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Com isso, apresento a moda como lugar de disputas onde as ideologias, as identidades,
as corporalidades e suas performances são materializadas, historicizadas, modificando
os sujeitos e sendo também modificada por eles. É com esta dimensão sobre a moda e a
sua textualidade performática ancestral que me detenho nas próximas linhas, enlaçando-
a ainda a aspectos epistemológicos, sociais e históricos que a fazem ser um rito
dinâmico, em constante diálogo com a tradição, atualizando-se sem perder os seus
princípios.
Antes de adentrar nas questões mais específicas sobre Moda e Ancestralidade com base
nas produções da Afrobrasilidades, marca baseada em túnicas e turbantes feitos de
chitas, considero oportuno trazer as bases epistemológicas que legitimam a escolha do
objeto e a metodologia adotada. Falar da minha própria criação não é um exercício fácil
ou comum na academia porque a tradição científica, construída com base no
pensamento da modernidade, nos legou alguns axiomas seculares, e um deles exige que
o sujeito e o objeto estejam distantes, separados entre si. A partir dos anos 60 do século
passado, pesquisadores(as) de diferentes campos de enfretamento político e intelectual,
a exemplo das feministas, iniciaram um árduo processo de identificar as razões da
invisibilidade das mulheres nos espaços institucionais e, também, de alguns temas, bem
como os postulados que validavam o discurso da crítica que elegia uns em detrimento
de outros. No caso das feministas, uma das constatações era que esta tradição foi erigida
por homens e os seus juízos pautavam-se em suas vivências e interesses, fortalecendo a
sua imagem e protagonismo. Portanto, a crítica ao establishment vinha dos coadjuvantes
que não faziam parte ou não se reconheciam no código vigente. Eram feministas,
colonizados, imigrantes, que, relendo o discurso da modernidade, começaram a falar de
“relações de gênero”, “patriarcalismo”, “pós-colonialidade”, “micropoderes”, “ordem
do discurso”, “micronarrativas”, “decolonialidade”, “ancestralidade” para colocar o
fundamento da modernidade em xeque ao mesmo tempo em que a superava com
epistemologias que apontavam para releituras do cânone e para leituras das vivências
não contempladas pelas metanarrativas. A ideia de uma realidade construída por
discursos, por performances e não como verdades transparentes, rasurou a centralidade
fixa, para inserir a ideia de diferentes núcleos em movimento, em constante disputa por
lugares de poder, de visibilidade. Questionou-se, radicalmente, os postulados da
modernidade pautados na objetividade, na neutralidade e na universalidade, pilares
sobre os quais foi construído todo tipo de premissas e taxionomias da cultura ocidental.
É a partir deste lugar da crítica que sujeito e objeto passam a ser vistos como uma coisa
só, e os enunciados, visuais ou não, como construtos discursivos por meio dos quais as
ideologias se materializam e são inscritas nas disputas de poder pelos sujeitos.
Desta forma, estudar a moda a partir das criações que produzo me define como
produtora de cultura, neste caso cultura de moda ancestral, afro-brasileira, de crítica,
isto é, de alguém que busca fundamentar a análise desta produção a partir de categorias
científicas. Este recorte exige uma postura política desafiadora de produzir moda a
partir das identidades e das memórias dos povos tradicionais, e uma postura intelectual,
já que embasada em postulados éticos e estéticos que explicam esse movimento de
escrevivência, isto é, quando a escrita é fruto da vivência do sujeito, termo cunhado pela
escritora Conceição Evaristo, que uso para me referir ao gesto de falar das peças que
produzo, um dos objetos de minha pesquisa.
A TÚNICA
A citação de Pepys extraída do seu diário e citada por Laver em seu livro, mostra a
moda turca incorporada ao cotidiano europeu, neste caso à Inglaterra, em decorrência da
aproximação cultural entre os dois registros. O que o livro de Laver não deixa explícito
é o contexto, isto é, porque os ingleses passaram a usar a túnica, já que a moda está
intimamente relacionada com o expansionismo cultural de grupos culturais e com a
política. Com base em dados históricos, é importante destacar que no século XVII o
Império Otomano está em crescimento - a sua dissolução acontece no início do século
passado - e que os conflitos entre os países eram inevitáveis em função do
expansionismo da cultura islâmica no mundo. O império turco ocupou diferentes
regiões, mostrando o poderio militar e político deste grupo, e fazendo com que, a partir
deste alargamento, a sua estética também fosse incorporada às conquistas.
Este contexto é importante para mostrar que a moda não pode ser analisada sem a
enunciação, sem observar as práticas sociais, o que lhe confere uma textualidade e,
portanto, um discurso. Da mesma forma que a resposta dos sujeitos ao prazer estético de
uma indumentária, não pode ser desmerecido, pois este prazer é importante para o
fortalecimento dos elos de afetividade e da autoestima. A moda começa a ser projetada
como um aliado poderoso no cenário de guerra, quando da formação dos Estado-
Nações, e as peças de vestuário passam a atender à função de afirmar o sentimento
nacionalista, a forjar um pertencimento geopolítico sob o discurso das identidades, a
instituir e fortalecer o binômio sexo-gênero, a delimitar as fronteiras das idades e a
demarcar as pessoas por meio de classes sociais. Com o mundo e os sujeitos tão
compartimentalizados, é compreensível que a classe hegemônica procurasse se afastar
de símbolos de outras nações ou ressignificá-los para uso em seu código. É neste
momento que a túnica deixa de ser usada em seu sentido mais tradicional, ao mesmo
tempo em que passa por um processo de ressignificação para manter-se presente no
Ocidente, mas com outra modelagem. Os homens deixam de usá-la, enquanto que a
mulher torna-se senhora absoluta das modelagens sem divisão, como acontece com a
calça. Estudar moda, portanto, é analisar o contexto e como ela se articula com a
tradição ao mesmo tempo em que busca se afastar, pesquisando as identidades, a relação
entre a forma de se vestir e às nações ou etnias, aos papeis sociais dos gêneros, aos ritos
iniciáticos, entre outros aspectos.
Com os estudos sobre a história da África contribuições sobre esta peça de vestuário
redimensionam a história da túnica, ao mostrar que diferentes etnias africanas a usaram
e continuam usando, mostrando que a história linear, diacrônica, não contempla os
movimentos sincrônicos que dinamizam e, não rara as vezes, contrapõe-se ao que é dito
pela análise diacrônica. Esta análise não dá conta, por exemplo, de mostrar que os
africanos, em geral de origem ou influência islâmica, continuam a usar as túnicas,
porque são modelagens que valorizam a estampa, o tecido, um dos produtos mais
comercializados do continente africano.
O que nos importa é que a túnica com a qual nos identificamos como afrodescendentes
são as recriadas na África, com as suas cores, texturas, estampas, ritos e mitos. O
colorido, possível porque o continente africano é um importante fabricante de
pigmentos e da técnica de tingir e criar estampas, está presente na vida dos africanos,
graças aos pigmentos extraídos de sua diversidade natural. Os corantes foi (e é ainda)
um das riquezas africanas que se expandiu rapidamente pela Europa na época da
colonização e do comércio desenvolvido com as grandes navegações. Desta
aproximação de culturas diferentes, as histórias foram sendo escritas, validadas pelo
colonizador e que chega para os países colonizados como uma via de mão única, já que
enunciada e conhecida apenas por uma das partes.
Como a história situa o sujeito no tempo e no espaço, é importante dizer que a túnica
atravessa séculos e é usada na contemporaneidade por meio dos africanos ou dos
afrodescendentes. A kaftan, o bubu, o abadá passaram a representar a africanidade e usá-
la é uma forma de se posicionar esteticamente diferente do vestuário ocidental. O bubu,
também chamado de robe senegalês, é usado por homens e mulheres e é com o objetivo
de ativar a memória que me debruço na composição que faço.
Em uma cultura ocidentalizada como as que foram forjadas pela colonização europeia,
na qual o uso da túnica, transculturada, é marcadamente direcionada para o feminino,
porque é associada ao vestido, a reintrodução desta peça na vida dos afrodescendentes
reforça a necessidade de se discutir temas como ancestralidade, representação de
gênero e decolonialidade, e a importância da moda na formação identitária dos sujeitos,
sobretudo diaspóricos. Portanto, o uso da túnica, para os homens, significa um duplo
enfrentamento no Brasil: a ancestral e a de gênero. A sintaxe visual que criei para o
processo de ativação da memória através da moda é formada pelas seguintes
modelagens:
1) Túnica tradicional, vertical (VTC) , de corte reto, usando toda a largura do tecido
1,40, com uma costura apenas na parte posterior. O tecido é alinhado de forma que a
costura fique na região posterior, na linha central das costas. Em seguida, dobro e faço
um côncavo para a gola e em seguida faço duas aberturas nas extremidades para a
passagem dos braços. O acabamento é feito com viés.
3) O bubu, peça que segue a modelagem da túnica horizontal, sendo que larga na parte
superior e estreita na parte inferior, formando um triângulo invertido. Como mostram os
modelos abaixo:
A túnica nunca deixou de ser usada pelos estilistas. A sua modelagem passou por
mudanças ao longo dos séculos, mas sempre foi uma peça presente na vida de qualquer
pessoa. Seu corte reto, amplo, sugere simplicidade e elegância, também praticidade,
sendo logo associada ao lazer. A territorialização da túnica ao espaço de lazer, à moda
praia, acabou restringindo o seu uso e tirando-lhe de circulação dos espaços sociais,
urbanos, causando-lhe certo desprestígio, diferentemente de quando era usada pelas
autoridades e cidadãos romanos e por autoridades africanas até os dias atuais. Este
desprestígio pode ser comprovado pelo uso da “mortalha”, uma túnica que, no Brasil,
passou a vestir o morto. Enquanto que em outros países, onde a túnica era usada
socialmente, não havia separação entre vida e morte, no Brasil, ela passou a vestir
exclusivamente os mortos, criando desta maneira uma linha de separação entre o
vestuário do vivo, significando positividade, e o vestuário do morto, associado à
debilidade, à negatividade, a partir de uma visão cristã. E como a morte é um tabu em
países de herança judaico-cristã, diferentemente das religiões de matriz africana, a
túnica passou logo a significar roupa de morto, imagem negativa, portanto. Além deste
sentido, a túnica (chamada de mortalha) foi amplamente usada durante o carnaval até o
início dos anos 80, sendo logo substituída pelo agbadá, que significa bata na língua
iorubá, peça usada pelos blocos não-afros ou um afro mais comercial, mas que sofre
mudanças na modelagem feita pelos foliões para ajustar-se mais ao corpo, sobretudo da
mulher. A resistência entre as mulheres à modelagem mais solta do corpo advém da
disseminação da estética do vestuário justíssimo, ocidental. Assim, trazer a túnica para o
uso social é rasurar significações distorcidas pela indústria cultural para recuperar a sua
importância e nobreza.
Foi partindo dessa consciência ancestral da túnica e do turbante que criei um conjunto
formado pela sintaxe túnica-turbante-chita que, como veremos adiante, também
considero um elemento ancestral africano. A literatura sobre moda informa que a chita é
um tecido originário da Índia, muito embora os indígenas da América Latina também
façam uso deste tecido. Longe de querer postular qualquer verdade sobre a sua origem,
me interessa partir de um lugar menos abstrato para um mais concreto, mais referencial,
e este lugar me informa que a chita foi usada pelas mulheres afrodescendentes em
diferentes contextos no Brasil, em especial na Bahia. Foi um tecido usado pelos
africanos escravizados, pela população mais pobre, e gozava de pouco prestígio porque
era sinônimo e mantinha uma relação metonímica entre a pessoa e a sua classe. É um
tecido usado por candomblecistas da nação angolana para vestir os nkisis, por isso que a
chita é um tecido diferente de quaisquer outros porque tem história e a sua história está
intimamente ligada aos afrodescendentes.
O TURBANTE
Outro elemento que faz referência à ancestralidade africana é o turbante, essa peça tem
a sua origem nos ojás dos terreiros de candomblé usados para proteger a cabeça do
iniciado e, também, para informar o cargo da pessoa. As suas cores refere-se ao Orixá
protetor da cabeça, a nação do Egbé e o cargo do filho de santo dentro do Ilê. Embora os
terreiros sejam espaço de preservação, o ojá passou por transformações ao longo dos
anos, desde o tipo de tecido (tricoline, crochê, tecido africano, brocados...) até o próprio
desenho da amarração (torcido ou aberto), sem perder a modelagem indicativa da nação
a que pertence o terreiro. O seu uso no âmbito da moda não é novidade, mas há um
cenário político atual que tem favorecido o protagonismo de afrodescendentes que veem
no turbante uma forma de reconstruir uma história de pertencimento que, por conta dos
efeitos da colonização, foram esvaziadas de sentido e a moda, da forma que se apresenta
hegemonicamente, é responsável por este processo de apagamento, negando a origem
do processo criativo trazidos de outros lugares. Portanto para o sujeito da diáspora
africana, o uso do turbante está para além de um hábito adornativo, é símbolo do
matriarcado no Brasil, faz parte do patrimônio material e imaterial, ativa e preserva a
memória, fazendo com que a moda seja um conjunto de ações e atividades que possam
traduzir, atualizar as formas, desenhos, cores, de peças ancestrais, sem perder a sua
referencialidade:
O turbante, o ojá estilizado para o uso social, é considerado pelas usuárias como uma
peça do vestuário que evoca poder, provavelmente pelo seu desenho que lembra uma
coroa ou por ser símbolo distintivo de líderes políticos e religiosos. É também a peça
que envolve o Ori, que comanda a inteligência e a criatividade, mantém o equilíbrio da
pessoa, daí porque o ojá é um elemento do vestuário importante para o candomblé.
Como na Bahia o uso do ojá é restrito às yalorixás, o turbante usado socialmente
demarca o lugar do sujeito e o liga a uma ancestralidade reivindicada, por isso que negar
a um sujeito o uso do turbante é tentar negá-lo de usufruir desta memória, desta
ancestralidade, o que seria nefasto para quaisquer sujeitos diaspóricos. O turbante é
inserido como moda neste início de século, como um habitus ancestral, reivindicado
pelos sujeitos que conhecem a história dos que lhes antecederam e se reconhecem neste
lugar formativo da cultura preservada pelos terreiros de candomblé. Foram as mulheres
religiosas de matriz africana que mantiveram o costume de usar o torço no cotidiano,
uma vez que não tinha separação entre o espaço público e religioso para o uso desta
peça. Com a perseguição pelo Estado, o seu uso passou a ser restrito às práticas
religiosas.
Nos anos 70, os blocos afros do Carnaval baiano passaram a usar uma versão mais
elaborada do ojá, estilizada, explorando a criatividade da turbanteira 2 e abrindo espaço
para o uso desta amarração de cabeça para além das cerimônias religiosas, ainda que
esses blocos fossem protagonizados por candomblecistas. De qualquer sorte, era uma
maneira diferente de usar o ojá, redesenhado pelas mãos de mulheres do axé para outros
fins, com tecidos cujas estampas eram feitas exclusivamente para o bloco, com temas
específicos, todos fazendo referência à cultura africana ou à diáspora africana. Do
Carnaval para o uso social, isto é, para o uso cotidiano mais intensivo e amplo,
cerimonioso ou não, foi um longo tempo, quase meio século, mas que veio no momento
da colheita, singular, quando as políticas de promoção à cultura africana foram
instituídas, vide as leis brasileiras 10.639 e a 11.645, que inserem os estudos sobre a
história africana e indígena nos currículos escolares. Portanto, o movimento que hoje
vivenciamos no âmbito da moda advém da resistência e enfrentamento seculares para
que se tornassem políticas públicas, com avanços em diferentes setores, inclusive na
moda. É desta forma que entendo também o lugar da moda, como espaço pedagógico,
1 Faço uso do termo torço para me referir ao ojá, palavra iorubana.
2 Existem outros termos para quem faz turbantes: turbanistas, designer de turbantes (este último usado
por mim ao criar uma página no facebook específica para essas/esses profissionais)
por meio do qual podemos ensinar e aprender mais sobre as identidades, o odu3 dos
sujeitos de um grupo sociocultural, sobre civilizações e o conceito de belo que só os
objetos de arte possuem, a exemplo das peças de vestuário e acessórios. A Pedagogia da
Moda é esse movimento intelectual, acadêmico que visa educar as pessoas para o uso
consciente da moda, ensinando valores e princípios pautados no projeto civilizatório
afro-brasileiro, a partir de metodologias que torne o hábito de se vestir um gesto
estético-político.
O turbante vem sendo usado neste início do século XXI por mulheres e homens,
sobretudo jovens da periferia, para demarcar e afirmar um território estético tão
relegado pelas escolas e universidades públicas por não serem vistos como assunto de
relevância pedagógica, e, por isso, não compõem os currículos escolares. No entanto, a
força do movimento, inicialmente de forma espontânea com encontros em Parques e
Feiras, vem mostrando que a omissão do assunto dos estudos universitários e escolares
apenas significa mais um caso de epistemicídio, por ignorar não apenas um assunto,
uma área do conhecimento, mas impede que teorias possam dar conta de uma análise
mais aprofundada das atividades organizadas por lideranças que apostam no movimento
estético como uma das formas de afirmação identitária. A moda vem sendo também
protagonizada por estilistas afrodescendentes, principalmente mulheres, que por meio
dos tecidos, texturas, estampas, modelagens, inscrevem na história uma moda
esteticamente afro-referenciada e de vivência ancestral, o que significa dizer que o gesto
de vestir-se e de fazer uso de acessórios é uma extensão e exteriorização dos valores e
cosmovisão de um dado grupo sociocultural. Com isso, reforça-se a ideia africana de
que o belo deve ser também confortável, e em termos de moda o africano em seu
momento mais continental, preza por modelagens amplas4. Além do conforto, as formas
largas deixam à vista as estampas que são o motivo de orgulho e, por isso, as peças de
vestuário são feitas de tecido, inclusive sapatos e acessórios, e a modelagem da túnica,
do bubu, do abadá, representa a forma ideal de expor a arte nas estampas. O corpo é
visto como display para a projeção do produto que, neste caso, é uma confluência entre
forma e conteúdo.
4 É importante dizer que as modelagens ocidentais fazem parte do dia-a-dia dos africanos em razão do
processo de colonização. As peças mais tradicionais são usadas em momentos específicos ou por aqueles
que defendem um movimento de valorização do que é genuinamente africano. Trata-se de um processo de
descolonização baseado no uso e comercialização dos produtos feitos em África ou que expresse os seus
valores e riquezas.
Figura 9 Bubu com turbante afrobrasilidades
A CHITA
6 Eu uso as chitas produzidas pela Fabril Mascarenhas, localizada em Alvinópolis, MG. Na classificação
desta fábrica, as flores menores são chamadas de chitinha e as maiores de Reps-chitão. As estampas São
João seriam as mais geométricas (por exemplo, o xadrez) e Carnaval as estampas animal.
quimbundo: kota, plural: makota) para a cerimônia pública do templo.
Enquanto outras nações se preocupam com as sedas, brocados e richilieu, as
angoleiras gostam mais das padronagens dos panos multicoloridos e vistosos,
e segundo elas, nada é mais vistoso que uma chita cheia de ramagens.
(RODRIGUES, Aislan/ KIIENGI, Nganga, 2016)
Anexos:
Referência:
LAVER, James. Capitulo Final (por) PROBERT, Christina. A Roupa e a Moda: Uma
História Concisa. Trad. Gloria Maria Mello Carvalho São Paulo: Companhia das
Letras, 2014.
7 Informação prestada pelo Sr. Astrogildo, funcionário da fábrica, por telefone, tentando explicar o
interesse do mercado externo pelo tecido.
RODRIGUES, Aislan/NGANGA, Kiiengi. Roupas Tradicionais no Candomblé.
Disponível em: http://aislanrodrigues.webnode.com/news/roupas-e-adere%C3%A7os-
tradicionais-no-candomble/. Acesso em: 09 jan 2016.