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DADOS DE ODINRIGHT

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Sumário

Abertura
Créditos
Dedicatória
Introdução

Qual a diferença entre estilo e moda?


Reconheça e cultive um estilo
Elegância e autocrítica
Elegância que não sai de moda
Armadilhas que refletem no visual
Armadilha sutil para as mulheres
Destaque atributos naturais
Faça combinações inusitadas
Descontração ou formalidade?
Os trajes para homens
Um passeio completo...
Detalhes da moda masculina
Terno sob medida
Terno slim
Gravatas: elas persistem
Jeans
Calça de sarja
Camisetas com decote em V para homens
Gordinhos, sim, e daí?
Os trajes para mulheres
Mulheres, usem vestidos
Sapatos femininos: como não cair do salto
Meias: aliadas no guarda-roupa feminino
Meias, botas e acessórios de inverno
Outros acessórios femininos de inverno
Malhas, tricôs, pontos e fantasias invernais
Roupa profissional
Roupa para trabalhar
Armadilhas em roupa de trabalho
Curingas no seu armário
Além do pretinho básico
Minissaia
Mínis: quem pode usar e como
Verão feminino: além do branco
O que combina com roupa branca?
Feliz ano-novo!
Como um peixinho no mar...
Transparência tem limite
Aprenda a escolher chinelos
Aprenda a usar chinelos
Óculos: escuros ou não
Meias e sapatos masculinos
Homens de barba
Visual feminino
Homens e mulheres cheirosos
Cuidado ao usar maxibolsas
Brechó: por que não?
Vestido de noiva
A roupa do noivo
A mãe dos noivos
A roupa dos padrinhos
Pais e padrinhos com roupa alugada
A roupa das madrinhas
Roupa de mamãe
Crianças não são miniadultos
Renove o guarda-roupa
Organize e arrume seu armário
Faça compras inteligentes
Liquidações, pontas de estoque e bazares
Moda final
Referências bibliográficas
Claudia Matarazzo
Série Superdicas
Série Superdicas - Versão em Audiolivro
ISBN : 9788502104310
Copyright © Claudia Matarazzo, 2010
Direitos desta edição:
SARAIVA S.A. Livreiros Editores, São Paulo, 2010.
Todos os direitos reservados

Gerente editorial: Rogério Carlos Gastaldo de


Oliveira

Editora-assistente, Kandy Sgarbi Saraiva


edição e preparação
de texto:

Auxiliares de Rute de Brito / Mari Kumagai


serviços editoriais:

Revisão: Pedro Cunha Jr. e Lilian


Semenichin (coords.) / Aline
Araújo /

Eduardo Sigrist / Amanda


Lenharo di Santis / Fernanda
Alves /

Revisão: Ana Carolina Nitto / Elza


Gasparotto / Janaína Silva /
Veridiana Cunha

Produtor gráfico: Rogério Strelciuc

Gerente de arte: Nair de Medeiros Barbosa

Projeto gráfico: Antonio Roberto Bressan

Diagramação: Ro Comunicação

Capa: Guilherme P. Pinto


Ilustrações: Adolar

Coordenador da Reinaldo Polito


Série Superdicas:

Matarazzo, Claudia
Superdicas de moda e beleza / Claudia Matarazzo. --1.
ed. -- São Paulo: Saraiva, 2010.

1. Beleza – Cuidados 2. Moda 3. Vestuário


I. Título.

CDD-391

Índices para catálogo sistemático:


1. Estilo de vestir : Moda : Costumes 391

Rua Henrique Schaumann, 270 – CEP 05413-010 – Pinheiros – São Paulo-SP


Tel.: PABX (0**11) 3613-3000 – Fax: (0**11) 3611-3308 – Televendas:
(0**11) 3613-3344
Fax Vendas: (0**11) 3611-3268
Endereço Internet: www.editorasaraiva.com.br
Para Valentina, minha filha, que me surpreende sempre
no quesito moda e beleza.

E para Valéria Zanocco, com um agradecimento especial


pelo carinho com que sempre tratou meus primeiros
trabalhos sobre esse tema.
Introdução

Tendências de moda: elas têm tradução

A indústria da moda jamais brinca em serviço, muito


menos improvisa ao sabor do gosto dos
estilistas/artistas. Nada disso. Estudos profundos,
baseados em fatos que se refletem no mundo
contemporâneo e seus consequentes reflexos no
comportamento das pessoas norteiam os criadores e
fabricantes dos fios, tecidos, roupas e, finalmente, os
estilistas de tudo o que vemos em revistas de moda e em
vitrines.
Gostaria de compartilhar com os leitores os conceitos
que estão por trás de tudo o que verão nos próximos
anos. É que, muitas vezes, as pessoas se atrapalham na
escolha por falta de informação básica sobre a origem
do tal modelo ou da moda em voga.
Assim, se quiser ficar à vontade para escolher ou
preterir algum item das novas coleções que vêm por aí,
é útil conhecer qual a ideia que está por trás da criação.
Parece bobagem, mas funciona.
Por exemplo, as coleções do ano de edição deste
Superdicas – 2010, portanto – originaram-se em meio à
crise financeira que teve o seu apogeu em 2009. São
produtos que traduzem uma reavaliação de conceitos,
uma reflexão sobre prioridades e consumo. De modo
geral, procuram refletir os desejos de todos os povos
depois de terem sido atingidos por verdadeiros tsunamis
– reais, virtuais e financeiros. Assim, idealmente,
surgiria uma nova sociedade mais alternativa,
colaborativa, inclusiva e otimista, cujas principais
palavras de ordem seriam:
• liberdade – todos têm direito de ouvir e ser ouvidos
(não é à toa que a China emerge como país consumidor
e criador). As roupas vêm com mensagens de todos os
tipos, escritas ou não. E essa atitude pode e deve ser
incorporada de maneira salutar para além da moda – por
que não?
• conexão emocional – o que se usa tem de ter
algum vínculo com o que nos é mais caro, sejam nossas
raízes rurais – no caso da moda folk, com toques
campestres e cores vibrantes – ou urbanas – quando
observamos novos materiais, alguns sintéticos e
brilhantes em modelos com jeito de filme futurista. Ou,
ainda, uma propensão à vida mais alternativa, caso de
materiais mais rústicos e austeros. Ou um
temperamento mais romântico, como o visual cheio de
babados, rendas ou laços. É isso que nos faz sentir
atraídos por uma peça e mais: que a usemos bem.
• inovação – outra palavra de ordem. Mas, para
inovar, é preciso ser um espírito novidadeiro, liberto das
convenções. Os novos materiais e propostas estão aí
para isso: dos sintéticos aos modelos com intervenções
virtuais. Porém, é preciso ter atitude para usá-los.
Como se vê, a coisa vai além do lance das “cores mais
fortes”, “ombros mais largos” ou “comprimentos mais
longos ou mais curtos”. Esses detalhes escravizam-nos.
Liberte-se das pequenezas e aposte nos conceitos por
trás das tendências, tirando partido deles em um
prazeroso exercício de elegância e autoconhecimento.

A Autora
1

Qual a diferença entre estilo e moda?

Muita gente confunde estilo com moda. São diferentes.


E, para compreender melhor o que significa ter e
cultivar um estilo, é fundamental saber a diferença entre
ambos.
Moda é uma forma de se expressar visualmente,
imposta de fora para dentro, isto é, as tendências do
mercado, da estação, por exemplo, ditam o que uma
pessoa veste ou o acessório que está “em alta”. Estilo é
o oposto: uma manifestação visual de algumas das
características mais marcantes da personalidade, ou
seja, é trabalhado a partir do interior e expressado no
exterior, independentemente das tendências.
A moda faz com que as pessoas fiquem parecidas umas
com as outras, é como um uniforme de estação ou
região. Já o estilo tem justamente o efeito contrário: uma
pessoa que tem determinado estilo – não importa se
bonito, feio, moderno ou clássico – se destaca com ele. É
como se fosse uma marca registrada reconhecida por
determinados sinais.
Quem tem estilo faz escola, jamais copia. A moda é
passageira. O estilo fica. Mesmo depois da morte de seu
criador. E pode perdurar por anos.
Uma pessoa com estilo é sempre percebida. Muitas
vezes, pode até ser um estilo que não está em sintonia
com a coletividade, porém, expressa um sentimento. É
uma declaração visual.
Já uma pessoa “na moda” pode até estar bem e de
acordo com o que se vê nas passarelas e vitrines
naquela estação. Mas, se não tiver um profundo
autoconhecimento e boa dose de discernimento, e seguir
a moda sem questioná-la ou adequá-la ao seu próprio
temperamento, corre o risco de confundir-se (e aos
outros) com mensagens e códigos visuais eternamente
mutantes.
O grande desafio é cultivar corretamente um estilo.
Embora ele não tenha o poder de transformar uma
pessoa feia em bonita, certamente fará dela uma pessoa
especial. Única, dentro de determinado universo.
2

Reconheça e cultive um estilo

Quem tem estilo não se preocupa demais com o que


veste: pode ser uma roupa caríssima ou uma peça de
ponta de estoque, o critério de escolha é
invariavelmente baseado no estado de espírito do
momento. E, com uma maneira lúdica de encarar a
roupa, quem tem estilo quase sempre consegue fazer os
trapinhos mais esquálidos adquirirem a aparência de
exclusivíssimas peças de grife.
Se quiser ser assim, é importante cultivar alguma
fantasia, sonhar mesmo. Dessa forma, os desejos podem
se transformar em inspiração e acabam embelezando
nossa vida. E já que é para sonhar, que sejam sonhos
bonitos, agradáveis, sensuais… Assim fica mais fácil
irradiar e atrair beleza e prazer.
Quem tem estilo domina bem outra técnica: embora
com uma aparência única, sabe que é preciso integrar-se
ao ambiente, adequando-se a qualquer contexto. Se uma
festa é de gala, por exemplo, o estilo pessoal não pode
ser desculpa para ir de jeans e tênis, mas pode ditar a
escolha de uma bolsa diferente, um acessório original ou
mesmo uma estampa pouco usual. Um dos motivos é
gostar de si próprio, para irradiar bem-estar e, a partir
daí, assumir uma atitude segura, porém, suave, sem
agredir ninguém.
É uma qualidade quase mágica restrita aos elegantes
com estilo: são indivíduos discretos que, ainda assim,
chamam a atenção. São pessoas que têm uma visão
muito eclética do mundo e, embora pensem como
extravagantes, jamais parecem exagerados. Sua atitude
é sempre aquela mais adequada ao momento e às
circunstâncias. É a diferença entre quem tem estilo e
quem acha que pode adquiri-lo com dinheiro. Não pode.
3

Elegância e autocrítica

Sempre que me perguntam o que é ser elegante, penso


em uma pessoa que consegue chamar a atenção sem
dizer uma palavra e que, quando o faz, jamais se mostra
excessiva. Alguém que é envolvente com a simples
presença e que, mesmo sem ser linda ou poderosa,
possui magnetismo. A essência da elegância está em
sentir-se confortável e seguro consigo mesmo, o que,
naturalmente, inclui a própria aparência.
É preciso ter um profundo autoconhecimento para
respeitar suas próprias limitações físicas e vestir-se de
acordo não apenas com seu biótipo, mas também com a
sua idade, ocupação e temperamento, para que a
mensagem transmitida visualmente esteja em sintonia
com você e com o momento que vive.
Daí surgirá naturalmente uma conduta coerente e um
sentido de bem-estar que se refletirá em sua aparência,
proporcionando uma segurança confortável que, por sua
vez, acrescentará uma aura de elegância natural.
Parece papo de autoajuda, mas não é. Estou falando
aqui de perder um pouquinho mais de tempo com o
espelho interior em vez de tantas horas com tratamentos
pseudomilagrosos. De olhar para os verdadeiros desejos
e o que se está fazendo para alcançá-los em vez de
quebrar a cara seguindo as dietas da vez e forçar a
barra com uma imagem imposta pela mídia e pela
indústria da moda apenas para sentir-se incluído em
algum clube fashion. Muitas pessoas cometem erros
grosseiros ao se vestir, achando estarem “na moda”,
como ao usar uma calça superjusta, mas deixando os
pneuzinhos saltarem na região da cintura; acabam
atraindo olhares, sim, mas não de admiração, garanto.
E no que diz respeito à moda feminina, embora
muitíssimos detalhes tenham realmente mudado muito
em relação ao que nossas avós aconselhavam em
matéria de bem vestir, por incrível que pareça, a base
continua valendo, literalmente: caimento sóbrio, revelar
com parcimônia, isto é, sem exageros, e apenas um
detalhe extravagante basta para destacar o conjunto.
Mais que isso, corremos perigo de cair nas inúmeras
armadilhas do mundo da moda.
4

Elegância que não sai de moda

Alguns conceitos são baseados em harmonia, proporção


e estética. Por isso mesmo, não saem de moda e são
válidos para pessoas de todas as idades.
A dica de jamais usar mais do que três cores ou tons é
um desses conceitos. A moda anda muito mais
democrática, é verdade. Porém, se quiser realçar seus
traços e causar impacto com sua fisionomia e não
desviar a atenção dela para a sua indumentária, o certo
mesmo é manter-se dentro desse limite. Aliás, basta uma
cor que lhe favoreça para fazer o truque dar certo...
E por falar em cores: não se esconda atrás de tons
“pseudosseguros”, como o preto e o bege, que podem
deixá-lo abatido ou mesmo esconder a beleza de sua
coloração natural. Descubra o que realmente fica bem
em você e procure se manter fiel a essa família de tons e
cores.
Nunca exagere na moda da estação: é importante não
se deixar levar por modismos. Quem só segue a moda
jamais terá um guarda-roupa coerente consigo mesmo.
Passará a vida tentando atualizar algo que não deve ser
modificado com tanta frequência. Basta consolidar seu
próprio estilo de acordo com esta ou aquela tendência
que mais lhe agrada e melhor lhe favoreça. É preciso
saber interpretar as tendências e adaptá-las para nossa
vida, não o contrário.
Questione as novidades. Sempre. Desconfie. Tente
encontrar os pontos negativos ou que possam
desfavorecê-lo antes de aderir a qualquer novidade
apresentada pela indústria da moda. Dessa maneira,
você não cairá facilmente nas inúmeras armadilhas
visuais (veja as dicas 5 e 6) que surgem aqui e ali a cada
minuto.
Elegância é atemporal. Assim como devem ser nossos
valores e sentimentos. Não é possível pensar em ser
elegante e volúvel a ponto de estar mudando tanto o
tempo todo.
Pense nisso antes de fazer a próxima compra por
impulso.
5

Armadilhas que refletem no visual

Para ser elegante, é preciso conhecer os limites do


próprio biótipo e questionar muito a moda. Só assim
você usa algo que realmente tem a ver com você e, de
quebra, evita muitas armadilhas. Por exemplo, há
algumas precauções que as mulheres sempre devem
tomar: evitar qualquer peça com tecido vazado, do tipo
telinha; não sair sem sutiã; não usar roupas justas
demais; não deixar o delineador de boca visível; não
fazer bronzeamento artificial com efeito laranja nem
vestir calças baixas que deixem o cofrinho à mostra.
Isso, só para falar de alguns falsos itens que já
pareceram supertendências de moda e nunca foram... O
importante é a atitude de questionar e parar para uma
autoanálise verdadeira não apenas entre físico e moda,
mas também entre físico, momento de vida e,
principalmente, temperamento – para que o visual
exterior acompanhe a atitude.
O brilho está na atitude. Eis mais uma armadilha: toda
nova estação traz, além das novidades na moda, muitos
e variados lançamentos em produtos cosméticos e
perfumes. Os brilhos de maneira geral imperam.
Perfumes trazem partículas literalmente douradas para
que as mulheres se sintam verdadeiras deusas, há bases
para a pele cujos pigmentos refletem a luz em
tonalidades pérola, prata e bronze, e por aí vai.
Não tenho nada contra a fantasia a que nos remetem
esses lançamentos, ao contrário, mas que tal viver de
maneira a dedicar mais tempo para você mesmo e para
pessoas que você ama, sendo, portanto, mais generoso
com o seu tempo e seu lazer em vez de dedicar-se
totalmente à aparência? Pode ser uma ideia, não é?
Na verdade, é preciso estabelecer um paralelo entre
os milhares de lançamentos quase supersônicos –
concebidos para nos convencer de que podemos tudo – e
nosso íntimo, pois andamos cada vez mais encolhidos,
sem tempo para realizar grandes desejos. E aí, não há
purpurina que dê conta de nos iluminar a existência!
A serenidade é um dos melhores produtos de beleza
de que se tem notícia. E só é obtida se nos dermos
tempo de repouso verdadeiro. Pense nisso.
6

Armadilha sutil para as mulheres

Essa moda surgiu há algum tempo e ficou: deixar


aparecer a lingerie por baixo da roupa combina com a
leveza do verão, com o jeito sensual de ser da mulher
brasileira e coisa e tal. No entanto, além de autocrítica,
é preciso uma certa atitude para fazer isso.
Se você é mais clássica ou conservadora, esqueça: não
vai se sentir bem com a alça do sutiã à mostra, por mais
bem-acabada que seja a renda. E a transparência
necessária para que se perceba por baixo os detalhes
das novas rendas pode fazer você se sentir mais nua do
que atraente – fora o fato de que é preciso ter, por baixo
da roupa, um corpinho escultural, lindamente delineado.
Se você tem mais de, digamos, 35 anos, também é o
caso de pensar duas vezes. Não é preconceito, apenas
um aviso para que não fique parecendo uma tia
desleixada.
Mas se você é jovem, magra, linda e poderosa, vá em
frente e abuse dos novos materiais feitos com altíssima
tecnologia, como os tecidos sem costura que não
marcam o corpo, a lycra® vegetal ultraleve e as rendas
de microfibra.
Lembre-se de que o ideal é que a alça do sutiã ou o top
que está por baixo de qualquer tipo de transparência
deve ser da mesma cor da blusa que está por cima. Não
é caretice, mas uma questão de complementar o
conjunto com harmonia, tornando-o mais elegante e
menos chamativo. Do contrário, pode parecer vulgar.
Há até um novo sutiã com microcápsulas de hidratante
e as marcas que apostam na aromaterapia.
Pessoalmente, fico um pouco aflita com os tais sutiãs
hidratantes, mas a ideia da aromaterapia até que é bem
simpática. Além de estimular os sentidos, o perfume é
bem-vindo e sempre cai bem: independentemente de
sexo, idade ou medidas.
7

Destaque atributos naturais

A sabedoria ao escolher a cor certa é mais importante


do que o modelo sofisticado ou a etiqueta cara, pois, se a
cor não favorecer o seu biótipo, pode literalmente
derrubar sua imagem. Por isso é fundamental usar as
cores certas se quiser causar um impacto agradável e
transmitir uma mensagem de confiança e elegância. São
as cores que promovem a harmonia visual.
Usando as cores certas na maquiagem, por exemplo, o
rosto será imediatamente valorizado: linhas de
expressão podem ser atenuadas por meio de jogos de
sombras, a pele adquire luminosidade e o olhar ganha
vida. A imagem projetada torna-se mais positiva,
harmoniosa e agradável.
A cor errada, em contrapartida, pode abater
consideravelmente a fisionomia ou “poluir” o semblante
ressaltando imperfeições em detrimento do conjunto.
Olheiras, manchas na pele e cicatrizes acabam
saltando à vista, e o foco de atenção cai mais
diretamente nos defeitos da imagem, que, por sua vez,
fica sufocada pela soma de pequenos lapsos visuais.
Para reconhecer a cor certa que combina com você,
basta um pouco de método:
1- Pesquise: o primeiro passo é detectar suas
cores preferidas. Aquelas de que sempre
gostou, não as da moda.
2- Observe: preste atenção ao seu tom de pele,
de olhos e de cabelos. Não apenas à cor, mas
ao tom: há peles brancas com fundo rosado e
outras com fundo amarelado. Cabelos
escuros podem ter um fundo marrom,
azulado, avermelhado e por aí vai.
É importante lembrar disso no momento de
harmonizar as cores naturais com os tons de roupa que
irá recomendar. Um fundo de pele amarelado, por
exemplo, não funciona com cabelos loiros. É preciso que
a roupa realce o colorido. Isso dará à aparência um ar de
mais saúde e confiança.
Experimente saber quais cores realçam seus pontos
fortes. Para isso é importante:
• colocar o tecido próximo à pele;
• usar o máximo possível a luz natural;
• não ter preguiça de comparar, experimentar,
pedir para vestir mais de uma vez a peça se
for necessário.
8

Faça combinações inusitadas

Sabemos que o preto é chique, eterno e seguro;


justamente por isso, é possível brincar e deixá-lo menos
sisudo.
Peças pretas com:
• branco – mais contemporâneo, impossível.
• vermelho – esportivo e sensual, embora
propicie excessos. É preciso cautela.
• amarelo – arrojado, um contraste corajoso.
• marrom – discreto e muito chique; em loiras
e ruivas fica lindíssimo.
• marinho – elegantíssimo.
• bege ou creme – clássico, discreto, e o tom
claro dá leveza ao modelo.
• rosa – ideal para iluminar a fisionomia e
emprestar suavidade ao preto.
• cinza-claro – combinação sóbria, mais leve
que o preto total, para usar durante o dia.
Associamos o branco à luz, à leveza e a sensações
positivas. Mas uma roupa branca adquire outra proposta
com toques de outras cores.
Peças brancas com:
• verde – frescor e racionalidade (verde é a cor
do intelecto).
• rosa – suave e superfeminino.
• cinza – classe, delicadeza e sobriedade.
• bege – enfeita, é chique e combina com
mulheres de todos os tipos e colorações.
• vermelho – difícil de usar. Na dúvida, não
arrisque, pois não é fácil coordenar meias,
sapatos etc.
• marrom – quebra lindamente o branco e
funciona tanto no inverno quanto no verão.
• marinho – o clássico marinheiro. Imbatível
em qualquer versão: esportiva ou social.
Perfeito para estações com clima incerto e
no verão.
O bege ou creme é o neutro leve que pode se
transformar em uma alternativa superversátil.
Peças bege com:
• preto – correto para qualquer hora do dia em
qualquer estação do ano.
• marrom – sobreposição de tons sofisticada e
simples.
• marinho – tão versátil quanto o clássico
marinheiro marinho e branco. E fica lindo!
• vermelho – combinação alegre e mais fácil de
usar do que unir peças vermelhas ao branco
ou ao preto.
• rosa – se o tom do bege for ligeiramente
rosado, a combinação torna-se quente,
feminina e estimulante.
O marrom é a alternativa mais informal do que o
preto, mas igualmente classuda.
O marinho não combina apenas com branco, preto e
bege. Quer apostar?
Peças marinho com:
• cinza – experimente e veja que bonito.
• mostarda – combinação original e muito
elegante.
• vermelho – um clássico esportivo e alegre.
9

Descontração ou formalidade?

Teoricamente, vivemos em um mundo cada vez mais


descontraído e democrático. Daí que muita gente acha
que pode relaxar e vestir-se como der na telha. Não é
bem assim.
Com todo esse excesso de símbolos, é preciso saber
escolher, fazer uma triagem das mais cuidadosas,
levando em conta o tipo de imagem que se quer passar.
Há vários patamares de descontração no que se refere
à vestimenta. Um ator em noite de Oscar vestindo
smoking e tênis se considera descontraído. Um rapper
de periferia com boné ao contrário, tênis, bermudão e
camiseta larguíssima, também. O clássico jeans e
camiseta branca é descontraído. E por aí vai.
Já um dos fatores determinantes de mais ou menos
formalidade no vestuário masculino é a gravata e o
terno, a chamada “roupa social”.
Até segunda ordem, o traje faz o monge sim. A questão
é: como transitar com naturalidade em um mundo tão
plural?
Acredito que o segredo esteja na atitude, que deve ser
a mais natural possível independentemente do que se
está vestindo. E, para adquirir essa elegância natural, é
preciso conhecer o próprio estilo e não forçar a barra,
extrapolando em nome de uma elegância imposta.
O sujeito pode estar vestido de maneira superformal,
mas, se for descontraído e simpático, ninguém vai
reparar se está um pouco mais arrumado que a média
em determinado evento. Ou o contrário: há pessoas que
usam sempre um tipo de roupa minimalista, básica e
esportiva, mas que, devido a uma atitude mais reflexiva
e sóbria, jamais serão confundidas com tipos
destrambelhados.
Ainda: se a aparência reflete a alma, devemos nos
esforçar não para parecer apenas formais ou
descontraídos, luxuosos ou frugais, mas trabalhar para
que nos percebamos de forma agradável, limpa e
organizada – isso sim, importante na vida e como
mensagem visual.
10

Os trajes para homens

É preciso saber interpretar corretamente os dizeres de


um convite, para evitar constrangimentos. É o tipo da
coisa que pode proporcionar uma dose extra de
segurança e traquejo em momentos em que isso é, sim,
bastante importante. Principalmente nas festas ou em
reuniões onde a presença é quase uma continuidade do
trabalho.
Traje esporte – significa sem gravata. É claro que vai
depender do caso a opção por usar jeans, tênis ou
caprichar um pouco, simplesmente dispensando a
gravata, mas não o blazer e a camisa. Evidentemente,
em um evento onde tenha sido especificado por escrito
“traje esporte”, é preciso levar em conta que é esportivo
sim, mas não a ponto de se usar o bom e velho tênis.
Assim, um dock sider ou mocassim pode cair melhor.
Traje passeio – para se levar ao pé da letra, o traje
passeio ou “tenue de ville” (pernosticamente colocado
em alguns convites) é normalmente indicado para
eventos à luz do dia e mais informais. Na prática,
significa um blazer com calça social, camisa de cor
clara, uma gravata mais divertida, enfim, é a gravata em
sua versão informal.
Em tempo: traje passeio é o que, no Brasil,
erroneamente, algumas pessoas insistem em chamar de
“esporte fino”. Isso não existe.
Traje passeio completo – significa terno. Escuro e
mais formal. De preferência marinho bem escuro ou
grafite. Com camisa social branca ou azul muito claro e
gravata de estampa mais discreta.
A rigor (ou black tie) – não tem erro: é o smoking e,
como diz o nome black tie, com gravata-borboleta preta.
Sem tentações de variar usando faixa e gravata em
cetim violeta, azul ou prata…
Ainda: se no convite estiver escrito “habillé”, leia
black tie. É a versão francesa de “a rigor”.
Gala – é a casaca, isto é, paletó preto com cauda
bipartida, como aquela dos mágicos dos desenhos
animados, gravata-borboleta branca e camisa de
colarinho alto com as pontas viradas, traje usado muito
raramente no Brasil.
11

Um passeio completo...

É o traje exigido para jantares mais formais e recepções


de menor cerimônia e também, em alguns países, para
almoços formais. Os homens devem usar terno escuro
com camisa branca ou de cor clara. As mulheres devem
usar vestidos ou tailleurs.
No caso dos homens, a camisa até pode ser em outras
cores que não o branco. Entretanto, convém lembrar
que, no social, os tons devem ser sempre mais claros.
Assim, o azul e o pêssego, o vinho e o verde-alface não
são aconselháveis.
Passeio completo deve ser entendido como terno
escuro, que, por sua vez, deve ser grafite-escuro,
marinho ou cinza-chumbo. Nada mais claro do que isso.
Esses tons combinam bem com o branco, o rosa e o azul-
claro mencionados acima.
A estampa de gravatas nessas ocasiões deve ser ainda
mais discreta, não ultrapassando um centímetro cúbico.
E nada de listras.
Hoje, não se usa mais o colete do terno. Porém, em
climas mais frios, nada impede que se faça. Os modelos
de terno – dois, três ou quatro botões, jaquetão ou não –
variam de acordo com a altura do homem: os mais altos
podem usar um até com cinco botões. Já os mais baixos
têm de optar por um terno com no máximo três. Homens
mais gordinhos ficam bem com o jaquetão, que “segura”
melhor a barriga.
Os sapatos masculinos devem ser sociais, com ou sem
cadarço, nada de mocassins ou modelos com fivelas
grandes, assim como o cinto, que também deve ter fivela
discreta e acompanhar a cor do sapato (veja mais sobre
meias e sapatos na dica 42).
O passeio completo para mulheres é o que se conhece
no Brasil como “social”, que, convenhamos, não
esclarece muito. Assim, longuetes, aqueles vestidos com
o comprimento bem abaixo do joelho, batendo mais ou
menos no meio da panturrilha, são bem-aceitos, bem
como pantalonas finas (tanto no tecido quanto na
elegância) ou vestidos “de coquetel”, na altura dos
joelhos, com acessórios mais caprichados. Nada de
longo. Os sapatos devem combinar com a bolsa, que
deve ser pequena, e joias ou bijuterias mais finas.
12

Detalhes da moda masculina

Ouve-se muito falar que hoje a moda está “mais


democrática”. Uma das grandes mudanças ocorreu no
visual masculino: já não há mais aquela sisudez
obrigatória dos ternos, sapatos ultraclássicos e tons
sóbrios. Antigamente, mesmo nas cidades litorâneas, os
homens usavam ternos escuros, chapéu e bengala. Hoje,
vale quase tudo. Veja bem, eu disse “quase”... Porque é
nesse novo universo tão colorido e descontraído que
podem ocorrer os maiores erros.
TERNOS
• Tons e caimento fazem diferença.
• As alternativas de texturas e cores
oferecidas hoje são muito mais diversificadas
que antigamente. Ainda assim, evite os tons
de pêssego, verdinhos e outras cores que
lembram sorvetes. São gritantes e feias.
• Cuidado com os muito justos: não há nada
que torne um homem mais deselegante do
que um paletó repuxado ou aberto atrás em
consequência de alguns quilos a mais. E
tome especial cuidado com o comprimento
da manga: manga de paletó muito mais curta
que o braço também não é recomendada
(veja a dica 13).
• Por outro lado, há quem defenda os modelos
mais largos em nome de um visual
falsamente descontraído ou
“desestruturado”, mas o resultado é uma
aparência de amarfanhada, como se o
defunto fosse maior. Isso também não é nada
elegante.
GRAVATAS
• Em eventos mais informais, elas ganharam
muito mais colorido e uma enorme gama de
motivos em suas estampas: raquetes de
tênis, bichinhos ou flores. Umas gracinhas.
Desde que o tamanho desses motivos não
ultrapasse a marca de um centímetro. É isso
aí: nada de andar por aí ostentando uma
paisagem ambulante.
• Gravatas com o Mickey estampado ou com
qualquer outro personagem de desenho
animado podem até ser engraçadas. Mas fica
difícil levar a sério alguém que faz questão
de pendurar um rato no pescoço, concorda?
13

Terno sob medida

Quando feito sob medida, um terno pode corrigir


defeitos de postura do homem, como a diferença entre
os ombros ou uma perna mais longa. Mas, ao comprar
um modelo pronto, certifique-se de que a estrutura do
paletó não é maior que a largura de suas costas de
ombro a ombro.
O comprimento ideal do paletó tem relação com a
altura das mãos de quem o veste. Estenda os braços ao
longo do corpo e feche as mãos. Se a manga alcançar a
palma da mão com os braços nessa posição, estará
certo. Há também duas opções de comprimento para a
manga: uma mais clássica, que cobre totalmente o
punho da camisa, e uma mais moderna, que deixa cerca
de 0,5 cm à mostra com o braço dobrado.
Seja o terno de dois, três ou quatro botões, o paletó
deve sempre estar com o primeiro botão de baixo para
cima aberto. Homens mais barrigudos devem dar
preferência ao modelo jaquetão, pois disfarça melhor o
volume e fica mais elegante.
Certifique-se de que o comprimento da barra da calça
esteja aproximadamente um centímetro acima do salto
do sapato.
Em relação à gravata, um bom nó de gravata não fica
nem muito grande nem muito estreito. E faz simetria
perfeita com o desenho da gola da camisa e da lapela do
costume. Assim como deve ser proporcional à largura do
pescoço e dos ombros.
O comprimento da gravata nunca deve ultrapassar a
fivela do cinto. Um visual clássico pede a ponta da
gravata na altura da fivela. Já os ternos mais modernos
ficam bem com gravatas um pouco mais curtas.
Em relação aos prendedores de gravatas, hoje pouca
gente usa. Mas, se quiser usar, não há problema algum.
Apenas certifique-se de que são bem fininhos e
discretos. A altura deve ser de quatro a cinco dedos
acima do umbigo. Evite os que têm símbolos, desenhos
ou qualquer referência a marcas. O ideal é que sejam
muito finos e lisos, como grampos de cabelos.
14

Terno slim

Por mais que a moda masculina tenha evoluído e se


democratizado nos últimos anos, ela tem, como
sabemos, bem menos alternativas de variação do que a
feminina.
Recentemente, os estilistas apresentaram ao mercado
um modelo de terno que eles batizaram de “slim”,
palavra inglesa que significa “fininho”, “esguio”. Até aí,
tudo bem: já tivemos ternos superlargos,
superestruturados, depois completamente
desestruturados, em cores estranhíssimas de sorvete,
como uva, pistache e pêssego, e a maioria dos homens
sobreviveu de forma viril a esses verdadeiros atentados
estético-culturais.
No caso de aderir ao visual slim, é preciso prestar
atenção a alguns detalhes: tanto o paletó quanto as
calças são modelados quase colados ao corpo. Mangas
são ligeiramente mais curtas, assim como as bainhas,
que em alguns casos chegam a deixar tornozelos à
mostra.
Portanto, é preciso ser magro. Paletó mais curto e
acinturado não aceita desaforo de pneuzinhos. Se você
não é muito alto, não tem o menor problema: é até
melhor, pois o fato de usar um terno mais sob medida vai
alongar sua silhueta.
Uma das vantagens desse corte é o atrativo de
rejuvenescer, pois tem um toque moderno mais ousado.
As grandes grifes já estão apostando em uma versão que
concilia visual moderno com conforto. Mas, na hora de
comprar, você não pode ter preguiça de provar o
costume inteiro e também de se movimentar bastante
para fazer a prova dos nove para conferir se vai se
acostumar a andar e a trabalhar com espaços mais
reduzidos entre seu corpo e a roupa que o abriga.
15

Gravatas: elas persistem

Vive acontecendo no mundo da moda: algo é


considerado fora de moda, passa algum tempo fora das
revistas e passarelas e depois volta “revisitado” ou com
“releitura”. Vez por outra, declaram a morte de
determinadas tendências ou itens.
Agora dizem que é a vez de a gravata desaparecer.
Que ela ficou mais informal, não resta dúvida. Mas esse
é um acessório importante para os homens: além de
estar logo abaixo do rosto e dos olhos do interlocutor,
não podemos esquecer que a gravata é ótima para dar
um bom acabamento ao traje, pois “esconde” os botões
da camisa, além de proteger do frio em países onde o
inverno é mais longo e rigoroso. Não é à toa que, neles,
a gravata é muito mais usada do que nos trópicos.
Mas, além disso, há alguns motivos pelos quais acho
que a gravata continuará por algum tempo a enfeitar
pescoços masculinos. O principal deles é a praticidade.
Ora, que outro acessório é tão maleável, leve e versátil a
ponto de mudar completamente a proposta e o clima de
uma roupa com uma simples troca que não leva mais
que alguns segundos?
A gravata passa uma mensagem inequívoca e é usada
assim: para atestar estados de espírito, traços de
personalidades de quem a usa e até como troca de
presentes e objeto de desejo...
Ela se recicla, surge com novos materiais – já temos
gravatas de vinil, de tecidos feitos com novas
tecnologias e novas cores (algumas incríveis e com
reflexos furta-cor, sequer imaginados no próprio arco-
íris).
Ultimamente, com o mundo globalizado
proporcionando às pessoas fechar negócios entre
culturas tão diferentes, a gravata tem servido para
“equalizar” as relações. Nivelar mesmo como uma
espécie de uniforme que se distingue apenas pelas cores
e estampas e pela maneira como é usada. Por essas e
tantas outras razões, acredito na gravata como
acessório. Assim como acredito que deva ser escolhida
com cuidado, pois é um acessório que diz muita coisa
sobre quem o usa.
16

Jeans

Há quem diga que algumas peças são eternas e


atemporais. Talvez não seja bem assim, mas realmente
há alguns materiais que parecem ser eternos, como o
denim, tecido usado para confeccionar a linha de roupas
que acabou conhecida apenas como jeans.
Há o denim mais grosso, o mais fino, o estonado, o
lavado nas mais variadas técnicas, os que levam fios
elásticos, o tencel (suave e adequado a temperaturas
mais elevadas) etc. Há uma série de outras variações em
denim que podem até mudar de nome, mas que pouco
alteram o visual de quem os vestem transformados em
modelos de calças, casacos, jaquetas e coletes
esportivos sempre usados com múltiplas combinações.
O jeans é realmente uma grande pedida em qualquer
estação. Porém, no inverno, se adapta melhor a
praticamente qualquer ocasião: do superesportivo no
campo ao cineminha à noite, para ficar em casa, almoçar
com os amigos ou ir ao supermercado, a tendência
parece ter tomado conta de todos os ambientes em
nosso dia a dia.
Hoje, as cores do denim podem variar entre todos os
tons e gamas. Mas o azul ainda é o mais elegante: do
escuro ao quase branco, comportam acessórios marrons,
pretos, caramelo – se quisermos ater-nos ao clássico. O
que não nos impede de usá-los com cores vibrantes,
peles (falsas ou verdadeiras) couros e camurças.
É claro que cada um tem a sua maneira de usar jeans.
A única coisa que devemos lembrar é que, por mais
trabalhado que seja e ainda que acompanhado de
materiais mais sofisticados como cristais, sedas ou
peles, a proposta inicial – e eterna – desse tipo de roupa
ainda é de pura informalidade.
À medida que o tempo passa, começamos a usá-lo com
mais sabedoria e sobriedade. Ou mais despojadamente
ainda – afinal de contas, esse é um dos encantos do
denim em suas muitas versões: muito conforto aliado a
um visual contemporâneo, independentemente da moda.
17

Calça de sarja

Acredite, embora sejam superversáteis, há algumas


ocasiões em que as calças jeans podem não ser a melhor
ideia do mundo. Quando? Em uma festa da empresa, por
exemplo: se você comparecer vestindo sua velha calça
jeans azul e desbotada, pode dar a impressão de alguém
que se considera permanentemente em férias ou, pior,
que não está nem aí para um visual mais caprichado.
Para não correr esse risco, podemos usar calças
igualmente confortáveis, esportivas e modernas e que
ainda trazem algumas vantagens sobre as jeans
originais. Estou falando das calças de sarja. Não é a
mesma coisa que jeans. Sem entrar em detalhes
técnicos, a verdade é que, apesar de à primeira vista
elas parecerem iguais, não são.
O caimento da calça de sarja é diferente e muito mais
confortável: ela é mais mole, mais maleável, mais
confortável mesmo. E essa sua textura permite que as
cores também sejam mais definidas do que as dos jeans,
que, mesmo em seu tingimento mais caprichado, podem
perder intensidade de cor ou se mostrar mais
encorpadas devido a todo processo. Ao contrário do que
muita gente pensa, as calças de sarja não estão
disponíveis no mercado apenas nas cores básicas, como
bege, cáqui e tons afins. Há uma infinidade de cores que
permitem combinações muito interessantes.
No verão, sua leveza as torna muito mais gostosas.
Elas também são muito duráveis. Se bem tratadas e
lavadas da maneira correta, as calças de sarja duram
mais tempo em bom estado. E com elas você pode
encarar tanto uma balada quanto um cinema, ainda que
esteja emendando do trabalho.
Ao usar um modelo em sarja você estará passando
uma mensagem de modernidade, sem dúvida, mas aliada
ao equilíbrio.
18

Camisetas com decote em V para homens

Quando se trata de acatar dicas de moda, os homens são


mais constantes e mais disciplinados do que as
mulheres.
Por isso, percebendo que a camiseta com decote em V
masculina já vem sendo adotada entre as mais variadas
idades e perfis de homens, quero enfatizar alguns
aspectos dessa peça que pelo jeito veio para ficar por
um bom tempo no guarda-roupa masculino – afinal, é
mais arejada, e os homens acabam sofrendo muito mais
do que as mulheres com o clima tropical do país, onde
impera um calor úmido na maior parte do ano.
Assim, para que usem sem medo de errar o modelo “V
neck”, aqui vão algumas dicas:
Use sem preconceito – se estiver em dúvida, estreie
a sua camiseta em uma ocasião bem esportiva, durante o
dia, para não ter erro. E pode ter certeza de que a maior
parte das mulheres vai achar no mínimo interessante um
pouquinho de pele mais visível.
Deixe os pelos aparecerem – nem pense em se
constranger com um pouco de pelos aparecendo. Deixe.
Nada de raspar, depilar e outras barbaridades similares.
As mulheres sabem que vocês têm pelos, e elas não têm
problema algum com isso, até porque eles aparecem
também sob camisas usadas sem gravata...
Atente para a estampa – é isso aí. Se o decote é em
V e chama a atenção, use uma malha lisa, pois a
estampa com o decote recortando pode ficar
“interrompida” ou mesmo poluir o seu visual.
Observe o caimento – é melhor escolher modelos em
tecido de bom caimento, não necessariamente grosso,
porém firme. As malhas muito finas tendem a dar um ar
repuxado com o movimento e, com o tempo, sofrem mais
com o recorte do decote. Também não é o caso de usar
malhas justas nesse modelo. Escolha sempre um número
maior se for o caso.
Valorize sua pele e seus traços – o decote em V
alonga o colo de quem tem pescoço largo e/ou curto. Se
esse é o seu caso, pode usar sossegado. Já se você for
muito alto ou magro, evite-o. Se tiver pele escura, use os
tons mais claros para valorizar seu rosto. Agora, se você
for claro, use tons vibrantes (embora fechados) ou
escuros.
19

Gordinhos, sim, e daí?

No verão, quase todos sentem-se obrigados a exibir


corpos malhados, peles bronzeadas, decotes e fendas.
Mas isso é um pesadelo para os gordinhos, sempre
cerceados pelo culto às dietas e privados de um dos
maiores prazeres da vida que é comer sem culpa!
Pessoas acima do peso têm dificuldades para acertar
na roupa e não fazer feio. A boa notícia é que
ultimamente a moda (tanto para os homens quanto para
as mulheres) tem favorecido quem tem um corpo com
proporções generosas.
Agora vocês poderão se vestir na moda e, de quebra,
esbanjar sensualidade. Basta atentar para esses
detalhes:
MULHERES
• Blusas – a moda de batas é ideal para quem
tem cintura mais grossa. Use e abuse delas.
Em contraponto aos tops e miniblusas, outra
tendência oferece blusas mais longas,
cobrindo os quadris, sem colar no corpo.
• Na medida do possível, evite regatas: os tops
de alças mais largas e estruturados são
igualmente confortáveis e darão um ar
mais... bem-acabado. As camisas, quando
usadas, devem ser em tecido mais fino, com
caimento leve e nunca muito justas.
• Calças – esqueça as de boca muito larga ou
cintura baixa. Atenha-se aos modelos mais
retos e aproveite a moda de sapatos de
plataforma alta, que alongam a silhueta.
• O truque da cor – a moda está supercolorida,
e não há motivos para se limitar a pretos e
marinho. Mas, de uma forma geral, prefira
os tons mais fechados, que emagrecem,
assim como estampas menores ou os tecidos
lisos. Se quiser usar listras, dê preferência
às verticais e sempre mais finas em tons que
não sejam muito fortes ou contrastantes.
HOMENS
• Camisas – esqueça camisetas regatas. Só na
praia! Adote modelos mais largos, de
preferência lisos, e deixe o charme por conta
das cores. Use a camiseta para fora da calça
sem medo.
• Camisas fabricadas em tecidos especiais,
com cores e estampas divertidas e mangas
curtas, são perfeitas para quem sente mais
calor. É uma ótima alternativa às camisetas
de malha.
• Camisas polo – clássicas e uma grande
pedida: mais estruturadinhas que as outras,
elas vestem melhor os gordinhos.
20

Os trajes para mulheres

Interpretar os dizeres do convite é importante. Dessa


forma você não vai se sentir um peixe fora d’água
quando chegar ao evento.
Esporte – calça comprida, saia e blusa, pantalonas,
vestidos esportivos. Bolsas maiores. Saltos baixos ou
grossos.
Passeio (não esporte fino) – vestidos mais
estruturados, tailleur, sapatos escarpim de saltos mais
altos, bolsa média.
Passeio completo – como no traje passeio, mas
confeccionados em tecidos mais nobres: tafetá, crepe,
veludos, organza, brocados etc. Saltos altos e mais finos.
Black tie – vestidos e mais sofisticação. Valem
bordados, pedrarias, lamês e outros tecidos com brilho.
Pantalonas largas e transparências também podem ser
usadas, desde que em tecidos nobres. Uma observação:
black tie para mulheres não quer dizer obrigatoriamente
vestido longo.
Gala – vestido longo com bainha abaixo do tornozelo.
Conforme o grau de formalidade, cabe até uma pequena
cauda. Conjunto de saia e blusa, mesmo que longo e
bordado em ouro, é considerado incorreto em noites de
gala.
O fato de nós, mulheres, termos mais opções para
variar o guarda-roupa é mais um motivo para redobrar
os cuidados.
Alguns itens podem se tornar armadilhas fatais para
mulheres:
• transparências em geral;
• tops ou barriguinhas de fora;
• tecidos sintéticos ou brilhantes (podem ser
chamativos demais);
• jeans justíssimos;
• saias curtas, com fendas ou barras desfiadas;
• chinelos ou sapatos com calcanhar de fora
tipo “mules”;
• tecidos aderentes (marcam gorduras);
• detalhes ou peças com estampas imitando
couro de animais: por mais que estejam na
moda hoje, são difíceis de usar, para dizer o
mínimo.
21

Mulheres, usem vestidos

Mulheres falam muito sobre curingas no armário: é o


terninho preto ou o pretinho básico. O blazer grafite que
vai com tudo, a camisa branca... Há uma porção de itens
para resolver contratempos na hora de se vestir.
Mas já reparou como nunca ninguém fala de vestido
básico? Não, não estou falando do pretinho que nos
transforma em mulheres uniformizadas nos coquetéis e
festas.
Pense em um vestido com cara de vestido mesmo, não
de uniforme. Um modelo feminino, mole, que nos abrace
o corpo e as pernas, e farfalhe à medida que sentamos
ou andamos. Que nos mostre como mulheres sedutoras e
não robôs eficientes.
Não, esqueça o sexy. Estou falando de sensualidade, e
não há a menor dúvida de que vestidos são femininos.
Liberam os movimentos e, eventualmente, a imaginação
também. O tecido pode ser rústico ou sintético, mas tem
de ser mole. Para abraçar, moldar e liberar, se preciso
for.
E, quanto à cor, nada de preto! Exceto esta, escolha
qualquer uma, desde que se destaque na paisagem cinza
reinante nas grandes metrópoles. Escolha um modelo:
pode ser curto (se for para trabalhar, deve ter no
máximo dez centímetros acima do joelho), longuete,
longo... Todos estão na moda agora, e você pode usar até
os longos em tecidos despojados durante o dia. Prefira
os sem brilho durante o dia: do linho à chita, passando
pela cambraia, vale tudo.
Por que um vestido? Porque os homens gostam. Uma
boa razão, mas pode ter certeza de que você também vai
passar a se gostar mais em um desses. Principalmente
quando perceber que, em um vestido feminino assim, a
passagem de profissional eficiente (e mais atraente, por
que não?) durante o dia para a mulher sedutora e
irresistível à noite fica muuuuito mais fácil.
22

Sapatos femininos: como não cair do salto

Sapatos são uma peça fundamental do guarda-roupa.


Embora alguns defendam que pouca gente repara nos
pés, nosso humor ao longo do dia vai depender deles. De
modo que é preciso, sim, prestar muita atenção a estes
detalhes:

• numeração correta – afinal você vai ficar


em pé;
• saltos confortáveis – não se esqueça de
que vai andar;
• material maleável – muito duros ou moles
demais podem afetar e prejudicar a
postura.
Tanto os saltos quanto a maneira de usá-los mudam
muito conforme a moda. Porém, há um fator que
permanece inalterado, e é nele que uma mulher
elegante deve se basear: a proporção. Se você é alta ou
baixa, tem pernas longas ou curtas, finas ou grossas, faz
muita diferença. Assim como pés delicados ou mais
largos, grandes ou minúsculos. Tudo isso influi na hora
de escolher o modelo de sapato ou de aderir a um que
está na moda.
Ele pode ter plataforma mais grossa ou mais fina,
saltos mais altos ou mais baixos, bico finíssimo e
pontudo, arredondado ou quadrado. E ainda ser de uma
cor mais neutra ou escura em um tom claro ou
positivamente berrante.
Há modelos elaborados que só ficam bem em pés
muito delicados e outros mais decotados em materiais
mais finos que vestem melhor pés maiores. É preciso
saber reconhecer a proporção certa de todos esses
elementos para dar o acabamento correto a uma roupa
com sapatos que valorizem o que temos de melhor e
ainda sejam confortáveis.
Ao contrário de antigamente, hoje, sapatos com salto
podem perfeitamente ser usados com calça comprida.
Entretanto, são os saltos grossos que dão o toque mais
esportivo ao conjunto. Saltos altos e finos são mais
formais para modelos elaborados. Já o tipo anabela ou
mais grossos ficam bem com roupas mais esportivas.
Em tempo: se optar por usar saltos – grossos ou finos
–, é preciso saber andar com uma certa fluidez sobre
eles. Se não tiver o hábito, procure praticar esse andar.
Mulheres com passos hesitantes, literalmente se
equilibrando sobre seus sapatos, dificilmente passam
uma imagem elegante e segura.
23

Meias: aliadas no guarda-roupa feminino

Hoje, ao contrário de algumas décadas atrás, não há


uma ditadura da moda. E, nesse vale quase tudo, o
conceito de criatividade e estilo tornou-se mais elástico.
Felizmente, para as mulheres que gostam de variar,
alguns itens que antes eram quase imutáveis hoje
apresentam uma enorme gama de alternativas – o que
faz a maior diferença em nosso guarda-roupa.
As meias femininas são um deles. Hoje, apresentadas
em uma imensa variedade de cores, materiais, modelos
e texturas, podem ser muito mais do que simples
complementos do traje. As possibilidades são muitas: há
as mais esportivas, com texturas e desenhos em toda a
perna. Lindas. Principalmente se usadas com roupas
lisas e se as pernas em questão forem delicadas, não
fazendo a linha “sarada”.
Meias opacas lisas – mais apropriadas para o
inverno, são mais quentes, com fios mais fechados.
Tanto podem dar colorido ao traje – quando usadas
contrastando com a roupa – quanto complementá-lo em
uma sobreposição de tons. Ficam bem com botas e
sapatos mais fechados.
Meias finas transparentes – podem ser usadas com
sapatos mais delicados ou decotados tanto de dia quanto
à noite. Hoje são fabricadas em uma infinidade de cores,
das mais fortes às suaves e até mesclando fios dourados
ou prateados.
Meias cor da pele – nada tenho contra elas, porém,
costumo dizer que, visualmente, não acrescentam nada.
A cor nunca é “da pele” e, quando usadas com vestidos
ou saias na altura dos joelhos ou acima, interrompendo a
unidade visual da silhueta, dão a impressão de corte.
Assim, alguém que poderia parecer mais alta ou
alongada acaba dando a impressão de ser mais baixa ou
cheinha por conta dessa “interrupção visual”.
Tom sobre tom – defendo ardorosamente essa
prática. No inverno e com roupas em tons fechados, dê
preferência às pretas, fumês, marinho, café etc. No
verão, divirta-se escolhendo entre os suaves marfins,
champanhe, pérola, fumê-claro, cinza e todos os outros
clarinhos.
24

Meias, botas e acessórios de inverno

Você certamente já ouviu pessoas dizerem que adoram o


inverno porque gostam do frio e também por acharem
que o mundo anda mais bem-vestido nessa estação. De
fato, tudo fica mais elegante: as roupas parecem mais
bem-acabadas e seu caimento favorece tanto gordos
quanto magros, altos ou baixinhos.
Mas há também os muito friorentos que acabam se
vestindo com camadas e mais camadas de roupas na vã
tentativa de se agasalhar.
Ora, uma boa alternativa é usar bem os acessórios de
inverno, muito comuns nos países europeus ou onde faz
mais frio do que aqui, mas que, do lado de baixo do
equador, acabam esquecidos pela falsa noção de que, no
nosso inverno, seriam supérfluos.
Meias – são um grande acessório: hoje muitíssimo
bem trabalhadas e encontradas em cores que variam das
vibrantes às outonais, com estampas ou apenas texturas
delicadas em fios sintéticos, lã ou linha mais grossa.
Você pode escolher entre sobrepor os tons ao da roupa
ou criar contrastes inusitados.
Botas – para que exerçam o efeito desejado, é preciso
ter a proporção certa e ser usadas de acordo com a
roupa. De uma maneira geral, usamos as de cano longo
com saias e vestidos de caimento mais reto e até os
joelhos, e as de cano curto com calças compridas e
pantalonas. As de cano médio são ecléticas: uma boa
alternativa para quem usa saias longas e também
vestem bem com calças. Só use botas de cano longo e
salto alto sobre calças jeans se você for altíssima e
magra. Senão, o efeito é desastroso.
Cachecóis e echarpes – por que não? Podem dar um
toque de cor ao conjunto, além de esquentar. E são
práticos de colocar ou guardar conforme a temperatura.
Chapéus e gorros – gorros em lã são muito
esportivos e podem ser usados no campo ou por quem é
muito jovem. Já chapéus (os de feltro, pensados para
esquentar) são uma boa pedida desde que você se sinta
bem com eles. Escolha um modelo que lhe fique bem,
em cor neutra (preto ou caramelo) e lembre-se de tirá-lo
assim que entrar em um ambiente fechado.
25

Outros acessórios femininos de inverno

Existem determinados acessórios que são


imprescindíveis na luta contra o frio, e é importante
saber usá-los ainda que só poucos dias por ano.
Mantôs – sim, eu sei que vivemos em um país tropical
e que falar em sobretudos por aqui pode parecer
exagero. Mas e se você sente frio? Vai ficar sobrepondo
um casaco em cima de outro e ainda assim tiritar nas
ruas? Invista em um bom mantô, daqueles que a gente
vê as pessoas usarem em cenas de rua de filme europeu
ou americano. Pode ser preto (para poder usar sempre),
caramelo ou camelo (um clássico) ou vermelho, alegre e
irreverente, desafiando a baixa temperatura.
Cardigãs longos e reforçados – ainda que você more
em uma região mais quente, tenha sempre com você um
cardigã mais mole, em um tom que combine com suas
roupas, para vestir sobre vestido, calça e blusa ou
mesmo com um top usado com pantalonas. É um curinga
necessário e prático para levar em viagens.
Xales, cachecóis e cia. – são acessórios leves, ideais
para levar na bolsa ou em viagens curtas. E
superversáteis. Os cachecóis são mais esportivos e
geralmente em lã ou tecidos mais rústicos. Podem
mudar completamente o visual da roupa dependendo da
cor ou da maneira como são amarrados no pescoço.
Já um xale em lã mais fina tipo pashmina1 é
extremamente feminino, além de esquentar de verdade.
E pode ser usado em ocasiões mais formais.
Se você ainda não se convenceu, pense que, com esse
tipo de detalhe, vestir-se no inverno pode ficar muito
mais divertido: você se agasalha e pode até acabar se
parecendo com aqueles personagens chiquérrimos,
eternizados em filmes preto e branco.
26

Malhas, tricôs, pontos e fantasias invernais

A indústria da moda está se mostrando tão criativa em


matéria de malhas e complementos que ficou difícil
escolher.
Assim, convém manter alguns critérios na hora de
investir em malhas e tricôs. Afinal, esses são produtos
mais caros e duráveis, que provavelmente ficarão por
muito tempo em seu guarda-roupa.
Os tricôs ou pontos – para trabalhar ou usar na
cidade, prefira os mais fechados e mais grossos. Os
abertos, molinhos, que proporcionam transparências,
são mais próprios para a noite. Aliás, antes de se
encantar por esse tipo de malha fininha, pense no que
você irá usar por baixo: deve ser uma segunda pele no
tom da pele ou da própria malha ou uma espécie de top
combinando.
Já os pontos fantasia, que misturam materiais e outros
fios, são mais bem aproveitados em dias de lazer ou em
finais de semana esportivos. O ponto buclê, aquele que
apresenta bolotas como que esculpidas na trama, é ideal
para ser usado com peças lisas ou jeans. Com esse tipo
de malha mais elaborada, evite acessórios como botas
em couro imitando cobra ou onça ou mesmo bijuterias
chamativas.
Golas e pelerines2 – não há o menor problema em
aderir às golas altas desde que você as use com os
cabelos presos ou adote um corte mais curto.
Já as pelerines, capas curtas, até o meio das costas ou
da cintura, com uma golinha justa, podem ser usadas
com malhas menos volumosas e, além de esquentar, são
extremamente elegantes. Um detalhe: ao usá-las, se
estiver com bolsa a tiracolo, use-a por baixo para não
comprometer o visual.
Comprimento – as malhas curtinhas podem até ficar
bonitas desde que usadas com calças estruturadas, com
a cintura no lugar. As mais longas são sempre mais
quentes, mas não podem ser “espremidas” por jaquetas
ou casacos muito justos sobrepostos.
27

Roupa profissional

Uniforme é a identidade da empresa, e, se você veste


um, quanto mais valorizá-lo, melhor para todos. Vista
literalmente a camisa.
Deve-se envergá-lo com orgulho e não tentando
disfarçá-lo com variações duvidosas e, muitas vezes,
desastrosas. Nada de pulseirinha no pé, encurtar a saia,
usar outro tom de camisa... Isso impedirá os clientes de
“ler o código corretamente”, e a sua chefia vai perceber
o seu pouco-caso para com um elemento importante em
seu trabalho.
Por outro lado, se você não trabalha de uniforme,
prefira as roupas que lhe deem comodidade e permitam
se movimentar com eficiência.
Não há necessidade de adotar um visual
completamente puritano em seu ambiente de trabalho.
Mas é o caso de prestar atenção para que a roupa seja
condizente com o tipo de trabalho.
De maneira geral, evite:
• tecidos metálicos – a não ser que você seja
hostess de night club;
• tecidos sintéticos – podem exalar cheiro
forte;
• tecidos datados – veludo molhado, vinil,
imitações de onça e leopardos etc.
• tecidos armados, como tafetás e brocados –
além de engordar, dificultam os movimentos;
• lingerie escura com roupa clara;
• saias muito curtas;
• roupa muito justa;
• grandes decotes;
• saltos muito altos;
• perfume forte demais;
• bijuterias grandes e em excesso.
Prefira:
• tecidos básicos e cores menos vibrantes;
• se usar tecido sintético, prefira a microfibra,
que não amassa e é leve;
• texturas lisas;
• tecidos leves com caimento reto.
Por último, ao usar estampado, prefira a estampa
longe do rosto e use liso nas peças superiores; ao usar
listras, saiba que as listras verticais alongam e
emagrecem. Se você for baixinha e insistir nas listras,
prefira as mais finas. E, ao usar tecidos com bolinhas, os
chamados poás, opte pelas pequenas e médias, até o
tamanho de ervilhas. Essas é que são as elegantes.
28

Roupa para trabalhar

Repetir a roupa no escritório não tem nada de mais. O


importante é que ela esteja sempre limpa e bem
passada. Vale a máxima: é melhor qualidade do que
quantidade.
Invista uma tarde e separe cinco produções básicas de
inverno, verão e meia-estação. Deixe-as separadas no
guarda-roupa e vá alternando conforme a temperatura.
Costumamos achar que, para dar um ar de seriedade,
basta envergar um terno ou um blazer e pronto: estamos
devidamente uniformizados para o que der e vier. Não é
bem assim. Quanto mais estruturado o paletó, mais
chances você terá de permanecer arrumado ao longo do
dia.
Tecidos moles e fluidos ou muito rústicos, como o
linho, não funcionam nos ternos de trabalho. Amassam
demais, e, no final do dia, parece que você está usando
uma roupa velha.
Golas retas e pequenas saem menos de moda em
comparação com as grandes e pontudas. E, como são
menos marcantes, você poderá repetir o terno mais
vezes.
Não personalize demais sua roupa de trabalho, afinal
ela não deve chegar na frente. Evite barras muito
marcadas, paletós acinturados, combinações muito
ousadas de cores.
Em relação ao jeans, é prático e universal, mas deve
ser usado sempre em sua versão mais básica. Esqueça
os modelos desfiados, com grafismos e aplicações.
Se sua empresa permite o jeans, escolha modelos de
linhas retas, sem detalhes brilhantes ou rasgos em locais
estratégicos do corpo.
OK, você vai usar jeans. Mas com tênis fica despojado
demais para o trabalho! Afinal, você está lá para ganhar
dinheiro ou para curtir a vida? O ideal é um sapato tipo
dock sider ou mesmo um modelo em couro mais
esportivo.
Os parceiros ideais do jeans para trabalhar são a
camisa e o blazer clássico ou uma jaqueta sem muitos
enfeites. Jeans com camiseta, principalmente para fora
da calça, é muito informal e pode transmitir a ideia de
que você está lá a passeio, não para fazer uma carreira.
29

Armadilhas em roupa de trabalho

No universo machista de anos atrás, calça e blazer eram


desaconselháveis para profissionais do sexo feminino. O
certo era o tailleur, a versão feminina do terno.
As mulheres avançaram. Passaram a usar calças e
também começam a conquistar cada vez mais cargos de
chefia, de modo que não estão mais atreladas a roupas
tão estruturadas, seja tailleur ou terninho.
Ao longo dos anos, temos visto uma mudança nos
executivos que entrevistam mulheres. Segundo
pesquisas, apenas 5,45% dos entrevistadores têm
preferência por candidatas que estejam usando calça
comprida e blazer, o conhecido “terninho”.
Mas, atenção: o fato de você não precisar usar roupas
tão formais não quer dizer que liberou geral! Algumas
peças ainda são armadilhas: mules e calcanhares de fora
depõem contra. Use sandálias com tiras atrás ou mesmo
sapatos estilo chanel.
Tops tomara que caia e curtinhos também devem ser
evitados. Mesmo no calor, é possível usar regatas com
bom caimento. Esqueça grandes estampas e
transparências. Use tecidos lisos (coloridos ou não), mas
dê preferência a tons mais fechados, evitando os
berrantes, que desviam a atenção e são mais difíceis de
combinar.
Fuja da tentação de estampas de bichos, que jamais
saem de moda, mas não devem, sob hipótese alguma,
ser usadas para trabalhar. Estampas de zebras, cobras e
onças, convencionou-se, são usadas para seduzir.
Simples assim. E, se o seu trabalho não incluir sedução,
deixe esses itens para namorar, ou seja, longe do
ambiente profissional.
Decotes e fendas caem na mesma categoria das
estampas de bichos. Assim como calças justíssimas ou
saias muito curtas. Para que confundir os canais? Isso
não é elegante.
30

Curingas no seu armário

Ok. O pretinho é um grande curinga, peça útil e


importante para se ter no guarda-roupa. Mas, há vários
outros tipos de itens que podem ser igualmente
versáteis e farão você se destacar na multidão de
pretinhos.
Pantalona preta – dá mais mobilidade do que um
tubinho preto, concorda? Para as mais baixinhas ou
cheinhas, alonga a silhueta e disfarça a panturrilha das
pernas grossas.
Escolha uma de tecido com bom caimento (crepe de lã
para inverno e jérsei ou microfibra para o verão) e sem
ser muito transparente. Assim, no inverno mais rigoroso,
pode ser usada com uma malha trabalhada e com botas
de salto, e você estará muito mais agasalhada do que se
estivesse de vestido e meias finas. Já no verão, ficará
linda com sandálias de tira, mules descoladas e mesmo
uma sapatilha mais confortável.
A parte de cima pode ser desde a clássica camisa
branca até uma blusa de frente única ousada, uma
camiseta de renda ou uma malha tramada com fios
metalizados. Cada uma traz uma proposta e um
resultado visual completamente diferente. É só escolher!
Marinho básico – pode ser um terno, um vestido ou
mesmo um conjunto de saia e blusa em tecido mais
mole. O importante é que o azul tenha profundidade
suficiente para defini-lo como tal e deixar sua aparência
mais leve do que se estivesse vestindo preto.
Com sapatos bicolores no verão, por exemplo, o
marinho é de uma elegância imbatível. Já usado com
acessórios mais coloridos, adquire um ar mais esportivo.
À noite, transpira classe e mistério se usado com
acessórios pretos, cristais claros ou com prata.
Terninho cinza – de preferência mais claro, nada de
grafite quase preto. Uma grande pedida principalmente
se combinado com vermelho, roxo ou rosa-claro. Além de
mais versáteis do que o pretinho, essas peças são muito
menos óbvias, uma vez que você poderá complementá-
las à sua maneira e de acordo com a ocasião.
31

Além do pretinho básico

Ultimamente, alguns organizadores de eventos optaram


por colocar no convite a seguinte frase no local do traje:
“passeio completo: mulheres sem usar preto”. Parece
difícil, mas nem tanto.
Nesse caso, escolha um modelo em tom rosado ou
prateado, o que você achar que combina mais com você.
Assim, poderá usá-lo com preto nas ocasiões mais
formais, com cor-de-rosa quando quiser suavizar o
conjunto ou com vermelho se quiser deixá-lo mais
divertido e moderno.
Vestido cor de vinho ou cereja – em tecido liso e
fosco, esse tom oferece várias vantagens: além de ser
uma cor quente e sensual, é alegre sem deixar de ser
sóbrio. Fica bem em mulheres com todas as colorações
de pele e tons de cabelos e pode ser usado desde a
manhã até a noite. O que vai definir o grau de
formalidade da roupa são os acessórios: botas ou
sapatos, sandálias cor de bronze etc.
Atenção: com esse tom de vestido, use sempre meias
no tom da sua pele: as pretas ou fumês podem deixar
sua aparência carregada.
Xale de lã fininha branco – é ótimo para usar tanto
no verão, à noite, sobre tops tomara que caia e decotes
pronunciados, quanto no inverno, como um cachecol
mais abundante, iluminando seu rosto. Combina com
tudo e pode ser usado com roupas requintadas, quando
não cabe um blazer ou uma jaqueta para agasalhar-se.
Xale de lã preto – este sim deve ser preto. Escolha
uma lã de trama fechada, que dê um bom caimento, e
use e abuse dessa peça para combinar com todos esses
curingas que acabei de mencionar, para valorizar cada
modelo.
32

Minissaia

Desde que surgiu, na Inglaterra, na década de 1960, a


minissaia foi adotada de forma unânime. Parecia um
conceito universal: a saia curtinha e reta surgia
graciosa, sensual, moderna, instigante, atrevida e – uma
qualidade que parecia impossível – inocente. Alguém
que vestisse uma míni sempre podia optar por um toque
de ingênua irreverência em vez da sensualidade
declarada e implícita de outros modelos.
As mínis foram tão bem-aceitas que em poucos anos
surgiram as micros, verdadeiras tiras de pano pendendo
nos quadris, mal e mal cobrindo as nádegas. Não
duraram muito: as mínis eram mais confortáveis e
versáteis.
Com mais de quarenta anos de existência e no sobe e
desce, entra e sai das tendências da moda, a míni ainda
ocupa um lugar de destaque em quase todas as
coleções. Além disso, o grande público jamais a
abandonou.
No entanto, embora universal e pra lá de bem aceita, é
preciso prestar atenção a alguns requisitos básicos de
biótipo para vestir bem uma minissaia. É um caso
clássico de peça de tal forma incorporada ao nosso
cotidiano que muitas vezes não percebemos a
possibilidade de ela poder ser substituída por outra mais
adequada.
O fundamental é ter idade, não só pernas para vestir
uma míni. É isso aí. As mínis, aquelas com apenas
quatro dedos de tecido abaixo das nádegas, são um
modelito declaradamente juvenil. Não adianta o par de
pernas esculturais nem um corpo com tudo em cima.
Elas simplesmente não combinam com um olhar de
expressão mais… amadurecida e decidida. Sem falar em
mãos, rosto e pescoço, que depois de, digamos, 40 anos
já não tem o mesmo viço para combinar com pernas de
fora – por mais bonitas que sejam.
Se você não se convenceu e, apesar de não ser mais
tão jovem, insiste em vestir sua míni, convém então se
garantir vestindo-a sempre com meias-calças mais
grossas em tons fechados. Assim, você mantém o modelo
sem se expor tanto...
33

Mínis: quem pode usar e como

Tudo bem, você é jovem e adora a ideia de usar uma


minissaia sem preocupações (veja a dica anterior). Não
me refiro às saias logo acima dos joelhos (superchiques
e clássicas), mas àquelas acima da metade da coxa. Pois
mesmo as jovens precisam prestar atenção a alguns
detalhes.
Pernas grossas – acho lindo pernocas gostosas.
Porém, se forem muito exuberantes, pense duas vezes: é
preciso conciliar essas proporções com sapatos
delicados e meias lisas mais adequadas, de forma a
equilibrar o visual.
Pernas muito finas – se você é magra demais, talvez
não seja o caso de expor joelhos muito pontudos e coxas
mal torneadas, ainda que tenha pernas longas. Um
pouquinho de autocrítica é fundamental. Abuse de
femininas e confortáveis pantalonas, saias esvoaçantes e
rodadas (bastante em alta) e outro tipo de roupa que lhe
empreste algum volume.
Pernas lindas – tem coisa melhor? Sua única
preocupação é tornar o resto da produção coerente com
a proposta da míni. Tudo vai depender do modelo, do
tecido e da ocasião em que vai usá-la. Botas, por
exemplo: acima dos joelhos, são uma escolha delicada e
funcionam mais durante a noite.
Sapatos com mínis – durante o dia, os de salto baixo
ficam superbem; entretanto, é preciso ter pernas longas.
Senão, opte por um salto médio. Saltos muito altos com
meias finas, dependendo do contexto e da meia, podem
conferir um visual obsoleto.
Sandálias – combinam lindamente com a proposta de
leveza de saias mais curtas. De saltos altos, baixos, com
flores ou tiras. Só não vale muito brilhantes à luz do dia.
Anabelas, mules, tamancos – cuidado com eles.
Dependendo do modelo da saia e das proporções que
você tem, podem deixá-la com aspecto de quem se vestiu
para o dia de faxina. Na praia ou no clube não há
problema, pois são ambientes mais informais; porém, em
outros lugares, deixam a desejar.
Botas – com mínis, até os joelhos são a melhor pedida.
Com salto médio ou, no caso dos mais altos, mais
grossos. Esqueça as de cano curto: para que mutilar a
silhueta? Invista nas de verão: há modelos lindos com
tirinhas subindo pelas pernas, em couro mais macio,
todo furadinho e uma infinidade de variações. Basta
encontrar o modelo ideal para valorizar suas pernas
deixando-as respirar enquanto surgem gloriosas sob
uma básica e eterna minissaia.
34

Verão feminino: além do branco

Todo ano é a mesma coisa; animadas com a passagem


do ano e com a ideia de muito sol e praia, fazemos um
verdadeiro enxoval de roupas brancas.
Não tenho nada contra o branco. Mas basta observar a
natureza ao nosso redor – não apenas no verão, mas em
qualquer época do ano –, para perceber o quanto ela é
generosa, exuberante e cheia de cor. Alegre é a palavra.
Assim, acredito que o verão é uma ótima oportunidade
para experimentarmos usar cor, como o rosa, que fica
bem em loiras e morenas, realça a pele clara ou mais
escura, rejuvenesce e dá um toque de inegável
feminilidade a qualquer modelo. E o verde, igualmente
vibrante, suave em sua versão mais pastel, estimulante e
profundo quando usado em tons mais escuros –
contraponto ideal, combinação a um só tempo suave e
arrojada.
Que me perdoem os minimalistas, mas não dá para
ficar só no branco. Também vão ter de me desculpar os
superchiques, mas o cáqui, por mais funcional que seja,
não tem nem de longe a mesma sedução que um pouco
de cor. Assim como o preto, tão discreto, eterno e
eclético, que acaba tendo de dar passagem a pelo menos
algumas peças em uma coleção caleidoscópica.
O que não faltam são opções: coloridas, divertidas,
cheias de movimento. E se você está pensando naquelas
máximas que sempre lê em editoriais de moda de que o
ideal é ter peças básicas que não chamem muita
atenção, só para poder repetir várias vezes, esqueça.
Pelo menos no verão, dê-se o luxo de não ser básica e
pense de maneira mais generosa, supérflua mesmo...
35

O que combina com roupa branca?

Mesmo a parcela da população obrigada a usar branco o


ano inteiro por razões profissionais pode variar o visual
lançando mão de vários detalhes.
Aqui, algumas variações e diversos impactos visuais
obtidos com diferentes combinações de branco:
• Usando contrastes fortes – este é um recurso
de impacto, sem dúvida. Pode tornar o visual
mais dramático, porém menos repousante.
• Branco com preto – é o mais sofisticado e
insuperável quando queremos ser realmente
elegantes.
• Branco e marinho – um clássico. E também
dos mais seguros: dificilmente se erra
usando essa combinação sóbria, embora
muito charmosa.
• Branco e vermelho – arrojado e muito
moderno. É preciso um certo cuidado na
escolha dos detalhes, também para não
exagerar na dose de um ou outro.
• Branco com laranja – pode transformar seu
visual em fashion total. Não é uma
combinação para qualquer um.
• Branco com turquesa – enfeita demais e fica
bem em pessoas dos mais diversos tons de
peles e cabelos: de ruivas a negras,
passando por morenas e loiras, todas podem
se beneficiar desse tom alegre e vibrante.
• Contraste com cores suaves – o efeito do
branco combinado com tons claros é muito
elegante e não sai de moda. Além de
rejuvenescer e iluminar a fisionomia.
• Branco com bege – traz um jogo de tons
sutis, emprestando leveza a qualquer
modelo.
• Branco com amarelo – discreto e alegre, fica
especialmente bem em morenas.
• Branco com rosa – para quem deseja um
toque juvenil.
• Branco com cinza – outra combinação que
favorece quase todas as pessoas, uma vez
que o branco quebra um pouco a sisudez do
cinza.
Como se vê, as alternativas são muitas, e hoje os
complementos ajudam bastante: para as mulheres, há
meias finas em todas as tonalidades de branco, marfim,
champanhe… E, para os homens, já existem inúmeras
variações de malhas e camisetas nos mais diferentes
tecidos, fios e tramados.
36

Feliz ano-novo!

Em nenhum país do mundo a virada do ano é


comemorada com tanta animação, variedade e
exuberância como no Brasil. Talvez por isso mesmo
tenhamos várias alternativas de estilos e cores para usar
na noite do ano-novo.
Qual é a roupa certa? Depende do tipo de festa, mas
predomina a informalidade, principalmente se você vai
passar o réveillon na praia.
E a gravata? No Brasil e, principalmente, na praia, ela
é totalmente dispensável. Bermudas e camisas polo na
praia são uma ótima pedida. Nos clubes, ainda que no
litoral, as camisas – mesmo que de manga curta –
compõem um visual bem mais... bem-acabado para
começar o ano. E, se quiser fugir do branco, pode optar
entre os tons bege ou uma calça azul, e camisas de
manga curta.
Mulheres, evitem tecidos sintéticos, como laminados,
vinis e outras texturas, que não deixam o corpo respirar.
É bom lembrar que essa pode ser uma noite longa, e sua
aparência deve ser de frescor durante toda a noite. No
caso das mais esportivas, o conselho é usar e abusar das
bermudas com salto.
Precisa ser branco total? Depende apenas de você.
Aproveite a onda dos vestidos longos e floridos, e abuse
do colorido. Ou use o branco apenas como complemento
para outras cores:
• Turquesa – fica lindo para loiras e morenas,
de preferência junto ao rosto. E é a cor da
sorte, segundo a tradição do oriente.
• Lilás – é conhecida por trazer bons fluidos.
Sua suavidade realça os traços das morenas
e agora está bastante na moda.
• Verde-água – seu frescor remete
imediatamente ao verão, além de combinar
com as ondas do mar. É uma cor alegre e,
tradicionalmente, a cor da esperança. Fica
especialmente bem em mulheres ruivas.
• Dourado – remete ao brilho do ouro, a
riquezas e à luz! E fica ótimo em mulheres
com a pele bronzeada.
• Prata e bronze – estão em sintonia com a
tendência dourada. E assim como o ouro,
combinam com qualquer tipo de beleza
feminina.
37

Como um peixinho no mar...

Os maiôs estão em alta, biquínis mais elaborados


também; nada de fio dental e cortininha. A cantora
Madonna deu novo fôlego aos tops colantes, inclusive
para usar como roupa depois da praia.
Até aí, ótimo. Só que essa linha “mulher rica” (que na
verdade deveria ser traduzida para “mulher elegante e
viajada”) tem de estar acompanhada de uma atitude
descolada, ou seja, não dá para confundir com o visual
da perua, cachorra ou popozuda; não é vulgar.
Vivemos em um país tropical e sensual onde as praias
democraticamente igualam todos, mas não se iluda: há
algumas coisas que são proibidas para quem quiser
exibir um visual etéreo fazendo a linha “eu nasci linda e
saio de casa com a cara com que acordo”.
Para começar: nada de brincões pendurados; aliás, na
praia, nada de joias, não importa se grande, pequena,
pendurada ou não. Quando muito, você pode usar um
anel de ecobijoux bem discreto. Ou um micro-brinco de
strass ou outra pedra brilhante nas orelhas. Nada mais.
Maquiagem, nem pensar. Não importa se é a prova
d’água ou não, a ideia é não parecer que você emendou
do baile funk para a praia. Simples assim.
Esqueça também as bolsas e sacolas gigantes de
plástico, transparente ou não. Use palha ou bolsas
atoalhadas, muito mais chiques. E nada de chinelinhos
de strass ou cristais na praia. Aliás, evite também os
modelos com plataformas enormes; use as clássicas:
emborrachadas e baixinhas.
Finalmente, a atitude, claro, que deve ser a mais
discreta possível, e isso inclui, na praia ou piscina,
deixar o celular na bolsa, de preferência desligado. Se
você conseguir incorporar pelo menos metade desses
conceitos, certamente ficará mais perto da versão
moderna da garota de Ipanema.
38

Transparência tem limite

Para surtir o efeito desejado, é preciso saber usar a


transparência; senão, corre-se o risco de obter o efeito
contrário, isto é, do chique virar vulgar. Também é
importante prestar atenção ao que se usa por baixo de
tal peça.
Transparência só no detalhe – apenas os braços ou
uma faixa da cintura, só as costas ou simplesmente dos
joelhos para baixo. É uma medida segura que pode ser
usada em qualquer idade. E a mensagem é de discrição.
Transparência assumida – em geral a blusa (ou o
vestido) é toda em tecido muito leve, porém há um top
ou uma combinação lisos, foscos e aderentes por baixo,
tornando o conjunto uniforme e conferindo um perfeito
caimento à roupa. É uma alternativa clássica e
geralmente feliz.
Transparência com jogo de cores – é aquela que
brinca com efeitos claro/escuro. Por cima um chiffon
branco, por exemplo, e embaixo um top ou detalhe
vermelho. Ou turquesa ou preto… É sem dúvida um
visual mais divertido e, eventualmente, mais esportivo
também. Mas requer mais cuidados na escolha de
acessórios e complementos.
Transparência total – aquela que permite observar
até os detalhes da renda da lingerie. Não há dúvida
quanto à mensagem explícita de sensualidade; porém,
não é para qualquer uma. E, definitivamente, é para ser
usada apenas à noite.
Independentemente do modelo, procure valorizar o
efeito prestando atenção a alguns detalhes:
• use sempre tecidos lisos ou com estampas
muito miúdas, para não carregar;
• por ser fininho, é melhor que o tecido seja
trabalhado com alguma folga e jamais colado
ao corpo, justamente para propiciar o
movimento;
• o acabamento tem de ser impecável, o que
muitas vezes é difícil em tecidos tão
delicados: costuras e bainhas tortas acabam
aparecendo muito mais;
• finalmente, só use transparências se você se
sentir perfeitamente à vontade revelando
suas formas.
39

Aprenda a escolher chinelos

Foi-se o tempo em que os chinelos não saíam dos


domínios do quarto ou da intimidade da casa em família.
Aos poucos, eles foram sendo incorporados ao dia a dia
em cidades de praia, aos clubes – em dias mais quentes
e até a algumas ocasiões mais informais à noite.
Finalmente, acabaram conquistando não apenas as
ruas, mas também as passarelas de moda e, em alguns
casos, o ambiente de trabalho.
Mas cada modelo é adequado para ocasiões diferentes.
Chinelos de borracha – todos podem ser bonitos.
Porém, os de borracha, no caso dos homens, só devem
ser usados na praia, no clube ou para lavar o carro.
Chinelos de tiras em couro – para os homens, este
modelo “romano” voltou à moda. São infinitamente mais
elegantes que os de borracha. E as opções são muitas:
tiras largas, mais estreitas, cruzadas sobre o peito do pé,
na diagonal ou paralelas, couro cru, preto ou castor... Só
não são ideais para usar na praia.
As mulheres, por sua vez, têm mais alternativas, pelo
menos no que se refere à escolha de modelos. Mas,
como agora a moda traz muito dourado e pedrarias,
tome cuidado para que não briguem com os outros
acessórios.
Chinelinho com pochette – Plásticos e coloridos.
Uma gracinha, sem dúvida. Mas nem pense em usá-los
juntos e muito menos iguaizinhos. A menos que você
seja um astro do mundo fashion ou tenha sete anos de
idade. E esqueça a ideia de usá-los para trabalhar.
Babuches ou mules – Embora não sejam chinelos,
estão quase na mesma categoria por também deixarem o
calcanhar de fora. Essa versão “informal” dos sapatos
não tem nada de informal e muito menos de elegante.
Com a frente de sapato e a traseira de chinelo, é uma
mistura que não consegue ser nem uma coisa nem outra.
Fuja delas. Além de não serem tão confortáveis, causam
um horroroso plec-plec a cada passo.
40

Aprenda a usar chinelos

Usar chinelos é sem dúvida alguma uma delícia. Além de


confortáveis e anatômicos, hoje os modelos são cada vez
mais bonitinhos. Mas, para usá-los, são necessários
alguns cuidados, do contrário você pode se transformar
em um vítima da moda.
Unhas em ordem – homens e mulheres, pode parecer
óbvio, mas não custa repetir: limpinhas, lixadas e, no
caso das mulheres, se estiverem pintadas, a cor ideal
mesmo é ser a mesma dos dedos da mão.
Calcanhares – com chinelos eles ficam em evidência e
só porque ficam atrás não quer dizer que as pessoas não
os enxerguem... Fique esperto, homem! Fique esperta,
mulher! Podem abusar dos cremes, para não ficar com
aquele desolado ar esbranquiçado com rachaduras.
Quando usar chinelos? Depende da ocasião. Na praia,
praticamente dia e noite. Só vai variar o modelo. Em
ambientes mais urbanos ou fechados, convém usá-los
mais durante o dia. E, no escritório, esqueça. Nem que a
empresa seja informal. Nem na sexta-feira casual day.
Certo, talvez, se trabalhar à beira-mar ou em uma loja
de artigos para pesca ou surfe... Aí, pode.
Se você é mulher, atenção: embora exista uma enorme
variedade de modelos, chinelos fazendo plec-plec e
calcanhar à mostra dificilmente farão de você uma
mulher elegante. Prefira as sandálias com tirinhas. E
deixe os modelos molinhos para a praia, o clube ou o
supermercado.
Se você é homem, de uma forma geral use chinelos
com bermudas, calças de algodão e tecidos mais leves.
Com calças jeans o visual fica pouco coerente. Já as
calças de sarja e em cores claras combinam mais com
chinelos, mesmo assim nem sempre. A camiseta ou
camisa deve acompanhar o conjunto.
41

Óculos: escuros ou não

A ordem é discrição e leveza, ainda que isso seja difícil


de alcançar quando a ousadia do designer extrapola em
formatos e cores de armações. As cores estão bem mais
suaves hoje. Há todas que você puder imaginar para
combinar com o seu guarda-roupa: verde, laranja, lilás,
azul, rosa. Porém, todas esmaecidas, armação e lentes
em harmonia, sem contrastar demais.
Os materiais com que os óculos são feitos hoje são
superflexíveis e leves. Uma das inovações é o material
cirúrgico usado nas armações. É possível encontrar um
par de óculos lindo e eficiente pesando apenas dois
gramas! É colocar e esquecer que está com ele.
É importante escolher lentes que protegem contra
raios solares, como os ultravioleta: não agem como um
bloqueador solar, mas, na falta dele, oferecem mais
proteção. Óculos escuros não são apenas charme, têm
função!
Hoje, devido à enorme oferta, é preciso mais calma e
critério ao escolher um par de óculos, inclusive os
escuros, tão úteis quanto os de leitura. Mais até do que
outras peças do vestuário, por serem usados no rosto,
transmitem uma mensagem muito visível (literalmente!)
e que deveria – na medida do possível – estar em
sintonia com nosso temperamento e contexto.
Considere a proporção do rosto e a cor de pele e
cabelos. Rosto estreito pede um modelo horizontal um
pouco mais largo que ele, para alargá-lo. Rosto largo
demanda lentes maiores, retangulares na vertical. Rosto
miúdo requer armação mais delicada. Pele clara pede
tons mais leves. Armações com muitos cristais e brilhos
não são discretas. Podem ser usadas à noite, mas no dia
a dia não ficam bem. Já um ou outro brilho na armação
não tem problema.
Uma vez incorporado, um bom par de óculos escuros
passa a ser escudo e isca. Sim, isca. Afinal, um dos
grandes momentos na vida de quaisquer óculos escuros
que se preze é quando, em um movimento cheio de
graça e pressa, são depositados sobre uma superfície,
para revelar olhares que finalmente se encontram. E
conversam seu desejo em silêncio.
42

Meias e sapatos masculinos

Apesar de a indústria da moda oferecer milhares de


alternativas para calçar os homens, é importante saber
que o essencial mesmo é ter apenas dois, talvez três
pares de sapatos para garantir a elegância. Afinal de
contas, com roupa social não é preciso mais do que dois
tons para combinar com toda a sorte de ternos.
Sapatos – quando usados com ternos, devem ser
pretos, marrons ou, quando muito, um tom de castor ou
vinho, ainda assim adotados com critério. Em ocasiões
mais informais e esportivas e sempre com calças e
paletó em tons mais neutros e fechados: cinza, marinho,
café com leite...
Esqueça o cinza ou o azul-marinho. De verniz, apenas
se você for pianista ou maestro e a apresentação pedir
casaca. Ou se transitar explicitamente no universo
fashion.
Meias – com roupa social, esqueça as brancas. Das
duas, uma: prefira sempre um tom intermediário entre a
calça e o sapato ou a mesma cor. Já com uma roupa mais
esportiva, não há mal algum em brincar com os mesmos
tons da camisa, da jaqueta ou mesmo da gravata, se
você estiver usando uma.
Já no universo dos tênis e dock siders, o céu é o limite.
Há tênis leves, mais elegantes, e pesadões, mais
indicados para a prática de esportes. Uma escolha muito
pessoal que vai além do critério estético.
Sapatos brancos – apenas se você for profissional de
saúde; ainda assim, prefira os bicolores.
O branco é tão ingrato com os homens quanto
generoso com as mulheres. Observe: toda mulher fica
iluminada e remoça usando essa cor. Já com os homens,
a coisa se complica, mesmo para os queimados de sol.
43

Homens de barba

Hoje, usar barba tornou-se uma questão de escolha e


preferência. Mas o uso democrático da barba não
significa necessariamente sinal verde para qualquer
experimentação visual. É preciso preencher alguns
requisitos para você, homem, exibir seus pelos faciais
em todo o seu esplendor.
A barba longa de meses – tende a ficar com pontas
mais finas e irregulares. Apare-a cuidadosamente para
não deixar falhas de acordo com o formato do seu rosto.
Em tempo: é importante olhar-se também de perfil para
observar o efeito do conjunto desse ângulo, e não
apenas do frontal.
A barba curta, bem aparada – é a mais popular,
indicada para quem tem rosto mais largo ou queixo
pouco marcado, uma vez que afila o rosto nas laterais e
dá volume ao queixo. Se você é magro demais, esqueça:
ela vai deixá-lo com um ar abatido e frágil.
A barba curtinha de poucos dias – virou moda há
uma década e até hoje continua a ganhar adeptos. Pinica
(quem tem barba também beija) e não é para qualquer
um: nos mais velhos, pode parecer que a barba está
rareando e abater a fisionomia. Nos muito jovens, “suja”
os contornos do rosto deixando-o pouco definido.
Abaixo listo as vantagens e desvantagens de usar
barba, para que você mesmo pondere o que é melhor:

Vantagens Desvantagens

• você não precisa se • envelhecem e


preocupar escurecem a fisionomia;
diariamente com
todo o ritual de • no caso de quem fuma,
barbear-se; a barba fica com cheiro
e, se os fios forem
• para os muito jovens, brancos, amarelam;
pode dar um aspecto
mais amadurecido e
sério;

• confere certa • é preciso cuidado


informalidade à redobrado na hora de
aparência, o que, em comer para não deixar
alguns casos, pode vestígios de migalhas e
ser vantajoso; molhos pelos fios.

• evita pelos
encravados e/ou
irritações na pele
causadas pelo uso
contínuo de lâminas.
Em tempo: esqueça o cavanhaque desenhado e
aparadinho. Vai lhe dar um trabalhão para manter, além
de conferir um visual afetado e meio caricatural.
44

Visual feminino

Valorize os traços e a coloração natural em vez de


disfarçar ou mascarar. Quanto mais natural, melhor.
Nada de transformações bruscas.
Maquiagem carregada envelhece e causa efeito drag
queen. Por isso, é preciso prestar atenção a produtos
que derretem.
Quem tem pele seca deve redobrar a atenção em
ambientes com ar condicionado, hidratando mais ainda
rosto e mãos. Se sua pele é oleosa, prefira hidratantes e
produtos com gel, que tendem a tirar o aspecto de brilho
da pele.
Outra coisa: não adianta combinar o batom com a
roupa se a cor dele não favorecer o seu tom de pele. Não
é porque fulana usa uma cor que você tem de usá-la
também. Experimente tons intermediários até encontrar
o mais adequado ao seu tipo. De forma geral, vale a
regra do contraste vibrante (e não chocante), evitando
tons muito claros, que deixam a fisionomia apagada.
Assim, loiras com batom claro passam o efeito de
equilíbrio. Mas, nas morenas, dá à parte inferior do
rosto aspecto esmaecido.
Apesar de não poder ser visto, pode ser sentido: o
hálito é assunto delicadíssimo. Além da assepsia, alguns
cuidados podem ajudar: não ficar longos períodos em
jejum, evitar a combinação de álcool com alimentos de
cheiro forte (como queijos, salames etc.) e ingerir muito
líquido com frequência.
E já que estamos falando de olfato, nada melhor do
que arrematar com perfumes. Atenção, homens e
mulheres: o perfume deve envolver, nunca invadir.
Mulher, de dia, use água-de-colônia, mais suave; à noite,
essências, mais fortes. Homem, durante o dia, loção pós-
barba ou colônia bastam; à noite, use perfume.
Independentemente do sexo, lembre-se: dê preferência
aos desodorantes inodoros, para não brigarem com o
perfume.
Atenção em período de muito estresse, pois nosso
cheiro se altera. Nesses dias, evite tecidos sintéticos que
enfatizam o cheiro natural do corpo, muitas vezes
modificando-o para pior.
E, apesar de óbvio, vale a ressalva: quem trabalha
próximo a alimentos não deve usar perfumes. Ossos do
ofício.
45

Homens e mulheres cheirosos

Na mesma medida que um perfume pode agradar,


evocar lembranças e estimular desejos e prazeres, ele
também pode incomodar. E muito.
O ponto de partida para não ser inconveniente é
conhecer as muitas variedades de fragrâncias e suas
notas, aprendendo a usá-las a seu favor, de acordo com a
situação ou a hora do dia.
Sabe a imagem de alguém que passa e deixa um rastro
atrás de si, o qual, instintivamente, seguimos para
prolongar a sensação agradável ao olfato? Então...
Nesse caso, o perfume foi usado na medida certa.
Queremos mais.
O oposto é aquela pessoa que entra na sala e, sem que
percebamos, obriga-nos a dar um passo para trás,
querendo fugir, respirar melhor, escapar daquele
excesso. Nesse caso, fomos invadidos, e, por melhor que
seja a marca do perfume, o resultado é o oposto do
desejado: causa repúdio e mal-estar.
Assim, sempre que for passar perfume, lembre-se de
que bastam duas gotas. Mesmo. E, no caso de spray,
uma só aplicação, espalhando-o nos pulsos e atrás das
orelhas, onde a circulação é mais intensa e faz com que
seja valorizado.
Aprenda a escolher e não tenha medo de passar
bastante tempo cheirando um e outro na perfumaria.
Comece sempre experimentando no provador de papel:
assim, sua pele não ficará impregnada com vários
cheiros diferentes que poderão atrapalhar a escolha. Há
os fresquinhos, como os cítricos, os mais sóbrios e
clássicos amadeirados, os sensuais e ousados com base
em especiarias (esses, em geral, são mais fortes e
indicados para a noite), os suaves florais, os alternativos
herbais e os modernos frutais.
Quando achar um especial, experimente-o no pulso e
espere pelo menos quinze minutos para ter certeza do
efeito químico em sua pele. Só então decida.
Perfume bom é um investimento relativamente alto;
portanto, vale a pena dedicar um pouco de tempo a essa
pesquisa.
46

Cuidado ao usar maxibolsas

Parece que as bolsas grandes vieram para ficar, uma vez


que há pelo menos dois anos as bolsas (e não mochilas)
não param de aumentar de tamanho.
Mas as superbolsas, chamadas maxibolsas (e isso
significa muito grande, do tipo que abrange a área da
sua cintura até o meio da coxa), oferecem armadilhas
que podemos e devemos evitar. Basta atentar para
alguns detalhes.
Proporção – o tamanho não é problema, desde que
respeite a sua altura e não interfira no visual. A ideia é
ser uma bolsa, não parecer que você saiu de casa com
sua mala de viagem de fim de semana. Se você é
baixinha, esqueça. Até para proteger sua coluna
também.
Acessório esportivo – é preciso levar em conta que
as maxibolsas devem ser usadas apenas em ocasiões
informais. Um coquetel, por exemplo, já pede uma bolsa
média e mais estruturada.
Desorganização – bolsas muito grandes facilitam a
bagunça. Se escolher uma máxi, aproveite e adquira
também pelo menos quatro nécessaires para organizar
os espaços dentro dela. Assim, você separa maquiagem
de balas, dinheiro, blocos de anotações, remédios,
chaves, caneta, perfume etc. Não há nada mais
deselegante do que ficar horas mergulhada nas
profundezas de sua bolsa enquanto seu acompanhante
espera que você encontre um singelo batom ou – pior –
as chaves de casa.
Neutralidade – é importante. Se o modelo é máxi,
pense que isso em si já chama a atenção. Por mais que
estampas de bichos ainda estejam na moda, resista a
modelos de onça, tigre, zebra ou mesmo os mais
discretos de cobra. Não haverá como passar
despercebida dessa maneira. Além de se tornar um
acessório muito mais difícil de harmonizar com a
roupa...
47

Brechó: por que não?

Se você gosta de andar na moda copiando as vitrines,


certamente não é do tipo que frequenta brechós. Nesse
caso, talvez nem precise ler esta dica até o fim. Mas se,
além de seguir as tendências, você também gosta de
imprimir a elas seu toque pessoal, conferindo uma
ousadia divertida ao seu look, tire uma tarde pelo menos
a cada dois meses para conhecer um novo brechó. A
pesquisa pode render ótimas surpresas.
De todos os lugares que visitei, guardo uma lembrança
especial de Berlim, de onde trouxe várias malas com
chapéus exóticos e absolutamente bem-acabados. Em
Hamburgo, fiz um enxoval de casacos de couro
lindamente trabalhados. E, no Brasil, sei que em quase
todas as cidades há vários brechós que valem a pena ser
visitados.
É importante lembrar que não é porque as roupas são
seminovas que serão vendidas a preços baixíssimos.
Roupas de grifes internacionais famosas, por exemplo,
são caras. Assim como algumas marcas nacionais. A
graça está em pesquisar, garimpar e achar boas peças a
preços razoáveis.
Você não precisa usar roupas seminovas da cabeça aos
pés. Mas, muitas vezes, um acessório ou mesmo uma
peça importante do guarda-roupa, como um mantô, uma
jaqueta de couro, uma bolsa, óculos e até detalhes como
lenços ou bijuterias, podem ser encontrados em brechós
e em modelos muito mais originais do que os
apresentados pela tendência do momento.
No entanto, é preciso lembrar que as peças já têm
uma história, adquirem formatos e o estilo de quem as
vestiu antes. Por mais que você não seja do tipo que
acredita em energias, é preciso muitas vezes adaptar-se
à roupa, nunca o contrário. Entretanto, também é
interessante deixar a fantasia rolar solta e incorporar,
ainda que apenas pelo tempo que usar determinado
figurino, a personagem que você imagina que o tenha
escolhido e envergado antes de você...
48

Vestido de noiva

Quando se fala em casamento, 99% das mulheres


pensam imediatamente no vestido. Na hora de escolher
o modelo, pense: qual é a primeira imagem que lhe vem
à cabeça? Um vestido romântico, moderno, curto, longo,
superfashion, parecido com o de alguma personagem de
filme? Procure fixar a imagem e anote os detalhes para
não esquecer: esta será sua referência, que, aliás, deve
orientar toda a sua festa e cerimônia de casamento.
Aí, começam as dúvidas: “alugo ou mando fazer?”.
Pessoalmente, sou adepta dos vestidos de aluguel: casei-
me com um de primeiro aluguel e achei ótimo. Afinal,
um vestido desses a gente usa apenas um dia.
E a cor? Apesar de a tradição pedir branco, nada
impede de escolher qualquer outra. Aconselho apenas
certa leveza: tons mais claros para não carregar muito o
efeito final e não chocar os convidados – a não ser que
seja esse o intuito...
O modelo, bem, esse vai variar de acordo com o
horário, o estilo da festa e seu tipo físico. Se a cerimônia
for:

evite tecidos muito armados, brilhos,


bordados pesados, caudas muito longas,
pela
brocados e lamês. Prefira texturas mais lisas.
manhã
Você pode usar um vestido curto, um
longuete ou, claro, o longo tradicional.

use um pouco mais de brilho, mas ainda não


à
dá para usar tiaras de strass, arranjos muito
tarde
elaborados e véus rebordados.

à vale quase tudo: brilhos, bordados, véus


noite longuíssimos, caudas…

No entanto, se o vestido for trabalhado, o véu deve ser


rigorosamente liso. E vice-versa. Assim, não há perigo
de errar a mão e extrapolar.
Por último, o fator mais determinante na escolha do
modelo é o seu tipo físico. Se você for baixinha ou
cheinha, esqueça os modelos curtos, mais justos ou
esportivos. Prefira linhas retas, um caimento natural,
cintura mais alta, mangas compridas, tecidos mais
delicados e capriche nos decotes.
Mas se você se acha muito magra, abuse das saias e
sobressaias, dê enchimento no corpo do vestido e dê
mais volume no véu e nas mangas. Esqueça decotes em
V profundos. E, se você é muito alta, aproveite para não
usar salto e descansar os pés.
Finalmente os tomara que caia: muito usados porque
realmente são bonitos e frescos em um país quente
como o nosso. Não há problemas com esse modelo;
porém, se quiser ser corretíssima, use um bolero, capa
ou casaquinho de rendas que lhe cubra os ombros para a
cerimônia da igreja. E, na festa, varie o modelo com o
tomara que caia assumido.
49

A roupa do noivo

Sabemos que a roupa faz a diferença até no dia a dia.


Então, não pode ser diferente em um dia tão especial
como o do casamento. Pode reparar: no que diz respeito
à comemoração de uma união, costuma-se valorizar
muito mais a noiva. E o noivo – pobre e bem-
intencionado noivo – acaba tornando-se um figurante da
grande festa.
Ora, a roupa pode ser determinante na maneira como
os noivos vão se sentir durante o casamento.
O fraque é uma vestimenta de origem europeia,
portanto muito mais indicada para climas muito frios
como o do hemisfério norte. Se na primeira prova você
se sentir fantasiado, esqueça!
E nem pense em usar o “microfraque”. Isso não existe.
É uma invenção brasileira que não faz sentido em nosso
clima tropical. Ainda mais levando em conta que fraque
é um traje para ser usado durante o dia (à noite seria
usada a casaca ou o smoking).
Exceto em casamentos completamente esportivos, na
praia ou no campo, o terno é mais indicado, quase
obrigatório para os convidados. E para o noivo também,
uma vez que é ele – junto com a noiva – quem dá o tom
da festa.
À noite, a tendência é ser mais formal; portanto, use
terno azul-marinho muito escuro ou grafite. A camisa
deve ser lisa, branca, azul muito claro ou, no caso de
você ousar mais, pode até ser rosa bem clarinho. Não
deixe que o convençam a usar camisas com rendinhas ou
detalhes trabalhados.
Gravatas à noite costumam ser mais discretas, mas o
noivo pode se divertir com cores em sintonia com a
camisa.
De dia, é possível usar um terno de tom cinza mais
claro ou mesmo café com leite. As camisas continuam
lisas; porém, as cores podem ser um pouco mais
instigantes.
Em relação aos sapatos, tanto à noite quanto de dia,
devem ser pretos se combinados com ternos cinza ou
marinho. Idem para as meias. Se o terno for café com
leite, os sapatos devem ser marrons e as meias, no
mesmo tom da calça.
50

A mãe dos noivos

As cores da roupa tanto da mãe do noivo quanto da mãe


da noiva devem ser combinadas antes com a noiva. É
claro que não é o caso de irem todos iguaizinhos ao
altar, mas um festival de cores também pode poluir a
cena.
Além de cores compatíveis, os estilos devem ter uma
certa harmonia. Se for verão e a noiva optar por vestidos
curtos no altar, cuidado: os modelos devem seguir o
bom-senso tanto na altura das bainhas quanto nos
decotes.
Se você é a mãe do noivo, um gesto de consideração
que vai facilitar a vida de sua nora é providenciar uma
amostra do tecido de seu vestido. Isso tem uma utilidade
muito prática: a partir dela, toda a harmonia do altar
pode ser prevista, indicando até o tipo de flor a ser
usado.
As mães podem ter um figurino mais elaborado do que
as madrinhas, só não podem competir com a noiva. Para
ajudar a escolher o tecido, considere o horário da
cerimônia:

pela linho, seda e, de maneira geral, tecidos sem


manhã brilho.

seda, crepe, gorgorão, xantungue, musselina.


à À medida que vai escurecendo, são
tarde permitidos discretos brilhos e bordados para
as mães.

é a hora do brilho: bordados em paetê,


brocados e adamascados (usados com
à
parcimônia), cetim de seda, crepe-georgete;
noite
veludo e tafetá (no inverno), crepe de seda e
musselina (no verão).

Prefira sempre os tecidos lisos. Estampas, só se forem


bem pequenas e discretas.
Como mãe do noivo ou da noiva, você não é obrigada a
se ater a tons neutros e discretos, como marinho, cinza,
bege e marrom. Pode usar verde-água, rosa, vinho,
verde-garrafa, roxo, azul-petróleo e qualquer outro que
lhe agrade. Apenas evite os matizes muito chamativos:
vermelho-foto, laranja, fúcsia (ou pink) e cítricos em
geral.
51

A roupa dos padrinhos

Este é um ponto que, em geral, é a maior preocupação


dos padrinhos: o vestuário. E não é para menos; afinal,
eles vão sair em dezenas de fotos, que depois serão
mostradas para todos os conhecidos. Então, lá vai:
normalmente, o estilo de roupa dos padrinhos segue o
do noivo.
Se você é padrinho, o primeiro passo é confirmar se os
noivos optaram por ter todos os padrinhos
absolutamente idênticos no altar ou simplesmente com o
mesmo estilo de terno. No caso dos “absolutamente
idênticos”, se ainda der tempo, tente, delicadamente,
convencer os noivos de que pode não ser uma boa ideia.
Se não tiver outro jeito, assuma o uniforme com boa
vontade e espírito esportivo.
Um conselho para quem vai alugar roupas: procure
combinar com os outros padrinhos para que todos o
façam na mesma loja. É possível alugar modelos
diferentes em uma mesma loja. Assim, diminui o risco de
haver diferenças muito grandes nos tons e no corte das
roupas. Além do mais, isso também pode implicar a
possibilidade de conseguir algum desconto. Pechinche.
Outro ponto importante no aluguel de roupas: não se
esqueça dos detalhes, como camisa, sapatos e meias. Se
você não for alugar esse itens, certifique-se de que os
que você tem em casa são compatíveis com o restante da
roupa.
Ainda: os padrinhos, se quiserem, podem usar uma flor
na lapela. Desde que seja natural e delicada, o tipo da
flor não faz diferença. Cravos brancos são tradicionais e
enfeitam, além de durarem. Se quiser combinar a cor da
flor com o buquê da noiva, não há problema, embora
isso não seja obrigatório.
É fundamental que a loja faça os ajustes necessários.
As provas devem ser feitas mais ou menos duas semanas
antes da cerimônia, para que haja tempo para todos os
acertos. Entretanto, algumas lojas cobram uma taxa
extra para fazer os ajustes; então, o que a princípio
parecia um excelente negócio pode ficar mais caro do
que se imagina.
52

Pais e padrinhos com roupa alugada

Se os noivos escolheram um casamento mais formal,


com o noivo usando fraque, não tem jeito: você,
padrinho ou pai, vai ter de entrar na onda. Se já tem um
fraque e este está lhe caindo lindamente, parabéns! É
uma raridade. No entanto, se não tiver, é o caso de
alugar um, que, com os devidos ajustes, ficará tão bom
quanto se fosse feito sob medida.
Mas nada de sair na última hora para alugar um
fraque em uma loja qualquer. Os ajustes consomem
algum tempo (veja a dica 51).
E, por falar em ajustes, não aceite sugestões de
variação na cor da gravata ou em outros detalhes da
roupa. A camisa deve ser branca e, se for social simples,
use-a com gravata cinza-prata. Com a camisa branca de
gola alta de pontas viradas usa-se o plastrom, que é uma
gravata cinza-prata mais larga, de pontas arredondadas.
O colete é preto e deve ser usado abotoado. Qualquer
outra invenção vai deixá-lo parecendo dono de circo.
Agora, se a roupa for sob medida, independentemente
do horário do casamento, os padrinhos e pais dos noivos
devem estar ligeiramente mais formais do que os
convidados, a não ser no caso de um casamento na
praia, à beira-mar ou em um churrascão no sítio.
Na igreja, pela manhã, à tarde ou à noite, dê
preferência a ternos mais sóbrios, como um grafite de
manhã e à tarde ou um marinho-escuro ou grafite mais
escuro à noite. Sapatos e meias são pretos em ambos os
casos, e as gravatas, lisas ou com estampas bem
discretas.
A camisa deve ser social, lisa, branca, azul bem claro
ou, no máximo, um rosa claríssimo, se você for mais
ousado ou o casamento acontecer pela manhã.
Os pais dos noivos podem escolher um detalhe
diferente dos padrinhos. No caso de fraque, não há
muito como fugir. Porém, se estiverem de terno, podem
optar por uma tonalidade diferente, um detalhe de flor
na lapela ou lenço com as pontas aparecendo muito
discretamente no bolso do paletó.
53

A roupa das madrinhas

Particularmente, sempre achei que aquela fileira de


mulheres vestidas de maneira igual no altar lembra mais
uma formatura de ensino médio ou um grupo de
bandeirantes em dia de festa do que propriamente
madrinhas de um casamento. Sem falar no fato de que
não é exatamente a opção mais elegante, pois
dificilmente um grupo de mulheres é tão parecido entre
si a ponto de usar exatamente o mesmo modelo e cor de
vestido, como se este tivesse sido concebido para cada
uma delas individualmente.
As mulheres são mais altas ou mais baixas, claras ou
escuras, gordas ou magras, com mais ou menos quadril,
mais ou menos peito, mais largas ou mais estreitas.
Como encontrar um vestido que caia bem em todas elas?
E, o que é pior: como deixá-las todas à vontade e felizes
vestindo algo que absolutamente não foi escolha delas?
Aconselho muito a essas noivas que sonham com um
altar uniformizado que levem esses fatores em
consideração na hora de decidir esse item. Na verdade,
é possível conseguir um altar bonito, simplesmente
sugerindo que suas madrinhas usem longo ou curto,
cores claras ou tonalidades mais escuras, tecidos
estampados ou não e chapéus ou arranjos.
As madrinhas da noiva podem até usar vestidos com as
mesmas cores ou tons similares. Confere até uma certa
harmonia visual. Porém, modelos idênticos são muita
falta de originalidade. Não se usa preto total no altar –
pelo fato de essa cor ser considerada uma cor de luto
que remete à tristeza. Já uma roupa preta com detalhes
em cor é perfeitamente aceitável.
O longo não é obrigatório, e pantalonas elegantes
podem dar conta do recado. Branco total não é
recomendável – pois, obviamente, é a cor da noiva – nem
creme clarinho, por ser não só parecido com o branco
como também apagadinho demais, o que não condiz com
uma madrinha. De resto, pense que o importante é um
altar harmonioso; por isso, se você for madrinha, tente
se inteirar acerca do modelo das outras madrinhas,
também para que uma não fique mais malvestida que a
outra.
54

Roupa de mamãe

Você acabou de ter seu bebê, voltou à forma física e não


vê a hora de voltar a usar suas roupas de antes da
gravidez. Ótimo! Porém, prepare-se para uma surpresa:
para começar, suas roupas não vão lhe parecer tão
confortáveis. Algumas, você vai perceber, são pouco
adequadas para novas funções, como amamentar e
segurar um bebê no colo. Pois é. Seu guarda-roupa não
precisa ser totalmente modificado, mas vai ter de se
adaptar a esse novo momento em sua vida.
O que posso dizer até por experiência própria é que o
guarda-roupa muda – e bastante – do momento em que
você tem um bebê em casa até que ele complete pelo
menos uns cinco ou seis anos de idade. Por quê? Porque
basicamente, de agora em diante, você vai se agachar
mais, vai viver mais sentada no chão do que em pé, o
que já é um bom motivo para dar preferência a calças ou
pelo menos a saias mais longas ou rodadas que
permitam mais movimento.
Mãe pode usar salto? Não precisa aderir ao salto
baixinho se você adora um salto alto, mas vai achar
muito mais gostoso andar com saltos mais confortáveis
ou modelos anabela – pode ter certeza, sobretudo se
carregar com frequência criança no colo.
Em tempo: logo depois do parto – e muitas vezes até
quase um ano depois –, a barriga ainda não sumiu
completamente, isto é, você, mamãe, dificilmente estará
sequinha e sarada. Portanto, aproveite a linha de batas,
que ainda está na moda, e use-as sobre jeans com
stretch, que são mais confortáveis.
Finalmente, incorpore uma atitude de mãe, que não
precisa ser matrona e sisuda nem tampouco largada,
mas que é diferente do seu modo de ser anterior. Suas
prioridades agora são outras, e é importante saber
reconhecer isso para não ficar com a sensação de que
está perdendo alguma coisa ou não dá conta de ser
como anteriormente. Nem é para ser. Ninguém espera
isso de você, e ficar cristalizada em um só papel a vida
toda é muito pouco construtivo – pra dizer o mínimo.
55

Crianças não são miniadultos

Com a flexibilização da moda, a indústria começou a


apresentar modelos concebidos para crianças que, de
infantis, têm apenas o nome. Na verdade, são roupas em
miniatura de modelos já testados e consumidos por mães
e pais.
Ora, além de ser uma tremenda falta de imaginação,
essa é uma alternativa de mau gosto e, muitas vezes,
puramente desconfortável para os pequenos. Ponha-se
no lugar deles. Roupas assim são um horror, porque,
além de roubar das crianças qualquer possível
identidade visual na infância, acabam vestindo-as de
forma claramente inadequada. Quer ver?
Saltos e tamanquinhos – esse tipo de calçado força a
coluna, ainda em crescimento, e pode até provocar
lesões permanentes. Fora o fato de simplesmente
impedir as crianças de andar com firmeza, colaborando
para quedas e acidentes.
Botinhas até os joelhos – não dá para ser pior!
Experimente correr ou sentar de pernas cruzadas no
chão com um modelito desses abraçando suas canelas.
Minissaias justinhas – eu sei: as mínis são
concebidas para gente jovem. Mas não para crianças,
que sentam e rolam no chão e, vestidas assim, ficam
muito mais vulneráveis a arranhões e escoriações em
caso de tombos. Sem falar que é anti-higiênico mesmo:
crianças brincam muito sentadas no chão e não é o caso
de se exporem a bactérias e sujeira usando apenas
calcinhas finas – uma vez que a saia curtinha não
protege nada.
Tops e miniblusas – na praia podem ser bonitinhos,
mas em ambientes mais urbanos ou fechados, onde as
chances de entrar e sair de locais com ar condicionado
são maiores, acabam sendo o caminho mais curto para
uma gripe.
Embora nem sempre aconteça, as vendedoras de
confecções infantis teriam de ser as primeiras a ensinar
isso às jovens mães, convencendo-as de que a
alternativa de um visual mais infantil é muito melhor do
que a de miniperuas, como muitas mães insistem em
vestir as filhas.
Por isso, fique atenta para não cair nessa, pois quem
acaba desconfortável são as crianças, sem falar no visual
– declaradamente inadequado.
56

Renove o guarda-roupa

Uma limpeza no armário pode significar muito mais em


sua vida do que simplesmente arejar seu quarto, as
roupas e as gavetas. Uma limpeza de verdade, daquelas
que acarretam uma reflexão sobre nossa vida e nossas
metas, pode ser muito positiva – além de literalmente
saudável para o corpo e para a alma.
Mas, para que isso aconteça, é preciso estarmos
preparados para nos desfazer de alguns conceitos e
preconceitos. Deixe de lado pensamentos como “A moda
volta, por isso é preciso guardar as peças em bom
estado”; “Devemos guardar peças em bom estado, pois
nunca se sabe...” ou “Essas eu não vou usar porque são
para ocasiões especiais”.
Evidentemente, temos uma ou outra peça para festas
ou eventos mais formais. Mas, às vezes, as “ocasiões
especiais” acabam nunca chegando e corremos o risco
de só usar as roupas velhinhas à espera… do que
mesmo?
Confira às suas roupas o peso certo: até comida tem
prazo de validade, não tem? Então! Se o alimento estiver
vencido, a gente joga fora, não usa só porque está na
geladeira. Pois pense em suas roupas da mesma
maneira. Só guarde peças por anos se estiverem como
novas e forem tão clássicas que você tem certeza de que
jamais sairão de moda.
Outro argumento irrefutável: pare para pensar que,
nos últimos quinze anos, você já mudou de carro,
assinatura de revistas, médicos, cabeleireiros, corte de
cabelo, supermercado, às vezes até de casa! Isso porque
seu gosto – e provavelmente sua disponibilidade
financeira – mudou. Seu guarda-roupa tem direito a uma
turbinada, por que não?
Porém, se seu espírito de economia se rebelar demais
ante o que estou afirmando aqui, faça o teste: leve tudo
para um brechó! Se eles pagarem pela roupa e ficarem
com ela em consignação, ótimo. Já é um bom negócio.
Mas, se não quiserem, é a prova definitiva de que você
precisava: nem os brechós querem esses modelos
jurássicos. Livre-se deles, substituindo-os por peças
novas.
57

Organize e arrume seu armário

Para que a ordem ou a reorganização do seu guarda-


roupa ocorra de fato, além de incorporar o conceito de
renovação, é preciso adotar medidas práticas, que só
funcionam a partir de um conceito bem estabelecido.
Veja:
Não é preciso forrar gavetas – nada de papéis,
plástico ou papéis autocolantes; esse tipo de coisa só
atrapalha e suja ainda mais a roupa.
Use um desumidificador – desses de supermercados,
que a gente troca de tempos em tempos, e fique atento
para de fato trocá-lo quando necessário. Você estará
evitando manchas e cheiro de bolor ou mofo, frequentes
em locais mais quentes e/ou úmidos.
Esqueça a naftalina – além do fato de isso ser do
tempo da vovó, você não conseguirá nunca mais se livrar
do cheiro. Há maneiras mais modernas de evitar as
traças.
Abuse de sachês perfumados – mas apenas nas
gavetas de roupa íntima e nas prateleiras de malhas,
onde eles têm mais chance de fazer efeito.
A organização do seu armário certamente vai deixá-lo
mais vazio. E quais são as vantagens disso?
• Você enxerga melhor o que tem – e não usa
apenas o que está visível “na frente”.
• As roupas amassam muito menos e duram
mais.
• Você acaba usando sempre roupas mais
novas e, consequentemente, em sintonia com
o momento e com a moda.
Para arrumar as roupas, siga estes passos:
1) Não é frescura; separe por cor: fica
infinitamente mais fácil tanto encontrar
quanto combinar as peças.
2) Procure separar também por itens, texturas
e comprimento das peças, isso facilita a
visualização.
3) Deixe os acessórios em um lugar visível, em
vez de guardados em caixas e gavetas mais
escondidas. Eles é que dão o acabamento ao
visual; portanto, é imprescindível que, no dia
a dia, estejam à mão.
58

Faça compras inteligentes

Conhecer as tendências e ter dinheiro para andar


sempre na moda não são garantias para comprar de
forma inteligente. Alguns fatores ajudam muitíssimo a
não cometer enganos na hora de investir no guarda-
roupa.
Para começar, incorpore a ideia de que o momento das
compras deve ser só seu, especial e desfrutado com
requinte. Isso quer dizer que você vai reservar um
horário em sua agenda (não importa se uma tarde, um
dia ou apenas uma hora) e sob nenhuma hipótese dará
um cano em si mesmo. Respeite o horário, desligue o
celular e compareça a esse compromisso consigo mesmo
com seriedade.
Vá sozinho – isso mesmo. Nada de mãe, filhos, melhor
amigo, amiga, muito menos esposa, marido ou afim.
Qualquer opinião que não a sua vai atrapalhar. Assim
você não fica aflito por demorar para decidir ou se
resolver esticar esse tempo.
Leve uma lista – você tem de saber o que vai
comprar: sapatos, uma calça preta, lingerie, um vestido
de festa. Ou você vai simplesmente olhar o que tem por
aí e comprar ao sabor do seu desejo? Em um caso ou em
outro, o importante é ter a lista, porque, com ela na
mão, você não vai desviar a atenção para outros itens
até que tenha completado o que realmente precisa.
Experimente sempre – nada de preguiça!
Experimente tudo. Com os complementos, sempre que
possível. Nas lojas, peça sapatos mais altos, peça um top
para provar uma transparência... vale tudo, exceto
chegar em casa e ver que não era bem isso.
Invista em qualidade – na dúvida entre o lindo mais
caro e o bonitinho baratinho, fique com o mais caro e
lindo. Parcele, não compre mais nada, mas leve para
casa algo especial que fará você se destacar na
multidão. Você não merece a mediocridade.
Não tenha vergonha – nem de pechinchar (já diz o
ditado que quem não chora não mama), nem de pedir
que consertem, ajustem etc. Pequenos consertos podem
fazer grande diferença, e a loja pode providenciá-los
sem problema. Vale mais a pena voltar para buscar a
peça do que levá-la sem que o caimento esteja perfeito.
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Liquidações, pontas de estoque e bazares

Na hora de comprar, é importante aprender a evitar


algumas armadilhas muito presentes no comércio. As
mais comuns são as liquidações, os bazares e as pontas
de estoque.
Liquidações – as peças estão todas com 70% de
desconto e não deu para resistir. Você comprou um
macacão roxo, um par de botas muito charmoso em
verniz vermelho e um vestido de festa todo rebordado de
brilhos que foram uma pechincha. Aí, chegou em casa e
percebeu que não usa botas com frequência – muito
menos em verniz vermelho –, que o macacão roxo não
caiu bem e o vestido de festa provavelmente será usado
apenas no próximo casamento ou formatura, sabe Deus
quando. Pronto: você acabou de gastar uma quantia
razoável em três itens que ficarão encostados no guarda-
roupa. Moral da história: só compre em liquidações
aquilo de que estiver precisando muito. Rigorosamente.
Não compre só porque está barato.
Pontas de estoque – as peças estão lindas e muito
baratas. E você levou uma porção para casa. Antes de
fazê-lo, deve experimentar todas com um olho muito
mais crítico, procurando o defeito que determinou que
fossem parar em uma ponta de estoque por um preço
tão convidativo em vez de ir para a loja com a coleção
normal. Às vezes são defeitos que não fazem diferença.
Mas descobrir em casa imperfeições maiores e
inesperadas pode jogar por terra sua economia.
Bazares – roupa não se compra em bazar. Não há
provadores, e as chances de você não ter uma boa visão
do que está adquirindo são grandes. Além disso, depois
não há como voltar e trocar, pois os bazares são
desmontados em questão de horas.
Finalmente, a máxima que deve ser seguida sempre:
incorpore uma atitude rigorosa e não compre por
impulso. Ajuda muito o fato de, sempre que você
comprar determinada peça, tirar do armário uma
similar, desfazendo-se dela. Ou seja: comprou uma calça
preta, tire a velha. Comprou três pares de meias, tire
três pares velhos. E assim por diante. Seu guarda-roupa
ficará mais organizado e, com o tempo, muito mais
atualizado.
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Moda final

Invariavelmente, atribui-se às pessoas elegantes uma


ligação muito estreita com a moda. Mas não é bem
assim. O contrário é que funciona: são as pessoas
verdadeiramente elegantes que sabem fazer o uso
correto e devidamente selecionado de tudo o que é
imposto pela indústria da moda.
Mas se não quiser ser atropelado por tanta informação
e tentações, é preciso prestar atenção a alguns
conceitos que podem ser exercitados diariamente:
Autoconhecimento – antes de seguir as tendências
cegamente, é preciso saber suas limitações físicas e
também lembrar que essas tendências nem sempre
expressam adequadamente o seu temperamento, que é
sua essência e deve ser valorizado. Não é porque ficou
lindo no manequim que necessariamente vai cair bem
em você.
Proporção e biótipo – suas cores naturais e suas
proporções podem fazer muito mais por você do que
uma busca frenética por medidas perfeitas e
tratamentos estéticos milagrosos. Mantenha essa
perspectiva e cultive essas suas qualidades.
Contexto e momento de vida – sua roupa tem de
combinar com sua atividade, com sua idade e até com
seu momento de vida. E aí “estar na moda” tem uma
importância relativa. Já vestir-se bem é outra coisa...
Organização – você pode estar seguindo tudo isso
relatado acima, porém, sem uma organização
sistemática do seu guarda-roupa, fica muito mais difícil
ser elegante. Assim, lembre-se de limpar, separar as
peças por cor, não acumular roupas que não use, não
deixar reformas por fazer, reciclar... É muito mais
importante do que parece.
Interpretação das tendências – é preciso estar
atento para o que se usa, é verdade, mas é igualmente
importante saber interpretar as tendências e adaptá-las
ao seu contexto. Se isso não for possível, simplesmente
descarte a peça ou mesmo a ideia.
Pense nesses conceitos como uma oração. Exercite-os
e você vai se surpreender com os resultados, que vão se
refletir quase que imediatamente em sua aparência.
Boa sorte!
Referências bibliográficas

ECO, Umberto. História da beleza. 2. ed. Rio de Janeiro:


Record, 2005.

MATARAZZO, Claudia. Visual, uma questão pessoal. São


Paulo: Melhoramentos, 2005.

PASCOLATO, Constanza. Confidencial: segredos de


moda, estilo e bem viver. São Paulo: Jaboticaba, 2009.

ROETZEL, Bernhard. Gentleman, a timeless guide to


fashion. New York: Langenscheidt, 1999 (em inglês).
Claudia Matarazzo

É jornalista formada pela Faculdade de Comunicação


Social Cásper Líbero, SP, e iniciou sua carreira na
Editora Abril, onde foi editora de moda e variedades das
Revistas Casa Claudia, Manequim e Playboy. Lá,
recebeu o Prêmio Abril de Jornalismo.
Escreveu onze livros sobre comportamento e moda
(Melhoramentos) e ministra palestras sobre esse tema
pelo Brasil. Apresentou programas de rádio e televisão,
nos quais ainda faz participações como consultora de
etiqueta.
Escreve todos os domingos na AT, Revista do Jornal A
Tribuna de Santos, e desde 2006 ocupa o cargo de Chefe
do Cerimonial do Governo do Estado de São Paulo.

www.claudiamatarazzo.com.br
1
Pashmina é um xale de formato geralmente retangular,
com franjas nas extremidades, confeccionado em um
tecido bem leve e fino proveniente da mistura da lã com
a seda.
2
Uma pelerine é um tipo de capa com ou sem capuz,
geralmente rodada e curta, que cobre apenas a parte de
cima do corpo, com duas aberturas por onde passam os
braços.

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