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O saber se constrói a partir das experiências dentro e fora da escola: o meio familiar que media
fornecem aos alunos ideias mais usadas, mais ou menos fragmentadas, sobre a História. Compete à
escola explorar estas ideias e ajudar o aluno a desenvolvê-las numa perspectiva de conhecimento
RESUMO
A disciplina de História nas séries iniciais do ensino fundamental tem
passado por variadas transformações a partir do momento em que ela foi
desvinculada da disciplina de Geografia, tornando-se uma disciplina única
e com suas características próprias. Neste sentido, o presente estudo
objetiva compreender a complexidade envolvida no processo de ensino e
aprendizagem da disciplina de História nos anos iniciais do ensino
fundamental, mediante o fato de que quem ministra tal disciplina são
pedagogos e não historiadores, bem como a grande preocupação sobre a
importância dos métodos de ensino em todo o campo educacional, além da
História, sobretudo no ensino voltado às crianças pequenas. Mesmo assim,
há pouco material que se aprofunde sobre o assunto. Portanto, torna-se de
grande relevância levantar dados atualizados que demonstrem as
potencialidades interativas que contribuam para a reflexão de estudantes e
profissionais da educação sobre como o ensino de História nos anos iniciais
do EF pode se tornar mais atrativo e significativo. No decorrer do estudo
observamos que a disciplina de História tem sofrido, ao longo do tempo,
inúmeras transformações, sobretudo em sua prática nos anos iniciais da
educação básica, e que dentre as principais técnicas elencadas a fim de
facilitar no processo de aquisição de competências históricas neste nível de
ensino, destaca-se a dialogicidade em sala de aula, que poderá fomentar a
ação comunicativa através do argumento, trazendo para o espaço escolar
elementos próprios da memória e construtores da pretensão de validez
existente no aluno.
Palavras-chave: Educação. Ensino Fundamental. Ensino de História.
Pedagogia.
O QUE É HISTÓRIA?
A História pode ser definida como tudo aquilo que o homem produz no
decorrer de sua existência, é o produto de suas ações na sociedade. Dessa
forma, enquanto seres sociais, podemos dizer que fazemos parte desse
processo de forma ativa, pois independentemente de nossas práticas sociais
sempre deixaremos vestígios, os mesmos que constituíram uma história.
Segundo Carr (1996, p. 67), “Todo ser humano em qualquer estágio da história ou pré-
história, nasce numa sociedade e, desde seus primeiros anos, é moldado por essa
sociedade”.
Sendo assim, nos denominamos sujeitos históricos, pois a mesma na qual
estamos inseridos se encontra em constante processo de mudanças, a cada
dia o indivíduo constrói sua história e a mesma constitui a história da
humanidade, tendo em vista que entender o passado contribui para a
compreensão do presente.
Partindo desse pressuposto, podemos dizer que a história engloba desde
acontecimentos, objetos, pessoas e até mesmo construções, ou seja, tudo o
que se encontra a nossa volta pode ser denominado como tal, pois cada
elemento contribui de maneira significativa para a composição da mesma.
Segundo Borges (1987, p. 45), “Quer saibamos ou não, somos parte da
história e temos então, todos, desde que nascemos uma ação concreta a
desempenhar nela”. Sendo assim, tudo aquilo que construímos no decorrer
de nossas vidas contribui para a formação de uma história, seja ela de uma
família, cultura, sociedade ou, até mesmo, a história pessoal de cada um.
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