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Todos somos criativos de alguma forma, mas, na publicidade, a criatividade é essencial. A9nal,
temos que promover marcas, produtos e ideias de forma inovadora e convincente.
39 minutos
INTRODUÇÃO
Olá! Nesta disciplina vamos aprender sobre Criação Publicitária. Todos somos criativos de alguma forma, mas,
na publicidade, a criatividade é essencial. AAnal, temos que promover marcas, produtos e ideias de forma
inovadora e convincente. Por isso, é fundamental conhecer técnicas de criação para criar boas peças
publicitárias (posts, outdoors, roteiros comerciais) e campanhas integradas.
Espera-se que, ao Anal deste percurso de aprendizagem, você conheça os conceitos de criatividade e criação;
compreenda o processo criativo e as suas ferramentas; e saiba aplicá-los no dia a dia para criar mensagens
publicitárias eAcientes e criativas, sem depender de “inspiração”.
DEFINIÇÕES DE CRIATIVIDADE
desconsiderar a terceira deAnição porque ela é especíAca da área de linguística. A primeira é “qualidade ou
estado de ser criativo”. A segunda deAnição diz que é a “capacidade de criar ou inventar; engenho,
engenhosidade, inventiva”.
Em suma, é um “estado” (a pessoa pode estar criativa em determinado momento) ou uma qualidade (alguém
pode ser criativo). Com certeza você já deve ter ouvido algo do gênero: “Fulano é muito criativo!”, “Nossa, como
ela é criativa! Tem cada ideia diferente.”.
A segunda deAnição refere-se à capacidade de criar ou inventar algo. Quando você rabisca algo ou quando
assobia uma melodia que surge na mente, você está sendo criativo.
Resumindo: somos muito mais criativos do que imaginamos. E podemos ser mais ainda, porque se a
criatividade é um estado ou uma qualidade, quer dizer que podemos ser estimulados para alcançar esse
Fonte: Shutterstock.
No ambiente de trabalho, é muito comum nos depararmos com problemas que podem ser resolvidos com uma
boa dose de criatividade. Pense no dia a dia de um publicitário: diariamente ele precisa encontrar soluções para
resolver os problemas de comunicação de seus clientes. Para resolver esses problemas, precisa de boas ideias,
que vão se tornar mensagens publicitárias capazes de impactar os públicos-alvo de seus clientes.
Re3ita
Perceba que, seguindo o raciocínio apresentado até aqui, criatividade não tem muito a ver com dom ou
inspiração, não é algo apenas para alguns agraciados. Todos são e podem ser ainda mais criativos!
acima de tudo, criatividade tem a ver com a postura adotada em relação à vida.
Como é isso? Em primeiro lugar, a criatividade tem estreita relação com o conhecimento (PIROLO, 2016).
Quanto mais conhecimento se tem sobre um assunto ou alguns, maiores as possibilidades de encontrar novos
Aqui, chegamos a um outro ponto: a curiosidade. A pessoa criativa é curiosa, gosta de saber como as coisas
funcionam, tem interesse em aprender coisas novas, busca novas respostas para velhas perguntas.
Resumindo: para exercitar a criatividade, é preciso curiosidade, vontade de conhecer e abertura para o novo, o
inesperado.
VIDEOAULA: DEFINIÇÕES DE CRIATIVIDADE
O que é a criatividade? O que faz de alguém uma pessoa criativa? Vamos falar a respeito disso no vídeo.
O HOMEM E A CRIATIVIDADE
Os animais, diferentes de nós, agem orientados pelo seu instinto. Um papagaio pode aprender a falar se o
ensinamos, mas ele não consegue conversar. Pirolo (2016, p. 12) aArma que a “atividade criativa é
intrinsicamente humana, apenas o homem cria, projetando seu mundo interior sobre o meio”. O homem é um
ser racional, dotado de linguagem, capaz de se comunicar e expressar seus estados interiores. Além disso, sua
situações inadequadas, enquanto os animais tendem a repetir uma ação aprendida diante de um estímulo
especíAco. A criatividade, portanto, é um potencial humano, um atributo de seres racionais (PIROLO, 2016).
tempos das cavernas, empenhava-se na busca por soluções que se materializavam, por exemplo em
Sabe as pirâmides do Egito? Ainda é um grande mistério como foram construídas, especialmente como Azeram
para transportar e empilhar aqueles blocos enormes. Muitas teorias já foram feitas e desfeitas, até os
Fonte: Pixabay.
Mas, segundo pesquisadores da Universidade de Amsterdã e especialistas a única coisa de outro mundo na
construção das pirâmides foi a criatividade humana. Para transportar os imensos blocos pelo deserto até o local
de construção, os egípcios teriam usado trenós de madeira. Para fazer com que os trenós deslizassem melhor,
exigindo assim menos operários, eles molhavam a areia pelo caminho usando uma quantidade adequada de
água.
Ao longo da história, o homem sempre teve desa9os a superar e, usando seu intelecto, o
conhecimento adquirido e a criatividade, encontrou soluções inovadoras. De acordo com Pirolo
(2016), se não fosse pela criatividade, seria bem provável que ainda estivéssemos morando nas
cavernas ou que não tivéssemos ido muito longe de suas entradas.
É claro que a vida não é só resolver problemas, a capacidade criativa do homem o levou a fazer arte: pintura,
música, dança, literatura, teatro. Criou um patrimônio cultural que atravessa os séculos.
Desde as pinturas rupestres, o homem busca expressar sua subjetividade e deixar sua marca no mundo. E com
arte, engenheiros, arquitetos, cientistas, professores e donas de casa deixam sua marca no mundo, todos os
dias, seja desenvolvendo soluções inovadoras ou inventando um jeito novo de fazer o mesmo.
A criatividade é um assunto que se tornou objeto de estudo de várias áreas. Você conhece as teorias que
A CRIATIVIDADE NO CONTEMPORÂNEO
marco a década de 1950. Desde então, o tema ganhou cada vez mais importância e hoje é discutido
cotidianamente nas escolas, nas empresas, nos meios de comunicação de massa. Contemporaneamente, a
Re3ita
Você já ouviu falar em economia criativa? Pois bem, a área de publicidade e propaganda, essa mesma que
você está estudando, é um dos setores que compõe a economia criativa. O termo é novo, mas,
simpliAcando, engloba todas as atividades econômicas que têm em sua base, como sua matéria-prima,
digamos assim, a criatividade. Além da publicidade, gastronomia, design, arquitetura e games são alguns
Nos negócios, a criatividade é fundamental para manter a competitividade. Diante de uma concorrência cada
vez mais acirrada, das transformações tecnológicas e das mudanças cada vez mais aceleradas no perAl dos
Por isso, além de buscar pessoas mais alinhadas com um perAl criativo, as empresas hoje tendem a fomentar a
inovação e as novas ideias. Vejamos como uma rede de supermercados usou da criatividade e inovação para
Fonte: Pixabay.
“Mas como assim?”, você deve estar pensando. Vamos explicar. A Coreia do Sul é o país que tem a internet mais
rápida do mundo e a grande maioria das pessoas tem smartphones (em 2013, ano em que a Home Plus fez essa
grande ação que estamos contando a você, já eram mais de 10 milhões de smartphones no país) (AGUILAR,
2013). Além disso, é um povo que passa muitas horas trabalhando e ir ao mercado é algo que complica a rotina.
Sabendo de tudo isso e com o desaAo de aumentar as vendas, a Home Plus fez o seguinte: criou painéis que
reproduziam as prateleiras dos supermercados nos metrôs de Seul, capital da Coreia do Sul. Com um aplicativo
da loja, a pessoa podia fazer, então, sua compra no trajeto de ida ou de volta do trabalho usando os QR codes
nas imagens dos produtos para adicioná-los ao carrinho de compras do app, logo, recebia os produtos em casa.
Olha só que comodidade!
Segundo a rede de supermercados, em três meses houve um aumento de 130% nas vendas sem abrir nenhuma
loja física.
ESTUDO DE CASO
Imagine a seguinte situação: você conseguiu aquele desejado estágio na agência de publicidade dos sonhos. E,
como seu primeiro desaAo, recebe o seguinte brieAng de um dos maiores clientes dessa agência.
A Minotauro, empresa de produtos esportivos (tênis, roupas para prática de esportes, camisetas de times de
futebol, suplementos, equipamentos esportivos) que só vende on-line, a partir de seu site de e-commerce, quer
incentivar as pessoas a praticarem esportes, atividades físicas, enAm, a se mexerem mais, já que seu
isso, a Minotauro quer colocar as pessoas para se mexer e solicitou ideias à agência, sejam quais forem, para
incentivar as pessoas a praticarem mais atividades físicas, exercícios, esportes.
Agora é com você. O diretor de criação está esperando pelas suas ideias. Bom trabalho!
E aí, teve boas ideias para incentivar as pessoas a se mexerem mais? O brieAng – a solicitação de trabalho
enviada pelo cliente à agência – é bastante aberto, o que permite ter muitas ideias diferentes. Ao mesmo
tempo, isso é bastante difícil, porque não delimita muito bem o que pode ser proposto, não é mesmo?
Para começar, é necessário ter muita calma nessa hora. Ler o brieAng atentamente, pensar nesse cliente, no
seu posicionamento e em seu pedido. Aí, é deixar a imaginação muir, anotar todas as ideias que passam pela
cabeça, sem Altro algum, por enquanto. O importante é ter várias ideias para selecionar as melhores. Você vai
entender melhor isso quando falarmos sobre processo criativo.
Mas, se pensarmos que é um cliente que vende produtos esportivos pela internet, então, poderíamos propor
algo como: a criação de um aplicativo que conta passos e estabelece metas de passos a serem dados
diariamente. Conforme a pessoa vai atingindo as metas, ganha descontos no site para comprar produtos, como
forma de incentivá-la a superar as metas e, quem sabe, começar a se envolver mais com esportes, com a prática
de exercícios a partir desse contato com o site da Minotauro.
Aula 2
44 minutos
INTRODUÇÃO
Olá, estudante!
Nosso estudo vai tratar sobre as principais áreas de atuação do proAssional ligado ao design. Em um primeiro
momento vamos entender melhor o termo designer e como esse proAssional atua nas mais diversas formas
constatadas em nossos dias atuais, mas sempre ressaltando a sua importância dentro do processo de criação e
desenvolvimento dos mais variados tipos de produtos existentes. Posteriormente, abordaremos algumas
peculiaridades sobre o mercado de trabalho, especiAcamente no que diz respeito à inserção do designer, seja
em nível individual ou como equipe de criação. Finalizaremos com uma visão do binômio: proAssional e seu
campo de intervenção. A ideia é procurar entender a integração que pode ser estabelecida na área do design, a
partir de como o designer concebe o seu produto, e como este se insere e intervém no cotidiano das pessoas.
Possibilidades de atuação
Você saberia dizer como atua, e quais seriam as principais áreas que o proAssional que trabalha com design
costuma intervir?
Segundo Santos e Souza, (2018, p. 228), “o termo “designer” se refere ao proAssional que atua na área do
design”. As áreas de atuação do designer são tão diversas, quanto o próprio termo do design em si, que em
nossos dias contemporâneos são empregados para conceituar tudo o que apresenta um projeto conceptivo, e
Partindo-se então desse ponto comum, que situa a proAssão do designer como um proAssional que exerce uma
atividade de criação, seja qual for o seu segmento, e que busca sempre pela inovação e pelas soluções
inteligentes, vamos ver algumas das principais áreas de atuação.
Design de moda
Resumidamente engloba o desenho e a criação de artigos relacionados com a indumentária, como roupas,
calçados, acessórios, etc. EspeciAcamente no setor de estilismo, esse proAssional consegue exercer a sua
liberdade para conceber novos cortes e estilos, desenvolvendo composições e especiAcando estampas e
tecidos.
Fonte: Shutterstock.
Design grá.co
Cria trabalhos visuais diversos, seja para artigos impressos ou digitais, tais como jornais, revistas, livros,
Design digital
Ainda que o designer gráAco também crie arquivos digitais, o designer digital além desse tipo de trabalho, é
especialista em mídias eletrônicas e on-line, além de editar vídeos e animações. Também costuma desenvolver
aplicativos, sites e games, quando trabalha em conjunto com equipes de tecnologia e desenvolvimento de
sistemas informatizados, sendo responsável diretamente por conceber interfaces funcionais e com atrativo
visual.
Fonte: Shutterstock.
elementos ligados à imagem de uma empresa, ou seja, a sua assinatura visual enquanto instituição. Muito mais
que a criação de logotipo, o designer incorpora a identidade e AlosoAa da empresa por meio de cores e
materiais.
Design industrial
Uma frente de trabalho que funde a capacidade artística com fundamentos de engenharia, para desenvolver
produtos com uma certa complexidade, tais como peças, maquinários, equipamentos e até veículos, por
exemplo.
Design de produto
Ainda que tenha características semelhantes ao desenho industrial, foca em produtos de menor tamanho e
Fonte: Shutterstock.
Design de interiores
Trata da criação de espaços internos e externos de ediAcações, no âmbito residencial, comercial e corporativo,
dentre tantas outras tipologias, com funções especíAcas quanto ao seu uso. Leva em conta justamente o
conforto dos usuários, aliando funcionalidade, aspectos lumínicos, acústicos e térmicos, com emprego de
envolve estudo e competência, sendo o designer, o proAssional responsável pela sua criação e pelo seu
desenvolvimento.
O nosso vídeo vamos conceituar a proAssão do designer e sua relevância dentro do processo de criação das
“coisas”. Vamos também conferir alguns dos campos que o designer atua com ilustrações dos processos e do
desenvolvimento criativo, dando uma especial atenção a alguns conceitos ligados ao design da moda.
O MERCADO DE TRABALHO
área de atuação, época ou local. Um proAssional ético e qualiAcado, em suma, competente no que faz, possui
uma chance muito maior em se destacar e se inserir no mercado correspondente ao seu ramo de atuação.
O projeto de design é generalista por natureza, uma vez que engloba questões artísticas e técnicas, que não
podem ser deixadas de lado pelo designer em suas produções. Segundo Coelho (2008) o processo de
desenvolvimento de design sempre vem a envolver um número signiAcativo de aspectos que inmuenciam na
concepção de um projeto, sendo questões relacionadas com o uso, as maneiras de produção e execução,
Complementando essa linha de raciocínio, Heskett (2008), nos elucida que o design assume um papel
determinante na qualidade de vida de uma população, pois ele interfere de forma direta em vários aspectos da
Tomando como base esses apontamentos iniciais, duas premissas servem para conduzir o nosso estudo. Uma
delas vai de encontro com a necessidade de existir uma mão de obra qualiAcada para o desenvolvimento do
design, e a outra liga-se ao despertar da indústria para a necessidade de incorporar um design de qualidade em
sua produção.
O design e as empresas têm suas próprias culturas: suas crenças, valores e
culturas”. Para exercer maior inmuência nas indústrias criativas, compreender melhor os
As empresas já se deram conta de que os consumidores cada vez mais exercem o seu poder de compra,
escolhendo produtos que julgam melhores sob sua concepção, mais funcionais, de qualidade, ou então com
Em um mundo cada vez mais competitivo, e com tantas possibilidades, o que caba
diferenciando o produto de um fabricante X de outro fabricante Y, está intimamente ligado com
o seu design.
Temos então uma simbiose entre o designer, proAssional atuante no mercado de trabalho, e o seu contratante,
a empresa criativa, como propulsora desse mercado.
fomentar mudanças.
— (BEST, 2017, p. 12)
O mercado de trabalho permite que o designer exerça o seu trabalho de diferentes formas, seja como
freelancer, atuando de forma independente e sem vínculo empregatício, ou como integrante de um corpo de
Independentemente do formato de atuação, o fato é que o trabalho criativo do designer não pode ser
substituído por máquinas, pois ideias ainda são exclusividade de seres pensantes, e o proAssional precisa
então, estar munido de conhecimentos técnicos e instigar constantemente a sua expertise para oferecer
Trazemos em nosso vídeo uma constatação de como o mercado exige cada vez mais designers que possam
atender a uma demanda atual, que ofereçam produtos com qualidade e inovação, remetindo as exigências do
consumidor cada vez mais exigente. Você pode compreender que a atuação do design é determinante para
trabalho.
O termo design vem da língua inglesa e signiAca “desenho”. Ele deriva do verbo latino
designare, que quer dizer designar, mostrar, apontar uma direção. Como você sabe,
hoje esse termo tem um sentido mais amplo, pois se refere ao processo de criação de
alguma coisa, que pode ser um espaço, um objeto, um conceito ou uma ideia. Esse
Segundo Best (2017), o design é um processo de resolução de problemas centrado nas pessoas, já que em sua
forma verbal, tem o sentido de planejar, desenhar, criar, conceber. De uma forma geral, é um processo, uma
prática e um modo de pensar. Como substantivo, possui forma e função: é o resultado do processo de design.
Quando falamos na integração entre as áreas de atuação do designer, Best (2017, p. 12) elucida
que “os pro9ssionais de design atuam dentro das empresas, sejam elas clientes (como
pro9ssionais ligados a funções e departamentos organizacionais estabelecidos) ou
agências/consultorias (integrando equipes de projeto multidisciplinares ou de uma única
disciplina)”.
Poderíamos então dividir essa multiplicidade integrada de atuação, segundo Best (2017) resumidamente em:
Exemplos de disciplinas de design: design de moda, design gráAco, design de embalagens, design de
produto, design industrial, design de interiores/ambiental, design de mídia digital/web, design de serviços,
design de experiência.
Uma coisa é comum a todas as áreas de atuação: as abordagens oriundas das necessidades dos usuários.
É aqui que são identiAcadas necessidades latentes nos usuários, mediante a exploração
envolvimento dos próprios usuários no processo de design. Nesse caso, o design torna-
se uma forma de gerar, visualizar e testar ideias para novos conceitos e experiências de
produtos e serviços.
— (BEST, 2017, p. 18)
O que podemos constatar em várias situações, é que o foco das criações se deixar inmuenciar pelas
necessidades dos usuários, fenômeno este, que determina o caminho de novos projetos para produtos e
serviços, como se essas exigências fossem o aspecto que alavancasse o design de coisas novas.
Fonte: Shutterstock.
É preciso mencionar também que essa integração na atuação é evidenciada na relação entre design, gestão e
inovação, como evento que se desenvolve e estreita o contexto de mudanças aceleradas. Best (2017, p. 168)
coloca que “visto historicamente como um elo entre o recurso interno de design e outras funções
organizacionais, como marketing, gestão e estratégia, o design cada vez mais tem desempenhado um papel
catalítico nas empresas”, uma vez que ele opera de forma interdisciplinar e se estabelece como o denominador
O importante é que você compreenda que qualquer que seja o setor de mercado ou a área de atuação, o design
deve gerar valor e contribui para estimular a inovação e o crescimento.
usuário, a indústria e as demandas do mercado contemporâneo. As frentes de trabalho não se limitam ao fazer
projetual, mas também em análises de mercado, sejam necessidades ou oportunidades, e o marketing para
ESTUDO DE CASO
Vamos partir de uma situação hipotética em que você recebeu uma oportunidade para trabalhar em uma
empresa bastante conhecida no ambiente nacional e internacional, pelos produtos que oferece. Apesar de
ainda faltar alguns anos para Analizar seu curso de design, em virtude do seu talento, você conseguiu uma vaga
muito concorrida, para estagiar junto a designers renomados no setor de criação dessa empresa. Em uma das
suas visitas corriqueiras ao setor de produção, no parque fabril, em uma conversa proAssional com alguns
colaboradores da empresa, ao ver você interagindo sobre o desenho de um produto, lhe foi indagado o que
realmente faz um designer, e quais as áreas que ele poderia atuar. Você então, sensibilizado com as perguntas,
e como forma de apresentar esse universo para alguns colegas de trabalho que desejavam saber mais sobre a
proAssão, decide agendar um encontro para conversar sobre o assunto.
Como você conduziria essa conversa, e quais os assuntos importantes para abordar com esses possíveis futuros
designers?
Você poderia abordar basicamente como o mercado de trabalho oportuniza que o designer atue, de distintas
formas e em várias áreas do conhecimento.
Comece conceituando brevemente o design em si, que trata de todo e qualquer compromisso em criar,
desenhar, desenvolver, enAm, conceber alguma coisa, e que na prática é um constante pensar e agir.
Na sequência você pode abordar as formas possíveis de atuação do designer, que podem acontecer dentro de
empresas, como o seu caso, em que você atende a uma demanda de produtos daquele único setor, ou então,
como proAssional independente, seja como criador para alguma marca especíAca, ou então livre para atender
distintos clientes. Frise que não necessariamente, em nossa contemporaneidade, são necessários espaços
físicos, com área especíAca e complexa, uma vez que o sistema home o9ce é cada vez mais difundido no
A seguir, apresente a multiplicidade da área de conhecimento em que o designer pode atuar, com uma breve
explicação pertinente delas, como: design gráAco, design de embalagens, design de produto, design industrial,
Design grá.co: trabalha com a criação de projetos visuais, tais como embalagens, logotipos, layouts diversos,
publicações impressas (jornais, revistas, panmetos, etc.), outdoors, dentre outros tipos de materiais.
Design digital: criação de vídeos e animações, para vinhetas, videoclipes, Almes, publicidade, etc. Também
Design automotivo: trabalha com a aparência e funcionalidade de veículos juntamente com engenheiros e
proAssionais da área.
Design industrial: desenha máquinas, equipamentos e peças, no ramo de tecnologia em geral, também
Design de jogos: cada vez mais presente e em constante expansão, em que o designer é responsável pela
EnAm, frise que os caminhos são diversos, mas todos com o objetivo de serem inovadores, autênticos, e com o
objetivo centrado sempre em oferecer um produto ou serviço com qualidade e originalidade.
Saiba mais
Este vídeo traz algumas peculiaridades sobre o mercado da moda e como pode atuar o proAssional que se
identiAca com esse mundo, nas distintas formas de trabalho que são oferecidas.
O vídeo de Ludwig traz um bom resumo sobre o que faz um designer e quais as suas principais
possibilidades de atuação no mercado de trabalho, com uma exposição dinâmica e prática.
Aula 3
45 minutos
INTRODUÇÃO
Olá estudante!
Para entendermos um pouco sobre o processo de industrialização e a sua organização, precisamos trazer para
remexão, que o estudo da história do design é um fenômeno relativamente recente. No entanto, a organização
dos processos industriais pouco a pouco modiAcou as relações sociais e a forma de como se deram os
estratégias de produção, que se estabeleceram desde a primeira fase da Revolução Industrial até o século XX.
Vamos iniciar!
manufaturas, e na verdade, como descreve Cardoso (2008, p. 21), a própria “ideia que fazemos atualmente de
artesanato, como um tipo de trabalho diferenciado e especial, é fruto da industrialização, pois essa distinção
Os registros históricos e as descobertas arqueológicas, apontam que nos primórdios das diversas civilizações, já
eram utilizadas técnicas rudimentares e antecessoras da produção em série, como a moldagem de cerâmicas e
a fundição de metais, as quais permitiam de certa forma uma produção análoga a uma espécie de padronização
em larga escala.
Segundo Cardoso, (2008), descrever o exato momento da inserção dos meios mecânicos dentro do processo
produtivo, pode ser discutível, mas certamente já é digno de menção quando tratamos da imprensa com tipos
móveis, inovação introduzida no continente europeu nos idos do século XV. Isso se comprova, pelo método
consolidação dos estados nacionais na Europa, organizados não mais de forma feudal
mas a partir de uma política centralizada e voltada para a competição com outras
construções Jean-Baptiste Colbert. Somado às fábricas que produziam vidros e tapeçarias para o rei,
desenvolveu-se um polo fabricante de artigos para mobiliar os edifícios reais, racionalizando a produção e assim
fortalecendo a supremacia francesa na área, com um volume de produção relevante para a época, chegando a
Temos como exemplos dessa tendência, os centros produtores de seda (Lyon), conjuntos de indústrias têxtis
(Catalunha), cerâmicas e louças (Inglaterra), dentre outras tantas.
Concluindo, seja no setor estatal ou então na iniciativa privada, ao longo do século XVIII, alguns fatores foram
determinantes:
A escala da produção aumentou de modo signiAcativo, atendendo a mercados maiores e mais distantes do
centro fabril.
O tamanho das oAcinas e das fábricas também aumentou, com uma quantidade maior de trabalhadores, e
Opção pela produção em série com uso de recursos técnicos como moldes, tornos e até uma incipiente
mecanização de alguns processos, que corroboraram para reduzir a variação individual dos produtos.
Divisão das tarefas e especialização cada vez maior de funções, inclusive na separação entre as fases de
planejamento e execução.
O vídeo situa o design dentro do próprio processo da organização da indústria como uma transformação dos
processos de produção, mas acima de tudo, como instauração de uma nova divisão do trabalho, denotando
uma grande revolução no campo social. É ressaltado também, a modiAcação da produção artesanal para
AS REVOLUÇÕES NA INDÚSTRIA
povos, bem como as relações de trabalho e os métodos de execução, um marco serviu como divisor histórico,
para estabelecer o início de uma série de mudanças, que foram se aprimorando ao longo dos anos até o
cenário que vivenciamos em nossa contemporaneidade. Estamos tratando da Revolução Industrial que pode
como forma de chamar atenção para o impacto tremendo que exerceram sobre a
sociedade, o qual só encontrava eco na ruptura radical com o passado efetuada pela
Revolução Francesa.
— (CARDOSO, 2008, p. 28)
Essa constatação remete essencialmente na metodologia atual de criação e execução, que produz em
quantidades signiAcativas, fazendo com que os custos operacionais sofram uma diminuição proporcional, não
levando necessariamente em conta uma demanda de mercado, mas instaurando a sua própria produção. Isso
só é possível em virtude de que praticamente tudo o que se consome é produzido de forma industrializada, nos
fazendo entender a importância dessa transição histórica advinda com as Revoluções Industriais.
A primeira grande Revolução Industrial se deu em meados do século XVIII (década de 1750), com o foco
disseminador na Inglaterra, por alguns possíveis fatores, dentre os quais: aspectos demográAcos, sociais,
tecnológicos, geográAcos, culturais e ideológicos. “Sabe-se que foi na fabricação de tecidos de algodão que o
grande surto industrial primeiro se veriAcou, com um aumento de cerca de 5.000% da produção entre as
Fonte: Shutterstock.
Esse crescimento marcante se explica pelo mercado suAcientemente grande para absorver tal volume, e
segundo Cardoso (2008), pelo fato de que a Grã-Bretanha detinha um quase monopólio do comércio exterior
europeu entre 1789 e 1815, em função do seu claro domínio naval e do bloqueio imposto à Europa continental
durante as guerras napoleônicas. Os comerciantes ingleses tinham o privilégio da compra e venda de produtos
pelo planeta, servindo de intermediadores entre a indústria e o consumidor, adquirindo as mercadorias por
menor preço e vendendo-as por uma quantia maior. Esses aspectos acabaram por determinar o segundo
momento ou uma espécie de segunda Revolução Industrial.
Segundo Cardoso (2008), foi o retorno 9nanceiro desse monopólio inglês, que propiciou o
acúmulo de capital necessário para 9nanciar a transição das pequenas o9cinas, antes
artesanais, para as grandes fábricas, devidamente equipadas com as últimas novidades
tecnológicas.
Outra consequência imediata foi a mecanização do trabalho, que entre o Anal do século XVIII e o início do XIX
determinou o aumento constante da produtividade na indústria têxtil, com custos cada vez menores em função
Temos então nesse período um considerável acúmulo de riqueza e, portanto, um acréscimo proporcional em
relação à possibilidade de um consumo até então inimaginável, fomentando o desenvolvimento que adentrou o
século XX.
Para que você consiga entender melhor como a Revolução Industrial, iniciada por volta de 1750 na Inglaterra,
instauração desse processo. Complementaremos com uma divisão em etapas, evidenciando os fatos mais
relevantes de cada uma dessas sucessivas revoluções que remetem nos avanços tecnológicos vividos em nossos
dias atuais.
EXPANSÃO INDUSTRIAL
com maior rapidez em algumas áreas e locais, mas de uma forma geral, por volta do século XIX, países como
França, Alemanha, Estados Unidos e até o Brasil, tiveram seus sistemas produtivos e novas estratégias na
organização do trabalho profundamente transformadas. O ritmo acelerado das inovações tecnológicas permitiu
a instauração de grandes parques fabris, que apesar de não extinguir as pequenas oAcinas, inevitavelmente
ocasionaram uma diminuição delas quanto a sua representatividade no contexto produtivo.
Essa expansão foi potencializada em virtude da nova forma de divisão de trabalho dentro do processo
produtivo, que ia do projeto à execução da mercadoria. Essa divisão permitia ao fabricante maior controle sobre
seus empregados. Não era mais necessário ter vários artesãos qualiAcados e a um custo signiAcativo, quando se
podia ter um bom designer para criação do projeto e um coordenador competente para gerir a grande massa
operária na execução da produção.
A remuneração alta dos dois primeiros era mais do que compensada pelos salários
aviltantes pagos aos últimos, com a vantagem adicional de que estes podiam ser
Essa produção seriada representava menos investimento e economia de tempo, garantindo lucros signiAcativos,
Fonte: Shutterstock.
O passo seguinte da expansão industrial, foi a mecanização dos processos de produção que iniciou com
máquinas a vapor, no Anal do século XVIII e início do século XIX, com o claro objetivo de minimizar erros
humanos e estabelecer uma espécie de precisão e padronização das peças produzidas na indústria.
Quem lucrava de fato com a mecanização era a categoria incipiente dos designers. À
Esse valor agregado ao trabalho desenvolvido pelo designer muito se ligava ao desejo do fabricante de obter
Outro fator que também impulsionou o avanço da indústria foram os sucessivos conmitos bélicos dentro das
uniformes e trocáveis, com a vantagem para o abastecimento militar, pois seria possível utilizar as peças de
uma arma para consertar outra, sem necessidade de substituir a arma inteira a cada revés (Cardoso, 2008).
Além dessa origem conceitual advinda das ideias armamentistas, outros exemplos ilustram a padronização
como elemento organizador da produção na indústria, tais como as máquinas de costura, a produção de
mobiliário, e mais tarde, no século XX, a indústria naval. O século XIX, segundo Cardoso (2008), foi o palco da
revolução nos transportes e na comunicação. Estradas de ferro, navegação a vapor, telégrafo e fotograAa,
dentre outras descobertas, alteraram a distribuição de mercadorias e disseminação de informações,
VIDEOAULA: EXPANSÃO INDUSTRIAL
Nosso vídeo lhe convida a entender melhor a instauração do processo de produção em série e as
transformações ao longo dos últimos anos, a partir da Revolução Industrial. Outro fator que ganhará destaque é
o método mecanizado dentro do processo produtivo industrial, e o ganho Ananceiro com a relocação das
funções trabalhistas. Finalizamos com alguns exemplos relevantes no processo de expansão industrial.
ESTUDO DE CASO
Imagine que você foi convidado para participar de um seminário promovido pela sua instituição de ensino, que
ocorrerá na semana acadêmica, em que sempre são promovidos uma série de cursos, palestras e workshops.
Curiosamente, apesar de sua atuação ser no Design, esse seminário é multidisciplinar, incluindo até a área do
Direito, cujo tema trata sobre as relações entre empregado e patrão, com enfoque na busca por leis que
facultem maior valorização do colaborador pela empresa contratante.
O organizador pediu que você falasse sobre as origens da relação entre indústria e operário, especialmente no
período que sucedeu a grande transformação dos meios produtivos, a partir do século XVIII.
Quais seriam os principais apontamentos que você poderia lançar para os participantes?
Estabelecendo uma linha cronológica, levando em conta o período solicitado, Aca claro que o seu enfoque deve
se dar a partir da grande transformação ocorrida com a Revolução Industrial na Inglaterra, que modiAcou
totalmente a forma de concepção e execução das mercadorias, estabelecendo ainda um novo tipo de relação
entre o antigo artesão, até então detentor do processo integral de produção, para uma nova divisão social do
trabalho, com uma clara distinção entre os novos cargos e atribuições dos trabalhadores envolvidos no
processo de fabricação.
A produção artesanal dos produtos e as formas de comercialização entre os povos, antes da Revolução
Industrial, distingue-se fundamentalmente pelo fato que aconteciam quase que integralmente por um único
indivíduo, estabelecendo assim uma produção de pequena escala, suscetível à imprecisão e longe de alcançar
maquinários simples, foi possibilitada uma produção em maior escala, criando um excedente de mercadorias,
rapidamente absorvido pelo consumo local e mais tarde alcançando países vizinhos. Na verdade, tivemos
alguns processos que se deram quase que concomitantemente: as indústrias precisavam de mão de obra para
produzir, impulsionando o êxodo rural e inchamento das áreas urbanas, acelerando o processo de urbanização.
lucros obtidos com a comercialização e com o escoamento da produção, alicerçaram o surgimento das grandes
indústrias e seus novos métodos com a produção seriada, com um maior número de operários, mas nem
Mas, voltando-nos para as relações de trabalho, a mecanização demagrou um novo cenário em que não mais
seriam necessários artesãos especializados para produzir uma mercadoria, já que uma única pessoa poderia
operar uma máquina, e dessa forma os salários diminuíram muito, e somado a isso, tínhamos uma jornada de
trabalho desumana, chegando a 16 ou mais horas diárias. Os trabalhadores que não suportavam essa
imposição eram facilmente substituídos por outros, uma vez que a demanda de mão de obra era maior que a
oferta de emprego.
Não existia na época, nenhum tipo de segurança nas indústrias para os trabalhadores e invariavelmente
aconteciam acidentes. E com se não bastasse esse fato, o trabalhador que se afastasse por problemas de saúde
era demitido, sem direito à indenização nenhuma, pois só eram pagos os funcionários que trabalhavam
seus patrões, que levou à criação das organizações de trabalhadores, que conhecemos atualmente sob o nome
de sindicatos.
Saiba mais
O vídeo do Canal Futura, vai tratar sobre o mundo de máquinas, as classes de burgueses e trabalhadores,
com relação ao surgimento da Revolução Industrial, bem como os seus desdobramentos, que
Já o livro Uma Introdução a História do Design, é uma ótima referência para entender como se deu a
história e evolução do design, especialmente pelas diversas revoluções que aconteceram ao longo da
Aula 4
43 minutos
INTRODUÇÃO
Atualmente, vemos centenas de fotograAas por dia na televisão, cinema, revistas, jornais, propagandas e em
redes sociais como o Instagram e Facebook, citando apenas alguns meios propagadores de imagens que fazem
parte de nosso cotidiano. Embora a tecnologia tenha evoluído rapidamente desde a Revolução Industrial (século
A fotograAa inaugura uma nova forma de ver e se relacionar com imagens. Sua rapidez na produção,
Assim, ao longo dos nossos estudos, vamos conhecer a origem da fotograAa no século XIX e como ela cresceu
através do tempo, tornando-se parte do dia a dia e ferramenta essencial para a criação de layouts no design
gráAco.
A SUBSTITUIÇÃO DA ILUSTRAÇÃO PELA FOTOGRAFIA
O advento da fotograAa mudou para sempre a compreensão e a leitura de imagens. Ela inmuenciou fortemente
as artes plásticas (alguns pintores se tornaram fotógrafos) e possibilitou o nascimento do cinema. A primeira
fotograAa já registrada na história foi tirada pelo inventor francês Joseph Nicéphore Niépce (1765-1833) em
1826 (Figura 1). Entretanto, o cientista foi, por muito tempo, esquecido pela história, enquanto seu conterrâneo
e sócio Louis-Jacques-Mandé Daguerre (1787-1851) ganhou o título de pai da fotograAa quando apresentou seu
Muitos cientistas Azeram parte do desenvolvimento da fotografa nos seus primeiros anos de vida. Entre eles, é
importante destacar o trabalho do inglês William Henry Fox Talbot (1800-1877), o primeiro a criar um processo
negativo/positivo (chamado de “calótipo”) e do francês Hercules Florence (1804-1879), radicado no Brasil, que
criou seu processo fotográAco enquanto pesquisava uma forma barata de fazer cópias, antes mesmo de
Daguerre. Florence também Acou à margem da história, até que seu nome foi revisto pelo pesquisador
brasileiro Bóris Kossoy, cuja pesquisa pode ser veriAcada no livro Hercule Florence: a descoberta isolada da
de sua casa e foi feita com betume branco da Judéia como substância fotossensível que chamou de HeliograAa.
Embora a fotograAa tenha incorporado novas “formas de ver” (enquadramentos, por exemplo) e produzido
imagens (em alguns casos, até mesmo substituído a pintura, como na produção de retratos), sua relevância
para o design gráAco se inicia, principalmente, quando é incorporada à mídia impressa. A princípio, como a
fotograAa era composta por diversos tons de cinza, era impossível utilizá-la para a impressão de jornais ou
revistas, já que a tecnologia era de impressão tipo “traço”, apenas em preto em branco como um carimbo.
Alguns jornais contratavam gravuristas para fazer uma cópia da fotograAa para possibilitar sua inclusão nas
reportagens (para ter credibilidade, a legenda apontava que aquela era a reprodução de uma fotograAa).
Existe muita controvérsia sobre onde e quando foi impressa a primeira foto em uma mídia de grande
circulação. Ela só se torna comum a partir de 1882, com a invenção da impressão em meio-tom (autotipia), por
Georg Meisenbach (1841-1912), que é uma “técnica de quebrar uma imagem em uma série de pontos de modo
a reproduzir toda a gama de tons de uma fotograEa ou trabalho de arte de tom” (HALFTONE, 2012).
A autotipia, além de possibilitar a substituição da ilustração em gravura pela fotograAa na imprensa, barateia o
custo da inserção de imagens na mídia, já que contratar um artista gravurista era muito oneroso à época, por
volta de 300 dólares por imagem. Após a autotipia, inserir imagens nos materiais impressos passou a custar
Neste vídeo, são apresentadas imagens importantes criadas pelos cientistas pioneiros da invenção da
fotograAa, bem como suas características técnicas. Também será deAnido, de forma ilustrativa, o conceito de
“meio tom” nas imagens fotográAcas. Você observará as primeiras fotograAas que foram veiculadas nas mídias
A fotograAa caiu rapidamente no gosto do público no século XIX. A cada dia, mais pessoas sentiam a
necessidade de ter seu retrato tirado e tornou-se comum colecionar fotograAas da família em álbuns e até
mesmo de celebridades, que eram vendidas em bancas de jornais e papelarias (SOUGEZ, 1996). Dessa forma, a
organização estética das imagens tornou-se cada vez mais importante, e estúdios chegavam a fornecer Agurinos
Com a fotograAa nasceu também uma nova maneira de perceber o mundo do ponto de
a fotograAa. Quando o Daguerreótipo foi lançado, em 1839, sua Adelidade com a realidade foi tão
impressionante que foi chamado de “espelhos da memória” (HACKING, 2012. p. 37), pois eram imagens
registradas em lâminas de vidro. Porém, sabemos atualmente que existem muitos fatores (cor, luz,
enquadramento) que podem modiAcar não só a forma do que está sendo fotografado, como também seu
signiAcado. A princípio, os editores subestimaram o valor da fotograAa, já que não conseguiam entender o
poder que a imagem tinha de comunicar e contar uma história. Assim, incluíam-nas nos meios de comunicação
Nesse momento, voltamos à República Alemã de Weimar, na mesma época em que surgiu a escola Bauhaus, no
período entre guerras. Surgiram, na Alemanha, importantes revistas ilustradas como a Berliner Illustrierte
Zeitung, de Berlim, que em 1930 chegou a alcançar dois milhões de cópias por número impresso. Essas revistas
passaram a usar a fotograAa como elemento informativo, não apenas ilustrativos. Algumas reportagens,
inclusive, utilizavam apenas fotograAas para contar uma história com início, meio e Am, sem texto de apoio
(GIACOMELLI, 2003).
Essa postura inaugura uma nova forma de pensar o layout de uma página, como podemos ver na Figura 2, na
qual as imagens têm maior relevância do que o texto nas páginas. Outra grande inovação vista nas revistas
alemãs, inmuenciando o design internacional, foi o tratamento de capa: a fotograAa ocupa todo espaço
disponível, Acando, algumas vezes, sobre o próprio título da revista (Figura 3).
Com o advento e ascensão do nazismo ao longo da década de 1930, editores e fotojornalistas fugiram da
Alemanha, levando consigo essa nova estética que viria a inmuenciar as revistas e jornais através da Europa e
EUA, como a americana Life, que abrigou Kurt Kor~, ex-editor da revista Berliner e a francesa Vu que “[...] seguia
o mesmo modelo estabelecido pelas revistas alemãs: publicação de grandes fotorreportagens temáticas, com
Figura 2 | “Das Riesenspielzeug. Die Welt von oben: Fahrten mit dem Freiballon” (“O brinquedo gigante. O mundo de cima: viagens com o balão
compreendido entre o Anal do século XIX e começo do século XX, aprofundando um pouco o conhecimento da
organização de informação em suas páginas, partindo da fotograAa como fonte de informação e não mais como
A partir do século XX, tanto o jornalismo quanto a publicidade passaram a depender, cada vez mais, de
imagens. Por consequência, foi necessário criar um cargo para orientação e organização dos layouts: o diretor
de arte. Os EUA importaram muitos talentos da Europa para estabelecer as inovações estéticas que cresciam no
continente. Na análise do designer, professor e autor britânico Richard Hollis: “se por um lado os europeus
admiravam o dinamismo da atividade comercial norte-americana, os norte-americanos por sua vez voltavam-se
Nessa movimentação, em 1929, o designer russo Mehemed Fehmy Agha (1896-1978), que trabalhava na Vogue
alemã recebeu um convite do proprietário e editor da revista, o magnata americano das comunicações Condé
Nast, para trabalhar nos EUA em outras revistas que pertenciam à sua editora, a Vanity Fair e a House and
Garden. Essa mudança de ares contribuiu para que Agha se tornasse um dos pioneiros na deAnição do que hoje
conhecemos como direção de arte.
Entre as principais inovações, Agha idealizou o layout das revistas como uma série de páginas duplas (Figura 4);
trouxe para as revistas americanas as fotos que “saíam” pelos cantos da página (chamamos de fotos
“sangradas”), as fotos impressas em duas cores (ao invés de preto e branco), a folha quadriculada (grid) para
organização dos layouts e o “espelho” para organizar o conteúdo das revistas – “espelho” é uma forma gráAca
de organização, que funciona como um organograma, apresentando as páginas da revista na ordem que serão
dispostas, como pode ser visto na Figura 5. Agha também planejava a revista antes de solicitar as fotograAas, e
Outro diretor de arte de destaque que atuou no mesmo período foi outro russo, Alexei Brodovich (1908-1971),
presente na Harper’s Bazaar a partir de 1930, revista de moda americana concorrente da Vogue. Ele observava
as páginas de uma revista tal como um artista observa sua tela e as organizava levando em consideração texto,
fotograAa e espaço em branco, ou seja, o espaço vazio era pensado como sendo mais um elemento que faz
parte da composição, indo em direção contrária ao convencional, que era ocupar cada pedaço em branco do
papel.
Os textos, muitas vezes, seguiam o desenho da fotograAa (Figura 6), criando um diálogo entre as páginas
espelhadas. Brodovich nunca colocava elementos demais em uma página, criando uma área de “respiro” para o
olhar e enfatizando o conteúdo presente. Quando precisava organizar muitas imagens em um layout,
considerava um eixo central vertical como base da conAguração, criando, assim, paralelismo e equilíbrio.
Figura 6 | Harper’s Bazaar, página dupla da revista, anos 30. Diretor de arte: Alexey Brodovich; FotograEa Man Ray, 1936
Embora Agha e Brodovich tenham atuado na direção de arte praticamente no mesmo período, e ambos tenham
sido grandes diretores de arte, Brodovich, mais citado em bibliograAas, é chamado de “o primeiro diretor de
arte” por alguns autores, e é considerado um dos designers gráAcos mais importantes do século XX. Seus
layouts simples, com espaços em branco e sua interação imagem e texto são referências para o design gráAco
até hoje.
Figura 7 | Tips in Your Fingers - Artigo na Harper's Bazaar, fotograEa por Herbert Matter, direção de arte por Alexey Brodovitch, 1941. Fonte:
Tendo em vista a criação do diretor de arte para auxílio na organização de informação do layout de uma página,
neste vídeo vamos apresentar e analisar alguns exemplos visuais de composições do diretor de arte russo
Alexei Brodovich (1908-1971) para a revista de moda norte-americana Haper’s Bazaar, fornecendo ferramentas
ESTUDO DE CASO
Olá, estudante, aqui no estudo de caso você terá a oportunidade de aplicar os conhecimentos adquiridos ao
Chamado de o “primeiro diretor de arte da história”, o designer russo Alexei Brodovich (1908-1971) criou layouts
que inmuenciam o design gráAco até os dias de hoje. Observe e analise a página dupla da revista de moda norte-
americana Harper’s Bazaar a seguir, prestando atenção nas principais características utilizadas para a
organização dos elementos dessa composição: fotograAa, texto, diagramação/composição, cores, etc.
Figura 8 | Página dupla da revista Harper’s Bazaar (novembro de 1937), com fotograEa do artista surrealista Man Ray e direção de arte de Alexei
Brodovich
Fonte: Bauret (2005, [s. p.]).
Agora, imagine-se como um diretor de arte de uma revista que usará essa página dupla como referência para a
criação de um layout.
Que elementos você poderia usar como inspiração para criar um cartaz, por exemplo?
Como você faria um cartaz de divulgação de um evento qualquer, usando a referência acima (sem copiar
explicitamente), mas deixando claro que a imagem foi sua fonte de inspiração?
Escreva um texto de 10 a 20 linhas, de forma bem descritiva, como se você fosse explicar a sua criação por
escrito para que alguém que não está vendo seu cartaz consiga entender a sua ideia!
Você deve ser capaz de perceber e relacionar as formas da fotograAa com a diagramação do texto – nesse
ponto, qualquer relação que o aluno estabeleça pode ser considerada correta, pois o importante é que ele se
detenha na imagem e descreva qualquer um dos seus elementos. Além disso, o aluno deve usar, na descrição
Perceber e apontar a abundância do espaço em branco no layout como elemento ativo da composição, não
Apontar o paralelismo e equilíbrio da imagem com o texto em que, por exemplo, as linhas dos olhos e da
Saiba mais
Ficou curioso com relação às fotograAas? Então veja as 100 imagens retiradas de em um website
multimídia que a revista norte-americana LIFE fez com algumas das fotograAas mais importantes da
Para entender melhor esse contexto e a importância da imagem, segundo o simulador de inmação do site
“Clube dos Poupadores”, 300 dólares americanos, em 1913, 1º ano em que eles têm registro, custaria,
aproximadamente, US$ 8,317.22 em valores atuais. Imagine, então, quanto valia US$ 300 em 1880!
Pesquise mais sobre algum dos importantes inventos e inventores associados ao surgimento da fotograAa.
Você sabia, por exemplo, que o imperador brasileiro D. Pedro II foi um dos maiores patrocinadores e
incentivadores da fotograAa quando ela estava sendo inventada? E sabia que ele montou uma coleção
chamada “Brasiliana" (que existe até hoje), de valor inestimável para a história da fotograAa mundial?
REFERÊNCIAS
6 minutos
Aula 1
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Aula 2
Aula 3
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Aula 4
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