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All content following this page was uploaded by André Luiz Reis da Silva on 05 June 2015.
Resumo
Este artigo tem como objetivo analisar a construção da nova ordem europeia no século XIX,
buscando perceber como o desenvolvimento econômico e as transformações políticas im-
pactaram o continente, tanto do ponto de vista interno das sociedades, como do sistema de
relações internacionais. Discute os efeitos da dupla revolução (Francesa e Industrial) na
formação da época contemporânea.
1 Introdução
Até 1815, a luta pela supremacia mundial entre duas grandes po-
tências, França e Inglaterra, dominou o sistema interestatal europeu.
O grande conflito culminou com a vitória da Inglaterra, já que a propos-
ta hegemônica francesa alterou o cenário europeu e era potencialmente
desestabilizadora, ao incentivar a participação popular e a mobilização.
Assim, a Inglaterra liderou a aliança de forças primordialmente dinásti-
cas e conservadoras; contudo, como uma potencia liberal do ponto de
vista econômico, tentou moldar o mundo a sua imagem. Mas a Inglater-
ra fez mais, criando o imperialismo de livre comércio, um sistema
mundial de governo que se expandiu e suplantou ou sistema construí-
do nos tratados de Vestfália.
As duas maiores potências, Inglaterra e França, fizeram dois mo-
delos diferenciados de reformas de classe: a primeira, baseada na gran-
de acomodação entre a nobreza e a burguesia, que levou à Revolução
Industrial, na qual as forças produtivas atingiram um nível elevado de
lucratividade e expansão. A segunda, com reformas políticas que com-
plementarão a revolução industrial, oferecendo modelos políticos di-
versos para a burguesia em expansão.
Após o grande ciclo de guerras e conflitos, o sistema europeu
construído no congresso de Viena era basicamente conservador, mas
tinha a flexibilidade suficiente para tentar acomodar as novas forças
políticas e sociais que surgiam, dentro e fora dos Estados nacionais.
Formou-se uma sociedade europeia, com regras, valores e princípios
comuns, como a legitimidade, a restauração, o nacionalismo, a sobera-
nia, que regularia as relações entre os países. A Europa aparecia, assim,
em relação ao resto do mundo, como uma unidade, e assim se apresen-
tariam para colonizar a África e a Ásia, numa tentativa de recuperar o
espaço perdido na América Latina, agora formalmente independente.
O século XIX foi o século da hegemonia inglesa, tanto quanto foi
o século do concerto europeu, da formação da sociedade europeia. Os
ideais de progresso e desenvolvimento fortaleceram a crença de que o
mundo estava em rápida transformação e que a Europa do século XIX
estava no ápice do processo civilizatório. A dupla revolução significou
dois movimentos da revolução burguesa, que se alimentavam mutua-
mente, ao conquistar o Estado e dominar os meios de produção. Entre-
tanto, a modernização constituiu novas forças sociais, que seriam os
novos atores políticos nas próximas décadas.
A cultura não ficaria inerte. Diante das grandes transformações
na forma de produzir, pensar e interagir, escritores, músicos e pintores
tentavam decifrar a nova sociedade que surgia diante de si. Saudosistas
The New European Order in the Nineteenth Century: the Effects of Dual Revolution in Modern History
Abstract
This article aims to analyze the construction of the new European order in the nineteenth
century, seeking to understand how the economic and political changes impacted the conti-
nent both from internal point of view of societies and from the system of international
relations. It discusses the effects on dual revolution (the French and Industrial) in the shap-
ing of the contemporary era.
Referências
ARON, Raymond. Paz e Guerra entre as nações. Brasília: Ed. da UnB, 1979.
HOBSBAWM, Eric. A era das revoluções. 7. ed. São Paulo: Paz e Terra,
1989.