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O Segundo Grau do Simbolismo Maçônico no Rito Escocês Antigo e Aceito 1

Rui Samarcos Lóra2


https://roi-luria.webnode.pt/

I) Introdução

O Segundo Grau se reveste de grande importância para a Ordem Maçônica. É neste


Grau que se aprofunda o entendimento simbólico dos ornamentos da Loja, assim como se
examina com maior cuidado as instruções oferecidas no Grau para estudo, buscando maior
compreensão filosófica e esotérica para o que se propõe nas Lojas Simbólicas, o estudo
detalhado dos símbolos, motivo pelo qual são assim chamadas. Por esta razão, é exigido do
maçom neste grau que se estude e passe a interpretar um número maior de alegorias, além
das já aprendidas no grau anterior.
Importante notar, igualmente, que, de alguma forma, este Grau tem sido tratado ao
longo dos anos, injustamente, como um grau intermediário entre o Aprendiz e o Mestre,
especialmente pela ansiedade da Loja e do Aprendiz em se chegar ao Terceiro Grau.
Entretanto, o Grau de Companheiro está repleto de conhecimentos e significados ainda
pouco abordados e estudados durante o caminhar da Senda Maçônica que são pré-requisitos
para a compreensão dos temas que surgirão nos graus subsequentes, aprofundados pelos
Altos Graus do REAA.
Neste trabalho, passaremos, em primeiro lugar, a tratar de personagem chave para
desvendar a trama do Segundo Grau, o Profeta Amós, associando sua participação no Grau
com outro símbolo exclusivo deste momento: a Estrela Flamígera. Também será
apresentado um estudo mais detalhado da Estrela e uma leitura comentada da Segunda
Instrução do Grau, o que ajudará na interpretação do tema ora proposto para este trabalho.
Assim, para se responder à pergunta deste estudo, será necessário observarmos,
também, a simbologia relacionada à quintessência3, assim como a “transformação” da

1
Artigo publicado na Revista A Trolha, ed. 400 e 401, em fevereiro de 2020.
2
Doutorando em Ciências Políticas pela Universidade de Coimbra, Especialista em Ciências Políticas pela
UnB (Universidade de Brasilia, 2006), Bacharel em Relações Internacionais pelo UniCEUB (Centro
Universitário de Brasília, 2004), Coordenador-Geral de Relações Internacionais do Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento (MAPA). Mestre Instalado da ‘Loja Atlântida nº 06’ – Grande Loja Maçônica do
Distrito Federal, membro da Loja ‘Holy Land nº 50’ - Grande Loja do Estado de Israel. Cavaleiro Kadosh, 30,
REAA e MDM do Capítulo Fredericksburg nº 16 de Maçons do Real Arco.
3
Segundo Aristóteles, o mundo é composto de 5 elementos básicos. Ele acreditava nos quatro elementos do
planeta: a Água, como Tales de Mileto, o Ar, como Anaxímenes, o Fogo como Heráclito, a Terra, e um
hipotético 5º elemento, o éter, também chamado de quinta-essência ou quintessência, presente no cosmo. Este

1
Pedra Bruta em Pedra Polida, a alteração da posição do compasso sob o esquadro no Livro
da Lei e a importância do número cinco, elementos do Segundo Grau que muito
contribuirão para entendermos o chamado do Companheiro a fazer obra de vida.

II) O Profeta Amós e a Estrela Flamígera

Durante o estudo do Segundo Grau da Senda Maçônica encontraremos muitas


explicações a respeito da Estrela Flamígera, um dos símbolos máximos do grau com
relevada importância para o Companheiro-Maçom. Thomas Webb, por exemplo, afirma
que ela se refere à estrela que guiou os três sábios/rei magos até o local de nascimento do
menino Jesus, o Cristo4. Albert Pike, que parece ter sido influenciado ou ter se inspirado na
referida explicação, também a utiliza em sua famosa obra Moral e Dogma 5.
O fato é que, com o passar do tempo e com a propagação das explicações existentes,
pouco se encontra de diferente a respeito do assunto na bibliografia disponível, ainda que
tenhamos atualmente o avanço da Internet e de outros mecanismos de busca, além da
tradicional bibliografia utilizada. Por incrível que pareça, este avanço tem apenas facilitado
a propagação e a multiplicação de pesquisas semelhantes que têm convergido para os
sentidos acima mencionados, mas não tem dado uma resposta mais consistente a respeito da
explicação sobre a Estrela Flamígera, permanecendo algumas dúvidas, incongruências e até
mesmo incertezas quanto a diferença entre Estrela Flamígera e Estrela Flamejante ou,
ainda, entre o hexagrama e o pentagrama na Maçonaria, o que é pior.
Para seguirmos adiante na pesquisa e trazer uma versão ou visão mais apurada - ao
menos diferente - a respeito não só da Estrela Flamígera, mas, também, a respeito do grau,
de forma mais completa, necessário analisar, inicialmente, a biografia do Profeta Amós,
pouco explorada no Grau e no material tradicional recomendado para estudo. Isso porque é
do Livro bíblico de Amós que temos a leitura durante a abertura dos trabalhos no Grau de
Companheiro e é a partir do Livro de Amós que poderemos entender um pouco mais do
porque a Estrela Flamígera está na Loja no Segundo Grau.
Para enriquecer a pesquisa, também é necessário contextualizar um pouco o cenário
histórico à época do Profeta Amós, no chamado Reino de Israel Setentrional, isto é, mais ou

misterioso elemento Éter seria uma substância não palpável, o contrário dos outros elementos, mais de acordo
com o princípio do Mundo das Ideias, de Platão.
4
WEBB, Thomas S. The Freemason's Monitor, Or, The Illustrations of Masonry in Two Parts. Cushing and
Appleton, 1821, pg. 36.

2
menos o norte de Israel atual. Naquela época, Israel passava por um período econômico
difícil. A riqueza estava depositada na mão de poucos, a justiça estava ao lado dos ricos e a
população sofria com a situação. Amós, uma espécie de camponês daquela, época nascido
em Tecoa, no deserto de Judá, acabou recebendo chamado de D’us, pregando e
denunciando a situação pela qual o povo passava, que perpassavam os aspectos singulares
da aparente injustiça social, abrangendo outros problemas que assolava a região, tornando-
se um Profeta. Assim como Amós foi chamado por D’us, o Companheiro também é
chamado a fazer “obra de vida”. Entretanto, vejamos um pouco mais a respeito de Amós.
Um aspecto curioso - que talvez esteja atrelado à numerologia do grau em estudo, é
que Amós teve cinco visões para o fim do Reino de Israel, número este intimamente
relacionado ao Grau de Companheiro Maçom, ou seja, cinco. Exatamente uma destas cinco
visões, relatada em Amós 7:7-9, que foi escolhida para ser o trecho de leitura utilizado para
a abertura do Livro da Lei no Segundo Grau. Nesta visão, Amós vê D’us verificando o
alinhamento de um muro com um fio de prumo:

“Mostrou-me também assim: e eis que o Senhor estava sobre um muro,


levantado a prumo; e tinha um prumo na sua mão. E o Senhor me disse:
Que vês tu, Amós? E eu disse: Um prumo. Então disse o Senhor: Eis que
eu porei o prumo no meio do meu povo Israel; nunca mais passarei por
ele. Mas os altos de Isaque serão assolados, e destruídos os santuários de
Israel; e levantar-me-ei com a espada contra a casa de Jeroboão”.

Fazendo uma alusão com o simbolismo maçônico, pode-se dizer que o muro
simboliza Israel, pois na época de Amós Israel estava “torto”, isto é, com a situação
econômica e corrompida das autoridades, sendo necessário “demolir”, reformar, restaurar o
Reino para ser realinhado, porque “muro torto” não tem conserto. Temos aqui, mais uma
vez, uma pequena alusão ao chamado de Amós por D’us para fazer obra de vida, restaurar
Israel.
De igual forma, somos concitados a meditar sobre o assunto neste grau, uma vez
que é o versículo de abertura da Loja de Companheiro. Por isso, reside nesta passagem o
sentido para o convite que o Companheiro recebe para construir “obra de vida”, até mesmo
porque ao iniciarmos na Senda Maçônica, somos constantemente convidados a destruímos
nossos vícios e paixões para construirmos algo novo e melhor, como na nossa iniciação no
primeiro grau, onde morremos no mundo profano para nascer em um mundo de luz.

5
PIKE, Albert. Morals and Dogma of the Ancient and Accepted Scottish Rite of Freemasonry: Prepared for
the Supreme Council of the Thirty-third Degree, for the Southern Jurisdiction of the United States, and
Published by Its Authority. A.M. 5632, 1871. Pg 14-15.

3
Seguindo com a análise, a fim de estudarmos um pouco mais da simbologia do grau
e de sua associação com o Profeta Amós, verificamos, ainda, outro aspecto interessante
dentro da literatura bíblica, isto é, trecho que parece fazer menção a um “deus/estrela” no
Livro de Amós, a depender da tradução. Assim, em Amós, capítulo 5, versículo 26, temos:

“Antes levastes a tenda de vosso Moloque, e a estátua das vossas


imagens, a estrela do vosso deus, que fizestes para vós mesmos.”

Para podemos conhecer melhor Moloque, necessário analisar os trechos referentes a


ele que aparecem nos Livros I e II de Reis. Vejamos:

“Profanou também Tofet, no vale do filho de Hinnon, a fim de que


ninguém fizesse passar pelo fogo seu filho ou sua filha em honra de
Molek.” (I Reis 23:10) e

“Então edificou Salomão um alto a Quemós, a abominação dos moabitas,


sobre o monte que está diante de Jerusalém, e a Moloque, a abominação
dos filhos de Amom.” (II Reis 11:7)

Moloch, Moloc ou Moloque é o nome do “deus” ao qual os


amonitas, uma etnia de Canaã (povos presentes na península arábica e na
região do Oriente Médio), cultuavam. O “deus” Moloque também é citado
no Novo Testamento, em Atos 7:43. Ainda que o livro de Atos não tenha o
embasamento e fundamentação bíblica e histórica como os Livros do
Tanach6, neste trabalho considerou importante verificar menção ao mesmo

“deus” Moloque na passagem em apreço, pois desta passagem pode ser


Moloque

extraído um significado a mais para o grau no que diz respeito à


Estrela:

“Antes tomastes o tabernáculo de Moloque, e a estrela do vosso deus Renfã,


figuras que vós fizestes para as adorar. Transportar-vos-ei, pois, para além
da Babilônia.”

Para alguns7, a mencionada estrela seria a estrela Sirius8,


chamada pelos egípcios de Sopdet e muito admirada por outros povos,

6
Tanakh ou Tanach (em hebraico ‫ )תנ״ך‬é um acrônimo utilizado dentro do judaísmo para denominar seu
conjunto principal de livros sagrados, sendo o mais próximo do que se pode chamar de uma Bíblia judaica.
7
ISMAIL, Kennyo. A Estrela Flamígera. No Esquadro. Website:
https://www.noesquadro.com.br/simbologia/estrela-flamigera/. Acesso em 30 de março de 2018.
8
é a estrela mais brilhante no céu noturno, com uma magnitude aparente de −1,46. Localizada na constelação
de Canis Major, pode ser vista a partir de qualquer ponto na Terra, sendo que, no Hemisfério Norte faz parte
do Hexágono do Inverno.
Sopdet
4
como os sumérios, gregos e babilônicos. De acordo com Kennyo Ismail 9, os egípcios
também conheciam a estrela como Renfã10 , entretanto, não foi possível encontrar, nesta
pesquisa, material ou estudo que pudesse comprovar isso, havendo divergências de autores
a respeito da origem de Renfã.
De toda forma, Kennyo Ismail afirma que, possivelmente, por influência egípcia, os
hebreus passaram a adotar esta estrela como “deus” naquela época de Amós e Salomão. O
curioso aqui é que o nome Sirius vem do grego seirios, que significa “queimando” e, de
certa forma, nos remete à palavra Flamígera, adjetivo da Estrela do Grau de Companheiro
Maçom, como poderemos estudar mais adiante nesta pesquisa.
Apresentados os trechos bíblicos em apreço e feita menção à estrela Sírius, resta-nos
identificar a relação com o Segundo Grau e com a Estrela
Flamígera. Para tanto, nos referimos à citação acima relativa
ao Rei Salomão - personagem de grande relevância para a
Maçonaria – pois tanto no grau como na passagem bíblica se
faz menção à dualidade da situação. Pela passagem bíblica
apresentada, Salomão teria edificado um altar a Moloque por
influência feminina, encontrando-se dividido entre sua
sabedoria e a beleza de suas mulheres, aspecto estudado pelo
grau no que diz respeito à dualidade entre matéria e espírito,
Antigo hieróglifo para Sírius,
tendo em vista que, no Grau de Companheiro, o material mede figura semelhante ao deus
Moloque no caso direito
forças com o espiritual. Aqui, lembramos, igualmente, a superior.

respeito da posição do esquadro e compasso em cima do Livro da Lei durante a abertura


dos trabalhos do Grau, uma vez que o Companheiro encontra-se em um período de
transição do material para o espiritual, razão pela qual o compasso fica cruzado com o
esquadro em cima do Livro da Lei na Loja, reforçando o aspecto dual do grau.
Neste caso, tendo em vista que a Estrela Flamígera é o símbolo da Loja de maior
destaque no Segundo Grau, é muito possível que ela também seja uma alusão à Estrela
Sírus, uma vez que a estrela com maior brilho no céu é representada por cinco pontas em
suas diversas tradições e tem uma influência muito grande em diversas sociedades antigas,
como a dos egípcios, sumérios, babilônicos e até mesmo a dos hebreus, ainda que de forma
pouco esclarecida pelos relatos bíblicos.

9
ISMAIL, Kennyo. A Estrela Flamígera. No Esquadro. Website:
https://www.noesquadro.com.br/simbologia/estrela-flamigera/. Acesso em 30 de março de 2018.
10
The King James Version of the Bible's rendering of the Greek word ρεμφαν that appears in Acts 7 verse 43.
Various manuscripts offer variations such as Ρομφα, Ρεμφάν, Ρεμφαμ, Ραιφαν, and Ρεφαν. It is part of a
reference to Amos 5 verse 26 which reads in Hebrew as Chiun or Kewan.

5
Se assim for, para o caso específico de Salomão, assim como para melhor entender
o grau, a Estrela Flamígera chama a atenção, também, para as forças e os perigos que
podem desvirtuar até Salomão, o homem mais sábio do caminho da retidão que leva à
Verdade11, como visto anteriorment, reforçando a dualidade do Grau.

II) A Estrela Flamígera e o Número “cinco”

Durante a cerimônia de “aumento de salário” no Segundo Grau, o candidato a


Companheiro-Maçom realiza “cinco viagens simbólicas”. Da mesma forma, o
Companheiro tem sua consciência aumentada a respeito dos “cinco sentidos” é e ele é
educado nas “cinco ordens de arquitetura” existentes, a saber: Dórica, Jônica, Coríntia,
Toscana e Compósita. O numeral “cinco” está sempre presente.
Ademais, o maçom é consagrado como Companheiro pelas “cinco pancadas” que o
Venerável-Mestre dá na sua espada flamejante. O Companheiro também sobre “cinco
degraus” para alcançar a porta do Templo, daí ele entra após “cinco batidas”, com “cinco
passos regulares” e, em recompensa por seu incansável trabalho, sua idade agora passa a ser
“cinco anos”12.
De igual forma, ao falarmos da estrela Sirius ou Spodet, conforme abordado no item
anterior, não podemos deixar de notar que a referida estrela é sempre representada por
“cinco” pontas, assim como a estrela na Loja de Companheiro, o que nos faz lembrar do
pentagrama, símbolo não só utilizado pela Escola Pitagórica, mas por muitas outras ordens
místicas e esotéricas no mundo. A esta estrela a Maçonaria deu o nome de Estrela
Flamígera, que tem seu estudo motivado no Segundo Grau, razão pela qual dedicamos a
totalidade desta pesquisa a ela. Aqui, importante não confundirmos com a estrela do grau
de Aprendiz Maçom apresentada, principalmente, nos painéis alegóricos. Até porque
aquela estrela presente no painel tem seis ou mais pontas, não se tratando de um
pentagrama13, e, sim, na maioria das vezes, de um hexagrama.

11
ISMAIL, Kennyo. A Estrela Flamígera. No Esquadro. Website:
https://www.noesquadro.com.br/simbologia/estrela-flamigera/. Acesso em 30 de março de 2018.
12
The Blazing Star: An Initiatic Journey From Fellowcraft to Master Mason. Pietr-Stones. Review of
Freemasonry. Acesso em: www.freemasons-freemasonry.com/blazing-star.html.
13
A maioria dos autores opina que o pentagrama foi primeiro conhecido e estudado pelos babilônios e que,
daí em diante, o tomaram os pitagóricos devido à coincidente associação do pentágono regular com o cosmos
e a ordem divina. Ainda assim, existe quem ponha isso em dúvida, pois o sumário atribuído aos neoplatônicos
Eudemo de Rodas e Proclo menciona que os pitagóricos apenas conheciam três dos poliedros regulares,
desconhecendo o octaedro e ao icosaedro

6
O pentagrama, como símbolo, existe há milhares de anos, sendo talvez até difícil
precisar sua verdadeira origem e significado. Não é uma estrela exclusivamente maçônica e
por esta razão é complicado se chegar a um consenso no que diz respeito ao significado e
simbolismo deste item na Maçonaria, mesmo porque cada estudo e pesquisa maçônica
procura tentar trazer para a Ordem um elemento interessante que aumente ou engrandeça
sentido relevante para a Arte Real. É dessa forma que a especulação e muitas
incongruências surgem ao passar dos anos, com a propagação de trabalhos mal pesquisados
e replicação de erros ou enxertos repassados por cada Loja e Maçom desavisados.
No que diz respeito à denominação da estrela, encontramos em diversos rituais,
sejam eles em inglês, português, francês e até alemão, duas maneiras de se referir à Estrela
Flamígera, como é a maior parte dos casos no Brasil, o que gera mais confusão e polêmica
ao estudar o símbolo no segundo grau. Assim, nos idiomas mencionados, também foi
possível encontrar duas formas de se referir às estrelas presentes no ritual maçônico. Além
disso, os próprios rituais entram em contradição ao misturar o nome das estrelas, causando
maior dificuldade para compreender e tentar obter melhor ensinamento do grau. Após
pesquisas em diversos rituais e leitura de alguns trabalhos, é possível afirmar que a
diferença é meramente semântica, talvez um preciosismo dos maçons, particularmente dos
maçons brasileiros. Entretanto, é importante que se diferencie uma da outra para não correr
o risco de se perpetuar o erro e cair em incongruência, como tem acontecido nos dias atuais.
De toda forma, para tentar demonstrar de maneira mais clara a polêmica existente
entre “estrela flamígera” e a outra denominação, “estrela flamejante”, apresentamos um
quadro-comparativo com a denominação encontrada nos diversos idiomas, ainda que seja
muito tênue a diferença no que diz respeito ao significado, mas de grande relevância para
que se estabeleça no futuro uma real diferença, facilitando o entendimento do símbolo e
auxiliando os Companheiros-Maçons no desenvolvimento de seus trabalhos e ensinamentos
a respeito do Grau. Vejamos:

Idioma Nome das Estrelas Outros Nomes


Português Flamígera Flamejante Selo de Salomão,
Inglês Flaming (star) Blazing (star) Estrela do Oriente,
Alemão Flammende (Stern) Hellleuchtender Pentagrama
(Stern)
Francês L’Étoile l’Étoile de Feu
Flamboyante
“Latim” Flamigerus Flammantis
Significado “que gera chamas, “que expele chamas,
produz chama” lança chamas”

7
Assim, a fim de melhor estudar e concatenar o arcabouço de informações sobre o
assunto, ainda que seja impossível esgotá-lo, é imperioso que se faça estudo a respeito do
nome da estrela, assim como das diversas terminologias utilizadas em rituais estrangeiros,
de modo a melhor entender o porque das divergências estabelecidas no ritual português.
Como dito anteriormente, cada autor e escritor maçom tenta acrescentar algo místico e
esotérico diferente ao símbolo milenar, razão pela qual vários escritores maçons o citam
com diversas explicações diferentes, causando confusão e proliferando entendimento
insustentável do ponto de vista de pesquisa e uso de fontes confiáveis.
Antes de mais nada, devemos nos lembrar que essa estrela é um símbolo distintivo
do Companheiro e repleto de grandes significados, como os apresentados no item anterior.
Ademais, a estrela está claramente expressa na fórmula de reconhecimento do Grau, isto é,
“Eu vi a Estrela Flamígera”, razão pela qual entendemos que não deva ser estudada no Grau
de Aprendiz, nem ser confundida com a estrela apresentada no grau anterior. Assim como
no grau de Mestre a máxima relacionada à Acácia tem um profundo significado, no grau de
Companheiro a Estrela assim o tem também.
Para melhor entender a confusão causada no português, necessário dizer, por
exemplo, que, no Emulation Ritual, o símbolo é denominado Blazing Star. Quando J.W.
Sadler traduziu o ritual de Companheiro Maçom para o português, em 1920, para o Grande
Oriente do Brasil (GOB), usou o adjetivo “brilhante”. Já quem o traduziu para o espanhol
preferiu o adjetivo “rutilante” e assim por diante, como veremos no quadro comparativo
abaixo. Importante notar, ainda, que, para alguns ritos, a Estrela Flamígera não tem a
mesma importância e significado dos demais Ritos, não havendo, inclusive, a mesma
fórmula de reconhecimento do Grau.
Rito Terminologia Observações
Emulation Ritual Emulation Lodge of
Blazing Star Improvement for Master
Masons
Rito de York GOB
Grande Oriente do Brasil Brilhante
(GOB)
Grande Loja do Peru Espanhol
Rutilante

Rito Adonhiramita GOB


Grande Oriente do Brasil Rutilante
(GOB)
REAA (GLMRJ) CMSB
Flamejante

Rito Brasileiro e REAA COMAB

8
(Grande Oriente Flamejante/Flamígera
Independente do RJ)

Rito Moderno ou Francês e (neste caso desde a


REAA do GOB Flamígera introdução do Rito no Brasil
no século XIX)
REAA (GLMDF) CMSB
Flamígera

Com o quadro acima, percebemos que existem quatro principais adjetivos diferentes
para a Estrela em estudo, isto é: Brilhante, Rutilante, Flamejante e Flamígera. Ainda que
em outros países ela possa ser a mesma e única estrela, no caso brasileiro vale uma análise
mais apurada e até mesmo um estudo semântico para que seja definida uma única
nomenclatura, ainda que no futuro, de modo a não incorrer em erros, alterações e até
mesmo propagar possíveis versões, facilitando o estudo, a pesquisa e enriquecendo o
significado deste poderoso símbolo.
Assim, usar a terminologia “brilhante” para a estrela é muito pouco, pois toda
estrela é brilhante. A Estrela de Companheiro-Maçom precisa de maior significado, pois ela
é diferente. Caso seja Sirius, é mais que brilhante. Sendo um pentagrama não pode ser
comparada às demais, então “brilhante” não é o melhor adjetivo a ser utilizado. “Rutilante”,
por sua vez, não é uma palavra muito usada no português, mas ainda que fosse, continua
sendo algo relacionado ao adjetivo “brilhante”, isto é, um sinônimo, não cabendo utilização
pelos mesmo motivos expostos no caso de “brilhante”, comum a todas as estrelas. Resta-
nos duas alternativas: “flamejante” e “flamígera”. Se tomarmos a tradução do latim, temos:
flamejante, isto é, Flammantis, significa “que expele chamas”. Por outro lado temos
flamígera, ou seja, Flamigerus, “que gera chamas”.
Com isso, nos remontamos às estrelas em geral para dissociarmos entre as duas
opções. Fazendo uma alusão ao sol, até porque os dois sentidos apresentados tratam de
chamas, podemos afirmar que ele lança e gera chamas, não se limitando a “expelir
chamas”, pois é fonte “geradora de chamas”, de energia, assim como as demais estrelas,
razão pela qual podemos concluir que o nome mais adequado para o símbolo é, de fato,
“Estrela Flamígera”.

9
Estrela Flamígera

Estrela flamejante no
painel de aprendiz, grau
um, com mais pontas.

III) Uma abordagem filosófica e esotérica para o Grau: a Segunda Instrução

Apresentado os pormenores a respeito do


Profeta Amós, o debate sobre a Estrela Flamígera e
demais detalhes sobre o numeral “cinco”, devemos
passar para conclusão do trabalho de modo a
responder o questionamento proposto neste tópico,
isto é, extrair da Segunda Instrução a forma pela qual
o companheiro é chamado a fazer “obra de vida”.
Mesmo que o assunto já tenha sido abordado

de maneira efêmera em item anterior, necessário


Modelo simplificado do homem
notar que há muitas formas de interpretar o referido vitruviano, representando o
microcosmo.
chamado ao Companheiro-Maçom, especialmente se
levarmos em conta que “obra de vida” pode se referir,
também, à própria criação divina, ou seja, à criação do
universo e dos seres humanos. Em diversas tradições místicas
encontramos este profundo interesse no que diz respeito à
Grande Obra, que em resumo sintetiza o caminhar na Escada
de Jacó, a revelação da Luz e a busca pela Verdade. Por esta
razão, o significado do grau pode vir a ser interpretado de

Pentagrama utilizado por


muitas ordens herméticas que
fazem alusão ao nome hebraico
de D’us 10
forma muito esotérica ao relacionarmos a Segunda Instrução com a simbologia já
apresentada nos itens anteriores.
O Pentagrama, como vimos anteriormente, tem simbolizado, dentre muitas coisas, o
microcosmo que, no poderoso Livro do Esplendor, o Zohar14, é chamado de
Microprosopus, isto é: "face pequena" ou "face menor". No sentido metafísico, seria o
Adam Kadmon15, o homem celeste ou arquétipo, veículo do infinito. A representação do
universo em um sentido menor, afinal, todo o Universo pode ser representado no Homem,
cada um de nós somos um Universo, de uma maneira menor, mas somos. O símbolo de
Adam Kadmon expressa a ideia de que o próprio cosmos tem tanto uma alma quanto um
corpo muito parecidos com os do homem, e de que o mundo também está revestido de
interesse, valor e erros, os quais normalmente são pensados como sendo do domínio
exclusivo da humanidade. Aqui, lembramos ainda da máxima de Hermes Trimegisto 16: “o
que está em cima é igual ao que está embaixo”, isto é, o microcosmo é o macrocosmo.
Na Segunda Instrução de nosso ritual de Companheiro Maçom encontramos a
seguinte sentença:
“o Companheiro é chamado a fazer obra de vida, pondo em ação sua
energia vital e aprofundando-se nos mistérios da existência. Tudo isso
origina-se da Geração, cujas leis inspiraram as mais belas doutrinas da
antigüidade” (Segunda Instrução do Ritual de C.’.M.’.)

Quando falamos em Geração na Segunda Instrução, estamos nos remontando à


capacidade do homem de criar, de “fazer luz”. Assim como o universo foi criado pelo
GADU, gerando luz, o homem, ainda que sendo microcosmo, também tem a capacidade de
criar, de gerar. Aliás, o único ato que o Homem é capaz de reproduzir como D’us é o ato de
criar, de gerar uma nova vida e a isso a Segunda Instrução é rica quando se propoe a dizer
que o Companheiro é chamado a fazer obra de vida, especialmente por tratar, ainda que
sutilmente, de termos específicos à criação, como é o caso da “energia vital”, mencionada
na sentença acima.

14
(em hebraico ‫זהר‬, "esplendor") é considerado como um dos trabalhos mais importantes da Cabalá, no
misticismo judaico. E faz parte dos livros que seriam canônicos para os judeus.
Trata-se de comentários místicos sobre a Torá (os cinco livros de Moisés) escritos em aramaico e hebraico
medieval. O Zohar contém uma discussão mística sobre a natureza de Deus e considerações sobre a origem e
estrutura do universo, a natureza das almas, pecado, redenção, o bem e o mal, e diversos temas relacionados.
O Zohar não é um livro, mas um grupo de livros. Estes livros incluem interpretações bíblicas assim como
matérias sobre teologia, teosofia, cosmogonia mística, psicologia mística, e também o que alguns poderiam
chamar de antropologia.
15
na cabala judaica, representa o Homem Arquetípico, o Homem Primordial , comparável ao Antropos do
gnosticismo e do maniqueísmo . Ele é a síntese da árvore da vida, que emana de Ain Soph.
16
era um legislador egípcio, pastor e filósofo, que viveu na região de Ninus por volta de 1.330 a.C. ou antes
desse período; a estimativa é de 1.500 a.C a 2.500 a.C. Teve sua contribuição registrada através de trinta e
seis livros sobre teologia e filosofia, além de seis sobre medicina, todos perdidos ou destruídos após invasões
ao Egito. O estudo sobre sua filosofia é denominado hermetismo.

11
A sentença é uma clara alusão alquímica aos conceitos de Árvore da Vida, energia
vital de kundalini, chacras, dentre muitos outros presentes nas doutrinas da antigüidade,
como a Teosofia, o Rosacrucianismo, a Cabalá judaica, alquimia, etc. Dessa forma, ao
esclarecer o chamamento que é feito ao Companheiro Maçom pela Segunda Instrução
quando falamos de “obra de vida”, percebemos que o caminho do Companheiro-Maçom
não é tão simples, pois ele saí do Grau de Aprendiz Maçom, que é uma espécie de recepção
de um iniciado na Ordem, para começar a se aprofundar em temas metafísicos que o
convidam a melhor elaborar seu aprendizado e entender a respeito de sua iniciação na
Ordem, de sua participação e papel no mundo e do que ele pode vir a fazer para “tornar
feliz a humanidade”, culminando no profundo e espiritual grau de Mestre Maçom.
O Companheiro-Maçom está em um momento de transição das asperezas terrenas
para as belezas astrais, isto é, para o transcendental (Cosmo, Universo) que será abordado
com maior detalhe nos próximos degraus da Escada de Yacov. Assim, falando em belezas
astrais, não é de todo estranho notar que os Companheiros-Maçons estão localizado na
coluna da Beleza dentro do Templo.
Por esta razão, dizemos que ele é chamado a fazer “obra de vida”, para que se tenha
noção da importância que ele representa para o Universo, uma vez que ele, assim como o
Adam Kadmon, é uma centelha divina capaz de fazer coisas tão grandiosas como criar uma
nova vida, reproduzir o ato de criação do GADU ou em um nível mundano, já que está em
um momento de transição na Maçonaria, ser profético e realizador como Amós.
A maçonaria tem seus meios próprios para ensinar ao longo da Jornada Maçônica a
forma de fazer “obra de vida”, especialmente se levarmos os exemplos de nossa Ordem
para fora dos templos, para as famílias, vencendo as paixões, submetendo nossas vontades e
fazendo novos progressos. A “obra de vida” não se restringe a nós maçons, por isso que
quando afirmamos que nosso objetivo é “tornar feliz a humanidade” estamos de comum
acordo que estes progressos podem e devem ser no mundo todo, a “obra de vida” é para o
mundo, pois não somos só parte dele, somos ele por inteiro, do microcosmo para o
macrocosmo, o que é em cima é embaixo.
Assim, chega-se à conclusão de que o grau de Companheiro-Maçom é uma
lembrança constante de que somos fagulhas divinas, prontos a atender o chamado de fazer
“obra de vida” na Senda Maçônica, procurando o caminho para retornar-mos à Verdade,
isto é, ao Grande Arquiteto do Universo. Em nível menor, no microcosmo, somos Ele
dividido em diversos fragmentos pela Grande Luz que nos separou em diversos homens e

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mulheres pelo mundo durante a criação (tzimtzum17), mas no nível maior, macrocosmo,
representado pelo Ein Soph18 da Árvore da Vida, somos todos Um.
Com isso, podemos afirmar, sem sobra de dúvidas: “Eu vi a Estrela Flamígera”.
IV) Quadro-resumo do estudo:

Item Detalhamento Transição/elo de


ligação

Camponês que recebe chamado divino para fazer obra Dentro do livro a
Profeta Amós de vida. Uma de suas cinco visões está na leitura do passagem referente ao
Livo da Lei que é a de reconstruir Israel pela situação deus-estrela Moloque
que se encontra.
Deus-estrela venerado pelos hebreus e outros povos Salomão teria edificado
Deus-estrela Moloque antigos como sumérios, babilônicos e egípcios. Este um altar a Moloque por
(Sírius) deus-estrela era uma referência à Sirius, estrela mais influência feminina,
brilhante do céu e de cinco pontas. encontrando-se dividido.
Como aprendizes, estamos na Coluna do Sul, na A Estrela Flamígera nos
Rei Salomão coluna da Beleza, isso também nos lembra que lembra e remete às forças
Salomão se viu em uma situação dual entre o material que podem desviar até
e o espiritual, entre a beleza e a sabedoria. Compasso mesmo o homem mais
e esquadro representam na Loja esta transição dual do sábio do mundo.
Grau.
A Estrela Flamígera é chamada assim por razões A Estrela é Flamígera é o
semânticas claras, não pode ser confundida com o Pentagrama, tem cinco
hexagrama ou outra estrela qualquer. Assim, ela pontas e por isso está na
Estrela Flamígera também não pode ser brilhante, rutilante, nem Loja de Companheiro.
flamejante. Em outros idiomas há uma clara Vimos que Amós teve
diferenciação, mas as lojas não diferenciam e o erro é cinco visões e o número
perpetuado. Há várias razões para a estrela flamígera cinco se repete em vários
está na Loja de Companheiro. casos no Grau II.
Companheiro está em um momento de transição, está Pentagrama é símbolo de
em constante aprendizado. Neste momento, o número grande importância para
Numero 5 e cinco se torna essencial para começar a repensar a várias ordens herméticas.
O Pentagrama vida de outra forma, saindo do material e entrando no Ele representa o
espiritual. O numero cinco nos lembra dos quatro microcosmo, o Adam
elementos e do espírito, das cinco visões de Amós, da Kadmon, o homem
bateria do grau, das cinco pontas da estrela, da primordial e o
dualidade na vida e dos cinco sentidos da vida. Companheiro-Maçom.

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No Misticismo judaico, Tzimtzum ou Zimzum (‫ צמצום‬Hebraico: "contração" ou "constrição") refere-se à
noção cabalística sobre a Criação, de acordo com a qual Deus "contraiu" sua infinitude com a intenção de
permitir um "espaço conceitual" dentro do qual um mundo finito e aparentemente independente pudesse
existir. Esta contração é conhecida como Tzimtzum.
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(também grafado "Ein Soph") (do hebraico: Sem Limites) é o Todo Supremo da cabala, aquilo que
podemos chamar de "Deus" em seu aspecto mais elevado, não sendo, no sentido estrito da palavra, um "ser",
já que, sendo autocontido e autossuficiente, não pode ser limitado pela própria existência, que limita a todos
os seres que a possuem. De Ain Soph é que emanam os Sephiroth para formar a árvore da vida, que é uma
representação abstrata da natureza divina (Pleroma). Ain Soph é o Não-Ser, um princípio que permanece não
manifestado e é incompreensível à inteligência humana e aos seres que a possuem num contexto decline
metodológico e pragmático.

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A Obra de Vida referida no Grau está relacionada à A Estrela Flamígera
Geração, à Energia Vital, isto é, à criação e à representa o microcosmo
capacidade que nós temos de sermos centelhas desta capacidade geradora
divinas, fagulhas divinas. Para realizarmos a obra de que é o GADU, o
vida contamos com os instrumentos da Maçonaria, macrocosmo. Quando
Obra de vida e Cabalá especialmente vencendo nossas paixões, submetendo afirmamos, “EVAF”
nossas vontades e fazendo novos progressos na estamos cientes que
Maçonaria que, por sua vez, terá como resultado somos capazes de criar,
tornar feliz a humanidade, isto é, o mundo todo fora gerar, assim como o
dos templos. Sendo fagulha divina, iluminamos o GADU. Estamos aptos a
mundo. Lembrar do provérbio budista a respeito da entrar no grau III que
vela pequena que ilumina às demais. falará sobre outro aspecto
da vida, mais espiritual.

V) Referências

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Rio de Janeiro, 1992.

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1962.

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1993.

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