil no Ambiente Escolar", serão:
apostila desenvolvida pelos colaboradores, sala de aula e projetor. E as técnicas
utilizadas serão: palestras expositivas, roda de conversa e estudo de caso.

4.3 ESTRUTURA DO PROGRAMA

4.3.1 Etapa de Diagnóstico

O presente Projeto de Intervenção: "Programa de Capacitação para Professores do


Ensino Fundamental I e II, acerca da Prevenção, Identificação e Orientação da Violência
Sexual Infantil no Ambiente Escolar", destina-se à capacitação de profissionais da rede
pública e municipal de Curitiba - PR, voltado à prevenção, identificação e orientação com
crianças vítimas de Violência Sexual Infantil e/ou em risco.
A Etapa de Diagnóstico do presente Projeto de Intervenção contará com a seleção
de amostras, a partir do monitoramento de 20 escolas, sendo 2 por distrito sanitário.
Como instrumentos para a coleta de dados pré-projeto, será realizado um relatório dos
relatos de possíveis suspeitas ou casos confirmados de Violência Sexual Infantil Ambiente
Escolar, fornecidos pelos pedagogos de cada escola. Serão realizadas observações em
campo, pela equipe responsável pelo projeto, para coleta de dados a respeito da
incidência de casos de Violência Sexual Infantil confirmados e possíveis suspeitas, além
de uma análise das competências já presentes nos profissionais para manejo desse
cenário. Para isso, a equipe realizará uma pesquisa quantitativa com professores, através
de um questionário, para identificar o nível prévio de conhecimento acerca da temática de
Violência Sexual Infantil, seu manejo e desdobramentos.
A Etapa de Diagnóstico do Projeto de Intervenção será desenvolvida em 2 meses
anterior ao início do programa. Após a finalização da etapa de obtenção de dados, haverá
comparação de dados externos com os dados coletados internamente nas escolas, e
definição de possíveis temáticas extras relacionadas, conforme as demandas
apresentadas. Os resultados encontrados serão apresentados à Secretaria Municipal de
Educação, ao Conselho Tutelar de cada Distrito Sanitário, ao Centro de Epidemiologia, à
Rede de Proteção, e ao Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de
Crimes.

4.3.2 Etapa de Intervenção

A Etapa de Intervenção desenvolverá o presente Projeto de Intervenção:


"Programa de Capacitação para Professores do Ensino Fundamental I e II, acerca da
Prevenção, Identificação e Orientação da Violência Sexual Infantil no Ambiente Escolar",
com o objetivo de ampliar e fortalecer os conhecimentos dos profissionais da educação, a
respeito da prevenção, identificação e orientação da Violência Sexual Infantil. O programa
de capacitação será oferecido em todas as escolas da rede pública do município de
Curitiba - PR, e realizado pelo período de 1 mês e 2 semanas, disposto em 6 encontros, 1
por semana, de 2 horas cada, totalizando 12 horas, conforme apresentados e descritos na
tabela abaixo:

TABELA DAS ETAPAS DE INTERVENÇÃO

TEMA DESCRIÇÃO

ENCONTRO 1 Violência Infantil. Nesse encontro será realizada a abertura do


programa, sendo exposto: sua justificativa,
objetivos e cronograma, além da
apresentação dos temas que serão debatidos.
O material produzido pela equipe será
entregue aos participantes e haverá uma
palestra expositiva abordando a conceituação
geral de violência, exposto dados de
incidência de abuso no âmbito e a
porcentagem de casos descobertos na área
da educação, a fim de demonstrar a razão
pela qual é necessário obter informações
sobre o tema.

ENCONTRO 2 Sinais Físicos da Identificar os possíveis sinais físicos da


Violência Sexual. violência sexual.

ENCONTRO 3 Impactos Psicológicos Descrever os impactos psicológicos gerados


gerados por uma por uma violência sexual, com base em
Violência Sexual. referenciais teóricos.

ENCONTRO 4 Possíveis Especificar as possíveis intervenções de


Intervenções de manejo diante da violência sexual infantil, tais
Manejo diante da como: procedimento em casos de suspeita,
Violência Sexual fluxo da escuta especializada, e devidas
Infantil. competências necessárias para a atuação do
professor, bem como desenvolvê-las
(observação imparcial, escuta qualificada,
atenção, sigilo no caso da denúncia, e
cautela ao abordar a criança).

ENCONTRO 5 Políticas Públicas Elencar as principais políticas públicas


envolvidas em Casos envolvidas em casos de violência sexual
de Violência Sexual infantil.
Infantil.

ENCONTRO 6 Estudo de Caso Fechando o Programa de Capacitação,


Hipotético sobre discutir um estudo de caso hipotético sobre
Violência Sexual violência sexual infantil, a fim de colocar em
Infantil. prática os conhecimentos teóricos e técnicos
aprendidos.

4.3.3 Etapa de Avaliação

A Etapa de Avaliação do presente Projeto de Intervenção: "Programa de


Capacitação para Professores do Ensino Fundamental I e II, acerca da Prevenção,
Identificação e Orientação da Violência Sexual Infantil no Ambiente Escolar", será
composta pela realização de uma nova observação nas mesmas 20 escolas nas quais foi
realizada a primeira etapa, com a produção de um novo relatório após 1 meses do
término do programa, com relatos de possíveis suspeitas ou casos confirmados de
Violência Sexual Infantil identificados no Ambiente Escolar, bem como nova aplicação do
questionário para os professores, com o objetivo de coletar novos dados e compará-los
aos antigos, através de gráficos quantitativos e tabelas produzidos pela equipe
responsável pelo projeto. Por fim, será realizada uma análise e interpretação de todos os
dados obtidos, com a intenção de constatar se houve ou não mudanças, principalmente
progresso, ou seja, diminuição dos casos de Violência Sexual Infantil, após a realização
do programa de capacitação.
5. CRONOGRAMA

O Cronograma do presente Projeto de Intervenção: "Programa de Capacitação


para Professores do Ensino Fundamental I e II, acerca da Prevenção, Identificação e
Orientação da Violência Sexual Infantil no Ambiente Escolar", ocorrerá em 3 etapas,
sendo: a primeira, Etapa de Diagnóstico, será desenvolvida em 2 meses anterior ao início
do programa; a segunda, Etapa de Intervenção, será a realização do programa pelo
período de 1 mês e 2 semanas, disposto em 6 encontros, 1 por semana, de 2 horas cada,
totalizando 12 horas; e a terceira e última, Etapa de Avaliação, será realizada em um 1
após o término do programa.
6. RECURSOS

Os Recursos Humanos necessários para a realização do presente Projeto de


Intervenção: "Programa de Capacitação para Professores do Ensino Fundamental I e II,
acerca da Prevenção, Identificação e Orientação da Violência Sexual Infantil no Ambiente
Escolar", serão 20 profissionais pedagogos, sendo um de cada escola, para a realização
do relatório pré e pós projeto; três profissionais de Psicologia, sendo um para apresentar
dois temas propostos; e professores do Ensino Fundamental I e II, da rede pública e
municipal de Curitiba - PR, para participarem e responderem o questionário pré e pós
projeto.
Além disso, os Recursos Materiais necessários para a realização do presente
projeto serão uma apostila desenvolvida pelos colaboradores; projetor e quadro escolar; e
modelo de relatório e questionário para análise de dados desenvolvidos pelos
colaboradores.
Por fim, os Recursos Físicos necessários para a realização do presente projeto
serão as salas de aulas disponíveis para a implementação do programa.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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ANEXOS

TABELA DAS ETAPAS DE INTERVENÇÃO

TEMA DESCRIÇÃO

ENCONTRO 1 Violência Infantil. Nesse encontro será realizada a abertura do


programa, sendo exposto: sua justificativa,
objetivos e cronograma, além da
apresentação dos temas que serão debatidos.
O material produzido pela equipe será
entregue aos participantes e haverá uma
palestra expositiva abordando a conceituação
geral de violência, exposto dados de
incidência de abuso no âmbito e a
porcentagem de casos descobertos na área
da educação, a fim de demonstrar a razão
pela qual é necessário obter informações
sobre o tema.

ENCONTRO 2 Sinais Físicos da Identificar os possíveis sinais físicos da


Violência Sexual. violência sexual.

ENCONTRO 3 Impactos Psicológicos Descrever os impactos psicológicos gerados


gerados por uma por uma violência sexual, com base em
Violência Sexual. referenciais teóricos.

ENCONTRO 4 Possíveis Especificar as possíveis intervenções de


Intervenções de manejo diante da violência sexual infantil, tais
Manejo diante da como: procedimento em casos de suspeita,
Violência Sexual fluxo da escuta especializada, e devidas
Infantil. competências necessárias para a atuação do
professor, bem como desenvolvê-las
(observação imparcial, escuta qualificada,
atenção, sigilo no caso da denúncia, e
cautela ao abordar a criança).

ENCONTRO 5 Políticas Públicas Elencar as principais políticas públicas


envolvidas em Casos envolvidas em casos de violência sexual
de Violência Sexual infantil.
Infantil.

ENCONTRO 6 Estudo de Caso Fechando o Programa de Capacitação,


Hipotético sobre discutir um estudo de caso hipotético sobre
Violência Sexual violência sexual infantil, a fim de colocar em
Infantil. prática os conhecimentos teóricos e técnicos
aprendidos.

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