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40 minutos
INTRODUÇÃO
Vamos desbravar o fascinante estudo da evolução humana, pela perspectiva histórica da indumentária e da
moda. Nesse universo intrigante, desde os primórdios até a contemporaneidade, a humanidade buscou cobrir
seus corpos, seja como forma de proteção e/ou destaque entre seus pares. Ao compreender os fatos históricos,
do passado ou do presente, e a maneira que influenciam e impactam a vida das pessoas, entenderemos
algumas definições e opiniões neste setor tão cativante e envolvente que é a moda. Você será capaz de
desenvolver produtos e adquirir conhecimentos para a transformação do nosso futuro. Então, se está
preparado para entrar nesse mundo fantástico e envolvente, vamos viajar no tempo e espaço, desvendando os
mistérios da moda e da indumentária.
Bons estudos!
Quando nos colocamos na posição de investigadores em relação ao passado, procuramos averiguar os fatos e
as evidências encontradas no percurso da investigação e, assim, compreendendo os eventos de nossa atual
realidade na expectativa de tentar entender os acontecimentos futuros. Afinal, segundo Orwell (2005, p. 36)
“quem controla o passado, controla o futuro”.
É interessante descobrir que fazemos parte da história e, às vezes, nem percebemos. Hoje, vivemos um período
de transformação social e cultural. Vivemos uma nova Revolução Industrial - Tecnológica -, mas não paramos
para observar, por causa da correria do dia a dia, de nossos afazeres e comprometimentos, que estamos
fazendo história.
É muito comum que, ao falarmos de Revolução Industrial, venha à nossa mente o mundo na segunda metade
do século XVIII e a criação do sistema fabril mecanizado (Figura 1), o advento da máquina a vapor, encerrando
Fonte: Freepik.
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Vivemos tempos diferentes do século XVIII, em uma era mais tecnológica e com rápidas transformações e, com
o avanço significativo da informática com suas infinitas possibilidades, o homem vai se adaptando e interagindo
e, ao mesmo tempo, construindo a sua história segundo o seu próprio referencial de conhecimento e
desenvolvimento cultural.
Assim, para cada uma dessas culturas, o tempo cronológico e o tempo histórico apresentarão diferenças, sem
desmerecer nenhuma delas. Uma civilização rica e poderosa terá meios e recursos que a levem a um
determinado patamar, tornando-a responsável pela divulgação dessas mudanças; contudo aquela que não
pode contar com tantos recursos tecnológicos avançará na razão direta em que os seus habitantes vão
aprendendo e conhecendo as tecnologias vigentes.
Logo, para cada período, para cada era, um sinal, uma teoria, uma descoberta se farão presentes, o que a
destaca das demais transformando o tempo histórico no qual a humanidade vai interagindo.
Ao estudarmos a História, vamos encontrar algumas divisões de tempo. Como parte importante dela, temos na
Indumentária seu papel de identificação de um determinado período, nas divisões estabelecidas culturalmente;
são elas: pré-história (antes de 3.500 a.C.), Idade Antiga (3.500 a.C. até 476 d.C.), Idade Média (476 d.C. até 1.453
d.C.), Idade Moderna (1.453 d.C. até 1.789 d.C.) e Idade Contemporânea (1.789 d.C. até os dias atuais).
Portanto, estudaremos esses períodos e desfibrilaremos cada um, fio a fio, mergulhando nos principais
VESTUÁRIO NA PRÉ-HISTÓRIA
Desventurando o período dos nossos ancestrais homens da caverna, tempo em que a evolução humana já
apresentava mudanças comportamentais e estruturais que os homens foram adquirindo ao longo do tempo.
Com o desenvolvimento da raça humana, o abandono do nomadismo, o início da cultura agrícola e o domínio
do uso do fogo fez com que os primeiros homens pudessem se relacionar com outros de sua própria espécie
através de códigos visuais de informações (Figura 2), uma vez que a fala como conversação ainda estava em
seus primórdios.
Fonte: Shutterstock.
Segundo Fiorani (2007, p. 12) “a roupa é vista como uma segunda pele a demarcar o papel do ser humano na
sociedade”, logo, serve tanto para enquadrar o indivíduo em um grupo, como para diferenciá-lo dos demais
membros da sociedade. A roupa passa a ser um invólucro, carregado de simbolismos. Para Castro (2003, p. 63),
que compartilha dessa ideia, "[...] moda, roupa e indumentária são meios pelos quais as pessoas comunicam,
não só coisas, tais como sentimentos e humores, mas também valores, esperanças e crenças dos grupos sociais
a que pertencem". Assim, através do vestuário, os indivíduos sentem-se capazes de “transformar” o exterior.
Para nos posicionarmos histórica e cronologicamente, estamos nos referindo ao período que de 4.000 anos a.C.,
aproximadamente, quando a humanidade necessitou criar soluções para seus problemas, como a cobertura
corporal como umas das soluções para seus problemas.
daquela época, registrando as razões que levaram a humanidade a cobrir seus corpos com um vestuário,
mesmo que, naquele instante, não tivesse tal denominação social. Os motivos que nos levam ao vestuário pré-
intempéries do tempo, enquanto ele, com seu pelos e o corpo sensível, passava por terríveis provações. Logo,
passou a se utilizar das peles e do couro dos animais abatidos nas caças que, agora, não serviam apenas para a
alimentação. Como adorno, o uso de sementes, folhas, plantas, chifres e o próprio couro dos animais abatidos
eram utilizados para enfeitar, ornamentar e identificar aqueles que os empunhavam.
Fonte: Shutterstock
O uso desses ornamentos serviu, como exposto acima, para diferenciar as espécies e as sociedades da época.
Um chefe que portava, por exemplo, uma cabeça de tigre de dente de sabre sobre seus ombros passava a
mensagem para todos os seus oponentes que teriam que enfrentar alguém que já matou um animal de
tamanha envergadura. E, em relação ao pudor, os habitantes daquele mundo pré-histórico, com o passar do
tempo e em determinadas culturas, viram-se nus e acuados entre seus pares. Logo, trataram de cobrir suas
partes íntimas, para as quais valores religiosos de todas as vertentes possíveis também intensificaram o hábito
de cobrir os corpos, tornando-se parte da educação e da moral de vários grupos sociais.
Essas três características do vestuário na pré-história são as que mais se destacaram durante todo esse período
em que a sociedade humana estava se entendendo como criatura capaz de se sobrepor aos animais e com
longo da evolução humana, relacionando o desenvolvimento de uma indumentária própria para cada período
histórico.
A roupa é denominada a segunda pele ao identificar o ser humano e o seu papel dentro de uma sociedade, com
o propósito de o relacionar a um determinado grupo social, e/ou se diferenciar dos demais. Segundo Fiorani
(2007, p. 22) “Os produtos consumidos são recursos, que podem assumir ampla gama de significações, inclusive
pontuar diferenças e semelhanças entre os indivíduos dentro de uma determinada sociedade”.
O que chamamos, hoje, de moda está relacionado ao entendimento do que ela capta nas ações de seus
multiplicadores, nas imagens de um passado, com o objetivo de desvendar o próximo passo a ser dado, no afã
de descobrir qual será o look, as cores, as texturas que predominarão na próxima tendência. Deparamo-nos
com as infinidades de referências ao longo das mostras, feiras, exposições e desfiles que se multiplicam nos
lugares mais descolados e de vital importância para a divulgação dos produtos das mentes criativas dos
renomados estilistas.
última gota de água nessa contradição que é a moda, é que ela expressa muitas vezes
com sucesso o individual.
— (WILSON, 1989, p. 25)
Nos dias de hoje, não apenas no mundo da moda, mas na sociedade como um todo, nesse momento de
diversidade e igualdade das atuais questões de gênero, a moda é um dos fatores relevantes para se inspirar e
demonstrar o engajamento com essa nova realidade que a sociedade enfrenta através das sexualidades das
roupas. Desde pequeno, aprende-se que as roupas dão identidade e personalidade, introjetando ideias sobre o
próprio corpo. No método sucessivo desse significado, o vestuário usado em público pelos adultos torna-se,
afinal, um gesto sexual mútuo, em um mundo cada vez mais diversificado.
Indumentária podemos falar que é a arte do vestuário, um conjunto de peças de uma determinada época,
região ou povo. A roupa tem como designação genérica as peças de vestuário que, por sua vez, trata-se de um
conjunto de peças das roupas que vestem, tornando a moda um veículo de comunicação.
Fonte: Stock.Adobe
Fonte: Shutterstock.
Figura 6 | Vestuário.
Portanto, todos esses procedimentos estabelecem uma fantasia inconsciente, que é o espetáculo da moda!
Intrigante, fascinante e envolvente, ela nos faz caminhar em sua direção sem medo do desconhecido,
despertando o nosso mundo interior, revelando-se ao mundo exterior.
Neste vídeo, vamos analisar o que nos faz viver intensamente e o que nos envolve no universo maravilhoso da
moda e suas vertentes. Por que nos tornamos vítimas da moda?
ESTUDO DE CASO
tecelagem deseja uma proposta de divulgação de seus produtos aos clientes. Seu desafio é fazer com que os
clientes reconheçam a tradição da tecelagem, somada às inovações que o mercado da moda exige e que ela
oferece.
Como você cumprirá esta atividade?
sugerir a realização de um desfile temático, seguindo uma ordem cronológica, desde a fundação da tecelagem
até os dias atuais, apresentando os produtos de cada época, com suas respectivas músicas e imagens que se
destacaram culturalmente em um Datashow, apresentadas em looping, até os dias atuais, sempre utilizando
dos tecidos do acervo da tecelagem.
Saiba mais
Temos a possibilidade de nos aprofundarmos na história do mundo através da visitação de Museus, alguns
42 minutos
INTRODUÇÃO
Vamos iniciar nossos estudos do período da Antiguidade do nosso mundo, quando, nos primórdios dos tempos
– por volta de 2.000 a. C. -, as civilizações estavam estabelecendo cidades, criando suas legislações, suas artes e
culturas. O vestuário não podia deixar de contribuir para o desenvolvimento daquelas sociedades. Na medida
em que as cidades cresciam através da exploração do comércio – do escambo – e da troca de culturas, os povos
foram absorvendo os signos e as características de cada canto daqueles vales montanhosos. Este nosso passeio
pela história vai auxiliar você na construção do repertório informacional, elemento crucial para um profissional
da moda.
Sendo assim, vamos juntos viajar por entre as planícies e os vales da Mesopotâmia, adentrar à Civilização Persa
e seus fascínios, identificando suas influências na atualidade.
Vamos começar.
POVOS DA MESOPOTÂMIA
Ainda no período Neolítico, podemos dizer que as civilizações estavam se adaptando à vida em comunidade,
onde praticavam o cultivo de grãos e de criação de animais domesticados e para o abate. O que sobrava dessa
produção era negociado com outros povos. Todos os avanços favoreceram o nascimento das primeiras
civilizações da região do Oriente, entre o Egito e o Irã.
A Mesopotâmia, entre os rios Tigre e Eufrates, é uma região também conhecida como berço de civilizações,
como Sumerianos, Assírios e Babilônicos. As cidades desenvolviam-se nas margens desses volumosos rios,
tendo-os como fonte de água potável, de meio de transporte e de irrigação de suas colheitas.
Eram povos guerreiros e que possuíam grandes conhecimentos na área da astronomia e da geometria. Na
religião, eram politeístas – culto a vários deuses –, promovendo sua adoração por meio da construção de
magníficos templos religiosos. Era uma sociedade dividida em castas, ou seja, não era permitida a mistura de
classes sociais, com um soberano como responsável por todo o poder: político, militar e religioso. Na base da
pirâmide social, estavam os trabalhadores, camponeses e escravos que eram os responsáveis pelos plantios e
construções dos monumentos públicos.
As referências que temos dos vestuários dos povos que habitavam a Antiga Mesopotâmia e seus entornos vêm
conforme podemos observar na Figura 1, que nos mostra a indumentária dos sacerdotes assírios.
Fonte: Pixabay.
No esplendor dessas civilizações, como observado por Köhler (1993, p. 56) “os povos da Mesopotâmia já
produziam e preparavam suas peças de vestuário com a manufatura das fibras naturais, sendo que o algodão e
o linho eram as mais utilizadas”, além da lã dos animais; o couro, por sua vez, fazia-se presente nos calçados,
cintos e em outros utensílios (Figura 2).
O cinto normalmente era utilizado para distinção entre as camadas da sociedade, e poderiam se apresentar
também como enfeites diversos em toda a extensão de suas roupas, conforme sua classe social. Almejando
mostrar posição na sociedade, “fazia-se uso de acessórios, brincos, braceletes e pulseiras com certa
suntuosidade, destacando-se das classes menos favorecidas” (KÖHLER,1993, p. 57).
Fonte: Wikimedia.
Os povos desta região conhecida como Mesopotâmia tiveram seu apogeu cultural no reinado de
Nabucodonosor (605 a 562 a.C.) que prosperou deixando um legado de construções lembradas até os dias
atuais pelo seu esplendor e beleza, como os Jardins Suspensos da Babilônia. O Império Babilônico transformou-
se em grande estadista e militar – conquistou Jerusalém (586 a.C.), mas acabou sendo derrotado pelos persas,
em 539 a.C.
Com esses conhecimentos, esperamos que você tenha se inserido nesse universo tão distante, mas também tão
significante para compreendermos melhor o caminho que a indumentária traçou ao longo desses séculos. Bons
estudos!
Para que você, estudante, possa entender melhor como foi a criação e o desenvolvimento dessa região, assista
ao vídeo no qual falaremos e demonstraremos como surgiu essa civilização e suas peculiaridades na área do
vestuário e da indumentária.
As sociedades da Antiguidade eram marcadas por regras sociais impostas pelo viés mitológico, sendo os deuses
responsáveis pela fartura e o sucesso de uma cidade e/ou coletividade. Muitas cidades foram fundadas sob
mitos inalteráveis, que, pelo medo do castigo, não eram questionados. Nessa perspectiva, os homens eram
entendidos como sujeitos das entidades míticas, proibidos de mudar ou omitir a história.
Os povos do Oriente, destacaram-se por possuir uma linha de raciocínio mais abrangente, suas
cidades eram organizadas por um líder responsável pela gestão e prosperidade. Para isso, não
hesitavam em tomar à força as terras e os conhecimentos de outras cidades através das guerras.
Em condições de paz, praticavam o comércio a partir da troca do excedente da produção.
aperfeiçoando as técnicas de irrigação”. Assim, os Sumérios iniciaram uma nova civilização levando em conta
seus conhecimentos de técnicas arquitetônicas, representados nas construções de templos com o uso de
formas sofisticadas. Essa civilização também fez uso de registros gráficos (Figura 3), principalmente utilizando a
escrita cuneiforme (que é a escrita com formato de cunha realizada em placas de barro), deixando seu legado e
Fonte: Stock.Adobe.
Destacamos na indumentária dos Sumérios o uso constante de peles de animais, sendo a lã a sua principal
fonte, presente em diversos trajes: nas franjas, nos xales de tamanhos variados enrolados sobre o corpo e sem
um ombro. Usavam também muitas saias, mantos e capas. Os homens destacavam-se por possuírem a cabeça
raspada por completo, e a barba frisada e com o dorso nu; as mulheres usavam trajes longos que cobriam o
colo, como uma espécie de véu, e tinham cabelos longos e frisados. Naquela sociedade, as mulheres casadas
tinham que usar véus e adornos de cabeça quando saíam às ruas, costume que se mantém atualmente em
cintura com a pele de carneiro. “Eram tufos torcidos com a lã da pele, dispostos simetricamente em babados.
Mais tarde, a tanga transformou-se em saia, e os tufos se resumiram a uma franja (KÖHLER, 1993, p. 105). Os
Assírios eram outra civilização da região da Mesopotâmia que tinha apreço por uma boa disputa, não
poupavam recursos bélicos nas suas conquistas e, dessa forma, acabaram por dominar aquela região, em 1450
a.C.
Vale lembrar que, alguns povos, faziam uso da guerra como prática de veneração aos seus deuses e de manter
a supremacia entre seus adversários. Nesse método de travar suas intermináveis guerras conquistando os
Caldeus vemos o ressurgimento do novo Império Babilônico; já o Império Persa foi marcado pelo controle e
Ao longo do vídeo vamos compreender como os Sumérios conviviam com outras tribos daquela região. Vamos
Ao longo dos nossos estudos, vamos conversar sobre uma civilização extremamente importante para o
desenvolvimento da região da Mesopotâmia, os Persas (Figura 4). Este povo constituiu o maior império da
Antiguidade, estabelecendo-se praticamente em toda a Ásia Menor, e dominou por cerca de 2000 anos toda a
região.
Utilizando-se de uma maneira própria de administrar seus territórios, criou um sistema monetário, com uma
moeda única, que facilitou o intercâmbio do comércio entre os povos sob o seu domínio, aprimorou as estradas
ligando as cidades, facilitando a troca de mercadorias e, principalmente, as informações entre seus distritos.
Mesmo após dominar uma nova civilização, os Persas permitiam que os cidadãos continuassem a seguir seus
hábitos e costumes, seus deuses e línguas, mas exigiam um tributo. O pagamento de impostos garantiu a
ampliação dos domínios do império, sua prosperidade e a difusão da cultura persa através de seus artesanatos,
arquitetura, tapetes e pinturas.
Fonte: Stock.Adobe.
Com isso, podiam ter uma vestimenta com mais conforto e medidas melhores. O fato é que, isso trazia alívio ao
utilizar uma calça que ficava firme nas pernas, facilitando a caça, por exemplo; possuíam também túnicas e
casacos. As mulheres também se vestiam da mesma maneira. Calçados eram parte do vestuário normal, sendo
ricamente elaborados com pedaços de couro cru; os que eram de uma classe social mais abastada tinham os
calçados ricamente bordados.
Como em toda Mesopotâmia, os trajes serviam para distinguir as pessoas umas das outras. Outro adorno que
também permitia a distinção era o gorro profundo que alcançava as sobrancelhas e eram bordados com
cordões e fitas coloridas, contudo, as cores azul e branco estavam restritas à família real (KÖHLER,1993, p. 127).
As roupas dos homens tinham mangas amplas e presas por um cinturão de couro, o mesmo material era usado
para os sapatos. As túnicas podiam ser de lã ou seda; e já se fazia o uso de roupa de baixo. Tinham cabelos e
barbas cacheados e cobriam a cabeça e o pescoço com um pano de linho branco; na maioria das vezes, usavam
chapéus.
Na vestimenta feminina encontramos algumas similaridades com a veste masculina. Köhler (1993, p. 127)
revela-nos que “a vestimenta feminina persa era composta por calças amplas e saias. Cobriam o rosto com o
rehend de percal, uma espécie de turbante. Usavam henna nos pés e nas mãos. O cabelo era volumoso e
crespo e usavam maquiagem para se enfeitar”.
Por volta de 2334 a.C., os Acadianos dominaram as principais vilas daquele território, conquistando os povos de
origem semita que habitavam a região central da Mesopotâmia. Ao centralizar o poder, formou-se o império
Acádio. Levou esse nome em referência ao nome da capital do império, que era Acad. Ao conquistarem os
sumérios, levaram consigo parte de seus aspectos culturais, como a escrita. Seu reinado durou por volta de dois
séculos.
Fonte: Shutterstock.
ESTUDO DE CASO
Olá, estudante, aqui no estudo de caso você terá a oportunidade de aplicar os conhecimentos adquiridos
Existem várias maneiras de atender a esse estudo de caso. Podemos organizar uma palestra com animações e
imagens transmitidas em um telão, ao mesmo tempo que vamos falando a respeito do tema proposto. Pode-se
relacionar cada momento com uma roupa - previamente relacionada por você, através de seus conhecimentos
da indumentária daquele povo específico - que demonstre tal acontecimento. Ainda, você pode finalizar
Saiba mais
Aqui no “Saiba mais” você tem disponível um conteúdo extra produzido para que você aprofunde um
pouco mais do que já foi explorado anteriormente.
Bons estudos!
• Os 7 estilos universais - como encontrar o seu estilo - Thays Lessa.
• CIVILIZAÇÃO PERSA (ANTIGUIDADE ORIENTAL)
Aula 3
44 minutos
INTRODUÇÃO
Iniciaremos nossos estudos num período em que as civilizações eram formadas através das partilhas culturais,
transações comerciais e disputas territoriais que, ao longo do tempo e de suas conquistas, foram
transformando significativamente as coisas à sua volta.
Este caminho lhe garantirá, como profissional, um olhar mais acurado da relação entre moda e história. Vale
lembrar que a indumentária também participou ativamente no progresso e nas distinções culturais dos povos,
pois, em uma sociedade sem moda, as expressões estéticas são resultantes da tradição passada de geração em
geração, dentro de uma mentalidade coletivista, que segue regras de imobilidade, repetição de modelos na qual
o conservadorismo é predominante. Foi assim que as civilizações da antiguidade legitimaram o seu legado
ancestral. Encontraremos na população cretense uma valorização da continuidade social de suas culturas e
costumes. Vamos, então, entender o papel dessa civilização e seu legado para a posteridade.
através de um intenso comércio em seus prósperos portos. O domínio marítimo dos cretenses foi um dos
destaques que os levou ao progresso e à garantia de sua supremacia no posicionamento comercial perante
Um dos exemplos da relevância feminina na cultura cretense estava na religiosidade, dando-lhes o prestígio de
serem as responsáveis no culto à Grande Mãe, uma deusa cultuada pelos cretenses, relacionada à fertilidade
das terras e dos ventres maternos. Havia também culto a outros deuses e figuras mitológicas, com destaque
para a lenda do Minotauro – figura alegórica de um ser metade touro e metade homem – que habitava um
labirinto na ilha de Creta, construído e idealizado por Dédalo, a pedido do rei Minos para que os habitantes da
ilha pudessem ficar seguros e prosperar em seus comércios. Reza a lenda que esse touro foi morto por Teseu.
Toda essa influência mitológica e a importância do touro na cultura cretense foram registrados nos afrescos
(Figura 1) encontrados nas ruínas de alguns prédios onde se pode verificar ornamentos com chifres e imagens
desse animal. Além do culto como divindade, várias festas eram realizadas em sua homenagem. Vale destacar
que Creta era considerada uma cidade Estado, ou seja, possuía um governo monárquico liderado por um rei.
Fonte: Stock.Adobe.
arquitetura teve seu apogeu na construção de enormes e suntuosos palácios e templos, com escadarias,
corredores e jardins sempre luxuosos e demasiadamente ornamentados.
No que se refere à indumentária e aos usos e costumes daquela sociedade, Souza (2019) destaca o uso de
barbas e cabelos que produziam aspectos estéticos inspirados em heróis e deuses de seus contos mitológicos,
os quais serviam para identificar esse povo, uma vez que os chamados bárbaros usavam os cabelos
embaraçados e despenteados. Outra característica importante desta sociedade era a maneira como se
perfumavam. Eram utilizados óleo extraídos de ervas aromáticas, como almíscar para cabelos e roupas, como
forma de valorizar sua religião, pois criam ser a essência perfumada um presente dos deuses.
Neste vídeo vamos conversar mais a respeito dessa grande civilização do mundo antigo, os cretenses e sua
cultura milenar, que influenciou toda a região da Mesopotâmia. Vamos interagir comentando suas conquistas e
valorizando sua história.
Na sociedade cretense, como era muito comum naquele período histórico, a base da economia estava no
comércio de seus produtos e mercadorias com as outras civilizações que circundavam a ilha, uma vez que
estavam em rota para o continente. As transações não se limitavam simplesmente às mercadorias, também
eram essenciais as trocas culturais que, aos poucos, transformaram o cotidiano dos cretenses. As mudanças
eram lentas, mas contribuíram para construção de uma nova tradição
Em uma sociedade centralizada no poder do Estado, como era a de Creta naqueles dias, criavam-se hierarquias
e divisões sociais, caracterizadas inclusive por padrões estéticos, afirmando as tradições, impedindo a
diversidade criativa e a autonomia do gosto. Assim, “o adorno pessoal é praticamente o mínimo e simplificado,
não havendo possibilidade de elementos fantasiosos que destacavam a imagem produzida, embora
acreditassem na sagrada conotação dos tecidos, cores e adornos, mas exclusivamente para seus rituais
religiosos” (KÖHLER, 1993, p. 254).
Podemos entender como indumentária cretense o traje masculino, praticamente composto por uma tanga com
um cinto e o torso normalmente nu. Segundo alguns registros históricos, era comum que as mulheres de classe
a exposição do dorso nu era uma característica bem marcante nos dois sexos, tinham
ainda uma cintura bem afinada, devido ao uso constante de cintos que afunilavam a
cintura desde cedo, na infância; outra característica igual para ambos os sexos era o
uso de cabelos cacheados e compridos.
— (KÖHLER, 1993, p. 270)
Muito embora as mulheres cretenses gostassem de adornar seus cabelos com turbantes feitos com tecidos
enfeitados, ou utilizando tiaras, era costume o uso de “saias” sobrepostas em camadas sobre aventais. Era
usada, geralmente, na parte de cima, uma espécie de jaqueta que deixava os seios livres e à mostra. A
sobreposição dessas camadas, davam-lhe o formato de um sino, com a cintura afinada e ampliando-se até a
base da saia. Essas saias tinham babados onde se aplicava a técnica do plissado. “Essas camadas de saias
ficaram conhecidas como Volantis” (KÖHLER, 1993, p. 271).
Esse tipo de vestimenta (Volantis) encontramos representada nas esculturas da Deusa das Serpentes, cujo traje
é composto por uma sobreposição de saias que vem da cintura, abrindo-se em camadas, dando uma
configuração na forma de sino, com o dorso nu e com os seios à mostra.
Fonte: Wikipedia.
com ele”. Dessa maneira, a indumentária reitera sua importância como fator comunicacional nas relações
socioculturais das antigas civilizações, baseada no uso e associação de signos e significados. Destaca-se na
civilização cretense, além do vestuário, os ornamentos de cabeça, o uso de joias e acessórios que, ao serem
costurados nas roupas, traziam altivez e brilho pelo movimento de suas peças e balanço de seus cabelos
estilosos.
Vamos nos aprofundar nas pesquisas de tendências que apontam para o uso da civilização da antiguidade
como fonte de inspiração da elaboração dos estilistas ao lançarem suas peças no mercado.
A cultura e os costumes dos povos da antiguidade sempre guiaram os criadores de moda no desenvolvimento
de suas coleções. Não apenas na área da moda, mas praticamente em todas as áreas – arquitetura, design,
engenharia, entre outras – nas quais o conceito do belo, da harmonia e da estética se fazem presentes; todos
bebem da mesma fonte de inspiração poética. Com a rica cultura do povo da ilha de Creta não poderia ser
diferente, e muito contribuiu para a idealização dos estilistas que buscaram, no passado, a construção de seus
ideais estéticos.
Na sociedade contemporânea, repleta de informações a todo momento e que faz uso das novas tecnologias
para mergulhar a fundo em temas tão diversos e envolventes, não faltam subsídios para criar produtos
conceituais e comerciais. Hoje em dia, é possível buscar informações em diversos sites de pesquisa, plataformas
especializadas e redes sociais, de acesso pago ou gratuito.
Laver (2005) comenta que, na sociedade em que a moda está conceituada, existe respeito à variedade estética,
cada vez mais diversa – buscando um refinamento do gosto e do aguçar dos sentidos estéticos. Afinal, produzir
moda, historicamente, sugere prestigiar no novo o moderno, tendo o presente como marca temporal de sua
existência e buscando no passado referências futuras, sem deixar-se levar pelo domínio do sagrado e
mitológico, como era comum naqueles idos tempos. Enfim, deve-se consagrar o momento estético da
responsabilidade. Ao produzir o pano, ele raramente era cortado, mas eram utilizados por inteiro (KÖHLER,
1993). Atualmente, utilizamos da técnica de Moulage para transformar esses tecidos sem cortes em uma peça
diferenciada e criativa.
Fonte: Shutterstock.
No processo criativo, por exemplo, os designers podem desenvolver as suas coleções com a finalidade de
impactar seu público-alvo ao se inspirarem na cultura e civilização da ilha de Creta, desde que a pesquisa
mostre que tal sociedade tenha conexão com a tendência a ser pesquisada e produzida, como realizaram os
estilistas Dolce & Gabbana em seu desfile da coleção outono/inverno 2019.
Vamos nos aprofundar nas pesquisas de tendências que apontam para o uso da civilização da antiguidade
como fonte de inspiração da elaboração dos estilistas ao lançarem suas peças no mercado.
ESTUDO DE CASO
atual inspirada na civilização antiga da ilha de Creta. Aproveitando seus conhecimentos mais aprofundados
sobre essa sociedade, como você poderia realizar tal evento? De que forma e/ou com quais ferramentas poderá
Existem diversas possibilidades para resolução desse estudo de caso. Podemos dizer que realizaremos uma
pesquisa intensa nas mídias sociais, em sites específicos de tendência e, principalmente, no público do referido
cliente. Depois, com essas informações em mãos, criaria um desfile temático e conceitual apresentando peças
com tecidos naturais e ecológicos, fazendo uso de uma moda inclusiva e participativa, ao apresentar peças
exclusivas com inspiração em saias Volantis e muito dorso e colo aparentes.
Saiba mais
Veja mais informações sobe Creta e sua civilização.
• Civilização Cretense
• WGSN
• Use Fashion
• Box1824
• Teseu e o Minotauro, de 1960, do diretor italiano Silvio Amadio.
Veremos a seguir, um fluxograma que apresenta os conteúdos que foram abordados durante os nossos
estudos.
Aula 4
49 minutos
INTRODUÇÃO
Ao longo dos nossos estudos vamos ampliar nossos estudos sobre os países do Mediterrâneo e suas
vestimentas na Idade Antiga, a partir do fascinante universo cultural dos povos egípcios, romanos e etruscos. É
importante que você, como profissional em formação, entenda a relevância dessas civilizações na Antiguidade,
seus aspectos culturais, comerciais, o impacto dessas relações e, também, como a indumentária influenciou
esses povos.
O Império Romano notabilizou-se na história pela longevidade e forma de conquistar outros reinos e
civilizações. Alicerçada em inspirações e referências gregas, Roma tornou-se uma referência cultural na
Antiguidade. Os egípcios também contribuíram significativamente para o contexto histórico e cultural daquele
período, evidenciado pelo rico legado presente em acervo arqueológico. Já os etruscos, por sua vez, foram um
dos primeiros a colonizar a península itálica e um dos responsáveis pela formação da cidade de Roma, através
de suas culturas e costumes.
Desejo a você bons estudos!
Roma foi fundada em 752 a.C. e se localiza na região central da Península Itálica, às margens do rio Tibre. Em
seu apogeu, o Império Romano – que chegou a durar cinco séculos - estendia-se (Figura 1) do Rio Reno até o
Egito, chegava à Grã-Bretanha e à Ásia Menor, foi considerado o maior império da civilização da história
ocidental.
Fonte: Wikimedia.
A cidade prosperou graças ao seu sistema político, republicano, estendendo-se do ocidente ao oriente,
passando a império, explorando sua forte política expansionista, dominando todos os povos que conquistava
ao longo dos tempos. Tornou-se uma das principais bases econômicas, devido à cobrança de taxas e impostos
dos povos conquistados, além de fortalecer-se em outras bases econômicas, como a agricultura e atividades
pastoris. Na sociedade romana estivam presentes muitos valores gregos, e o luxo e o requinte se mostravam
presentes em sua indumentária. Era um povo politeísta – acreditavam em vários deuses – que eram bem
parecidos com os deuses gregos em sua origem: Júpiter (Zeus), Netuno (Poseidon), Vênus (Afrodite), entre
outros. Beard comenta que:
Com o novo sistema de governo, Roma, que era uma cidade-estado, passou a ser
governada por um Imperador. Cerca de 6 milhões de quilômetros quadrados estavam
sob o domínio romano e outros 6 milhões de habitantes estavam sob o domínio
romano, na capital do Império, Roma, estima-se que foi habitada por 1 milhão de
pessoas.
— (BEARD, 2017 p. 258)
Mediterrâneo. Contudo, com a invasão dos povos bárbaros (em 746 d.C.), Roma é saqueada e tem seu
imperador (Rômulo Augusto) destituído do poder e as insígnias imperiais enviadas à capital do Império Romano
do Oriente, Constantinopla, marcando o fim do Império do Ocidente. Os bárbaros formaram vários reinos por
todo o território, outrora romano, dando início à configuração política característica da sociedade medieval.
Uma das peças de vestimenta mais característica dos romanos foi a toga (Figura 2), que indicava sua posição
social junto à população. Quanto mais volumosa ela fosse, maior a posição social de quem a vestia, uma vez
que o excesso de tecidos dificulta os movimentos, supondo que, quem as usava não operava trabalho braçal. As
mulheres usavam a túnica longa e uma estola como uma outra túnica com mangas. As pessoas de classes
menos favorecidas e os soldados - quando não estavam com armaduras de guerra - usavam apenas a túnica. As
roupas de campanha eram compostas por túnica curta, saiote e couraça de metal, protegendo o tórax, e
calçando uma bota fechada.
Fonte: Shutterstock.
O tecido para uma toga tinha algo em torno de 5 metros e meio de comprimento por quase 2 de altura, e um
dos materiais mais luxuosos era a seda. O tecido vinha de Bizâncio, capital do Oriente, e seu uso era exclusivo
da família real e de alguns altos funcionários da corte.
No vídeo, veremos sobre a civilização Romana e seu domínio imperial na Antiguidade, sua importância no
mundo antigo e sua contribuição estética no vestuário, que influencia os criadores até os dias atuais.
Vamos conhecer mais sobre o Egito, uma das civilizações mais antigas do mundo, destacada pela suntuosidade
e papel político na Antiguidade. Situado às margens do grande Rio Nilo, e com acesso ilimitado à água, os
egípcios progrediram economicamente transformando esse recurso natural em sua principal fonte de renda.
Com um porto movimentado, a intensa troca cultural e o contato com outros povos, houve significativo impacto
no vestuário daquela época. Esse contexto refletiu na indumentária, atributo determinante no destaque social
entre os nobres da monarquia e as demais classes, como os operários e escravos.
O poder egípcio estava centralizado na figura do Faraó, que ostentava o status de divindade encarnada, logo,
era uma sociedade organizada de forma rígida, baseada em critérios religiosos, com economia voltada às
necessidades do Estado. Possuíam alto conhecimento nos campos da matemática, da astronomia e da ciência,
evidenciada pelos estudos e compreensão da anatomia humana. Dominavam também a área da engenharia,
com suas admiráveis construções, inclusive hidráulicas, para evitar a vazão do período de cheias do Nilo.
Desenvolveram também seu próprio sistema de escrita, os hieroglifos, onde deixaram registrados (Figura 3) em
diversos afrescos informações que se eternizaram ao longo dos tempos.
Fonte: Stock.Adobe.
Era costume o uso de fibras vegetais, como o algodão e o linho na indumentária egípcia, dado que, por motivos
religiosos, a utilização de fibra animal era considerada impura. A pureza do linho se destacava ainda mais por
ser utilizado o linho branco em drapeados e transparências. A nudez pública demonstrava uma baixa condição
social.
Tinham altos padrões de higiene, devido às altas temperaturas. Os nobres banhavam-se constantemente e
raspavam os pelos de todo o corpo. Faziam uso de perucas e barbas artificiais (de cerâmica), além de diversas
Köhler (1993) refere-se ao CHANTI – uma espécie de tanga masculina – como um dos principais elementos
característicos do traje masculino egípcio, que era amarrada à cintura e presa por um cinto. Para os faraós o
chanti poderia ser pregueado, engomado e inclusive bordado com fios de ouro. Outro vestuário típico dessa
civilização era o KALASIRIS que, segundo Köhler (1993, p. 512) era “Feita por um pedaço de pano retangular, às
vezes tecido numa só peça, presa aos ombros por alças e, quando usado por mulheres, produzia um efeito
ajustado sob os seios”. Essa peça do vestuário poderia ser utilizada por ambos os sexos.
Outra admirável peça do vestuário do antigo Egito era o HAIK - uma espécie de túnica transparente com efeito
plissado - uma roupa utilizada geralmente pelas mulheres. Havia também, para uso exclusivo ao Faraó, um
adorno de cabeça, que se tratava de um pedaço de tecido emoldurando sua cabeça por toda parte, com as
laterais soltas. Em relação ao uso de cores, a mais utilizada era o branco; já nos adornos havia uma certa
variedade cromática, destacando-se os brincos, braceletes, colares, adereços de cabeça e peitorais de ouro
maciço. O KLAFT (Figura 5) era um adereço de cabeça feito em papiro, usado pelos nobres e faraós.
Figura 5 | KLAFT.
No vídeo vamos explorar mais ainda a importância dessa civilização e seus costumes, principalmente no que se
refere ao vestuário e seus aspectos socioculturais - sua rica contribuição para os dias de hoje.
Os Etruscos fizeram parte de uma das civilizações antigas que viveram na península Itálica no século IX a.C., um
povo anterior ao nascimento da civilização romana, que floresceu na Etrúria, região da Itália que corresponde,
aproximadamente, à atual Toscana (Figura 6), a leste dos Montes Apeninos, entre o Mar Tirreno (oeste) e os rios
Acredita-se que essa civilização chegou pela Ásia Menor, estabelecendo uma ampla rede comercial por toda a
Europa. Tinha sua economia alicerçada na agricultura e na mineração, onde eram mestres na fundição de
metais, aumentando suas transações comerciais, sobretudo explorando as rotas marítimas, expandindo a
distribuição de suas mercadorias. Foram responsáveis por influenciar o comportamento de outros povos da
Antiguidade, principalmente os romanos, até que foram finalmente derrotados pelo Império Romano que
passou a dominar a região. Os Etruscos tinham uma vida abastada e confortável, com recursos disponíveis para
se vestir com luxo e exuberância, (Figura 7) comprovados nos artefatos encontrados em cerâmicas, pinturas e
esculturas.
A arte Etrusca também foi representada em adornos, como joias, braceletes, brincos e colares, utilizando
madeira, pedra, bronze e marfim, seus principais materiais. Túmulos, templos, necrópoles e muralhas são
exemplos de sua arquitetura. Tiveram um desenvolvimento cultural bem original para a época, com
competências avançadas em todas as artes, na pintura com seus afrescos (Figura 8), assim como na arquitetura
e engenharia. Sua estrutura política era constituída de monarquia absoluta, seguida da aristocracia,
comerciantes, artesãos e escravos. Para Köhler (1993), diferentemente da civilização grega, as mulheres
etruscas participavam ativamente da vida pública, participando de banquetes, jogos, ginásticas e danças,
No vestuário feminino do povo Etrusco, pode-se encontrar vestidos amplos com mangas curtas ou longas,
sobreposição de tecidos, algumas calçando uma espécie de bota com cano alto - até próximo aos joelhos – ou
chinelos feitos de couro de camelo. Os anciãos eram mais conservadores, utilizando cabelos e barbas longas e
pontiagudas, usavam sandálias de bico curvado, túnica longa com um manto de cor bem escura. As mulheres
tinham os cabelos pintados, presos na altura do peito ou pendurados às costas. Utilizavam chapéus de abas
largas enfeitados com fitas e peles. Exploravam os bordados que enriqueciam suas vestes, mantos e túnicas,
utilizando-se de diversas cores e fazendo do linho sua principal fibra para a confecção das roupas.
As roupas masculinas, principalmente dos aristocratas, abraçaram elementos da moda grega, com seus rostos
bem barbeados e cabelos curtos. Segundo Köhler (1993, p. 541) “A túnica masculina (Tebana) de formato
semicircular, era de fino linho, com pregas e reluzentes ornamentos”. As togas, por sua vez, eram longas e sem
muito brilho. Calçavam sandálias confortáveis e extremamente leves, deixando expostos os dedos dos pés.
No vídeo, debateremos sobre o vestuário etrusco, seus costumes e peculiaridades que influenciam os criadores
da moda atual. Veremos possibilidades criativas e significativas.
ESTUDO DE CASO
Estudante, por meio do estudo de caso você pode por colocar em prática tudo o que aprendemos até
aqui. Leia atentamente a situação seguinte e proponha a melhor solução de acordo com o que você já
estudou!
Seu estúdio de criação propôs um desafio: representar a imponência do Império Romano em seu apogeu. A
partir dos seus conhecimentos históricos e repertório visual daquele período, como você representaria essa
marcante civilização e sua rica cultura? Quais referências ou abordagens poderiam ilustrar tal passagem
histórica?
Podemos dizer que existem diferentes possibilidades para atender e responder o desafio proposto pela sua
equipe de trabalho. Você poderá fazer uso de imagens ilustrativas das roupas daquele período histórico,
encontradas em diversas esculturas, tais como:
Fonte: Wikimedia
Fonte: Wikimedia.
Saiba mais
Algumas sugestões de leitura e vídeo que auxiliarão em sua jornada profissional!
BARTHES, R. Sistema da moda. São Paulo: Ed. Martins Fontes, 2009.
• LODY, R. Moda e História: as indumentárias das mulheres de fé. São Paulo: Editora Senac, 2017
• História da Arte - Antiguidade Ocidental I: Grécia.
REFERÊNCIAS
20 minutos
Aula 1
CASTRO, A. L. Culto ao corpo e a sociedade: mídia, estilos de vida e cultura de consumo. São Paulo: AnanBlume
Editoras, 2003.
EMBACHER, A. Moda e identidade: a construção de um estilo próprio. São Paulo: Morumbi, 1999.
FIORANI, M. Padrões de corpo e moda. 2007. Dissertação (Mestrado) - Pós-Graduação em Moda, Centro
Universitário SENAC, São Paulo, 2007. 125 p. Disponível em:
https://www.yumpu.com/pt/document/read/12785054/padroes-de-corpo-e-moda-senac. Acesso em: 01 dez.
2021.
LAVER, J. A roupa e a moda: Uma história concisa. Tradução: Gloria Maria de Melo Carvalho. São Paulo:
Companhia das Letras, 1989.
RÜSEN, J. Razão histórica: teoria da História: os fundamentos da ciência histórica. Trad. Estevão de R. Martins e
Asta-Rose Alcaide. Brasília: Ed. UnB, 2001.
The British Museum. Explore the collection. Online. Disponível em: https://www.britishmuseum.org/collection.
Acesso em: 01 dez. 2021.
The Metropolitan Museum. The Met. Online. Disponível em: https://www.metmuseum.org/art/online-
Aula 2
CIVILIZAÇÃO PERSA (ANTIGUIDADE ORIENTAL) | Resumo de História para o Enem. Curso Enem Gratuito.
Youtube. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=bJINF84yogA Acesso em: 01 dez. 2021.
Os 7 estilos universais - como encontrar o seu estilo. Thays Lessa. Youtube. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=xA1C4-jmNyA. Acesso em: 01 dez. 2021.
Aula 3
História da Arte - Antiguidade Ocidental I: Grécia. Sala do Saber. Youtube. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=FkQXBFGenmE. Acesso em: 27 out. 2021.
KÖHLER, C. História do vestuário. São Paulo: Martins Fontes, 1993.
LAVER, J. A roupa e a moda: uma história concisa. São Paulo: Companhia das Letras, 2005.
LEVENTON, M. História Ilustrada do Vestuário: Um Estudo da Indumentária do Egito Antigo ao Final do Século
XIX, com Ilustrações dos Mestres Auguste Racinet e Friedrich Hottenroth. São Paulo: Publifolha, 2009.
LODY, R. Moda e História: as indumentárias das mulheres de fé. São Paulo: Editora Senac, 2017
SOUZA, M. A. R. As indumentárias das atenienses do período Clássico constituindo discursos e ultrapassando
fronteiras. Anais... ANPUH. XXV Simpósio Nacional de História, Fortaleza. s. p., 2009. Disponível em:
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STEFANI, P. da S. Moda e Comunicação: a indumentária como forma de expressão. Juiz de Fora: Rocco, 2005.