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ENSINO FUNDAMENTAL II
RECIFE
2023
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RECIFE
2023
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Danielle Pereira – Geografia
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Israel Mendonça – Matemática
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Flávio Almeida – História
RECIFE
2023
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SUMÁRIO
Introdução:................................................................................................................................4
1 – Desenvolvimento:................................................................................................................4
1.1 Conceito de moda:...........................................................................................................4
1.2 Renascentismo: a novidade de pensamento a e moda juntos:....................................6
1.3 Idade Moderna: Século XV até à Revolução Francesa:..............................................7
1.4 O Período Contemporâneo:.........................................................................................10
1.5 Final do Século XIX, Início do Século XX:.................................................................11
1.6 Moda de 1950 até 1980:................................................................................................15
1.7 De 1990 aos dias atuais:................................................................................................18
1.8 Anos 2000 e novo milênio:............................................................................................19
1.9 A Tecnologia na moda:.................................................................................................20
Conclusão:...............................................................................................................................22
Referências Bibliográficas......................................................................................................24
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Introdução:
A partir da desobediência do homem no Éden passou a existir a indumentária, que é
tudo que cobre ou ornamenta o corpo, como as roupas e os acessórios.
Moda, são roupas e acessórios que mudam de acordo com a cultura, a economia, o
pensamento, e principalmente com a evolução tecnológica da sociedade.
A moda é um reflexo da sociedade. Ela expressa em um determinado período e lugar,
quais os pensamentos e os comportamentos sociais, culturais e econômicos; por isso ela é
temporal e evolui acompanhando a evolução da sociedade ao longo da história da
humanidade.
Portanto, historicamente, o vestuário acompanhou a evolução da humanidade. A
evolução tecnológica da sociedade se reflete no mundo da moda e consequentemente na
indústria têxtil e de acessórios. Assim, o conceito de moda é diferente do conceito de
indumentária. Mas quando surgiu essa ideia de moda e seu conceito?
1 – Desenvolvimento:
Figura 1
Por volta de 500 a.C e 750 d.C., com o avanço tecnológico, desenvolveu-se na China
ou na Índia a roca onde os fios eram feitos manualmente. Através desse método de fiação
manual surgem tecidos de fibras de origem animal e sintética.
Figura 2
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As roupas que eram usadas na antiguidade evoluíram de uma tanga, uma túnica
drapeada curta e mantos, para roupas acinturadas e ajustadas ao corpo na Idade Média (476
d.C.). A Idade Média se estendeu de 476 d.C. a 1453.
Entre os anos de 1348 e 1350, a peste negra dizimou um terço da população Européia.
Durante esse período, era costume as mulheres usarem o “pregnancy look”, elas vestiam um
travesseiro na barriga, abaixo do vestido, para aparentarem saúde ao ponto de carregarem um
filho no ventre. Os sobreviventes dessa era de trevas prosperaram e tornaram-se-se ricos, a
extravagância ao vestir era a forma usada para demonstrar sua condição financeira. Foi
exatamente nessa época, final do século XIV, que surgiram os primeiros sinais do que hoje
chamamos de moda
No período medieval alto, que vai de 476 d.C. até 1.000 d.C., homens e mulheres
passam a usar roupas relativamente parecidas e que tinham como base uma túnica longa de
linho ou seda, bordada e adornada nas laterais e nos peitos, com uma faixa púrpura e com
mangas longas, refletindo ainda a influência dos trajes da antiguidade. Ademais, a roupa era
composta por uma palla de lã que envolvia o corpo e um capuz chamado mafors, o qual
cobria a cabeça e os ombros.
Se no período da Alta Idade Média a Europa viveu a única preocupação de
sobrevivência, e teve seu pior momento de atraso cultural; no final da Baixa Idade Média e
início do Renascentismo, com o surgimento na nova forma de pensar na cultura, artes,
construções, literatura, avanços na agricultura, e nas navegações, o crescimento urbano e
populacional, e o gosto constante pelas novidades, aparece o conceito de moda.
A palavra moda vem do latim, modus, e significa costume ou hábito. Na metade do
século XV e início do XVI, a palavra mode aparece da França com o sentido de forma de se
vestir e para indicar as mudanças rápidas das vestimentas das camadas aristocráticas e nobres.
Os trajes passaram a diferenciar além dos grupos sociais, também os sexos: calças para os
homens e vestidos para as mulheres.
Porque os nobres não queriam ser copiados pelos menos abastados nasce um ciclo de
criação e cópia onde as roupas dos nobres eram usadas até que fossem copiadas. A moda
passa a ter natureza sazonal (os modelos só duravam até não serem mais copiados).
Moda, como entendemos hoje, portanto, somente se iniciou com o Renascentismo e
porquê houve uma paixão pelo novo com uma constante mudança da aparência; uma mudança
somente pela mudança.
No final do Século XII e até o meio do Século XIV, viveu-se na Europa o período da
Renascença (1.300 d.C. a 1500 d. C). Já vimos que o Renascentismo trouxe mudanças na
forma de pensar e vestir medieval. Saiu-se da devastação da peste negra para uma vida de
luxos.
Em razão do desenvolvimento dos instrumentos de navegações e seu avanço, das
novas rotas marítimas, registradas pela cartografia, e do crescente lucro com o comércio
marítimo, foram introduzidos na Europa, principalmente na Itália, pelas famílias Médici e
Borgias, os tecidos brocados, as sedas, novas técnicas de tingimento e impressão em tecidos,
perfumes, e joias antes nunca vistas.
Assim, mesmo que por interesse em capitais e lucros, a moda renascentista foi levada
da Itália para outros países da Europa. Mas, cada região europeia teve suas próprias
características nos trajes. A moda e a tecnologia se associaram durante a Renascença. A
invenção do pisão (usado para reforçar os fios de tecido), no século XIII, somado ao tear e a
roca triplicaram a produção têxtil.
Figura 3
Esse foi um tempo da história em que os artistas, pintores, escultores, filósofos, poetas,
buscavam entender mais a humanidade, a natureza e o mundo. E por isso, houve uma
redescoberta e uma revalorização das referências culturais, que se refletiu também nas roupas
usadas. Como dito, as roupas serviram como diferenciador social, de sexos e como fator de
valorização da individualidade.
Em meados do século XV/XVI, época do Renascimento, na Europa havia uma roupa
tecida com fios de ouro e seda, também bordada com pedras preciosas e pérolas, essas roupas
faziam parte da herança deixada de mãe para filha, representavam bens preciosos. Receber
uma roupa dessas era sinônimo de segurança financeira. Possuindo um vestido desses, a
mulher, ao passar por uma crise financeira, retirava primeiro as pérolas e vendia, não
resolvendo a sua situação, ela retirava as pedras preciosas e comercializava. Se ainda assim
precisasse de dinheiro, ela queimava o vestido, a parte têxtil virava pó, o ouro derretia e ela
podia então revender as gramas que se formassem. Foi daí que surgiu o termo “investimento”.
De regra, na renascença, os trajes femininos tinham decotes quadrados ou circular que
davam ênfase discreta ao peito; o corpete justo e as saias de pregas largas e generosas
acentuavam o quadril. Eram utilizados como acessórios, um lenço e um leque, e o anel
significava que a dama não precisava realizar os serviços da casa.
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Através da Lei Suntuária, havia restrição de cores, estampas e tecidos para a plebe. Os
trajes femininos da nobreza se tornaram verdadeiras heranças, pois eram costurados com
linhas de fio de ouro e tinham aplicação de pedras preciosas, para poderem ser queimados/
desmanchados e o ouro em pó e as pedrarias serem vendidas em caso de crise financeira da
família.
Para os homens, as roupas eram compostas por uma camisa larga com punhos justos,
chamada chemise, um casaco que podia ir até o joelho, uma espécie de colete chamado de
gibão, ombros almofadados, os calções que iam até os joelhos e diversos tipos de golas.
Haviam ainda as becas e os sapatos que eram de couro, com sola baixa e bico de pato.
Como acessórios eram usados os chapéus achatados e largos, correntes e capas curtas presas
no ombro.
Figura 4
usadas meias coloridas para cada perna e representavam o clã que a pessoa pertencia. Nessa
época as roupas femininas eram mais discretas e modestas.
“Uma moda curiosa chamada de landsknecht veio da Alemanha, que podemos traduzir
por talhadas. Foi o hábito de cortar o tecido da roupa em tiras ou em pequenas aberturas nas
quais apareciam as peças de baixo, fosse a chemise usada sob o gibão ou mesmo o tecido que
unia as tiras do calção bufante. Esse detalhe foi comum para ambos os sexos, contudo foi
mais evidente entre os homens (BRAGA, 2011, p.45)”.
As mulheres usavam um vestido denominado de Vertugado, que tinha partes rígidas
para o tronco e da cintura para baixo se abria em formato cônico com armações bastante
rígidas. As mangas eram longas, largas e podiam pender até o chão. Nos cabelos foram
usados adornos como redinhas, pérolas e tranças enroladas sobre a cabeça. Um grande
costume foi acentuar a testa esticando bem os cabelos para trás e até́ mesmo raspando mais
próximo ao alto da face. Era comum o uso de muito perfume sobre o corpo, luvas, meias e
sapatos. Usavam também joias, como correntes pesadas e pedras preciosas.
Tanto nos homens quanto nas mulheres, especialmente para a moda feminina, era
comum um decote acentuado, que com o passar do tempo deu lugar ao rufo bem rente ao
pescoço. O rufo se assemelhava a uma enorme roda, em tecido fino e engomado, que cresceu
tanto que atingiu proporções inimagináveis. O rufo tinha significado de prestígio social.
Através das grandes navegações, trocas de conhecimento e modos de produção,
vieram também a descoberta de novos tecidos. No século XVI a tapeçaria ganha espaço junto
com a nobreza e o estilo das cortes transparecia no requinte da tapeçaria. De uma forma geral,
os tecidos mais usados eram as lãs, linhos, algodão, sedas italianas e o cetim que teve lugar
especial, pois era bastante luxuoso e era usado em modelos para noite, além de serem
admirados por sua classe e caimentos.
Vale destacar que alguns elementos da cultura oriental foram introduzidos na moda
europeia como laços, florais luxuosos, cores exóticas e quimonos. No final do século XVII as
mulheres usavam lenços de tafetá sobre os ombros carregando agasalhos finos feitos de pelo
de animais considerados elegantes na época.
O luxo marcou a sociedade francesa nessa época com vestidos sinos com quase 150
cm de circunferência. Os tecidos clássicos e luxuosos que existiam foram aperfeiçoados,
adornados com mais rendas e pedras preciosas.
Destaca-se ainda o fato de as roupas fazerem parte de uma herança deixada de mãe
para filha como bens preciosos, pois eram tecidas com fios de ouro e seda, além de serem
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bordadas com pedras preciosas e perolas. Além de embelezarem eram tidas como segurança
financeira e poderiam ser utilizadas numa crise para gerar recursos.
Figuras 5, 6, 7 e 8
Os homens vestiam casacos de caça ingleses, botas, calças, golas altas e lenços no
pescoço.
Figura 9
Figura 10
O xale foi uma peça muito importante, que vinham da índia, com estampas de
caxemira. Logo os franceses passaram a fabricar seus próprios xales.
Napoleão, que governava a França, tomou decisões que atingiam diretamente a moda
da época. Ele tinha intenção de desenvolver a indústria têxtil em seu país, portanto, proibiu a
importação de musseline. Ele queria incentivar a produção de seda. Nessa época, as damas da
corte não podiam repetir o uso de suas vestimentas em público.
Toda a opulência foi substituída por um vestido simples parecendo uma camisola solta
de cintura alta, em tecidos como musseline ou cambraia. Havia transparência nos vestidos, e
as mulheres usavam malhas apertadas para se protegerem do frio e também evitarem a
exibição de sua silhueta.
Figura 11
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Essa época também foi marcada pela sofisticação, luxo e glamour. A estética era a Art
Nouveau, flores, pássaros e insetos eram a referência, a marcação das curvas da mulher
também era um traço marcante dessa época, além da ênfase que era dada à fragilidade
feminina, como uma flor, um pássaro delicado. Os espartilhos estavam muito presentes nas
roupas, a cintura da mulher era fortemente estrangulada, dando à mulher uma aparência
semelhante à uma libélula. Esse era o ideal de beleza para a época.
Em relação aos tecidos, no século 19, a lã era usada para trajes masculinos populares
e/ou de uso diário (calças, paletós, meias) e também em trajes femininos na mesma situação
(saias, casacos, meias), além dos trajes de inverno em geral. No século 18, a seda foi utilizada
nos trajes masculinos e femininos de corte, aparecendo também nos coletes dos trajes de
cavalgada e nos stays. O algodão é um tecido relativamente jovem, já que sua popularização
só acontece a partir da metade do século 18, quando as inovações tecnológicas permitiram que
a fibra fosse beneficiada mais rápida, assim como a tecelagem foi acelerada pela invenção dos
teares mecânicos.
Década de 20
Nos anos 20, o mundo estava vivendo uma época pós-guerra e o sentimento de
liberdade e nova era foi uma característica marcante dessa década. As roupas também
refletiam esse sentimento, em especial, nos Estados Unidos e Europa. Foi uma época marcada
por libertinagem, muita bebida e festas. Uma prioridade da moda dos anos 20 era vestir
roupas mais leves, menos apertadas e que deixassem o uso mais confortável. Isso se dá por
alguns aspectos. Os homens foram à guerra e aos poucos as mulheres foram fazendo mais
atividades fora de casa. Ou simplesmente, pela festividade do momento, era desejo estar mais
confortável para correr, andar, dançar e fazer o que quisesse. Nessa época, os espartilhos
foram abandonados. Algo particular dessa época eram as saias com altura precisamente
marcada – as mulheres se ajoelhavam no chão e onde o tecido encostasse no chão, era
marcada a altura da bainha que cobria perfeitamente os joelhos, as meias eram um acessório
indispensável às mulheres. Os vestidos tinham a cintura descentralizada, a qual desce para o
quadril; as roupas são mais retas e não marcam as curvas do corpo. Cabelos curtos também
representavam a liberdade comum ao período e o chapéu cloché era marca nessa época. Os
sapatos tinham uma fina alça, feita com a intenção de prender o sapato no pé evitando que ele
caísse enquanto elas dançavam. A década de 20 foi um período muito importante para a
história, de mudanças significativas, trouxe muita transformação culturas e social, e
consequentemente, na moda também.
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Figura 12
Década de 30
Em relação à moda, na década de 30 temos dois momentos antagônicos. No início
desse período, devido à queda da bolsa de valores de Nova York em 1929, muitas pessoas
faliram, empresas quebraram e houve também grande desemprego. Em épocas de crise, a
moda se torna menos extravagante e ousada, nessa década, homens e mulheres tinham um
visual mais sério e mais adulto. Porém, as cinturas das roupas voltam para o lugar e a
feminilidade é outra vez característica nessa época, as curvas das mulheres voltam a ser
marcadas, de maneira refinada. Esse período foi bastante difícil devido à crise nos anos
iniciais e a insurreição da 2° Guerra Mundial, em 1939, então, os recursos para glamouralizar
a moda começaram a vir do cinema, com a divulgação de referências de moda através dos
filmes, que investiam na beleza e glamour. Essa estratégia era uma maneira de estimular as
pessoas a trabalharem mais para obterem recursos e saírem daquela crise, a fim de alcançar
novamente aquele padrão representado nas telas. Nessa época, os acessórios e estampas eram
recursos usados para proporcionar uma aparência constante de roupa nova.
Figura 13
Foi também nesse período que os saiotes de praia diminuíram, dando origem aos
maiôs. A mulher dessa época deveria ser magra, bronzeada e esportiva. Um acessório que se
tornou moda nos anos 30 foram os óculos escuros. Por outro lado, eram tempos de crise e
materiais mais baratos, como algodão e casimira, passam a ser usados na confecção dos
vestidos da noite. As mulheres costuravam muitas roupas em casa para economizar. Os
tecidos laváveis e os primeiros tecidos sintéticos são criados nessa época, como o cetim e o
nylon, usado na confecção de meias em 1939. Estilistas famosos, como Coco Chanel e
Madeleine Vionnet são deste período. Foi também aqui que nas boutiques surgiram os
primeiros produtos em série, assinados por grandes estilistas.
Década de 40
A década de 40 foi marcada por um período de grande impacto em todas as esferas da
sociedade: a Segunda Guerra mundial. Na Europa, a moda foi terrivelmente impactada pela
ocupação alemã. Paris, até então a capital mundial da moda, viu a maior parte de seus
estilistas emigrando para outras cidades, além de ter o fechamento de famosos maisons.
Ademais, havia regras impostas pelo governo que limitavam a quantidade de tecidos que
podia ser comprado e utilizado, apesar disso, a moda sobreviveu à guerra.
Figura 18
A silhueta do final dos anos 30 permanece até o fim da guerra, meados de 45. A
escassez de tecidos fez com que as mulheres tivessem que reformar suas roupas e utilizar
materiais alternativos, como fibras sintéticas. As mulheres passaram a usar duas peças, como
sais e blusas, que proporcionavam uma versatilidade nas roupas, dando a aparência de roupas
novas, uma vez que elas poderiam misturar as peças. Já os sapatos, têm o aspecto abotinado e
pesado, as plataformas eram muito utilizadas e dentro delas era colocado jornal para esquentar
os pés, já que a escassez do material não permitia a fabricação de meias. Sem a produção de
nylon e seda, as meias foram substituídas por pernas nuas, artificialmente bronzeadas, com
pinturas nas partes de trás, que simulavam uma costura.
Nesta época, as mulheres precisam “preencher” os locais de trabalho dos homens, que
estão na guerra. Para esse contexto, cabelos sempre presos com redinha. Turbantes e lenços
também passam a ser identidade de moda. Em 1946, Louis Reard lançou uma novidade: o
biquini, que recebeu esse nome porque a notícia do momento estava no Pacífico Sul, no atol
de Bikini (os EUA estavam fazendo testes nucleares naquele local). Supunha-se naquela
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época, que uma mulher de bikini teria um efeito como uma “bomba atômica”. No início, as
mulheres rejeitaram o uso de duas peças tão pequenas, mais uma vez, o cinema teve um papel
fundamental ao trazer a imagem de “normalidade” à peça como instrumento de sedução.
Após o fim da guerra, em 1947, dá-se o início um movimento novo de glamourização
da moda mundial, surge a Dior com opulência e ostentação de tecidos. Como já vimos
anteriormente, após períodos de escassez, é natural que haja uma grande busca pela
extravagância. A princípio, a proposta trazida por Dior foi rejeitada, porém, ele agiu como
gênio da moda, observando a sociedade e percebendo qual seria o desejo dela, ele antecipou o
que a sociedade queria, antes mesmo de ela se dar conta disso. Em pouco tempo a moda
trazida por Dior foi abraçada e aclamada. Além do volume de tecido, ele trouxe a cintura
bem-marcada, saias rodadas e compridas, luvas e sapatos de salto alto e bico fino, além da
volta marcante das meias-calças.
Figura 19
Os trajes masculinos também foram afetados pelos impactos da guerra, depois desse
período, os alfaiates passaram a produzir trajes que imitavam a era Eduardiana: paletós
compridos e justos, abotoados até o pescoço. Calças apertadas e chapéu coco com abas
viradas. Os homens estavam livres das fardas, os ternos escuros tornaram-se menos formais e
era permitido trabalhar com calças mais esportivas.
valorizado. A feminilidade do New Look fazia moda ser repleta de anáguas, que eram
necessárias para dar o caimento ideal às saias rodadas. As saias e vestidos eram alegres,
coloridos, de estampas abstratas ou flores, manchas, xadrez ou listrado. Nessa mesma época,
as mulheres nos EUA também começam a usar calças pela primeira vez, as calças estilo
cigarette eram usadas especialmente por mulheres jovens. Já na Europa, é um grande
momento para a alta costura, com valorização do colo em decotes tomara que caia e blusas e
vestidos com ombros à mostra. Os óculos de gatinho viraram referência nesta época,
tornando-se famosos nos rostos de grandes ícones da moda: Audrey Hepburn e Grace Kelly.
Vale ressaltar que nesta época, a moda era extremamente ditatorial, você se vestia para
mostrar que fazia parte de determinado grupo social, determinada classe. Até essa década, a
moda vinha de cima para baixo, era a alta costura que ditava a moda e o comportamento
1960
Foi um período marcado pela rebeldia e liberdade. Uma época caracterizada pela
contestação de valores culturais. Pode-se dizer que os anos 60 quebraram o formalismo e os
padrões de se vestir de décadas anteriores. Com as mulheres ocupando cada vez mais espaço
na sociedade, a moda dos anos 60 refletiu essa atitude. Nessa época, muitas peças utilizadas
apenas pelos homens até então passaram a ser unissex. Outra característica marcante da época
foram as roupas cheias de linhas regulares, formas geométricas e estampas. Como a ideia era
ousar e ser quem você quisesse, peças que trouxessem algum diferencial eram bem-vistas. A
contracultura dos jovens foi o elemento mais marcante deste período, no final dele, a partir do
Festival de Woodstock (1969) com sexo, drogas e Rock’n Roll livres, foi introduzida também
a moda hippie.
Estampas de formas regulares e listras passaram a ser uma marca registrada desse
período, assim como a utilização de minissaias pela juventude rebelde. As saias de 30 cm de
comprimento eram usadas com camisetas justas e botas altas. O fato de as mulheres revelarem
pela primeira vez seus joelhos e coxas trazia a elas um ar de rebeldia e emancipação. A calça
Hot Pants também foi introduzida aqui e segue sendo utilizada até os dias atuais. Os vestidos
que tinham modelagens retas e geométricas, chamados modelos trapézio (barra da saia mais
aberta, mais ampla) e o vestido tubinho também se destacaram na moda anos 60. A forma de
se vestir se tornava cada vez mais ligada ao comportamento. Também houve a introdução da
moda futurista, por causa da chegada do homem à lua, isso também se refletiu no vestuário,
com tecidos laminados e que faziam alusão ao futuro.
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A estilista que liderou o caminho no "terremoto juvenil" foi Mary Quant, que abriu
sua primeira loja, Bazaar, na King's Road, em Chelsea, Londres, em 1955. Os designs simples
e coloridos de Quant atraíam adolescentes e jovens que tinham mais renda disponível do que
qualquer geração anterior.
Um Ícone duradouro dos anos 1950 e 60, a estrela de cinema Audrey Hepburn
abraçou a progressão da moda dos anos sessenta até a estética hippie da última parte da
década. No início dos anos 1960, Hepburn usava ternos femininos de saia estilo Jackie
Kennedy. Em meados dos anos sessenta, Hepburn começou a usar estilos mais "Mod" com
cores brilhantes e minivestidos trabalhando seu caminho em seu guarda-roupa.
Figura 16
Moda masculina:
Assim como a moda feminina se tornou mais casual e colorida ao longo da década de
1960, a moda masculina também. Em meados da década de 1960, até o próprio traje estava
passando por mudanças. Ternos listrados ou estampados foram usados por jovens ousados,
enquanto até mesmo as calças e a jaqueta não escaparam do novo estilo.
A partir de meados da década de 1960, a moda masculina foi influenciada por
elementos militares, com muitas das influências do rock contribuindo para sua popularidade.
As roupas masculinas, na época, ficaram mais coladas ao corpo, o uso do jeans se tornou mais
e mais frequente, e as jaquetas passaram a fazer parte do look extravagante, que estava em
alta. Além disso, a barba já não era feita diariamente, e os cabelos dos homens passaram do
curto ao comprido, sempre em referência aos grandes artistas da música e do cinema.
Os novos materiais (metal, plástico e acrílico) e as estampas geométricas e curvilíneas,
estiveram presentes em toda a década, na moda e nas artes.
1970:
Os anos 70 são uma continuação da contracultura dos anos 60, com a juventude
Hippie quebrando os padrões de comportamentos tradicionais. Herança do Festival de
Woodstock (1969), nos USA, que reuniu centenas de milhares de jovens para ouvirem os
ícones da música POP, a cultura Hippie domina a moda e o comportamento na década de 70.
A moda nessa época é jovem, marcada por estampas e trabalhos artesanais nas
roupas. Houve uma grande expansão na experimentação de materiais, além da exploração de
diversas cores, formas e texturas. As estampas multicoloridas, as franjas, as roupas com
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Figura 17
1980:
Na história mundial, os anos 80 se notabilizaram pelo fim da Guerra Fria e pela queda
do muro de Berlim. No Brasil, o fim da Ditadura e a abertura democrática inauguraram um
novo momento na vida política e social do país.
Já na moda, a década de 80 ficou marcada por apostar no exagero e na extravagância.
Seja no colorido dos looks, ou nos visuais com um quê de ousadia, o legado daquela época
deixou muitas inovações. Esse período também foi marcado com roupas esportivas estilosa,
foi uma época de grande incentivo aos exercícios físicos. Havia muita cor, ombreiras,
bordados. O volume na região do ombro era claro. O casamento do príncipe e da princesa
Diana, em 1981, fez alusão a isso, quando no vestido na noiva se viram enormes mangas
bufantes, super volumosas. As ombreiras traziam uma mensagem de poder.
Figura 18 e 19
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Figura 20
desfile para a Versace em 1991. Logo em seguida vem uma marcante coleção da Chanel em
1994 que trouxe patins e bermudas largas para as ruas.
A moda ganhou suas sedes no mundo como: Paris, São Paulo, Londres, Milão e Nova
York.
Figura 21
Figura 22
estrutural e com a tecnologia de materiais avançados, provando que o LIFT diminui a pressão
sobre os pés, melhora o equilíbrio e reduz a fadiga”.
A estrela dos últimos tempos, os tecidos do futuro. A Pyrates desenvolveu um tecido
inteligente e premium, um material tecnológico baseado em luxo e tecnologia. O nome dele é
Smart Fabric, é composto de proteína natural e 18 tipos de aminoácidos, traduzindo, o tecido
beneficia a pele e o corpo a partir de seus componentes ativos que curam, acalmam e cuidam
do corpo, inclusive esses benefícios foram certificados por cientistas de vários Institutos
Europeus. Como isso acontece? O Smart Fabric reage a temperaturas extremas, pressões e
alterações do ph da pele, e emite naturalmente íons negativos com efeito calmante,
melhorando a circulação sanguínea e estimulando o sistema imunológico através da emissão
de infravermelhos. O têxtil também é capaz de manter uma proteção alta (UPF 50) de UV,
regenerar e manter o nível de elasticidade da pele’.
Avery Dennison é um dos principais fabricantes de vestuário e calçados no mundo, e a
start-up londrina EVRTHING é especialista em conectividade IoT (Internet das Coisas).
Trabalhando em parceria, o projeto das empresas é alcançar uma produção em torno de 10
bilhões de produtos, divididos entre roupas e calçados inteligentes em pouco tempo.
Já a Adidas surpreende sempre com seus lançamentos sustentáveis e tecnológicos.
Recentemente conhecemos o Futurecraft 4D, um tênis de alto desempenho que não precisa de
protótipos ou moldagem tradicional para ser desenvolvido. Através de projeção de luz digital,
óptica permeável ao oxigênio e resinas líquidas programáveis, o calçado é projetado, gerando
um produto polimérico, de alto desempenho e duradouro.
Outra famosa nesse ramo é a Unmade, que usa o poder da codificação de máquina
para fazer tricô a moda antiga, personalizado com tecnologia de ponta, impressos em 3D. São
produtos únicos feitos a partir da plataforma Unmade, em que o consumidor personaliza a
peça digitalmente e então o produto é “impresso”.
Na última semana de moda de Paris, a Coperni vestiu a modelo Bella Hadid com um
tecido pulverizável, ou melhor, um vestido de tinta. A modelo entrou na passarela seminua,
recebeu uma tinta branca em spray sobre o corpo na passarela e, segundos depois, o que era
líquido transformou-se em tecido. O composto é chamado Fabrican, um líquido que contém
algodão ou fibras sintéticas misturado a uma solução pomérica, que evapora e torna-se sólida
ao tocar o corpo — por isso o nome tecido pulverizável.
Figura 23
24
Conclusão:
A partir dessas informações podemos concluir que os acontecimentos ao longo do
tempo foram muito significativos para a história da moda e o desenvolvimento tecnológico
dela. Houve uma época da história em que a sociedade era dividida entre dois tipos de
pessoas: aquelas que se vestiam de acordo com o padrão da moda vigente, ou as pessoas que
não pertenciam a esse conceito, aquelas que não utilizavam roupas e acessórios ditados pela
moda. Até o fim do século XIX era dificílimo se vestir, muitos botões, tecidos e volumes, mas
isso muda devido aos movimentos econômicos, sociais e culturais que estimulam tais
mudanças.
Ao longo dos anos esse padrão foi sendo modificado e, atualmente, as ruas são as
grandes responsáveis por ditar a moda. A moda sempre acompanhou a sociedade e com o
boom da tecnologia e da internet a moda também se modificou tecnologicamente, tornando-se
mais digital. Nessa nova era tecnológica, moda e inovações buscam unir conforto,
modernidade e bem-estar para seus clientes.
Vale salientar ainda, que embora na área tecnológica a moda esteja avançando cada
vez mais, na questão da estética a moda vem sofrendo uma deterioração, sendo perceptível
nos últimos anos uma desvalorização do belo e virtuoso, como visto nos últimos e polêmicos
desfiles das famosas Balenciaga e Adidas.
Assim como tudo neste mundo, nós, cristãos, devemos olhar para todas as coisas a
partir de uma cosmovisão cristã. Deus dotou o homem de sabedoria e conhecimento, encheu-o
de dons e o habilitou a criar coisas belas e morais, inspiradas na beleza, na alegria, na pureza e
no amor. A graça comum permite a homens ímpios produzirem também coisas boas e
admiráveis, roupas e acessórios que podemos usar e vestir e que vão exaltar a beleza do
Criador. É por causa dessa graça que a tecnologia avança e nos abençoa, encanta e
surpreende.
Da mesma forma, precisamos entender que o pecado alcançou todas as áreas deste
mundo, inclusive a moda. E é por causa do pecado que vemos essa degradação das
vestimentas, é por causa do pecado que a pureza e a moralidade têm sido substituídas pela
sensualidade e imoralidade; é por causa do pecado que o belo e alegre tem sido trocado pelo
feio, depressivo e grosseiro. É por causa do pecado que a tecnologia maravilhosa também tem
sido usada para fazer e propagar o mal.
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Como bons cristãos, precisamos pedir discernimento ao Senhor para enxergar essas
diferenças; precisamos de sabedoria do Alto para vestirmos uma moda que glorifique Àquele
que tudo criou.
Figuras 24 e 25
26
Anexos:
Figura 16 – Anos 60
Figura 17 – Anos 70
Figura 18 – Anos 80
33
Figura 25 – Desfile da
Schiaparelli
36
Referências Bibliográficas
Conheça a história da moda, sua origem e a evolução pelos séculos – 2022. Disponível em:
https://areadamulher.r7.com . Acesso em 05 nov. 2023
Quais implicações a tecnologia aplicada à moda traz para a indústria têxtil? Disponível em:
https://audaces.com/pt-br/blog/tecnologia-aplicada-moda Acesso em: 30 out 2023