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Curitiba
2023
Alícia Maria Santos de Almeida Pires
Ana Luíza Melzi
Julia Matos Dal Lin
Julia Staats Vieira Fernandes
Larissa Agnes Becker dos Santos
Rebeca Maria Floriano Silva
Curitiba
2023
1) APRESENTAÇÃO
2.2 ESPECÍFICOS
Seguindo uma base teórica dentro de uma coerência de pensamento, que inclua
conhecimento já consolidados na Psicologia e em outros campos do saber, os principais
temas e conceitos elegidos, relacionados ao tema do presente Projeto de Intervenção,
que serão articulados entre si para que o sustentem teoricamente, são: Violência Infantil;
Violência Sexual Infantil; Escola como Meio de Identificação da Violência Sexual Infantil;
Nível de Capacitação Atual de Professores para o Manejo da Violência Sexual Infantil;
bem como Políticas Públicas Envolvidas.
A priori, é necessário definir o conceito de criança no contexto brasileiro e
mundial, visto que esses sujeitos foram “inexistentes” perante a sociedade,
principalmente quando referente a seus direitos, por múltiplos períodos histórico-sociais
consecutivos. Atualmente, para essa definição é utilizado o fator idade, sendo este
divergente para cada documento e/ou autor. Para Oliveira (2017):
O projeto ainda conta com dificuldades, apesar de contemplar grande parte das
diretrizes necessárias para o atendimento adequado às vítimas e processos adjacentes
ao abuso. As falhas intersetoriais de diálogo interlocutório entre os profissionais
envolvidos na rede de apoio ainda são expressivas. A falta de preparação sistematizada
dos profissionais atuantes resulta em uma ausência da padronização na conduta de
atendimento (PAIXÃO & DESLANDES, 2010). Tal fragilidade ocasiona, portanto, a pouca
eficiência dos sistemas legislativos, judiciários, educacionais, de assistência social e de
saúde em prover e promover à infância e adolescência a proteção que lhes é devida
(GATEWAY, 2003).
Ademais, o Programa Sentinela, intergovernamental e intersetorial, foi criado pela
Secretaria de Estado de Assistência Social e do Ministério das Previdências, e teve suas
diretrizes e normas convencionadas em Dezembro de 2001. Sua implantação foi
sancionada em 2002. Seu objetivo é a articulação entre as esferas do Governo
responsáveis pela assistência social, psicológica e garantia dos Direitos humanos das
crianças e adolescentes vítimas de abuso, bem como a participação efetiva da sociedade
civil (BRASIL, 2001). Segundo o Tribunal de Contas da União (TCU), os atendimentos
sociais especializados neste programa têm espaços e estruturas físicas que contam com
recursos humanos e são instalados em cidades onde existem ocorrências registradas de
casos de abuso. O programa conta com o suporte psicossocial, educacional e jurídico
das vítimas e familiares e, segundo pesquisas, apresentavam boa efetividade (BRASIL,
2004).
A Proteção da Criança e do Adolescente, formulada recentemente no Brasil pela
Constituição Federal em 1988, é responsável pela execução da Lei para a Criança e o
Adolescente. Com a criação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), o qual
possui como objetivo promover e exercer os direitos desses indivíduos, diz que é dever da
família, sociedade e do estado proteger e cuidar das crianças e adolescentes,
promovendo saúde, segurança, alimentação e um ambiente excluso da violência
(BENEVIDES et al, 2014).
A Proteção da Criança e do Adolescente se pensado na redação do Estatuto da
Criança e do Adolescente (ECA), o Fórum decidiu criar um grupo chamado de “Grupo de
Redação do Estatuto”, cujo corpo foi composto por representantes dos movimentos de
defesa da criança e do adolescente, em destaque o Movimento Nacional de Meninos e
Meninas de Rua (MNMMR), Fundo das Nações Unidas para a Criança e o Adolescente
(UNICEF), Fundação Nacional do Bem-Estar do Menor (FUNABEM), Secretaria de
Assistência Social (SAS), órgãos estaduais inscritos no Fórum Nacional dos Dirigentes de
Políticas Estaduais para Criança e Adolescente (FONACRIAD), e grupos de políticas
públicas que trabalham em prol da Criança e do Adolescente em forma de prevenção,
proteção e promoção (BENEVIDES et al, 2014).
O Programa Sentinela foi desenvolvido com o objetivo de prevenção para a
criança, garantindo o atendimento médico e psicossocial às vítimas de negligência,
maus-tratos, exploração, abuso, crueldade e opressão. Nasceu para cumprir a
determinação do Estatuto, a agenda internacional de combate à exploração sexual e à
demanda apresentada por profissionais, que desenvolviam trabalho junto à criança e ao
adolescente brasileiro de serviços especializados para o atendimento às vítimas de
violência sexual intra ou extra-familiar.
Dentro das ações propostas e formuladas no Brasil, ocorreu no 1º Congresso
Nacional, ocorrido em 2000, com o objetivo de discutir o Plano Nacional de Enfrentamento
à Violência Sexual Infanto-Juvenil, onde os participantes do Congresso participaram da
elaboração do plano, após ser concretizado foi aprovado pelo Conselho Nacional dos
Direitos da Criança e do Adolescente (CONANDA). Esse plano foi formulado em 6 eixos:
1. Diagnosticar a realidade de violência intra e/ou extrafamiliar;
2. Mobilizar e articular a rede de serviços, visando à reflexão dos profissionais, que
trabalham com a infância e a adolescência para a notificação nos conselhos
tutelares ou nos próprios centros ou serviços;
3. Buscar a responsabilização daqueles que circundam a vítima (família e
comunidade) e mostrar a necessidade de defender o direito dos vitimizados;
4. Política de Prevenção como política social básica;
5. Implantação de políticas emergenciais, que prevêem acompanhamento
psicossocial das vítimas de violência, assim como de seus familiares agressores ou
não;
6. A participação da vítima no acompanhamento psicossocial, a partir do diálogo
pautado no respeito e na ética, com a valorização da fala do vitimizado, assim
como seus desejos, valores, costumes e outros.
Segundo o Benevides et al (2014), o 1º eixo é o diagnóstico, no qual se reconhece
a realidade do sujeito; o 2º é a mobilização e a articulação, relatar aos serviços da criança
e do adolescente os possíveis riscos; o 3º é a defesa e a responsabilização; o 4º é a
prevenção, entendida como as políticas sociais básicas e não como políticas
compensatórias; o 5º é o atendimento, no qual entram as políticas emergenciais, e as
compensatórias; e o 6º é o com foco no juvenil, se refere a participação dos destinatários
das ações no processo, desde o diagnóstico até o atendimento, sendo um eixo que
abrange todos os demais.
4. METODOLOGIA
4.1 CLIENTELA
TEMA DESCRIÇÃO
GATEWAY, Child Welfare Information. Emerging practices in the prevention of child abuse
and neglect. Washington DC.: Office on child Abuse and Neglec, 2003. Disponível em: .
Acesso em: 10 de maio de 2023.
KLEEMEIER, C.; WEBB, C.; HAZZARD, A. Child Sexual Abuse Prevention: evaluation of
a teacher training model. Child Abuse and Neglect, Elmsford, n. 12, p. 555-561, 1988.
TEMA DESCRIÇÃO