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This work was developed by students of the morning fashion design of The
University Anhembi Morumbi, during the Curricular Unit of Applied Studies dand
Fashion in October 2022. A study objective was created to indicate the main points
about The History of Clothing in and Gender Expression in fashion seeking to
consciously bring to the LGBTQIA+ audience, 2the view of historical and relevant data
about it.
Sumário
Introdução .................................................................................................................. 1
HISTÓRIA DA INDUMENTÁRIA NA ANTIGUIDADE ............................................... 2
Egito, Grécia e Roma e os valores estéticos ................................................... 3
Código da Indumentária
Diferença entre Indumentária e Moda: ........................................................................ 4
CULTURA DA APARÊNCIA E COMUNICAÇÃO: .................................................... 5
Orlando - Livro e Filme
Victor ou Victoria? – Filme ................................................................................ 6
Guerra fria e a influência na revolução sexual e feminina....................................7
Androgenia nos anos 70 e 80 + David Bowie...................................................8
O impacto da AIDS na moda masculina...............................................................9
Figuras..............................................................................................................10
Moodbooart...................................................................................................11
Conclusão.......................................................................................................12
Referências Bibliográficas .........................................................................13
INTRODUÇÃO
3
indumentária, s. f. (de indumentário). 1. História do vestuário. 2. Arte do
vestuário. 3. Sistema do vestuário em relação a certas épocas ou povos. 4. Traje.
(Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa, 1980, p. 964)
Estamos vivendo um momento revolucionário, no qual a masculinidade e os conceitos que há
tempo foram atribuídos ao gênero, tanto na moda como na sociedade, estão sendo
desconstruídos. Nas décadas passadas já tivemos algumas rupturas que contribuíram para tal
mudança, porém a liberdade de se expressar e opinar atualmente tem gerado debates que
favorecem uma visão mais ampla do que o corpo representa, independente ao gênero que ele
pertence. A aparência é uma das ferramentas de comunicação social mais influentes que
possuímos e que utilizamos sem nos darmos conta. As roupas, o cabelo, a forma de usar a
voz, a forma de expressão do corpo, tudo isso serve para comunicar aos outros quem somos, e
nos diferenciar como indivíduo.
HISTÓRIA DA INDUMENTÁRIA NA ANTIGUIDADE
A agricultura e a pecuária permitem ao homem a troca da vida nômade pela fixação ao solo.
A indumentária evolui junto, com a utilização do linho na produção de saiotes e de outras
peças para ornamentá-lo. As pessoas de classes mais baixas e os escravos andavam
praticamente nus.
Dentre os povos antigos destacam-se os egípcios, civilização teve como início cera de 4000
a.C, governado pelo Faraó.4 Sua alteridade absoluta e controladora se expandia a cada aspecto
da sociedade, incluindo a arte e a indumentária. A indumentária egípcia sempre foi vista pela
riqueza em suas vestes e ornamentos, como o linho tecido mais comum usado nas roupas por
ter uma forma leve e fácil de ser trabalhado, o algodão e a seda introduzida pelos gregos e
romanos, por volta de 323 a.C.
Em suas joias e ornamentos eram encontradas muitas cores e matérias diferentes e ambas
mulheres e homens usavam ouro, coral, pérolas, ágata, ônix, calcedônias conchas, contas e
flores. O uso de perucas também era usado como adornos de decoração para ambos os sexos.
Os historiadores afirmam que a Grécia foi para Roma como-o que Paris representou para a
Europa, isto é, o centro da arte e de estilo. Os gregos davam maior importância para valores
estéticos de suas vestimentas do que ao apelo sensual das mesmas. No entanto, a indumentária
grega era extremamente simples quando comparada com as demais do mundo antigo. Suas
vestes eram básicas e simples; a mais comum chama de quíton o vestuário era elaborado com
pedaços de pano retangular e a no geral era utilizados alfinetes ou brioches (fíbulas) para
juntar partes e realizar drapeados pois a roupas eram enroladas ao corpo a costura envolvida
era mínima.
Assim como nas artes, eles procuram realçar a beleza das formas humanas contudo, a nudez
não é considerada vergonhosa os homens por exemplo cuidavam do físico com a ginástica – o
exercício físico que costumavam praticar nus.
Sólon (c. 640-559 a.C.) criou uma lei que proibia a venda de
óleos perfumados para homens atenienses. Entretanto, Plutarco
revela que Licurrgo baniu os cosméticos de Esparta, alegando
que pintar os corpos corrompia a masculinidade. (Bronwyn
Gosgrave.História da Indumentária e da Moda, p.50)
Palavra faraó deriva do antigo termo egípcio per _ a, que significa grande casa originalmente, fazia referência ao
palácio e não ao rei.
Roma, fundada no século VIII a.C., adquiriu muitos costumes e valores gregos, sendo o luxo
uma das principais características de sua indumentária, também sem compromisso de sedução
por sua simplicidade. A peça mais marcante foi a toga, que indicava a posição social do
usuário: quanto mais volumosa, mais alto era o nível da pessoa pois com isso era, necessário a
ajuda de um escravo para dobrá-la.
Código da Indumentária
Orlando é um livro de 1928, que foi adaptado para o cinema em 1992. A obra traz
questões muito atuais, que começavam a entrar em pauta no início da década de 90
(Transgêneros). A autora aborda assuntos como gênero e sexualidade com representações
históricas de maneira espirituosa e feminista. (Visualizar figura 3)
Acompanhar as transformações da sociedade é uma experiência muito interessante, e
isso foi entregue pelo filme através dos tons neutros do início que foram ficando coloridos e
diversificados no decorrer da história, assim como a fotografia impecável, os figurinos
belíssimos, a androginia que é inserida com naturalidade e muitas cenas parecem terem sido
pintadas à mão. Conforme os séculos passam, vemos o personagem se adaptar a diferentes
contextos históricos e assumir diversos papéis na sociedade inglesa, tudo muito rico em
detalhes. (Visualizar figura 4).
Em uma cena em que Orlando entra num jardim e sai dele, conseguimos ver claramente
que o tempo se passou graças à genialidade do figurino. (Visualizar figura 5).
O filme levanta discussões sobre as ambiguidades da identidade de gênero e suas
relações com a condição humana, o feminino e o masculino e como as pessoas são forçadas a
se encaixar nesses “papéis”. Como um homem reagiria quando imposto a ele ser uma mulher?
Bom, isso foi aceito sem sustos, e na cena ele fala com naturalidade "Outro sexo, mesma
5
Falar de masculino e feminino, é um julgamento de valores definido em um contexto social e cultural. As
transformações do corpo, tanto de tatuagens e piercings, quanto as mudanças de sexo são maneiras de expressar
a verdadeira identidade do ser humano, e ir além dos preceitos impostos pela sociedade, estabelecendo uma das
primeiras etapas para o reconhecimento social.
pessoa". Orlando vai de um homem machista do século XVI a uma mulher moderna do século
XX... (Visualizar figura 6).
Como homem, conquistou títulos, propriedades e muito respeito pela sociedade. Mas
como mulher, perdeu tudo isso, ele, agora ela, vivenciou as dificuldades impostas às mulheres
da época. ... (Visualizar figura 7).
Virginia Woolf é considerada uma grande inovadora da literatura. Nos seus trabalhos
experimentou o fluxo de consciência e a psicologia íntima nas questões emocionais dos seus
personagens. (Visualizar figuras 8,9)
Após a Segunda Guerra Mundial, sua reputação caiu bruscamente, mas a sua
importância foi restabelecida com o crescimento da crítica feminista na década de 1970.
Orlando é um dos romances mais leves de Virginia Woolf, caracterizado por subverter as
noções de identidade e de historicidade.
A década de 1930 foi definida por um sentimento de crise após eventos como a Crise de
1929, o início da Guerra Civil Espanhola, o avanço de teorias de superioridade raciais e a
ascensão do nazismo na Alemanha. Esse sentimento de tensão e angústia frente a uma crise
internacional se materializaram na Segunda Guerra Mundial. O que levou ao aumento de
publicações de romances históricos, e de obras teóricas sobre o gênero.
A cineasta Sally Potter manteve o filme fiel a obra original, usando recursos pós-
modernos para buscar uma semelhança com o livro, os recursos da semiótica fílmica
enriquecem a obra superando o livro. É possível perceber a existência de outros subtextos
dentro do roteiro que foram tratados por Sally Potter de forma irônica e bem-humorada.
(Visualizar figura 10).
A cineasta conduz a audiência com um transgressor conto de fadas, expondo o
imaginário popular e arquétipos que são sutilmente retrabalhados no filme.
Certas trilhas míticas que a adaptação fílmica de Potter sinaliza é um desafio que a
leitura propõe, sugerindo uma tomada de consciência social e política por parte do receptor.
Victor ou Victoria? É uma nova versão do filme alemão de 1933 Viktor und Viktoria.
Que teve a sua versão americana, dirigida por Blake Edwards em 1982. É um filme
extremamente moderno e com uma narrativa que trata de tabus sem perder o bom humor.
(Visualizar figura 11).
O transformismo é uma das principais mensagens do filme, é uma prática que existe há muito
tempo, mas que sempre foi alvo de chacota e preconceito. Mas que se manifesta no enredo
com naturalidade, demonstrando que todos temos lados femininos e lados masculinos.
O filme também conta com um visual incrível, um figurino espetacular e uma fotografia
eficiente, e foi indicado a sete Oscars, sendo um de melhor figurino. Nessa época a temática
do transformismo e do travestismo estava na ordem do dia hollywoodiano. (Visualizar
figura12).
Tudo começa em 1934, Vitória (Julie Andrews) é uma cantora lírica de alcance vocal
impressionante, que por mais talento que possua não consegue ninguém para lhe dar uma
chance. Ela conhece Carroll Tody, um cantor homossexual que tinha acabado de ser demitido
da casa de show onde se apresentava, depois de uma apresentação considerada “muito gay”, e
uma discussão com alguns clientes. (Visualizar figura 13).
As roupas de Victoria acabam encolhendo após eles pegarem uma chuva, e ela tem que
usar as roupas do novo amigo para voltar para casa. É então que Todd tem a grande ideia de
transformar Victoria em uma estrela dos palcos, ela se passaria por um homem, Conde Victor
Grechinski, conhecido por seu trabalho como transformista67. (visualizar figura 14,15).
Mas ela aceita a ideia e passa a se vestir como homem, e isso não incomoda ela nem um
pouco. Depois de um tempo ela está completamente dentro do papel, tudo graças ao fato da
personagem também ter aspectos masculinos na sua personalidade. Mostrando que não existe
nenhuma regra do que é feminino ou masculino, além dos genes e órgãos sexuais. E isso não
quer dizer mais tanta coisa. Pessoas se apaixonam por pessoas independentemente de seu
sexo. (Visualizar figura 16).
Isso é levantado quando King Marchand, um homem heterossexual completamente dentro dos
padrões de masculinidade da época, começa a questionar sua sexualidade quando percebe que
está apaixonado por um homem que se veste de mulher. Em uma parte do filme Marchand
aceita Vitor sendo homem, mesmo já sabendo que Victoria é uma mulher, e a partir desse
6
"Uma mulher fingindo ser um homem fingindo ser uma mulher.”
ponto eles assumem um relacionamento, levando a uma conclusão de que, quando se trata de
gênero e atração, é melhor libertar sua mente e se livrar de velhos conceitos. “Você é um tipo
de homem e eu sou outro.”
O fato de Blake Edwards conseguir que uma estrela como James Garner interpretasse
um cara questionando sua própria heterossexualidade representou algum tipo de triunfo para o
progressismo no início dos anos 80 em Hollywood. (Visualizar figura 17,18 e 19).
Julie Andrews, já é imortalizada em papéis protagonistas em filmes como A Noviça
Rebelde e Mary Poppins, surge em Victor ou Victoria emulando David Bowie e Marlene
Dietrich, num desempenho que ajudou a dar maior versatilidade ao seu currículo já
diversificado, trabalhando a ideologia de gênero dos anos 80.
9
FORENZA, E. LUTA DE CLASSES, GÊNERO E REVOLUÇÃO. Revista Práxis e Hegemonia Popular, v. 3,
n. 3, p. 21–32, 23 jul. 2020.
especialmente na Rússia, mesmo com pouco acesso a fotos, o estilo dela inspirou muitos
designers do outro lado da cortina de ferro. Em 2012 no Kumu Art Museum, a exposição
“Fashion and the Cold War” foi colocada a mostra diversos modelos inspirados na primeira-
dama, incluindo um inspirado no que ela usou para o funeral de seu marido (Visualizar figura
22, o vestido preto). Nos anos 60, comparado com o início da União Soviética, as pessoas
tinham um pouco mais liberdade para se expressar utilizando a vestimenta, mesmo assim
muitos faziam suas próprias roupas pois as lojas não ofereciam muita variedade e os melhores
tecidos não eram tão acessíveis já que vinham do Ocidente10. (Visualizar figura 23).
Figura 2
Figura1
Figura 3
Figura 5
Figura 4
Figura 7
Figura 6
Figura 8
Figura 9
Figura 13 FiguraFigura
14 12
Figura 10 Figura 11
Figura 15
Figura 14
Figura 17
Figura 16
Figura 19
Figura 18
Figura 20...A mulher do futuro fará da Lua um lugar Figura 21... Propaganda de calças Drancom 1960
Figura 23
Figura 22
Figura 24....(Marc Bolan) / (Iggy Pop) / (Lou Reed)
Figura 26.. (1970 - Capas do LP “The man who sold the world” a original e a censurada, respectivamente)
Figura 27... (1971 - David Bowie e Angie Bowie com seu filho Duncan Jones (na época Zowie)
Figura 28
Figura 29... (New York Dolls) / (Dee Snider vocalista do Twisted Sister)
figura38..(Eminem)
Figura40...(Kurt Cobain)
Figura 42... (Thom Browne Spring/Summer 2023 Menswear – Paris Fashion Week)
Moodbooart
CONCLUSÕES
Conclusões
BEAUVOIR, Simone. O Segundo sexo – fatos e mitos; tradução de Sérgio Milliet. 4 ed.
São Paulo: Difusão Europeia do Livro, 1980.
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[Resenha] Orlando. Reino Literário, 2018.
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