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COLÉGIO PRESBITERIANO AGNES ERSKINE

ENSINO FUNDAMENTAL II

ALÍCIA BEATRIZ MARTINS CARBONE, ALICE BEATRIZ SOARES NEVES, LARA


FIGUEIREDO ARAÚJO, LETÍCIA LEMOS DE CARVALHO CORRÊA, MAINARA DE
MOURA ACCIOLY, E MARINA ELLEN SOARES SANTANA – 8º ANO A

A EVOLUÇÃO TECNOLÓGICA DA MODA

RECIFE
2023
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ALÍCIA BEATRIZ MARTINS CARBONE, ALICE BEATRIZ SOARES NEVES, LARA


FIGUEIREDO ARAÚJO, LETÍCIA LEMOS DE CARVALHO CORRÊA, MAINARA DE
MOURA ACCIOLY, E MARINA ELLEN SOARES SANTANA – 8º ANO A

A EVOLUÇÃO TECNOLÓGICA DA MODA

Projeto de pesquisa elaborado para EXPOAGNES 2023,


como parte do requisito na obtenção da nota do segundo
semestre.

Orientadores: Professora Danielle Pereira, Professor


Israel Mendonça, e Professor Flávio Almeida

RECIFE
2023
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ALÍCIA BEATRIZ MARTINS CARBONE, ALICE BEATRIZ SOARES NEVES, LARA


FIGUEIREDO ARAÚJO, LETÍCIA LEMOS DE CARVALHO CORRÊA, MAINARA DE
MOURA ACCIOLY, E MARINA ELLEN SOARES SANTANA – 8º ANO A

A EVOLUÇÃO TECNOLÓGICA DA MODA

Projeto de pesquisa elaborado para a EXPOAGNES 2023, como parte do requisito na


obtenção da nota dos 3º e 4º períodos. Aprovados por:

_______________________________________________________
Danielle Pereira – Geografia

________________________________________________________
Israel Mendonça – Matemática

________________________________________________________
Flávio Almeida – História

RECIFE
2023
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SUMÁRIO

Introdução:................................................................................................................................4

1 – Desenvolvimento:................................................................................................................4
1.1 Conceito de moda:...........................................................................................................4
1.2 Renascentismo: a novidade de pensamento a e moda juntos:....................................6
1.3 Idade Moderna: Século XV até à Revolução Francesa:..............................................7
1.4 O Período Contemporâneo:.........................................................................................10
1.5 Final do Século XIX, Início do Século XX:.................................................................11
1.6 Moda de 1950 até 1980:................................................................................................15
1.7 De 1990 aos dias atuais:................................................................................................18
1.8 Anos 2000 e novo milênio:............................................................................................19
1.9 A Tecnologia na moda:.................................................................................................20
Conclusão:...............................................................................................................................22

Referências Bibliográficas......................................................................................................24
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Introdução:
A partir da desobediência do homem no Éden passou a existir a indumentária, que é
tudo que cobre ou ornamenta o corpo, como as roupas e os acessórios.
Moda, são roupas e acessórios que mudam de acordo com a cultura, a economia, o
pensamento, e principalmente com a evolução tecnológica da sociedade.
A moda é um reflexo da sociedade. Ela expressa em um determinado período e lugar,
quais os pensamentos e os comportamentos sociais, culturais e econômicos; por isso ela é
temporal e evolui acompanhando a evolução da sociedade ao longo da história da
humanidade.
Portanto, historicamente, o vestuário acompanhou a evolução da humanidade. A
evolução tecnológica da sociedade se reflete no mundo da moda e consequentemente na
indústria têxtil e de acessórios. Assim, o conceito de moda é diferente do conceito de
indumentária. Mas quando surgiu essa ideia de moda e seu conceito?

1 – Desenvolvimento:

1.1 Conceito de moda:


Como dissemos, indumentárias são roupas e acessórios e sua finalidade é somente
cobrir e proteger o corpo, e moda são roupas e acessórios que mudam de acordo com a
cultura, a economia, o pensamento, e principalmente com a evolução tecnológica da
sociedade.
A primeira indumentária utilizada pelo homem foi feita por Deus que utilizou pele de
animais. Com o passar do tempo, o tecido foi utilizado para cobrir o homem. No início, os
tecidos eram feitos utilizando-se o tear; foi descoberto que houve tecido no Peru cerca de
8.000 a.C., e na Europa, no fim da era mesolítica (entre 4.600e 3.200 a.C).

Figura 1

Por volta de 500 a.C e 750 d.C., com o avanço tecnológico, desenvolveu-se na China
ou na Índia a roca onde os fios eram feitos manualmente. Através desse método de fiação
manual surgem tecidos de fibras de origem animal e sintética.

Figura 2
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As roupas que eram usadas na antiguidade evoluíram de uma tanga, uma túnica
drapeada curta e mantos, para roupas acinturadas e ajustadas ao corpo na Idade Média (476
d.C.). A Idade Média se estendeu de 476 d.C. a 1453.
Entre os anos de 1348 e 1350, a peste negra dizimou um terço da população Européia.
Durante esse período, era costume as mulheres usarem o “pregnancy look”, elas vestiam um
travesseiro na barriga, abaixo do vestido, para aparentarem saúde ao ponto de carregarem um
filho no ventre. Os sobreviventes dessa era de trevas prosperaram e tornaram-se-se ricos, a
extravagância ao vestir era a forma usada para demonstrar sua condição financeira. Foi
exatamente nessa época, final do século XIV, que surgiram os primeiros sinais do que hoje
chamamos de moda
No período medieval alto, que vai de 476 d.C. até 1.000 d.C., homens e mulheres
passam a usar roupas relativamente parecidas e que tinham como base uma túnica longa de
linho ou seda, bordada e adornada nas laterais e nos peitos, com uma faixa púrpura e com
mangas longas, refletindo ainda a influência dos trajes da antiguidade. Ademais, a roupa era
composta por uma palla de lã que envolvia o corpo e um capuz chamado mafors, o qual
cobria a cabeça e os ombros.
Se no período da Alta Idade Média a Europa viveu a única preocupação de
sobrevivência, e teve seu pior momento de atraso cultural; no final da Baixa Idade Média e
início do Renascentismo, com o surgimento na nova forma de pensar na cultura, artes,
construções, literatura, avanços na agricultura, e nas navegações, o crescimento urbano e
populacional, e o gosto constante pelas novidades, aparece o conceito de moda.
A palavra moda vem do latim, modus, e significa costume ou hábito. Na metade do
século XV e início do XVI, a palavra mode aparece da França com o sentido de forma de se
vestir e para indicar as mudanças rápidas das vestimentas das camadas aristocráticas e nobres.
Os trajes passaram a diferenciar além dos grupos sociais, também os sexos: calças para os
homens e vestidos para as mulheres.
Porque os nobres não queriam ser copiados pelos menos abastados nasce um ciclo de
criação e cópia onde as roupas dos nobres eram usadas até que fossem copiadas. A moda
passa a ter natureza sazonal (os modelos só duravam até não serem mais copiados).
Moda, como entendemos hoje, portanto, somente se iniciou com o Renascentismo e
porquê houve uma paixão pelo novo com uma constante mudança da aparência; uma mudança
somente pela mudança.

1.2 Renascentismo: a novidade de pensamento a e moda juntos:


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No final do Século XII e até o meio do Século XIV, viveu-se na Europa o período da
Renascença (1.300 d.C. a 1500 d. C). Já vimos que o Renascentismo trouxe mudanças na
forma de pensar e vestir medieval. Saiu-se da devastação da peste negra para uma vida de
luxos.
Em razão do desenvolvimento dos instrumentos de navegações e seu avanço, das
novas rotas marítimas, registradas pela cartografia, e do crescente lucro com o comércio
marítimo, foram introduzidos na Europa, principalmente na Itália, pelas famílias Médici e
Borgias, os tecidos brocados, as sedas, novas técnicas de tingimento e impressão em tecidos,
perfumes, e joias antes nunca vistas.
Assim, mesmo que por interesse em capitais e lucros, a moda renascentista foi levada
da Itália para outros países da Europa. Mas, cada região europeia teve suas próprias
características nos trajes. A moda e a tecnologia se associaram durante a Renascença. A
invenção do pisão (usado para reforçar os fios de tecido), no século XIII, somado ao tear e a
roca triplicaram a produção têxtil.

Figura 3

Esse foi um tempo da história em que os artistas, pintores, escultores, filósofos, poetas,
buscavam entender mais a humanidade, a natureza e o mundo. E por isso, houve uma
redescoberta e uma revalorização das referências culturais, que se refletiu também nas roupas
usadas. Como dito, as roupas serviram como diferenciador social, de sexos e como fator de
valorização da individualidade.
Em meados do século XV/XVI, época do Renascimento, na Europa havia uma roupa
tecida com fios de ouro e seda, também bordada com pedras preciosas e pérolas, essas roupas
faziam parte da herança deixada de mãe para filha, representavam bens preciosos. Receber
uma roupa dessas era sinônimo de segurança financeira. Possuindo um vestido desses, a
mulher, ao passar por uma crise financeira, retirava primeiro as pérolas e vendia, não
resolvendo a sua situação, ela retirava as pedras preciosas e comercializava. Se ainda assim
precisasse de dinheiro, ela queimava o vestido, a parte têxtil virava pó, o ouro derretia e ela
podia então revender as gramas que se formassem. Foi daí que surgiu o termo “investimento”.
De regra, na renascença, os trajes femininos tinham decotes quadrados ou circular que
davam ênfase discreta ao peito; o corpete justo e as saias de pregas largas e generosas
acentuavam o quadril. Eram utilizados como acessórios, um lenço e um leque, e o anel
significava que a dama não precisava realizar os serviços da casa.
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Através da Lei Suntuária, havia restrição de cores, estampas e tecidos para a plebe. Os
trajes femininos da nobreza se tornaram verdadeiras heranças, pois eram costurados com
linhas de fio de ouro e tinham aplicação de pedras preciosas, para poderem ser queimados/
desmanchados e o ouro em pó e as pedrarias serem vendidas em caso de crise financeira da
família.
Para os homens, as roupas eram compostas por uma camisa larga com punhos justos,
chamada chemise, um casaco que podia ir até o joelho, uma espécie de colete chamado de
gibão, ombros almofadados, os calções que iam até os joelhos e diversos tipos de golas.
Haviam ainda as becas e os sapatos que eram de couro, com sola baixa e bico de pato.
Como acessórios eram usados os chapéus achatados e largos, correntes e capas curtas presas
no ombro.

Figura 4

1.3 Idade Moderna: Século XV até à Revolução Francesa:


A Idade Moderna é um período da história compreendido entre os séculos XV e
XVIII. O acontecimento que marcou o início desse período foi a queda do Império Bizantino
e a conquista do Império Turco-Otomano da cidade de Constantinopla, mais precisamente em
1453. De uma forma geral, esse período se apresentou como contrário ao anterior e com o
intuito de retomar as características apresentadas, pela sociedade, na antiguidade greco-
romana, até então considerada como o destaque cultural da humanidade.
Nessa época tiveram início as grandes navegações, por parte dos países europeus, que
possibilitaram as conquistas das terras da América e África. E, consequentemente, o acúmulo
de riquezas, por parte das nações conquistadoras, através da exploração de várias colônias no
mundo inteiro.
Essa nova forma de geração de riqueza, que se apresentou como uma mudança no
estilo econômico, até então baseado na produção agrária e rural, surgiu como um esboço do
que, posteriormente, se tornaria o estilo mercantil e industrial que seria incorporado, de fato,
na Idade Contemporânea.
No que diz respeito à forma de governo, houve uma presença marcante do
absolutismo, com governantes monarcas nos principais países da Europa. Aliado a isso uma
nobreza cortesã que tinha enormes privilégios, o clero ocupava lugar de destaque, uma
burguesia fortalecida muito pela intensificação do comércio e uma classe que não era
considerada como nobre e que era a responsável por pagar impostos. A classe social era
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determinada pelo nascimento e os privilégios herdados. A produção artística teve uma


característica central de colocar o homem e seus atos como o centro.
A Reforma Protestante também foi um acontecimento marcante da Idade Moderna
surgindo em 1517 através de Martinho Lutero, monge que, insatisfeito várias práticas e
questões teológicas defendidas pela Igreja Católica, divulgou 95 teses que se espalharam
rapidamente e deram origem ao Reformismo e, consequentemente, o Protestantismo.
Já no final da Idade Moderna surge o Iluminismo como um movimento intelectual que
buscava defender a razão acima da fé e da religião. Também questionavam o absolutismo e os
privilégios da nobreza e do clero.
Com relação à moda na Idade Moderna, podemos citar que devido às mudanças
ocorridas na sociedade europeia, uma maior abertura impulsionada pelo Iluminismo,
desenvolvimento do comércio e expansões marítimas, houve uma transformação do vestuário
tradicional para a moda. Com o desenvolvimento do comércio e dos bancos, a burguesia se
consolidou e deu-se início a uma certa rivalidade entre nobreza e burguesia. A burguesia tinha
condições de copiar o que a nobreza vestia, essa cópia desagradou os nobres, que por sua vez
procuravam sempre inovar. Isso gerou um ciclo de criação e cópia.
As roupas apresentavam uma representação da anatomia humana baseadas nos ideais
da Grécia antiga, corpo musculoso de ombros largos para os homens e de seios grandes,
cintura marcada e quadril largo para as mulheres. O abandono da linearidade gótica do
período anterior revolucionou a imagem do corpo vestido na arte, influenciando dessa
maneira a moda.
As cidades italianas de Veneza, Florença, Milão, Genova e Luca foram responsáveis
pela elaboração dos tecidos requintados como: os brocados, veludos, cetins e sedas. Nessa
época as cortes europeias estavam bem estabelecidas e notou uma identidade própria de cada
país, no que se refere a hábitos de cobrir o corpo e se enfeitarem. A princípio, as inspirações
vieram das cortes italianas, mas com o passar do tempo tiveram também influências alemãs,
francesas, espanholas e inglesas.
O interesse dos europeus pelos seus próprios trajes e os de outras culturas se deu pelo
aparecimento de livros de moda e publicações na Itália, França e Alemanha, entre 1560 e
1601. A roupa mais marcante do período do Renascimento para o homem foi o Gibão (paletó
atual) com manga ou não, abotoado à frente e com uma basque sobre o calção. Sobre o Gibão
usava-se uma túnica chamada de Jacket. A parte inferior das roupas era composta por calções
bufantes que, ao longo do tempo, foram se encurtando até ficarem bem pequenos. Eram
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usadas meias coloridas para cada perna e representavam o clã que a pessoa pertencia. Nessa
época as roupas femininas eram mais discretas e modestas.
“Uma moda curiosa chamada de landsknecht veio da Alemanha, que podemos traduzir
por talhadas. Foi o hábito de cortar o tecido da roupa em tiras ou em pequenas aberturas nas
quais apareciam as peças de baixo, fosse a chemise usada sob o gibão ou mesmo o tecido que
unia as tiras do calção bufante. Esse detalhe foi comum para ambos os sexos, contudo foi
mais evidente entre os homens (BRAGA, 2011, p.45)”.
As mulheres usavam um vestido denominado de Vertugado, que tinha partes rígidas
para o tronco e da cintura para baixo se abria em formato cônico com armações bastante
rígidas. As mangas eram longas, largas e podiam pender até o chão. Nos cabelos foram
usados adornos como redinhas, pérolas e tranças enroladas sobre a cabeça. Um grande
costume foi acentuar a testa esticando bem os cabelos para trás e até́ mesmo raspando mais
próximo ao alto da face. Era comum o uso de muito perfume sobre o corpo, luvas, meias e
sapatos. Usavam também joias, como correntes pesadas e pedras preciosas.
Tanto nos homens quanto nas mulheres, especialmente para a moda feminina, era
comum um decote acentuado, que com o passar do tempo deu lugar ao rufo bem rente ao
pescoço. O rufo se assemelhava a uma enorme roda, em tecido fino e engomado, que cresceu
tanto que atingiu proporções inimagináveis. O rufo tinha significado de prestígio social.
Através das grandes navegações, trocas de conhecimento e modos de produção,
vieram também a descoberta de novos tecidos. No século XVI a tapeçaria ganha espaço junto
com a nobreza e o estilo das cortes transparecia no requinte da tapeçaria. De uma forma geral,
os tecidos mais usados eram as lãs, linhos, algodão, sedas italianas e o cetim que teve lugar
especial, pois era bastante luxuoso e era usado em modelos para noite, além de serem
admirados por sua classe e caimentos.
Vale destacar que alguns elementos da cultura oriental foram introduzidos na moda
europeia como laços, florais luxuosos, cores exóticas e quimonos. No final do século XVII as
mulheres usavam lenços de tafetá sobre os ombros carregando agasalhos finos feitos de pelo
de animais considerados elegantes na época.
O luxo marcou a sociedade francesa nessa época com vestidos sinos com quase 150
cm de circunferência. Os tecidos clássicos e luxuosos que existiam foram aperfeiçoados,
adornados com mais rendas e pedras preciosas.
Destaca-se ainda o fato de as roupas fazerem parte de uma herança deixada de mãe
para filha como bens preciosos, pois eram tecidas com fios de ouro e seda, além de serem
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bordadas com pedras preciosas e perolas. Além de embelezarem eram tidas como segurança
financeira e poderiam ser utilizadas numa crise para gerar recursos.

Figuras 5, 6, 7 e 8

1.4 O Período Contemporâneo:


Cronologicamente, a Idade Contemporânea iniciou-se com a queda da Bastilha,
acontecimento que iniciou a Revolução Francesa, em 1789. Esse evento é conhecido
historicamente como o que garantiu a ascensão da burguesia e a consolidação do iluminismo,
que pregava a primazia da razão e do estudo científico como forma de garantir-se o
desenvolvimento humano.
Por meio dos ideais iluministas, o mundo presenciou, durante a Idade Contemporânea,
um elevado grau de desenvolvimento científico, e a sociedade, sobretudo a ocidental, passou
por um relativo processo de laicização. Com isso, as questões de Estado desvincularam-se da
Igreja, e o poderio político religioso diminuiu.
O desenvolvimento científico da Idade Contemporânea garantiu a continuidade da
Revolução Industrial e do processo de consolidação do capitalismo. Novas tecnologias
surgiram, o modo de produção tornou-se mais técnico, e os avanços levaram ao surgimento de
itens como automóveis e antibióticos. Por outro lado, a capacidade de destruição da
humanidade aumentou, uma vez que a tecnologia permitiu a criação de armas mais letais.
Do ponto de vista político, a Idade Contemporânea foi o período em que as
monarquias absolutistas se enfraqueceram, sendo substituídas por monarquias constitucionais,
forma de governo que possui mais dispositivos democráticos, e por repúblicas, algumas
democráticas, mas outras autoritárias.
No século XX, os ideais socialistas avançaram, e o primeiro país socialista do mundo
surgiu em 1917, quando os bolcheviques realizaram um golpe e tomaram o poder na Rússia.
Os ideais socialistas expandiram-se para outros países e fizeram com que o mundo se
polarizasse entre nações socialistas e nações capitalistas.

O Período do conforto com elegância


O excesso de privilégios do clero e da nobreza francesas deu origem a Revolução
Francesa, que gerou a Idade Contemporânea. Em 1790, o que valia era vestir-se com conforto,
contrariando os excessos vindos do Rococó. As roupas sofreram influências da vida no
campo.
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Os homens vestiam casacos de caça ingleses, botas, calças, golas altas e lenços no
pescoço.
Figura 9

As mulheres usavam vestidos que lembravam camisolas, com grandes decotes e


recortes de cintura alta logo abaixo dos seios, geralmente de cor clara e de tecidos como
musseline. Quando o vestido era de manga curta, costumavam usar luvas.

Figura 10

O xale foi uma peça muito importante, que vinham da índia, com estampas de
caxemira. Logo os franceses passaram a fabricar seus próprios xales.
Napoleão, que governava a França, tomou decisões que atingiam diretamente a moda
da época. Ele tinha intenção de desenvolver a indústria têxtil em seu país, portanto, proibiu a
importação de musseline. Ele queria incentivar a produção de seda. Nessa época, as damas da
corte não podiam repetir o uso de suas vestimentas em público.
Toda a opulência foi substituída por um vestido simples parecendo uma camisola solta
de cintura alta, em tecidos como musseline ou cambraia. Havia transparência nos vestidos, e
as mulheres usavam malhas apertadas para se protegerem do frio e também evitarem a
exibição de sua silhueta.

1.5 Final do Século XIX, Início do Século XX:


Belle Époque
Chamada de “Belle Époque”, a década de 1890 foi uma década de transição da rígida
era Vitoriana para um novo século com novas liberdades e tecnologias. Foi um período de
revolução industrial, como consequência centros urbanos estavam crescendo e inovações
estavam surgindo.
A eletricidade na confecção das roupas foi algo que impulsionou o mercado, o qual
passou a ter duas vertentes, de um lado a alta costura, do outro imitações do polo
vanguardista. As mulheres passaram a trabalhar mais fora de casa, e a participar mais dos
esportes, uma nova era estava por vir.

Figura 11
13

Essa época também foi marcada pela sofisticação, luxo e glamour. A estética era a Art
Nouveau, flores, pássaros e insetos eram a referência, a marcação das curvas da mulher
também era um traço marcante dessa época, além da ênfase que era dada à fragilidade
feminina, como uma flor, um pássaro delicado. Os espartilhos estavam muito presentes nas
roupas, a cintura da mulher era fortemente estrangulada, dando à mulher uma aparência
semelhante à uma libélula. Esse era o ideal de beleza para a época.
Em relação aos tecidos, no século 19, a lã era usada para trajes masculinos populares
e/ou de uso diário (calças, paletós, meias) e também em trajes femininos na mesma situação
(saias, casacos, meias), além dos trajes de inverno em geral. No século 18, a seda foi utilizada
nos trajes masculinos e femininos de corte, aparecendo também nos coletes dos trajes de
cavalgada e nos stays. O algodão é um tecido relativamente jovem, já que sua popularização
só acontece a partir da metade do século 18, quando as inovações tecnológicas permitiram que
a fibra fosse beneficiada mais rápida, assim como a tecelagem foi acelerada pela invenção dos
teares mecânicos.

Década de 20
Nos anos 20, o mundo estava vivendo uma época pós-guerra e o sentimento de
liberdade e nova era foi uma característica marcante dessa década. As roupas também
refletiam esse sentimento, em especial, nos Estados Unidos e Europa. Foi uma época marcada
por libertinagem, muita bebida e festas. Uma prioridade da moda dos anos 20 era vestir
roupas mais leves, menos apertadas e que deixassem o uso mais confortável. Isso se dá por
alguns aspectos. Os homens foram à guerra e aos poucos as mulheres foram fazendo mais
atividades fora de casa. Ou simplesmente, pela festividade do momento, era desejo estar mais
confortável para correr, andar, dançar e fazer o que quisesse. Nessa época, os espartilhos
foram abandonados. Algo particular dessa época eram as saias com altura precisamente
marcada – as mulheres se ajoelhavam no chão e onde o tecido encostasse no chão, era
marcada a altura da bainha que cobria perfeitamente os joelhos, as meias eram um acessório
indispensável às mulheres. Os vestidos tinham a cintura descentralizada, a qual desce para o
quadril; as roupas são mais retas e não marcam as curvas do corpo. Cabelos curtos também
representavam a liberdade comum ao período e o chapéu cloché era marca nessa época. Os
sapatos tinham uma fina alça, feita com a intenção de prender o sapato no pé evitando que ele
caísse enquanto elas dançavam. A década de 20 foi um período muito importante para a
história, de mudanças significativas, trouxe muita transformação culturas e social, e
consequentemente, na moda também.
14

Figura 12

Década de 30
Em relação à moda, na década de 30 temos dois momentos antagônicos. No início
desse período, devido à queda da bolsa de valores de Nova York em 1929, muitas pessoas
faliram, empresas quebraram e houve também grande desemprego. Em épocas de crise, a
moda se torna menos extravagante e ousada, nessa década, homens e mulheres tinham um
visual mais sério e mais adulto. Porém, as cinturas das roupas voltam para o lugar e a
feminilidade é outra vez característica nessa época, as curvas das mulheres voltam a ser
marcadas, de maneira refinada. Esse período foi bastante difícil devido à crise nos anos
iniciais e a insurreição da 2° Guerra Mundial, em 1939, então, os recursos para glamouralizar
a moda começaram a vir do cinema, com a divulgação de referências de moda através dos
filmes, que investiam na beleza e glamour. Essa estratégia era uma maneira de estimular as
pessoas a trabalharem mais para obterem recursos e saírem daquela crise, a fim de alcançar
novamente aquele padrão representado nas telas. Nessa época, os acessórios e estampas eram
recursos usados para proporcionar uma aparência constante de roupa nova.

Figura 13

Os cabelos femininos curtíssimos da década anterior começam a crescer e eram


penteados com ondas. O comprimento das saias desce para os tornozelos e os vestidos eram
justos e retos. Surge uma grande valorização dos decotes nas costas e, pela primeira vez na
história, saias e vestidos justos nos quadris passam a marcar a silhueta das nádegas. Os
ombros eram destacados, as formas eram inspiradas no período da Antiguidade Clássica.
Luvas, bolero ou capinhas tornaram-se acessórios indispensáveis, o chapéu cloché deu lugar à
boina lateralizada. Para os homens, o vestuário com ar de esnobe surge nessa época, assim
como as roupas com ar de informalidade. O look masculino tinha uma aparência de gângster e
homem de negócios. A mudança mais significativa na moda masculina da época, foi oriunda
de um filme no cinema: “Aconteceu Naquela Noite”. Clark Gable retira a camisa e não há
camiseta por baixo, até então, camisetas eram consideradas roupas de baixo no visual
masculino e a ousadia da ausência dessa peça na cena, fez com que as vendas de camisetas
caíssem drasticamente, influenciando diretamente o hábito de usar a camiseta.
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Foi também nesse período que os saiotes de praia diminuíram, dando origem aos
maiôs. A mulher dessa época deveria ser magra, bronzeada e esportiva. Um acessório que se
tornou moda nos anos 30 foram os óculos escuros. Por outro lado, eram tempos de crise e
materiais mais baratos, como algodão e casimira, passam a ser usados na confecção dos
vestidos da noite. As mulheres costuravam muitas roupas em casa para economizar. Os
tecidos laváveis e os primeiros tecidos sintéticos são criados nessa época, como o cetim e o
nylon, usado na confecção de meias em 1939. Estilistas famosos, como Coco Chanel e
Madeleine Vionnet são deste período. Foi também aqui que nas boutiques surgiram os
primeiros produtos em série, assinados por grandes estilistas.

Década de 40
A década de 40 foi marcada por um período de grande impacto em todas as esferas da
sociedade: a Segunda Guerra mundial. Na Europa, a moda foi terrivelmente impactada pela
ocupação alemã. Paris, até então a capital mundial da moda, viu a maior parte de seus
estilistas emigrando para outras cidades, além de ter o fechamento de famosos maisons.
Ademais, havia regras impostas pelo governo que limitavam a quantidade de tecidos que
podia ser comprado e utilizado, apesar disso, a moda sobreviveu à guerra.

Figura 18

A silhueta do final dos anos 30 permanece até o fim da guerra, meados de 45. A
escassez de tecidos fez com que as mulheres tivessem que reformar suas roupas e utilizar
materiais alternativos, como fibras sintéticas. As mulheres passaram a usar duas peças, como
sais e blusas, que proporcionavam uma versatilidade nas roupas, dando a aparência de roupas
novas, uma vez que elas poderiam misturar as peças. Já os sapatos, têm o aspecto abotinado e
pesado, as plataformas eram muito utilizadas e dentro delas era colocado jornal para esquentar
os pés, já que a escassez do material não permitia a fabricação de meias. Sem a produção de
nylon e seda, as meias foram substituídas por pernas nuas, artificialmente bronzeadas, com
pinturas nas partes de trás, que simulavam uma costura.
Nesta época, as mulheres precisam “preencher” os locais de trabalho dos homens, que
estão na guerra. Para esse contexto, cabelos sempre presos com redinha. Turbantes e lenços
também passam a ser identidade de moda. Em 1946, Louis Reard lançou uma novidade: o
biquini, que recebeu esse nome porque a notícia do momento estava no Pacífico Sul, no atol
de Bikini (os EUA estavam fazendo testes nucleares naquele local). Supunha-se naquela
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época, que uma mulher de bikini teria um efeito como uma “bomba atômica”. No início, as
mulheres rejeitaram o uso de duas peças tão pequenas, mais uma vez, o cinema teve um papel
fundamental ao trazer a imagem de “normalidade” à peça como instrumento de sedução.
Após o fim da guerra, em 1947, dá-se o início um movimento novo de glamourização
da moda mundial, surge a Dior com opulência e ostentação de tecidos. Como já vimos
anteriormente, após períodos de escassez, é natural que haja uma grande busca pela
extravagância. A princípio, a proposta trazida por Dior foi rejeitada, porém, ele agiu como
gênio da moda, observando a sociedade e percebendo qual seria o desejo dela, ele antecipou o
que a sociedade queria, antes mesmo de ela se dar conta disso. Em pouco tempo a moda
trazida por Dior foi abraçada e aclamada. Além do volume de tecido, ele trouxe a cintura
bem-marcada, saias rodadas e compridas, luvas e sapatos de salto alto e bico fino, além da
volta marcante das meias-calças.

Figura 19

Os trajes masculinos também foram afetados pelos impactos da guerra, depois desse
período, os alfaiates passaram a produzir trajes que imitavam a era Eduardiana: paletós
compridos e justos, abotoados até o pescoço. Calças apertadas e chapéu coco com abas
viradas. Os homens estavam livres das fardas, os ternos escuros tornaram-se menos formais e
era permitido trabalhar com calças mais esportivas.

1.6 Moda de 1950 até 1980:


1950
Nos anos 50 o cenário de guerra, predominante na maior parte da década anterior,
muda radicalmente. Nesse contexto, a moda renasce. O glamour e a feminilidade ressurgem, a
oferta de tecidos é retomada. A elegância está de volta e um novo e glorioso momento fashion
nasce: a era de ouro da moda (1947-1957). O momento econômico era de crescimento e
expansão e o consumismo era estimulado, nessa década aconteceu a maior transformação da
moda da história. Foi aí que as grifes de alta costura se tornaram marcas mundialmente
conhecidas, até os dias atuais.
As roupas se avolumam e retomam sua importância na sociedade. Saltos altos, luvas,
joias e acessórios de luxo estão em evidência. A saia midi é ovacionada, a ênfase à
feminilidade é a marca registrada desse período. As roupas femininas eram projetadas para
lembrar às mulheres que elas eram mulheres, com cintura marcada, quadris e busto
17

valorizado. A feminilidade do New Look fazia moda ser repleta de anáguas, que eram
necessárias para dar o caimento ideal às saias rodadas. As saias e vestidos eram alegres,
coloridos, de estampas abstratas ou flores, manchas, xadrez ou listrado. Nessa mesma época,
as mulheres nos EUA também começam a usar calças pela primeira vez, as calças estilo
cigarette eram usadas especialmente por mulheres jovens. Já na Europa, é um grande
momento para a alta costura, com valorização do colo em decotes tomara que caia e blusas e
vestidos com ombros à mostra. Os óculos de gatinho viraram referência nesta época,
tornando-se famosos nos rostos de grandes ícones da moda: Audrey Hepburn e Grace Kelly.
Vale ressaltar que nesta época, a moda era extremamente ditatorial, você se vestia para
mostrar que fazia parte de determinado grupo social, determinada classe. Até essa década, a
moda vinha de cima para baixo, era a alta costura que ditava a moda e o comportamento

1960
Foi um período marcado pela rebeldia e liberdade. Uma época caracterizada pela
contestação de valores culturais. Pode-se dizer que os anos 60 quebraram o formalismo e os
padrões de se vestir de décadas anteriores. Com as mulheres ocupando cada vez mais espaço
na sociedade, a moda dos anos 60 refletiu essa atitude. Nessa época, muitas peças utilizadas
apenas pelos homens até então passaram a ser unissex. Outra característica marcante da época
foram as roupas cheias de linhas regulares, formas geométricas e estampas. Como a ideia era
ousar e ser quem você quisesse, peças que trouxessem algum diferencial eram bem-vistas. A
contracultura dos jovens foi o elemento mais marcante deste período, no final dele, a partir do
Festival de Woodstock (1969) com sexo, drogas e Rock’n Roll livres, foi introduzida também
a moda hippie.
Estampas de formas regulares e listras passaram a ser uma marca registrada desse
período, assim como a utilização de minissaias pela juventude rebelde. As saias de 30 cm de
comprimento eram usadas com camisetas justas e botas altas. O fato de as mulheres revelarem
pela primeira vez seus joelhos e coxas trazia a elas um ar de rebeldia e emancipação. A calça
Hot Pants também foi introduzida aqui e segue sendo utilizada até os dias atuais. Os vestidos
que tinham modelagens retas e geométricas, chamados modelos trapézio (barra da saia mais
aberta, mais ampla) e o vestido tubinho também se destacaram na moda anos 60. A forma de
se vestir se tornava cada vez mais ligada ao comportamento. Também houve a introdução da
moda futurista, por causa da chegada do homem à lua, isso também se refletiu no vestuário,
com tecidos laminados e que faziam alusão ao futuro.
18

A estilista que liderou o caminho no "terremoto juvenil" foi Mary Quant, que abriu
sua primeira loja, Bazaar, na King's Road, em Chelsea, Londres, em 1955. Os designs simples
e coloridos de Quant atraíam adolescentes e jovens que tinham mais renda disponível do que
qualquer geração anterior.
Um Ícone duradouro dos anos 1950 e 60, a estrela de cinema Audrey Hepburn
abraçou a progressão da moda dos anos sessenta até a estética hippie da última parte da
década. No início dos anos 1960, Hepburn usava ternos femininos de saia estilo Jackie
Kennedy. Em meados dos anos sessenta, Hepburn começou a usar estilos mais "Mod" com
cores brilhantes e minivestidos trabalhando seu caminho em seu guarda-roupa.

Figura 16

Moda masculina:
Assim como a moda feminina se tornou mais casual e colorida ao longo da década de
1960, a moda masculina também. Em meados da década de 1960, até o próprio traje estava
passando por mudanças. Ternos listrados ou estampados foram usados por jovens ousados,
enquanto até mesmo as calças e a jaqueta não escaparam do novo estilo.
A partir de meados da década de 1960, a moda masculina foi influenciada por
elementos militares, com muitas das influências do rock contribuindo para sua popularidade.
As roupas masculinas, na época, ficaram mais coladas ao corpo, o uso do jeans se tornou mais
e mais frequente, e as jaquetas passaram a fazer parte do look extravagante, que estava em
alta. Além disso, a barba já não era feita diariamente, e os cabelos dos homens passaram do
curto ao comprido, sempre em referência aos grandes artistas da música e do cinema.
Os novos materiais (metal, plástico e acrílico) e as estampas geométricas e curvilíneas,
estiveram presentes em toda a década, na moda e nas artes.

1970:
Os anos 70 são uma continuação da contracultura dos anos 60, com a juventude
Hippie quebrando os padrões de comportamentos tradicionais. Herança do Festival de
Woodstock (1969), nos USA, que reuniu centenas de milhares de jovens para ouvirem os
ícones da música POP, a cultura Hippie domina a moda e o comportamento na década de 70.
A moda nessa época é jovem, marcada por estampas e trabalhos artesanais nas
roupas. Houve uma grande expansão na experimentação de materiais, além da exploração de
diversas cores, formas e texturas. As estampas multicoloridas, as franjas, as roupas com
19

inspiração indiana e a entrada da camurça no vestuário são a maior prova disso. A


excentricidade era item marcante dessas roupas. Além dos hippies, também foi época da
cultura psicodélica, o primeiro grupo usava roupas com muitos componentes artesanais, já o
segundo, abusava de cores mais ácidas e acessórios coloridos e com muito acrílico. Além
desses dois estilos, tivemos também o glam, abreviação de glamour, com brilho como
característica principal. O jeans passa a ser bastante utilizado, em especial pelo público
feminino, quando ele passa a ser uma realidade de moda. As calças boca-de-sino passaram a
estar em alta. Um visual diferente de tudo o que já havia sido visto, e sucesso absoluto no
vestuário de homens e mulheres. Os anos 70 eram conhecidos pelo seu amor ao exagero, e
isso se reflete nos acessórios da época. Óculos de sol oversized, maxi brincos, pulseiras largas
e chapéus extravagantes eram escolhas populares
Se a moda dos anos 1970 tivesse que ser resumida em um acessório, seria o lenço. Das
belezas com estampa paisley da era da paz, aos turbantes brilhantes da cena do Studio 54, a
década de 1970 foi dominada pelos lenços de cabeça. Envolvidos na cabeça e enfeitados com
broches raros e joias requintadas, os turbantes eram a última moda da época, em cores
ousadas e maquiagem esfumada nos olhos.
Essa década marcada na história como um dos períodos mais revolucionárias de todos
os tempos. E na moda não foi diferente.

Figura 17

1980:
Na história mundial, os anos 80 se notabilizaram pelo fim da Guerra Fria e pela queda
do muro de Berlim. No Brasil, o fim da Ditadura e a abertura democrática inauguraram um
novo momento na vida política e social do país.
Já na moda, a década de 80 ficou marcada por apostar no exagero e na extravagância.
Seja no colorido dos looks, ou nos visuais com um quê de ousadia, o legado daquela época
deixou muitas inovações. Esse período também foi marcado com roupas esportivas estilosa,
foi uma época de grande incentivo aos exercícios físicos. Havia muita cor, ombreiras,
bordados. O volume na região do ombro era claro. O casamento do príncipe e da princesa
Diana, em 1981, fez alusão a isso, quando no vestido na noiva se viram enormes mangas
bufantes, super volumosas. As ombreiras traziam uma mensagem de poder.

Figura 18 e 19
20

1.7 De 1990 aos dias atuais:


Para podermos analisar a moda nesse período é necessário que entendamos o contexto
vivenciado, uma vez que a moda reflete o comportamento e os costumes de cada época.
O final da guerra fria, o colapso da União Soviética e o crescimento da globalização,
da tecnologia e do capitalismo trazem muitos impactos para sociedade, e isso também se
reflete na moda. A expansão da internet irá influenciar fortemente a moda, esse período é
marcado por grandes avanços tecnológicos.

Uma nova era da moda – 1990:


Diante de grandes avanços na área digital, inicia-se uma fase mais tecnológica da
moda, onde os tecidos sintéticos, tecidos mais leves e materiais como microfibras começaram
a ganhar mais espaço no mercado consumidor. Ao contrário das roupas da década anterior, as
roupas começaram com um novo estilo, mais minimalista e leve. Agora, a rua passou a ditar o
que estaria na passarela e assim a moda se espalhou e se pluralizou, tendo então um novo
lema como referência: “seja você mesmo.” Graças ao avanço da internet e a expansão dos
computadores, as pessoas começaram a copiar os looks de filmes e artistas, principalmente os
jovens; surgem também subculturas que tinham seus estilos particulares, como os Grunge,
Cybers e Clubber, cada um desses novos estilos, sempre de acordo com os ideais de cada
grupo social representado. Um exemplo de item típico nesses grupos é o jeans desconstruído e
as calças rasgadas.

Características da roupa da época:


Roupas leves, sem grande extravagância, valorizando o despojado e minimalista.
Outra característica, é que a moda começou a mudar um pouco, se tornando cada vez mais
feminina. Peças oversize também compunham a moda nesse momento.

Figura 20

Marcas, desfiles e modelos:


Assim se abriu caminho para grandes nomes de modelos como Linda Evangelista,
Naomi Campbell, Cindy Crawford e Christy Turlington, essas fizeram parte de um marcante
21

desfile para a Versace em 1991. Logo em seguida vem uma marcante coleção da Chanel em
1994 que trouxe patins e bermudas largas para as ruas.
A moda ganhou suas sedes no mundo como: Paris, São Paulo, Londres, Milão e Nova
York.

1.8 Anos 2000 e novo milênio:


O novo milênio se inicia e alguns acontecimentos impactam a história, a economia
estabiliza até 2007 e os avanços tecnológicos trazem a consolidação da internet e da
informação, mudando um pouco o cenário histórico e social. Em 2008 inicia-se uma crise
económica a nível global que também impacta na área da moda. Ideais de quebra de regras
começam a se espalhar.

A moda nesse período:


Esses novos ideais atingem em cheio as passarelas e tapetes vermelhos, causando uma
nova onda na moda, que foi muito criticada por ter sido uma das décadas de mais mau gosto.
As roupas da década de 2000 são marcadas pelo péssimo estilo e tinham características
infantis contendo strass, glitter e bordados. A partir desse período, a moda varia muito,
proporcionando uma verdadeira mudança e, nos dias atuais, a rua dita a moda e cada
indivíduo tem seu próprio estilo; isso é bem diferente do que vimos no passado, roupas
determinadas por classe sociais e a moda ditada pela alta costura. É nesse momento que surge
a polêmica da calça de cintura baixa. Alguns artistas influenciaram bastante a moda nesse
período, como: Britney Spears e Justin Timberlake, usando looks com esse tipo de jeans, no
American Music Award.

Figura 21

1.9 A Tecnologia na moda:


A tecnologia está presente em todos os campos e na moda não é diferente, sendo
conhecida nessa área como Tech Fashion ou Tecnologia vestível e cuja pretensão é olhar para
o que vestimos ou usamos diariamente e transformar em algo novo ou diferente, utilizando
roupas com itens eletrônicos, impressão 3D, sensores, biotecidos e outras formas de
inovações.
22

Mesmo sabendo que a tecnologia surgiu na primeira revolução industrial e o conceito


da moda, que deixou de ser indumentária, surgiu em meados do fim da idade média, não
podemos dizer ao certo quando foi essa fusão, mas sabemos que uma auxilia a outra
caminhando juntas para as necessidades que o mercado consumidor busca; assim como a
moda, a tecnologia é um retrato da sociedade. Nas duas últimas décadas os avanços
tecnológicos na área da moda foram surpreendentes. Os impactos da tecnologia na moda vão
desde a confecção de tecidos, até aos meios de entrega.

Figura 22

As principais inovações aplicadas na moda:


Esses impactos variam desde tecidos com proteção até nanochips de tecnologia NFTs
e artigos de inteligência artificial.. Hoje existem tecidos tecnológicos criados a partir de fibras
sintéticas que podem conter muitas propriedades como: Anti-UV, Anti- Chamas, Anti-
Manchas, Anti- Bacteriano, Impermeável, Impressão 3D, Lavagens tecnológicas… Há pouco,
a primeira impressão de roupa 3D foi feita por uma empresa de tech fashion israelense, criada
pela estilista Danit Peleg. Outra grande novidade tem sido o óculos digital com parcerias da
google; temos também as roupas de ginásticas produzidas pela Becca McCharen, criadora da
Chromat, que fabrica roupas de ginstica tecnológicas para Beyoncé e Madonna, colocando
mecanismos como de pequenas aberturas para quando a temperatura do corpo resfriar não
alterar o desempenho esportivo do usuário: “Em breve, a roupa deve ser capaz de captar
frequência cardíaca, temperatura, padrões respiratórios, stress, níveis de ar, ter GPS, e ser
capaz de adaptar e reagir de acordo com os dados captados.” diz Becca; A tech fashion
começará a entregar, nos próximos anos, tecidos inteligentes, regenerativos e amigáveis ao
meio ambiente, fornecendo ao usuário dados como locomoção, exposição UV, sinais vitais e
interações com games, empresas, autoridades e o que mais o usuário permitir.

Grandes nomes no ramo de tecnologia vestível


Dentre as inúmeras inovações na Fashion Tech, podemos destacar a Thesis Shoes, que
está inovando há 3 anos com seus sapatos inteligentes de salto alto, com um detalhe que faz
toda a diferença: eles são projetados para que os pés não sejam torturados. Em estudos entre
moda e ciência, com a designer Dolly Singh, um engenheiro Aeroespacial, um cirurgião
especialista em reconstrução de pés e tornozelos e um especialista em Biomecânica, nasceu a
Thesis LIFT, uma arquitetura própria da empresa para criar sapatos através da engenharia
23

estrutural e com a tecnologia de materiais avançados, provando que o LIFT diminui a pressão
sobre os pés, melhora o equilíbrio e reduz a fadiga”.
A estrela dos últimos tempos, os tecidos do futuro. A Pyrates desenvolveu um tecido
inteligente e premium, um material tecnológico baseado em luxo e tecnologia. O nome dele é
Smart Fabric, é composto de proteína natural e 18 tipos de aminoácidos, traduzindo, o tecido
beneficia a pele e o corpo a partir de seus componentes ativos que curam, acalmam e cuidam
do corpo, inclusive esses benefícios foram certificados por cientistas de vários Institutos
Europeus. Como isso acontece? O Smart Fabric reage a temperaturas extremas, pressões e
alterações do ph da pele, e emite naturalmente íons negativos com efeito calmante,
melhorando a circulação sanguínea e estimulando o sistema imunológico através da emissão
de infravermelhos. O têxtil também é capaz de manter uma proteção alta (UPF 50) de UV,
regenerar e manter o nível de elasticidade da pele’.
Avery Dennison é um dos principais fabricantes de vestuário e calçados no mundo, e a
start-up londrina EVRTHING é especialista em conectividade IoT (Internet das Coisas).
Trabalhando em parceria, o projeto das empresas é alcançar uma produção em torno de 10
bilhões de produtos, divididos entre roupas e calçados inteligentes em pouco tempo.
Já a Adidas surpreende sempre com seus lançamentos sustentáveis e tecnológicos.
Recentemente conhecemos o Futurecraft 4D, um tênis de alto desempenho que não precisa de
protótipos ou moldagem tradicional para ser desenvolvido. Através de projeção de luz digital,
óptica permeável ao oxigênio e resinas líquidas programáveis, o calçado é projetado, gerando
um produto polimérico, de alto desempenho e duradouro.
Outra famosa nesse ramo é a Unmade, que usa o poder da codificação de máquina
para fazer tricô a moda antiga, personalizado com tecnologia de ponta, impressos em 3D. São
produtos únicos feitos a partir da plataforma Unmade, em que o consumidor personaliza a
peça digitalmente e então o produto é “impresso”.
Na última semana de moda de Paris, a Coperni vestiu a modelo Bella Hadid com um
tecido pulverizável, ou melhor, um vestido de tinta. A modelo entrou na passarela seminua,
recebeu uma tinta branca em spray sobre o corpo na passarela e, segundos depois, o que era
líquido transformou-se em tecido. O composto é chamado Fabrican, um líquido que contém
algodão ou fibras sintéticas misturado a uma solução pomérica, que evapora e torna-se sólida
ao tocar o corpo — por isso o nome tecido pulverizável.

Figura 23
24

Conclusão:
A partir dessas informações podemos concluir que os acontecimentos ao longo do
tempo foram muito significativos para a história da moda e o desenvolvimento tecnológico
dela. Houve uma época da história em que a sociedade era dividida entre dois tipos de
pessoas: aquelas que se vestiam de acordo com o padrão da moda vigente, ou as pessoas que
não pertenciam a esse conceito, aquelas que não utilizavam roupas e acessórios ditados pela
moda. Até o fim do século XIX era dificílimo se vestir, muitos botões, tecidos e volumes, mas
isso muda devido aos movimentos econômicos, sociais e culturais que estimulam tais
mudanças.
Ao longo dos anos esse padrão foi sendo modificado e, atualmente, as ruas são as
grandes responsáveis por ditar a moda. A moda sempre acompanhou a sociedade e com o
boom da tecnologia e da internet a moda também se modificou tecnologicamente, tornando-se
mais digital. Nessa nova era tecnológica, moda e inovações buscam unir conforto,
modernidade e bem-estar para seus clientes.
Vale salientar ainda, que embora na área tecnológica a moda esteja avançando cada
vez mais, na questão da estética a moda vem sofrendo uma deterioração, sendo perceptível
nos últimos anos uma desvalorização do belo e virtuoso, como visto nos últimos e polêmicos
desfiles das famosas Balenciaga e Adidas.
Assim como tudo neste mundo, nós, cristãos, devemos olhar para todas as coisas a
partir de uma cosmovisão cristã. Deus dotou o homem de sabedoria e conhecimento, encheu-o
de dons e o habilitou a criar coisas belas e morais, inspiradas na beleza, na alegria, na pureza e
no amor. A graça comum permite a homens ímpios produzirem também coisas boas e
admiráveis, roupas e acessórios que podemos usar e vestir e que vão exaltar a beleza do
Criador. É por causa dessa graça que a tecnologia avança e nos abençoa, encanta e
surpreende.
Da mesma forma, precisamos entender que o pecado alcançou todas as áreas deste
mundo, inclusive a moda. E é por causa do pecado que vemos essa degradação das
vestimentas, é por causa do pecado que a pureza e a moralidade têm sido substituídas pela
sensualidade e imoralidade; é por causa do pecado que o belo e alegre tem sido trocado pelo
feio, depressivo e grosseiro. É por causa do pecado que a tecnologia maravilhosa também tem
sido usada para fazer e propagar o mal.
25

Como bons cristãos, precisamos pedir discernimento ao Senhor para enxergar essas
diferenças; precisamos de sabedoria do Alto para vestirmos uma moda que glorifique Àquele
que tudo criou.

Figuras 24 e 25
26

Anexos:

Figura 1 – Tear medieval

Figura 2 – Moda na alta idade média


27

Figura 3 – Moda feminina Renascimento

Figura 4 – Moda masculina Renascimento


28

Figura 5 - Moda no Renascimento

Figura 6 – Rainha Elizabeth I


29

Figura 7 – Tecido de seda

Figura 9 – Vestido com pedras preciosas e ouro


30

Figura 9 – Moda masculina Figura 10 – Moda feminina


Idade Contemporânea Idade Contemporânea

Figura 11 – Placa de moda 1889

Figura 12- Vestidos 1920


31

Figura 13 – Vestido década de 30

Figura 14 – Vestido década de 40

Figura 15 – Vestido década de 50


32

Figura 16 – Anos 60

Figura 17 – Anos 70

Figura 18 – Anos 80
33

Figura 19 – Casamento de Lady Di


Década de 80

Figura 20 – Moda anos 90

Figura 21 – Moda anos 2000


34

Figura 22 – Roupa tecnológica que aumenta a


Mobilidade

Figura 23 _ Vestido tecnológico feito com tinta spray

Figura 24 – Campanha da Balenciaga estimulando a


Pedofilia
35

Figura 25 – Desfile da
Schiaparelli
36

Referências Bibliográficas

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Conheça a história da moda, sua origem e a evolução pelos séculos – 2022. Disponível em:
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