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DISCIPLINA POLÍTICA DE ATENÇÃO À CRIANÇA E AO ADOLESCENTE

CURSO DE GRADUAÇÃO EM SERVIÇO SOCIAL DA UFPE


SEMESTRE 2022.1 - PROFESSORA VALÉRIA NEPOMUCENO

ROTEIRO DO RELATÓRIO DA FORMAÇÃO SOBRE DIREITOS DA


CRIANÇA E DO ADOLESCENTE – TRABALHO PARA 2ª NOTA DA
DISCIPLINA
GRUPO EXECUTOR DA FORMAÇÃO: Ana Layza S. da Silva, Beatriz Moura da
Silva, Priscila Serafim de Andrade e Wolney Marney Alves da Silva Filho.

TEMA DA FORMAÇÃO:
Data 14/09/2022
Horário 15:00 às 16:30h
Carga Horária 1 hora e 30 minutos
Público
Jovens do grupo Sesc Jovem - Santo Amaro

PARTE I
1.1 INTRODUÇÃO
O Sesc Santo Amaro está localizado na Praça do Campo Santo, 1-101, em Santo
Amaro, Recife - PE, no CEP 50100-210. A unidade existe desde 1969 e foi a primeira
unidade a ser construída na Região Metropolitana do Recife. O Sesc de Santo Amaro
desenvolve atividades de integração com a comunidade, oferecendo modalidades
esportivas, como futsal, ginástica, judô e musculação; cursos e grupos artísticos;
atividades recreativas; núcleo de pesquisa; Educação infantil, Ensino fundamental e
Educação de Jovens e Adultos (EJA). Além de trabalho com grupos de jovens, gestantes
e idosos. A infraestrutura da unidade conta com Administração, Central de
Relacionamento, Turismo Social, Escola, Consultório Médico, Salão de Eventos,
Academia, Ginásio Esportivo Wilson Campos, Cantina, Biblioteca Gilberto Freyre,
Teatro Marco Camarotti e Galeria de Arte Corbiniano Lins.
As atuações do Sesc em relação à Assistência, comporta: Trabalho Social com
Grupos e Educação em Saúde. O Trabalho Social com Grupos atua na emancipação dos
indivíduos, na promoção da cidadania e conta atualmente com atividades para jovens,
crianças, gestantes, idosos, etc. A instituição promove o Trabalho Social com Idosos
(TSI) que busca o protagonismo da pessoa idosa através da melhoria da qualidade de
vida de pessoas dessa faixa etária a partir de ações integradas nas áreas de saúde,
educação, cultura, assistência e lazer.
Em Educação em Saúde há a promoção de espaços de diálogo, para atuar sobre
os determinantes sociais da saúde. A partir do diagnóstico de cada território, são
desenvolvidas ações interdisciplinares de caráter educativo nos âmbitos da promoção,
prevenção e controle social da saúde. Essas atividades se expressam a partir de
encontros, rodas de conversa, palestras, oficinas, cursos, vídeo debates e exposições de
medidas e também pela participação do Sesc em campanhas nacionais, sob orientação
do calendário do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde. São atuações
da Educação em Saúde: Sesc Saúde, Promoção da Saúde Sexual e Saúde Reprodutiva,
Saúde Preventiva, Retratos de Família e Colmeia.
O Serviço Social do Comércio é uma instituição nacional, de direito privado,
sem fins lucrativos. A instituição foi criada e é mantida por empresários do comércio,
turismo e serviços. A Entidade, em suas Diretrizes Gerais de Ação (2014) afirma que se
coloca não na posição de buscar soluções para a questão social de forma estrutural e
universal, mas de atuar na ausência de políticas que solucionem as demandas do povo.
No presente documento o Sesc deixa claro que,
[...]afirma a superioridade da ação privada e que coloca nas mãos de cada
indivíduo a responsabilidade maior pela sua vida e pelo seu destino,
respeitadas as regras da convivência democrática. Reconhece, entretanto,
como necessário, o apoio àqueles menos favorecidos dentro do processo
competitivo pelo autodesenvolvimento e considera que esse apoio, além de
oferecer, objetivamente, melhores condições materiais por meio da oferta de
serviços, deve, sobretudo por meio da ação educativa e transformadora,
contribuir para que cada um possa fazer mais, e obter mais, para si e para sua
família. (SESC, 2014, p. 9-10)

E completa que uma das suas finalidades é “fortalecer, por meio da ação
educativa, propositiva e transformadora, a capacidade de os indivíduos buscarem, eles
mesmos, a melhoria de suas condições de vida” (SESC, 2014, p. 10). Em todo o
documento não é explicitado se o Serviço Social do Comércio se articula com uma
política social, porém este explicita a instituição na luta de classes.
A experiência de estágio, no entanto, aponta algumas relações entre o Sesc e as
políticas de saúde. Por meio da assistência social, a instituição oferece: serviços de
saúde, como mamografia; em parceria com a Prefeitura do Recife, formação sobre IST’s
para o público do Sesc Jovem; em articulação com o Distrito Sanitário I, oferece
testagens, vacinação, palestras para públicos diversos; além de semanalmente realizar
(espaço e encontros) junto à Prefeitura o Programa Mãe Coruja Pernambucana, que visa
garantir atenção integral às gestantes usuárias do Sistema Único de Saúde.
O público da oficina foi composto por jovens entre 17 e 23 anos, que fazem
parte do Projeto Sesc Jovem de Santo Amaro. Inicialmente 10 pessoas confirmaram
participação na atividade, entretanto foram apenas 4 (2 mulheres e 2 homens). Os
jovens que participam residem em Dois Unidos, Santo Amaro, Guabiraba e Água Fria.
Dos quatro participantes, 3 eram negros. Entre eles, uma é jovem aprendiz, um é
estudante de pré-vestibular, um atua como ator ou presta serviço na instituição Sesc e
outra participante não estuda e nem trabalha.
A escolha desse público se deu pela facilidade de acesso, já que uma das
participantes do grupo é estagiária da instituição. O público faz parte do projeto Sesc
Jovem que se propõe a promover espaços de discussão sobre a juventude, pautando-se
no Estatuto da Juventude, buscando transformá-los em multiplicadores de
conhecimentos. O projeto, em sua estrutura, também afirma a articulação com cultura,
saúde, inserção no mundo do trabalho e estímulo à participação político-social,
contemplando os princípios presentes no Estatuto da Juventude.
Pelo menos uma vez por semana ocorre o encontro desses jovens, seja para a
participação de oficinas, reuniões, ações da Assistência, etc. Assim, considerando a
proposta do projeto, a disponibilidade semanal e a abertura da assistente social da
unidade, que entendeu como fundamental o trabalho sobre essa temática, se deu a
escolha do grupo.

1.2 OBJETIVOS

Objetivo Geral:
● Proporcionar uma reflexão sobre as problemáticas e consequências do
Trabalho Infantil.

Objetivos Específicos:
● Debater sobre o que é o trabalho infantil e suas consequências;
● Compreender o trabalho infantil política, social e economicamente;
● Evidenciar os dreitos da criança e adolescente e a rede de proteção de
combate ao trabalho infantil.

PARTE II
2.1 ATIVIDADES PREVISTAS

Nas atividades que estavam previstas, estavam presentes os seguintes tópicos : O


que é o trabalho infantil? Consequências do trabalho infantil e Programas de proteção e
formas de denúncia, que seriam abordados em três momentos; o primeiro num momento
operacional e introdutório à temática, no segundo momento formentariamos uma
provocação aos participantes buscando trazer uma refelexão sobre trabalho infantil e
sobre o discurso conservador que ainda existe em relação à isso e por fim, explorar os
direitos e proteção legal com a exposição dos órgãos que existem para a proteção da
criança em situação de trabalho infantil e os canais de denúncia. Além de uma avaliação
realizada pelos participantes da atividade formativa, em que era previsto o
preenchimento de um questionário avaliativo.
Uma das alterações ocorridas foi a inserção da pergunta no momento inicial, se eles
acreditavam que o trabalho infantil tinha crescido no contexto de pandemia da covid 19.
Realizamos também a alteração em relação ao questionário avaliativo que seria
preenchido pelos participantes, decidimos realizar esta avaliação de maneira mais
interativa e de maneira dialogada para que pudessem se sentirem mais à vontade
conosco.

2.2 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS


As nossas atividade foram realizadas da seguinte forma:

Momento 1:
Introdução à temática e de reconhecimento deste pelo público-alvo. algumas
perguntas - chaves deverãoque foram utilizadas para articular a oficina: O que você(s)
entendem por trabalho infantil? É comum avistar crianças/adolescentes trabalhando? De
que forma elas trabalham? O que você acredita que leva a criança e o adolescente a
trabalhar tão cedo? Você(s) acreditam o trabalho infantil que é uma violação do direito
da criança e do adolescente? Você(s) acreditam que houve crescimento do trabalho
infantil no período de pandemia da covid 19?

Momento 2:

O grupo facilitador apresentou um varal com reportagens de situação de trabalho


infantil e de crianças que não tiveram seus direiros violados. Os participantes foram
incentivados a escolher uma reportagem e dizer suas impressões/o que acham do que
está retratado. A partir disso ocorreu um debate sobre os impactos dessa violência na
vida das crianças, as relações políticas, econômicas e sociais relacionadas ao trabalho
infantil. Neste momento, apresentamos o Estatuto da Criança e do Adolescente aos
jovens participantes.
Após a discussão, exibimos o vídeo "Trabalho infantil: conheça as consequências"
a partir do link: https://www.youtube.com/watch?v=8jx8OuHFwMQ , com intuito de
realizar a reflexão das implicações desse fenômeno para as crianças e adolescentes
nessa situação e como esta se configura uma violação de direitos.

Momento 3:

No momento 3 exploraramos os direitos e proteção legal com a exposição dos


órgãos que existem para a proteção da criança em situação de trabalho infantil e os
canais de denúncia. Na finalização da oficiana, realizamos a leitura da Literatura de
Cordel intitulado Trabalho Infantil, de Ismael Pereira e João Santana kleber.
PARTE III
3.1 DISCUSSÃO DOS PRINCIPAIS RESULTADOS

As atividades desenvolvidas percorreram o caminho para se compreender o


trabalho infantil, seus formatos, os determinantes sociais desse fenômeno e a evolução
da legislação e dos canais de denúncia para a proteção de crianças e adolescentes da
violação de direitos. Os destaques da troca de conhecimentos, ocorreu em relação aos
direitos da criança e do adolescente à escola, à alimentação, ao lazer, e à necessidade de
proteção pelo Estado.
Conhecer os formatos do trabalho infantil se mostrou importante, na medida que
alguns participantes não saberiam dizer se o trabaho doméstico seria um tipo de trabalho
infantil, sendo este o mais comum e o mais difícil de combater. Com a colocação do
trabalho doméstico em discussão, as trocas se desenvolveram em avaliar por que esse
tipo de trabalho viola os direitos da criança e do adolescente, o perfil destes,
reconhecendo que majoritariamente meninas negras se encontram nesse local, e as
necessidades sociais e econômicas em volta dessa necessidade. Com a utilização de uma
das reportagens, pode-se ainda debater sobre a ocorrência do aumento de sintomas de
ansiedade nas meninas que se encontram em situação de trabalho doméstico, incitando a
reflexão sobre as consequências do trabalho infantil.
As consequências do trabalho infantil também foram dispostas. Os participantes
reconheceram que o trabalho infantil afeta no desenvolvimento da criança, realizando
principalmente a observação relacionada à inserção escolar, de como o trabalho infantil
não permitia o acesso à educação de fato para a criança e adolescente que precisava
trabalhar.
Em relação aos determinantes sociais, foi perguntado aos participantes do
porquê eles achavam que o trabalho infantil ocorria e se eles viam com frequência
crianças e adolescentes trabalhado. A unanimidade compreende que a necessidade de
sobrevivência e a pobreza são os principais fatores que fazem com que crianças e
adolescentes tenham que trabalhar cedo para garantir o seu sustento e de sua família.
Em relação à observação da realidade, relataram que é comum verem crianças e
adolescentes trabalhando no sinal, em lava jatos, e que geralmente eram trabalhos que
causavam fadiga e muito cansaço pela exposição ao sol.
A percepção dos participantes da realidade ao seu redor se mostrou de grande
valia, na medida que notaram a existência do trabalho infantil próximo a vivência deles.
Foi questionado se eles acreditavam que o trabalho infantil havia aumentado no período
pandêmico, e todos afirmaram que sim. Um dos participantes relata que pelo menos
cinco colegas de classe do ensino médio deixaram a escola porque tinham que trabalhar
em período integral nesse contexto.
A utilização das reportagens trouxe um momento rico de interação, no qual os
participantes puderam expor suas percepções sobre as matérias que abordaram sobre o
crescimento do trabalho infantil, o posicionamento do atual governo brasileiro sobre o
tema e sobre o trabalho doméstico. Todos identificam que o governo assume uma
narrativa contrária à garantia de direitos e destacam também a importância do Estatuto
da Criança e adolescente, que foi mostrado também durante a oficina.
Robson traz, "Alguns direitos são negados. Direitos que a gente nem sabe que
tem", demonstrando a importância da informação e como a falta desta resulta em
diversas violações de direitos. Kassandra sobre a reportagem escolhida, traz "Acho um
absurdo. Bolsonaro deveria criar formas de evitar trabalho infantil", identificando como
errônea é a percepção do atual presidente quando afirma "Deixa a molecada trabalhar".
Em determinado momento houve a explanação dos avanços dos direitos da
criança e do adolescente e dos canais de denúncia, e se pode ampliar o leque de
informações sobre a temática e dos dispositivos existentes de proteção para os
participantes.

3.2 AVALIAÇÃO

Para a avaliação dos participantes sobre a oficina, foram construídas perguntas


chaves, realizando dessa forma a avaliação coletiva ao final da oficina. A primeira
pegunta se desdobrou no que eles entenderam por trabalho infantil? Os participantes
trouxeram que entenderam o trabalho infantil como uma violação de direitos, e muitos
enfatizaram a necessidade da criança e do adolescente se desenvolerem e estarem na
escola.
A partir da frase trazida, "É melhor a criança estar trabalhando do que fazendo
algo errado." pediu-se para refletirem o que diriam para a pessoa que efetuou essa
afirmação. Robson traz que diria que “lugar de criança não é no trabalho, é na escola”.
Indagou-se também como se sentiram durante a oficina e se aprenderam algo
novo. Os jovens avaliaram positivamente os momentos da oficina e expressaram que se
sentiram a vontade de participar e de comentar suas percepções sobre a temática. Uma
das reflexões que surgiram foi em relação ao trabalho doméstico, no qual Kassandra traz
“A gente nem para pra pensar na criança que trabalha em casa”, levantando como a
informação traz uma novidade e uma nova percepção sobre as formas de trabalho
infantil.
Quando perguntados sse tinham alguma mudança de percepão sobre o trabalho
infantil, afirmaram que não, que continuam acreditando que não deveria haver trabalho
infantil e reiteraram a importância da criança e do adolescente na escola.
Em relação à avaliação pela equipe, avaliamos as dificuldades encontradas na
execução da oficina, se os objetivos foram alcançados, se houve trocas de reflexões e foi
possível a criação de uma relação de confiança com o público alvo. A execução foi
dinâmica, tendo se todas as ferramentas dispostas, espaço apropriado, pontualidade da
nossa equipe, havendo apenas a dificuldade de adesão dos jovens à oficina visto que dez
confirmaram, e apenas dois chegaram no horário, e mais dois com atraso.
Os objetivos foram atingidos na medida que conseguimos abranger a discussão
sobre o trabalho infantil em seu aspectos econômico e político, conseguindo criar um
espaço de interatividade, sendo possível resgatar o relato dos jovens sobre como o
trabalho infantil está presente no cotidiano deles. Na oficina pode se criar um clima de
confiança com os jovens, já que o espaço ofereceu o coffee break e se mostraram
participativos com as atividades propostas.

3.3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante do exposto, a construção da oficina e os debates que ocorreram, tanto nos


momentos que estávamos construindo, quanto na realização da oficina que foi de
extrema importância na vida profissional e pessoal. Obter essas relações com usuários
de uma determinada instituição nos traz uma percepção diferente da que construímos
teoricamente num ambiente acadêmico. Mesmo sendo primordial a formação teórica a
qual nos é ofertada na universidade, estar em um ambiente na qual possamos ver a
materialização dessas teorias, a construção, ação e a utilização das políticas públicas
modifica e nos ajuda a desenvolver a práxis profissional mais crítica.
Dessa forma, a oficina também contribui, para além de nossos estágios, para
visualizarmos como o código de ética da profissão pode ser colocado em prática
enquanto atuamos. Entender até onde vai a relação com os usuários e o que seria
problemático ou não para uma intervenção profissional. Por isso, a oficina traz um dos
pontos centrais da atuação de uma assistente social, que é esse trabalho de
compartilhamento de conhecimento e construção para os usuários sobre o debate
trazido. Também para entendermos nossa posição política, na qual é trazida no código
de ética da profissão da construção de uma sociedade emancipada, pelo fim do modo de
produção capitalista e estes tipos de ação, como a oficina, faz com que exista uma
relação com a população e, minimamente, desestruturar a alienação capitalista.
Os jovens que estavam na oficina já entendiam sobre o assunto debatido e já
tinham uma boa percepção do assunto com a realidade vivida por eles. Entretanto, o
varal que colocamos, que trazem materiais de jornais, trouxeram um debate que foi para
além do trabalho infantil, mas relacionando com o racismo que perpassa de uma
maneira muito forte o trabalho infantil e como as pessoas veem essas crianças negras
que sofrem com essa condição.
Pode-se fazer uma articulação com a disciplina de Política de Atenção à Criança
e ao Adolescente, no sentido tanto do que foi trazido pelos jovens no debate e relacionar
com as aulas e textos que ocorreram sobre os direitos que essa população tem e que
muitas das vezes são negligenciado, as formas de prevenção para que estes direitos não
sejam violados e quais realmente devem ser as atividades das crianças e adolescentes,
no sentido de sua ocupação.
O grupo avaliou que a máxima trazida pela professora sobre multiplicar o que
aprendemos, foi de fato o que aconteceu na oficina e da importância formativa sobre o
espaço tanto para os diversos públicos atingidos por todos os grupos, quanto para nós
futuros/as assistentes sociais. Durante a disciplina, entramos em contato com diversas
legislações (Estatuto da Criança e do Adolescente, Estatuto da Juventude, Lei
14.344/22, por exemplo), como historicamente se deu a política voltada para as crianças
e adolescentes, bem como temáticas específicas (abuso e exploração sexual, trabalho
infantil, atuação do Serviço Social em instituições). Tudo isso, juntamente com toda a
construção da oficina e a execução da mesma, foram importantes para refletir a
necessidade da promoção de espaços formativos para a juventude, tocando em temas tão
sensíveis. Destaca-se aqui a aula na qual vimos a estreita relação entre o modo de
produção capitalista e o Trabalho Infantil, temática do presente relatório. Conforme
explica Marx (2013, p.317)

À medida que torna prescindível a força muscular, a maquinaria converte-se


no meio de utilizar trabalhadores com pouca força muscular ou
desenvolvimento corporal imaturo, mas com membros de maior flexibilidade.
Por isso, o trabalho feminino e infantil foi a primeira palavra de ordem da
aplicação capitalista da maquinaria! Assim, esse poderoso meio de
substituição do trabalho e de trabalhadores transformou-se prontamente num
meio de aumentar o número de assalariados, submetendo ao comando
imediato do capital todos os membros da família dos trabalhadores, sem
distinção de sexo nem idade. O trabalho forçado para o capitalista usurpou
não somente o lugar da recreação infantil, mas também o do trabalho livre no
âmbito doméstico, dentro de limites decentes e para a própria família.

Durante a pesquisa da aula que tratou especificamente sobre a referente temática,


entendemos que o trabalho infantil tem determinantes, tem um perfil específico e se
reatualiza conforme as mudanças no ciclo do capital. Apesar das diversas legislações e
das classificações sobre as (piores) formas de trabalho infantil; da ligação desta com o
trabalho escravo, das organizações que atuam no enfrentamento dessa violência; viu-se
que para o sistema capitalisma é necessária essa forma específica de exploração, que
impacta negativamente a vida de crianças e adolescentes na escola, fisica e
mentalmente, e que abre portas para outras formas de violência.

REFERÊNCIAS
MARX, K. O Capital - Livro I – crítica da economia política: O processo de produção
do capital. Tradução Rubens Enderle. São Paulo: Boitempo, 2013.
SERVIÇO SOCIAL DO COMÉRCIO (SESC). Diretrizes Gerais de Ação do SESC,
2014. Disponível em: http://transparencia.mt.sesc.com.br/uploads/midia/mt/DGA_Sesc-
1.pdf. Acesso em: 09 out. 2022.

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