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Este Catecismo é um presente loja Francis Bacon
Só é considerado conhecedor aquele que estuda.
Aproveite este com sabedoria
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AMADOS IRMÃOS:
No Oriente
Na Grécia
Os trajes gregos apresentam nos monumentos caracteres bem diversos; mas, todos,
tanto nos homens, como nas mulheres, podem agrupar-se nestes dois tipos: as roupas
interiores, sendo a principal a túnica, muitas vezes sem mangas, e o vestuário exterior de
que eram peças principais os mantos com que se cobriam por sobre a túnica. Em Atenas,
do século V ao VII. variaram estes mantos. Notam-se o dórico, muito curto, adotado
depois de Sócrates pelos filósofos. O pesado manto de lã, para o inverno, manto de guerra
e de viagem, próprio dos elegantes do tempo. Estes vestuários eram geralmente brancos,
mas haviam os vermelhos, verdes, azuis e pardos.
Os Etruscos
Entre os etruscos, ambos os sexos das classes superiores, usavam a túnica, a toga e a
capa. Para os nobres e magistrados, a toga era branca, com uma franja de cor púrpura. As
pessoas de inferior condição usavam o manto apenas, não lhes sendo tolerada a túnica.
Os Romanos
Os romanos copiaram dos gregos e dos etruscos grande parte do seu vestuário. A
principal peça a rigor, o vestuário romano por excelência, que somente os cidadãos
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tinham o direito de usar, era a toga, caindo em harmoniosas pregas preparadas
antecipadamente. A lei prescrevia a cor branca para a toga, mas foi abandonada, pouco a
pouco, na vida corrente, por vestuário ligeiro, tingido ao gosto de cada um.
Os Gauleses
Dos trajes gauleses e romanos nasceu as vestimentas da Idade Média, tal como
aparece a partir do século XII, depois de liberto da influência bizantina. Os vestuários dos
camponeses variavam muito levemente aos tempos obscuros da primeira civilização. Tais
como eram por ocasião da conquista romana, assim se conservaram até muito além das
cruzadas e mesmo no reinado de São Luiz. As bragas gaulesas foram substituídas pelos
calções, mas nota-se grande número de passagens intermediárias nestes diversos
vestuários das pernas...
O vestuário dos homens do povo e dos burgueses, sempre talhados nos melhores
tecidos, cujo fabrico era vigiado severamente pelas corporações, em conseqüência do seu
elevado custo, conservaram por longo tempo as formas tradicionais, o que não se dava
com os dos senhores e homens da corte. Mas os nobres, que nas reuniões de cerimônias
tratavam entre si disputas de qual se mostraria mais luxuoso, mudavam continuamente as
modas, que o resto do país só lenta e tardiamente adotava. As cruzadas provocaram
modificações profundas no traje, mormente porque fizeram convergir para a Europa os
ricos estofos de Oriente, vulgarizando muitas artes decorativas.
De um modo geral, e até o século XIV, prevaleceram as formas longas: usava-se,
sobretudo, a toga ou roupão, sendo os das mulheres mais compridos e justos. Os homens
deram-se, então, a usar vestuários curtos e ajustados, que substituíram os roupões, depois
da túnica e da toga bordada da antigüidade. Durante a Renascença, as mulheres tendiam,
cada vez mais, a adotar as formas amplas: as saias ampliavam-se em forma de sino,
alargando-se cada vez mais a circunferência. No século XIV, o vestuário passou pelas
fases do mais insensato luxo e da mais severa simplicidade. A reação do século XVII
para com as formas desafogadas relembrou o vestuário que, como o calção comprido ou a
pantalona, já há dois séculos fora adotada pelos camponeses. Depois de várias tentativas,
as modas do reinado de Luiz XIV conduziram à concepção de traje moderno em suas três
peças essenciais: calção, colete e casaco.
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Se quisermos resumir a história do vestuário, pode-se dividi-la em três grandes
períodos, que sempre nos deu o modelo: o período bárbaro, que vai desde os merovingios
até os primeiros Valois, isto é, proximamente ao ano 1330, com suas formas gaulesas,
galo-romanas e bizantinas; o período artístico, que compreende o da Renascença italiana
e vai até o fim do século XVI; e, por fim, o período das armas de defesa. É então que se
estabelece uma diferença cada vez mais pronunciada entre o traje civil e o militar, ou
farda. A revolução de 1789 estabeleceu, pelo menos quanto ao homem, o traje racional,
isto é: levado ao máximo da simplicidade e utilidade. Hoje, todos os homens do mundo
civilizado vestem de maneira uniforme.
A Gravata
É erro crer em que a gravata data só do século XVIII. Sob o nome de "focale", já os
romanos a conheciam. Usada primeiro pelos doentes e pessoas débeis, como pelos
conferentes, a gravata foi adotada pelos soldados romanos em campanha nos países frios.
O uso da gravata teve origem, ao que se supõem, entre os povos do norte. Foi introduzida
em França, parece, no reinado de Luiz XIV, o chamado "Rei-Sol", em 1638-1715, cujo
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reinado deu florescimento às artes e às ciências, e pelos croatas, que compunham um
regimento, e que, por corrupção, denominaram "gravatas". Era uma espécie de tira branca
com que envolviam o pescoço para preservá-los do frio. Luiz XIV adotou-a, no que foi
imitado por toda a corte. Passaram a usar, logo depois, ricas gravatas de rendas, o que
veio a tornar-se privilégio da nobreza. As modas da revolução francesa respeitaram a
gravata, depois de ter atingido o máximo do tamanho, durante o império. Na restauração
e começo do reinado de Luiz Felipe, tendeu, cada vez mais, a passar a simples
ornamento.
Uma espécie de pescoceira de tecido rígido que, lembrando o "gorjal" das
armaduras, obrigava o solado a conservar a cabeça reta para cima, o que outrora se tinha
por um ar-marcial, fez, por muito tempo, parte da farda militar.
O que é o simbolismo do nó ou laço, que damos na gravata? Maçônicamente,
integra vários sentidos importantes, relacionados, todos eles, com central de uma conexão
encerrada em si mesma. O nó está no domínio das aspirais de linhas sigmóideas, é o sinal
do infinito representado pelo n0 8 (oito) na forma horizontal, tanto na parte física, como
na parte oculta, que para tanto vemos o seu nó, separando o que representa, os dois
mundos, ou seja, o céu e a terra, o norte o sul, como, também, é o sinal de vida ou morte,
além de tantas outras definições. Por isso é que Hermes Trimegisto disse: o que está em
cima é como o que está em baixo. Vemos melhor essa manifestação do infinito, como a
rede, os laços entrelaçados, cujo nó expressa a idéia de ligação e apresamento.
Geralmente, este é um conceito que também expressa uma situação psíquica constante,
embora percebido em maior grau. A do homem não liberado e atado por Deus Urânico.
Por esta razão, o "Flamen Dialis", sacerdote do culto Flaminico, dos antigos romanos,
não podia levar nó nas suas vestimentas. O que acontece, também, com os peregrinos
muçulmanos da Meca. Este sentido mágico da atadura que possui o nó, aplica-se
literalmente e praticamente, que dá lugar a ações mágicas, como a dos marinheiros de
Shetland, os quais crêem dominar os ventos mediante os nós da corda anodada, que
constitui um anel encerrado em circunferência. Como tal, tem o sentido geral de circuito,
proteção ao recinto. O nó "corrediço" é um sinal determinativo egípcio, entre palavras,
calúnias e maldições, em viagens. Deve-se originar-se o significado em idéia de atar a
alguém aleijado e tem uma conexão com o Arcano 12 do Tarot, cuja carta representa:
realização, sacrifício moral e físico. O nó, enfim, é um dos oito emblemas da boa sorte do
budismo chinês e representa a longevidade. Aqui, o que o pensamento simbólico utiliza
do objeto é a idéia de conexão para aplicando-lhe ao biológico e fenomênico. O célebre
"nó górdio", que Alexandre, o Grande, cortou com sua espada, as cordas do inestrincável
nó, que ninguém o conseguiram desfazer, o que foi feito de um modo rápido e violento.
O que falam todas as doutrinas místicas, cortar um nó, é traduzir um plano guerreiro e
existencial de puras idéias, tanto do lôgro, como da vitória.
As Luvas
Falemos, agora, sobre a origem e uso das luvas, não só pelo seu lado profano e
social, bem como do litúrgico e esotérico, isto é, nas várias sociedades, tantos religiosas,
como iniciáticas.
As luvas são peças do vestuário, geralmente feitas de pelos, lãs, couro, malha,
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seda... Seu uso é para encobrir, ou cobrir, as mãos e cada um dos dedos, separadamente,
com a finalidade de proteção contra o frio, no trabalho, além de servir como adorno.
A luva já era usada no Egito. Sabe-se que foram encontradas luvas de linho nos
túmulos dos seus faraós. A luva foi, provavelmente, ignorada pelos gregos e romanos.
Foram os bárbaros que, por volta do século VI, a introduziram no Ocidente, onde ela se
difundiu muito, desde a Idade Média.
As luvas, possuíam, então, um valor místico ou como símbolo. Assim, a luva
representava a fé jurada na cerimônia da investidura feudal. Adquiriu, na mesma época,
um valor espiritual, estritamente religioso; e, a partir do século X, entrou na liturgia
eclesiástica.
As luvas tinham, também, um papel de proteção, sobretudo para os caçadores e os
falcoeiros. A princípio, eram feitas de peles, com riscos e bordados, mas só vindo a
tornar-se em símbolo de elegância no final do século XII.
Seu uso se espalhou tanto, que os seus fabricantes se reuniam em corporações, os
quais, no século XVI, se tornaram luveiros-perfumistas, de cujo uso, a moda exigia luvas
perfumadas. E, até segundo os gostos da época, eram envenenadas, para matar a quem as
usassem.
No século XVII, com o encurtamento das mangas nos trajes, principalmente
femininos, as luvas se alongaram e se ornaram de longos punhos. Dai foi que a maçonaria
passou a usar punhos, nos trajes do Venerável Mestre, bem como em vários graus
filosóficos. Esse costume se manteve no século XVIII, e a França gozou de
incontestáveis brilhos, entre seus fidalgos, no domínio da luva de pelo.
Pouco a pouco, a fabricação e uso das luvas, espalhou-se pelo mundo afora.
As luvas mais usadas, são as de peles de cordeiro e de cabrito, bem como as de
peles de pecari, de onagro, rena, sendo que as mais raras, de antílope e as de avestruz.
Estão as luvas, em várias cerimônias maçônicas, como, por exemplo, nas iniciações
dos profanos, algumas lojas doam dois pares de luvas brancas, ao recipiendário, sendo
um para seu uso, recomendando-lhe a mansidão e a pureza, a fim de ser extraído de
dentro de si o combatido estado animal que existe no seu íntimo: e, segundo, pela cor
branca, o seu estado de pureza. O outro par, para ser doado à esposa, a fim de simbolizar
que o maçom deve querer e considerar o belo sexo como digno e necessário como a sua
companheira, o mesmo que ela deve ser do esposo, isto é, como uma comemoração do
ato, claro e presente e não que a esposa mais o ame, e, sim, a que se considera digna de
ser amada.
O sapato e a meia
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separadas da vestimenta e sustentadas por grampos presos a uma espécie de túnica e
faziam parte do vestuário masculino. Exclusivamente de uso da nobreza, em razão de seu
preço elevado, as meias de malhas, tricotadas à mão, surgiram no século XVI; no século
XVIII, a moda masculina impôs as meias de seda "negra". No século seguinte, após a
revolução francesa, em que se deu um retorno aos costumes clássicos, surgiram as meias
brancas, lembrando as faixas de pano dos romanos. Após isso, o aparecimento de teares
circulares possibilitou a fabricação de meias em escala industrial, bem como maior
difusão do artigo no mundo inteiro. Os homens passaram a usar meias curtas, cobrindo
apenas o tornozelo. Depois da última guerra, enfim, a técnica da fabricação de meias foi
revolucionada pelo surgimento do "nylon" e outras fibras sintéticas.
A primeira máquina rudimentar para produção de meias de malha foi inventada por
um eclesiástico inglês, Willian Lee, 1609.0 francês Hindret, fundou, sob o reinado de
Luiz XIV, a primeira grande manufatura de meias. Em 1857, foram postas cm
funcionamento as primeiras máquinas circulares. Em 1869, os técnicos Franz e Pope
construíram a primeira máquina manual, capaz de produzir simultaneamente todas as
partes da meia, inclusive a ponta e o calcanhar. Em 1872, Grinswold introduziu os
aperfeiçoamentos ainda hoje existentes nas máquinas modernas.
Gomo acabamos de ver, a origem das meias, através dos tempos, podemos concluir
a razão da maçonaria de hoje, dar preferência ao uso da meia de cor preta no seu traje
maçônico, assim como o uso da meia em seu uso social.
Calçado é o termo que se designa o que se adapta nos pés com a finalidade de
cobri-lo, de protegê-lo. Os calçado podem ser classificados em três categorias, que
persistem nas variações do uso durante os tempos: em primeiro lugar temos as sandálias,
formadas por uma simples sola que se prende ao pé por meio de tiras; segundo, temos os
sapatos, que cobrem todo o pé; e terceiro, as botas, que cobrem ao mesmo tempo o pé e a
perna, ou parte dela.
Os calçados são fabricados de materiais diversos, sendo que o couro é o mais
corrente, sobretudo para a sola.
A origem do calçado data dos tempos mais remotos. Das escavações na Dinamarca,
comprovaram-se sua existência desde a segunda parte da Idade de Bronze. Na
antigüidade, os egípcios, fenícios e hebreus, embora andassem descalços a maior parte do
tempo, usavam sandálias feitas de folhas de palmeira ou de papiro, enquanto que os
hititas utilizavam uma espécie de tamancos com as pontas levantadas, o que ainda hoje
pode ser encontrado na Ásia Menor. Os gregos usavam vários tipos de calçados, como as
sandálias com várias tiras muito finas e de várias maneiras sobre as pernas e com solas de
couro que cobriam às vezes a ponta do pé, tinham, também, o "socus", uma espécie de
pequena bota com sola inteiriça, havendo, também, o "coturno", cuja sola alta, de
madeira, fazia com que os atores trágicos parecessem mais altos e acentuava sua
majestade. Já na Grécia e em Roma, a forma passou a ser diferente para o pé esquerdo e o
pé direito. Os romanos adotaram inicialmente a "carbatina" etrusca, feita de uma sola
sustentada por tiras de couro. E, depois, todas as modas gregas. Mas, entre os latinos, o
calçado era um distintivo da classe social, enquanto o "socus" era de uso corrente. O
"calceu", raiz da palavra calçado era o sapato baixo dos cidadãos. Mas não era utilizado
pelos escravos. Havia, também, botinas de cano bastante alto, amarradas do lado, além
das "cáligas", botas especiais, para os militares, que deixavam os dedos dos pés livres.
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Todos esses calçados eram de couro e de cores variadas. Os invasores bárbaros
propagaram, a seguir, o uso de calçados grosseiros de couro. Mas, na época bizantina,
ressurgiu a moda romana das sandálias e das botinas negras para o povo, vermelhas ou
amarelas, para as classes elevadas, e botas persas, moles, de cor vermelha e bordadas, de
uso da corte.
No império Carolingio, os homens usavam botina de couro trabalhada e ainda
coberta de pêlos, presa por longas cruzadas no alto da perna.
No século XII, apareceram as primeiras concepções fantasistas do calçado. Eram os
calçados de madeira, que chegavam a ter 50 centímetros de altura, de uso em Veneza.
Eram calçados de bicos finos, pontudos, chamados "pinache", que tornaram na corte da
Borgonha os sapatos chamados "à la polaine", desmesuradamente alongados. No século
XV, posteriormente substituídos pelos de bico largo e chato, os calçados bico-de-pato. De
Veneza propagou-se o uso de uma espécie de galochas, apenas com sola e gaspea, parte
dianteira do sapato, e que, usadas por cima do calçado, protegendo-o da lama e da água.
No fim do século XVI, surgiram o salto independente e a arqueadura, elementos que
prenunciavam o calçado moderno. Tanto na guerra, como nas cidades, os homens usavam
botas cujo cano em forma de funil se tornava mais larga na parte superior e terminava
com uma dobra sobre si mesma. Foi preciso ir buscar na Hungria os processos de
preparação e tratamento do couro, cujo segredo se tinha perdido.
Sob o reinado de Luiz XVI, os sapatos deixaram de ser arqueados e os homens
passaram a usar sapatos baixos de cor preta, com fivelas de prata. Durante o século XIX,
predominaram na preferência dos dois sexos as botinas bicolores de couro mole, de atar
com cordões, de abotoar ou de elástico. Já por volta de 1900, os homens tornaram-nas
menos pesadas. A maçonaria adotou para seu uso os sapatos de cor preta, por ser esta a
cor que representa, naturalmente, uma liturgia que não é só na maçonaria, bem como em
todas as grandes religiões da humanidade.
O chapéu
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No século XVII, teve a preponderância das modas francesas e holandesas.
Assinalaram-se as incidências do estilo barroco e do clássico sobre o traje europeu,
incluindo-se o chapéu.
Os homens limitaram seus chapéus a calotas baixas e de feltro, com grandes bordas
flexíveis, chamados à mosqueteira, guarnecidos de grandes plumas de avestruz.
Na Inglaterra, os partidários de Crouwell adotaram o chapéu de feltro neutro,
cilindrado. Era o chapéu chamado "puritano", que os imigrantes do navio "May-flower"
levaram para a América do Norte, e que, no século seguinte, simbolizaria, na Europa, a
liberdade alcançada.
A partir de Luiz XIV, o uso da peruca fez do chapéu um acessório supérfluo, que o
fidalgo trazia debaixo do braço.
Com o advento da revolução francesa, provocou-se uma vasta reação contra as
perucas e os chapéus demasiados monumentais, considerados como expressão de uma
mentalidade aristocrática. Aí, os homens passaram a usar o chapéu preto e de laço de fita
com as cores nacionais, e os militantes costumavam usar o "bicorne", muito popularizado
com o nome de "Napoleão".
No começo do século XX, a sobriedade foi de rigor para os homens, a moda proveio
da Inglaterra, com os chapéus de fôrma alta, e de seda, isto é, copa alta e cilindrada, de
bordas mais ou menos largas, pelo qual veio até 1914, que ficou sendo o chapéu elegante,
pelo qual se distinguia das classes trabalhadoras, devido a estas usarem o boné, munido
de palas. Foi nesta época que apareceu, também, o chapéu em forma de côco, até hoje
conhecido. Mas, por volta de 192º, a adoção de penteados práticos e o uso de chapéus
sóbrios, como o chapéu "sino", enfiado até os olhos, e a boina, a qual o filme "Bonnie
and Clyde" proporcionou nova preferência em 1968. Poder-se-ia lamentar, tendo em vista
a elegância, o desaparecimento progressivo do chapéu a partir dos anos pós-guerra. A
indústria sofreu duramente a moda atual, que leva a maioria das pessoas a andarem
sempre de cabeça descoberta.
Entraremos agora na parte hierárquica e esotérica do uso do chapéu em Loja, bem
como poderemos ver que o uso data de tempos imemoriais, tanto como o profano, como
religioso. Tanto assim que os cardeais, desde 1245, usavam O chamado "capello", cujo
formato era largo, de cor vermelha, com resilhas vermelhas, que recaiam sobre o peito.
Na maçonaria do século XVIII, em loja de aprendiz e companheiro, só o venerável tinha
o privilégio de usar o chapéu dentro da oficina, como sinal de superioridade; porém, em
sessão da câmara do meio, todos OS mestres permaneciam com o chapéu na cabeça, um
sinal de igualdade.
O costume de somente o venerável usar o chapéu em loja deve ter tido origem do
cerimonial das cortes daquela época. Estando o rei presente, somente ele tinha o direito
de estar coberto, pois o chapéu era o emblema da soberania em loja. O venerável
representa o rei "Salomão", que, assim, só ele tinha o direito de usar o chapéu. Na câmara
do meio, porém, o venerável é apenas o presidente de uma assembléia de pares.
Há quem atribua ao porte do chapéu, com ligações à magia. Assim, diz Boucher, no
seu livro sobre o simbolismo maçônico, que o Dr. Henri Allaix afirma, na sua introdução
de magia, e com bastante segurança, que os pelos grossos e curtos - como as
sobrancelhas, barbas, bigodes...
- são órgãos "emissores", ao passo que os cabelos, pelos finos e longos, são órgãos
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"receptores"; ao cobrir-se a cabeça, o mestre mostra, assim, que nada tem a receber, isto
é, que chegou ao termo final da iniciação. E acrescenta: "O papa tinha, outrora, o alta da
cabeça completamente raspado; hoje, ele usa o solidéu. O padre, por sua tonsura, suprime
uma parte de suas possibilidades de recepção das emanações "profanas"; torna-se menos
influenciável. Os missionários, usando barba comprida, desenvolvem as suas faculdades
de missão e de persuasão.
É preciso notar que o magistrado se cobre no momento de julgar, significando que
não aceitará mais nenhuma influência suscetível ao seu julgamento.
O porte do chapéu na maçonaria, não é generalizado. Assim, as lojas inglesas o
ignoram, atualmente, ao passo que este costume se manteve na Alemanha, onde até os
aprendizes o usam cm loja. Não se trata mais de uma manifestação de igualdade.
Contudo, o ritual prescreve que o maçom deve descobrir-se desde que seja feita menção
ao Grande Arquiteto do Universo.
Nas lojas norte-americanas, ainda hoje, continua o costume anacrônico do uso da
cartola e do chapéu "tricórnio".
No seu livro de mestre, Oswaldo Wirth liga o chapéu à primeira séfira de "Kether",
dizendo, simbolicamente, que todo o interesse do chapéu limita-se ao de substituir a
coroa, isto é, Kether, a primeira séfira dos cabalistas. Emblema de sabedoria, tem ela a
missão de fazer compreender aquele que o usa, que não é um chefe com poderes para
comandar arbitrariamente, segundo suas apreciações pessoais. Um soberano deve reinar e
não exercer um comando. Ora, não se reina senão traduzindo a vontade geral. O mestre,
portanto, não dirigirá a loja conforme a sua idéia, mas há de se inspirar nas aspirações
mais elevadas da coletividade. É a idealidade coletiva que forma o diadema luminoso,
coroamento de árvore dos sefirots, que servia para lembrar o tricórnio, chapéu de três
bicos, do mestre da loja.
Em nossos dias, nas lojas latinas, os mestres só se cobrem para trabalhar no terceiro
grau, com exceção do Brasil, que devido neste país existir o rito, ou melhor dizendo, a
maçonaria Adonhiramita, que após a sua nova nomenclatura dos graus trinta e três, todos
os mestre passaram a usar o chapéu, desde a loja de aprendiz até a loja de mestre, graças
ao excelso Conselho da maçonaria Adonhiramita. Todos, assim, afirma, que são capazes
de segurar o primeiro malhete e de comportar-se, quando for o caso, como dignos
soberanos iniciáticos. "Sabendo fazer abstração de si, o mestre torna-se, efetivamente,
apto a reinar, não como déspota ou como potentado vulgar, mas como adepto da arte real,
digno de ocupar o trono de Salomão, o mais sábio dos reis".
O homem que domina a si mesmo e não sofre nenhum arrastamento, eleva-se à
realeza dos iniciados. Como ninguém o manda, está livre, determinando-se apenas sob a
influência da razão mais esclarecida.
Todo mestre deve esforçar-se para realizar este ideal, que lhe confere importantes
prerrogativas, das quais o porte do chapéu classifica-o em pé de igualdade, como
psiquico-espiritual.
Em resposta a uma consulta feita por uma loja, o "Boletim da Grande Loja da
França", de setembro de 1936, que refere-se aos supracitados comentários de Oswaldo
Wirth, acrescentando que o uso do chapéu pelo venerável, enquanto os demais irmãos
permaneciam descobertos, "não pode ter sido espalhado no continente a não ser como
uma imitação de um costume inglês". E no boletim citado, o irmão Felix Mellon diz que
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o porte do chapéu nas lojas pelos ingleses foi um costume geral daquele país, seja nas
assembléias religiosas, seja nas assembléias laicas, o que pode ser comprovado por uma
pesquisa nos museus ou nas coleções de gravuras do século XVIII. Desta forma, a
maçonaria inglesa teria seguido um costume secular que a maçonaria francesa continuou.
E o referido articulista cita várias assembléias em que os dignatários têm a cabeça coberta
com os chapéus de época. Refere-se, também, ao uso que os homens conservaram, depois
do édito de tolerância de 1787, em favor dos protestantes, de permanecerem cobertos
durante o culto. Este costume existe não somente entre os judeus, mas, também, entre
quase todos os povos orientais. E assim que o grande enciclopedista Mackey escreveu:
"Tirar o chapéu na presença de superiores foi considerado, entre todas as nações cristãs,
uma demonstração de respeito e reverencia". Nas nações orientais, descobrem-se a
cabeça. O contrário disto, também, é verdadeira; e conservar a cabeça coberta, enquanto
todos ao redor estão descobertos, é sinal de superi9ridade de posição social ou de cargo.
O rei permanece coberto, ao passo que os cortesãos que estão ao seu redor, tiram o
chapéu.
Os altos graus têm várias coberturas, como capacetes, barretes, mitras, solidéus, e
outras, usadas em várias cerimônias maçônicas pelos presidentes, vigilantes e maçons dos
diferentes graus nas solenidades privadas. O chapéu, então, deve estar sempre na cabeça,
salvo se um mais graduado em cargo ou grau estiver descoberto.
Após darmos algumas definições sobre o uso do chapéu em loja, com seu
desenvolvimento de um modo geral, daremos, agora, algumas definições sobre o
simbolismo das cores, focalizando, principalmente, a cor preta ou negra, por ser a cor
padrão-maçônica.
As Cores
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confinamento na escuridão e na solidão varia nos diversos mistérios das ordens
iniciáticas. Vemos, entre os druidas da Bretanha, o período de iniciação era de nove dias
e nove noites. Os mistérios gregos, era de três vezes nove dias e noites. Enquanto que,
entre os persas, de acordo com Porfirio, estendiam-se pelo período de cinqüenta dias de
escuridão, solidão e jejum. Isto, porque, de acordo com todas as cosmogenias, a escuridão
existia antes de ser criada a luz. E, assim, a escuridão foi adorada, na origem, como o
primogênito e como o progenitor do dia e do estado da existência, antes da criação.
A maçonaria restaurou a escuridão em seu verdadeiro lugar, como um estádio de
preparação. O símbolo dos períodos distantes da criação e do qual saiu a ordem divina, o
estado do nada antes do nascimento e da ignorância e antes do recebimento da luz. É daí,
nos mistérios, o abandono do aspirante, a solidão e a escuridão, chamada, para ele, ato de
regeneração, dizer-se ter nascido de novo ou de ter-se ressuscitado da morte. Portanto, é
na maçonaria a escuridão que envolve o pensamento do não iniciado, que é removida
pelo resplandecente fulgor da luz maçônica. Por isso, os maçons são chamados, com
muita propriedade, de filhos da luz.
Ora, vejamos o que diz a Bíblia, a respeito dos caos e das trevas, o que, para nós,
tem a equivalência do preto ou mesmo a escuridão. Do caos ou das trevas, revezam-se a
luz, ou seja, o dia e a noite, segundo o Gênese, capítulo 1, versículo 5. As trevas foram
criadas por Deus, segundo os Salmos 103, versículo 2º. Isaías, capítulo 45, versículo 7, da
força libertadora, que tinha seu ungido para liberar Israel e por isso da necessidade de
uma força divina a fim de cumpri-la. E disse Deus: "Eu formo a Luz e crio as Trevas,
faço a Paz e mando castigar os povos. Eu sou o senhor que faço essas coisas". Segundo
Daniel, capítulo 3, versículo 72, fez Nabucodonosor a estátua de ouro e pôs no campo de
Dura, província da Babilônia, e disse Daniel: "A Luz das Trevas bendizei-o o Senhor
Segundo Job, capítulo 1º, versículo 21: "Minha alma tem tédio à minha vida,
soltarei a minha língua contra mim; e falarei da minha amargura da minha alta antes que
não mais tornar a esta vida terrena, para aquelas tenebrosas e cobertas de escuridão pela
morte. Job, capítulo 15, versículo 23, respondendo a Elifas de Termam, disse quando se
move para buscar o pão, julga que o dia das trevas está preparada na sua mão.
Continuando Job nos capítulos 17, versículo 12:
o meu espírito vai-se consumindo, os meus dias abreviaram-se e só me resta o sepulcro,
converteram para mim a noite e o dia de novo, depois das trevas, espero a luz.
Todavia, vemos que obscuros são os caminhos que conduzem a Deus.
Vemos, então. no êxodo, capitulo 2º, versículo 21: "Eu sou o senhor teu Deus, que
te tirei da terra do Egito" e o povo ficou longe e Moisés aproximou-se da escuridão, em
que Deus estava.
No Deuterônimo, capitulo 4, versículo 2 e no capítulo 5, versículo 22: e agora, ó
Israel ouve os preceitos e as determinações que eu te ensino, para observando-se os vivas
e entre em posses da terra, porque o Deus de nossos pais nos manda dar; e vós
aproximaste-os das fraldas dos montes em que ardia até o céu; e havia nele trevas, nuvens
e escuridão. Moisés convocou toda Israel, e disse-lhe: "ouve Israel, as cerimonias e as
ordenações, que eu hoje intimo aos teus ouvidos; aprendeis, pondo em práticas estas.
palavras disse o senhor a toda a multidão sobre o monte, no meio do fogo e da nuvem, e
da escuridão, com voz forte sem juntar mais nada; e as escreveu em duas tábuas de pedra
que me entregou. Por vemos, que no céu junto de Deus, tudo é luz, é por isso, quem não
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está unido a Deus, anda em trevas, achamos isto equivalente ao maçom que viu a luz e o
profano que ainda não a viu, anda na treva e na ignorância.
No simbolismo da cor, o negro ou preto, costuma-se dizer que, se o branco é o
símbolo da verdade, o negro é, por oposição, o símbolo do nada e do que é falso. Isto é,
ao que nos parece, uma afirmação gratuita. Antecipadamente, porque o negro não é uma
cor, propriamente falando, e sim, uma tinta. Isto porque, o preto se aplica a muitas coisas,
conforme o fim a que se destina. Na arte heráldica, por exemplo, chamam-no saibro, e
significa: prudência, sabedoria e força na adversidade. Nós sabemos, também, que o
negro tem uma nuance Krishna, o mais belo dos deuses e que Osiris e Isis, divindades
benfazejas egípcias, eram geralmente vestidas de negro. Em todo caso, o negro representa
os sentimentos profundos, e, assim, como o vermelho, cor de nosso sangue, que é um
antídoto àquelas cores em que se encontra freqüentemente associado, o negro predispõe
às ciências, e, também, ao amor ardente.
Como vemos, não é atoa que os triângulos entrelaçados, que, por sinal, é um signo
mágico, chamado estrela ou signo de Salomão, compondo-se de um branco e de outro
preto, em que no ocultismo, tem-se como dualidade da vida, sintetizando a matéria e o
espírito, bem como a vida e a morte, e outras tantas designações.
É por isso que a maçonaria tem por princípio, desde a antigüidade, fazer suas
iniciações à noite, que é, no dizer de Hesiodo, que a noite tem uma relação com o
princípio passivo e feminino e inconsciente. Por isso a classifica como mãe dos deuses. E
a maçonaria chama os seus adeptos de nascidos da noite, como os filhos da luz. Como ele
afirma que é opinião dos gregos, que a noite e as trevas são preciso na formação de todas
as coisas. E como a água tem um significado de fertilidade, virtualmente, de semente.
Como o estado prévio, não é dia, porém o promete e prepara, tem o mesmo sentido que a
cor negra, ou seja, o símbolo da morte, da doutrina tradicional.
Gomo podemos ver, nestes arrazoados, cheios de citações referentes a cor negra, ou
chamada, também, de preto, e reconhecida como trevas, escuridão, solidão, isto é, como
em princípio, tanto profano, como bíblico e esotérico, a fim de sintetizarmos, esta cor, a
preferida na maçonaria, como, também, no clero secular e entre os rabinos judaicos.
O Balandrau
Não podemos deixar de incluir neste trabalho o uso do balandrau, como traje
maçônico, do qual, em tempo, daremos um breve relato a seu respeito.
O BALANDRÁU é uma espécie de opa, ou beca com mangas. O balandrau é uma
peça fechada até o pescoço, sendo confeccionada de tecido preto, que pode variar, de
acordo com o clima.
O balandrau é usado por certas irmandades em atos religiosos, tendo sido adotado
como vestuário pelos irmãos de várias lojas do Brasil.
O balandrau do irmão esperto é bastante comprido. É munido de uma capa, ou
mantelete, e de um largo capuz, a fim de não ser reconhecido pelos profanos, antes de
receberem a iniciação maçônica.
O uso do balandrau, segundo nos parece, é uma peculiaridade da maçonaria
brasileira, de vez que nenhum autor, ou dicionarista maçônico, fora do Brasil, refere-se a
ele como indumentária maçônica. A nosso ver, o uso do balandrau remonta à última
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metade do século XIX, tendo sido introduzido na maçonaria pelos irmãos que faziam
parte, ao mesmo tempo, de irmandades católicas e de lojas maçônicas, irmãos estes que
foram o pivô da famigerada "questão religiosa".
O Avental
VENERAB - Meus IIr, o 1º Vig, guarda da vossa Col, vai proferir a Primeira
Instrução. Ouvi e meditai sobre suas palavras.
1º VIG - Meus IIr, como é do vosso conhecimento, foi empregado um número
imenso de OObr na construção do Templo de Salomão. Eram, na sua maior parte,
AApr e CComp. Os AApr recebiam, semanalmente, uma ração de trigo, de vinho e
azeite; os CComp tinham seus salários pagos em dinheiro. Ao entrarem no Templo de
Jerusalém, tinham a sua atenção despertada, particularmente, ao passarem pelo pórtico,
por duas grandes colunas, denominadas J e B
- A altura dessas colunas era de dezoito côvados, a circunferência de doze e um diâmetro
de quatro. Eram ôcas, a fim de servirem de arquivo para a fraternidade pois dentro delas,
se depositavam os registros constitucionais. Suas paredes tinham a espessura de quatro
polegadas. Essas colunas foram feitas de bronze, nos terrenos argilosos das margens do
Jordão, entre Succoih-Zeradatha, onde Salomão ordenara fossem fundidos todos os vasos
sorados, sob a direção geral de Adonh.
- Encimando as colunas viam-se capitéis, de cinco côvados de altura; cercados por um
delicado rendilhado de bronze e ornados de lírios e romãs. O rendilhado, pela conexão de
suas malhas, significa UNIDADE, UNIÃO HARMONIA, os lírios, pela sua brancura,
simbolizam PUREZA, CARIDADE, INOCÊNCIA e, as romãs, pela exuberância de suas
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sementes, ABUNDÂNCIA, FELICIDADE.
- Além disso, as colunas eram encimadas por duas esferas, uma representando o mapa do
globo terrestre e a outra, a do globo celeste, ambas assinalando a UNIVERSALIDADE
DA MAÇONARIA.
Foram colocadas à entrada do Templo, como recordação aos filhos de Israel da coluna
milagrosa de fogo, que os iluminou, na fuga da escravidão egípcia e das nuvens que os
ocultaram no Faraó e das tropas enviadas para capturá-los.
Assim, quando entrassem no Templo para celebrar o culto divino, eles teriam, sempre,
diante dos olhos, a lembrança da redenção de seus antepassados.
Depois de passarem por entre essas colunas, nossos antigos IIr chegavam ao pé de uma
escada em caracol, cuja ascensão lhes era obstada pelo 2º Vig, que lhes exigia o T, o
S e P dos 1º e 2º Graus.
A P de P significa - ABUNDÂNCIA - e está representada, no Painel da Loja do 2º
Grau, por uma espiga de trigo junto de uma queda d'água. A palavra SC tem sua
origem na época em que um exército dos Efrainitas atravessou o Rio Jordão, para
combater Jefté, famoso general Gleadita. O pretexto dessa desavença foi não terem os
Efrainitas sido convidados a participarem da honra de guerra Amonita; sua verdadeira
causa, porém foi a captura dos despojos de que, em conseqüência dessa guerra, Jefté e
seu exército se tinham apoderado. Os efrainitas, foram sempre tidos como um povo
turbulento e sedicioso, porém, só romperam as hostilidades em virtude dos insultos
pesados que lhes dirigiam os Gleaditas. Daí, juraram exterminá-los.
Jefté tentou, por todos os' meios, apaziguá-los; vendo porém, que isso era impossível,
avançou com seu exército, deu-lhes combate, derrotou-os e os pôs em fuga.
- Para tornar decisiva sua vitória, precavendo-se contra futuras agressões, enviou desta-
camentos para guardar a passagem do Jordão, por onde deveriam vir, forçosamente, os
insurretos de regresso a seu país. Deu ordens severas para que fosse executado todo o
fugitivo que, por aí passasse e se confessasse Efrainita.
- Aqueles que negassem ou usassem de subterfúgios, ordenava que pronunciassem a
palavra SC. Os Efrainitas, por defeito vocal, próprio de seu dialeto, não pronunciavam
SC, mas SI.
- Deste modo, a ligeira diferença de pronúncia descobria sua nacionalidade e custou-lhes
a vida. As escrituras dizem que morreram, no campo de batalha e nas margens do Jordão,
42.000 Efrainitas, e, como SC foi, então a palavra que serviu para distinguir amigos de
inimigos, Salomão resolveu adotá-la como P de P dos CComp. Depois de nossos
antigos IIr darem as provas que lhes eram exigidas pelo 2º Vig, este lhes dizia:
"Passai SC". Então, subiam a escada em caracol, constituída por 3, 5 e 7 ou mais
degraus, porque TRÊS governam a Loja; CINCO a constituem e SETE, ou mais, a
tornam perfeita. Os três a governarem são: o Ven Mest e os dois VVig; os cinco
que a constituem são: os três que a governam e mais dois Companheiros; os sete que as
tornam perfeitas são dois AApr, adicionados aos cinco que a constituem. Três
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governam uma Loja porque três foram os Grão-Mestres que presidiram à construção do
primeiro Templo de Jerusalém: SALOMÃO, rei de Israel; HIRAM, rei de Tiro e
ADONHIRAM.
- Cinco constituem a Loja, em consideração às cinco ordens nobres da arquitetura:
TOSCANA, DÓRICA, JÔNICA, CORÍNTIA e COMPOSITA.
- Sete Mestres ou mais a tornam perfeita, porque Salomão gastou mais de sete anos na
construção, acabamento e consagração do Templo de Jerusalém ao serviço de Deus. Há,
também, neste número, uma alusão as sete artes e ciências: GRAMÁTICA, RETÓRICA,
LÓGICA, ARITMÉTICA, GEOMETRIA, MÚSICA e ASTRONOMIA.
- Após haverem atingido o cimo da escada, nossos antigos IIr se encontravam diante da
porta da Cam do Meio que encontravam aberta, porém, simbolicamente fechada pelo 2º
Vig, para todos os que estivessem abaixo do Grau de Comp.
Pedia-lhes o S, o T e PP de Comp, o 1º Vigilante dizia-lhes: "Passai B".
Passados para a Cam do Meio do Templo, suas atenções eram despertadas por certos
caracteres hebraicos que atualmente são representados em Loja, por um triângulo
equilátero, tendo no centro a Letra "G" (IOD), que significa "DEUS", o Grande Geômetra
do Universo, a quem devemo-nos submeter e a quem devemos, humildemente, venerar.
- Ainda há muitas interpretações simbólicas deste emblema, cada qual mais bela; isso,
porém, constituirá uma Instrução, que recebereis mais tarde.
A lenda da escada em caracol pode, também, ser considerada como alegoria, na qual um
jovem, tendo passado a sua adolescência como Apr e sua virilidade como Comp,
tenta, ousadamente, avançar e subir, apesar do caminho ser tortuoso e a subida difícil, na
esperança de, pela diligência e pela perseverança, chegar à idade madura como um
esclarecido Mestre. Nossos antigos IIr foram obreiros da pedra; isso, para eles era um
trabalho ambicionado, uma obrigação religiosa e, a maravilhosa habilidade que possuíam
revela-se, ainda hoje, nas monumentais construções do Velho Mundo. Essa perfeição,
porém, só era conseguida depois de um longo e acurado estudo. Eles viam na perfeição
encontrada, por toda a parte da Natureza, o ideal que se esforçavam por atingir na
confecção e no acabamento dos seus trabalhos.
Por essa razão, faziam da Geometria seu principal estudo, para que pudessem dar, a cada
detalhe de sua obra, as devidas proporções. Desde então, a Geometria ficou sendo o
estudo mais acurado que deve fazer um Com e que será sempre de grande valia. Do
mesmo modo que os nossos antigos IIr hauriram na Natureza sua inspiração, eu vos
aconselho a estudardes nesse Grande Livro, perscrutando-lhe os seus mais profundos
recessos e esforçando-vos em desvendar os seus mistérios até que, ajudados pela Luz da
razão e da ciência, possais vencer as inúmeras dificuldades encontradas em vosso
caminho.
Possa vosso Espírito se enriquecer com tesouros extraídos das mais puras fontes da
Verdade e da Justiça e vosso Coração encher-se de Amor por todas as coisas que, na sua
Infinita Sabedoria, o Gr Arq do Univ criou.
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Estudai e preservai com paciência, para que, um dia, perfeitamente instruídos sobre os
mistérios do Segundo Grau, participeis dos trabalhos da Cam do Meio.
VENERAB - Meus IIr, ouvistes a Primeira Instrução do Grau de Comp dada por
nosso Ir 1º Vig.
- Ele vos apontou o caminho que tendes a seguir para chegardes, como nossos antigos
IIr, a tomar parte nos trabalhos dos Mestres.
- Não é sem muitas dificuldades que lá chegareis; espero, porém, com a maior alegria
que, fiel ao vosso Mestre a aos ensinamentos que tendes recebido nesta Loja, a honrareis,
correspondendo à confiança que depositamos em vós, desde o dia em que aqui batestes
com o fim de vos iniciardes e vos associastes aos nossos trabalhos.
- Está terminada a Primeira Instrução do Grau de Com.
- Rogo ao Gr Arq do Univ que vos ilumine, proteja e guarde.
Bibliografia:
- Manuel Del Companhiero - Magister - Ed. Kyer
- Ritual do Companheiro Maçom - Rito Adonhiramita - Editora GOB
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VENERAB - Que significa a letra "G".
1º VIG - Geometria, Gravidade, Gênio, Gnose.
VENERAB - De que Geometria tratamos aqui, Ir 2º Vig?
2º VIG- Da aplicável à construção universal, da que nos ensina a POLIR o homem e a
torná-lo digno de ocupar seu lugar no edifício social.
VENERAB - Que relação existe entre a Geração e o Comp?
2º VIG O Comp é chamado a fazer OBRA de VIDA, pondo em ação sua energia
vital e aprofundando-se nos mistérios da existência. Ora, tudo isso tira-se origem da
Geração, cujas leis inspiraram as mais belas doutrinas da Antigüidade.
VENERAB - Em que pode a Gravidade interessar à Maçonaria?
2º VIG A atração universal, que tende a aproximar os corpos na ordem física, corres
ponde, na ordem social, a uma força misteriosa análoga que tende a reunião e, mesmo a
fusão, das almas. Corresponde a força que une os corações, que assegura a solidez do
edifício maçônico, cujos materiais são seres vivos, unidos indissoluvelmente pela
profunda afeição que sentem uns pelos outros. O Amor Fraternal é, na Maçonaria, um
princípio vital de Ordem de Harmonia e de estabilidade, assim como a Gravidade o é dos
corpos celestes.
VENERAB - Em que consiste o Gênio?
2º VIG - Na exaltação fecunda de nossas faculdades intelectuais imaginativas.
Desde que o Espírito, calculadamente, adquira a posse de si mesmo, não si dos limites do
talento que possa conter. Para chegar a ser gênio, necessário é que se abandone às
influencias superiores, que se entusiasme, que vibre aos acordes de uma Harmonia mais
elevada.
VENERAB - Que significa Gnose?
2º VIG - Em grego quer dizer "conhecimento". E o conjunto de noções comuns
a todos os Iniciados que à força de aprofundar, acabam por se encontrar na mesma
compreensão da causa das coisas.
VENERAB - Como fostes recebido Comp, Ir 1º Vig?
1º VIG - Passando da Col "J" para a Col "B".
VENERAB - Que representa essa passagem de uma para outra Col?
1º VIG- Uma modificação no programa Iniciático. Para receber seu salário junto à
Col "J", o Apr deve basear-se na razão, cujos clarões afugentam as trevas e fazem
discernir o erro. Após as purificações que, vitoriosamente, suportou conduzido para junto
da Col sem se afastar de seus hábitos de disciplina racional, deverá, para se tornar
perfeito pensador, exercitar sua imaginação e desenvolver sua sensibilidade. Depois de
ter aprendido a raciocinar corretamente pode, pela educação, elevar seu pensamento às
causas dos fenômenos.
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VENERAB - Que vos ensinaram no decorrer de vossas viagens de Comp?
1º VIG - A me servir de utensílios precisos, para transformar a PEDRA
BRUTA em PEDRA CÚBICA, talhada de acordo com as exigências da ARTE.
VENERAB - Quais são esses instrumentos?
1º VIG - A princípio o MAÇO e o CINZEL, em seguida a RÉGUA e o
COMPASSO e depois a ALAVANCA e, finalmente, o ESQUADRO.
VENERAB - Que significa o MAÇO e o CINZEL?
1º VIG - Como instrumentos destinados a desbastar a Pedra Bruta, nos
mostram como devemos corrigir nossos defeitos, tomando resoluções sábias (CINZEL),
que uma determinação enérgica (MAÇO) põe em execução.
VENERAB - Que relação existe entre a RÉGUA e o COMPASSO?
1º VIG - A Régua, permitindo traçar linhas retas, que podem prolongar ao
Infinito, simboliza o direito inflexível, a lei moral no que ela tem de mais rigoroso e
imutável. A esse ABSOLUTO se opõe o círculo de relatividade, cujo raio se mede pelo
afastamento das pernas do compasso. Ora, como nossos meios de realização são
limitados, devemos traçar nosso programa de trabalho tendo em conta, não só a idéia do
ABSTRATO que incumbe seguir (RÉGUA), como a REALIDADE CONCRETA
(COMPASSO), com as quais estamos habituados.
VENERAB - A que alude a ALAVANCA, Ir 2º Vig?
2º VIG- Ao poder irresistível de uma Vontade flexível quando, inteligentemente
aplicada.
VENERAB - Porque a RÉGUA deve se juntar à ALAVANCA?
2º VIG- Porque a Vontade só é invencível quando posta ao serviço do direito absoluto.
VENERAB - Qual a importância do ESQUADRO?
2º VIG- Permite controlar o corpo das pedras que devem ser estritamente retangular,
para se ajustarem, com exatidão, entre si. Assim, simbolicamente, o Esquadro determina
as condições de solidariedade. Símbolo da Sabedoria, nos ensina que a perfeição consiste,
para o indivíduo, na justeza com que se coloca na sociedade.
VENERAB - Porque a última viagem do Comp deve ser feita sem instrumentos de
trabalho?
2º VIG- Porque a sua transformação em PEDRA CÚBICA está completa e, assim, não
mais tem de se preocupar com o seu aperfeiçoamento. Cabe-lhe, desde então se
concentrar e observar, tornando-se acessível aos clarões intelectuais que devem iluminar,
progressivamente, o seu entendimento.
VENERAB - Como um Comp se faz reconhecer, Ir 1º Vig?
1º VIG- Por u S, dd PP e u T
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VENERAB - Que significa a P de P?
1º VIG - Numerosos como as espigas de trigo, FARTURA, ABUNDÂNCIA e, daí ser
representada no Painel da Loja por uma espiga de trigo.
VENERAB - E qual a origem desta P, como P de P?
1º VIG - Em uma guerra contra os Efrainitas, JEFTÉ, tendo os vencidos e postos em
fuga, mandou guardar as passagens do rio Jordão, com ordens terminantes para que
fossem mortos todos os Efrainitas, que ousassem atravessá-las para voltar ao seu país.
Como não falavam a língua dos Israelitas, ordenou Jefté que os fizessem pronunciar a
palavra SC que os Efrainitas, por defeito de dialética, pronunciavam SI. Essa
diferença de pronúncia foi fatal a 42.000 Efrainitas que foram massacrados, à medida que
se apresentavam para voltar à pátria.
VENERAB - E, para nós, esta P não tem uma significação mais iniciática?
1º VIG - Traduzida, pode se relacionar com os mistérios de Ceres, cujo
simbolismo era agrícola, embora o iniciado devesse, em Eleusis, sofre alegoricamente, a
sorte do grão de trigo que morre, no inverno, sob a terra, para renascer, na Primavera, sob
a forma de planta nova.
VENERAB - Dai-me a P S, Ir 2º Vig.
2º VIG - (Dá a P regularmente).
VENERAB - Que quer dizer esta P?
2º VIG - Perseverança do Bem.
VENERAB - Que relação existem entre as CCol e o salário que recebem o Apr e o
Comp ?
2º VIG - Erguidas de cada lado da entrada principal do Templo de Salomão,
correspondem aos obeliscos dos santuários egípcios. Eram como estes, cobertas de
hieróglifos ou ideogramas que os Iniciados deviam aprender a decifrar o sentido. É, pois,
sua instrução iniciática e não um sal que o Apr e o Comp vão receber junto às
CCol.
VENERAB - Como eram compostas essas CCol?
2º VIG - Eram de bronze para indicar que os princípios da Iniciação são imutáveis e
que se transmitem de uma a outra civilização.
VENERAB - Quais as dimensões dessas CCoI?
2º VIG - De dezoito côvados de altura, sem contar o capitel, que media cinco. Além
disso, havia um rendilhado de doze côvados, cercando cada Col. Os capitéis
terminavam em calota esférica, cercado de uma dupla fila de romãs. Essas proporções
dão às CCol um aspecto fálico e as aproximam dos numerosos monumentos
consagrados ao Poder Gerador Masculino.
VENERAB - Qual a espessura das CCol, segundo as tradições maçônicas?
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2º VIG - Quatro polegadas, porque se as supõe ocas para guardar os tesouros e as
ferramentas dos AApr e CComp.
VENERAB - Que representa o tesouro oculto nas CCol?
2º VIG - A Doutrina Iniciática, cujo reconhecimento estará reservado aos que não
param na superfície e sabem se aprofundar.
VENERAB - Porque a marcha do Comp comporta passos laterais?
2º VIG - Para indicar que o Comp não está obrigado a seguir, invariavelmente, a
mesma direção. Para que possa colher a verdade, por toda a parte, lhe é permitido afastar-
se do caminho normalmente traçado. A exploração do mistério, porém, não o deve
desorientar e, por isso, todo afastamento momentâneo da imaginação deve ser seguido de
um pronta volta à retidão do raciocínio.
VENERAB - Quais são, Ir 1º Vig, os ornamentos de uma Loja do Comp?
1º VIG - O Pavimento Mosaico, a Estrela Flamígera ou Rutilante e a Orla Dentada,
Venerab Mestr.
VENERAB - Para que servem?
1º VIG - O Pavimento Mosaico é o soalho do grande pórtico; a Estrela Rutilante
brilha ao centro da Loja para iluminá-la; e a Orla Dentada limita e decora as
extremidades.
VENERAB - Que representa o Pavimento Mosaico?
1º VIG - Seus ladrilhos de iguais dimensões, alternativamente brancos e pretos,
traduzem a rigorosa exatidão que a tudo equilibra no domínio de nossos sentimentos,
submetidos, fatalmente, à Lei dos contrastes.
VENERAB - Que relação existe entre o Pavimento Mosaico e o Comp?
1º VIG - Qual o operário aplicado à realização da GRANDE OBRA, o Iniciado no
segundo Grau deve estar compenetrado do interesse de prosseguir na conquista de uma
felicidade contínua e sem mescla. Uma felicidade que se perpetue e que não seja
perturbada, não pode, como tal, ser aniquilada; transforma-se em suplício, porque ela
fatiga e conduz ao aniquilamento, à morte. A nossa vida consiste na ação da luta contra
todos os obstáculos, no trabalho penoso, mas perseverante, empreendido por um ideal a
realizar. O esforço, sofrimento provado, é o prêmio da vida, cujas alegrias são
extremamente proporcionais às ações empregadas para possuí-las.
VENERAB - Porque a Estrela Flamígera é o símbolo do Comp ?
1º VIG- Porque o Comp é chamado a tornar-se um fogo ardente, fonte de luz e de
calor. A generosidade de seus sentimentos deve incitá-lo ao devotamento sem reservas,
mas com discernimento, de uma inteligência verdadeiramente esclarecida, porque está
aberta a todas as compreensões.
VENERAB - Porque a Estrela Flamígera é de cinco pontas, Ir 2º Vig?
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2º VIG - Para figurar os quatro membros do homem e a cabeça que os governa.
Esta, como centro das faculdades intelectuais, domina o quaternário dos elementos ou da
matéria. Assim, a Estrela Flamígera é mais, particularmente, símbolo do poder da
Vontade.
VENERAB Que lugar ocupa a Estrela Flamígera, em relação ao Sol e à Lua?
2º VIG - Está colocada entre esses corpos de maneira a formar um triângulo.
VENERAB - Por quê?
2º VIG - Porque a Estrela Flamígera irradia a luz do Sol e da Lua, afirmando
que a Inteligência, ou a compreensão, procede igualmente da Razão e da imaginação.
VENERAB - Que entendeis por Orla Dentada?
2º VIG - E o lambrequim que cerca o teto da Loja. Por cima desse lambrequim
corre a corda formada por uma série de nós - os laços de amor. É a cadeia de União cujas
extremidades, desfiadas em borlas, se reúnem próximo às duas CCol. O todo é o
emblema dos laços que unem todos os Maçons para constituírem uma única Família
sobre a Terra.
VENERAB - Há outras Jóias na Loja?
2º VIG- Sim, Venerab Mestr, três móveis e três imóveis.
VENERAB - Quais são as móveis?
2º VIG - O Esquadro, insígnia do Venerab Mestr, o Nível, que decora o 1º
Vig e o Prumo de que me acho revestido.
VENERAB - Porque são Jóias móveis?
2º VIG - Porque, além de passarem a novos serventuários, o Esquadro controla
o talhe das pedras, de que o Nível assegura a posição horizontal, enquanto que o Prumo
permite que sejam colocadas verticalmente.
VENERAB - Sob o ponto de vista moral, essas Jóias significam alguma coisa, Ir 1º
Vig?
1º VIG - O Esquadro nos induz a corrigirmos os defeitos que nos impeçam de manter,
firmemente, nossa posição na construção humanitária; o Nível exige que o Maçom tenha
como iguais a todos os homens, enquanto o Prumo incita o Iniciado a elevar-se acima de
todas as mesquinharias, fazendo-o conhecer o valor das coisas.
VENERAB - Quais são as Jóias imóveis?
1º VIG - A Pedra Bruta é a matéria sobre a qual se exercitam os AApr; a
Pedra Cúbica serve para os CComp ajustarem seus instrumentos e o Painel da Loja
permite aos MMestr traçar seus planos.
VENERAB - A que alude, essas Jóias imóveis?
1º VIG - A Pedra Bruta representa o homem grosseiro e ignorante, suscetível,
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porém, de ser educado e instruído; a Pedra Cúbica, figura o Iniciado que, livre de erros e
de preconceitos, adquiriu os necessários conhecimentos e a habilidade para participar,
utilmente, da GRANDE OBRA DE CONSTRUÇÃO UNIVERSAL; O Painel da Loja,
relaciona-se com os MMestr, cuja autoridade se baseia no talento, de que dão provas e
no exemplo que devem dar.
VENERAB - Quantas são as janelas que iluminam uma Loja de Comp, Ir 2º
Vig?
2º VIG - Três, Venerab Mestr, situadas, respectivamente, ao Or, ao Sul e ao
Oc
VENERAB - Por que no Setentrião não existe janela?
2º VIG - Porque a luz nunca vem dessa direção.
VENERAB - Para que servem as janelas?
2º VIG - Para iluminar os OObr quando entram, ou saem, da Loja.
VENERAB - Onde têm assento os CComp?
2º VIG - Ao Sul, Venerab Mestr.
VENERAB - Como deve trabalhar um Comp ao lado do seu Mestr?
2º VIG - Com liberdade, alegria e fervor.
VENERAB - Qual é a idade de um Comp?
2º VIG - (Dá a idade).
VENERAB - A que se refere esse número?
2º VIG - À quintessência, concebida como espírito universal das coisas, ou como um
quinto princípio, reduzindo à unidade o quaternário dos Elementos. Alude, também, aos
cinco sentidos que revelam o mundo exterior, objeto de estudo do Comp, enquanto o
número três indica que o Apr deve se encerrar em seu mundo interior.
VENERAB - Recebestes vosso salário, Ir 1º Vig
1º VIG - Sim, Venerab Mestr e estou satisfeito.
VENERAB - Que mais esperais de vossos IIr?
1º VIG - Espero o momento em que, bem instruído sobre o que deve saber um Comp,
seja-me permitido participar dos trabalhos dos MMestr.
VENERAB - Está terminada a segunda Instrução do Grau de Comp, meus IIr.
- Que o Gr Arq do Univ continue dispensando sobre todos vós farta messe de
bênçãos e vos proteja, ilumine e guarde.
Bibliografia:
22
- Grau do Companheiro e seus Mistérios - Jorge Adoum - Editora Pensamento.
- Pequena História da Maçonaria - C. W. Leadbeater - Editora Pensamento.
24
- NÃO VOS DEIXEIS APEGAR ÀS PALAVRAS, ÀS EXPRESSÕES, POR MAIS
BELAS QUE PAREÇAM; ESFORÇAI-VOS, SEMPRE, PARA DISCERNIR AQUILO
QUE É INEXPLICÁVEL INTRADUZÍVEL, À IDEIA - PRINCÍPIO O FUNDO O
ESPÍRITO, SEMPRE MAL E, IMPERFEITAMENTE INTERPRETADO NAS FRASES
MAIS BURILADAS.
- É DESTE MODO, UNICAMENTE POR ESTE MEIO, QUE AFASTAREIS AS
TREVAS DO MUNDO PROFANO E ATINGIREIS A CLARIVIDÊNCIA DOS
INICIADOS.
- Estes, se distinguem pela penetração do espírito que possuem e, pela capacidade de
compreensão. Filósofos célebres e grandes sábios têm permanecido PROFANOS, por não
terem compreendido o que OBSCUROS PENSADORES conseguiram discernir por si
próprios, à força de refletirem no silêncio e no recolhimento.
- Para vos tomardes verdadeiros Iniciados, podeis ler pouco, mas pensai muito; meditai
sempre e, sobretudo, não tenhais receio de sonhar.
- Ir Orad explicai aos nossos IIr CComp, o que nos revela a tradição, sobre a
simbologia numérica do segundo Grau, de nossa Subl Ord.
ORAD - Ouvistes, meus IIr, as sábias palavras proferidas por nosso Venerab
Mestr, a respeito dos frutos da MEDITAÇÃO, obtidos por obscuros pensadores,
enquanto grandes sábios e filósofos eruditos nada conseguiram.
- DEVEIS MEDITAR SEMPRE E PROFUNDAMENTE, disse-vos ele. Qual, porém,
deve ser o objeto de vossas meditações?
Sobre o que meditar para fortalecer e engrandecer o espírito?
Meus lIr, uma vez que sois Maçons, começai por concentrar toda a vossa atenção sobre
a Maçonaria. Observai, minuciosamente, tudo quanto lhe diz respeito; meditai,
principalmente, sobre a SINGULARIDADE que nela encontrardes, pois não tem outro
fim, assevero-vos, que o de atrair a vossa atenção e despertar a vossa curiosidade. Todos
os nossos símbolos devem ser encarados sob este ponto de vista.
Quanto mais aprofundardes no estudo de nosso simbolismo, mais vos convencereis de
que ele foi arquitetado em dados abstratos, ou ontológicos, ligados, particularmente, às
propriedades intrínsecas dos números (Gnose Numérica).
- Como Apr, vos familiarizastes com o TETRADA Pitagórica, que vos mostrou, no
QUATERNÁRIO, a raiz e fundamento das coisas. O Comp prosseguirá nesse estudo;
partindo do QUATRO, para chegar, sucessivamente, a CINCO, ao SEIS e mesmo ao
SETE. Como Mestr, mais tarde, se apoiará sobre o que houver descoberto
relativamente ao SETE, para elevar-se ao OITO, NOVE e DEZ. Assim teremos:
- APRENDIZ 1, 2, 3, 4
- COMPANHEIRO 4, 5, 6, 7
- MESTRE 7,8,9,10
- A DÉCADA é, aqui, encarada como representando uma única NOVA. DEZ encerra,
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pois, uma união completa, um ciclo fechado, ao qual nada há que acrescentar.
- Pitágoras ensinava que DEZ engendra QUATRO, pois 1 + 2 + 3 + 4 =
1º, graficamente figurado pelo triângulo, encerrando dez pontos dispostos
por 1,
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- O Comp, porém, não pode e nem deve se satisfazer com a concepção teórica; sua
função é REALIZAR, é lutar, constantemente, contra as dificuldades encontradas no
caminho e VENCÊ-LAS. Como realizador, QUATRO é o seu ponto de partida, ao passo
que o Apr tem no número TRÊS o número característico de seu Grau. O ideograrismo,
isto é, a expressão da idéia escrita, tem como base quatro sinais fundamentais:
O Círculo O Quadrado
O Triângulo A Cruz
- "IOD", a primeira dessas letras, é a menor do alfabeto sagrado. É, apenas, uma vírgula
na qual se quis ver o órgão a criança. Voltamos, assim, ao ponto de vista matemático
concentrado, em seu NADA, toda a virtude expansiva do que DEVERÁ NASCER E SE
DESENVOLVER. "IOD" é, pois, a representação do princípio ativo, da causa agente e
significa, portanto, o ser que PENSA, que QUER, que MANDA. COMO a Col J
"IOD" simboliza o FOGO realizador (ARCHED), que se manifesta pelo artista, Obreiro,
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Operador, Criador ou Gerador.
- "HE", segunda letra do Tetragrama, corresponde ao SOPRO que, saindo do interior,
espalha-se em derredor. Esta letra simboliza, pois, o SOPRO ANIMADOR, a VIDA
emanando de "IOD", para se propagar através do espaço, sob a forma de irradiação vital.
"HÉ", em suma, representa a vida que não é mais do que a ATIVIDADE exercida pelo
princípio criador e ativo. Sem "HE", "IOD" não seria ativo, não poderia EXERCER ATO
DE PENSAR. QUERER E MANDAR, porque "HÉ" é a expressão do TRABALHO, A
OPERAÇÃO ou o VERBO, tomado no sentido gramatical.
- "VAU" (ou "VÓ"), a terceira letra, tem, em hebraico, a mesma função de nossa
conjunção E. É o símbolo do que liga o abstrato ao concreto, o indivíduo ao coletivo
geral ou universal. Ora, aquilo que liga, que estabelece a união, nós denominamos MEIO
AMBIENTE, ATMOSFERA ANÍMICA, enfim, a relação estabelecida entre a CAUSA e
o EFEITO. "VAU", portanto se refere à LEI segundo a qual SE EXERCE a atividade,
isto é, a Arte e as regras ou condições necessárias ao Trabalho.
- "HÉ" se repete, no final do Tetragrama, para exprimir o resultado final da atividade;
TRABALHO EXECUTADO, OBRA EM VIA DE EXECUÇÃO. Em relação ao
princípio pensante, que quer e que manda ("IOD"), o segundo "HE" é o PENSAMENTO,
a IDEIA CONCEBIDA, a DETERMINAÇAO DADA ou ORDEM FORMULADA.
- Os espíritos superiores só se interessam pela OBRA REAL, ligada, pois, são incapazes
da cogitação do EFEITO e da CAUSA que, naturalmente, implica na manifestação do
QUATERNÁRIO resultante de toda e qualquer ação:
1º) Princípio ativo (SUJEITO)
2º) Atividade desenvolvida por esse princípio (VERBO)
3º) Aplicação da atividade que se regula e se adapta conforme o objetivo
4º) Resultado produzido (OBJETO)
VENERAB - Ven Ir 1º Vig, o que é a quintessência, sob o ponto de vista
hermético?
1º VIG- O SER se manifesta unicamente pela ação; NÃO AGIR equivale a NÃO
EXISTIR, porque aquele QUE EXISTE está em perpétuo trabalho. Nada é inerte, nada é
morto; tudo vive, os minerais e os corpos celestes, os vegetais e os animais. Entretanto, a
vida difere de um a outro reino da natureza; ela se hierarquiza em toda parte, segundo as
espécies e mesmo, segundo os indivíduos.
- É assim que, entre homens, uns vivem uma vida mais elevada e mais completa que
outros.
Essa vida, de uma ordem superior a comum, é proporcional ao desenvolvimento do
princípio da personalidade, porque o ser inferior não é senão um AUTÔMATO, que
reage MECANICAMENTE, sob a ação de forças que o tornam verdadeiro joguete. Sua
vida permanece MATERIAL ou ELEMENTAR porque resulta, unicamente da luta dos
Elementos, que se opõem, dois a dois, como indica o seguinte esquema.
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AR
CORPO MATERIAL
ÁGUA FOGO
TERRA
- Daí se infere que o AR, leve e sutil, abranda, contrabalançando a atração da TERRA,
espessa e pesada, que embrutece e materializa. Fria e úmida, a ÁGUA contrai aquilo que
o FOGO, seco e quente, tende a dilatar. Estes elementos, que não mais podem ser
considerados como CORPOS SIMPLES, segundo a teoria antiga, todavia, devem ser
tidos como AGENTES COORDENADORES do mundo material. Foi pela sua ação que
se explicou o CAOS; por isso, eles dominam tudo quanto é material. Por mais potente
que sejam, entretanto, as forças exteriores, elas devem ser dominadas pela ENERGIA
que, tem sua sede na própria personalidade.
É por este motivo que o homem deve criar e desenvolver, em si próprio, um princípio
mais forte que os ELEMENTOS com os quais entra em luta nas provas Iniciáticas.
Enquanto combate, conserva-se Aprendiz; uma vez vencedor, torna-se Companheiro ou
Iniciado definitivo. O que triunfa, nesse momento, é o princípio da HUMANIDADE; o
homem, propriamente dito, domina o animal; CINCO se impõe ao QUATRO; a
QUINTESSÊNCIA prevaleceu sobre o QUATERNÁRIO dos Elementos.
Chegado à perfeição, o HOMEM-TIPO será exaltado sobre a cruz, para realizar o
mistério da redenção. A RAZÃO (LOGOS ou VERBO), resplandece nele, remediando o
obscurecimento do Instinto, causado pela queda. O estado de espiritualidade, de
iluminação é atingido, as trevas inferiores são dissipadas e é, então, que ASTRO
HUMANO, a ESTRELA FLAMIGERA brilha em todo o seu esplendor. Todavia, A ES-
TRELA FLAMÍGERA, este astro central da Loja de Companheiro, não tem um poder
iluminativo igual ao do Sol; sua luz é suave, não tem irradiações resplandecentes e é
facilmente suportada. Ela se condensa numa espécie de nimbo, que tem sido comparado a
uma flor desabrochada, representada por uma rosa de cinco pétalas.
Símbolo de quintessência, isto é, daquilo que o homem tem de mais puro e elevado, a
ROSA é unida à CRUZ, num emblema de pura espiritualidade, mas a respeito do que é
muito cedo, ainda, para falar-vos.
VENERAB.~ - Ven Ir 2º Vig, como podeis compreender O Hexagrama?
2º VIG - CINCO nasceu no centro do QUATRO; SEIS é constituído pelo ambiente
sintético, emanado de CINCO.
A atmosfera psíquica, que envolve nossa personalidade, se compõe, sob o ponto de vista
hermético, de ÁGUA vaporizada pelo FOGO ou ÁGUA ÍGNEA, isto é, o fluido vital
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carregado de energias ativas.
Essa União do Fogo e da Água é representada, graficamente, por uma figura muito
conhecida, chamada o SIGNO DE SALOMAO:
5 6
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- A adição dos números opostos dá
4 sempre, em resultado, o número central
SETE (7). 1 7 2
1 mais 6 igual a 7;
2 mais 5 igual a 7;
3 mais 4 igual a 7.
- A última destas combinações, isto é, 3 mais 4, é a que mais de perto se refere à
Maçonaria. TRÊS triângulos mais QUATRO, Tetragrama, dão em resultado:
Bibliografia:
- Dogma e Ritual de Alta Magia - Eliphas Levi - Editora Pensamento.
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- Ritual do Companheiro Maçom - Rito Adonhiramita - Editora GDB.
QUESTIONÁRIO
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