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HCA |MÓDULO 8| 12.

º ANO

A Professora de HCA
Adalgisa Duarte
HCA |MÓDULO 8| 12.º ANO

1. (O TEMPO) 1815-1905 - DA BATALHA DE WATERLOO à EXPOSIÇÃO dos FAUVES

A Batalha de Waterloo, William Sadler

- 1815 marca a data da Batalha de Waterloo e por conseguinte a derrota de Napoleão.

Os Estados absolutistas - Prússia, Rússia e Áustria-Hungria formam entre si a Santa Aliança


e organizam o Congresso de Viena (1814-1815). Neste congresso reafirmaram-se os
direitos dinásticos e fez-se um novo mapa da Europa criando fronteiras artificiais e
ignorando as aspirações nacionalistas de vários povos.
(Leitura Caixa 1+ Mapa. A Europa depois do Congresso de Viena (1815), pág. 79 manual)

Apesar destes acontecimentos, a Santa Aliança e as monarquias conservadoras não


conseguiram travar as mudanças iniciadas e manifestadas quer através das revoluções
liberais, quer através dos movimentos nacionalistas.
(Leitura pág. 79, 1815-1905 - Da Batalha de Waterloo à Exposição dos Fauves p.1, p.2 + caixa (1))

A Europa enfrentará um período conhecido por “Primavera das Nações”. Durante este
período verificaram-se vários movimentos revolucionários com vista à implementação da
independência das nações.
Principais movimentos - “Primavera das Nações”:
● Revolta da Polónia contra o domínio russo - divisão entre Rússia, Prússia
e Áustria, em 1841;
● Movimentos independentistas de cariz nacionalista na América Latina com vista à
libertação do domínio colonial português e espanhol. Independência do México.

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Principais movimentos que abalaram o continente europeu:


● Grécia e Sérvia - Libertação dos turcos-otomanos;
● Bélgica - Separação da Holanda (1830);
● Unificação política da Itália (1870) e da Alemanha (1871);

O avanço do Liberalismo, que se opunha às monarquias conservadoras, também contribuiu


para o aumento da tensão política. Esta força que promovia a mudança era liderada pela
burguesia/classe média, empenhada na instauração de uma sociedade burguesa e capitalista
e num sistema governativo liberal, que considerava mais justo.

O liberalismo económico, surgiu na segunda metade do séc. XIX, como uma nova doutrina
económica que defendia a livre iniciativa de particulares e a não concorrência e a não
intervenção do Estado. Assim os privados ditavam as leis do mercado e financiavam-se através
de empréstimos ou da constituição de sociedades anónimas cotadas na bolsa.
(Vídeo Escola Virtual (EV) - O liberalismo económico, o crescimento e as crises)
(Leitura pág. 79, 1815-1905 - Da Batalha de Waterloo à Exposição dos Fauves p.3)

Quais os contornos do liberalismo? Qual o seu impacto?


(Vídeo EV - O movimento operário)

● Rápido crescimento económico e industrial;


● Crises cíclicas de superprodução;

Qual o impacto do liberalismo? No que é que se traduziu?


● Desemprego;
● Organização horizontal ou vertical de empresas, medida de combate às flutuações de
mercado;
● Surgimento de um novo grupo social: o proletariado (ou classe operária);
● Movimento operário e sindicalismo
(Leitura pág. 80, 1815-1905 - Da Batalha de Waterloo à Exposição dos Fauves p.4 - p.11)
(Vídeo EV - A idade da eletricidade e do petróleo)

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2. (O ESPAÇO) EUROPA DAS LINHAS FÉRREAS

Séc. XVIII
Aparecimento do comboio e das linhas férreas na atividade mineira e nas pedreiras.

Primeiro quartel séc. XIX, em Inglaterra


O engenheiro de minas George Stephenson (1781-1848) criou a primeira linha comercial que
ligava Stockon a Darlington e fez surgir o comboio a vapor.

Cerca de 1840
Havia já mais de 8854 km de linhas construídas não só na Europa como um pouco por todo o
mundo.

Este grande sucesso deveu-se às enormes vantagens que as linhas férreas traziam às
indústrias e populações por elas servidas:
(Vídeos EV - A industrialização e os avanços da técnica e da ciência).

Políticas
Maior eficácia e interligação na administração pública (central e local) / Deslocação rápida de
tropas e funcionários.

Sociais
Promoção hábitos de viagem / Acesso a novos empregos / Criação de empregos / Aumento da
qualidade de vida.

Económicas
Permitiam uma maior, mais fácil e mais rápida circulação dos produtos e mercadorias a nível
nacional e internacional / Alargamento de mercados (abastecimento e escoamento) /
Crescimento das fábricas e do comércio / Crescimento da industrialização / Facilitou a
Revolução Agrícola (especialização regional das culturas) / Incremento do Capitalismo (novo e
lucrativo campo investimento).

Cultural
Aumento do intercâmbio entre povos e culturas / Rápida divulgação de notícias / Facilitou a
expansão de ideias e correntes culturais e artísticas / Maior conhecimento da geografia.

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Demográficas
Mobilidade populacional (êxodo rural) / Aumento fluxos emigratórios e imigratórios/
Crescimento das cidades e formação novas cidades / Reformas urbanísticas.

Na Europa, este período foi um tempo de grande crescimento demográfico e de grandes


mudanças que acabaram com o Antigo Regime e instalaram o modo de vida contemporâneo.

As principais mudanças foram:


• Avanço do Liberalismo;
• Evolução da Revolução Industrial que mudou os modos, as relações de produção e
economia e de toda a sociedade;
• A Revolução dos Transportes – com o aparecimento e expansão das linhas férreas;
• Crescimento de centros urbanos;
• Grande desenvolvimento do pensamento científico (positivismo, cientismo) -
numerosas descobertas e intervenções;
• Instalação da sociedade de classes e de mentalidade burguesa, laica e individualista.
• Com o crescimento da indústria, houve a invenção do comboio em Inglaterra (para
transporte de materiais) mas rapidamente evoluiu para transportes de pessoas,
mercadorias, correios.
• EM SÍNTESE: A economia aumentou, assim como a demografia e a qualidade de vida,
influenciando tanto a cultura como as mentalidades.

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3. (O LOCAL) A GARE

Claude Monet, The Gare St Lazare, 1877

A montagem e a regularização das linhas férreas obrigaram, também à construção de


locais fixos onde, a horas certas, as pessoas pudessem apanhar o comboio.

As Gares:
Edifícios modernos e inovadores, avançados em termos de técnicas e materiais, construídas
nos pontos de paragem e abastecimento dos comboios.
Foram os novos “salões” da era industrial, como um polo de dinamização urbana e um espaço
privilegiado para a confluência de pessoas, trocas de ideias e de experiências e do
crescimento urbano.
Passaram a ser as “novas portas” das cidades e os símbolos do progresso, da modernidade e
do engenho humano no século XIX.
A gare e as linhas férreas foram a expressão do triunfo da industrialização devido ao
desenvolvimento económico, social e cultural e a afirmação da sociedade urbana,
cosmopolita e liberal.

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Outras Gares:

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4. INDIVIDUALISMO – O INDIVÍDUO E A NATUREZA (síntese)

Influenciado pela doutrina do Liberalismo, o pensamento do século XIX concedeu grande


importância ao conceito de indivíduo, valor que esteve presente no Romantismo e no
comportamento das sociedades ao longo do século. O pensamento do século XIX valorizou
também a Natureza, onde o próprio Liberalismo fazia remontar a liberdade, a igualdade e
outros direitos que reconhecia aos indivíduos.
A Natureza desempenhou um papel importante nas ciências, na literatura, na música e nas
artes deste século.
A Natureza foi também proclamada nas ciências- como o Positivismo (a Natureza como ponto
de partida de todo o conhecimento) e o Romantismo (o pensamento que valoriza o campo, o
rural onde encontra na Natureza o refúgio da alma em oposição à cidade).

O indivíduo e a Natureza. A Natureza como refúgio.


NAÇÕES E UTOPIAS

Os acontecimentos e as mudanças de vida ocorridos no século XIX levaram à formulação de


novos conceitos e teorias político-sociais.

• O conceito de Nação – conjunto de indivíduos unidos pela mesma raça e pela História
(acontecimentos de vida) e pela cultura;
• O Liberalismo personalizava o conceito de Nação – originou o “princípio das
nacionalidades” – cada nação tem o direito à autodeterminação e à auto governação
(dando origem a vários movimentos e conflitos);
• O “princípio das nacionalidades” fez nascer a “consciência nacional” que
desenvolveu o nacionalismo – sentimento afetivo das pessoas pelas suas raízes
históricas e pelas suas tradições e produções culturais.
• A reação aos malefícios da industrialização e o movimento de «regresso à Natureza».
• Exposição da renovada relação entre o indivíduo e a Natureza, como «refúgio» ou
como fonte de inspiração.

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5. (BIOGRAFIA) O ENGENHEIRO GUSTAVE EIFELL

O desenvolvimento científico e as invenções técnicas, associados à Revolução Industrial,


fizeram aparecer no século XIX, um novo grupo profissional – os engenheiros. Gustave Eiffel
foi um engenheiro francês que se especializou na construção de estruturas de ferro e vidro,
materiais que estavam a ser produzidos em massa na época pela indústria. O trabalho de
Eiffel foi conceber novas estruturas de ferro, ou de ferro e vidro para a construção de
viadutos e pontes, estufas, pavilhões, gares de caminhos de ferro, torres (Eiffel) e estruturas
de estátuas (a Estátua da Liberdade – EUA).

Gustave Eiffel foi um dos protagonistas mais relevantes da engenharia das construções
metálicas no século XIX, contribuindo para a divulgação destes novos materiais e métodos
que promoveram a modernização da construção civil.

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Exploração de obras significativas de Gustave Eiffel.
1858 – Projeta a ponte ferroviária sobre o rio Garonne

1877 – Projeta a ponte ferroviária de D. Maria Pia, sobre o rio Douro, no Porto;

1878 – Projeta a ponte ferroviária e rodoviária de Viana de Castelo

1880-84 – Projeta o Viaduto Garabit, em Cantal, França

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Documentário RTP: A Torre Eiffel - A História de uma Aposta Incrível
https://www.youtube.com/watch?v=lzmyFwBCwrI

A epopeia da célebre dama de ferro, símbolo de Paris e da França


Mais do que um monumento, a Torre Eiffel é o símbolo de Paris e da França. É impossível
imaginar a cidade das luzes sem a célebre dama de ferro. Inaugurada há mais de 130 anos,
por altura da Exposição Universal de Paris em 1889, tornou-se num monumento icónico da
cidade, símbolo da modernidade, e um grande feito da engenharia. Mas por trás do que hoje
parece óbvio, houve uma epopeia pouco conhecida.
Este documentário ficcionado de Mathieu Schwartz revisita a saga histórica e o enorme
desafio da engenharia. A luta de Gustave Eiffel, um homem determinado a construir a torre
mais alta do planeta no coração de Paris. Contra todas as probabilidades, o engenheiro
assumiu o comando de um estaleiro de obras gigantesco e revolucionou a técnica de
construção. À beira da falência, suportando a desonra e arriscando até a prisão, Eiffel
batalhou para impor a torre que mais ninguém queria e que muitos consideravam feia e
desadequada.

Ficha Técnica
Título original Tour Eiffel: l’histoire d’un pari impossible
Autoria e Realização: Mathieu Schwartz
Produção: MARTANGE PRODUCTIONS/ C8, Planete +
Ano: 2017
Duração: 52

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6. (ACONTECIMENTO) EXPOSIÇÃO UNIVERSAL (LONDRES, 1851)

A importância da I Exposição Universal (Londres, 1851) como pioneira na divulgação dos


progressos tecnológicos, das conquistas científicas e das inovações culturais e artísticas.

No século XIX, homenageando as muitas descobertas e invenções técnicas do tempo, iniciou-


se a tradição das grandes exposições universais. A primeira foi a de 1851, em Londres, que
decorreu num pavilhão inovador para a época, todo em ferro e vidro - O PALÁCIO DE CRISTAL.
Esta exposição foi uma iniciativa do príncipe Albert, marido da rainha Vitória de Inglaterra.
Chamou-a de Great Exhibition of the works of Industry off all Nations – pretendia mostrar o
progresso e evolução científica.

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Análise das características estruturais, formais e funcionais do Palácio de Cristal, de


Joseph Paxton

O concurso para o edifício central da Exposição Universal de 1851, a erguer no Hype Park em
Londres, teve como vencedor o arquiteto francês Hector Horeau. No entanto, o projeto não
respondia a alguns dos pressupostos do Comité da Exposição que
pretendia uma construção ligeira de construção fácil, rápida e barata que pudesse ser
desmontada e posteriormente reconstruída num outro local. Foi assim aberto novo concurso,
desta vez ganho pela equipa liderada por Joseph Paxton e pela empresa de construção Fox &
Henderson, associados ao vidraceiro R. L. Chance.
Paxton possuía já um significativo currículo ao nível da construção de grandes edifícios com
estrutura aligeirada, em madeira ou ferro preenchida por vidro seguindo princípios de grande
funcionalidade, economia e rapidez construtiva. Destes destaca-se a grande estufa em
Chatsworth, Derbyshire, erguida entre 1836 e 1841 para o Duque de Devonshire, com pilares
de ferro fundido e estrutura de madeira laminada.
Paxton criou um edifício que partia da tipologia e sistema construtivo da estufa, embora
extrapolado para uma escala muito maior. Foi construído em cerca de dez meses, utilizando
elementos de ferro, madeira e vidro pré-fabricadas e montadas no local, formando um
contentor transparente que deveria reforçar o mito tecnológico que os próprios produtos
expostos das grandes economias competidoras procuravam simbolizar.

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Com uma superfície coberta de 90 000 m2, o Palácio de Cristal apresentava 563 metros de
comprimento total, tendo o transepto 124 metros e uma altura máxima de 33 metros
no cruzamento das naves onde foram colocados grandes ulmeiros. As naves laterais
possuíam três pisos.
A planta foi definida a partir de um elemento modular de 7,32x7,32 metros que facilitou a
planificação e a montagem final. Os pilares foram pintados de amarelo, as vigas de azul e as
asnas de vermelho, o que permitia identificar muito claramente a função de cada elemento
dentro de todo o sistema estrutural. A cobertura foi construída seguindo o princípio já
utilizado por Paxton das duas águas de vidro que se repetiam por toda a extensão da planta.
Depois da exposição, o Palácio de Cristal foi desmantelado e transportado para um grande
terreno em Sydenham, a sul de Londres. Durante a sua reconstrução, entre 1853 e 1854,
introduziram-se algumas alterações das quais a mais significativa foi a abóbada cilíndrica
colocada sobre a grande nave central. Este edifício foi destruído por um incêndio em 1936.
A realização desta obra foi um êxito técnico, pois conciliava a elegância com a engenharia do
ferro, demonstrando que este podia perfeitamente associar-se à arquitetura. Posteriormente,
as obras de ferro e vidro repetiram-se noutros países, embora numa dimensão mais reduzida.

Alçado

Vista Geral

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TRONCO ESPECÍFICO
A Arte do século XIX | Entre a ilustração do sonho e a captação do real

O ROMANTISMO (c.1789-c.1850) | ARTE ROMÂNTICA

Do Romantismo ao Impressionismo e à Revolução Industrial

A Arte do Séc. XIX


(Visionamento vídeo EV - O Romantismo como expressão da ideologia liberal)

O Romantismo foi, em todas as suas manifestações, um produto da época em que se vivia e


das suas contradições: dos princípios individualistas, humanistas e nacionalistas do
liberalismo. (páginas 86 e 87 manual)

As lutas liberais e os efeitos da revolução industrial tornaram os homens do séc. XIX seres de
emoções arrebatadoras e contraditórias. Guiados pela liberdade, abandonaram os modelos
clássicos e procuraram novas experiências.

Esta procura deu origem ao Romantismo, um movimento intelectual, que exaltou o


instinto, as emoções e os sentimentos, rejeitando a harmonia do “bom gosto”
regulada pelo academismo neoclássico. Este movimento surgiu nos finais do séc. XVIII, em
Inglaterra e Alemanha estendendo-se até finais do séc. XIX, por toda a Europa.
Manifestou-se na literatura, nas artes plásticas e na música e foi para além disso, um
estado de espírito que marcou a mentalidade do séc. XIX.

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O ROMANTISMO foi um movimento intelectual reconhecida por uma forte corrente


antirracionalista que revalorizava os sentimentos e as emoções, defendendo que a Arte era
uma “revelação da alma”, um produto da inspiração e da genialidade que visava a Beleza
como algo divino, revelado apenas pela emoção e sensibilidade.
Enquadramento da época:
● Sentimento de desilusão causada pela “reação burguesa” que, vitoriosa após as
revoluções, virou as costas ao povo e se tornou numa elite dominadora;
● Avanço da industrialização e da urbanização e dos problemas sociais daí resultantes;
● Novas correntes pensamento como a filosofia de Kant e Schelling e o pessimismo de
Schopenhauer;
Caracterizou-se por:
• Valorizar a espontaneidade, a emotividade, as paixões da alma, os sentimentos e o
misticismo;
• Exaltar a imaginação. O sonho e o idealismo, bem como o inconsciente e o irracional;
• Acreditar que a arte não deve ser imitação simples do real;
• Dar mais importância ao conteúdo do que à forma.

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Na ARQUITETURA, o Romantismo preferiu formas e conceções estéticas que cortassem com o


racionalismo clássico e se adaptassem ao espírito poético.
Caracterizou-se por:

• Preferência por materiais naturais e forma irregulares;


• Regresso ao passado, atualizando estilos históricos – Revivalismos ou Historicismos
(como o neogótico e o neorromântico);
• Inspirações exóticas – Exotismos (gosto pelo que é estranho – diferente ou estrangeiro
– à cultura ocidental e que excita a imaginação e os sentidos pelo mistério, pela
novidade, pelo pitoresco (neoárabe, indo-muçulmano, e outros estilos de influência
oriental, chinesa e japonesa);
• Múltiplas tendências combinadas no mesmo edifício – Ecletismos (tendência ou
corrente artística que reflete e integra influências provenientes de várias épocas e
estilos);
• A arquitetura romântica exerceu-se sobretudo em moradias privadas, edifícios oficiais
e igrejas.

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A ARQUITETURA DO ROMANTISMO, DO RESTAURO À REINVENÇÃO

Colocando de lado os valores clássicos da ordem, da proporção, da simetria e da harmonia, os


arquitetos românticos preferiram a irregularidade da estrutura espacial e volumétrica, o
organicismo das formas, os efeitos de luz, o movimento dos planos (12 e 14), o pitoresco da
decoração, resumindo características que provocassem encantamento evasão, estimulassem a
imaginação e os sentidos, convidassem ao sonho e à fantasia, evocando, por vezes,
espaços/realidades diferentes, distantes ou imaginárias. Por outras palavras, o Romantismo
defendeu que a arquitetura, tal como as outras artes, deveria ser capaz de provocar
sensações, motivar estados de espírito, transmitir ideias. Marcou, assim, a passagem da
“forma medida” (a romântica).

Os primeiros sinais desta nova postura manifestaram-se nos jardins que, desde inícios do
século XVIII, começaram a misturar as características do jardim francês, racional e
geométrico, com o chamado “jardim à inglesa”, natural e selvagem, semeado de pavilhões
chineses e falsas ruínas (13).

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A ARQUITETURA ROMÂNTICA EM PORTUGAL

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A PINTURA ROMÂNTICA, privilegiou a expressividade individual e a espontaneidade, cultivando


a liberdade de execução o que a fez corromper com o academismo neoclássico.

Características da Pintura Romântica:


• Preferência pelo pincel ao lápis e à utilização de grandes massas de cor e luz às
linhas;
• Uso da cor de modo mais livre, emocional e espontâneo;
• Luminosidade com tratamento artificial e dramático à maneira barroca;
• Composições em diagonais e outras linhas sinuosas – de modo a acentuar o
movimento, a excitação e o trágico das cenas;
• Temáticas muito variadas – tradicionais (históricas, literárias, mitológicas e retrato e
inovadoras (baseadas na atualidade político-social do tempo), as retiradas do mundo
onírico, as inspiradas no mundo e costumes de povos exóticos, animais selvagens,
paisagens.

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ROMANTISMO EM PORTUGAL

Na Arquitetura Romântica, chegaram os primeiros sinais com projetos do Palácio da Pena.


Primeiro, com os revivalismos nos quais, tanto o neorromânico como o neomanuelino foram
praticados por razões nacionalistas. Segundo, representar uma época áurea da nossa História.
O Palácio da Pena é uma moradia de verão no local do antigo convento criado no século XVI.
Características do Palácio:
• É composto por várias alas e construções que se dispõem de forma irregular e orgânica
a partir do antigo convento composto por uma capela, claustro e torre;

• Tem múltiplas janelas e terraços de vários tamanhos e formas;


• O revestimento externo das paredes mistura a cantaria lavrada das molduras das portas
e janelas com a alvenaria rebocada a várias cores (branco, rosa e amarelo) e azulejo –
criando policromia;
• A torre o ex-convento parece reproduzir a Torre de Belém;
• A janela manuelina copia a janela do Convento de Cristo em Tomar;
• Interiormente, a decoração segue o espírito da época;

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• No seu conjunto, o Palácio da Pena mistura repertórios estilísticos revivalistas


(neorromânicos, neogóticos, neorrenascentistas e neomanuelinos) com outros exóticos
(neoárabe, neo-mourisco e neo-hinduísmo) – é um exemplo de ecletismo arquitetónico.

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Na ESCULTURA, utilizou-se técnicas clássicas, mas procurou-se submeter as obras a outras


conceções formais e estéticas:

• Exaltar o jogo de texturas – misturando o acabamento rigoroso da escultura


neoclássica com o propositadamente inacabado;
• Atribuíram expressividade aos rostos e usaram gestos largos e vigorosos, em
composições orientadas em vários eixos;
• As temáticas predominantes foram as cenas heroicas, alegóricas, fantásticas e de
animais.
• A escultura romântica acentua a expressividade, movimento e dramatismo.

Em Portugal, na Escultura, há poucos exemplos, como o monumento a Camões.

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Na Pintura, há temáticas históricas, de conteúdo nacionalista, em cenas populares (romarias,


cenas da vida camponesa), paisagem e retrato.

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NATURALISMO E REALISMO
Um novo olhar sobre o real
Os pintores abandonaram as temáticas tradicionais e começam a pintar o que vêm perante si
– a paisagem, as cenas sociais – numa atitude mais atenta e interessada pela realidade que os
cerca (a natural e a social).

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Dando resultado a:

• A uma nova conjuntura histórica- marcada pelas crises de superprodução do capitalismo


da época e pelo agravamento da situação social dos operários, pela instabilidade
política em França;
• Uma nova conjuntura cultural e artística caracterizada pelo avanço da laicização do
pensamento e das mentalidades.

Estes sinais começaram com um grupo de pintores de Barbizon, que iniciaram o Naturalismo –
caracterizou-se por praticar uma pintura perante o motivo, em temáticas como a paisagem
campestre e urbana, o retrato e as cenas sociais. Usou naturalidade nas formas, cores,
luminosidade e composição (Camille Corot).

Mais tarde, Gustave Coubert, iniciou o movimento do Realismo (que derivou do


Naturalismo). O Realismo foi um movimento amplo que iniciou em França e se expandiu por
toda a Europa. O seu aparecimento reflete os acontecimentos da época: a crise da 2ª
República em França e a instalação do governo da oposição ao liberalismo e o crescimento do
movimento operário com greves e manifestações.

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A pintura do Realismo tem as seguintes características:

Fazer da arte um exercício de análise rigorosa e objetiva do mundo visível, sobretudo nas
realidades sociais – espelho da sociedade;
• Rejeitar o sentimentalismo exagerado, a subjetividade, a fantasia e a fuga ao passado;
• Libertação da execução técnica do rigor académico – na aplicação de cor e do claro-
escuro;
• Os pintores realistas foram os primeiros a usar a fotografia como meio auxiliar para
enquadramentos e estudos de luz-sombra;

• Outros pintores realistas importantes são: Millet e Daumier.

Em Portugal, a tendência com maior aceitação foi o Naturalismo – isto explica-se pela
estrutura económica fundamentalmente agrícola e comercial do país. Na passagem do século
XIX para o século XX começaram a aparecer influências realistas, impressionistas e
simbolistas, mas que não permaneceram durante muito tempo.

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IMPRESSIONISMO, NEOIMPRESSIONISMO E PÓS-IMPRESSIONISMO


Da vida como tema à captação das sensações óticas. Paris, capital da Arte
O nascimento do Impressionismo ocorre do ambiente cultural e artístico que se vivia na
capital francesa: prosperidade económica, ambiente moderno e cosmopolita; frequência
habitual de espetáculos culturais e divertimento (teatro, ópera, exposições) e ambiente
cultural e artístico efervescente – procura de inovação. Foi no Café Guerbois, que um grupo
de intelectuais preparou a eclosão do Impressionismo. O aparecimento do Impressionismo
também contribuiu na reflexão que o desenvolvimento da fotografia a estes artistas
questionar e a repensar o papel da arte na sociedade.

As características estilísticas do Impressionismo são:

• Temáticas - cenas sociais, paisagens, retratos individuais e de grupo;


• Execução técnico-formal – pintura apenas com a cor e sem desenho/estudo prévio;
• Uso de cores puras, tiradas diretamente dos tubos, aplicadas em pinceladas curtas,
fragmentadas;

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• Expressividade – sensações e emoções plásticas através das formas dinâmicas e cores


vibrantes;
• Intencionalidade – captar o momento lumínico e o movimento da vida real sem
qualquer intuito – arte pela arte.
• Pintores impressionistas importantes são: Monet, Renoir, Degas, entre outros.
• A pintura impressionista teve forte rejeição no seu tempo – criticada pelo aspeto
inacabado.

O NEOIMPRESSIONISMO surgiu para tentar corrigir o Impressionismo com o pintor Seurat. O


Neoimpressionismo pratica o Impressionismo com mais técnica e rigor – uso da técnica do
pontilhismo. Esta técnica matemática e rigorosa conseguiu trabalhar o claro-escuro,
conferindo nitidez às formas. Seurat juntou esta técnica às regras clássicas de composição e
perspetiva. Ao contrário do Impressionismo, o Neoimpressionismo era mais lento, racional,
rigoroso e científico.

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O PÓS-IMPRESSIONISMO

De 1886 a 1900 surgiu o movimento do Pós-Impressionismo com os seguintes pintores:

Vincent Van Gogh – executava pinceladas fragmentadas, empastadas de tinta, num desenho
infantil com colorido arbitrário, vibrante e contrastante carregado de expressão – a sua arte
foi considerada antecessora do EXPRESSIONISMO.

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Paul Cézanne – pincelada curta e orientada que modelava a forma, aproximando-a da


estrutura geométrica subjacente. As cores dominantes são azuis, verdes e ocres. Pintou
retratos, paisagens e naturezas-mortas – com a sua inovadora conceção da arte, Cézanne
conseguiu uma pintura plena de autonomia em relação ao motivo que a gerou, e cujo sentido
de construção seria o ponto de partida para certos movimentos do início do séc. XX, como o
CUBISMO.

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Adalgisa Duarte
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Paul Gauguin – é chamado de simbolista por querer atingir realidades invisíveis (espirituais,
metafísicas). Sintetiza a cor e a forma, rodeada de linhas (contorno), acentuação da
bidimensionalidade, cor antinaturalista e formas sinuosas.

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Toulouse-Lautrec – a sua arte caracteriza-se pelo desenho linear, delicado e flexível, pela
pincelada livre e pela temática da vida noturna e boémia de Paris. A sua expressão formal,
movimentada, sinuosa e rítmica, torna a sua arte antecessora da ARTE NOVA.

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ESCULTURA - RODIN

As obras de Rodin foram as primeiras a fugir ao academismo tradicional na ESCULTURA.

• Materiais e processos de execução – uso do mármore e do bronze nos trabalhos finais,


mas usou sempre barro e gesso. Explorou o jogo de texturas, conjugando zonas polidas
com outras não acabadas;
• Formas e posições – Modelação anatómica que denuncia emoção e imediatismo. Formas
anotadas ao pormenor, valorizando expressivamente todos os detalhes – os gestos e
rostos são vivos e expressivos. As posições movimentadas e anticanónicas captadas em
desequilíbrio, como se fossem apanhadas em movimento;
• Composições – o escultor preferiu formas complexas, aparentemente desordenadas,
orientadas por vários eixos.

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PINTURA EM PORTUGAL, NOS FINAIS DO SÉCULO XIX

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ARQUITETURA DO FERRO E DO VIDRO (páginas 119 a 122 manual)


Mundo novo, formas novas. A Arte ao redor de 1900 – a rutura com o passado
Esta arquitetura expandiu-se devido aos avanços na industrialização e no crescimento
económico, no crescimento demográfico e urbano e no desenvolvimento de transportes.

A arquitetura do ferro e do vidro caracteriza-se por:


• Utilizar novos materiais - ferro, vidro, tijolo, aço e betão – sendo por isso mais baratos;
• Sistemas e processos construtivos modernos – esqueleto/estrutura das construções em
ferro – construções modulares e estandardizadas, poupando mão de obra e tempo;
• Novas Tipologias – estruturas para estufas e jardins, pavilhões fabris, armazéns, galerias
comerciais;
• Nova estética – linear e estrutural, dinâmica, luminosa, transparente, mas racional e
funcional;
• Nesta arquitetura distinguem-se: Eiffel, Paxton e Labrouste.

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ARTE NOVA (páginas 123 a 131 manual)

A Arte Nova é o primeiro estilo verdadeiro inovador do século XIX. Recolheu influências do
movimento inglês Arts and Crafts (artes e ofícios), do Gótico e do Rococó e segue os seguintes
princípios:
• Rejeição dos estilos historicistas e revivalistas;
• Aceitação dos materiais e técnicas industriais;
• Criação de uma nova estética que se baseava na linha sinuosa, elástica e flexível.

Na Arquitetura, aplicou técnicas e sistemas construtivos da Arquitetura de Ferro e do Vidro,


desenho funcional e orgânico das formas em planta e volume, abundante decoração
ornamental (com motivos naturalistas), harmonia entre a decoração exterior e interior;
• Não esconde as estruturas construtivas, aplicando-lhe valor estético.
• Arquitetos famosos da arte nova: Victor Horta, Henry Van de Velde, Guimard, entre
outros.
• As artes aplicadas foram um ramo importante da arte nova – valorizou a arte da
arquitetura, contribuiu para a elevação do trabalho artístico, e para o aparecimento
da noção de design.
• As artes aplicadas mais usadas na Arte Nova – mobiliário, metaloplastia, vidro
decorativo.

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