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Aula 1

HISTÓRIA, INDUMENTÁRIA E MODA


Ao compreender os fatos históricos, do passado ou do presente, e a maneira que influenciam e
impactam a vida das pessoas, entenderemos algumas definições e opiniões neste setor tão
cativante e envolvente que é a moda.

40 minutos

INTRODUÇÃO

Vamos desbravar o fascinante estudo da evolução humana, pela perspectiva histórica da indumentária e da

moda. Nesse universo intrigante, desde os primórdios até a contemporaneidade, a humanidade buscou cobrir
seus corpos, seja como forma de proteção e/ou destaque entre seus pares. Ao compreender os fatos históricos,
do passado ou do presente, e a maneira que influenciam e impactam a vida das pessoas, entenderemos
algumas definições e opiniões neste setor tão cativante e envolvente que é a moda. Você será capaz de
desenvolver produtos e adquirir conhecimentos para a transformação do nosso futuro. Então, se está
preparado para entrar nesse mundo fantástico e envolvente, vamos viajar no tempo e espaço, desvendando os
mistérios da moda e da indumentária.
Bons estudos!

A IMPORTÂNCIA DA HISTÓRIA: DIFERENÇAS ENTRE TEMPO CRONOLÓGICO E


TEMPO HISTÓRICO

Ao analisarmos as relações humanas no contexto histórico, observamos as ações e as transformações que


alteraram o comportamento da sociedade durante todo um período no desenvolvimento da história. Rüsen
(2001, p. 14) defende que, sem o estudo da História, tudo que sabemos sobre o passado são apenas
pressupostos e suposições.

Quando nos colocamos na posição de investigadores em relação ao passado, procuramos averiguar os fatos e
as evidências encontradas no percurso da investigação e, assim, compreendendo os eventos de nossa atual
realidade na expectativa de tentar entender os acontecimentos futuros. Afinal, segundo Orwell (2005, p. 36)
“quem controla o passado, controla o futuro”.
É interessante descobrir que fazemos parte da história e, às vezes, nem percebemos. Hoje, vivemos um período
de transformação social e cultural. Vivemos uma nova Revolução Industrial - Tecnológica -, mas não paramos
para observar, por causa da correria do dia a dia, de nossos afazeres e comprometimentos, que estamos
fazendo história.
É muito comum que, ao falarmos de Revolução Industrial, venha à nossa mente o mundo na segunda metade
do século XVIII e a criação do sistema fabril mecanizado (Figura 1), o advento da máquina a vapor, encerrando

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um ciclo de manufatura para a era das máquinas. Assim, o término de uma era e o surgimento de outra passam
despercebidos por aqueles que vivenciam o momento, mas, posteriormente, serão estudados e analisados em
relação às novidades apresentadas/descobertas.

Surgimento das fábricas no século XVIII.

Fonte: Freepik.

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Vivemos tempos diferentes do século XVIII, em uma era mais tecnológica e com rápidas transformações e, com
o avanço significativo da informática com suas infinitas possibilidades, o homem vai se adaptando e interagindo
e, ao mesmo tempo, construindo a sua história segundo o seu próprio referencial de conhecimento e
desenvolvimento cultural.
Assim, para cada uma dessas culturas, o tempo cronológico e o tempo histórico apresentarão diferenças, sem
desmerecer nenhuma delas. Uma civilização rica e poderosa terá meios e recursos que a levem a um
determinado patamar, tornando-a responsável pela divulgação dessas mudanças; contudo aquela que não
pode contar com tantos recursos tecnológicos avançará na razão direta em que os seus habitantes vão
aprendendo e conhecendo as tecnologias vigentes.
Logo, para cada período, para cada era, um sinal, uma teoria, uma descoberta se farão presentes, o que a
destaca das demais transformando o tempo histórico no qual a humanidade vai interagindo.
Ao estudarmos a História, vamos encontrar algumas divisões de tempo. Como parte importante dela, temos na
Indumentária seu papel de identificação de um determinado período, nas divisões estabelecidas culturalmente;
são elas: pré-história (antes de 3.500 a.C.), Idade Antiga (3.500 a.C. até 476 d.C.), Idade Média (476 d.C. até 1.453
d.C.), Idade Moderna (1.453 d.C. até 1.789 d.C.) e Idade Contemporânea (1.789 d.C. até os dias atuais).
Portanto, estudaremos esses períodos e desfibrilaremos cada um, fio a fio, mergulhando nos principais

acontecimentos em que a Indumentária e a Moda estiverem na vitrine de nossa pesquisa.

VIDEOAULA: A IMPORTÂNCIA DA HISTÓRIA: DIFERENÇAS ENTRE TEMPO


CRONOLÓGICO E TEMPO HISTÓRICO

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Vamos analisar a importância de entendermos que, como sujeitos, construímos a nossa própria história e que
temos um papel significativo a desempenhar. Fazemos história o tempo todo e vivemos intensamente o
momento histórico que presenciamos.

Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.

VESTUÁRIO NA PRÉ-HISTÓRIA

Desventurando o período dos nossos ancestrais homens da caverna, tempo em que a evolução humana já
apresentava mudanças comportamentais e estruturais que os homens foram adquirindo ao longo do tempo.
Com o desenvolvimento da raça humana, o abandono do nomadismo, o início da cultura agrícola e o domínio
do uso do fogo fez com que os primeiros homens pudessem se relacionar com outros de sua própria espécie
através de códigos visuais de informações (Figura 2), uma vez que a fala como conversação ainda estava em
seus primórdios.

Figura 2 | Desenho encontrado em cavernas.

Fonte: Shutterstock.

Segundo Fiorani (2007, p. 12) “a roupa é vista como uma segunda pele a demarcar o papel do ser humano na
sociedade”, logo, serve tanto para enquadrar o indivíduo em um grupo, como para diferenciá-lo dos demais
membros da sociedade. A roupa passa a ser um invólucro, carregado de simbolismos. Para Castro (2003, p. 63),
que compartilha dessa ideia, "[...] moda, roupa e indumentária são meios pelos quais as pessoas comunicam,
não só coisas, tais como sentimentos e humores, mas também valores, esperanças e crenças dos grupos sociais
a que pertencem". Assim, através do vestuário, os indivíduos sentem-se capazes de “transformar” o exterior.
Para nos posicionarmos histórica e cronologicamente, estamos nos referindo ao período que de 4.000 anos a.C.,

aproximadamente, quando a humanidade necessitou criar soluções para seus problemas, como a cobertura
corporal como umas das soluções para seus problemas.

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Não entraremos em assuntos evolucionistas da humanidade, vamos nos apegar a fatores socioculturais

daquela época, registrando as razões que levaram a humanidade a cobrir seus corpos com um vestuário,
mesmo que, naquele instante, não tivesse tal denominação social. Os motivos que nos levam ao vestuário pré-

histórico são: a necessidade de proteção, pudor e adorno.


O ser humano, observando os animais, constatou que a pele e os pelos de todas as criaturas os protegiam das

intempéries do tempo, enquanto ele, com seu pelos e o corpo sensível, passava por terríveis provações. Logo,
passou a se utilizar das peles e do couro dos animais abatidos nas caças que, agora, não serviam apenas para a

alimentação. Como adorno, o uso de sementes, folhas, plantas, chifres e o próprio couro dos animais abatidos
eram utilizados para enfeitar, ornamentar e identificar aqueles que os empunhavam.

Figura 3 | Adornos de pedra.

Fonte: Shutterstock

O uso desses ornamentos serviu, como exposto acima, para diferenciar as espécies e as sociedades da época.

Um chefe que portava, por exemplo, uma cabeça de tigre de dente de sabre sobre seus ombros passava a
mensagem para todos os seus oponentes que teriam que enfrentar alguém que já matou um animal de

tamanha envergadura. E, em relação ao pudor, os habitantes daquele mundo pré-histórico, com o passar do
tempo e em determinadas culturas, viram-se nus e acuados entre seus pares. Logo, trataram de cobrir suas

partes íntimas, para as quais valores religiosos de todas as vertentes possíveis também intensificaram o hábito
de cobrir os corpos, tornando-se parte da educação e da moral de vários grupos sociais.

Essas três características do vestuário na pré-história são as que mais se destacaram durante todo esse período
em que a sociedade humana estava se entendendo como criatura capaz de se sobrepor aos animais e com

capacidade de reinar sobre eles.

VIDEOAULA: VESTUÁRIO NA PRÉ-HISTÓRIA

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No vídeo, vamos entender a descoberta de novos utensílios pré-históricos e o comportamento das criaturas ao

longo da evolução humana, relacionando o desenvolvimento de uma indumentária própria para cada período
histórico.

Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.

INDUMENTÁRIA E MODA: INFLUÊNCIAS E PROCEDIMENTOS DE MODA

A roupa é denominada a segunda pele ao identificar o ser humano e o seu papel dentro de uma sociedade, com
o propósito de o relacionar a um determinado grupo social, e/ou se diferenciar dos demais. Segundo Fiorani

(2007, p. 22) “Os produtos consumidos são recursos, que podem assumir ampla gama de significações, inclusive
pontuar diferenças e semelhanças entre os indivíduos dentro de uma determinada sociedade”.

O que chamamos, hoje, de moda está relacionado ao entendimento do que ela capta nas ações de seus
multiplicadores, nas imagens de um passado, com o objetivo de desvendar o próximo passo a ser dado, no afã

de descobrir qual será o look, as cores, as texturas que predominarão na próxima tendência. Deparamo-nos
com as infinidades de referências ao longo das mostras, feiras, exposições e desfiles que se multiplicam nos

lugares mais descolados e de vital importância para a divulgação dos produtos das mentes criativas dos
renomados estilistas.

A moda, consequentemente, é essencial para o mundo da modernidade, o mundo do

espetáculo e da comunicação de massas. Constitui uma espécie de tecido de ligação do


nosso organismo cultural. E apesar de muita gente sentir a moda como uma escravidão,

como uma forma castigadora, compulsiva, de expressar incorretamente uma


individualidade que, pela sua própria ação – ao imitar os outros – se nega a si própria, a

última gota de água nessa contradição que é a moda, é que ela expressa muitas vezes
com sucesso o individual.
— (WILSON, 1989, p. 25)

Nos dias de hoje, não apenas no mundo da moda, mas na sociedade como um todo, nesse momento de
diversidade e igualdade das atuais questões de gênero, a moda é um dos fatores relevantes para se inspirar e

demonstrar o engajamento com essa nova realidade que a sociedade enfrenta através das sexualidades das
roupas. Desde pequeno, aprende-se que as roupas dão identidade e personalidade, introjetando ideias sobre o

próprio corpo. No método sucessivo desse significado, o vestuário usado em público pelos adultos torna-se,
afinal, um gesto sexual mútuo, em um mundo cada vez mais diversificado.

Sendo assim, algumas perguntas são necessárias, tais como:

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O que é roupa (Figura 5)?

O que é vestuário (Figura 6)?

O que é indumentária (Figura 4)?

Indumentária podemos falar que é a arte do vestuário, um conjunto de peças de uma determinada época,
região ou povo. A roupa tem como designação genérica as peças de vestuário que, por sua vez, trata-se de um

conjunto de peças das roupas que vestem, tornando a moda um veículo de comunicação.

Figura 4 | Indumentária Irlandesa.

Fonte: Stock.Adobe

Figura 5 | Roupas de moda.

Fonte: Shutterstock.

Figura 6 | Vestuário.

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Fonte: Stock.Adobe

Portanto, todos esses procedimentos estabelecem uma fantasia inconsciente, que é o espetáculo da moda!

Intrigante, fascinante e envolvente, ela nos faz caminhar em sua direção sem medo do desconhecido,
despertando o nosso mundo interior, revelando-se ao mundo exterior.

VIDEOAULA: INDUMENTÁRIA E MODA: INFLUÊNCIAS E PROCEDIMENTOS DE


MODA

Neste vídeo, vamos analisar o que nos faz viver intensamente e o que nos envolve no universo maravilhoso da
moda e suas vertentes. Por que nos tornamos vítimas da moda?

Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.

ESTUDO DE CASO

Olá, estudante! Chegou o momento de colocar em prática seu aprendizado.


Imaginemos o seguinte: você trabalha em um estúdio de criação e acaba de receber a demanda de uma
tecelagem que, em breve, completará seu jubileu de ouro. Como forma de marcar esse momento, a empresa de

tecelagem deseja uma proposta de divulgação de seus produtos aos clientes. Seu desafio é fazer com que os
clientes reconheçam a tradição da tecelagem, somada às inovações que o mercado da moda exige e que ela
oferece.
Como você cumprirá esta atividade?

RESOLUÇÃO DO ESTUDO DE CASO

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Pode-se resolver o desafio de diversas formas, contudo vamos nos concentrar no pedido do estúdio. Você pode

sugerir a realização de um desfile temático, seguindo uma ordem cronológica, desde a fundação da tecelagem
até os dias atuais, apresentando os produtos de cada época, com suas respectivas músicas e imagens que se
destacaram culturalmente em um Datashow, apresentadas em looping, até os dias atuais, sempre utilizando
dos tecidos do acervo da tecelagem.

Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.

 Saiba mais
Temos a possibilidade de nos aprofundarmos na história do mundo através da visitação de Museus, alguns

dos mais famosos dispõe de visitação online, confira!


• Louvre Virtual Tours.
• The British Museum.
• The Metropolitan Museum. The Met.

• National Gallery of Art. Search the Collection.


• Brera Pinacoteca. The Collection online.
• Le Gallerie degli U"zi. Un grande archivio di opere.
• Museo del Prado. Explore the collection.

As transformações sociais ao longo dos períodos mais significativos da história.

Figura 7 | Linha do tempo.

Fonte: Elaborado pelo autor.

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Aula 2

O VESTUÁRIO NA ANTIGUIDADE: ANTIGO ORIENTE


Este nosso passeio pela história vai auxiliar você na construção do repertório informacional,
elemento crucial para um profissional da moda.

42 minutos

INTRODUÇÃO

Vamos iniciar nossos estudos do período da Antiguidade do nosso mundo, quando, nos primórdios dos tempos
– por volta de 2.000 a. C. -, as civilizações estavam estabelecendo cidades, criando suas legislações, suas artes e
culturas. O vestuário não podia deixar de contribuir para o desenvolvimento daquelas sociedades. Na medida

em que as cidades cresciam através da exploração do comércio – do escambo – e da troca de culturas, os povos
foram absorvendo os signos e as características de cada canto daqueles vales montanhosos. Este nosso passeio
pela história vai auxiliar você na construção do repertório informacional, elemento crucial para um profissional
da moda.

Sendo assim, vamos juntos viajar por entre as planícies e os vales da Mesopotâmia, adentrar à Civilização Persa
e seus fascínios, identificando suas influências na atualidade.
Vamos começar.

POVOS DA MESOPOTÂMIA

Ainda no período Neolítico, podemos dizer que as civilizações estavam se adaptando à vida em comunidade,
onde praticavam o cultivo de grãos e de criação de animais domesticados e para o abate. O que sobrava dessa

produção era negociado com outros povos. Todos os avanços favoreceram o nascimento das primeiras
civilizações da região do Oriente, entre o Egito e o Irã.
A Mesopotâmia, entre os rios Tigre e Eufrates, é uma região também conhecida como berço de civilizações,
como Sumerianos, Assírios e Babilônicos. As cidades desenvolviam-se nas margens desses volumosos rios,

tendo-os como fonte de água potável, de meio de transporte e de irrigação de suas colheitas.
Eram povos guerreiros e que possuíam grandes conhecimentos na área da astronomia e da geometria. Na
religião, eram politeístas – culto a vários deuses –, promovendo sua adoração por meio da construção de
magníficos templos religiosos. Era uma sociedade dividida em castas, ou seja, não era permitida a mistura de

classes sociais, com um soberano como responsável por todo o poder: político, militar e religioso. Na base da
pirâmide social, estavam os trabalhadores, camponeses e escravos que eram os responsáveis pelos plantios e
construções dos monumentos públicos.
As referências que temos dos vestuários dos povos que habitavam a Antiga Mesopotâmia e seus entornos vêm

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das informações contidas nas pinturas em vasos e nas esculturas de alto-relevo das paredes dos templos.
Vamos observar uma série de características que os destacam e os identificam como pessoas daquela região,

conforme podemos observar na Figura 1, que nos mostra a indumentária dos sacerdotes assírios.

Figura 1 | Sacerdotes assírios – um dos povos do Antigo Oriente.

Fonte: Pixabay.

No esplendor dessas civilizações, como observado por Köhler (1993, p. 56) “os povos da Mesopotâmia já

produziam e preparavam suas peças de vestuário com a manufatura das fibras naturais, sendo que o algodão e
o linho eram as mais utilizadas”, além da lã dos animais; o couro, por sua vez, fazia-se presente nos calçados,
cintos e em outros utensílios (Figura 2).
O cinto normalmente era utilizado para distinção entre as camadas da sociedade, e poderiam se apresentar

também como enfeites diversos em toda a extensão de suas roupas, conforme sua classe social. Almejando
mostrar posição na sociedade, “fazia-se uso de acessórios, brincos, braceletes e pulseiras com certa
suntuosidade, destacando-se das classes menos favorecidas” (KÖHLER,1993, p. 57).

Figura 2 | Produção artesanal das roupas.

Fonte: Wikimedia.

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Com o passar do tempo e com a intensificação do comércio com outros locais, esses povos à margem desses
importantes rios tiveram acesso à seda, proveniente da China. Era muito usual também que homens e
mulheres tivessem cabelos longos e cacheados, e também barbas longas, com cachos produzidos com o
aquecimento de pinças, ornamentando tanto a barba como os cabelos com fios de ouro.

Os povos desta região conhecida como Mesopotâmia tiveram seu apogeu cultural no reinado de
Nabucodonosor (605 a 562 a.C.) que prosperou deixando um legado de construções lembradas até os dias
atuais pelo seu esplendor e beleza, como os Jardins Suspensos da Babilônia. O Império Babilônico transformou-
se em grande estadista e militar – conquistou Jerusalém (586 a.C.), mas acabou sendo derrotado pelos persas,

em 539 a.C.
Com esses conhecimentos, esperamos que você tenha se inserido nesse universo tão distante, mas também tão
significante para compreendermos melhor o caminho que a indumentária traçou ao longo desses séculos. Bons
estudos!

VIDEOAULA: POVOS DA MESOPOTÂMIA

Para que você, estudante, possa entender melhor como foi a criação e o desenvolvimento dessa região, assista
ao vídeo no qual falaremos e demonstraremos como surgiu essa civilização e suas peculiaridades na área do

vestuário e da indumentária.

Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.

POVOS: SUMÉRIOS E ASSÍRIOS

As sociedades da Antiguidade eram marcadas por regras sociais impostas pelo viés mitológico, sendo os deuses
responsáveis pela fartura e o sucesso de uma cidade e/ou coletividade. Muitas cidades foram fundadas sob
mitos inalteráveis, que, pelo medo do castigo, não eram questionados. Nessa perspectiva, os homens eram
entendidos como sujeitos das entidades míticas, proibidos de mudar ou omitir a história.

Os povos do Oriente, destacaram-se por possuir uma linha de raciocínio mais abrangente, suas
cidades eram organizadas por um líder responsável pela gestão e prosperidade. Para isso, não
hesitavam em tomar à força as terras e os conhecimentos de outras cidades através das guerras.
Em condições de paz, praticavam o comércio a partir da troca do excedente da produção.

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Destacaremos algumas dessas civilizações que prosperaram, e fizeram a diferença no mundo antigo. Segundo
Köhler (1993, p. 102) “os sumérios foram os primeiros povos a chegar à Mesopotâmia e dominaram a região
entre 3200 a.C. e 2800 a.C. Como estavam próximos dos rios, eles buscaram utilizar a água da melhor forma,

aperfeiçoando as técnicas de irrigação”. Assim, os Sumérios iniciaram uma nova civilização levando em conta
seus conhecimentos de técnicas arquitetônicas, representados nas construções de templos com o uso de
formas sofisticadas. Essa civilização também fez uso de registros gráficos (Figura 3), principalmente utilizando a
escrita cuneiforme (que é a escrita com formato de cunha realizada em placas de barro), deixando seu legado e

informações a respeito de seus líderes e rituais religiosos para a posteridade.

Figura 3 | Escrita cuneiforme.

Fonte: Stock.Adobe.

Destacamos na indumentária dos Sumérios o uso constante de peles de animais, sendo a lã a sua principal
fonte, presente em diversos trajes: nas franjas, nos xales de tamanhos variados enrolados sobre o corpo e sem

um ombro. Usavam também muitas saias, mantos e capas. Os homens destacavam-se por possuírem a cabeça

raspada por completo, e a barba frisada e com o dorso nu; as mulheres usavam trajes longos que cobriam o
colo, como uma espécie de véu, e tinham cabelos longos e frisados. Naquela sociedade, as mulheres casadas

tinham que usar véus e adornos de cabeça quando saíam às ruas, costume que se mantém atualmente em

algumas sociedades orientais.


Um traje bastante característico e marcante foi o Kaunakés, que é uma forma primitiva de tanga, enrolada na

cintura com a pele de carneiro. “Eram tufos torcidos com a lã da pele, dispostos simetricamente em babados.
Mais tarde, a tanga transformou-se em saia, e os tufos se resumiram a uma franja (KÖHLER, 1993, p. 105). Os

Assírios eram outra civilização da região da Mesopotâmia que tinha apreço por uma boa disputa, não

poupavam recursos bélicos nas suas conquistas e, dessa forma, acabaram por dominar aquela região, em 1450
a.C.

Vale lembrar que, alguns povos, faziam uso da guerra como prática de veneração aos seus deuses e de manter

a supremacia entre seus adversários. Nesse método de travar suas intermináveis guerras conquistando os

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povos mesopotâmicos, os assírios tiveram que enfrentar a resistência dos babilônicos, povos do sul da
Mesopotâmia, fortemente representados pelas tribos dos caldeus, que os derrotaram em 612 a.C. Da tribo dos

Caldeus vemos o ressurgimento do novo Império Babilônico; já o Império Persa foi marcado pelo controle e

domínio da medicina e de novas tecnologias.

VIDEOAULA: POVOS: SUMÉRIOS E ASSÍRIOS

Ao longo do vídeo vamos compreender como os Sumérios conviviam com outras tribos daquela região. Vamos

conversar um pouco mais a respeito do dia a dia daquela antiga civilização.

Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.

POVOS DO ORIENTE: OS PERSAS E OS ACADIANOS

Ao longo dos nossos estudos, vamos conversar sobre uma civilização extremamente importante para o

desenvolvimento da região da Mesopotâmia, os Persas (Figura 4). Este povo constituiu o maior império da
Antiguidade, estabelecendo-se praticamente em toda a Ásia Menor, e dominou por cerca de 2000 anos toda a

região.

Utilizando-se de uma maneira própria de administrar seus territórios, criou um sistema monetário, com uma
moeda única, que facilitou o intercâmbio do comércio entre os povos sob o seu domínio, aprimorou as estradas

ligando as cidades, facilitando a troca de mercadorias e, principalmente, as informações entre seus distritos.
Mesmo após dominar uma nova civilização, os Persas permitiam que os cidadãos continuassem a seguir seus

hábitos e costumes, seus deuses e línguas, mas exigiam um tributo. O pagamento de impostos garantiu a

ampliação dos domínios do império, sua prosperidade e a difusão da cultura persa através de seus artesanatos,
arquitetura, tapetes e pinturas.

Figura 4 | Ruinas do palácio de Xerxes, rei da Pérsia.

Fonte: Stock.Adobe.

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Segundo Köhler (1993, p. 125) “Os persas foram os primeiros povos a cortar e ajustar as medidas das roupas”.

Com isso, podiam ter uma vestimenta com mais conforto e medidas melhores. O fato é que, isso trazia alívio ao

utilizar uma calça que ficava firme nas pernas, facilitando a caça, por exemplo; possuíam também túnicas e
casacos. As mulheres também se vestiam da mesma maneira. Calçados eram parte do vestuário normal, sendo

ricamente elaborados com pedaços de couro cru; os que eram de uma classe social mais abastada tinham os
calçados ricamente bordados.

Como em toda Mesopotâmia, os trajes serviam para distinguir as pessoas umas das outras. Outro adorno que

também permitia a distinção era o gorro profundo que alcançava as sobrancelhas e eram bordados com
cordões e fitas coloridas, contudo, as cores azul e branco estavam restritas à família real (KÖHLER,1993, p. 127).

As roupas dos homens tinham mangas amplas e presas por um cinturão de couro, o mesmo material era usado

para os sapatos. As túnicas podiam ser de lã ou seda; e já se fazia o uso de roupa de baixo. Tinham cabelos e
barbas cacheados e cobriam a cabeça e o pescoço com um pano de linho branco; na maioria das vezes, usavam

chapéus.

Na vestimenta feminina encontramos algumas similaridades com a veste masculina. Köhler (1993, p. 127)
revela-nos que “a vestimenta feminina persa era composta por calças amplas e saias. Cobriam o rosto com o

rehend de percal, uma espécie de turbante. Usavam henna nos pés e nas mãos. O cabelo era volumoso e
crespo e usavam maquiagem para se enfeitar”.

Por volta de 2334 a.C., os Acadianos dominaram as principais vilas daquele território, conquistando os povos de

origem semita que habitavam a região central da Mesopotâmia. Ao centralizar o poder, formou-se o império
Acádio. Levou esse nome em referência ao nome da capital do império, que era Acad. Ao conquistarem os

sumérios, levaram consigo parte de seus aspectos culturais, como a escrita. Seu reinado durou por volta de dois

séculos.

Figura 5| Ruínas da antiga civilização Persa. Fonte:

Fonte: Shutterstock.

VIDEOAULA:POVOS DO ORIENTE: OS PERSAS E OS ACADIANOS

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No vídeo vamos compreender melhor a civilização Persa e seu domínio e importância no mundo Antigo, e sua
contribuição estética no vestuário, que influencia os criadores até os dias atuais.

Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.

ESTUDO DE CASO

Olá, estudante, aqui no estudo de caso você terá a oportunidade de aplicar os conhecimentos adquiridos

ao longo dos nossos estudos. Vamos lá?


O estúdio de criação no qual você trabalha recebeu uma encomenda para demonstrar o apogeu das antigas
civilizações através dos tempos, e coube a você desenvolver os trabalhos referentes ao Império Persa. Com seu
conhecimento na área do vestuário, você aceitou o desafio. Como pretende responder a ele? Qual será a sua
abordagem e como pretende desenvolvê-la?

RESOLUÇÃO DO ESTUDO DE CASO

Existem várias maneiras de atender a esse estudo de caso. Podemos organizar uma palestra com animações e
imagens transmitidas em um telão, ao mesmo tempo que vamos falando a respeito do tema proposto. Pode-se
relacionar cada momento com uma roupa - previamente relacionada por você, através de seus conhecimentos
da indumentária daquele povo específico - que demonstre tal acontecimento. Ainda, você pode finalizar

mostrando algumas referências cinematográficas que remetem à civilização Persa.

Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.

 Saiba mais
Aqui no “Saiba mais” você tem disponível um conteúdo extra produzido para que você aprofunde um
pouco mais do que já foi explorado anteriormente.
Bons estudos!
• Os 7 estilos universais - como encontrar o seu estilo - Thays Lessa.
• CIVILIZAÇÃO PERSA (ANTIGUIDADE ORIENTAL)

Figura 6 | Localização geográfica das antigas civilizações do Oriente. Mapa Mesopotâmia.

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Fonte: Acervo do autor.

Aula 3

CRETA E SEU VESTUÁRIO NA ANTIGUIDADE


Encontraremos na população cretense uma valorização da continuidade social de suas culturas e
costumes.

44 minutos

INTRODUÇÃO

Iniciaremos nossos estudos num período em que as civilizações eram formadas através das partilhas culturais,
transações comerciais e disputas territoriais que, ao longo do tempo e de suas conquistas, foram
transformando significativamente as coisas à sua volta.
Este caminho lhe garantirá, como profissional, um olhar mais acurado da relação entre moda e história. Vale
lembrar que a indumentária também participou ativamente no progresso e nas distinções culturais dos povos,
pois, em uma sociedade sem moda, as expressões estéticas são resultantes da tradição passada de geração em
geração, dentro de uma mentalidade coletivista, que segue regras de imobilidade, repetição de modelos na qual
o conservadorismo é predominante. Foi assim que as civilizações da antiguidade legitimaram o seu legado
ancestral. Encontraremos na população cretense uma valorização da continuidade social de suas culturas e
costumes. Vamos, então, entender o papel dessa civilização e seu legado para a posteridade.

CRETA: CULTURA E CIVILIZAÇÃO

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A ilha de Creta está localizada na região sul da Grécia e é a maior ilha da península grega, seus habitantes
podem ser, como outros povos também, os responsáveis pela idealização da sociedade grega, também
conhecida como berço de sua rica cultura e responsável pelo desenvolvimento de uma economia sustentável

através de um intenso comércio em seus prósperos portos. O domínio marítimo dos cretenses foi um dos
destaques que os levou ao progresso e à garantia de sua supremacia no posicionamento comercial perante

outros povos na região do Mediterrâneo.

A sociedade cretense, além do progresso comercial marítimo, também demonstrava algumas


características interessantes. Segundo documentos históricos, esse povo trazia uma forte ideia e
valorização da importância do papel da mulher na sociedade vigente.

Um dos exemplos da relevância feminina na cultura cretense estava na religiosidade, dando-lhes o prestígio de
serem as responsáveis no culto à Grande Mãe, uma deusa cultuada pelos cretenses, relacionada à fertilidade
das terras e dos ventres maternos. Havia também culto a outros deuses e figuras mitológicas, com destaque
para a lenda do Minotauro – figura alegórica de um ser metade touro e metade homem – que habitava um
labirinto na ilha de Creta, construído e idealizado por Dédalo, a pedido do rei Minos para que os habitantes da

ilha pudessem ficar seguros e prosperar em seus comércios. Reza a lenda que esse touro foi morto por Teseu.
Toda essa influência mitológica e a importância do touro na cultura cretense foram registrados nos afrescos
(Figura 1) encontrados nas ruínas de alguns prédios onde se pode verificar ornamentos com chifres e imagens
desse animal. Além do culto como divindade, várias festas eram realizadas em sua homenagem. Vale destacar

que Creta era considerada uma cidade Estado, ou seja, possuía um governo monárquico liderado por um rei.

Figura 1 | Afresco de touro nas ruínas do Palácio de Knossos (Creta, Grécia).

Fonte: Stock.Adobe.

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Podemos destacar na arte cretense o uso de pinturas em afrescos, em sua maioria, extremamente coloridos,
nas esculturas realizadas em metais e no refinamento em elaborar e construir ornamentos, principalmente de
colares e joias, trazendo como fonte de inspiração, geralmente, a importância do mar em suas vidas. A

arquitetura teve seu apogeu na construção de enormes e suntuosos palácios e templos, com escadarias,
corredores e jardins sempre luxuosos e demasiadamente ornamentados.

No que se refere à indumentária e aos usos e costumes daquela sociedade, Souza (2019) destaca o uso de
barbas e cabelos que produziam aspectos estéticos inspirados em heróis e deuses de seus contos mitológicos,

os quais serviam para identificar esse povo, uma vez que os chamados bárbaros usavam os cabelos
embaraçados e despenteados. Outra característica importante desta sociedade era a maneira como se
perfumavam. Eram utilizados óleo extraídos de ervas aromáticas, como almíscar para cabelos e roupas, como

forma de valorizar sua religião, pois criam ser a essência perfumada um presente dos deuses.

VIDEOAULA: CRETA: CULTURA E CIVILIZAÇÃO

Neste vídeo vamos conversar mais a respeito dessa grande civilização do mundo antigo, os cretenses e sua
cultura milenar, que influenciou toda a região da Mesopotâmia. Vamos interagir comentando suas conquistas e
valorizando sua história.

Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.

CRETA: VESTUÁRIO CRETENSE

Na sociedade cretense, como era muito comum naquele período histórico, a base da economia estava no
comércio de seus produtos e mercadorias com as outras civilizações que circundavam a ilha, uma vez que
estavam em rota para o continente. As transações não se limitavam simplesmente às mercadorias, também
eram essenciais as trocas culturais que, aos poucos, transformaram o cotidiano dos cretenses. As mudanças
eram lentas, mas contribuíram para construção de uma nova tradição
Em uma sociedade centralizada no poder do Estado, como era a de Creta naqueles dias, criavam-se hierarquias
e divisões sociais, caracterizadas inclusive por padrões estéticos, afirmando as tradições, impedindo a
diversidade criativa e a autonomia do gosto. Assim, “o adorno pessoal é praticamente o mínimo e simplificado,
não havendo possibilidade de elementos fantasiosos que destacavam a imagem produzida, embora
acreditassem na sagrada conotação dos tecidos, cores e adornos, mas exclusivamente para seus rituais
religiosos” (KÖHLER, 1993, p. 254).

Podemos entender como indumentária cretense o traje masculino, praticamente composto por uma tanga com
um cinto e o torso normalmente nu. Segundo alguns registros históricos, era comum que as mulheres de classe

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baixa se apresentassem vestidas apenas da cintura para baixo, sem uso de nenhum acessório, nem mesmo na
cabeça.
Köhler (1993) explica o contexto do nu na cultura cretense:

a exposição do dorso nu era uma característica bem marcante nos dois sexos, tinham
ainda uma cintura bem afinada, devido ao uso constante de cintos que afunilavam a

cintura desde cedo, na infância; outra característica igual para ambos os sexos era o
uso de cabelos cacheados e compridos.
— (KÖHLER, 1993, p. 270)

Muito embora as mulheres cretenses gostassem de adornar seus cabelos com turbantes feitos com tecidos

enfeitados, ou utilizando tiaras, era costume o uso de “saias” sobrepostas em camadas sobre aventais. Era
usada, geralmente, na parte de cima, uma espécie de jaqueta que deixava os seios livres e à mostra. A
sobreposição dessas camadas, davam-lhe o formato de um sino, com a cintura afinada e ampliando-se até a
base da saia. Essas saias tinham babados onde se aplicava a técnica do plissado. “Essas camadas de saias
ficaram conhecidas como Volantis” (KÖHLER, 1993, p. 271).
Esse tipo de vestimenta (Volantis) encontramos representada nas esculturas da Deusa das Serpentes, cujo traje
é composto por uma sobreposição de saias que vem da cintura, abrindo-se em camadas, dando uma
configuração na forma de sino, com o dorso nu e com os seios à mostra.

Figura 2| Deusa das serpentes.

Fonte: Wikipedia.

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Podemos dizer que a indumentária consiste em um elemento que pode oferecer subsídios históricos,
econômicos, etnológicos e tecnológicos de uma civilização através dos tempos. Segundo Stefani (2005, p 157) é
“um sistema de signos por meio do qual os seres humanos delineiam a sua posição no mundo e a sua relação

com ele”. Dessa maneira, a indumentária reitera sua importância como fator comunicacional nas relações
socioculturais das antigas civilizações, baseada no uso e associação de signos e significados. Destaca-se na

civilização cretense, além do vestuário, os ornamentos de cabeça, o uso de joias e acessórios que, ao serem
costurados nas roupas, traziam altivez e brilho pelo movimento de suas peças e balanço de seus cabelos

estilosos.

VIDEOAULA: CRETA: VESTUÁRIO CRETENSE

Vamos nos aprofundar nas pesquisas de tendências que apontam para o uso da civilização da antiguidade
como fonte de inspiração da elaboração dos estilistas ao lançarem suas peças no mercado.

Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.

CRETA: A INFLUÊNCIA DE SEU VESTUÁRIO

A cultura e os costumes dos povos da antiguidade sempre guiaram os criadores de moda no desenvolvimento
de suas coleções. Não apenas na área da moda, mas praticamente em todas as áreas – arquitetura, design,

engenharia, entre outras – nas quais o conceito do belo, da harmonia e da estética se fazem presentes; todos
bebem da mesma fonte de inspiração poética. Com a rica cultura do povo da ilha de Creta não poderia ser
diferente, e muito contribuiu para a idealização dos estilistas que buscaram, no passado, a construção de seus
ideais estéticos.
Na sociedade contemporânea, repleta de informações a todo momento e que faz uso das novas tecnologias
para mergulhar a fundo em temas tão diversos e envolventes, não faltam subsídios para criar produtos
conceituais e comerciais. Hoje em dia, é possível buscar informações em diversos sites de pesquisa, plataformas
especializadas e redes sociais, de acesso pago ou gratuito.
Laver (2005) comenta que, na sociedade em que a moda está conceituada, existe respeito à variedade estética,
cada vez mais diversa – buscando um refinamento do gosto e do aguçar dos sentidos estéticos. Afinal, produzir
moda, historicamente, sugere prestigiar no novo o moderno, tendo o presente como marca temporal de sua
existência e buscando no passado referências futuras, sem deixar-se levar pelo domínio do sagrado e
mitológico, como era comum naqueles idos tempos. Enfim, deve-se consagrar o momento estético da

originalidade humana como diferencial de uma sociedade moderna.


Assim, os estilistas da atualidade inspiram-se ao reproduzir peças que tenham esse conceito criativo ao
executar um trabalho focado no uso de materiais naturais, de forma sustentável e que não agridam o meio
ambiente, atrelando uma causa social a uma marca. Vale frisar que os cretenses faziam uso de tecidos naturais,

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como seda, linho e, principalmente, lã. A produção de tecidos era um processo tedioso e demorado, logo, os
produtos tinham um preço bem alto.
Socialmente, a produção têxtil estava a cargo das mulheres cretenses que desempenhavam com galhardia essa

responsabilidade. Ao produzir o pano, ele raramente era cortado, mas eram utilizados por inteiro (KÖHLER,
1993). Atualmente, utilizamos da técnica de Moulage para transformar esses tecidos sem cortes em uma peça

diferenciada e criativa.

Figura 3 | Modelos de vestuários cretenses.

Fonte: Shutterstock.

No processo criativo, por exemplo, os designers podem desenvolver as suas coleções com a finalidade de

impactar seu público-alvo ao se inspirarem na cultura e civilização da ilha de Creta, desde que a pesquisa
mostre que tal sociedade tenha conexão com a tendência a ser pesquisada e produzida, como realizaram os
estilistas Dolce & Gabbana em seu desfile da coleção outono/inverno 2019.

VIDEOAULA: CRETA: A INFLUÊNCIA DE SEU VESTUÁRIO

Vamos nos aprofundar nas pesquisas de tendências que apontam para o uso da civilização da antiguidade
como fonte de inspiração da elaboração dos estilistas ao lançarem suas peças no mercado.

Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.

ESTUDO DE CASO

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Olá, estudante, aqui no estudo de caso você terá a oportunidade de aplicar os conhecimentos adquiridos
ao longo dos nossos estudos. Vamos lá?
Seu estúdio de criação foi selecionado por uma marca conceituada no mercado para desenvolver uma coleção

atual inspirada na civilização antiga da ilha de Creta. Aproveitando seus conhecimentos mais aprofundados
sobre essa sociedade, como você poderia realizar tal evento? De que forma e/ou com quais ferramentas poderá

impactar seu cliente?

RESOLUÇÃO DO ESTUDO DE CASO

Existem diversas possibilidades para resolução desse estudo de caso. Podemos dizer que realizaremos uma

pesquisa intensa nas mídias sociais, em sites específicos de tendência e, principalmente, no público do referido
cliente. Depois, com essas informações em mãos, criaria um desfile temático e conceitual apresentando peças
com tecidos naturais e ecológicos, fazendo uso de uma moda inclusiva e participativa, ao apresentar peças
exclusivas com inspiração em saias Volantis e muito dorso e colo aparentes.

Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.

 Saiba mais
Veja mais informações sobe Creta e sua civilização.
• Civilização Cretense

• WGSN
• Use Fashion
• Box1824
• Teseu e o Minotauro, de 1960, do diretor italiano Silvio Amadio.

Veremos a seguir, um fluxograma que apresenta os conteúdos que foram abordados durante os nossos
estudos.

Figura 4 | Vertente ocidental.

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Fonte: Elaborado pelo autor.

Aula 4

PAÍSES DO MEDITERRÂNEO E SEU VESTUÁRIO NA IDADE


ANTIGA
Entender a relevância dessas civilizações na Antiguidade, seus aspectos culturais, comerciais, o
impacto dessas relações e, também, como a indumentária influenciou esses povos.

49 minutos

INTRODUÇÃO

Ao longo dos nossos estudos vamos ampliar nossos estudos sobre os países do Mediterrâneo e suas
vestimentas na Idade Antiga, a partir do fascinante universo cultural dos povos egípcios, romanos e etruscos. É
importante que você, como profissional em formação, entenda a relevância dessas civilizações na Antiguidade,
seus aspectos culturais, comerciais, o impacto dessas relações e, também, como a indumentária influenciou
esses povos.
O Império Romano notabilizou-se na história pela longevidade e forma de conquistar outros reinos e
civilizações. Alicerçada em inspirações e referências gregas, Roma tornou-se uma referência cultural na
Antiguidade. Os egípcios também contribuíram significativamente para o contexto histórico e cultural daquele
período, evidenciado pelo rico legado presente em acervo arqueológico. Já os etruscos, por sua vez, foram um
dos primeiros a colonizar a península itálica e um dos responsáveis pela formação da cidade de Roma, através
de suas culturas e costumes.
Desejo a você bons estudos!

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ROMA: COSTUMES E VESTIMENTA

Roma foi fundada em 752 a.C. e se localiza na região central da Península Itálica, às margens do rio Tibre. Em
seu apogeu, o Império Romano – que chegou a durar cinco séculos - estendia-se (Figura 1) do Rio Reno até o

Egito, chegava à Grã-Bretanha e à Ásia Menor, foi considerado o maior império da civilização da história
ocidental.

Figura 1 | Expansão do Império Romano.

Fonte: Wikimedia.

A cidade prosperou graças ao seu sistema político, republicano, estendendo-se do ocidente ao oriente,

passando a império, explorando sua forte política expansionista, dominando todos os povos que conquistava
ao longo dos tempos. Tornou-se uma das principais bases econômicas, devido à cobrança de taxas e impostos
dos povos conquistados, além de fortalecer-se em outras bases econômicas, como a agricultura e atividades

pastoris. Na sociedade romana estivam presentes muitos valores gregos, e o luxo e o requinte se mostravam
presentes em sua indumentária. Era um povo politeísta – acreditavam em vários deuses – que eram bem
parecidos com os deuses gregos em sua origem: Júpiter (Zeus), Netuno (Poseidon), Vênus (Afrodite), entre
outros. Beard comenta que:

Com o novo sistema de governo, Roma, que era uma cidade-estado, passou a ser
governada por um Imperador. Cerca de 6 milhões de quilômetros quadrados estavam
sob o domínio romano e outros 6 milhões de habitantes estavam sob o domínio

romano, na capital do Império, Roma, estima-se que foi habitada por 1 milhão de
pessoas.
— (BEARD, 2017 p. 258)

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Um dos fatores de sucesso do seu poderio militar estava em seu exército formado por profissionais, os quais
recebiam o salarium – referente a uma porção de sal paga aos soldados romanos – que, sob o comando de seus
generais astutos e gananciosos pelo poder, atuavam no comando de indestrutíveis legiões, dominando todo o

Mediterrâneo. Contudo, com a invasão dos povos bárbaros (em 746 d.C.), Roma é saqueada e tem seu
imperador (Rômulo Augusto) destituído do poder e as insígnias imperiais enviadas à capital do Império Romano

do Oriente, Constantinopla, marcando o fim do Império do Ocidente. Os bárbaros formaram vários reinos por
todo o território, outrora romano, dando início à configuração política característica da sociedade medieval.

Uma das peças de vestimenta mais característica dos romanos foi a toga (Figura 2), que indicava sua posição
social junto à população. Quanto mais volumosa ela fosse, maior a posição social de quem a vestia, uma vez
que o excesso de tecidos dificulta os movimentos, supondo que, quem as usava não operava trabalho braçal. As

mulheres usavam a túnica longa e uma estola como uma outra túnica com mangas. As pessoas de classes
menos favorecidas e os soldados - quando não estavam com armaduras de guerra - usavam apenas a túnica. As
roupas de campanha eram compostas por túnica curta, saiote e couraça de metal, protegendo o tórax, e
calçando uma bota fechada.

Figura 2 | Ilustração de uma toga romana.

Fonte: Shutterstock.

O tecido para uma toga tinha algo em torno de 5 metros e meio de comprimento por quase 2 de altura, e um
dos materiais mais luxuosos era a seda. O tecido vinha de Bizâncio, capital do Oriente, e seu uso era exclusivo
da família real e de alguns altos funcionários da corte.

VIDEOAULA: ROMA: COSTUMES E VESTIMENTAA

No vídeo, veremos sobre a civilização Romana e seu domínio imperial na Antiguidade, sua importância no
mundo antigo e sua contribuição estética no vestuário, que influencia os criadores até os dias atuais.

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EGITO: O POVO E SUA INDUMENTÁRIA

Vamos conhecer mais sobre o Egito, uma das civilizações mais antigas do mundo, destacada pela suntuosidade
e papel político na Antiguidade. Situado às margens do grande Rio Nilo, e com acesso ilimitado à água, os
egípcios progrediram economicamente transformando esse recurso natural em sua principal fonte de renda.
Com um porto movimentado, a intensa troca cultural e o contato com outros povos, houve significativo impacto

no vestuário daquela época. Esse contexto refletiu na indumentária, atributo determinante no destaque social
entre os nobres da monarquia e as demais classes, como os operários e escravos.
O poder egípcio estava centralizado na figura do Faraó, que ostentava o status de divindade encarnada, logo,
era uma sociedade organizada de forma rígida, baseada em critérios religiosos, com economia voltada às

necessidades do Estado. Possuíam alto conhecimento nos campos da matemática, da astronomia e da ciência,

evidenciada pelos estudos e compreensão da anatomia humana. Dominavam também a área da engenharia,
com suas admiráveis construções, inclusive hidráulicas, para evitar a vazão do período de cheias do Nilo.
Desenvolveram também seu próprio sistema de escrita, os hieroglifos, onde deixaram registrados (Figura 3) em
diversos afrescos informações que se eternizaram ao longo dos tempos.

Figura 3 | Afresco do Egito Antigo.

Fonte: Stock.Adobe.

Era costume o uso de fibras vegetais, como o algodão e o linho na indumentária egípcia, dado que, por motivos
religiosos, a utilização de fibra animal era considerada impura. A pureza do linho se destacava ainda mais por
ser utilizado o linho branco em drapeados e transparências. A nudez pública demonstrava uma baixa condição

social.
Tinham altos padrões de higiene, devido às altas temperaturas. Os nobres banhavam-se constantemente e
raspavam os pelos de todo o corpo. Faziam uso de perucas e barbas artificiais (de cerâmica), além de diversas

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coroas, uma ampla joalheria e de um abuso absurdo de maquiagem. Embora ambos os sexos utilizassem
sandálias, geralmente andavam descalços. Na Figura 4, podemos constatar essas condições ao ver a atriz
Elizabeth Taylor caracterizada como Cleópatra (1963), no filme homônimo de Joseph L. Mankiewicz.

Figura 4 | Elizabeth Taylor como Cleópatra.

Fonte: Wikimedia Commons.

Köhler (1993) refere-se ao CHANTI – uma espécie de tanga masculina – como um dos principais elementos
característicos do traje masculino egípcio, que era amarrada à cintura e presa por um cinto. Para os faraós o
chanti poderia ser pregueado, engomado e inclusive bordado com fios de ouro. Outro vestuário típico dessa
civilização era o KALASIRIS que, segundo Köhler (1993, p. 512) era “Feita por um pedaço de pano retangular, às
vezes tecido numa só peça, presa aos ombros por alças e, quando usado por mulheres, produzia um efeito
ajustado sob os seios”. Essa peça do vestuário poderia ser utilizada por ambos os sexos.
Outra admirável peça do vestuário do antigo Egito era o HAIK - uma espécie de túnica transparente com efeito
plissado - uma roupa utilizada geralmente pelas mulheres. Havia também, para uso exclusivo ao Faraó, um
adorno de cabeça, que se tratava de um pedaço de tecido emoldurando sua cabeça por toda parte, com as
laterais soltas. Em relação ao uso de cores, a mais utilizada era o branco; já nos adornos havia uma certa
variedade cromática, destacando-se os brincos, braceletes, colares, adereços de cabeça e peitorais de ouro
maciço. O KLAFT (Figura 5) era um adereço de cabeça feito em papiro, usado pelos nobres e faraós.

Figura 5 | KLAFT.

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Fonte: Shutterstock.

VIDEOAULA: EGITO: O POVO E SUA INDUMENTÁRIA

No vídeo vamos explorar mais ainda a importância dessa civilização e seus costumes, principalmente no que se
refere ao vestuário e seus aspectos socioculturais - sua rica contribuição para os dias de hoje.

Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.

ETRÚRIA: A CIVILIZAÇÃO ETRUSCA E SUA INDUMENTÁRIA

Os Etruscos fizeram parte de uma das civilizações antigas que viveram na península Itálica no século IX a.C., um

povo anterior ao nascimento da civilização romana, que floresceu na Etrúria, região da Itália que corresponde,
aproximadamente, à atual Toscana (Figura 6), a leste dos Montes Apeninos, entre o Mar Tirreno (oeste) e os rios

Arno (norte) e Tibre (sul).

Figura 6 | Localização da Etrúria

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Fonte: Wikimedia.

Acredita-se que essa civilização chegou pela Ásia Menor, estabelecendo uma ampla rede comercial por toda a
Europa. Tinha sua economia alicerçada na agricultura e na mineração, onde eram mestres na fundição de
metais, aumentando suas transações comerciais, sobretudo explorando as rotas marítimas, expandindo a

distribuição de suas mercadorias. Foram responsáveis por influenciar o comportamento de outros povos da
Antiguidade, principalmente os romanos, até que foram finalmente derrotados pelo Império Romano que
passou a dominar a região. Os Etruscos tinham uma vida abastada e confortável, com recursos disponíveis para

se vestir com luxo e exuberância, (Figura 7) comprovados nos artefatos encontrados em cerâmicas, pinturas e
esculturas.

Figura 7 | Estátua de uma aristocrata etrusca.

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Fonte: Edukavita (2015)

A arte Etrusca também foi representada em adornos, como joias, braceletes, brincos e colares, utilizando
madeira, pedra, bronze e marfim, seus principais materiais. Túmulos, templos, necrópoles e muralhas são

exemplos de sua arquitetura. Tiveram um desenvolvimento cultural bem original para a época, com
competências avançadas em todas as artes, na pintura com seus afrescos (Figura 8), assim como na arquitetura
e engenharia. Sua estrutura política era constituída de monarquia absoluta, seguida da aristocracia,

comerciantes, artesãos e escravos. Para Köhler (1993), diferentemente da civilização grega, as mulheres
etruscas participavam ativamente da vida pública, participando de banquetes, jogos, ginásticas e danças,

carregando em suas roupas influências asiáticas e gregas.

Figura 8 | Afrescos representando os cidadãos etruscos

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Fonte: Wikimedia.

No vestuário feminino do povo Etrusco, pode-se encontrar vestidos amplos com mangas curtas ou longas,

sobreposição de tecidos, algumas calçando uma espécie de bota com cano alto - até próximo aos joelhos – ou
chinelos feitos de couro de camelo. Os anciãos eram mais conservadores, utilizando cabelos e barbas longas e
pontiagudas, usavam sandálias de bico curvado, túnica longa com um manto de cor bem escura. As mulheres
tinham os cabelos pintados, presos na altura do peito ou pendurados às costas. Utilizavam chapéus de abas
largas enfeitados com fitas e peles. Exploravam os bordados que enriqueciam suas vestes, mantos e túnicas,

utilizando-se de diversas cores e fazendo do linho sua principal fibra para a confecção das roupas.
As roupas masculinas, principalmente dos aristocratas, abraçaram elementos da moda grega, com seus rostos

bem barbeados e cabelos curtos. Segundo Köhler (1993, p. 541) “A túnica masculina (Tebana) de formato
semicircular, era de fino linho, com pregas e reluzentes ornamentos”. As togas, por sua vez, eram longas e sem
muito brilho. Calçavam sandálias confortáveis e extremamente leves, deixando expostos os dedos dos pés.

VIDEOAULA: ETRÚRIA: A CIVILIZAÇÃO ETRUSCA E SUA INDUMENTÁRIA

No vídeo, debateremos sobre o vestuário etrusco, seus costumes e peculiaridades que influenciam os criadores
da moda atual. Veremos possibilidades criativas e significativas.

Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.

ESTUDO DE CASO

Estudante, por meio do estudo de caso você pode por colocar em prática tudo o que aprendemos até
aqui. Leia atentamente a situação seguinte e proponha a melhor solução de acordo com o que você já
estudou!
Seu estúdio de criação propôs um desafio: representar a imponência do Império Romano em seu apogeu. A
partir dos seus conhecimentos históricos e repertório visual daquele período, como você representaria essa
marcante civilização e sua rica cultura? Quais referências ou abordagens poderiam ilustrar tal passagem
histórica?

RESOLUÇÃO DO ESTUDO DE CASO

Podemos dizer que existem diferentes possibilidades para atender e responder o desafio proposto pela sua
equipe de trabalho. Você poderá fazer uso de imagens ilustrativas das roupas daquele período histórico,
encontradas em diversas esculturas, tais como:

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Figura 9 | Estátua romana.

Fonte: Wikimedia

Figura 10 | Toga romana.

Fonte: Wikimedia.

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 Saiba mais
Algumas sugestões de leitura e vídeo que auxiliarão em sua jornada profissional!
BARTHES, R. Sistema da moda. São Paulo: Ed. Martins Fontes, 2009.
• LODY, R. Moda e História: as indumentárias das mulheres de fé. São Paulo: Editora Senac, 2017
• História da Arte - Antiguidade Ocidental I: Grécia.

Figura 11 | Aspectos da arte grega e romana

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Fonte: elaborado pelo autor.

REFERÊNCIAS
20 minutos

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XIX, com Ilustrações dos Mestres Auguste Racinet e Friedrich Hottenroth. São Paulo: Publifolha, 2009.
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