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Universidade Federal do Pará

Pró Reitoria de Pesquisa e Pós-graduação Instituto de Ciências da


Curso de especialização Sistema de garantia dos direitos da Criança e
Adolescente (SGDCA).

À Comissão de Seleção do Processo Seletivo do Curso de Especialização em Sistema


de Garantia dos Direitos da Criança e do Adolescente (SGDCA),

Prezada Comissão,
Eu, Simone Silva Barros, candidata ao Curso de Especialização em Sistema de
Garantia dos Direitos da Criança e do Adolescente (SGDCA) da Universidade Federal do
Pará, apresento a seguir minhas intenções em relação ao Curso.
Minha trajetória acadêmica e profissional me proporcionou experiências significativas
que fortaleceram minha motivação e preparo para contribuir nesse campo específico. Iniciei
minha jornada acadêmica com o Bacharelado em Serviço Social, concluído em 2021 na
Universidade Paulista. Posteriormente, obtive a Pós-Graduação em Gestão de Serviço Sociais
e Projetos Sociais, finalizada em 2022 pela Instituição de Ensino Superior Uniasselvi. Essa
formação sólida tem sido o alicerce para meu crescimento profissional e para a compreensão
das nuances do trabalho com crianças e adolescentes.
Durante minha graduação, participei ativamente das atividades acadêmicas
promovidas pela instituição. Seminários, oficinas e visitas técnicas foram oportunidades
enriquecedoras que ampliaram meu repertório de conhecimento e despertaram meu interesse
pela pesquisa na área.
Destaco algumas dessas experiências. Durante a visita técnica ao Lar Fabiano de
Cristo, pude testemunhar um modelo exemplar de garantia de direitos sociais. Esta instituição,
comprometida com o bem-estar e a proteção de crianças, adolescentes e idosos, revelou-se um
espaço onde os direitos fundamentais são assegurados com dignidade e respeito.
Ao adentrar as instalações do Lar Fabiano de Cristo, fui imersa em um ambiente
permeado pela valorização da pessoa e de seus direitos inalienáveis. A equipe de profissionais
e voluntários não apenas oferece cuidados básicos, mas também promove um ambiente de
apoio emocional, afeto e estímulo ao desenvolvimento pessoal.
Nesse contexto, exemplifica como a assistência social pode ser um veículo para
garantir a dignidade e o bem-estar de todos os cidadãos, independentemente de sua situação
socioeconômica.
As palestras e projetos apresentados durante a visita foram reveladoras e impactantes.
Pude testemunhar de perto as diversas iniciativas desenvolvidas pela organização, todas
voltadas para a promoção do bem-estar e da qualidade de vida dos grupos vulneráveis
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atendidos. Desde programas de educação e capacitação até atividades recreativas e culturais,


cada ação tinha como objetivo central oferecer dignidade e esperança às pessoas assistidas.
A visita ao Lar Fabiano de Cristo serviu como um lembrete poderoso de que cada um
de nós tem o dever moral e ético de contribuir para a construção de uma sociedade mais justa,
inclusiva e solidária.
A visita na Ilha do Cumbú foi realizada à Dona Nena e sua produção de chocolate na
Ilha oferece um vislumbre inspirador das possibilidades de transformação social através do
empreendedorismo solidário. O empreendedorismo solidário, nesse contexto, não se resume
apenas a gerar lucro ou aprimorar habilidades comerciais, mas sim a promover uma mudança
genuína na qualidade de vida e no empoderamento das pessoas envolvidas.
Dona Nena e suas colegas não apenas produziam chocolates; elas estão construindo
uma comunidade mais unida e resiliente, onde os frutos do trabalho coletivo são
compartilhados e celebrados. Essa história ressalta a importância de reconhecer e apoiar
iniciativas locais e comunitárias que visam não apenas o sucesso individual, mas também o
bem-estar coletivo e a sustentabilidade social.
Portanto, a visita à Dona Nena e sua produção de chocolate não é apenas uma
experiência inspiradora, mas também um lembrete poderoso do potencial transformador que
reside em cada indivíduo e em cada comunidade. É um convite para valorizarmos e
fortalecermos os laços de solidariedade e cooperação que sustentam o tecido social e
impulsionam o progresso humano.
Estágio na SEHAB: O estágio de Serviço Social na Secretaria de Habitação,
especialmente no programa Minha Casa, Minha Vida, é uma experiência enriquecedora e
desafiadora para estudantes e profissionais da área. O Programa Minha Casa, Minha Vida é
uma iniciativa do governo federal que visa proporcionar acesso à moradia digna para famílias
de baixa renda em todo o país (Brasil, 2024).
Durante o estágio nesse programa, o assistente social desempenha um papel
fundamental na identificação das necessidades habitacionais das famílias, na orientação sobre
os procedimentos de inscrição e seleção, na análise socioeconômica dos beneficiários e na
mediação de conflitos relacionados à moradia.
Uma das principais atividades do assistente social é realizar visitas domiciliares para
conhecer de perto a realidade das famílias, entender suas demandas e avaliar sua situação
socioeconômica. Essas visitas também são importantes para estabelecer vínculos de confiança
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e garantir que as políticas habitacionais atendam efetivamente às necessidades dos


beneficiários.
Além disso, o assistente social atua na articulação com outros órgãos e serviços
públicos, como assistência social, saúde, educação e trabalho, para garantir uma abordagem
integrada e multidisciplinar no atendimento às famílias beneficiárias do programa. Isso
envolve encaminhamentos para serviços e programas sociais disponíveis na comunidade e
acompanhamento das famílias ao longo do processo de inserção na nova moradia.
É importante ressaltar que o estágio nesse contexto demanda do assistente social
habilidades de escuta ativa, empatia, negociação e resolução de conflitos, além de um sólido
conhecimento das políticas públicas e dos direitos sociais. É uma oportunidade única para
aplicar na prática os conhecimentos adquiridos na formação acadêmica e contribuir para a
promoção da dignidade humana e do direito à moradia adequada para todos (Pimenta, 2001).
Ademais, participei do 4º Congresso Brasileiro Infância e Adolescência, realizado de
29 a 31 de janeiro, foi uma experiência enriquecedora e inspiradora. Este evento online reuniu
profissionais, pesquisadores, ativistas e representantes da sociedade civil de todo o país em
torno de discussões e reflexões essenciais sobre os direitos e o bem-estar de crianças e
adolescentes.
O congresso abordou uma ampla gama de temas relacionados à infância e
adolescência, incluindo políticas públicas, educação, saúde, proteção, participação social,
diversidade e inclusão. Palestrantes e participantes trouxeram consigo uma riqueza de
experiências e conhecimentos, enriquecendo as discussões com insights e análises profundas
sobre as questões enfrentadas por crianças e adolescentes em diferentes contextos sociais,
culturais e econômicos.
Atualmente, tenho o privilégio de colaborar como participante do Programa Infância e
Adolescência – PIA/UFPA, vinculado à Faculdade de Serviço Social da Universidade Federal
do Pará. Este programa, de relevância inquestionável, constitui-se como um importante
projeto de pesquisa e extensão, cujo foco principal reside nas temáticas da infância,
adolescência e famílias.
Dentro desse contexto, o PIA/UFPA desempenha um papel fundamental na promoção
do conhecimento e na articulação de ações que visam o bem-estar e o desenvolvimento
integral de crianças e adolescentes. Uma das oportunidades enriquecedoras proporcionadas
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por este programa foi o estreitamento de laços com o Programa Família Acolhedora, por meio
de uma visita à Fundação Papa João XXIII (FUNPAPA).
O propósito desse encontro foi orientar tanto os participantes inscritos no programa
Família Acolhedora quanto os potenciais interessados neste programa, que busca oferecer um
ambiente acolhedor e seguro para crianças em situação de vulnerabilidade. O tema central da
palestra foi a Primeira Infância, fase crucial que compreende o período de 0 a 6 anos, no qual
se estabelecem as bases para o desenvolvimento humano.
A condução da reunião ficou a cargo da psicóloga e professora Daniela Castro, em
colaboração com a professora e doutora Amanda Costa. Ambas são referências em suas
respectivas áreas de atuação e proporcionaram uma abordagem profunda e sensível sobre a
importância do cuidado e da atenção às crianças nos primeiros anos de vida.
Esse encontro representou não apenas uma oportunidade de aprendizado e troca de
experiências, mas também um momento de reflexão sobre o papel de cada um de nós na
construção de uma sociedade mais justa e acolhedora para nossas crianças e adolescentes
(Nesrala, 2019). A experiência fortaleceu meu compromisso com a promoção dos direitos da
infância e adolescência e reafirmou a importância do trabalho em rede e da colaboração entre
diferentes atores sociais para alcançarmos nossos objetivos comuns de proteção e
desenvolvimento integral das futuras gerações.
A motivação para ingressar no curso de Sistema de Garantia dos Direitos da Criança e
do Adolescente (SGDCA) está intrinsecamente ligada à minha convicção de que cada criança
e adolescente merece viver em um ambiente seguro, saudável e acolhedor, onde seus direitos
sejam respeitados e protegidos. A minha paixão por essa causa e o desejo de fazer a diferença
na vida desses jovens impulsionam minha decisão de buscar uma formação mais
especializada nesse campo crucial da assistência social.
A relevância do campo da Garantia dos Direitos da Criança e do Adolescente é
inegável, especialmente em um contexto social onde esses grupos vulneráveis enfrentam uma
série de desafios, desde a violência doméstica até a falta de acesso à educação e saúde
adequadas. A implementação eficaz de políticas e programas destinados a assegurar esses
direitos é essencial para a construção de uma sociedade mais justa e inclusiva.
O curso de SGDCA oferece uma oportunidade única de aprofundar meu conhecimento
sobre os instrumentos legais, políticas públicas e práticas de intervenção que visam garantir a
proteção e o desenvolvimento integral de crianças e adolescentes (Conanda, 2006).
Universidade Federal do Pará
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Curso de especialização Sistema de garantia dos direitos da Criança e
Adolescente (SGDCA).

Compreender a estrutura do sistema de garantia de direitos, bem como os mecanismos de


articulação entre os diferentes atores envolvidos, é fundamental para uma atuação eficaz e
transformadora nessa área (Unicef, 2021).
Além disso, o curso oferece perspectivas valiosas para minha formação profissional,
fornecendo ferramentas e habilidades que me capacitam a atuar de forma mais eficiente e
ética no campo da assistência social. Através de estudos de caso, debates e experiências
práticas, poderei aprimorar minha capacidade de identificar e enfrentar os desafios
enfrentados por crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade, contribuindo para a
construção de soluções mais eficazes e sustentáveis (Unicef, 2021).
Uma das perspectivas mais empolgantes do curso de SGDCA é a oportunidade de
colaborar com profissionais e especialistas de diversas áreas, enriquecendo meu entendimento
sobre as complexidades e interconexões que permeiam o campo da garantia dos direitos da
criança e do adolescente. A interdisciplinaridade é essencial para uma abordagem holística e
integrada na promoção do bem-estar desses jovens e na prevenção de situações de violação de
direitos (Unicef, 2021).
Além disso, o acesso a recursos e redes de apoio que podem ampliar
significativamente o impacto do meu trabalho e abrir portas para novas oportunidades
profissionais. A possibilidade de estabelecer parcerias com organizações da sociedade civil,
instituições governamentais e outros atores relevantes é fundamental para o desenvolvimento
de projetos e iniciativas que promovam o fortalecimento dos direitos da criança e do
adolescente em diferentes contextos (Conanda, 2006).
Portanto, a motivação para cursar SGDCA é impulsionada pela convicção de que cada
criança e adolescente merece viver uma vida digna e plena de oportunidades. O curso
representa não apenas uma oportunidade de aprimorar minha formação profissional, mas
também um compromisso renovado com a defesa dos direitos humanos e a construção de uma
sociedade mais justa e inclusiva para todos. Estou ansiosa para embarcar nessa jornada de
aprendizado e descoberta, confiante de que o conhecimento e as habilidades adquiridas me
capacitarão a fazer uma diferença significativa na vida das próximas gerações.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Universidade Federal do Pará
Pró Reitoria de Pesquisa e Pós-graduação Instituto de Ciências da
Curso de especialização Sistema de garantia dos direitos da Criança e
Adolescente (SGDCA).

BRASIL, Minha Casa Minha Vida. Disponível em: http://www.cohab.pa.gov.br/minha-


casa-minha-vida-. Acesso em: 10 fev. 2024.

CONANDA. Resolução 113, de 19 de abril de 2006. Dispõe sobre os parâmetros para a


institucionalização e fortalecimento do Sistema de Garantia dos Direitos da Criança e do
Adolescente.

NESRALA, Daniele Bellettato. Sistema de garantia de Direitos de Crianças e


Adolescentes :técnicas de governança como instrumento de acesso à Justiça pela via dos
Direitos. Belo Horizonte: Editora D’Plácido, 2019.

PIMENTA, Selma Garrido. O estágio na formação de professores: unidade teoria e


prática? São Paulo, 2001.

UNICEF. Diagnóstico do Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente,


2021.

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