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CONCEITOS INICIAIS E AS

RELAÇÕES ENTRE A
MODA E A SOCIEDADE
JORNALISMO, PUBLICIDADE E
MERCADO DE MODA
CONCEITOS INICIAIS

ROUPA
INDUMENTÁRIA

MODA

ESTILO
COMO SURGIRAM AS ROUPAS?
PRÉ-HISTÓRIA

Utilização das peles de animais para


proteção contra o frio.

Técnicas para tornar a pele mais maelável


por mais tempo e para criar modelos que se
adaptassem melhor ao corpo humano,
permitindo mais conforto e mais
movimentos.

Criação das agulhas (presas e ossos de


animais) na época da descoberta do fogo.
A ROUPA COMUNICA

Descoberta importante: tudo o que cobre nosso corpo comunica


algo sobre nós.

Os homens mais cobertos de pele eram os mais fortes e os que mais


sabiam caçar. Consequentemente, eram vistos como mais elegíveis
a comandar o grupo social.

Segundo os historiadores, esses homens despertavam desejo nas


mulheres que procuravam alguém para formar uma família.

Roupa passou a conferir status.


 PUDOR E
ADORNO

Civilizações dos vales do Nilo, Eufrates e


Indo passaram a se cobrir por pudor.

Houve o desenvolvimento da técnica de


tosquiar ovelhas, que permitiu a criação de
novos modelos de roupas, mais inovadoras
e confortáveis.

Surgiu o sarongue, pequeno retângulo de pano


colocado na cintura como uma saia.

Mais tarde surgiram as túnicas (com mangas e


com babados).

E a toga romana.

Também surgiram as botas, as sandálias de couro.

O homem não parou mais de criar roupas e


acessórios.

MAS ISSO TUDO AINDA NÃO ERA MODA, POIS


ESSAS ROUPAS ERAM USADAS POR MUITO
TEMPO. ERAM PRODUZIDAS PARA SEREM
UTILIZADAS GERAÇÃO A GERAÇÃO.
Segundo o filósofo francês Gilles
Lipovetsky, em sua obra "O Império do
Efêmero: a moda e seu destino nas
sociedades modernas", até a chamada
“era dos costumes”, que durou até a
Idade Média, os trajes eram pensados e
produzidos para se manter inalterados
por muito tempo, com quase nenhuma
variação estética e de material. Essas
roupas eram típicas de uma sociedade
fechada, ou seja, de um corpo social de
caráter estático.
MODA: FINAL DA

IDADE MÉDIA E INÍCIO

DA RENASCENÇA

Borgonha, final Organização de Surgimento do Burguesia


do século XV uma comércio e da desejava copiar
estrutura burguesia as roupas dos
urbana nobres

Nobres Burguesia
abandonavam Criava-se, assim, Moda como
tornava a copiar
roupas copiadas e um ciclo fator de
a nobreza
criavam novas distinção de
peças classes sociais

Um fenômeno social!
"A moda é forma de
diferenciação de classe em
sociedade de classes aberta. Os
grupos de elite usam o modo de
vestir como insígnia para os
distinguir dos demais. Quando
os membros de outra classe,
normalmente a imediatamente
inferior, adotam esse ‘distintivo’,
trata-se de uma tentativa de se
identificar com o status
superior."

GEORG SIMMEL
MODA

A moda não é só coonceituada por ser um


elemento de distinção de classes.

Sua característica mais marcante é


efemeridade. A moda é passageira. Morre logo
para nascer de outra forma.

Além disso é um fenômeno ligado às mudanças


de hábitos, costumes e realidades sociais.
“Vivemos em
tempos líquidos.
Nada foi feito
para durar”.

Por isso a moda casa tão bem


com a pós-modernidade, que
Zygmunt Bauman chama de
"modernidade líquida"
"Só a partir do final da Idade Média é possível
reconhecer a ordem própria da moda, a moda
como sistema, com suas metamorfoses
incessantes, seus movimentos bruscos, suas
extravagâncias. A renovação das formas se
torna um valor mundano, a fantasia exibe seus
artifícios e seus exageros na alta sociedade, a
inconstância em matéria de formas e
ornamentações já não é exceção mas regra
permanente: a moda nasceu."

GILLES LIPOVETSKY
Portanto, a moda é um fenômeno
social efêmero que transmite
informações sobre
toda uma sociedade.
MODA É A
MESMA
COISA
QUE
ESTILO??
NÃO!

O ESTILO é o modo de vestir próprio de um


indivíduo, um jeito de vestir que mostra a
essência desse indivíduo.

Não está ligado a modismos, mas ao


autoconhecimento.

É adotado por longos períodos. Há quem


adote um estilo pela vida toda.

Enquanto a moda é um fenômeno


coletivo, o estilo é individual.
COCO CHANEL

"A moda sai de moda. O estilo jamais."


 GLÓRIA KALIL

"Estilo é o que faz de você única. É o seu modo de


dizer ao mundo 'Sou singular'. Por isso mesmo, o
estilo é mais do que uma maneira de se vestir. É
um modo de ser, de viver e de agir. São suas
escolhas particulares, suas preferências, desejos,
humores, e até mesmo suas fantasias. Estilo são
modos, não as modas e os modismos. A moda é
uma resposta da indústria. O estilo é uma escolha
pessoal. Embora possa parecer estranho, na
verdade, o estilo não tem muito a ver com a moda.
Ela passa. O estilo permanece."
Audrey Hepburn é um ícone
no que se refere a estilo.

Ela ficou famosa por suas


calças capri e suas sapatilhas
baixas.
Já no Brasil temos como
exemplo Constanza
Pascolato, com seu cabelo
preso com topete, óculos de
sol e bijuterias grandes.
O estilo de Mano Brown
"Conheça a ti mesmo e, então,
adorna-te de acordo."

EPICTETUS, FILÓSOFO GREGO


E O QUE SERIA A
INDUMENTÁRIA?

Conjuntos de roupas usadas em determinada época ou por


determinado povo, grupo social ou profissão.

Ex. Indumentária egípcia

Ex: Indumentária da Polícia Militar


A SOCIEDADE

REFLETIDA NA MODA
"Se me fosse dado escolher no
amontoado dos livros que serão
publicados cem anos após a
minha morte, sabe o que eu
escolheria? Eu escolheria
tranquilamente, meu amigo, uma
revista de moda para ver como as
mulheres estarão vestidas um
século após meu falecimento. E
estes pedacinhos de tecido me
diriam mais sobre a humanidade
futura do que todos os filósofos,
romancistas, pregadores e
sábios.”

ANATOLE FRANCE

POETA, JORNALISTA, FILÓSOFO


FRANCÉS, VENCEDOR DO
PRÊMIO NOBEL DE LITERATURA
EM 1921
A moda é um retrato da história, ela reflete a cultura, a
economia, a religião, a política, as relações sociais.

Para muitos críticos, a moda pode ser ditadora, impondo


padrões que aprisionam e oprimem.

Isso, de fato, acontece. Muitas pessoas acabam seguindo


modismos, mesmo que não combinem com eles, para
serem aceitas na sociedade.

No entanto, ao longo da história muitas vezes houve casos em


que as tendências de moda não foram impostas, e sim surgiram
da própria sociedade. Ou. então, foram aceitas pela sociedade
por livre e espontânea vontade e não por imposição.
NEW LOOK DE DIOR
(1947)

Durante a II Guerra Mundial, por


conta da crise econômico, foram
propostas roupas femininas mais
simples.

Prevaleciam os blazers retos, com


ombros quadrados, saias retas na
altura dos joelhos e chapéus
pequenos.
NEW LOOK DE DIOR
(1947)

Saindo dessa tendência, Christian


Dior inova lançando um costume com
saia bastante ampla, forrada, fartura
de tecido, cintura de vespa, sapatos
altos e chapéu grande.

A Câmara de Comércio Britânica ficou


enfurecida, mas as mulheres aderiram
ao novo look, mostrando que queriam
pelo menos no vestuário viver longe
do racionamento e da tristeza.
Quando a tendência nasce da sociedade.
Outros momentos em que
a moda refletiu o que
acontecia na sociedade:
Movimento hippie - paz e amor (1970)
Movimento punk - manifestação contra o sistema
(final da década de 1970)
Terno e tailleur com ombreiras
Mulheres executivas (1980)

Roupas masculinizadas, androgenia e o uso em larga


escala de ombreiras. Os ombros maiores estão
ligados à ideia de maior responsabilidade, segundo
estudos de psicologia.

A PARTIR DOS 90

A globalização a desterritorialização, a
internet e o avanço das TICS (Tecnologias
de Informação e Comunicação)
impactaram substancialmente na moda.

As tendências chegam no Brasil e em


outros países de forma muito mais rápida.

Pessoas com maior acesso a informações


sobre outras culturas, passam a misturar
modismos de diferentes lugares em seu
guarda-roupa.

Conceito de "supermercado de estilos",


do antropólogo americano Ted Polhemus .
HOJE

Hoje profissionais e estudiosos da moda defendem


mais o lifestyle (estilo de vida) e não a moda como
algo único, que deve ser necessariamente aderido por
todos.

Há uma defesa de que a tendência pode ser


interpretada por cada pessoa de acordo com seu estilo
e que a diversidade deve ser respeitada.

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