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GUIA DE CONVIVÊNCIA NA ESCOLA

UMA CULTURA DE PAZ


FIESC – FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DE SANTA CATARINA

Mario Cezar de Aguiar


Presidente
Diretor Regional do SESI

Gilberto Seleme
Vice-presidente

Fabrizio Machado Pereira


Diretor Regional do SENAI/SC
Diretor de Educação e Tecnologia da FIESC

Adriana Paula Cassol


Gerente Executiva de Educação
© 2024. SENAI – Departamento Regional de Santa Catarina
© 2024. SESI – Departamento Regional de Santa Catarina

A reprodução total ou parcial desta publicação por quaisquer meios,


seja eletrônico, mecânico, fotocópia, de gravação ou outros, somente
será permitida com prévia autorização, por escrito, do SENAI.

SENAI Departamento Regional de Santa Catarina


Gerência de Educação

SESI Departamento Regional de Santa Catarina


Gerência de Educação

Este documento estabelece os valores e as diretrizes que orientam as


decisões e atitudes a serem observadas por todos que se relacionam com
o Sistema FIESC (colaboradores, fornecedores, clientes, governo, comu-
nidade e outros), no exercício de suas responsabilidades.
Abrangência: Entidades do Sistema FIESC

S491g
Serviço Social da Indústria
Guia de convivência na escola : uma cultura de paz / Serviço
Social da Indústria. Departamento Regional de Santa Catarina.
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento
Regional de Santa Catarina. - Florianópolis: FIESC, 2024.
38 p. : il. color ; 21 cm.

1. Educação – Guias, manuais. 2. Acolhimento. 3.


Convivência. I. Título.

CDU: 316

Ficha Catalográfica elaborada por Luciana Effting Takiuchi – CRB 937 / 14° Região

SENAI - Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial

SESI - Serviço Social da Indústria

Sede
Rodovia Admar Gonzaga • 2765 • Itacorubi • Florianópolis - SC,
88034-001 • Tel.: (48) 3231-4100 • http://sc.senai.br/
PALAVRA INSTITUCIONAL
Sabendo da nossa importância e responsabilidade
diante da indústria e da sociedade, a Federação das
Indústrias do Estado de Santa Catarina e suas entidades
buscam adotar padrões de ética e conduta em suas ações,
intenções e posicionamentos.
Este documento pretende assegurar um ambiente
socialmente saudável, propiciando algumas condições
indispensáveis para que todos os que dele participam
possam ampliar seus horizontes, trabalhar suas aptidões e
expressar seus interesses, tornando-se cidadãs e cidadãos
aptos a atuar de maneira ativa, pacífica e produtiva nos
diversos aspectos da vida.
Sabemos que o desenvolvimento humano é um
processo dinâmico ao longo do qual, com frequência,
eclodem conflitos complexos que podem causar
perplexidade e insegurança e, com isso, comportamentos
indesejáveis ou até mesmo inadmissíveis em um ambiente
escolar. Nesse sentido, é parte fundamental do processo
educativo garantir que regras saudáveis de convivência
sejam observadas.
Em nossa missão de cuidar e educar, equipes
pedagógicas, docentes, discentes, familiares e comunidade
em geral devem obedecer regras de comportamento
e convivência, assim como encorajar uns aos outros a
respeitarem as diferenças e a praticarem a tolerância.
Desejamos provocar inquietações tanto por meio
de programas educacionais de excelência e qualidade,
voltados para o desenvolvimento humano e que
potencializem o exercício da autonomia e do senso crítico,
como por intermédio de ações que busquem fazer do
estudante um protagonista no processo de construção de
seu conhecimento. Esse é um instrumento de apoio que
se torna um indispensável referencial para as escolas SESI/
SENAI de Santa Catarina.
Nas próximas páginas, apresentaremos os
compromissos fundamentais que indicam a conduta
esperada e coerente de nossas políticas e procedimentos.
Ansiamos por caminhos que levem a uma convivência
ainda mais harmoniosa, ética, produtiva, transparente e
motivadora para todas as nossas unidades de ensino.
Este documento representa o esforço conjunto de
muitas pessoas, às quais agradecemos, na convicção de
que o tenham feito imbuídas da responsabilidade pela
educação SESI/SENAI.

Fabrizio Machado Pereira


Diretor Regional do SENAI/SC
Diretor de Educação e Tecnologia da FIESC
Sumário
Introdução: a convivência na escola e a cultura de paz........................... 11

Garantia, compromisso e responsabilidade dos estudantes ................... 15

Condutas que afetam o ambiente escolar virtual: para estudantes,


docentes e demais envolvidos no processo educativo............................ 24

Convivência.............................................................................................. 28

Referências.............................................................................................. 37

Ficha técnica............................................................................................ 40
“A Educação é compreendida como um direito em si mesmo e um
meio indispensável para o acesso a outros direitos.

A Educação ganha, portanto, mais importância quando direcionada


ao pleno desenvolvimento humano e às suas potencialidades,
valorizando o respeito aos grupos socialmente excluídos. Essa
concepção de Educação busca efetivar a cidadania plena para a
construção de conhecimentos, o desenvolvimento de valores, atitudes
e comportamentos, além da defesa socioambiental e justiça social".
(BRASIL, 2018b, p. 12)
INTRODUÇÃO: A CONVIVÊNCIA NA
ESCOLA E A CULTURA DE PAZ
Toda instituição educativa proporciona a convivência
intensa entre crianças, adolescentes e adultos com as mais
diversas características. A maneira como a convivência é
organizada na escola constitui seu clima relacional. Nele,
podem ocorrer desde manifestações perturbadoras (incivilidade,
transgressões às regras, indisciplinas) que incomodam muito
mais pela frequência e intensidade do que pela gravidade, até
manifestações violentas que se impõem pela agressão e pela
força. Muitas dessas, por sua vez, acontecem de forma silenciosa
e escondida e requerem ações e atenção especial: são as
formas de violência autoinfligida, os sofrimentos emocionais e o
bullying/cyberbullying.
A Lei Antibullying Lei 13.185 (BRASIL, 2015) incorporada
recentemente à LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação
– Lei 13.663 (BRASIL, 2018a) torna obrigatório o combate à
violência e a promoção da cultura da paz nas instituições de
ensino brasileiras, assegurando assim o direito dos estudantes
à aprendizagem da convivência. Recentemente publicada no
Diário Oficial da União em 15/01, a Lei 14.811/2024 atualiza
a legislação brasileira, tipificando como crimes as práticas de
bullying e cyberbullying.
No Brasil, diversas iniciativas têm sido tomadas e apregoadas
em políticas municipais, estaduais e federais. Além disso, movida
pelos “princípios éticos, políticos e estéticos” estabelecidos pelas
Diretrizes Curriculares Nacionais (BRASIL, 2013), a BNCC (Base
Nacional Comum Curricular) reitera os propósitos da educação
no país, visando uma “formação humana integral” que favoreça a
“construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva”.

A CONVIVÊNCIA NA ESCOLA | UMA CULTURA DE PAZ 11


As propostas evidenciadas no texto salientam a
imprescindibilidade de a escola estruturar espaços democráticos
em que a convivência entre as pessoas seja também um dos pilares
que a sustentam. Dentre as dez competências gerais definidas pela
BNCC, destacamos as três últimas, que propõem que os estudantes
se desenvolvam para:

Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e


emocional, compreendendo-se na diversidade humana e
reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica
e capacidade para lidar com elas. (BRASIL, 2018c, p. 9)

Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a


cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito
ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e
valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais,
seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem
preconceitos de qualquer natureza. (BRASIL, 2018c, p. 9)

Agir pessoal e coletivamente com autonomia,


responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação,
tomando decisões com base em princípios éticos,
democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários. (BRASIL,
2018c, p. 9)

12 A CONVIVÊNCIA NA ESCOLA | UMA CULTURA DE PAZ


A BNCC (BRASIL, 2018c, p. 14) estabelece também que

a Educação Básica deve visar à formação e ao


desenvolvimento humano global, o que implica compreender
a complexidade e a não linearidade desse desenvolvimento,
rompendo com visões reducionistas que privilegiam ou a
dimensão intelectual (cognitiva) ou a dimensão afetiva.

Portanto, o documento destaca a necessidade de as


instituições de educação proporcionarem aos estudantes espaços
e ações que viabilizem o conhecimento e a valorização de si e
do outro, para que juntos desenvolvam uma convivência ética
fundada em valores morais como a justiça, a solidariedade e o
respeito, entre outros.
Dessa forma, pensar em estratégias para criar uma “cultura de
paz” na escola, além de garantir que a boa convivência seja um
valor e, assim, proporcionar espaços onde esses valores sejam
reiterados, permite também atender a uma demanda legal.
Além disso, segundo Delors (2010), dois dos quatro pilares
da Educação, apresentados pela Comissão Internacional sobre
Educação para o Século XXI no relatório para a UNESCO, são
base para o pleno desenvolvimento e ressaltam a necessidade
de pensar no âmbito formativo das ações para a convivência:
aprender a ser e aprender a conviver.
A partir desse ideal, este documento tem como finalidade
garantir essas prerrogativas institucionais, bem como colaborar
para que os agentes envolvidos no processo educativo
(estudantes, professores, colaboradores etc.) possam ser parte
integrante e atuante em todo o percurso de construção de uma
convivência que busca, acima de tudo, ser ética, observando os
valores nela incorporados, como a empatia, o respeito, a justiça,
a igualdade, a autonomia e a generosidade.

A CONVIVÊNCIA NA ESCOLA | UMA CULTURA DE PAZ 13


“O direito à educação não é apenas o direito de frequentar
escolas: é também, na medida em que vise a educação ao pleno
desenvolvimento da personalidade, o direito de encontrar
nessas escolas tudo aquilo que seja necessário à construção de
um raciocínio pronto e de uma consciência moral desperta”.
(PIAGET, 1973, p.45)
GARANTIA, COMPROMISSO
E RESPONSABILIDADE DOS
ESTUDANTES

2.1 ESTUDANTES

SOBRE AS GARANTIAS PARA O 04 Sentir-se seguro de


ESTUDANTE: SEUS DIREITOS que as intervenções promovem
autonomia, protagonismo e
01 Ter sua dignidade consideram a faixa etária e a
preservada, em um ambiente modalidade na proposição de
com ações voltadas para um ações;
atendimento acolhedor e
humanizado; 05 Zelo para que não
ocorra qualquer tipo de abuso
02 Vivenciar experiências ou negligência que possa causar
ricas e diversificadas, ambientes danos físicos, psíquicos e morais
planejados e replanejados em em estudantes que estejam em seu
função das necessidades de ambiente escolar/acadêmico;
aprendizagem de cada grupo;
06 Ter asseguradas as
03 Na educação infantil, condições de aprendizagem
compreendemos o cuidar como necessárias ao desenvolvimento
um olhar atento para a necessidade de suas potencialidades nas
da criança, seja de ordem física, perspectivas individual, social e
cognitiva ou emocional. Além profissional;
disso, ressaltamos a importância
do brincar para o desenvolvimento, 07 Estudantes com deficiência,
principalmente por ser uma terão direito a adequações
linguagem simbólica que imita a necessárias conforme às suas
realidade, testa papéis, organiza especificidades e singularidades,
aprendizagens, estabelece vínculos usufruindo de igualdade de
e generaliza o que foi aprendido; atendimento, sem sofrer qualquer
tipo de discriminação;

A CONVIVÊNCIA NA ESCOLA | UMA CULTURA DE PAZ 15


08 Usufruir de ambiente 11 Receber orientações
de aprendizagem apropriado e necessárias para constante melhoria
incentivador, livre de discriminação, de seu desenvolvimento escolar;
constrangimentos ou intolerância;
12 Utilizar os recursos
09 Receber atenção e tecnológicos das Unidades SESI/
respeito de colegas, professores, SENAI-SC, desde que observadas as
funcionários e colaboradores regras de uso;
da escola, independentemente
13 Integrar-se aos programas,
de idade, sexo, raça, cor,
projetos e atividades das Unidades
credo, religião, origem social,
SESI/SENAI ou ser atendido por
nacionalidade, deficiências,
eles, desde que observados os
estado civil, identidade de gênero,
regulamentos;
orientação sexual ou crenças
políticas; 14 Ter assegurado o
cumprimento do contrato de
10 Ter acesso a seu prestação de serviços educacionais,
desempenho no processo de ensino quando aplicável.
e aprendizagem publicado no
Espaço do Estudante;

SOBRE OS COMPROMISSOS DO ESTUDANTE: CONDUTAS


ESPERADAS, SEUS DEVERES E RESPONSABILIDADES

01 Frequentar a escola 03 Observar as disposições


regular e pontualmente, vigentes sobre entrada e saída das
realizando os esforços necessários classes e demais dependências da
para progredir nas diversas áreas escola;
de sua educação;
04 Ser respeitoso e
02 Estar preparado para as cortês com colegas, diretores,
aulas e manter de forma adequada professores, funcionários
livros e demais materiais escolares e colaboradores da escola,
de uso pessoal ou coletivo; independentemente de idade,

16 A CONVIVÊNCIA NA ESCOLA | UMA CULTURA DE PAZ


sexo, raça, cor, credo, religião, 09 Utilizar meios pacíficos
origem social, nacionalidade, para resolver conflitos;
condição física ou emocional,
deficiências, estado civil, 10 Alertar sobre a gravidade
identidade de gênero, orientação do assédio sexual praticado por
sexual, ou crenças políticas; estudantes e demais profissionais
da Entidade, assim como sobre
05 Contribuir para criar agressão ou ameaça física
e manter um ambiente de praticada contra qualquer
aprendizagem colaborativo e estudante ou integrante do corpo
seguro, que garanta o direito de docente;
todos os estudantes de estudar e
aprender; 11 Ajudar a manter o
ambiente escolar livre de bebidas
06 Abster-se de condutas que alcoólicas, drogas lícitas e ilícitas,
neguem, ameacem ou de alguma substâncias tóxicas e armas de
forma interfiram negativamente qualquer espécie;
no livre exercício dos direitos dos
membros da comunidade escolar; 12 O porte de drogas,
remédios controlados (sem
07 Preservar a imagem e autorização médica ou dos pais)
o patrimônio físico, histórico ou qualquer tipo de armas no
e cultural do SESI/SENAI SC. interior do estabelecimento é
Zelar pelo material, máquinas, passível de medidas disciplinares,
equipamentos, livros e todos os sem o prejuízo de comunicar às
recursos didáticos, garantindo a autoridades competentes. Em
continuidade de seu uso; caso de estudantes crianças ou
adolescentes será acionado o
08 Compartilhar com a
conselho tutelar e estudantes
gerência da escola/faculdade
adultos poderá ser acionada a
informações sobre questões
polícia militar;
que possam colocar em risco
a saúde, segurança e bem- 13 Manter pais ou
estar da comunidade escolar/ responsáveis legais informados
acadêmica, cumprindo as normas sobre os assuntos escolares,
e os procedimentos de saúde e sobretudo o progresso nos
segurança no trabalho; estudos, eventos sociais e
educativos previstos ou em

A CONVIVÊNCIA NA ESCOLA | UMA CULTURA DE PAZ 17


andamento. Assegurar que desenvolvimento das atividades de
recebam as comunicações a eles ensino e aprendizagem;
encaminhadas pela equipe escolar,
devolvendo-as à direção em tempo 19 Solicitar autorização à
hábil e com a devida ciência, coordenação pedagógica ou
sempre que for o caso. Além disso, supervisor de curso, mediante
manter atualizadas as informações justificativa, em caso de entradas
cadastrais na secretaria escolar; tardias e saídas antecipadas das
aulas;
14 Apresentar-se devidamente
uniformizado, quando requerido 20 Tomar conhecimento
pelo SESI/SENAI SC, observando as dos avisos afixados nos murais ou
normas de prevenção de acidentes divulgados no Espaço do Estudante;
e utilizando equipamentos de 21 Manter a Unidade Escolar
proteção individual ou coletivo, informada sobre os aspectos
além de vestuário adequado, que não possam ser omitidos em
conforme orientações nos relação à sua saúde, integridade
ambientes; física e mental;
15 Comparecer pontual e 22 Cumprir rigorosamente os
assiduamente às aulas, avaliações, prazos (de matrícula, avaliações
solenidades e outras atividades e entrega de livros, entre outros)
programadas pela Instituição; estabelecidos pela Unidade;
16 Responsabilizar-se pelos 23 Assumir o desenvolvimento
seus pertences e comunicar à das competências propostas para o
coordenação sinistros de qualquer curso como princípio organizador
natureza que tenham ocorrido. da vida Escolar;
Indenizar, se for o caso, por
prejuízos causados à instituição 24 Além destas condutas,
de ensino, colaboradores do cumprir as condições previstas no
estabelecimento ou colegas; contrato de prestação de serviços
educacionais, quando aplicável,
17 Realizar as atividades nos programas, na legislação
cumprindo os prazos estabelecidos educacional, no regimento e nas
pelos docentes; normas Escolares.
18 Providenciar e utilizar
material didático necessário ao

18 A CONVIVÊNCIA NA ESCOLA | UMA CULTURA DE PAZ


2.2 FAMILIARES OU RESPONSÁVEL LEGAL

DAS GARANTIAS: SEUS DIREITOS

São direitos dos familiares/responsáveis legais, como


participantes do processo educativo:

01 Ter acesso a informações 03 Ser recebido, tratado com


sobre a vida escolar dos seus atenção e respeito em relação a
filhos e/ou daqueles aos quais suas solicitações;
representam e às avaliações
realizadas no processo de ensino-
04 Solicitar atendimento
da rede protetiva a seus filhos
aprendizagem;
ou àqueles a quem representam,
02 Ter ciência do processo sempre que necessário e
pedagógico; justificado.

DOS COMPROMISSOS E RESPONSABILIDADES: SEUS DEVERES

São compromissos e responsabilidades dos familiares/


responsáveis legais, como participantes do processo educativo:

01 Participar das atividades 03 Garantir que o


de integração escola-família- estudante compareça pontual e
comunidade; assiduamente nos dias letivos;

02 Manter-se informado 04 Informar, no ato da


sobre a vida escolar do estudante; matrícula, se o estudante
apresenta doenças crônicas ou
qualquer tipo de deficiência;

A CONVIVÊNCIA NA ESCOLA | UMA CULTURA DE PAZ 19


05 Respeitar a integridade 06 Comparecer à Unidade
física, psicológica e moral de Escolar sempre que convocados;
todos os membros da comunidade
educativa e tratar a todos com
07 Encaminhar e
acompanhar o filho ou aqueles
civilidade, independentemente de
a quem representam à Rede
idade, sexo, etnia, nacionalidade,
de Proteção e órgãos de apoio
condição social, deficiência,
sempre que recomendado pela
orientação sexual, identidade de
unidade escolar.
gênero, preferências políticas,
crenças religiosas ou convicções
ideológicas;

2.3 DOCENTES E DEMAIS ENVOLVIDOS


NO PROCESSO EDUCATIVO

DAS GARANTIAS: SEUS DIREITOS

São direitos dos docentes e demais funcionários participantes do


processo educativo:

01 Usufruir de ambiente origem social, nacionalidade,


de trabalho apropriado deficiências, estado civil,
e incentivador, livre de identidade de gênero, orientação
discriminação, constrangimentos sexual ou crenças políticas;
ou intolerância;
03 Receber orientações
02 Receber atenção necessárias para constante
e respeito de estudantes, melhoria de seu desenvolvimento
familiares e colegas de trabalho, profissional.
independentemente de idade,
sexo, raça, cor, credo, religião,

20 A CONVIVÊNCIA NA ESCOLA | UMA CULTURA DE PAZ


DOS COMPROMISSOS E RESPONSABILIDADES: SEUS DEVERES

Além de submeterem-se ao Código de Ética do Sistema FIESC,


são compromissos e responsabilidades dos docentes e demais
colaboradores envolvidos no processo educativo:

01 Todos os profissionais 03 Abster-se de condutas


que atuam no SESI/SENAI/ que neguem, ameacem ou
UniSENAI, em especial aqueles de alguma forma interfiram
que compõem o corpo docente, negativamente no livre exercício
têm a missão de promover, dos direitos dos membros da
facilitar o processo de ensino- comunidade escolar;
aprendizagem e auxiliar crianças,
adolescentes, jovens e adultos
04 Sentir-se responsável pela
segurança no ambiente escolar,
a serem protagonistas de suas
estando atento para corrigir
histórias. Estes profissionais têm a
desvios que podem comprometer
tarefa de, por meio da educação,
a integridade física e emocional
formar cidadãos justos, éticos,
dos nossos estudantes e colegas,
conscientes e solidários;
contribuindo de forma responsável
02 Ser respeitoso com e confiável com a manutenção de
os estudantes, seus familiares um ambiente ético,colaborativo,
e colaboradores da escola, com mais segurança, eficiência e
independentemente de idade, qualidade;
sexo, raça, cor, credo, religião,
origem social, nacionalidade,
05 Aperfeiçoar-se
continuamente para assumir suas
condição física ou emocional,
atribuições, contribuindo para o
deficiências, estado civil,
desenvolvimento educacional de
orientação sexual, identidade
todos os envolvidos, promovendo
de gênero ou crenças políticas,
ações com o intuito de formar
preservando a integridade física e
mentes criativas capazes
moral dos estudantes, respeitando
de ampliar o horizonte de
a individualidade de cada um e
conhecimento dos estudantes,
não participando ou permitindo
inovando e transformando pessoas
atos preconceituosos ou
e organizações;
discriminatórios;

A CONVIVÊNCIA NA ESCOLA | UMA CULTURA DE PAZ 21


06 Seguir a proposta estatuto da criança e adolescente,
pedagógica do SESI/SENAI/ no caso de envolvimento pessoal;
UniSENAI/SC e aplicar os devidos
09 Em suas redes sociais
critérios de avaliação, não particulares não esquecer a
concedendo nem recebendo premissa de que o relacionamento
favores ou benefícios de qualquer entre docente , discente e família
espécie, sendo coerente e é estritamente um vínculo
buscando o justo equilíbrio entre profissional; zelando também
os instrumentos empregados, as pelo cuidado com as postagens
competências, habilidades e os e notícias que possam ferir a
conteúdos a serem avaliados; imagem da Instituição;
07 Conceber a avaliação
10 Quando em atividade
como um processo que possibilita docente ou representando a
a autoavaliação e a permanente Instituição, apresentar-se para
qualificação de si e do processo suas atividades com vestimenta
ensino-aprendizagem nos adequada ao exercício da função
seus múltiplos aspectos: acadêmica, observando suas
relação professor-estudante, especificidades;
desenvolvimento de conteúdos,
humanização, transparência e 11 São vedados atos
respeito; de favorecimento indevido
em relação a estudantes,
08 Frequentemente a subordinados e fornecedores;
interação entre educadores e
estudantes ultrapassa os muros 12 É vedada a realização de
do SESI/SENAI. Nestes casos, o campanhas políticas em favor de
comportamento dos profissionais candidatos ou partidos no interior
da educação deve ser adequado e da Entidade;
alinhado com a posição ocupada
13 Preservar o patrimônio
na instituição escolar/ acadêmica,
físico, histórico e cultural do SESI/
demonstrando atitudes coerentes
SENAI SC. Zelar pelo material,
com os valores e cultura
máquinas, equipamentos, livros
institucional. Os relacionamentos
e todos os recursos didáticos,
devem ser baseados na premissa
garantindo a continuidade de
professor-estudante, sem vínculos
seu uso por outros colegas e
pessoais que venham a prejudicar
estudantes;
o rendimento escolar ou ferir o

22 A CONVIVÊNCIA NA ESCOLA | UMA CULTURA DE PAZ


“Uma escola democrática pretende que os estudantes sejam
protagonistas da própria educação e que o façam participando
e tomando parte direta em todos aqueles aspectos do processo
formativo possíveis de deixar em suas mãos”.
(PUIG, 2000, p.121)

A CONVIVÊNCIA NA ESCOLA | UMA CULTURA DE PAZ 23


CONDUTAS QUE AFETAM O
AMBIENTE ESCOLAR VIRTUAL:
PARA ESTUDANTES, DOCENTES E
DEMAIS ENVOLVIDOS NO PROCESSO
EDUCATIVO
Além das condutas descritas neste documento, também são
passíveis de apuração e aplicação de medidas disciplinares
as condutas em ambiente virtual que a instituição considere
incompatíveis com a manutenção de um ambiente escolar sadio
ou que sejam inapropriadas ao ensino-aprendizagem.

01 Utilizar, sem a devida 04 Ativar injustificadamente


autorização, equipamentos abas ou arquivos que não
e dispositivos eletrônicos de tenham relação com a proposta
propriedade da instituição SESI/ educacional para aquele
SENAI SC; momento;

02 Utilizar, em momentos 05 Violar as políticas adotadas


não apropriados, equipamentos no tocante ao uso da internet na
eletrônicos como telefones escola, acessando-a, por exemplo,
celulares, jogos on-line, para violação de segurança ou
reprodutores de música ou outros privacidade, ou para acesso a
dispositivos de comunicação e conteúdo não permitido ou
entretenimento que perturbem o inadequado;
ambiente escolar/ acadêmico;
06 Danificar ou adulterar
03 Comportar-se de registros e documentos escolares
maneira a perturbar o processo por meio de qualquer método,
educativo, por exemplo, fazendo inclusive o uso de computadores
barulho excessivo no microfone ou outros meios eletrônicos;
ou deixando microfone aberto
enquanto outras pessoas estão
07 Empregar gestos ou
falando; expressões por meio de emoji/

24 A CONVIVÊNCIA NA ESCOLA | UMA CULTURA DE PAZ


sticker que configurem insultos 09 É vedado citar em redes
ou ameaças a terceiros, incluindo sociais colegas, professores ou
hostilidade ou intimidação a entidade de forma pejorativa,
mediante o uso de apelidos discriminatória ou incentivando
racistas ou preconceituosos. atos de agressão verbal ou física, ou
Emitir comentários ou insinuações mesmo com notícias falsas (fake)
de conotação sexual agressiva sobre eles;
ou desrespeitosa, ou apresentar
qualquer conduta de natureza 10 Provocar ou forçar contato
sexualmente ofensiva, seja inapropriado ou não desejado
cyberbullying em ambiente virtual dentro do ambiente virtual escolar;
ou bullying presencialmente;
11 Apresentar qualquer
08 Estimular ou envolver- conduta proibida pela legislação
se em conflitos na internet, brasileira, sobretudo que viole
manifestando conduta agressiva o Estatuto da Criança e do
ou incitando brincadeiras que Adolescente (ECA), o Código Penal
impliquem risco de ferimentos, em e ou o Marco Civil da Internet.
qualquer membro da comunidade
escolar/ acadêmica;

NO QUE CONCERNE À SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO DA


REDE SESI/SENAI-SC RECOMENDA-SE A ESTUDANTES,
PROFESSORES, COLABORADORES OU TERCEIRIZADOS:

01 As senhas pessoais são efetuar a saída (logoff) da máquina


individuais e sigilosas e não devem utilizada, resguardando assim
ser compartilhadas em nenhuma suas informações. Em nenhuma
hipótese. É de responsabilidade hipótese devem deixar páginas ou
dos estudantes, colaboradores conteúdos pessoais abertos (seja
e funcionários terceirizados, no momento de aulas ou após a
em todos os acessos e usos de utilização do computador). No
computadores na instituição, caso de utilização indevida por
zelar pelo manejo das entradas terceiros, a responsabilidade será
(logins), atentando-se para sempre da pessoa que está logada;

A CONVIVÊNCIA NA ESCOLA | UMA CULTURA DE PAZ 25


02 O e-mail institucional respeitosa, harmoniosa, com
não pode e não deve ser utilizado cordialidade e ética, seja nos fóruns,
para propagar mensagens com mensagens e demais ferramentas
conteúdo não corporativo, tais de comunicação disponíveis no
como cyberbullying, piadas, sistema, sendo reprovado participar,
comercialização de objetos, estimular ou organizar incidente de
correntes, pornografia, proselitismo violência grupal ou generalizada,
e campanhas político-partidárias. presencialmente ou de maneira
Também não deve ser utilizado virtual;
como instrumento de calúnia ou 05 Deve-se cuidar com
difamação, entre outros. Portanto,
a linguagem ao escrever uma
não se deve transmitir informações
mensagem de e-mail, WhatsApp
ou arquivos que não estejam
ou de qualquer ferramenta virtual,
no contexto da função escolar/
procurando adequar o texto às
acadêmica solicitada;
suas características, considerando
03 Deve prevalecer a sua função e o tipo de relação
prudência no caso de professores estabelecida;
e colaboradores da FIESC ao 06 Cuidar ao utilizar trechos
utilizarem a Internet e as redes
de textos de outros autores ou
sociais. Ao se declarar profissional
sites. Seguir os critérios para
envolvido na rede de educação
citações da Associação Brasileira de
SESI/SENAI-SC, deve pautar o
Normas Técnicas (ABNT) em vigor.
comportamento pelas instruções
As citações (trechos de textos de
recebidas anteriormente, visando
outros autores) sem esses critérios
preservar a própria imagem,
serão consideradas plágio;
não permitindo exposições
pornográficas e pejorativas, como a 07 Todas as críticas, elogios
publicação de fotos inadequadas ou e sugestões serão bem-vindas. No
de situações eticamente reprováveis; entanto, devem ser direcionadas
aos fóruns específicos, por meio
04 Aulas em ambiente virtual de mensagens privadas, ou seja,
seguem os mesmos cuidados
diretamente ao destinatário, seja ele
citados anteriormente neste
estudante, professor, coordenador,
documento. Qualquer pessoa que
ou qualquer outro participante que
faça uso dos ambientes virtuais
tenha acesso ao ambiente das aulas.
deverá se comportar de maneira

26 A CONVIVÊNCIA NA ESCOLA | UMA CULTURA DE PAZ


“O objetivo geral de envolver os estudantes em tomadas
de decisões e estabelecimento de regras em suas salas de
aula é contribuir para uma atmosfera de respeito mútuo, na
qual professores e estudantes praticam a autorregulação e a
cooperação”.
(DEVRIES; ZAN, 1998, p. 30)

A CONVIVÊNCIA NA ESCOLA | UMA CULTURA DE PAZ 27


CONVIVÊNCIA
AS REGRAS QUE REGULAM A CONVIVÊNCIA E AS
AÇÕES QUE PROMOVEM A APRENDIZAGEM DE
MANEIRAS ASSERTIVAS
Tanto as regras da escola quanto as sanções aplicadas aos
comportamentos que ferem a convivência escolar devem ser
orientadas por princípios morais. Segundo La Taille (2002, p. 38),
os princípios “não somente revelam a razão de ser das regras
como são eles que nos permitem criar regras em situações para
as quais ainda não foram formuladas”.

Pensar a convivência na escola requer promover a reflexão


e a análise crítica de valores, atitudes e tomadas de decisão
que, por sua vez, possibilitem conhecer e validar valores
universalmente desejáveis, frutos das relações humanas
historicamente construídas. O sentimento de pertencer a
uma comunidade, a grupos sociais ou a uma classe e de
comprometer-se com questões relevantes à vida coletiva
é nuclear ao exercício da cidadania. Requer, assim, a
participação de todos na elaboração e validação das regras
que visam, sobretudo, assegurar a proteção integral, a
formação ética e um clima escolar positivo.

Sabe-se que a concepção do professor sobre os conflitos


e, consequentemente, a intervenção realizada por ele nos
problemas de convivência entre os estudantes, interferem
diretamente no desenvolvimento da autonomia moral dos
estudantes. Segundo uma visão construtivista, os conflitos

28 A CONVIVÊNCIA NA ESCOLA | UMA CULTURA DE PAZ


são compreendidos como naturais em qualquer relação e
necessários ao desenvolvimento da criança e do jovem. São
considerados, dessa forma, oportunidades para que as regras e
os valores sejam construídos e assegurados, visto que indicam o
que os estudantes precisam aprender.
Uma intervenção positiva em um conflito não enfatiza o
resultado ou o produto dessa ação, mas sim o processo pelo qual
os problemas são enfrentados e o que os estudantes poderão
aprender com o fato ocorrido. Em um conflito há a oportunidade
de uma pessoa, motivada pelo desequilíbrio, refletir sobre
maneiras distintas de restabelecer a reciprocidade, já que precisa
coordenar as perspectivas e sentimentos do outro como se
fossem seus.
Assim, alcançar relações equilibradas e satisfatórias – o que
não significa que os conflitos estão ausentes – é fruto de um
processo contínuo de construção e aprendizagem.

Os esforços nesta área não significam conseguir um


“bom comportamento” do estudante (muitas vezes por
medo ou conformismo), posto que, se a finalidade da
escola for favorecer o desenvolvimento de relações
justas, respeitosas e solidárias, será preciso refletir sobre
as regras e sanções que apontem para a aprendizagem
da convivência e para a autorregulação das condutas por
parte dos estudantes.

Contudo, estabelecer sanções demanda constante


identificação dos diferentes problemas de convivência.

A CONVIVÊNCIA NA ESCOLA | UMA CULTURA DE PAZ 29


30 A CONVIVÊNCIA NA ESCOLA | UMA CULTURA DE PAZ
Principais Dificuldades de Convivência na Escola
Nos dois quadros a seguir, é apresentada a “Matriz Preliminar
para Categorização dos Registros de Ocorrências Escolares”

Jogar jogo da velha


Refere-se à ruptura
com o colega durante
do contrato social da
a apresentação de
Indisciplina aprendizagem dos
um seminário, não
curricular conteúdos escolares.
ler o texto, ficar
Interfere nas condições de
conversando durante
aprendizagem do currículo.
a explicação.

Refere-se à ruptura
do contrato social da
aprendizagem da boa
educação. Falta de polidez Andar pela sala,
ou ações que ferem os incomodar os outros,
códigos de boas maneiras. cochichar, falta
São incivilidades que de pontualidade,
constituem microviolências conversa à margem
ou pequenas agressões do que está sendo
Manifestação cotidianas. Caracterizam- tratado em classe,
perturbadoras se como atentados entretenimento com
ou recorrentes ao direito de objetos impróprios
indisciplinadas cada um ser respeitado, ou à atividade e
como pequenas infrações ao momento,
Indisciplina à ordem estabelecida, comportamentos
social diferenciando-se de irritantes, desordem,
condutas criminosas ou indelicadezas,
delinquentes. barulhos,
Incomodam mais pela impolidez, apelidos,
intensidade e frequência maledicências,
do que pela gravidade. fofocas, zombarias,
A incivilidade não levantar, jogar
contradiz a lei, nem o objetos, gargalhar,
regimento interno do gritar, demonstrar
estabelecimento, mas as indiferença,
regras de boa convivência. brincadeiras e
Ela rompe com as interrupções.
expectativas do que se
espera como boa conduta
social.

A CONVIVÊNCIA NA ESCOLA | UMA CULTURA DE PAZ 31


Refere-se à ruptura
do contrato social
da aprendizagem da
necessidade das regras Abstenção, uso de
para a boa organização celular, ficar fora da
Confrontos, Indisciplina instituição. Tratam- sala, cabular aula,
violação às regimentar se das transgressões chegar atrasado
normas justas ou comportamentos para assistir às
e necessárias, contrários ao regulamento aulas.
desrespeito às interno da escola, mas
que não são ilegais do
regras elaboradas
ponto de vista da lei.
coletivamente,
desordem,
Refere-se à ruptura
distorções, do contrato social da
comportamentos aprendizagem devido a
irritantes, Apatia, indiferença,
desinteresse acadêmico.
enfrentamentos, recusa em
Caracteriza-se pela
desinteresse, participar das
falta de motivação dos
desmotivação, Indisciplina propostas,
estudantes e por uma
apatia. passiva desmotivação
atitude de desdém e
para o estudo e
desinteresse pela escola.
para realizar as
É como uma falta
atividades.
de conexão entre as
propostas escolares e os
interesses dos estudantes.

Quadro 1: Manifestações Perturbadoras ou Indisciplinadas


Fonte: VINHA et al. (2017).

NOS CASOS DE MANIFESTAÇÕES PERTURBADORAS OU


INDISCIPLINADAS SERÁ PRECISO (TANTO EM ESTRATÉGIAS
DE AULA EM AMBIENTES PRESENCIAIS QUANTO VIRTUAIS):

01 Mediar o conflito entre 02 Apresentar possibilidades


as pessoas envolvidas e, por meio de escolha entre o cumprimento
do diálogo, estabelecer soluções da regra estabelecida ou a
imparciais, equitativas e justas, retirada do estudante da sala
além de ações para reparar os de aula ou atividade em curso,
danos causados, restaurar os encaminhando-o à gestão, com a
direitos e retomar o contrato possibilidade de o estudante voltar
pedagógico; à sala assim que se comprometer a
cumprir a regra;

32 A CONVIVÊNCIA NA ESCOLA | UMA CULTURA DE PAZ


03 Advertir de forma escrita da regra estabelecida ou a retirada
e dirigida os pais, mães ou do material indesejável portado
responsáveis quando criança ou pelo estudante e em casos que
adolescente. O estudante adulto envolvem descumprimento legal
será responsável por assinar sua configurando crime, solicitar
advertência; apoio para acionamento de orgãos
responsáveis;
04 Estabelecer “contratos”
implicando o estudante em
08 Efetuar a retirada
compromissos (solicitar que o do material caso a escolha
estudante redija: “o que você se do estudante seja por não
compromete a fazer para evitar cumprir a regra estabelecida,
que essa situação aconteça?”); comprometendo-se a devolvê-lo
ao término das atividades com a
05 Acompanhar reiteração de um contrato sobre
periodicamente os compromissos o uso de tais materiais após
assumidos pelo estudante; materiais desde que não sejam
substâncias ilícitas ou materiais
06 Determinar a reparação
de uso proibido dentro da
dos danos causados;
instituição. Substâncias suspeitas
07 Apresentar possibilidades serão entregues a órgãos
de escolha entre o cumprimento competentes.

Principais problemas de
Conceito Exemplos
convivência na escola

É aquela dirigida
diretamente à instituição,
aos que fazem parte dela ou
a representam (pessoas ou
coisa). Caracteriza-se por Lesões, extorsão,
atos agressivos intencionais tráfico de drogas na
Manifestações que supõem força, coerção, escola, agressões
Violência
de caráter expressão física intensa e físicas, furto,
dura
violento imposição que provocam depredação, porte
dano e destruição. É de arma, abuso
regulada pelo código penal, sexual.
ou seja, trata-se de ações
que atacam a lei com o uso
da força ou com a ameaça
de usá-la.

A CONVIVÊNCIA NA ESCOLA | UMA CULTURA DE PAZ 33


Principais problemas de
Conceito Exemplos
convivência na escola

É aquela dirigida
diretamente à instituição,
aos que fazem parte dela ou
a representam (pessoas ou
Furtos e
coisa). Caracteriza-se por
depredações
Violência atos agressivos intencionais
Manifestações de pouca
branda que supõe força, coerção,
de caráter significância,
(pequenas expressão física intensa e
violento insultos, atos que
violências) imposição que provocam
visam humilhar,
dano e destruição. Também
difamação.
são reguladas pelo código
penal, ou seja, trata-se de
ações que atacam a lei,
porém de menor gravidade.

São ações reativas que


causam dano a alguém
por meio da imposição de Insultos,
Agressão poder decorrente da falta expressões físicas
reativa de controle das emoções. intensas, revide,
Imposição Caracteriza-se mais pela ameaças.
do esquema impulsividade do que pela
intenção de agredir.
domínio-
submissão,
danos à Refere-se à prática de atos
dignidade agressivos que tornam
pessoal, patente o esquema
emprego da domínio-submissão entre
Ameaças, exclusão,
força para pares. Trata-se de um
zombarias,
causar dano, fenômeno “multicausado”
menosprezo,
que têm seis características
atentado à ridicularizações,
principais: agressão
integridade Bullying apelidos
intencional sem motivo
física-moral- pejorativos,
aparente, recorrência,
psicológica maledicência,
escolha de uma vítima
fofoca, insultos,
frágil, desigualdade de
extorsões.
poder físico ou psicológico,
presença de um público
(espectadores) e a simetria
do poder instituído (pares).

Quadro 2: Manifestações de caráter violento


Fonte: VINHA et al. (2017).

34 A CONVIVÊNCIA NA ESCOLA | UMA CULTURA DE PAZ


NOS CASOS DE MANIFESTAÇÕES DE CARÁTER VIOLENTO,
SERÁ PRECISO (TANTO EM ESTRATÉGIAS DE AULA EM
AMBIENTES PRESENCIAIS QUANTO VIRTUAIS):

01 Mediar o conflito entre 06 Prestar atenção imediata


as pessoas envolvidas e, por meio à saúde física e mental das pessoas
do diálogo, estabelecer soluções afetadas utilizando a rede externa
imparciais, equitativas e justas, além de serviços e parceiros que possam
de ações para reparar os danos auxiliar a família e o estudante no
causados, restaurar os direitos e caso de vulnerabilidade social;
retomar o contrato pedagógico;
07 Informar imediatamente
02 Apresentar possibilidades os pais, mães ou responsáveis das
de escolha entre o cumprimento partes envolvidas e, se necessário,
da regra estabelecida ou a recebê-los na escola para uma
retirada do estudante da sala reunião registrada em ata, com
de aula ou atividade em curso, a assinatura de todos os
encaminhando-o à gestão, com a participantes;
possibilidade de o estudante voltar
à sala assim que se comprometer a
08 Encaminhar para a rede de
cumprir a regra; proteção social básica ou especial;

03 Advertir de forma escrita


09 Avisar a polícia militar (em
e dirigida os pais, mães ou casos de violência dura, observando
responsáveis; também a atuação da Escola para
reparar o dano causado, bem como
04 Estabelecer “contratos” manter o caráter educativo da
implicando o estudante em sanção). Em casos que envolvem
compromissos (solicitar que o crianças e adolescentes juntamente
estudante redija: “o que você se com a polícia, acionar o conselho
compromete a fazer para evitar tutelar;
que essa situação aconteça?”) se
necessário após análise do conselho
10 Acionar o Serviço de
da escola oferecer o afastamento Emergência (em casos específicos e
preliminar como medida educativa necessários);
que dá a possibilidade do estudante 11 Utilizar corretamente os
redigir sua defesa; canais de comunicação com a
05 Entidade (SAC, Ouvidoria e Canal de
Acompanhar
Ética).
periodicamente os compromissos
assumidos pelo estudante;

A CONVIVÊNCIA NA ESCOLA | UMA CULTURA DE PAZ 35


NO CASO DE SUSPENSÃO E DESLIGAMENTO DE ESTUDANTE:

Levando em consideração a proposta pedagógica da cultura


de paz na escola e os pressupostos teóricos que embasam
esse documento, porém, entendendo a importância de se ter
ferramentas para lidar com situações onde todas as medidas
mencionadas anteriormente tenham sido esgotadas, considerar
o afastamento preliminar proposto no regimento escolar como
medida pedagógica que antecede a aplicação de suspensões
(período de 1 a 3 dias letivos, mediante deliberação do conselho
da escola, garantindo amplo direito de defesa com a presença
dos responsáveis legais no caso de se tratar de crianças e
adolescentes). Ressaltamos que essas medidas devem ser
analisadas com cautela pela equipe escolar, após a verificação
minuciosa do regimento, caso a caso e acompanhamento através
do Programa de Acolhimento e Convivência (PAC).

36 A CONVIVÊNCIA NA ESCOLA | UMA CULTURA DE PAZ


REFERÊNCIAS

BRASIL. Lei 13.663, de 14 de maio de 2018. Altera o art. 12 da Lei


nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, para incluir a promoção de
medidas de conscientização, de prevenção e de combate a todos
os tipos de violência e a promoção da cultura de paz entre as
incumbências dos estabelecimentos de ensino. Diário Oficial da
União, Brasília, DF, 15 maio 2018a. Disponível em: http://www2.
camara.leg.br/legin/fed/lei/2018/lei-13663-14-maio-2018-
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educação em direitos humanos. 3. reimp. Brasília, DF: Ministério
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Nacionais Gerais da Educação Básica. Secretaria da Educação
Básica - Brasília: MEC, SEB, DICEI, 2013. Disponível em: http://
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educacao-basica-2013-pdf/file. Acesso em 25 jan.2021.

A CONVIVÊNCIA NA ESCOLA | UMA CULTURA DE PAZ 37


DELORS, J. Educação: um tesouro a descobrir: relatório para
a UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para
o Século XXI (destaques). Paris: International Commission on
Education for the Twenty-first Century, 2010. Disponível em:
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DEVRIES, R.; ZAN, B. A ética na educação infantil. Porto Alegre:


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LA TAILLE, Y. Vergonha: a ferida moral. Petrópolis: Vozes, 2002.

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(org.). Coleção Valores sociomorais: reflexões para a educação.
Americana: Adonis, 2017. v. 5, p. xx-yy.

38 A CONVIVÊNCIA NA ESCOLA | UMA CULTURA DE PAZ


A CONVIVÊNCIA NA ESCOLA | UMA CULTURA DE PAZ 39
FICHA TÉCNICA
DIRETORIA DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA

Gerência Executiva de Educação


Adriana Paula Cassol

Gerência de Educação Básica


Thiago Korb

Gerência de Educação Profissional


Rômulo Thales de Azevedo

Gerência de Ensino Superior


Adriana Paula Cassol

Gerência Pedagógica e de Qualidade Educacional


Ricardo Maximo Anzolin

Elaboração
A primeira edição deste documento é fruto da colaboração
coletiva do Departamento Regional e da Coordenadoria
Pedagógica e de Qualidade Educacional através de Kelly Bueno
e os interlocutores do Programa de Acolhimento e Convivência
juntamente com a Assessoria do Prof. Dr Raul Alves de Souza,
do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Moral (GEPEM)
da UNESP sob a supervisão da Profa Dra. Luciene Tognetta. A
segunda edição contou com a revisão de Andrea Domingos de
Siqueira Pedrinho.
Gerência do Centro de Educação Digital
Fabiano Bachmann

Coordenadoria de Desenvolvimento de Recursos Didáticos


Gisele Umbelino

Design Educacional
Michele Antunes Corrêa
Sabrina Paula Soares Scaranto

Revisão Ortográfica, gramatical e normativa


Tikinet

Projeto Gráfico
Leandro Rosa da Silva
Tatiana Daou Segalin

Ilustrações e Tratamento de Imagens


Leandro Rosa da Silva

Diagramação
Leandro Rosa da Silva

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