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Docente:
Professor António Camões Gouveia
Discente:
Joana Clara Freire Ribeiro, n.º 2020118128
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1. Texto de síntese: Os séculos XVII e XVIII são de grande complexidade na europa.
Surgem novas formas de sociabilidade, novas ideias político-socio-económicas,
acentua-se a ascensão do estado, dá-se uma “explosão demográfica”, ocorrem
revoluções agrárias e industriais, surge o crescimento de um novo grupo social
enriquecido que é o embrião da futura burguesia, o Iluminismo e o despotismo
iluminado, intensificam-se os desafios à monarquia e à aristocracia, o protesto popular,
as revoltas camponesas, os conflitos sociais, políticos e religiosos, as guerras, as
mudanças territoriais, as fomes, a expansão comercial e as guerras coloniais. Para esta
“crise geral” também contribuíram as fracas colheitas porque o aumento dos preços dos
alimentos conduziu a menos procura de bens manufacturados, o que por sua vez levou
ao desemprego. Estas circunstâncias induziram uma mentalidade que conduziu a
políticas repressivas, mas que também se exprimiu na procura de ordem com o
racionalismo de Descartes, os teóricos económicos que ora justificam a necessidade de
proteger e fomentar as manufacturas nativas (“mercantilistas”) ora defendem que a
riqueza das nações provém da terra e da produção agrícola (“fisiocratas”); e o clero,
católico e protestante, que procura uniformidade e tende à perseguição. Condições
climáticas adversas afectaram os ciclos económicos e a produção. Na Guerra dos Trinta
Anos (1618-1638) nota-se a discrepância entre as altas aspirações dos soberanos e a
prática brutal dos soldados. Um aspecto marcante do período histórico em questão é o
da monarquia absoluta cujo arquétipo foi Luís XIV de França. O soberano absoluto
tinha poder de origem divina e governava de acordo com a justiça natural, apesar de o
ideal da monarquia absoluta ser caracterizado por contradições persistentes entre as
exigências fiscais da coroa e a necessidade de estimular o comércio e as manufacturas.
A experiência da Inglaterra, onde o Parlamento desempenhou um papel vital e, assim,
ganhou autoridade, conduziu a que, ao longo do século XVIII, o modelo inglês e o
modelo francês – tanto um como outro paulatinamente definidos durante a segunda
metade do século XVII – tenham sido os principais polos da reflexão e da
experimentação política através de toda a Europa. As monarquias eram predominantes
na Europa, não obstante certas excepções republicanas. No século XVIII, o Iluminismo
consistiu em programas de reforma que delinearam alvos específicos de crítica e
propostas de acção com nomes como Kant e Montesquieu a fazerem parte deste
movimento. Durante a época setecentista, é notável na europa a quantidade de
mudanças que se efectuaram entre as décadas de 1750 e 1760, existindo primeiro uma
profusão de guerras dinásticas e coloniais, mas que ainda assim não impediu no
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ocidente uma certa continuidade no que respeita ao desenvolvimento e às relações
sociais. Posteriormente, o ambiente torna-se mais “explosivo” com a primeira fase da
revolução industrial na Grã-Bretanha, a explosão “demográfica”, a crise económica de
1763, o despotismo iluminado, a crescente contestação tanto das classes médias como
da aristocracia, importantes reformas administrativas, a contenda que opôs a Grã-
Bretanha aos colonos americanos, o radicalismo londrino e o crescente movimento de
protesto popular que o historiador Godechot considera como um prelúdio dos
acontecimentos revolucionários que viriam a eclodir em França. Da época em questão
podemos extrair que as imagens das sociedades europeias mudaram profundamente.
Segundo Mandrou, nessas sociedades de Antigo Regime cruzaram-se elementos
necessitados de transformações, ou seja, de escolhas que se apoiem sobre uma parte da
sociedade em detrimento de outra, que impliquem uma refundação de poderes, mas
sobretudo a aceitação de novos valores num mundo no qual o prestígio do passado
continua a ser um dos pilares essenciais. Estas mudanças implicam meios financeiros e
económicos que nem todos os grupos sociais possuem, e as inovações culturais são
muitas vezes rejeitadas de forma violenta ou passiva por grupos inaptos para a mudança.
A Europa era assim simultaneamente una e diversa: a sua unidade prendia-se com à
permanência de estruturas sociais e económicas herdades do passado e que afectavam a
maioria da população. À escala europeia, a manutenção das relações entre senhores e
camponeses constitui um elemento de unidade essencial, tal como a referência à religião
cristã no plano cultural. O regime senhorial de exploração das terras e dos homens
evoluiu com algumas nuances importantes, reforçando a grande propriedade senhorial
no leste europeu enquanto que no ocidente aquilo que virá futuramente a ser a
propriedade burguesa próxima dos meios urbanos induz toda uma série de alterações
relevantes na condição dos homens. De facto, a autoridade dos senhores da terra passou
a ser exercida mais através do monarca do que propriamente contra o monarca. Os seus
exércitos privados de dependentes tinham em grande medida desaparecido, muitos
perderam a isenção fiscal e as suas propriedades já não possuíam o mesmo valor de
riqueza segura de anteriormente. Agora as cidades passaram a oferecer mais
oportunidades de enriquecimento e houve no ocidente um certo movimento tendente à
separação da propriedade fundiária do poder comunitário no contexto dos esforços dos
monarcas para imporem o princípio de que a posição social deveria estar ligada
sobretudo aos serviços prestados à coroa apesar de a riqueza herdada e as conexões
familiares serem ainda os principais meios para o sucesso.
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2. Esquema
5. Capítulo: Deus, rei, direito, contrato social - Grócio, Coke, Althusius, Hobbes,
Pufendorf e Espinoza
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3. Inquérito/formulação de questões:
4. Bibliografia comentada:
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(The) Seventeenth Century Europe, 1598-1715, org. Joseph Bergin, Oxford:
Oxford University Press, 2001. Este livro foi por nós usado na realização do
texto de síntese solicitado no ponto 1 do enunciado bem como do esquema
solicitado no ponto 2 do enunciado. Abrange os aspectos gerais da história da
europa desde os finais do século XVI até aos inícios do século XVIII. Quem
organiza a obra é o professor Bergin, mas cada uma das suas partes foi escrita
por um colaborador diferente. Usámos esta obra sobretudo recorrendo ao seu
índice de conteúdos nas páginas VII-IX e à sua introdução nas páginas 1-10.
Esta introdução é da autoria de Bergin, e igualmente retirámos informações das
partes 1 (da autoria de R. C. Nash), 2 (da autoria de Thomas Munck) e 3 (da
autoria de Anthony Upton) do livro referentes aos aspectos, respectivamente, da
economia, da sociedade e da política na europa do período histórico em questão.
Foi também muito útil para nós a parte 4 (da autoria de David Parrott) relativa à
guerra e às relações internacionais, especialmente no que respeita à Guerra dos
Trinta Anos e ao seu contexto cujas informações retirámos das páginas 112-125
da obra.