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Aula 1

A MODA E O SÉCULO XIX


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Nesta unidade veremos contextos históricos que impactaram profundamente a moda.

61 minutos

INTRODUÇÃO

Caro aluno, nesta unidade veremos contextos históricos que impactaram profundamente a moda. O
absolutismo foi uma forma de governo muito comum na Europa dos séculos XV a XVIII, no qual o monarca tinha

poderes absolutos e governava com o apoio do clero e da nobreza. Os filósofos iluministas criticavam a
concentração total de poderes nas mãos do monarca, a intolerância religiosa, a censura e o predomínio da fé
sobre a razão. A França, nesse período, foi um dos países europeus sob comando absolutista e, em contestação,
a Revolução Francesa abalou essa estrutura de governo e propôs novas formas de pensamento. Esse
acontecimento impactou diretamente os rumos da moda! Aliás, você sabia que o termo sans-culottes, que
significa “sem-calças”, era utilizado para promover a diferenciação social? Sabendo ou não, recomendamos que
você aprofunde os estudos sobre a moda no século XIX, pois fará a diferença em sua formação como
profissional de moda.

A REVOLUÇÃO FRANCESA E A MODA

O final do período absolutista na França, também chamado Antigo Regime, foi marcado por momentos de
instabilidade. Segundo Mello e Donato (2011), a França vivia no extremo de uma revolução, devido às situações
sociais, à enorme insatisfação popular e à crise econômica, pois havia uma grande insatisfação por parte do
Terceiro Estado (classe social representada por camponeses, burgueses e classe trabalhadora), que sofria com
as altas cobranças de impostos e com a grande ostentação do clero (Primeiro Estado) e a nobreza (Segundo
Estado).
Foi nesse sentido que a população de Paris, em 14 de julho de 1789, seguiu em direção à Bastilha, com o
objetivo de invadir a fortaleza e se apoderar de um depósito de pólvora. A Tomada da Bastilha (Figura 1) é
considerada o início da Revolução Francesa.

Figura 1 | Tomada da Bastilha - pintura de Jean-Pierre Louis Houël, 1789

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Fonte: Wikimedia.

A Revolução Francesa, além de trazer transformações na forma de governo, demonstra como a moda
influenciou diretamente a referência visual de um país. Para invasão da Bastilha, a Guarda Nacional chegou com
fardamento (Figura 2) composto por chapéus e lapelas em 3 cores: vermelho, azul e branco. Esse esquema
tricolor representa a França até hoje.

Figura 2 | Philipe Lenoir em uniforme da Guarda Nacional – pintura de Horace Vernet

Fonte: Wikimedia.

Vale destacar que a distinção social no Antigo Regime era evidenciada também pela forma de se vestir. Durante
a abertura da assembleia dos Estados Gerais (Figura 3), em 5 de maio de 1789, era visível a diferença entre os

deputados do Terceiro Estado, que se vestiam de forma sóbria, na cor preta; e, do outro lado, os membros do

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Primeiro e Segundo Estados (clero e nobreza) marcados pela ostentação, trajes luxuosos compostos de muita
seda e ornamentos.

Figura 3 | Abertura da assembleia dos Estados Gerais – pintura de Auguste Couder

Fonte: Wikimedia.

A forma mais séria e sóbria de se vestir passou a ser, além de uma marca de patriotismo, uma paixão

revolucionária. As cores, tecidos e acessórios transformaram-se em um código de identificação política. Nesse


momento histórico, havia dois grupos partidários muito fortes: Girondinos e Jacobinos. Aliás, foi nesse

momento que surgiu o que, hoje, se convenciona na política como “direita e esquerda”, dado o lugar que cada

grupo (Figura 4) ocupava em relação ao Rei na reunião dos Estados Gerais.

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Figura 4 | Jacobinos e Girondinos na Assembleia dos Estados Gerais

Fonte: Wikimedia.

Com a consolidação da revolução, camponeses livres, trabalhadores urbanos, pequenos comerciantes e a alta
burguesia, que formavam o Terceiro Estado, passaram a usufruir das benesses da riqueza produzida dos seus

trabalhos.
Mais uma vez, a moda esteve presente: optou-se por estilos mais sóbrios, longe do luxo e da ostentação,

elementos que remetiam à nobreza que tanto combateram. Essa ascensão do Terceiro Estado foi icônica, afinal,
era a primeira vez que o povo ditava os caminhos da moda na história ocidental.

Com isso, chegamos ao final deste bloco. Você consegue identificar como essa transição trouxe benefícios para
o campo da moda? Já parou para pensar o quando o mundo mudou depois disso? Espero que esses

conhecimentos enriqueçam seu processo criativo, sua percepção de mundo e jornada formativa.

VIDEOAULA: A REVOLUÇÃO FRANCESA E A MODA

Neste vídeo, veremos como a Revolução Francesa transformou a moda, demonstrando as vestimentas
femininas e masculinas marcadas pelas cores tricolor, e como a monarquia também criou seu próprio código de
cor, destacando essa passagem de um mundo dividido entre nobres e plebeus, para um mundo em que a
burguesia se impôs como grupo dominante na sociedade.

Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.

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ILUMINISMO E A INFLUÊNCIA NA MODA

A cidade de Paris, em meados do séc. XVIII, foi palco para movimentos distintos. De um lado, a centralidade do
Regime Absolutista, marcado pelo poder irrestrito do monarca; de outro, a reunião de intelectuais em cafés

(Figura 5) que, em busca de liberdade, questionavam a autoridade da monarquia a partir das premissas da
revolução intelectual e filosófica do Iluminismo.
Para Nascimento e Nascimento (2008, p. 8) “O Iluminismo, ou ilustração, foi, enfim, um sistema de ideias do
século XVIII que se difundiu por toda a Europa, sendo elaborado por filósofos, escritores, artistas, e que se
caracterizou pela defesa da autonomia da razão contra os argumentos e da autoridade”.

Figura 5 | Reunião de intelectuais e pensadores iluministas

Fonte: Wikimedia.

Seja pelo medo de perder o governo, ou a cabeça na guilhotina, alguns reis aderiram às ideias iluministas que
contestavam diretamente o absolutismo e a fé católica. Isso representou uma grande mudança de visão, ou

seja, deixava-se de lado uma ideologia que se respaldou somente pela busca da fé para outra, cujo pensamento
era racional, centrado no homem e que, de fato, levaria à sua evolução.

Afirma o francês Jean Le Rond D’Alembert (1717-1783) (Figura 6) que o pensamento iluminista acompanha a
mudança nos costumes, valores, ciências, política e religião, transformando e sendo transformado, norteando o
progresso movido pela razão. Como podemos ver, vários pontos são bases norteadoras desse pensamento,
mas destacamos que “a crença no progresso contínuo da humanidade por meio do desenvolvimento da ciência
e das técnicas, foi uma influência significativa para a mudança da moda, trazendo grandes avanços na forma de
se vestir” (NASCIMENTO, 2008).

Figura 6 | Jean Le Rond D’Alembert (1717-1783)

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Fonte: Wikimedia.

Você sabia que as primeiras máquinas produzidas para fins têxteis chegavam a produzir mais do que 200

pessoas trabalhando no mesmo ofício? Contudo, antes da Revolução Industrial e dos maquinários, as roupas
eram confeccionadas de forma artesanal, ou seja, demandava grande volume de tempo e pessoas. Então, os

artesãos sofreram um impacto negativo com a industrialização, pois deixaram de fabricar em casa e lucrar.
Vale destacar que as ideias iluministas influenciaram as revoluções a partir da tríade: liberdade, igualdade,

fraternidade. Essa forma de pensar colaborou com o desenvolvimento da criatividade, da inovação e, por fim,
da industrialização. A industrialização, além de impulsionar o desenvolvimento das cidades, facilitou a produção
de roupas e o acesso a elas pelas pessoas. A industrialização de roupas e tecidos espalhou-se em vários cantos

do mundo.
Chegamos ao final de mais um bloco. Você conseguiu perceber que o uso da razão foi responsável por quebrar
vários paradigmas de uma sociedade? Você imaginava que a filosofia poderia ser tão transformadora para a sua

atividade profissional? Espero que você aproveite este conhecimento para buscar em grandes pensadores
novas ideias para o seu desenvolvimento pessoal e profissional.

VIDEOAULA: ILUMINISMO E A INFLUÊNCIA NA MODA

Neste vídeo, vamos destacar o fato de ter havido mudança nos estatutos de riqueza e poder, de roupas
complexas e elaboradas, ao longo da Revolução, levou os nobres a usar roupas simples, com o medo de serem
capturados pelos revolucionários e decapitados. A diferenciação de trajes instituída pelo antigo regime não
agradou ao Terceiro Estado e, baseado nas ideias iluministas de igualdade, liberdade e fraternidade a
indumentária e a moda também foram motivos de revolução.

Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.

ERA NAPOLEÔNICA E A MODA

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A revolução Francesa trouxe mudanças marcantes na indumentária do seu povo, mas também trouxe
momentos difíceis, visto que os Jacobinos, um grupo radical, em dado momento, estabeleceu um período,
denominado por vários historiadores como “Terror” ou “Regime do Terror”, que só terminou com a morte do

seu líder, em 1794. Com isso, os girondinos iniciaram um novo governo, em 1795, denominado Diretório
(BOULOS JÚNOR, 2016).

O Diretório representava a alta burguesia assumindo o poder para o processo revolucionário francês. Com isso,
os interesses dos grandes comerciantes, banqueiros e industriais passaram a ser representados. Mas, o

Diretório também entrou em crise, quando começou a defender a ideia de que a França precisava de um
homem enérgico, respeitado e admirado para salvar a pátria.
Ainda segundo Boulos Júnior (2016), um jovem general, de nome Napoleão Bonaparte (Figura 7), reunia essas

características. Então, um dos motivos de sua fama era o seu excelente desempenho militar contra os exércitos
estrangeiros. Assim, em 10 de novembro de 1799, Bonaparte, apoiado por políticos burgueses e por militares,
tomou o poder e, neste momento, representou o fim da Revolução Francesa e o início do governo Napoleônico.

Figura 7 | Napoleão Bonaparte

Fonte: Wikimedia.

O governo de Napoleão Bonaparte compreendeu duas fases. A primeira, foi o Consulado (1799-1804): o
governo foi exercido por três cônsules, mas o poder de fato estava nas mãos do primeiro-cônsul, no caso, o
próprio Napoleão. A segunda foi o Império (1805-1815): período marcado por guerras e disputas
expansionistas.
Foram vários os acontecimentos na Era Napoleônica, mas, para a moda, o grande destaque foi a relação do
Imperador com a cidade de Lyon, importante centro de produção de bicho da seda (Figura 8) antes da
Revolução. Napoleão, visando ampliar as divisas do Império, viu na indústria têxtil uma oportunidade. A
estrutura fabril que serviu a nobreza e foi desmobilizada pelos revolucionários, somava cerca de três mil teares.
Lyon, cidade importante na história do imperador, era um grande centro de produção. Essas duas condições
levaram Napoleão Bonaparte a investir na produção têxtil (PERROT, 2009).

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Figura 8 | Bicho da seda

Fonte: Wikimedia.

O imperador estimulou o consumo de seda em todos os territórios do império e, para isso, obrigou o uso do
tecido por homens e mulheres em cerimônias da corte e estabeleceu legislação de incentivo ao setor. Essa
abordagem também tinha uma relação tática, uma vez que objetivava reduzir a importação desse insumo dos
ingleses – grande rival econômico e de guerra. Essas medidas conduziram Lyon a um período de prosperidade e
demonstrou que o tecido, insumo fundamental ao vestuário, poderia ser um ativo econômico importante para a

nação.
Percebeu como um segmento produtivo da moda, e sua própria concepção de estilo, foi diretamente
influenciada por uma ação governamental? Esses foram alguns dos fatores que nos permitem destacar

Napoleão Bonaparte como um grande influenciador da indumentária no período Pós-Revolução Francesa.

VIDEOAULA: ERA NAPOLEÔNICA E A MODA

Nestes vídeos, vamos conhecer a simplicidade das roupas no Pós-Revolução Francesa e entender a relação do

Imperador Napoleão Bonaparte que, no auge do seu movimento expansionista e no desejo de recuperar a
França de várias crises econômicas que sofria, foi um grande incentivador da indústria têxtil, mais precisamente
na cidade de Lyon.

Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.

ESTUDO DE CASO

Parabéns! Você acaba de passar na seleção para integrar a equipe do Museu da Moda de Canela/RS. Esse
espaço, agora, está sob responsabilidade da Aliança Francesa do Rio Grande do Sul e a proposta é apresentar
aos visitantes a versatilidade da moda francesa ao longo do tempo. Você recebeu o desafio de contextualizar,
identificar e apresentar peças de vestuário que remontam ao período da Revolução Francesa para integrar o
espaço dedicado a esse tema. Como você cumpriria essa missão com sucesso?

RESOLUÇÃO DO ESTUDO DE CASO

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Nesse estudo de caso, você recebeu o desafio de integrar a equipe do Museu da Moda de Canela/RS e
apresentar aos visitantes a versatilidade da moda francesa ao longo do tempo. Certamente você deve ter
pensado em uma solução arrojada!

Existem vários caminhos para isso, então queremos convidar você a pensar em uma abordagem possível.
O primeiro passo é revistar o contexto da Revolução Francesa e do Absolutismo. Você aprendeu que, no Regime

Antigo, havia uma divisão de classes e uma das formas de identificação dessas classes era a forma de se vestir.
Além dos problemas econômicos da época, a nobreza vestia-se de forma luxuosa e ostentadora, o que causou

grande revolta do povo das classes abaixo da nobreza. Quando aconteceu a queda da Bastilha e a Revolução se
instaurou, a grande marca foi na indumentária, pois obrigaram o uso da cocarda e do barrete frígio, com o lema
“liberdade, igualdade e fraternidade”, com o qual os revolucionários estabeleceram uma nova forma de se

vestir, exigindo que a nobreza abandonasse a vida de luxo e ostentação.


O segundo passo será a pesquisa de vestuários da época. É importante lembrar que, naquele tempo, a nobreza
vestia-se de forma luxuosa, por isso apresente o antes e o depois da vestimenta de cada classe social da época.
Você pode se aprofundar ainda mais em seus conhecimentos e pode usar como referência os vídeos
disponibilizados na seção Saiba Mais.

Este é um tipo de projeto que pode aparecer em sua carreira e, para isso, é importante que sempre esteja
ampliando seu repertório. Que tal continuar aprendendo mais sobre a história e a moda? Você vai se
surpreender com o que vai descobrir! Esperamos que estas informações tenham contribuído com sua
formação.

Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.

 Saiba mais
Nesta seção, a indicação é que você assista a dois vídeos. Eles, certamente, vão contribuir para seu
repertório.
Mulheres na História #21: MARIA ANTONIETA, a rainha da moda. Canal História e Tu. Youtube. Disponível
em: https://www.youtube.com/watch?v=FjT9gGYHcUk&ab_channel=CanalHist%C3%B3riaeTu. Acesso em: 1
nov. 2021.
FILME Maria Antonieta (DUBLADO) PT-BR. Vitória Carvalho. Youtube. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=lhHyQQf0Xzw. Acesso em: 1 nov. 2021.

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Aula 2

SÉCULO XIX E SUAS REVOLUÇÕES


Convidamos você para aprofundar os estudos sobre a moda no século XIX, conteúdo que fará a
diferença em sua formação como profissional de moda.

52 minutos

INTRODUÇÃO

Nesta unidade, vamos conhecer a Revolução Industrial, que pode ser definida como uma transformação sem
precedentes no modo de produzir mercadorias, de viver e de pensar, que impressionou muitos homens e

mulheres que a vivenciaram. Essa Revolução teve início na Inglaterra, por volta de 1760, e pode ser definida
como o processo de substituição do trabalho manual pelo trabalho fabril. A Inglaterra é a primeira nação a
desenvolver esse processo, que resultou em grandes consequências sociais, econômicas e ambientais. Nesse

momento histórico, encontramos o pensamento liberal político e econômico que permitiu as revoluções inglesa
e industrial; o pensamento iluminista e sua influência sobre a revolução francesa e a independência dos Estados

Unidos da América. Convidamos você para aprofundar os estudos sobre a moda no século XIX, conteúdo que
fará a diferença em sua formação como profissional de moda.

A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL E A MODA

A Revolução Industrial representou um dos maiores momentos de transformação econômica, urbana,


tecnológica e social da humanidade. A produção manual passou a ser substituída pelas máquinas. Segundo

Boulos Júnior (2016), a Primeira Revolução Industrial ocorreu principalmente pela máquina a vapor (Figura 1), de
James Watt. Esse aparato a vapor permitiu o uso do carvão como combustível para mover teares e máquinas de
fiar, permitindo ampla produção de tecidos de algodão.

Figura 1 | Máquina a vapor, de James Watt

Fonte: Wikimedia.

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Voltando na história, ao período que antecede a Revolução Industrial, a França passava por transformações em
sua forma de se vestir e a Inglaterra, em especial a sua burguesia, encontrou naquela circunstância uma grande
oportunidade de enriquecimento.

Destacamos que, no reinado de Elizabeth I (1558-1603), a Inglaterra já havia acumulado capital por meio do
comércio, da pirataria e da exploração colonial; a agricultura já havia se desenvolvido de maneira comercial com

uso de técnicas modernas para garantir a produção e também contava com mão de obra farta e barata.
Outro fator importante era a abundância de carvão mineral e ferro (BOULOS JÚNIOR, 2016). O ferro era a

matéria prima para construção das máquinas, enquanto o carvão servia como combustível, e a procura por
tecidos de algodão era grande, portanto empresários ingleses investiram nesse mercado, já que o algodão era
um insumo barato.

Ressaltamos que os ingleses foram inovadores na descoberta de novas formas de fiar e tecer em maior volume
e em menor tempo. Esses fatores marcaram o pioneirismo industrial inglês e garantiram as condições
necessárias para a criação do sistema fabril (Figura 2) que gerou mudanças no uso de ferramentas e nas
próprias relações de trabalho.

Figura 2 | Sistema fabril

Fonte: Wikimedia.

No sistema fabril daquele tempo, homens, mulheres e crianças passaram a se deslocar para fazer uso da sua

força de trabalho em espaços, com matérias-primas e maquinários, de um patrão que determinava, inclusive, a
jornada de trabalho. Os galpões eram pequenos, apertados e os trabalhadores ficavam vulneráveis à fuligem do
carvão e ao vapor das caldeiras, conviviam com longas jornadas de trabalho, pouco período de descanso, baixa
remuneração e salários abaixo do mínimo (BOULOS JÚNIOR, 2016).
O jeito de produzir e consumir da sociedade foi transformado pela Revolução Industrial. A produção de algodão
(Figura 3) e a implantação do sistema fabril foram determinantes para consolidação dessa nova conjuntura de
desenvolvimento e, também, para o impulso do sistema capitalista.

Figura 3 | Algodão

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Fonte: Wikimedia.

Embora a Revolução Industrial tenha começado em meados do séc. XVIII, seus desdobramentos tornaram-se

mais evidentes no século XIX. Todos esses acontecimentos representaram um marco importante para a moda,
já que a produção em massa possibilitou a venda mais barata de vestuário o que, de certa forma, facilitou o
acesso e consumo dos produtos pelas pessoas.
Você percebeu a importância da Revolução Industrial e como o uso do algodão e a implantação do sistema
fabril foram decisivos naquele momento? Conseguiu imaginar o impacto do investimento inglês no setor

industrial? Se, hoje, temos peças de roupas em algodão em nossos guarda-roupas, de forma variada e acessível,
muito se deve aos processos iniciados na Revolução Industrial.
Então, continue avançando em seus estudos sobre a história da moda! Isso vai ampliar seu repertório,

conhecimento e o destacar nessa profissão.

VIDEOAULA: A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL E A MODA

Neste vídeo, vamos conhecer o estilo Dandismo. Embora muito frequente em obras diversas, há quem

desconheça o simbolismo desse modo de se vestir, que está relacionado à Revolução Industrial. Homens
industriais, ricos ou de influência na sociedade usavam peças mais sóbrias e justas. Ficou curioso? Vem comigo.

Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.

GUERRA, REVOLUÇÕES E REVOLTAS E SUAS IMPLICAÇÕES SOBRE A MODA

O século XIX foi, na Europa, um período de revoltas e revoluções, com movimentos e suas motivações
particulares. Conforme Azevedo (2016), os movimentos revolucionários foram fruto das mudanças sociais,
econômicas e políticas ocorridas desde a Revolução Francesa. Forças sociais surgiram na Revolução Industrial
sob a influência dos ideais da Revolução Francesa, e eram a burguesia liberal, o proletariado e as camadas
médias urbanas, que reivindicavam mais liberdade; o proletariado reivindicava também igualdade.
Diante disso, uma das formas dessa classe trabalhadora (proletariado) fazer essas reivindicações foi através de
protestos, pois começaram a se revoltar com as altas jornadas de trabalho, com o fato de serem vigiados de
perto por um supervisor, por sofrerem acidentes devido ao cansaço e por serem punidos mediante falta.

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Assim, muitos trabalhadores (Figura 4) passaram a acreditar que a união, como classe, poderia fortalecer suas
iniciativas em prol de melhores condições de trabalho e compelir as chefias ao atendimento das demandas
postas.

Figura 4 | Trabalhadores

Fonte: Wikimedia.

De acordo com Perrot (1988), o primeiro foi o movimento dos Luditas, trabalhadores ingleses que consideravam
que o maquinário era usado de forma fraudulenta e enganosa. O segundo movimento, por sua vez, foi

protagonizado pelos Cartistas, grupo que reunia trabalhadores que promoviam marchas por melhores
condições de trabalho. Inclusive, este grupo entregou uma petição ao parlamento inglês com mais de 1 milhão
de assinaturas.
Todos esses acontecimentos impactaram o campo da moda e se tornaram mais evidentes, por exemplo, na
Primeira Guerra Mundial. Segundo Vicentino (2016), a escassez de materiais e a forte contenção de despesas
fizeram com que as peças se tornassem cada vez mais simples na produção de guerra (Figura 5). Dessa forma,
caudas e babados foram abandonados, dada a necessidade de tecidos para confecção do fardamento dos

soldados.

Figura 5 | Mulheres na produção de Guerra

Fonte: Wikimedia.

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A ausência de insumos demandou adaptação em vários níveis. A falta de borracha e couro, usados na
fabricação de instrumentos bélicos, como rodas de avião e cartucheiras para balas, levou os franceses, por
exemplo, a produzir sapatos com sola de madeira e espartilhos (Figura 6) com menos borracha.

Figura 6 | Espartilho

Fonte: Wikimedia.

Os ternos masculinos foram transformados em elegantes tailleurs (Figura 7) para mulheres; chapéus passaram
a ser produzidos com serragem, material até então descartável; paraquedas rasgados eram reutilizados para a

confecção de vestidos de noiva; mesmo a largura dos cintos diminuiu. Todas essas adaptações em momentos
de escassez marcaram a moda da época.

Figura 7 | Tailleurs

Fonte: Wikimedia.

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Outro elemento de destaque foi a vestimenta feminina para o trabalho. Em virtude da ida dos homens aos
campos de batalha, as mulheres passaram a trabalhar nas fábricas e, para tanto, adaptaram as roupas para que
tivessem melhor caimento, com cortes simples e retos, que conferiam maior leveza e conforto.

Com isso, chegamos ao final deste bloco. Percebeu como uma situação de escassez trouxe diversas
transformações para a moda? Esperamos que estas informações o inspirem a buscar sempre novas ideias,

mesmo quando faltar recursos para as produções. Lembre-se: criatividade, inovação e resiliência são atributos
fundamentais ao profissional de moda.

VIDEOAULA: GUERRA, REVOLUÇÕES E REVOLTAS E SUAS IMPLICAÇÕES SOBRE A


MODA

O espartilho, a bicicleta e a Primeira Guerra. Durante a primeira Guerra Mundial, o vestuário feminino passou
por transformações profundas. Neste vídeo, vamos trazer a relação desse momento com a moda que surgiu
devido à grande escassez, promovida por um ambiente de guerra.

Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.

A CIÊNCIA E A MODA

O estudo da história da moda (Figura 8) demanda aprofundamento, uma vez que um objeto traz consigo e/ou
pode representar a memória de uma época (RAMOS, 2020). Tal imersão na história se faz importante para que
você consiga ampliar seu repertório sobre trajes, artefatos e acessórios, conforme o período histórico, a fim de

desenvolver um olhar acurado para indicar, avaliar, julgar ou comparar peças.


Essa relação próxima entre moda e história permite que você realize verificações sobre o material utilizado em
uma veste, sua modelagem, o processo criativo e de design, sua função no tempo, a conexão do traje com a
cultura à qual está vinculada e, em especial, o seu sentido na atualidade.
Segundo Vicentino (2016), desde a década de 1870, com o surgimento da iluminação com eletricidade, do
fonógrafo, do telefone, do automóvel, entre outros inventos, a população europeia maravilhou-se com as novas
tecnologias. Nas grandes cidades, esse entusiasmo se manifestava no mundo elegante das exposições
universais, das artes, dos espetáculos e da moda, que tinham Paris como modelo.

Figura 8 | Moda NY, 1870

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Fonte: Wikimedia.

Todas essas mudanças estavam relacionadas ao avanço tecnológico e da ciência. A partir desses avanços, a
Revolução Industrial ocorreu e possibilitou a produção em massa de diversos produtos, com valores mais

acessíveis, como os tecidos de algodão. Cabe destacar que o processo científico foi fortalecido pelo liberalismo,
alicerçado no pensamento iluminista.
Os pensadores iluministas baseavam-se na razão e na centralidade do homem, em oposição ao obscurantismo

feudal. Esse comportamento levou à investigação de hábitos, costumes de época, acompanhou revoluções,
guerras (Figura 9) e influenciaram o próprio pensamento sobre moda, uma vez que a forma de se vestir passou

a ser questionada.

Figura 9 | Trabalho da guerra das mulheres durante a Primeira Guerra Mundial, Park Royal, Londres

Fonte: Wikimedia.

No século XVIII, os cafés (Figura 10) e os restaurantes passaram a dividir espaço com os já existentes salões
aristocráticos, os clubes de encontro, as oficinas e as praças públicas (COTRIM, 2020). Nesses locais, a leitura de
textos alimentava o debate e a troca de ideias e opiniões, as pessoas podiam manifestar suas opiniões sobre os
mais variados assuntos, sem a necessidade de submeter seu ponto de vista à aprovação da Igreja ou do Estado.

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Figura 10 | Discussing the War in a Paris Café

Fonte: Wikimedia.

Foram nesses espaços que a ciência, naquela época, fortaleceu-se, dado o acolhimento de debates que levaram
a investigações que, por sua vez, permitiram mudanças e soluções a diversos desafios da sociedade.
Diversas transformações ocorreram durante o século XVIII, desde a consolidação do pensamento iluminista, em
contraponto ao raciocínio feudal, passando pelo desenvolvimento tecnológico e pela Revolução Industrial,

momentos de profundas transformações sociais e econômicas. Você viu, neste bloco, como esses
acontecimentos impactaram diretamente a moda, seja na tendência das peças ou no desenvolvimento de
inovações e recursos técnicos que são reconhecidos e utilizados até os dias atuais.

VIDEOAULA: A CIÊNCIA E A MODA

Você já imaginou que a mágica de unir vários fios de uma só vez seria responsável por mudanças tão grandes
que levaria o nome de Revolução Industrial? Então, neste vídeo, vamos conhecer o avanço da ciência na
tecnologia, proporcionado por James Hargreaves, em 1764, responsável pela criação da primeira máquina de

fiar.

Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.

ESTUDO DE CASO

Você está sendo convidado para compor o grupo de estilistas da Empresa Conexão da Moda. Os profissionais

desse setor estão debruçados em um projeto de releitura da moda que esteve vigente durante a Primeira
Guerra Mundial.
Nesse grupo, você terá o desafio de investigar o vestuário feminino da época, como eram as modelagens e
quais foram as transformações da moda naquele tempo.
Como você cumpriria esse desafio com excelência?

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RESOLUÇÃO DO ESTUDO DE CASO

Neste estudo de caso, você recebeu o desafio de fazer uma pesquisa sobre como as mulheres passaram a se
vestir na fase da Primeira Guerra mundial. Há muitas e boas informações a esse respeito!

Para complementar a sua pesquisa, chamamos sua atenção sobre alguns aspectos daquele período e que
podem ajudá-lo a ampliar ainda mais o conhecimento.
É interessante na sua pesquisa levar em consideração que o contexto da Primeira Guerra Mundial foi também
da Revolução Industrial, então, vale você destacar as máquinas de fiar que foram desenvolvidas naquela época,
dando destaque ao processamento do algodão; outra informação que você deve destacar é o fato de que, na

Primeira Guerra Mundial, as mulheres passaram a trabalhar fora de casa. Esse fato também promoveu
mudanças nas vestimentas, já que, agora, elas tiveram que se adaptar às condições das fábricas. Nesse período,
ocorreu também a escassez de materiais, assim, os tecidos tinham que ser aproveitados ao máximo. Foi por
isso que as saias encurtaram, as mangas das blusas diminuíram e as peças, em geral, perderam volume.
A atividade de pesquisa fará parte do seu cotidiano profissional, então, esperamos que este desafio tenha lhe
proporcionado um grande aprendizado. Até a próxima!

Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.

 Saiba mais
Indicamos alguns vídeos interessantes sobre o campo da moda. Aproveite essas dicas para ampliar seu
repertório visual, pois acrescentará muito aos seus conhecimentos.

Lilian Pacce fala sobre a moda e as crises, transitando entre a Primeira e a Segunda Guerra e o COVID.
Qual moda virá depois da crise? Lilian Pacce. Youtube. 12’.

A escassez na Primeira Guerra levou as mulheres a abandonarem o espartilho e a aderirem ao sutiã. Uma

peça comum no vestuário das mulheres tem uma origem um tanto quanto inusitada.
Como a Primeira Guerra Mundial fez as mulheres usarem sutiãs?
Fatos Desconhecidos. Youtube. 12’25”.

Aula 3

ARTE E CIÊNCIA
Esperamos que você consiga perceber como a relação entre teoria, invenção e arte impactam
diretamente a moda.

58 minutos

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INTRODUÇÃO

Caro aluno, nesta unidade vamos aprender como as teorias e as invenções dialogam com a arte e a moda. O
pensamento consiste em um processo cognitivo que produz transformações em várias instâncias da nossa vida,

sendo a observação e a experimentação métodos que estimulam o raciocínio. Já o campo da arte, enquanto
manifestação, pode estar conectado ao desenvolvimento científico, embora tenha dinâmica própria e esteja
ligado às interpretações e processos estéticos de cada sociedade. Logo, arte e ciência, mesmo que
independentes, podem convergir em processos criativos que levam a soluções e inovações. Enquanto
profissional da moda, essa competência é essencial, pois fará parte da sua carreira. Seja na criação de uma

coleção, na modelagem de um vestuário ou na pesquisa de estilo, você estará sempre tecendo essas conexões.
Ao final desta unidade, esperamos que você consiga perceber como a relação entre teoria, invenção e arte
impactam diretamente a moda. Bons estudos!

TEORIAS E INVENÇÕES

A ciência possibilita a busca por respostas a problemas que, muitas vezes, podem surgir de forma empírica, no

senso comum, ou pela observação na utilização de hipóteses.


De acordo com Gallo (2013) a ciência busca inspiração na arte para criar uma teoria que explique um fenômeno.
Um dos maiores exemplos da associação entre esses dois saberes é Leonardo da Vinci (Figura 1). Dentre as
várias habilidades desenvolvidas por ele, destacam-se suas invenções. Ele deixou mais de 13 mil páginas de
criações, estudos (Figura 2) e anotações, e acredita-se que esse montante é apenas um terço de tudo o que
escreveu.

Figura 1 | Leonardo da Vinci

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Fonte: Wikimedia.

Figura 2 | Estudo de protótipo de paraquedas

Fonte: Wikimedia.

Dentre as várias ideias e invenções de Leonardo da Vinci, podemos citar o traje de mergulho (Figura 3) que,

mesmo que naquela época o projeto não tenha sido tirado do papel, ele foi fundamental para a fundamentação
e concepção de diversas indumentárias do gênero, como o clássico escafandro (Figura 4).

Figura 3 | Estudos de traje de mergulho, de Leonardo da Vinci

Fonte: Wikimedia.

Figura 4 | Escafandro

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Fonte: Wikimedia.

Por falar em mergulho, você sabia que o hábito de se banhar em público (Figura 5) era uma convenção social
em vários povos? Essa prática fazia parte do cotidiano da sociedade grega. Seus trajes de baixo eram
semelhantes aos biquínis modernos. Esse costume foi adotado também pelos romanos como forma recreativa,

porém, com a queda do império e a ascensão do cristianismo, a atividade caiu em desuso.

Figura 5 | Banho em público

Fonte: Wikimedia.

O banho em público demandava roupas leves e curtas, referências que subsidiaram, ao longo do tempo, o que
convencionamos chamar moda praia. Como trajes curtos não eram bem-vistos pelo cristianismo, em 1795,
foram criadas cabines com rodinhas que ficavam na praia e eram empurradas até a beira-mar, como forma de
evitar a exposição. As mulheres vestiam-se com tecidos densos para evitar transparência, para isso costuravam
pesos nas bainhas dos vestidos, para impedir que a água os levantasse. Chapéus, lenços, meias e luvas eram
acessórios comuns nessas ocasiões.

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Podemos destacar na conexão entre invenção, arte e moda o estilista Paul Poiret (Figura 6), responsável por
criar roupas aerodinâmicas que valorizavam a silhueta feminina (Figura 7). Desde pequeno, Paul inventava
vestidos para uma boneca de sua irmã com os restos de tecidos de uma fábrica de guarda-chuvas, onde

trabalhava como aprendiz; mais tarde, suas criações tornaram-se famosas e revolucionárias (MARVEL, 2018).

Figura 6 | Paul Poiret

Fonte: Wikimedia.

Figura 7 | Ilustração de três vestidos de Paul Poiret

Fonte: Wikimedia.

Paul gostava de designs largos, o que garantiu modelagens fluidas e confortáveis às mulheres que puderam se
livrar dos desconfortáveis espartilhos (Figura 8). Suas produções eram apreciadas por vários artistas que
frequentavam seus grandes desfiles, entre eles o renomado Pablo Picasso. Paul Poiret também criou uma
escola para mulheres pobres, com o intuito de qualificá-las para o ofício da costura e sua independência
financeira.

Figura 8 | Ilustração de espartilho

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Fonte: Wikimedia.

Chegamos ao fim deste bloco. Esperamos que estas informações tenham proporcionado o entendimento da

relação entre ciência e arte, na compreensão de teorias que, por sua vez, conduziam à criatividade, à invenção e
à inovação ao longo do tempo, como vimos nos exemplos de Leonardo da Vinci e Paul Poiret.

VIDEOAULA: TEORIAS E INVENÇÕES

O hábito de se banhar em público é uma recreação comum nas sociedades que inventam moda. Neste vídeo,
vamos conhecer duas invenções de trajes de banho criados ainda no século XIX. Como você acha que eram os
trajes de banho em 1855 e 1920? Ficou curioso? Vem comigo.

Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.

ARTE E MODA: NEOCLASSICISMO, ROMANTISMO E ACADEMICISMO

Tanto a arte como a moda passaram por mudanças ao longo da história e, no final do século XIX, ambas
receberam influência do Neoclassicismo, do Romantismo e do Academicismo. Vamos conhecer cada um desses
movimentos e sua importância naquela época.
A monarquia patrocinava diversas produções artísticas, sendo comum a escolha dos seus artistas oficiais.
Surgiu, então, o academicismo, movimento artístico baseado no ensino profissionalizante pelas academias de
Belas Artes europeias, mantidas pela realeza.
De acordo com Perla (2013), o Neoclassicismo foi um movimento cultural que buscou inspiração na antiguidade
greco-romana, valorizando o racionalismo, a harmonia e o equilíbrio. Com a Revolução Francesa, o
Neoclassicismo foi adotado como estética oficial. Seu principal artista, Jacques-Louis David, apesar de fazer
parte da Academia Real, apoiou fortemente a revolução e se dedicou a produzir obras de propaganda para o
novo regime.

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A obra mais conhecida de Jacque-Louis David é a pintura alusiva à morte do revolucionário Jean-Paul (Figura 9),
assassinado no banho por uma inimiga política que se fez passar por aliada, tendo o ilustrado como um mártir
que morreu pela causa. Nessa obra, é possível perceber toda a clareza e sobriedade do Neoclassicismo.

Figura 9 | Jean-Paul

Fonte: Wikimedia.

A relação do Neoclassicismo com a Revolução Francesa pode ser evidenciada pelas roupas (Figura 10): a
modelagem tornou-se mais leve, confortável e ganhou praticidade, elementos que marcaram as vestimentas a
partir de 1790. Cabe destacar que peças do vestuário neoclássico, em alguns lugares, foram influenciadas pela

atmosfera natural e a vida do campo, presente na cultura inglesa, com valorização da simplicidade. Existiam,
também, peças com inspirações estéticas gregas.

Figura 10 | Roupas confortáveis

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Fonte: Wikimedia.

O Romantismo foi um movimento cultural que teve início no final do século XVIII. Embora seus princípios se
opusessem ao Iluminismo, não significou uma substituição de um pelo outro. Na verdade, coexistiram e foram

partícipes do mesmo período histórico. O fundamento do Romantismo estava na valorização da imaginação,


por isso denunciava o Racionalismo Iluminista, acusando-o de sufocar as emoções e a criatividade (SILVA, 2013).
Enquanto os iluministas consideravam os sentimentos um obstáculo para a autonomia dos cidadãos, para os
românticos eram exatamente os sentimentos que deveriam ser valorizados, pois libertariam aos seres humanos

da intelectualidade excessiva e devolveriam a alma aos indivíduos.


Na moda, o Romantismo trouxe para a indumentária feminina (Figura 11) inspirações do passado, as cinturas
eram muito marcadas com o uso do espartilho, as mangas eram fofas e as saias com volumes. Usavam-se
chapéus decorados com flores, nos cabelos era comum o uso de cachos e chinó.

Figura 11 | Indumentária feminina

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Fonte: Wikimedia.

Parte da composição do vestuário romântico contemplava o uso de joias, broches, fitas, flores e babados. O
leque (Figura 12) era um acessório indispensável, fosse ele colorido ou monocromático.

Figura 12 | Leque

Fonte: Wikimedia.

Os tecidos florais e listrados eram comuns na época. As mangas eram bufantes e foram denominadas “mangas
presunto” e, para ganhar volume, eram preenchidas com plumas e fios metálicos. Os decotes na modelagem
romântica assumem o formato canoa, criando o aspecto de ombros caídos. O xale rendado também compunha
o visual da época.
Chegamos ao final de mais este bloco. Esperamos que as informações sirvam de inspiração e complemento ao
seu repertório, para que cada criação produzida por você se torne uma verdadeira obra de arte.

VIDEOAULA: ARTE E MODA: NEOCLASSICISMO, ROMANTISMO E


ACADEMICISMO

Neoclassicismo X Romantismo. Neste vídeo, vamos aprender a influência desses dois movimentos no vestuário
feminino.; um deles propõe toda simplicidade e conforto proposto; o outro sugere vestidos pesados, mangas
bufantes, adornos e leques.

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ARTE E MODA: NATURALISMO, REALISMO, IMPRESSIONISMO E SIMBOLISMO

No século XIX, na França, surgiram alguns movimentos artísticos, tais como: o Simbolismo (literário); o
Impressionismo (na pintura) e o Realismo (artístico e literário). Já o Naturalismo foi um movimento filosófico,
que sustenta que não há nada além de elementos naturais.
A arte (Figura 13), quando entra em contato com o público, gera várias interpretações. Assim também, a forma

de se vestir tem característica interpretativas, pois indica a que grupo social pertencemos. Podemos dizer,
então, que as manifestações artísticas possuem caráter estético.
Perla (2013) relata que a palavra estética vai além de salões de beleza, tratamentos corporais e cirurgias, ideias
que associamos quando falamos em estética; mas não está totalmente errado já que, sim, a estética tem

relação com beleza e, quando entramos em contato com uma obra de arte, passamos por uma experiência

estética, palavra que vem do grego aisthésis, que significa percepção.

Figura 13 | Arte e moda

Fonte: Wikimedia.

O Realismo desdobra-se como arte no campo da moda a partir da sua forma de registrar fielmente a vida e a

sociedade. Esse movimento procurou descrever de forma minuciosa a realidade, de forma fiel e objetiva,
recusando a idealização e passionalidade do Romantismo ao abordar os problemas da vida cotidiana.
No Naturalismo/Impressionismo (Figura 14) temos a variação de luz que transforma as cores, os quadros são
executados sem esboços preliminares. O que atrai os pintores são as realidades que sofrem mudanças e a
procura por temas na natureza, na figura humana, nos ambientes animados do mundo do espetáculo e no

movimento das cidades.

Figura 14 | Naturalismo/Impressionismo

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Fonte: Wikimedia.

O Simbolismo (Figura 15), por sua vez, foi um movimento artístico que defendeu a tese de que a arte deveria se
libertar da submissão dos preceitos lógicos e mergulhar nos mistérios do mundo e da alma. Os quadros dos

artistas desse movimento expressavam o desejo de evasão e de nostalgia dos mundos perdidos, dos períodos
bíblicos, dos mitos clássicos e da Idade Média. A valorização do sobrenatural e da elevação da arte eram
propósitos que uniam os pintores nessa corrente artística.

Figura 15 | Simbolismo

Fonte: Wikimedia.

Outro estilo que marcou a história e a moda foi o Rococó. nascido na corte parisiense, cuja palavra vem do
verbete francês rocaille, que significa "concha" dada à presença estética desse elemento na decoração da

época. O Rococó também influenciou a arquitetura e se desdobrou também em peças ornamentais e em

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adereços. Nesse período, os tons pastéis eram predominantes. Sedas, veludos e brocados garantiam maior
elegância aos trajes femininos e masculinos.
A moda no estilo Rococó (Figura 16) foi totalmente influenciada e inspirada pelo estilo de vida hedonista da

nobreza, pelo entretenimento, pelas peças teatrais e festas de salão. A renda continuou em alta, tanto para
homens quanto para mulheres. O traje masculino era composto por calção, coletes bordados, camisas, meias

brancas e sapatos de salto.

Figura 16 | Estilo de traje Rococó

Fonte: Wikimedia.

Chegamos ao final deste bloco, no qual refletimos sobre como a arte e a moda podem assumir diversos
sentidos e funções na sociedade, em especial pelos contextos políticos e sociais em que estiveram imersos.

Esses elementos interferiram nas manifestações artísticas em geral e na indumentária, a ponto de serem
lembrados como referenciais temporais singulares, não apenas na própria história, mas na área da moda e seu

desenvolvimento ao longo do tempo.

VIDEOAULA: ARTE E MODA: NATURALISMO, REALISMO, IMPRESSIONISMO E


SIMBOLISMO

O século XIX, apesar de marcado pelas revoluções que defendiam a simplicidade, contou também com a Era
Vitoriana que marcou o surgimento da Alta Costura. Foi Charles Frederick Worth, costureiro inglês, quem
passou a ditar moda em Paris. E aconteceu uma verdadeira revolução na moda. Quer saber mais? Vamos ao
vídeo..

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ESTUDO DE CASO

A empresa de eventos Louise kt Ltda realizará a produção de um desfile com roupas da linha Movie Tecno. A
proposta dessa marca é misturar arte e moda, em uma coleção inspirada no século XIX. Você foi convidado para

participar na organização desse job e sua missão será conceber a cenografia do desfile, de forma que valorize
os looks da passarela com equilíbrio e sofisticação, afinal, essas peças são verdadeiras obras de arte. Como você
cumpriria esse desafio?

RESOLUÇÃO DO ESTUDO DE CASO

Já podemos imaginar o sucesso que foi a sua ideia do cenário para promover o desfile da Marca Movie Tecno.

Aproveitamos para explicar que Job (trabalho, em inglês) é um termo muito usado entre os profissionais de
Marketing, Publicidade e Moda. E look (significa: olhar ou aparência, em inglês), também identificado no Brasil
como mundo da moda, serve para definir um estilo de moda. Mas, para deixar sua ideia ainda mais
interessante, que tal se você propor uma grande passarela em que seja possível projetar várias histórias desse
período? As exibições poderiam começar pelas grandes invenções, trazendo personagens como Leonardo da

Vinci e com destaque ao seu estudo sobre trajes de mergulho; na sequência, a evolução dos trajes de banho,
apresentando a influência na linha moda praia desenvolvida pela marca. Quando forem apresentadas as peças
da linha casual, a passarela pode projetar as transformações da indumentária ao longo da história, fazendo um
paralelo entre o Romantismo, o Neoclassicismo e entre a burguesia e a nobreza. O ambiente pode ser
caracterizado como uma grande corte europeia do século XIX, o que pode promover uma experiência sensorial
incrível! Esperamos que essa experiência criativa possa inspirar você a seguir na busca de novos
conhecimentos. Busque ampliar seu repertório a partir de pesquisas e leituras de livros da área. O céu é o limite

quando o assunto é moda e você pode ir muito além em sua jornada profissional.

Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.

 Saiba mais
Nesta seção, deixamos indicações de materiais sobre o universo da moda. Aproveite as dicas para ampliar
seu repertório, pois vão acrescentar boas informações aos seus conhecimentos.
Os autores Richard Martin e Harold Koda fazem um panorama do surgimento e do auge da alta costura –
passando pelo século XIX, em Paris, até os designers de moda de luxo de hoje. Destaque para o trabalho
artesanal e a minuciosidade das peças, com capítulos que abordam tecidos, drapeados e bordados.
MARTIN, R.; KODA, H. Haute Couture. New York : MetPublications, 1995.

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Quem aí ama as roupas de época? Se sua musa é Maria Antonieta, não deixe de ler Dangerous, compilado
por Harold Koma e Andrew Bolton. O livro traz um estudo sobre trajes dos períodos rococó e neoclássico.
KODA, H ; VOLTON, A. Dangerous Liaisons. New York : MetPublications, 2006.

Aula 4

MODAS E MODOS NO BRASIL


Conhecer o contexto histórico da moda brasileira no século XIX, marcada por influências da única
monarquia de longa duração das Américas que fixou sua corte, na então colônia, como fuga do
domínio napoleônico que se expandia na Europa.

55 minutos

INTRODUÇÃO

Nesta unidade vamos conhecer o contexto histórico da moda brasileira no século XIX, marcada por influências
da única monarquia de longa duração das Américas que fixou sua corte, na então colônia, como fuga do

domínio napoleônico que se expandia na Europa. A chegada da família real no Brasil promoveu grandes
mudanças e, apesar do país ter ser constituído de maneira conservadora em suas estruturas econômicas,

sociais e políticas, buscou se adaptar às mudanças impostas pelos conceitos capitalistas, conduzidas pela
Inglaterra, sem ceder às mudanças estruturais e mantendo, por exemplo, o modelo escravista, até 1889. Todos

esses acontecimentos impactaram diretamente o desenvolvimento da moda no país, logo, essa compreensão é
essencial na sua jornada formativa. Esperamos que os conhecimentos a seguir contribuam, de maneira
profunda, com seu repertório e lhe permita alcançar grandes feitos em sua carreira. Vamos começar!

A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL E SUA RELAÇÃO COM A MODA: ANTECEDENTES

IMPORTANTES

O Brasil tornou-se independente em 7 de setembro de 1822. Naquela época, a moda nacional seguia as
tendências europeias do século XIX, mas, para compreender melhor esse contexto, revisitaremos alguns
antecedentes importantes. No final do século XVIII as relações entre o Brasil e a Europa estavam baseadas na
exportação de matéria-prima e, na Inglaterra, era o algodão brasileiro que abastecia sua indústria têxtil.
Porém as transformações impostas pela ascensão de Napoleão Bonaparte na Europa, no final do século XVIII,
atingiram a colônia portuguesa na América que, a partir do Bloqueio Continental imposto por Bonaparte,
proibiu o comércio com a Inglaterra (LIMA, 2009).

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Portugal dependia do sistema financeiro e industrial inglês e, apesar dos esforços na resistência às investidas
napoleônicas, a partir do ultimato recebido, a alternativa encontrada foi buscar proteção da marinha inglesa
para a fuga da Família Real Portuguesa (Figura 1) para o Brasil (LIMA, 2009).

Figura 1 | Embarque da Família Real Portuguesa para o Brasil

Fonte: Wikimedia.

Com o estabelecimento da Coroa Portuguesa no país, em 1808, o Rei D. João VI (Figura 2) decretou a abertura
dos portos do Brasil às nações amigas. Essa medida permitiu restabelecer relações comerciais com a Inglaterra,
que necessitava garantir mercados consumidores devido à crescente produção industrial. Destacamos que os
milhares de acompanhantes da monarquia, em fuga, transportaram para o Brasil metade de todo o dinheiro
circulante no Reino, havendo demanda crescente sem produção capaz de atendê-la (CALDEIRAS, 1999). Essa
conjuntura fez com que o liberalismo econômico chegasse às terras brasileiras por imposição política externa.

Figura 2 | D. João VI

Fonte: Wikimedia.

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As duas primeiras décadas do século XIX foram marcadas por movimentos em Portugal que reivindicavam o
retorno da Família Real e que foram fortalecidos após as insurreições que culminaram na expulsão do exército
napoleônico, em 1811. Pressionado, D. João VI resolveu regressar a Portugal com a Família Real e sua corte, em

1821.
Diante disso, D. Pedro I, que havia ficado como príncipe regente no Brasil, resiste às ordens de retorno a

Portugal e decide ficar no Brasil, em 9 de maio de 1822. A decisão ficou conhecida como “Dia do Fico” (Figura 3)
e foi o primeiro de uma série de atos que levariam à ruptura entre Brasil e Portugal (AZEVEDO, 2016).

Figura 3 | Dia do Fico

Fonte: Wikimedia.

Em junho de 1822, Dom Pedro I (Figura 4) aprovou a convocação de uma Assembleia Constituinte no Brasil. Em
resposta, Lisboa desautorizou a convocação e ordenou o retorno do príncipe a Portugal, todavia, em 7 de
setembro daquele ano, ele proclamou a independência e, em 12 de outubro, foi aclamado imperador do Brasil
(AZEVEDO, 2016).

Figura 4 | Dom Pedro I

Fonte: Wikimedia.

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Esses acontecimentos influenciaram o desenvolvimento da moda no Brasil. Aliás, uma forma prazerosa de
conhecer esses fatos está no estudo de documentos oficiais que tratam de temas familiares. Os registros
costumam trazer detalhes que nos permitem compreender hábitos, costumes e as referências estéticas da

moda daquela época.


O documento nominado “Indumentária do conselheiro Elias Antônio Lopes”, datado do final de 1815, registra

alguns trajes daquela época: cinco pares de sapato, na época, sinônimo de luxo e extravagância; luvas, meias de
algodão, coletes de seda e a bengala, símbolo de poder e status (AZEVEDO, 2016).

Neste bloco, compreendemos os antecedentes da Independência do Brasil, as relações com a Europa e a


Inglaterra. Você aprendeu que documentos antigos, como inventários familiares, representam uma rica fonte
de informações sobre a moda brasileira e as influências recebidas naquele período.

VIDEOAULA: A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL E SUA RELAÇÃO COM A MODA:

ANTECEDENTES IMPORTANTES

Neste vídeo faremos uma bela viagem pelo vestuário feminino do período Joanino, através de dois inventários
de moda. Vamos conhecer os trajes de Ana Jacinta e Ana Joaquina, ambas muito ricas. Os inventários são ótimas
fontes para conhecermos a moda da época. Você é nosso convidado para esta viagem.

Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.

MODA BRASILEIRA NO SÉCULO XIX

No século XIX, o algodão era um dos maiores produtos de exportação do Brasil, no mesmo nível do café e do
açúcar. Com a chegada da Família Real portuguesa no país a exportação se intensificou dada a relação amigável
entre Portugal e Inglaterra.
Outros acontecimentos marcaram o período em que a família real esteve no Brasil, tendo a cidade do Rio de
Janeiro (Figura 5) como epicentro. A começar, por exemplo, pela urbanização “quando charcos foram aterrados,
novas ruas foram abertas e as antigas alargadas, dando condições para a circulação dos novos veículos de
grande porte que vieram de Lisboa” (TOSTES, 2008, p. 43).

Figura 5 | Rio de Janeiro

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Fonte: Wikimedia.

A vida cultural da cidade foi impulsionada com a chegada da Corte Portuguesa, em 1808, com a edição e
impressão do primeiro jornal do país. Foram inaugurados bibliotecas, teatros, academias literárias e científicas,

para atender os portugueses e a massa populacional urbana que vivia rápida expansão. “Muitos dos novos
habitantes eram imigrantes, não apenas portugueses, mas espanhóis, franceses e ingleses que viriam a formar
uma classe média de profissionais e artesãos qualificados” (FAUSTO, 2007, p. 128).

Nesse contexto, os ingleses tiveram maior vantagem comercial em relação a diversos produtos portugueses.
Graças a um acordo feito em 1810, a Inglaterra garantiu o controle do mercado colonial, ampliando a venda de

roupas, tecidos e calçados. Após a celebração da paz entre França e Portugal, em 1814, os franceses também
passaram a vender tecidos, roupas femininas, chapéus, cosméticos e perfumes em lojas situadas nas ruas do

Ourives e do Ouvidor (Figura 6).

Figura 6 | Rua do Ourives e do Ouvidor

Fonte: Wikimedia.

A França era referência de bom gosto e elegância, ao longo de todo o século XIX, especialmente em relação aos
trajes femininos. A vida social na colônia exigiu um novo padrão de vestimentas, demandas que foram supridas
por estrangeiros especializados na arte do vestir.

A corte de Portugal inspirou-se no bom gosto dos Franceses e passou a se vestir em estilo imperial, ou seja, a

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nobreza passou a usar vestes mais simples, porém não menos sofisticadas. Assim, em meados de 1817, a
princesa Leopoldina (Figura 7), chega ao Brasil com a nova forma de vestir do estilo império, e não só ela, mas a
sua sogra, D. Carlota Joaquina, também faz uso dessa moda.

A marquesa de Santos, por exemplo, usava trajes que valorizavam seus contornos e beleza, financiados por D.
Pedro I, afinal, “instava a amante a aparecer bem-vestida e decente, então lhe enviava touquinhas de renda e

pérolas, pagava-lhe os vestidos feitos pelas madames Josefine ou Durocher, as mais famosas modistas do
Primeiro Reinado” (DEL PRIORE, 2012, p. 123).

Figura 7 | Princesa Leopoldina

Fonte: Wikimedia.

Apesar das disputas entre a Princesa e a Marquesa pelo coração do Imperador, esse era o menor dos
problemas frente aos desafios em administrar os conflitos espalhados pelo Brasil Colônia. Contudo, havia

espaço para o empreendedorismo: imigrantes alemães desenvolveram a produção de linho local, em 1824, e,
no ano seguinte, a seda também começou a ser produzida no Brasil. A moda nacional surgiu como reflexo dos
acontecimentos da época, influenciada diretamente pelos padrões ingleses e franceses, oportunizados pelos

interesses comerciais da época.


Esperamos que estas informações o estimulem a seguir seus estudos sobre os acontecimentos do século XIX e
seus impactos no campo da moda.

VIDEOAULA: MODA BRASILEIRA NO SÉCULO XIX

Neste vídeo, vamos conhecer a linha do tempo da produção de tecidos no Brasil. Vamos identificar os principais
tecidos fabricados, sua importância no mundo e de que forma essa matéria-prima favoreceu as relações
internacionais e estabeleceu vínculos comerciais importantes. Vamos juntos nesta trajetória?

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A VARIAÇÃO ESTÉTICA DA REALIDADE MATERIAL NO VESTUÁRIO BRASILEIRO


DURANTE O SÉCULO XIX

O vestuário do brasileiro do século XIX esteve marcado pela multiplicidade de estilos nos trajes e por
representar a distinção dos indivíduos na sociedade. Para entendermos a modelagem das roupas usadas nesse
período, é importante atentar aos detalhes. A indumentária do Clero (Figura 8) será a primeira analisada.

Figura 8 | Clero

Fonte: Wikimedia.

Alguns traços estéticos de trajes usados nos ritos da Igreja Católica remontam a mil anos. Pode-se dizer que
poucas mudanças aconteceram do século XIX para cá. As vestes clericais geralmente são compostas por: alva,

capa pluvial, casula, cota, dalmática, roquete, túnica e véu umeral (VASCONCELOS, 1965).
As cores têm significados litúrgicos no vestuário eclesiástico: o verde simboliza esperança; o branco, ou
dourado, a vitória; o roxo a penitência; o vermelho simboliza o fogo, sangue, amor divino e martírio; o preto
representa o luto; já o rosa, a alegria.
A capa pluvial (Figura 9), no passado, era um agasalho contra as intempéries, sendo “fechada na frente por meio
de um alamar ou por uma travessa de tecido forrado” (VASCONCELOS, 1965, 109). A capa podia ser branca ou
com outras cores litúrgicas. A ornamentação, por sua vez, segue a da alva, da casula e da sobrepeliz.

Figura 9 | Capa pluvial

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Fonte: Wikimedia.

A segunda indumentária que analisaremos é a dos militares. Apesar da produção ocorrer em larga escala, os
uniformes militares são diferenciados pela hierarquia, por escalas de comando e por força, a exemplo da

Marinha, do Exército e da Aeronáutica. Um soldado, por exemplo, ao ser promovido a uma nova patente,
recebia um novo fardamento que marcava o acontecimento. Os trajes militares existem desde a antiguidade,
mas o situamos como uniformes contínuos a partir de sociedades modernas (ALMEIDA, 2008).
Os uniformes (Figura 10) eram feitos segundo o modelo do traje civil. Segundo Almeida (2008, p. 15), “o principal
objetivo do uniforme era a disciplina do corpo do soldado e deveria se constituir num instrumento de
moldagem dos gestos e posturas”.

Figura 10 | Uniforme militar do Brasil

Fonte: Wikimedia.

Quanto ao Brasil, por sua vez, Barroso (1922, p.24) explica que:

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a tempo de D. João VI e de D. Pedro I, quase sempre os decretos sobre uniformes eram
acompanhados de figurinos desenhados à mão, gravados em cobre ou aquarelados.
Deveriam estar nos arquivos, mas infelizmente, quase todos desapareceram.
— (BARROSO, 1922, p. 24)

Por fim, a terceira análise será sobre o traje civil, que abarca a população em geral. Essa é uma categoria
diversa, devido às inúmeras subclassificações possíveis. A camisa e o colete, por exemplo, compunham os trajes
masculinos (Figura 11) do final do século XVIII e início do século XIX que, apesar do tempo, permanecem atuais.

Figura 11 | Traje masculino

Fonte: Wikimedia.

No vestuário feminino, o traje de 1861 (Figura 12) era composto por uma blusa e uma saia. A blusa tem mangas
do tipo pagoda, com duas pences frontais de cada lado para que fique ajustada; tanto a saia como a blusa
recebiam fitas como ornamento (ARNOLD, 1972).

Figura 12 | Indumentária feminina

Fonte: Wikimedia.

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Chegamos ao final deste bloco, esperando que estes conhecimentos despertem seu interesse e o estimulem a
seguir pesquisando ainda mais sobre a moda no Brasil.

VIDEOAULA: A VARIAÇÃO ESTÉTICA DA REALIDADE MATERIAL NO VESTUÁRIO


BRASILEIRO DURANTE O SÉCULO XIX

Não há como falar do Brasil sem nos referirmos à representatividade africana e afrodescendente. Ninguém
apagará o horror da escravidão, contudo é um tema que merece ser debatido. Neste vídeo, vamos entender a
importância da cultura negra, apontando suas influências, misturas, costumes e os trajes no Brasil do século

XIX.

Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.

ESTUDO DE CASO

Parabéns, você acaba de ser contratado como estilista júnior da grife Brazilian Wear Co. Essa empresa inspira
suas coleções em momentos históricos do país e seu próximo lançamento tem como tema “O Brasil do século
XIX”. Sua missão será realizar uma pesquisa minuciosa sobre materiais utilizados no vestuário da época, suas

modelagens e informações sobre o contexto social e histórico brasileiro que fundamentará o conceito das peças
dessa nova coleção. Como você pretende resolver esse grande desafio?

RESOLUÇÃO DO ESTUDO DE CASO

Neste estudo de caso você foi contratado como estilista júnior da grife Brazilian Wear Co., e sua missão através

do mote: “O Brasil do século XIX” é realizar uma pesquisa minuciosa sobre materiais utilizados no vestuário da
época, suas modelagens e informações sobre o contexto social e histórico brasileiro, que fundamentará o
conceito das peças da nova coleção. Certamente você deve ter reunido as melhores pesquisas e apresentado
muito material à equipe.
Existem vários caminhos para isso, então, convidamos você a pensar em algumas abordagens possíveis:
Na sua pesquisa, você deve destacar as relações entre o Brasil e a Europa pela importância da exportação da
principal matéria-prima para a produção de tecido nas indústrias têxteis da Inglaterra, o algodão. Essa relação
econômica trouxe grandes influências à moda do Brasil com a chegada da família real. Outro fator importante é
que, para entendermos como era a moda nesse contexto, você pode realizar pesquisas estudando os
documentos oficiais que tratam de temas familiares da época.
Você poderá destacar também que os ingleses tiveram maior vantagem de mercado do que os produtos
portugueses, tudo graças a um acordo feito em 1810, que garantia à Inglaterra o controle do mercado colonial.

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Assim, a venda de roupas de tecidos e calçados era amplamente dominada pelos ingleses. Mas, França teve seu
espaço na venda de tecidos e roupas femininas, chapéus, cosméticos e perfumes, nas lojas das ruas do Ourives
e do Ouvidor, após a celebração da paz entre França e Portugal, em 1814. Assim, a moda no Brasil nada mais é

que um reflexo do que acontecia no mundo, sobre as influências inglesas e francesas, baseada nos interesses
comerciais da época.

Vale trazer também as influências das classes sociais, como o clero, os militares e os trajes civis. A camisa e o
colete, por exemplo, são trajes masculinos que compuseram a indumentária do final do século XVIII e início do

século XIX. São peças que, ainda hoje, permanecem atuais. Na indumentária feminina, em 1860, o traje era
composto por uma blusa e uma saia. Mas, há ainda há muito para descobrirmos sobre esse período.
Certamente, sua pesquisa foi ótima e agregou aos seus conhecimentos e vida profissional.

Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.

 Saiba mais
Aqui estão algumas indicações sobre moda brasileira que podem auxiliar em sua jornada formativa. Não
esqueça de buscar sempre novos repertórios, requisito fundamental para um bom profissional da moda.
Pauline Kisner discorre como as pessoas se vestiam no Brasil no século XIX e se “realmente” elas usavam

aquelas diversas camadas de tecidos que vemos nos filmes.


Como era a moda no Brasil nos tempos do Imperador Pedro II? Pauline Kisner. Youtube. 16’.
Vídeo sobre o Museu Imperial da cidade de Petrópolis no estado do Rio de Janeiro, além de toda a história

do Brasil Império, você poderá conhecer as joias e indumentárias da época.


Conhecendo Museu Imperial. Conhecendo Museus FJPN. Youtube. 26’.

REFERÊNCIAS
22 minutos

Aula 1

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BOULOS JÚNIOR, A. História sociedade e cidadania. Ensino Médio. São Paulo: FTD, 2016.
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- Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, São Paulo, 2008. Disponível em:
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DEL PRIORE, M. A carne e o sangue: a imperatriz D. Leopoldina, D. Pedro I e Domitila, a marquesa de
Santos

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Você também pode gostar