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O QUE É MODA?
Houve uma época em que a sociedade era dividida entre dois tipos de pessoas:
aquelas que se vestiam de acordo com o padrão da moda vigente, ou as pessoas que não
pertenciam a esse conceito, aquelas que não utilizavam roupas e acessórios ditados pela moda.
Até o fim do século XIX era dificílimo se vestir, muitos botões, tecidos e volumes, mas isso
muda devido aos movimentos econômicos, sociais e culturais que estimulam tais mudanças.
Podemos dizer que a moda é esperta! Ela é capaz de analisar com detalhes determinada
sociedade e, a partir daí, oferecer às pessoas coisas que elas gostariam de ter, antes mesmo de
perceberem. A moda age como uma “perceptora” de desejos, digamos que ela é expert em
“sentir” a realidade e transformar essas percepções em roupas, sapatos e acessórios que
atenderão aos desejos e necessidades daquela sociedade.
A Historicidade da moda
Entre os anos de 1348 e 1350, a peste negra dizimou um terço da população Européia.
Durante esse período, era costume as mulheres usarem o “pregnancy look”, elas vestiam um
travesseiro na barriga, abaixo do vestido, para aparentarem saúde ao ponto de carregarem um
filho no ventre. Os sobreviventes dessa era de trevas prosperou e tornou-se rico, a
extravagância ao vestir era a forma usada para demonstrar sua condição financeira. Foi
exatamente nessa época, final do século XIV, que surgiram os primeiros sinais do que hoje
chamamos de moda.
Ademais, havia regras impostas pelo governo que limitavam a quantidade de tecidos que
podia ser comprado e utilizado, apesar disso, a moda sobreviveu à guerra.
A silhueta do final dos anos 30 permanece até o fim da guerra, meados de 45. A
escassez de tecidos fez com que as mulheres tivessem que reformar suas roupas e utilizar
materiais alternativos, como fibras sintéticas. As mulheres passaram a usar duas peças, como
sais e blusas, que proporcionavam uma versatilidade nas roupas, dando a aparência de roupas
novas, uma vez que elas poderiam misturar as peças. Já os sapatos, têm o aspecto abotinado e
pesado, as plataformas eram muito utilizadas e dentro delas era colocado jornal para
esquentar os pés, já que a escassez do material não permitia a fabricação de meias. Sem a
produção de nylon e seda, as meias foram substituídas por pernas nuas, artificialmente
bronzeadas, com pinturas nas partes de trás, que simulavam uma costura.
abstratas ou flores, manchas, xadrez ou listrado. Nessa mesma época, as mulheres nos EUA
também começam a usar calças pela primeira vez, as calças estilo cigarette eram usadas
especialmente por mulheres jovens. Já na Europa, é um grande momento para a alta costura,
com valorização do colo em decotes tomara que caia e blusas e vestidos com ombros à
mostra. Os óculos de gatinho viraram referência nesta época, tornando-se famosos nos rostos
de grandes ícones da moda: Audrey Hepburn e Grace Kelly.
Vale ressaltar que nesta época, a moda era extremamente ditatorial, você se vestia
para mostrar que fazia parte de determinado grupo social, determinada classe. Até essa
década, a moda vinha de cima para baixo, era a alta costura que ditava a moda e o
comportamento.
Década de 60
Foi um período marcado pela rebeldia e liberdade. Uma época caracterizada pela
contestação de valores culturais. Pode-se dizer que os anos 60 quebraram o formalismo e os
padrões de se vestir de décadas anteriores. Com as mulheres ocupando cada vez mais espaço
na sociedade, a moda dos anos 60 refletiu essa atitude. Nessa época, muitas peças utilizadas
apenas pelos homens até então passaram a ser unissex. Outra característica marcante da
época foram as roupas cheias de linhas regulares, formas geométricas e estampas. Como a
ideia era ousar e ser quem você quisesse, peças que trouxessem algum diferencial eram bem-
vistas. A contracultura dos jovens foi o elemento mais marcante deste período, no final dele, a
partir do Festival de Woodstock (1969) com sexo, drogas e rock´n Roll livres, foi introduzida
também a moda hippie.
Vamos analisar a moda até esse período como uma pirâmide, cuja parte mais alta
representa a alta costura, responsável por guiar, levar a moda para todas as outras camadas,
até chegar à massa, nas ruas. Porém, com a contracultura jovem muito forte, essa pirâmide
começa a desestabilizar, a recusa dos jovens americanos a participarem da guerra do Vietnã,
trouxe para esse grupo da sociedade grande holofotes e voz. Até então, não existia moda
específica para jovens, a moda era recurso para adultos apenas; o período da juventude era
algo totalmente desprezado do mundo da moda. A cultura jovem passa a existir nessa década,
quando ela aparece, pela primeira vez, como consumidora. Essa década presenciou uma forte
crise na Alta Costura. Havia a necessidade de mudança e logo ocorreu a expansão de produtos
nas grandes Maisons, incluindo perfumes, cosméticos e acessórios – que são, até hoje,
responsáveis pelo sustento das marcas.
Estampas de formas regulares e listras passaram a ser uma marca registrada desse
período, assim como a utilização de minissaias pela juventude rebelde. As saias de 30 cm de
comprimento eram usadas com camisetas justas e botas altas. O fato de as mulheres
revelarem pela primeira vez seus joelhos e coxas trazia a elas um ar de rebeldia e
emancipação. A calça Hot Pants também foi introduzida aqui e segue sendo utilizada até os
dias atuais. Os vestidos que tinham modelagens retas e geométricas, chamados modelos
trapézio (barra da saia mais aberta, mais ampla) e o vestido tubinho também se destacaram na
moda anos 60. A forma de se vestir se tornava cada vez mais ligada ao comportamento.
Também houve a introdução da moda futurista, por causa da chegada do homem à lua, isso
também se refletiu no vestuário, com tecidos laminados e que faziam alusão ao futuro.
As roupas masculinas, na época, ficaram mais coladas ao corpo, o uso do jeans se
tornou mais e mais frequente, e as jaquetas passaram a fazer parte do look extravagante, que
estava em alta. Além disso, a barba já não era feita diariamente, e os cabelos dos homens
passaram do curto ao comprido, sempre em referência aos grandes artistas da música e do
cinema.
Os novos materiais (metal, plástico e acrílico) e as estampas geométricas e curvilíneas,
estiveram presentes em toda a década, na moda e nas artes.
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Década de 70
Os anos 70 são uma continuação da contracultura dos anos 60, com a juventude Hippie
quebrando os padrões de comportamentos tradicionais. Herança do Festival de Woodstock
(1969), nos USA, que reuniu centenas de milhares de jovens para ouvirem os ícones da música
POP, a cultura Hippie domina a moda e o comportamento na década de 70.
A moda nessa época é jovem, marcada por estampas e trabalhos artesanais nas
roupas. Houve uma grande expansão na experimentação de materiais, além da exploração de
diversas cores, formas e texturas. As estampas multicoloridas, as franjas, as roupas com
inspiração indiana e a entrada da camurça no vestuário são a maior prova disso. A
excentricidade era item marcante dessas roupas. Além dos hippies, também foi época da
cultura psicodélica, o primeiro grupo usava roupas com muitos componentes artesanais, já o
segundo, abusava de cores mais ácidas e acessórios coloridos e com muito acrílico. Além
desses dois estilos, tivemos também o glam, abreviação de glamour, com brilho como
característica principal. O jeans passa a ser bastante utilizado, em especial pelo público
feminino, quando ele passa a ser uma realidade de moda. As calças boca de sino passaram a
estar em alta. Um visual diferente de tudo o que já havia sido visto, e sucesso absoluto no
vestuário de homens e mulheres. Os anos 70 eram conhecidos pelo seu amor ao exagero, e
isso se reflete nos acessórios da época. Óculos de sol oversized, maxi brincos, pulseiras largas e
chapéus extravagantes eram escolhas populares
Se a moda dos anos 1970 tivesse que ser resumida em um acessório, seria o lenço. Das
belezas com estampa paisley da era da paz, aos turbantes brilhantes da cena do Studio 54, a
década de 1970 foi dominada pelos lenços de cabeça. Envolvidos na cabeça e enfeitados com
broches raros e joias requintadas , os turbantes eram a última moda da época, em cores
ousadas e maquiagem esfumada nos olhos.
Essa década marcada na história como uma dos períodos mais revolucionárias de todos
os tempos. E na moda não foi diferente.