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INTRODUÇÃO

Na França, as maiorias das pessoas passam o natal com a família e o fim do


ano com os amigos. Então, se vestir bem é uma norma social na França
relacionada ao natal. Além disso, para o natal, nós comemos sempre uma
sobremesa que se chama “une buche”. Coloco aqui a minha sobremesa deste
natal para que você possa imaginar melhor. O fato de comer no natal uma
“buche”, isso se chama socialização uma prática social. As práticas
sociais são as maneiras de fazer, os comportamentos concretos dos atores
sociais.

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Desenvolvimento

Fundamentação Teórica

Conceitos Sobre A Moda

Uma moda é um uso ou um costume (hábito) que está em voga numa


determinada região, durante certo período. Trata-se de uma tendência
adoptada por uma grande parte da sociedade, geralmente associada ao
vestuário. A moda pode-se definir como sendo um mecanismo que regula as
escolhas e as preferências das pessoas, já que, devido a uma espécie de
pressão social, indica-lhes aquilo que devem consumir utilizar, usar ou fazer. A
moda torna-se um hábito repetitivo que identifica um sujeito ou um grupo de

indivíduos.
Moda entenda o impacto social que ela tem. A palavra “moda” significa
“costume” e tem origem no século XV, especificamente no Renascimento. ...
Os conceitos mais recentes são o resultado dessa transformação:
sustentabilidade, consumo consciente, moda sem gênero e empoderamento
feminino.

A moda se constitui como um dos padrões mais seguros para medir as


motivações psicológicas, psicanalíticas e sócio-econômico da humanidade
(DORFLES, 1979), porque revela a maneira como as pessoas se comportam e
o modo como elas se apresentam na sociedade, ao mesmo tempo em que
proporciona a inclusão e/ou a exclusão de pessoas e de grupos do seu
contexto social.

A moda é também feita por pessoas que tenham certa influência, logo, além
das celebridades de Hollywood, cantores, atrizes de outros países e também
influenciadores digitais podem acabar lançando moda ou fazendo com que
uma peça que era tendência (estava na moda) retorne.

A moda tende a ser associada àquilo que está relacionado com o desenho e a
criação de roupa (pronto-a-vestir, etc.) e os adereços e acessórios. É frequente
referir-se a esse sector como sendo a indústria da moda, ainda que sejam

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poucos os estilistas e os criadores verdadeiramente capazes de lançar um
estilo.

A sua dinâmica tem uma característica natural de classificar, de selecionar e de


diferenciar pessoas na busca da exclusividade e do “novo”, e quando o
novo cai no domínio público tem início outro ciclo, isso mostra que está na
moda não necessariamente é estar igual (estatisticamente falando) porque a
massificação representa a banalização do produto e conseqüentemente a “não
moda”.

Neste contexto, o vestuário é que mais ostensivamente representa o


movimento da moda, pois a mudança no jeito de vestir apresenta-se em todo o
percurso da humanidade como o elemento de diferenciação mais aparente. No
entanto, as civilizações antigas não contribuíram para esse processo, por
conterem e negarem a dinâmica da mudança e da própria sociedade,
permanecendo idênticas a si mesmo, com os mesmos gostos, as mesmas
maneiras de fazer, de sentirem-se e principalmente de se vestirem, se
perpetuando há séculos sem dar qualquer sinal de mudança, ou de
diferenciação (LIPOVTESKY, 1991).

No Egito a “toga” e a “túnica” prevaleceram por quase quinze séculos; na


Grécia, o “peplo” impõe-se até a metade do século VI; e em Roma a “túnica” e
a “toga” persistiram até o final do Império.

Somente, entre os séculos XII e XIV é que surge um modelo de roupa capaz de
romper essas tradições, a ponto de proporcionar novos conceitos que
passaram inclusive pelas questões de gênero, pois a roupa trazia traços
expressivos e nítidos para os sexos feminino e masculino com formas
ajustadas e verticalizadas que evidenciavam as formas do corpo,
caracterizando um estilo-o “gótico”, que de tão diferente marcou a transição da
Era Medieval para a Era Moderna.

O jeito de vestir tem importância ainda maior no Renascimento, quando surge a


primeira burguesia apropriando a moda à hierarquia das condições, onde
a partir de então as mudanças nas artes e nos modos de vestir passaram a
acontecer à mercê do gosto dos poderosos, e a roupa passou a representar
riqueza e poder através da aparência e da sua própria estrutura: O tecido com
fibras de puro algodão vestia os escravos e a seda vestia a burguesia.

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As roupas que vestiam a burguesia, principalmente das mulheres, eram
recheadas de saias, de armações (crinolinas e espartilhos) e de babados
para ficarem pesadas a ponto de impedir a mobilidade natural do corpo.

No entanto, isso representava uma posição social na divisão e organização de


classes na sociedade, pois quanto mais pesada fosse a roupa tanto mais poder
era associado ao conjugue - significava que mais escravos tinha a família para
atender as necessidades da esposa (como concubina) e as necessidades da
casa. Assim, à sociedade foi se estruturando e mostrando o seu valor através
do modo de vestir, como se a roupa fosse a sua própria identidade.

Essa representação ainda tem valor nos dias atuais, não com tanta veemência
porque de qualquer modo a moda não é mais exclusiva a um determinado
grupo de pessoas por um longo período de tempo, a dinâmica, que é própria do
fenômeno, trata de popularizar qualquer aspecto, pela perfeição ou pela
imitação, atingindo a todos os setores da economia.

A massificação da moda tomou uma dimensão ainda maior com a introdução


da mídia, principalmente, de TV, de revistas e jornais com editoriais de moda. A
sua representação se dar através do “design” aplicado ao vestuário, aos
tecidos, aos objetos imobiliários e a indústria automobilística, entre outras.

Para Caldas (2004) o “design” é um diferencial que deve ser desenvolvido, por
sua capacidade de agregar valor aos produtos, representando-se como uma
linguagem da cultura contemporânea que alimenta o sistema de moda em
proporção ao desenvolvimento das civilizações.

O fato é que através da moda se identifica uma época, um costume, uma


cultura, uma sociedade, os grupos sociais separadamente e as suas
preferências.

O fenômeno da moda tem ciclo de vida próprio com critérios de aplicação


(inicio, meio e fim), tem visão temporal (curto, médio e logo prazos), tem forte
influência na micro e macro economia do pais e do mundo, e principalmente no
comportamento das pessoas, sendo até caracterizado como um socializador
que movimenta a dinâmica da sociedade.

A exemplo disso temos o uso do cigarro que na década de 70 representava


poder e estatus, no entanto hoje é tão somente um problema de saúde pública
em todo o mundo.
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Neste contexto, a moda é também um elemento de responsabilidade social,
que deixa de ser compreendida apenas como uma inovação comercial - o novo
que inicia o ciclo, uma vez que interfere no comportamento e na construção de
grupos e de sociedades.

De maneira codificada ela poderá incluir ou excluir pessoas ou grupos de um


contexto social até então dito e sentido como seu, podendo conduzi-las a um
comportamento muitas vezes não favorável do ponto de vista social, como é o
caso de grupos de jovens (de classe econômica mais baixa que chegam a
roubar) que se identificam através de roupas de griffe e que se fecham em
grupos reduzidos sem que outros jovens tenham acesso, até que se
apresentem com roupas parecidas.

Isso poderá conduzir a uma situação de conflitos e desintegração familiar, além


de outros caminhos em função da não condição social.

A influência da moda atinge a todas as idades, principalmente aos jovens que


desenvolveram o vício pelo o consumo. A globalização e o acesso às
informações têm participação nessa divulgação, principalmente à
televisão através de novelas que lançam de tudo: Roupas, sapatos, cabelos
(cor e corte), óculos, jóias e outros, dependendo da época, em todo caso, a
televisão é um vetor muito importante para um sistema de moda. Tudo

Isso nos leva a pensar que lançar moda infere em determinar um paradigma
que envolve aspectos comerciais, econômicos, culturais e sociais, podendo
favorecer ou não a dinâmica de uma sociedade.

Mesmo que o facto de se adoptar uma moda seja um acto voluntário, as


pessoas que preferem não seguir esses códigos acabam por ficar, de alguma
forma, afastadas da sociedade. Usar algo fora de moda é mal visto e pode ser
alvo de críticas ou de piadas de mau gosto.
Mas, nos tempos atuais, há o conceito de que “a moda é você quem faz”, que
busca oferecer mais liberdade e também conforto para as pessoas. Sendo
assim, pode-se dizer que isso estaria sendo uma espécie de fuga da moda em
si.

A expressão “à moda antiga” é frequentemente usada para definir quando algo


está sendo feito do mesmo modo que era feito com frequência nos tempos

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antigos. Por exemplo: “o Carlos é um cara que gosta de se relacionar à moda
antiga” ou mesmo “eu sou daquelas que prefere um amor à moda antiga”.
Antigamente, o termo “moda” era também usado para se referir as práticas
musicais populares em Portugal, mas especificamente nas zonas rurais desse
país. Ele também era empregado para descrever as tradições culturais
portuguesas.

E esse termo deu origem ao que se conhece hoje por “modinha”, sendo que
ambos são conceitos distintos, pois “modinha” trata-se de um gênero musical
com influencias portuguesa e também brasileira.

Por fim, “moda” pode ainda ser um termo usado no sentido figurado, a fim de
descrever quando algo se tornou um hábito, um costume de muitas pessoas,
por exemplo: “agora virou moda as pessoas usarem as redes sociais para
contarem tudo sobre é feito no seu dia a dia”.

Socialização

A Socialização, Porém, em geral, é um processo que continua toda a


vida, onde o indivíduo integra elementos socio-culturais da sua cultura. É um
proceso que permite à sociedade integrar indivíduos como um ser social
transmitindo valores.

Os comportamentos dos indivíduos não são naturais, são culturais. Na


verdade, é o resultado da integração dos valores, das normas sociais e dos
papéis sociais. A socialização começa na infância, esta etapa se chama
“socialização primária”, e continua por toda a vida. Durante a socialização
primária, a família, a escola e os amigos têm um papel particularmente
importante.

Psicólogo George H. Mead explica que os meninos se identificam com as


pessoas que estão ao seu redor: pais, amigos e também os personagens da
televisão, etc. Segundo ele, os meninos vão reproduzir os comportamentos
destas pessoas que são valorizadas por ele.

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Além disso, se um menino não respeita as normas sociais, os pais ou o
professor vão lhe dizer que não está bem comportar-se assim. Então, quando o
menino não respeita a norma, uma sanção negativa vai aparecer. Assim, em
geral, o menino, vai ter mais vontade de ficar dentro da norma social para não
receber muitas sanções negativas.

A socialização consolida a probabilidade de ter um comportamento


considerado como normal. Porém, é verdade que, às vezes, a escola e a
família não respeitam os mesmos valores. O indivíduo tem a sensação de ser
livre do seu comportamento, porém, na verdade, é so o resultado da sua
socialização. Cada cultura compartilha um patrimônio cultural que permite
interações sociais. Por exemplo, na França, para nos cumprimentarmos,
damos dois beijos nos amigos. Todos os franceses sabem disso graças à
socialização.

A socialização secundária: é posterior à socialização primária, existe quando


você chega à idade adulta. Aqui, a socialização integra o indivíduo em novos
contextos (no trabalho, por exemplo). O indivíduo vai aprender novos papéis.

Existem 3 tipos de mecanismos de socialização:

 A socialização por aprendizagem: O individuo se socializa quando ele


aprende os valores, as normas sociais. Por exemplo, o professor diz
explicitamente o que ele tem de fazer e não fazer.

 A socialização por imitação: O individuo reproduz o comportamento que


ele pode ver.

 A socialização por identificação: O indivíduo vai se identificar com outras


pessoas (pais, etc.)

Agora, falamos dos agentes de socialização. A socialização permite a relação


entre o indivíduo e um grupo social que mistura normas e valores. Estes grupos
são os agentes de socialização. Há vários: podem ser a família, a escola, as
associações, as empresas, etc.

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Para a socialização primária, a família tem o papel mais importante. Os pais
transmitem ao filho à língua, os valores gerais, as normas, a maneira de se
comportar, os costumes, a cultura, etc. Depois, a escola permite transmitir a
cultura do país. As associações permitem completar a socialização e o papel
dos pais. Também, as mídias (televisão, rádio, internet) são um agente de
socialização.

Por exemplo, um adolescente pode se identificar com um personagem de uma


telenovela. Além disso, os amigos têm um papel também importante. Os
grupos de amigos compartilham valores e normais sociais, como a maneira de
falar e as práticas culturais, por exemplo.

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Conclusão

Neste Estudo Concluiu que A moda é um dos maiores símbolos da sociedade


de consumo atual e a compreensão de seu universo revelou que, embora a
escolha da indumentária seja um ato individual, todos estamos sujeitos à
influências, que vão desde os meios de comunicação às pessoas que fazem
parte de nosso dia-a-dia. Ao longo da elaboração deste trabalho, o surgimento
dessa questão inesperada quase foi capaz de desmoronar a proposta à qual
este estudo se destinava. A moda, embora considerada um sistema, possui
uma relação diferenciada com a sociedade quando comparada com a
linguagem falada ou escrita. Neste caso, qualquer pessoa pode criar
neologismos na Fala, os quais, tempos depois, podem ser aceitos e
considerados fatos pertencentes à Língua. Daí concluiu-se que a linguagem
falada e escrita podem sofrer intervenções de vontade social. A construção da
Fala na moda, no entanto, é restrita, pois a Língua é limitada por um grupo de
decisão formado por estilistas e formadores de opinião. Só a partir das opções
oferecidas pela Língua proposta por esse grupo é que cada pessoa, dentro da
sua individualidade, constrói sua Fala. “A moda, enquanto está nas passarelas,
na mídia ou na propaganda, é uma instituição “quase” coletiva”, pois nem todos
os membros da sociedade, seus reais usuários, podem expor seus gostos e
opiniões neste momento. A partir do instante no qual atinge as ruas e entra nos
guarda-roupas, a moda adquire o aspecto de Fala e se consuma no traje: o
gosto individual passa então a prevalecer e cada um utiliza aquilo que atender
às suas necessidades.

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Bibliografia

Influência da moda na dinâmica da sociedade fue publicado de la página 226 a


página227 en Actas de Diseño Nº1

BAUDRILLARD, Jean. Simulacros e simulação. Lisboa: Relógio D’água, 1991

BRAGA, João. Reflexões sobre moda. São Paulo: Anhembi Morumbi, 2005, v.
1.

BULIK, Linda. A Guerra do Look e o figurino das idéias - Brasil X França:


estudo comparativo de duas campanhas eleitorais, Disponível em
http://www.intercom.org.br/papers/xxii-ci/gt08/08b03.pdf, acesso em 01/03/06.

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