Você está na página 1de 12

Workshop

Aula 3
R E N ATA M E I N S C.H.I.C COUTURE

Nossos sentidos são como portas - sua


visão, seu olfato, seus ouvidos, sua boca,
são portas para dentro da sua alma. O
que você tem convidado para entrar? O
que tem entrado sem você perceber?

AULA 3
R E N ATA M E I N S C.H.I.C COUTURE

Quando falamos em feminilidade e elegân- o mais interessante é esse padrão de com-


cia, muitas vezes ficamos fixados em um portamento! “As pessoas vêm e sempre
estereótipo, uma forma pronta! Mas a ele-
querem saber o tamanho de alguma coisa”,
gância vai muito além da forma de se vestir
e do uso correto dos talheres. Bom, mesmo disse McClendon.
a elegância não estando somente nas coi-
sas, ainda assim sabemos o quanto comu-
nicamos através da nossa imagem! Nossa
apresentação é um ato de serviço, até um
ato de amor!

A presença da beleza faz bem, quando cui-


damos de nós mesmas, cuidamos das pes-
soas ao nosso redor! A presença das flores
é como a presença do próprio Deus que
colocou tanta beleza em algo tão breve e
tão delicado, só para que os nossos olhos
pudessem se deleitar.

Padrões podem sim nos ajudar, porém que-


rer padronizar algo tão grandioso como a
beleza é como definir as cores de um ca-
maleão. A beleza de uma mulher vai muito
além de padrões e conceitos estéticos, po-
rém a sociedade tende a querer padronizar
aquilo que Deus criou, criando assim suas
próprias medidas específicas para comuni-
car um ideal de beleza.

Isso já é uma verdade para você ou você


ainda faz parte do grupo de pessoas que
Emma McClendon, curadora do museu ins-
tituto de Tecnologia da Moda de Nova York
menciona serem obcecados por compara-
ção? Lá, existem peças históricas de gran-
de valor que atraem muitos visitantes, mas

AULA 3
R E N ATA M E I N S C.H.I.C COUTURE

“Seja algo contemporâneo ou do século 19,


elas querem saber qual é o tamanho, ou o
tamanho equivalente ou a medida de algu-
ma peça”, disse ela. “Nós, como cultura,
como sociedade, somos obcecados por ta-
manho. Tornou-se parte da nossa identida-
de”. Ela afirma também que são as mulhe-
res mais jovens as mais interessadas em
saber as questões numéricas das roupas.

Nosso hábito de comparar nossa bele-


za com a das outras, acabou nos levando
a criar eventos grandiosos a respeito, e o
mais doido é que, de comparação, passou
para competição. Foi em meados do século
XX, que os concursos de beleza começa-
ram a tomar forma, reforçando esse papel
do padrão ideal feminino e a competição
Suas medidas eram 1,70 m de altura; 58
entre belezas!
kg de peso; busto 94cm; cintura 60 cm e
Quem não conhece a história da Martha 21 anos de idade.

Rocha, que conforme reza a lenda, perdeu


o posto de miss universo em 1954 para Martha era alta para sua época, tinha a li-
uma americana por conta de 2 polegadas, nha alongada! Sua Identidade corporal é
o que seriam 5cm a mais de quadril! Como Dramática Suave, ela possui maciez e ao
mesmo tempo, uma estrutura presente e
se um mísero número pudesse desbancar
pontiaguda, além de ter nascido para o gla-
uma vencedora! Mas entre nós, essa histó-
mour, como podemos ver em suas makes,
ria foi lorota, a americana ganhou mesmo
cabelos e vestidos! Mas veja como nosso
e os jornalistas inventaram essa questão olhar está calibrado de uma forma estra-
numérica! O fato é que a beleza da baiana nha, é só ver as medidas de Martha e com-
Martha era estonteante! parar com a estética buscada atualmente.

AULA 3
R E N ATA M E I N S C.H.I.C COUTURE

Os padrões que antes eram mais volta- até nosso rosto fica mais bonito com uma
dos à essência feminina, hoje são bem postura correta!
mais voltados a uma essência masculina
São tantos pequenos detalhes na caminha-
predominante.
da da elegância, todos eles juntos causam
O fato é que o padrão sempre vai existir.
um impacto enorme! Quando olhamos uma
Mas cabe a nós nos colocarmos à parte
pessoa, qualquer pessoa, nosso cérebro lê
dessa estrutura de frustração. Muitas mu-
códigos! É como se um download automá-
lheres que viveram a experiência do C.H.I.C.
hoje me relatam como se sentem livres, tico acontecesse. Isso não acontece so-
sendo o que foram projetadas para ser! Tra- mente com relação a nossas feições, mas
balhar meu corpo para ter uma postura bo- engloba tudo aquilo que está relacionado
nita fez toda a diferença, tanto que eu quis a sua imagem.
trazer isso pro CHIC! Pois sei o quanto uma
Vou colocar algumas imagens de uma
postura mexe com nossa imagem! Nossa
percepção do nosso corpo se altera com mesma mulher com alguns looks diferen-
uma postura correta, a posição da cintura tes e quero que me diga o que eles revelam
muda, a sustentação dos seios, bumbum, para você.

AULA 3
R E N ATA M E I N S C.H.I.C COUTURE

É a mesma mulher, o mesmo cabelo, mas mais longo ou mais redondo, e combinar os
a primeira é uma mulher que ama esporte, brincos certos com nossas características
prima pelo conforto mas também gosta de de beleza pode ser um grande divisor de
moda; já a segunda é mais sexy, gosta de águas. Muitas pessoas não avaliam uma
glamour; na terceira, vemos até um certo coisa que pode mudar muito a percepção
conservadorismo, feminilidade! visual da sua imagem, a posição da sua

Olha o tanto de coisa que você pensa só de orelha. Por exemplo, saber a altura em que

olhar para a imagem de uma mulher. Tudo elas estão posicionadas nos ajuda a ter
conta uma história. Os acessórios, então! mais percepção do equilíbrio do rosto.
Eles mandam muitas mensagens! Então, Para conhecer essa posição, você preci-
alguns pequenos ajustes podem levar sua sa fazer um traço que deve cortar o rosto
imagem para o próximo nível, como o brin- na horizontal, ligando uma orelha à outra,
co, por exemplo. usando como base a parte superior dos
Eles podem parecer apenas um pequeno olhos. Depois faça outra linha na horizon-
acessório, mas por mais inofensivos que tal cortando o rosto, agora na parte inferior
pareçam, podem influenciar na aparência da orelha, e essa a referência que usamos
do nosso rosto, alterando até a percep- para a altura, a linha subnasal, onde acaba
ção de largura, aparentando ser mais fino, o nariz.

AULA 3
R E N ATA M E I N S C.H.I.C COUTURE

Algumas orelhas estarão posicionadas na cos mais alongados teoricamente vão fun-
altura do nariz, enquanto outras bem aci- cionar muito bem para mulheres com linhas
ma. Repare que a minha orelha está po- corporais alongadas, porém precisamos
sicionada mais próximo do meu olho, em observar particularidades como a propor-
relação ao meu queixo, o que traz ainda ção das feições, alongamento de pescoço,
mais atenção pro meu segundo terço. Bom, formato de ombros e posicionamento de
eu não tenho como reposicionar minha trapézio, olha que interessante esse estudo
orelha, obviamente! Mas eu consigo trazer do Método Meins sobre o efeito do brinco
mais equilíbrio escolhendo brincos adequa- de diferentes proporções.
dos, principalmente quando eu uso cabelo
Em cada proposta, podemos ver como nos-
preso.
sa percepção com relação às proporções
Se a distância entre o lóbulo da orelha e o das feições do rosto das modelos ficam di-
queixo é relativamente curta, existem duas ferentes. Cada brinco tem um efeito visual.
formas simples para escolher seus brincos.
Se vemos formas mais arredondadas, ou
Número um, mude o foco visual para cima,
seja, linhas curvas e poucos ângulos, feições
para a hélice da sua orelha, com brincos
arredondadas e macias como bochechas e
que ficam na parte de cima, como os ear
um queixo arredondado, entendemos que
cuffs. Isso acontece porque esse pequeno
para trazer harmonia é interessante usar
detalhe muda o ponto focal, e sim, pode ser
brincos arredondados também. Opções
elegante! O ponto focal, também conheci-
com linhas retas e formas angulares, como
do como foco visual, refere-se a uma área
quadrados ou com bordas afiadas, contras-
de ênfase que chama mais atenção, é para
tam com as curvas e suavidade. E claro, se
onde o olhar é direcionado na imagem, e o
a identidade corporal pede contraste, como
ponto focal nos brincos variam de acordo
a Gamine, que é uma identidade corporal
com a cor, forma e tamanho.
que possui um mix heterogêneo das duas
Assim como nos cabelos, a escolha dos essências feminina e masculina, essas po-
brincos e a diversidade de propostas que dem ser sim uma escolha estética asserti-
eles trazem precisam conversar com sua va. Às vezes, a harmonia está justamente
essência e sua intenção. Por exemplo, brin- no contraste, no contraponto.

AULA 3
R E N ATA M E I N S C.H.I.C COUTURE

Já se vemos formas mais angulares, como ça visual, o que significa cores vivas, tama-
a presença de ossos faciais pontiagudos, nho médio a grande, grossos e pesados.
maxilar afiado e maçãs do rosto salientes,
Mulheres com estruturas ósseas pequenas
existe um drama nessa aparência. A opção
e finas, delicadas, devem evitar brincos que
é apostar em peças angulares, mas claro,
sejam muito pesados ou
​​ grossos, dramá-
a premissa é respeitar o tamanho e largu-
ticos, por parecerem muito pesados para
ra faciais, rostos pequenos pedem brincos
sua beleza. Seus brincos devem ser sua-
menores, assim como rostos grandes pe-
ves, finos e delicados.
dem brincos maiores.
Lembre-se sempre que o tamanho dos brin-
Outro elemento a se considerar é a presen-
cos é proporcional ao tamanho do rosto,
ça visual dos brincos. Mulheres menores,
compatível com o tamanho das feições e
teoricamente precisam de brincos com bai-
também ao comprimento do pescoço.
xa presença visual, delicados e menores, o
que dá um visual refinado e delicado. Aten-
ção para mulheres com estruturas mais
largas, com ossos mais chanfrados, mes-
mo que sejam pequenas em altura, esses
brincos mais finos, delicados e com baixa
presença visual já não são tão adequados,
pois criam um contraste e enfatizam ainda
mais amplitude ou tamanho do rosto. Ros-
tos grandes são mais harmoniosos visual-
mente com brincos com presença visual
mais forte, maiores.

Então, se eu for colocar em ordem de prio-


ridade, acompanhar a estrutura óssea é
mais indicado do que acompanhar a linha
alongada ou encurtada na hora de escolher
brincos ou até outros acessórios.

Mulheres com rostos mais largos, maiores,


com estrutura óssea grande ou angular, ou
com características faciais proeminentes
combinam com brincos com forte presen-

AULA 3
R E N ATA M E I N S C.H.I.C COUTURE

Existe um fator que vai mudar totalmente Agora, observe o desenho dos seus tra-
a percepção de comprimento de pescoço, pézios: eles possuem uma curvatura suave
que é o posicionamento do trapézio. Existe até o ombro, ou você consegue ver um ân-
uma diferença de posicionamento de tra-
gulo reto entre o ombro e o pescoço?
pézio da essência feminina e masculina.
Observando somente esse ponto, podemos Essa curvatura impacta fortemente a nos-
ter uma percepção interessante da comu- sa percepção de alongamento do pescoço.
nicação de essências do frame de uma Sendo assim, por mais que uma mulher te-
pessoa.
nha um rosto e um pescoço longos, se ela
Quando olhamos para o ideal de imagem possui um trapézio curvo ela precisa pon-
feminina do século XIX, por exemplo, ve- derar a escolha do acessório. Brincos mui-
mos linhas arredondadas, ombros caídos, to alongados e pontiagudos não são a me-
o que trazia uma feminilidade e uma certa
lhor escolha, a suavidade do trapézio pode
suavidade para as linhas, a percepção era
criar um contraste com ele.
de uma delicadeza maior. Hoje vemos, com
maior frequência, um posicionamento de
trapézio ósseo de essência masculina. A
presença da essência masculina nas mu-
lheres hoje é um padrão considerado bas-
tante atrativo, como podemos ver até nos
concursos de beleza, e também no desejo
de imagem da maioria das mulheres.

Quando observamos essas duas mulheres,


podemos ter uma sensação real sobre as
essências, mesmo sem ver seus rostos. O
trapézio mais curvo, cria uma linha suave,
já quando ele é mais reto, conseguimos ver
um ângulo que favorece a percepção da
presença da essência masculina. Mesmo
com um pescoço exatamente do mesmo
comprimento, a percepção de alongamen-
to muda completamente.

AULA 3
R E N ATA M E I N S C.H.I.C COUTURE

O decote vai acompanhar essas indicações.


Pensem em rostos longos e decotes tam-
bém alongados. Quanto mais curto e largo
o rosto, mais estranho um decote longo
fica e quanto mais suave o trapézio, mais
contrastado fica um decote anguloso. Mas
sempre é importante levar em considera-
ção as feições e singularidades do rosto.

Vemos harmonia no alongamento e con-


traste na largura x alongamento. Claro que
entram nessa equação a presença farta ou
ausência de seios, tecido da peça, mangas
ou alças, mas quis mostrar como os con-
trastes evidenciam ao invés de disfarçar
algo.

Todas as teorias que eu conjugo no Método


Meins abrangem a harmonia da sua beleza,
em nenhum momento você precisa mudar
quem você é. O que você pode sim fazer
e com muita consciência é valorizar seus
atributos que mais gosta, aqueles que te
trazem mais confiança.

Já passei por muitas fases em minha vida


onde quis ser uma mulher com caracte-
rísticas diferentes das minhas, corri mui-
to atrás de tendências, de procedimentos.
Antes de adquirir esses conhecimentos eu
quis fugir de quem eu era e o que acaba-
va acontecendo é que eu ressaltava que eu
não gostava de mim.

AULA 3
R E N ATA M E I N S C.H.I.C COUTURE

Não quero que você saia dessa aula sem


conseguir ver em si mesma o poder e a
capacidade da sua beleza e a importância
que a sua imagem tem, não só pra você,
mas pra todos ao seu redor. Sua beleza
está acima da moda, acima de padrões,
acima das palavras duras que já direcio-
naram para você sobre sua imagem ou até
mesmo acima de uma visão distorcida sua
sobre quem você é.

Para experimentar na prática, quero que


você escolha a sua blusa favorita, junta-
mente com um brinco e analise como eles
ficam em você, se eles entram ou não em
harmonia com as suas características. Eu e
minha equipe queremos ver também: man-
de uma foto na #meinscommenos pra gen-
te ver se você acertou ou não.

Afinal, pessoas diferentes precisam de téc-


nicas diferentes e personalizadas para real-
mente chegarem a uma imagem que repre-
sente sua melhor versão. Uma imagem que
faça sentido, que traga brilho, que valorize,
e que vá muito além de mudanças superfi-
ciais. Quando encontramos o equilíbrio en-
tre o que existe de belo em nós, externa e
internamente, tudo muda. Só assim é pos-
sível ter a verdadeira elegância.

AULA 3

Você também pode gostar