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OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Introdução
Para que a escola possa cumprir o seu papel na formação de indivíduos críticos e
capazes de utilizar os conhecimentos adquiridos para a promoção de uma socie-
dade mais igualitária e justa, ela precisa não só abordar os conteúdos previstos,
mas também adequar suas práticas às especificidades de toda a comunidade
escolar. Essas especificidades dizem respeito aos profissionais que atuam na
escola, aos alunos, suas famílias e à comunidade do entorno.
Neste capítulo, você identificará quais são os membros que formam a comuni-
dade escolar e estudará a importância de aproximá-la da escola para o atendimento
às suas demandas e para uma maior qualificação do ensino. Você verá estratégias
que podem ser adotadas pela escola, começando pela elaboração coletiva do seu
projeto político-pedagógico, para um maior engajamento de todos os membros
da comunidade educativa.
26 Organização da escola e suas relações com a comunidade escolar
A comunidade escolar
Nas sociedades letradas (usuárias da leitura e da escrita), a escola tem um
papel fundamental na formação de sujeitos solidários, críticos, éticos e par-
ticipativos. É na escola que os estudantes devem aprender a se reconhecer
como sujeitos, considerando suas potencialidades e a importância dos modos
de participação e intervenção social na concretização do seu projeto de vida.
É nela que as crianças e os jovens podem vivenciar, de maneira mediada e
intencional, experiências de interação com os outros e com o mundo, apren-
dendo a conviver e a respeitar a diversidade (BRASIL, 2017).
A escola tem como um dos seus objetivos a formação de sujeitos capazes
de agir, efetivamente, para o processo de democratização da sociedade.
Para isso, é preciso que oportunize, em seu interior, experiências práticas
de democracia. A escola é, nesse sentido:
Conselho de Escola
O Conselho de Escola é um órgão colegiado fundamental para a gestão de-
mocrática e participativa da unidade escolar, na medida em que envolve
representantes de todos os segmentos de sua comunidade. Assim, constitui-se
como um espaço de construção de novas maneiras de compartilhamento do
poder de decisão e de corresponsabilização pela escola (SÃO PAULO, 2014).
Os Conselhos de Escola têm como atribuições deliberar sobre questões
político-pedagógicas, administrativas e financeiras na unidade escolar. É
também sua função analisar as ações a serem implementadas e os meios que
deverão ser utilizados para que as finalidades da escola sejam cumpridas
(BRASIL, 2004). Portanto, os Conselhos de Escola têm diferentes funções,
sendo elas: deliberativa, consultiva, fiscalizadora, mobilizadora e pedagógica,
conforme são descritas a seguir (SÃO PAULO, 2014).
Grêmio Estudantil
O Grêmio Estudantil é uma organização que representa os interesses dos
alunos nas escolas, constituindo-se como um espaço no qual eles podem
discutir, criar e fortalecer diferentes possibilidades de ação, tanto no pró-
prio ambiente escolar como na comunidade do entorno. Ele também é um
importante espaço de aprendizagem, já que, na prática, os alunos constroem
conhecimentos sobre cidadania, convivência, responsabilidade e luta por
direitos (INSTITUTO SOU DA PAZ, [2011]).
Esse órgão colegiado tem como um dos seus principais objetivos permitir
a participação ativa dos educandos na construção coletiva dos projetos es-
colares, juntamente com os pais, funcionários, professores, coordenadores e
diretores. Como tal, o Grêmio Estudantil tem o potencial de integrar os alunos
entre si, assim como com a escola e com a comunidade do entorno. Suas
ações podem ser desde a organização de diferentes atividades envolvendo
toda a comunidade escolar (campeonatos, palestras, projetos e discussões)
até a exigência de melhorias na qualidade do ensino.
A existência do Grêmio Estudantil nas unidades escolares encontra em-
basamento na legislação brasileira. A Lei nº 7.398, promulgada em 4 de no-
vembro de 1985, dispõe sobre a organização de entidades estudantis de 1º e
2º graus, assegurando aos estudantes o direito de se organizar em Grêmios
(BRASIL, 1985).
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Para que o PPP possa cumprir o seu papel, ele deve ser fruto de uma
construção coletiva, realizada por todos os atores do processo educativo,
pressupondo uma gestão democrática da escola.
damente adotada nas escolas, uma vez que estados e municípios brasileiros
mantiveram entendimentos próprios do que esse princípio viria a ser, muitas
vezes, de maneira bastante equivocada (VIEIRA; VIDAL, 2015).
A necessidade de adoção da gestão democrática no ensino público foi
retomada pela LDB (Lei nº 9.394/96).
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