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1. INTRODUÇÃO
Nesse Paper será abordado a criação de uma saia, partindo da história dessa peça de vestuário,
avançando pelos métodos de criação, até, por fim, chegarmos a confecção e demonstração da peça
pronta. Também será abordado um método de inclusão para deficientes visuais, que auxilia na escolha
de suas peças através de uma etiqueta tecnológica.
PALAVRAS- CHAVE: Moda Inclusiva, Deficiência Visual, Inclusão Social, Acessibilidade, Moda
Para Todos.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Apesar de ser uma peça ligada ao vestuário feminino e ser indispensável para este público nos
dias atuais, a saia é uma das vestimentas mais antigas da história; já sendo encontrada desde o período
mesolítico, ela era muito mais utilizada por homens do que por mulheres.
Os homens usam saias desde tempos imemoriais, há mais de 3.000 anos os sumérios já usavam um tecido
para cobrir as partes baixas; os antigos gregos usavam a toga e seus gladiadores usavam saias; para um
Romano as calças eram um insulto, pois ocultavam suas pernas musculosas que eram consideradas os pilares
da força e da virilidade; os antigos egípcios usavam uma saia semelhante ao sarongue, presa com amarrações.
A saia era uma peça do vestuário que não delimitava território masculino ou feminino. (SANA, 2010).
ser confeccionada. Podemos encontrar saias feitas em viscose, brim, lycra, malha, oxford, entre
outros.
Bem diferente do início dos tempos, em que ela era feita apenas de peles de animais. Outro
ponto importante a ser mencionado, é a forma como essa peça pode ser costurada. Hoje a costura
pode ser feita de forma artesanal ou em máquinas de costuras, com métodos e planejamentos próprios
para cada forma de confecção. Alguns exemplos de saias a serem citados são: longa, mídi, plissada,
estampada, de prega, baloê, minissaia etc. Veja a seguir alguns modelos:
Os deficientes visuais representam uma grande parcela da nossa sociedade. Segundo Wendel
(2014) o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), só no Brasil existem
mais de 6,5 milhões de pessoas com deficiência visual severa, sendo 582 mil cegas e 6 milhões com
baixa visão, isso sem nem mencionar o restante do mundo.
A falta de inclusão com deficientes visuais é reflexo de um preconceito enraizado desde os
primórdios dos tempos. A cegueira sempre esteve atrelada a religiosidade, intolerância e preconceitos.
Povos como hebreus consideravam as pessoas cegas indignas, porque acreditavam que a cegueira se
originava dos pecados cometidos, evidenciando, assim, como uma forma de castigo.
“No processo cultural da antiga sociedade a rejeição era contemplada e o sacrifício de pessoas
cegas era comum, pois as mesmas eram consideradas inúteis para o trabalho e não atendiam às
exigências sociais daquela época” (CASTRO, 2018, p.2)
Somente em 1260, quando Luís XIII fundou em Paris o asilo de Quinze-Vingts, destinado
exclusivamente à assistência às pessoas cegas, que a cegueira passou a ser considerada uma patologia;
e somente há 200 anos que a sociedade começou a ter a percepção de que pessoas cegas e com baixa
visão poderiam ser educadas e ter uma vida independente. Por isso, ainda hoje, muitas pessoas
enxergam o deficiente visual como uma pessoa dependente e até mesmo inferior; negligenciando suas
necessidades e os abdicando de suas decisões em vez de pensar soluções que facilitariam suas vidas
e essa falta de autonomia impacta diretamente a autoestima do deficiente visual.
Felizmente essa problemática vem sendo abordada cada vez mais e estudos para ferramentas
facilitadoras estão sendo desenvolvidos. Trazendo isso para o mundo da moda, um estudo
desenvolvido por nosso grupo de acadêmicas da Instituição Uniasselvi, indagou a dificuldade em
deficientes visuais escolherem suas roupas. Uma das soluções desenvolvidas foi a criação de uma
etiqueta em braile, que inclui detalhamentos completos como: cor, tamanho, modelagem e biótipo.
Somando com uma etiqueta física em alto-relevo usando os símbolos carácter informativo e prático,
mas em tamanho reduzido.
A substituição global das etiquetas comuns para essa etiqueta multissensorial, já seria um
pequeno grande passo para a inclusão.
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3. METODOLOGIA
Fonte: https://www.deficienciavisual.pt/r-
LouisBraille-invencao_do_braille-
Fonte: https://feelipa.com/pt/par Fonte: https://pt.depositphotos.com/vector-
JoseAntonioBaptista.htm Acessado em 04/07/2022 a-deficientes-visuais/ Acessado em
images/roupas.html Acessado em
04/07/2022
04/07/2022
Fonte: https://www.cinemacego.
com/qr-code-no-mercado-damoda/
Acessado em 04/07/2022
Fonte: Acervo Pessoal
Acessado em
04/07/2022
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A concepção da saia e da etiqueta surgiu na ideia de integrar a peça a ser desenvolvida, que
ambos não segregassem grupo de consumidores deficientes visuais dos não deficientes, mas unissem
para possibilitar que uma mesma peça pudesse ser usada pelos dois grupos sem distinção. O objetivo
é que tanto a peça como a etiqueta, pudessem garantir autoestima e autonomia ao usuário, dessa forma
com o projeto de pesquisa, se desenvolveu a etiqueta multissensorial, que agregaria projetos já
existentes no mercado em uma única etiqueta, respeitando características de uma etiqueta comum
(tamanho reduzido, objetividade, especificações do produto). O material agregado, deveria trazer
aspectos do alfabeto brasileiro de letras, somado ao alfabeto em braile brasileiro, e ícones
representativos trazendo assimilação de cor e modelagem. As informações escolhidas para etiqueta
foram: cor, tamanho, modelagem, e QR code. Para cor utilizamos a representação projetada pela
empresa Feelipa, que tem um sistema de cor que procura torna mais simples, e de fácil manuseio para
deficientes visuais, utilizando-a de combinações geométricas. Para o tamanho foi utilizado a letra P
do alfabeto em braile já de compreensão e uso mundial. Na representação da modelagem, buscamos
algo ainda não inventado, partindo da ideia de que todos os símbolos fossem reproduzidos na peça
em alto-relevo, e lido pelo toque, de que representasse o desenho da peça, no caso uma saia com
apresentação geometria semelhante ao desenho técnico, para que o deficiente ao tocar na etiqueta não
precisasse apalpar a peça por todos os lados, para ter a noção de seus detalhes, evitando também que
alguém interferisse tirando a autonomia do momento. Buscamos trazer um QR para conter as
informações adicionais, como lavagem e especificações do tecido, para os que já se utilizam de
tecnologia. Para completar o projeto, foram colocadas as representações, de: tamanho, cor e
modelagem usando o alfabeto brasileiro de letras, para que dessa forma fosse compreendida pelos
dois grupos, em baixo de cada figura, de forma minimalista e funcional. Para fabricação da etiqueta,
cortou-se dois quadrados de tecido com a medida 6 cm por 6, e com 1 cm de margem de costura.
Redimensionei a imagem na medida 6 por 6 cm. E imprenso o molde em papel sulfite, separando o
QR. E Com o carbono marcando os símbolos no tecido passando cola. Juntaram-se as partes da
etiqueta e pregou-se na saia. Para os símbolos em alto-relevo foi utilizado cola para tecido, utilizando
o molde e fazendo camadas, já seco, criaram o relevo que seria lido pelo deficiente visual, finalizado
e seco costurou-se sobre a saia.
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Fonte:
https://drive.google.com/file/d/1NvG7zMevEf6t
titHYwbNV2S0pVVGEOr8/view? Acessado em
Fonte: Acervo Pessoal
04/07/2022
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4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Com base no exposto ao longo da pesquisa, foi possível observar como a moda evoluiu,
acompanhando a mudança de cada período histórico e se tornando a maior expressão de identidade
de um indivíduo.
Chegando a essa conclusão, foi levantada a problemática da dificuldade de um deficiente
visual em adquirir uma peça sem a ajuda de terceiros, pois, apesar de conseguir identificar a peça
através do tato, algumas informações, como cor, são impossíveis de serem identificadas sozinhas.
Como meio de resolução para problemática, foi criada uma peça com uma etiqueta em brille
e QR code, onde é possível ver todas as informações da peça de uma forma mais prática e autônoma.
A implementação dessa etiqueta traz independência para o deficiente visual na hora de fazer suas
escolhas, garantindo o direito de conseguir se expressar através de suas vestes.
REFERÊNCIAS
ROMA, Adriana de Castro. Breve histórico do processo cultural e educativo dos deficientes visuais
no Brasil. Revista Ciência Contemporânea, Guaratinguetá / SP, v. 4, n. 1, p. 1-15, jun./dez. 2018.
Disponível em: https://uniesp.edu.br/sites/_biblioteca/revistas/20190426090505.pdf. Acesso em: 4
jul. 2022.
SANA. Homens de Saia. [S. l.]: Moda de Subculturas, 1 set. 2010. Disponível
em: http://www.modadesubculturas.com.br/2010/09/homens-de-saia.html?m=1. Acesso em: 10 jul.
2022
WENDEL, Professor. Um olhar mais inclusivo. [S. l.]: Jornal Hoje em Dia, 14 nov. 2021. Disponível
em: https://www.hojeemdia.com.br/opiniao/professor-wendel/um-olhar-mais-inclusivo-1.867199.
Acesso em: 10 jul. 2022.