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Organização da escola

e suas relações com a


comunidade escolar
Maria Elena Roman de Oliveira Toledo

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

>> Reconhecer os entes que formam a comunidade escolar.


>> Identificar estratégias de aproximação entre os entes da comunidade escolar.
>> Formular estratégias que envolvam a comunidade escolar e seu projeto
político-pedagógico.

Introdução
Para que a escola possa cumprir o seu papel na formação de indivíduos críticos e
capazes de utilizar os conhecimentos adquiridos para a promoção de uma socie-
dade mais igualitária e justa, ela precisa não só abordar os conteúdos previstos,
mas também adequar suas práticas às especificidades de toda a comunidade
escolar. Essas especificidades dizem respeito aos profissionais que atuam na
escola, aos alunos, suas famílias e à comunidade do entorno.
Neste capítulo, você identificará quais são os membros que formam a comuni-
dade escolar e estudará a importância de aproximá-la da escola para o atendimento
às suas demandas e para uma maior qualificação do ensino. Você verá estratégias
que podem ser adotadas pela escola, começando pela elaboração coletiva do seu
projeto político-pedagógico, para um maior engajamento de todos os membros
da comunidade educativa.
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A comunidade escolar
Nas sociedades letradas (usuárias da leitura e da escrita), a escola tem um
papel fundamental na formação de sujeitos solidários, críticos, éticos e par-
ticipativos. É na escola que os estudantes devem aprender a se reconhecer
como sujeitos, considerando suas potencialidades e a importância dos modos
de participação e intervenção social na concretização do seu projeto de vida.
É nela que as crianças e os jovens podem vivenciar, de maneira mediada e
intencional, experiências de interação com os outros e com o mundo, apren-
dendo a conviver e a respeitar a diversidade (BRASIL, 2017).
A escola tem como um dos seus objetivos a formação de sujeitos capazes
de agir, efetivamente, para o processo de democratização da sociedade.
Para isso, é preciso que oportunize, em seu interior, experiências práticas
de democracia. A escola é, nesse sentido:

[...] um lugar privilegiado para o exercício da democracia participativa, para o


exercício de uma cidadania consciente e comprometida com os interesses da
maioria socialmente excluída ou dos grupos sociais privados dos bens culturais
e materiais produzidos pelo trabalho dessa mesma minoria (BRASIL, 2004, p. 20).

Assim, a realização da gestão escolar de maneira participativa e democrá-


tica é um dos elementos fundamentais para que a escola possa contribuir, de
maneira significativa, para a democratização da sociedade e para o exercício
da democracia participativa. A gestão democrática requer a participação de
toda a comunidade escolar na tomada de decisões importantes e relativas às
ações pedagógicas e administrativas que ocorrem no interior da instituição
educacional.
Entende-se por comunidade escolar o conjunto de todos os indivíduos
que interagem com e na unidade escolar, influenciando a construção de sua
identidade. Sendo assim, fazem parte da comunidade escolar os diretores,
os coordenadores, os professores, os funcionários, os estudantes, os pais e
os moradores da comunidade do entorno da escola (BRASIL, 2004).
A participação da comunidade na gestão escolar está prevista no artigo 14
da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB nº 9.394/96), no qual
está posto que os sistemas de ensino deverão definir as normas da gestão
democrática do ensino público na educação básica. Essa gestão, de acordo
com a Lei, deverá estar baseada nos seguintes princípios: “I – Participação dos
profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola;
II – Participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou
equivalentes” (BRASIL, 1996, p. 27835).
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A participação da comunidade é o principal meio para garantir a gestão


democrática da escola, possibilitando o envolvimento dos profissionais que
nela atuam e de seus usuários na tomada de decisões e no funcionamento da
organização escolar (LIBÂNEO, 2004). O envolvimento da comunidade escolar
pode se dar de diferentes maneiras. Algumas formas dessa participação estão
previstas pelos órgãos governamentais, como é o caso da Associação de Pais
e Mestres, do Conselho de Escola e do Grêmio Estudantil.
Outras instâncias podem ser propostas pelos membros da própria co-
munidade, de acordo com seus interesses e com suas demandas (eventos,
ações beneficentes, campeonatos, festas, palestras, entre outras). Quanto
mais os interesses e as demandas dos membros da comunidade escolar
forem contemplados, maiores as possibilidades de engajamento de todos.
A integração entre os diferentes membros da comunidade escolar, constru-
ída por meio de um processo contínuo e dialógico, indubitavelmente contribui
para a qualificação da educação oferecida e para a melhoria do desempenho
dos alunos. O engajamento de todos os membros da comunidade no projeto
educativo da unidade escolar contribui para o fortalecimento tanto da escola
como do território em que ela está inserida.
A escola se fortalece pelo apoio da comunidade para o atendimento de
suas necessidades (físicas, estruturais e pedagógicas) e a comunidade ganha
uma importante aliada em suas reivindicações. Esse apoio mútuo favorece a
melhoria da qualidade da educação oferecida, bem como o desenvolvimento
de ações educativas voltadas para o exercício pleno da cidadania, para a
convivência e para a construção de valores democráticos.
A mobilização de toda a comunidade escolar se constitui também como
um fator de grande relevância para a transformação tanto da sociedade como
do sistema de ensino, garantindo o acesso e a permanência das crianças e
dos jovens na escola e auxiliando na efetivação das lutas pela democracia
política e social do país. Ciente da grande importância da integração de todos
os membros da comunidade escolar, cabe à escola promover ações e oportu-
nizar espaços para que a participação aconteça. Cabe, também, aos demais
membros da comunidade reivindicar esses espaços para que possam ocupá-los.

Estratégias para a aproximação entre


os membros da comunidade escolar
A equipe gestora da escola pode promover diferentes atividades que visem
à aproximação entre os diferentes membros da comunidade escolar. Essas
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atividades podem ter um caráter lúdico (festas, gincanas), cultural (palestras,


apresentações culturais, clubes de leitura) e esportivo (campeonatos, jogos).
Para que essas atividades se constituam, efetivamente, como momentos de
integração, faz-se necessário que a equipe escolar conheça bem os interesses
de todos e proponha situações que motivem a participação.
Um outro caminho bastante efetivo para a promoção dessa aproximação é
a criação dos órgãos colegiados, previstos na legislação educacional brasileira,
como instrumentos para a promoção da gestão democrática e participativa
nas unidades escolares. Os órgãos colegiados são organizações compostas
por representantes da comunidade escolar, visando à participação de todos
na tomada de decisões sobre as questões da escola. São órgãos colegiados
escolares as Associações de Pais e Mestres, o Conselho de Escola e o Grêmio
Estudantil.

Associações de Pais e Mestres


A Associação de Pais e Mestres (APM) é uma associação sem fins lucrativos,
criada para contemplar os interesses comuns dos profissionais da educação
e dos pais ou representantes legais dos alunos (MARINI, 2020). A estruturação
da APM é feita de maneira a oportunizar a expressão da opinião de todos e
a colaboração nas rotinas da gestão escolar, a fim de impactar, de maneira
positiva, a aprendizagem dos alunos e a qualidade da educação oferecida em
cada unidade escolar. Sendo assim, se constitui como um espaço de promo-
ção de diálogo contínuo entre a escola e as famílias, realizado de maneira
democrática, para a integração entre a comunidade e a instituição de ensino.

A APM deve ajudar a escola a atingir os objetivos educacionais, representar e dar


luz às demandas da comunidade, pais ou responsáveis de alunos na escola. E a
solidificar o entrosamento entre pais, responsáveis e professores. Colabora ainda
em atividades culturais, de lazer e saúde envolvendo a escola e a comunidade
(MARINI, 2020, documento on-line).

Não há uma legislação para tratar especificamente da criação e


da gestão das APMs no sistema educacional brasileiro. A criação
de uma APM não é obrigatória para todas as escolas; ela ocorre apenas nas
escolas que recebem verbas do governo federal do Programa Dinheiro Direto
na Escola (PDDE).
O PDDE foi criado em 1995 com o intuito de destinar verbas para esco-
las públicas da educação básica, como auxílio financeiro suplementar para o
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aprimoramento das infraestruturas física e pedagógica, visando à melhoria


do desempenho escolar. Além disso, tem como objetivo o fortalecimento da
participação social e da autogestão escolar.
Nas escolas participantes do PDDE, a APM é responsável por gerir os recursos
recebidos pela unidade escolar.

A criação de APMs é importante o estabelecimento de uma sólida parceria


entre a escola e os familiares dos alunos. Essa parceria tem se mostrado
comprovadamente benéfica para a melhoria do funcionamento da estrutura
e, consequentemente, para a aprendizagem dos alunos.

Conselho de Escola
O Conselho de Escola é um órgão colegiado fundamental para a gestão de-
mocrática e participativa da unidade escolar, na medida em que envolve
representantes de todos os segmentos de sua comunidade. Assim, constitui-se
como um espaço de construção de novas maneiras de compartilhamento do
poder de decisão e de corresponsabilização pela escola (SÃO PAULO, 2014).
Os Conselhos de Escola têm como atribuições deliberar sobre questões
político-pedagógicas, administrativas e financeiras na unidade escolar. É
também sua função analisar as ações a serem implementadas e os meios que
deverão ser utilizados para que as finalidades da escola sejam cumpridas
(BRASIL, 2004). Portanto, os Conselhos de Escola têm diferentes funções,
sendo elas: deliberativa, consultiva, fiscalizadora, mobilizadora e pedagógica,
conforme são descritas a seguir (SÃO PAULO, 2014).

Deliberativa: refere-se tanto às tomadas de decisão relativas às diretrizes


e linhas gerais das ações pedagógicas, administrativas e financeiras quanto
ao direcionamento das políticas públicas, desenvolvidas no âmbito escolar.

Consultiva: refere-se não só à emissão de pareceres para dirimir as dúvidas


e tomar decisões, como também às questões pedagógicas, administrativas
e financeiras no âmbito de sua competência.

Fiscalizadora: refere-se ao acompanhamento e à fiscalização da gestão


pedagógica, administrativa e financeira da unidade escolar, garantindo a
legitimidade de suas ações.

Mobilizadora: refere-se ao apoio e ao estímulo às comunidades escolar e


local em busca da melhoria da qualidade do ensino, do acesso, permanência
e aprendizagem dos estudantes.
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Pedagógica: refere-se ao acompanhamento sistemático das ações educa-


tivas desenvolvidas pela unidade escolar, objetivando a identificação de
problemas e alternativas para melhoria de seu desempenho, garantindo
o cumprimento das normas da escola, bem como a qualidade social da
instituição escolar.
Os Conselhos de Escola devem ser compostos pela direção da escola
e por representantes dos alunos, dos pais ou responsáveis pelos estu-
dantes, dos professores, dos trabalhadores em educação não docentes
e da comunidade local. Neles, as decisões são tomadas coletivamente,
cabendo ao diretor atuar como coordenador na execução das delibera-
ções e como articulador das ações de todos os segmentos, visando à
efetivação do projeto pedagógico na construção do trabalho educativo
(BRASIL, 2004).

Grêmio Estudantil
O Grêmio Estudantil é uma organização que representa os interesses dos
alunos nas escolas, constituindo-se como um espaço no qual eles podem
discutir, criar e fortalecer diferentes possibilidades de ação, tanto no pró-
prio ambiente escolar como na comunidade do entorno. Ele também é um
importante espaço de aprendizagem, já que, na prática, os alunos constroem
conhecimentos sobre cidadania, convivência, responsabilidade e luta por
direitos (INSTITUTO SOU DA PAZ, [2011]).
Esse órgão colegiado tem como um dos seus principais objetivos permitir
a participação ativa dos educandos na construção coletiva dos projetos es-
colares, juntamente com os pais, funcionários, professores, coordenadores e
diretores. Como tal, o Grêmio Estudantil tem o potencial de integrar os alunos
entre si, assim como com a escola e com a comunidade do entorno. Suas
ações podem ser desde a organização de diferentes atividades envolvendo
toda a comunidade escolar (campeonatos, palestras, projetos e discussões)
até a exigência de melhorias na qualidade do ensino.
A existência do Grêmio Estudantil nas unidades escolares encontra em-
basamento na legislação brasileira. A Lei nº 7.398, promulgada em 4 de no-
vembro de 1985, dispõe sobre a organização de entidades estudantis de 1º e
2º graus, assegurando aos estudantes o direito de se organizar em Grêmios
(BRASIL, 1985).
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De acordo com a Lei (art. 1º, § 2º), a organização, o funcionamento e as


atividades dos Grêmios devem ser estabelecidos em seus estatutos, que
deverão ser aprovados em uma assembleia geral do corpo discente da uni-
dade escolar convocada para esse fim. Além disso, no § 3º do mesmo artigo
da Lei, está posto que a aprovação dos estatutos e a escolha dos dirigentes
do Grêmio Estudantil deverão ser realizadas por voto direto e secreto de
cada estudante.
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), Lei nº 8.069 de 13 de julho
de 1990 (BRASIL, 1990), em seu artigo 53, inciso IV, garante aos estudantes
o direito de se organizarem e participarem de entidades estudantis. O
direito à criação do Grêmio Estudantil também é assegurado pela LDB
nº 9.394/96.
A organização estudantil é parte integrante da rede de atores envolvida
com o cotidiano da escola e comprometida com a sua melhoria. Como tal, o
Grêmio é um importante elemento para o estabelecimento de uma boa rede
de relações com os demais atores da comunidade escolar, favorecendo o
engajamento de todos nas ações desenvolvidas.

Projeto político-pedagógico e envolvimento


da comunidade escolar
A elaboração do projeto político-pedagógico da unidade escolar se constitui
como uma outra instância para a promoção da aproximação entre os dife-
rentes membros da comunidade escolar, na medida em que deve ser fruto
de reflexões e discussões coletivas.
A LDB estabeleceu as incumbências das escolas e dos docentes, colocando
entre elas a elaboração de sua proposta pedagógica. No § 1º do artigo 12
da referida Lei, está posto que os estabelecimentos de ensino, respeitadas
as normas comuns e as do seu sistema de ensino, terão a incumbência de
elaborar e executar a sua proposta pedagógica.
A proposta pedagógica de cada unidade escolar se concretiza em um
documento intitulado projeto político-pedagógico (PPP), também conhecido
como projeto pedagógico. Seu intuito principal é indicar quais são os objetivos
da escola e quais são os meios necessários para que eles sejam atingidos.
A adoção da nomenclatura para o documento decorre do fato de que ele
se constitui como (LOPES, 2010):
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„„ projeto, na medida em que reúne propostas de ações concretas que


deverão ser executadas de acordo com os prazos estabelecidos pelo
grupo;
„„ político, uma vez que a escola é a instituição responsável pela for-
mação de cidadãos responsáveis e críticos que, atuando individual e
coletivamente, serão agentes de transformação social;
„„ pedagógico, porque define e organiza as ações necessárias para que
o ensino e a aprendizagem se façam possíveis.

Ao integrar essas três dimensões, o PPP passa a se constituir como um guia


fundamental não só para o trabalho dos gestores escolares e dos professores,
mas também para os funcionários, alunos e suas famílias.

A missão da escola, a caracterização da clientela, os dados sobre a


aprendizagem, a relação com as famílias, os recursos disponíveis,
as diretrizes pedagógicas e o plano de ação são alguns dos itens que precisam
ser contemplados na elaboração do PPP de uma unidade escolar.
Para que eles sejam elaborados, é preciso que todos os envolvidos no pro-
cesso de elaboração do PPP tenham clareza de qual tipo de aluno se pretende
formar e qual é o tipo de sociedade em foco. Essas concepções precisam ser
fruto de discussões e reflexões coletivas.

Para que o PPP possa cumprir o seu papel, ele deve ser fruto de uma
construção coletiva, realizada por todos os atores do processo educativo,
pressupondo uma gestão democrática da escola.

Gestão democrática e participação da comunidade


na escola
A ideia de gestão democrática escolar se constituiu como um marco de
grande importância na legislação brasileira, implementado como fruto dos
movimentos realizados por educadores no período após a ditadura militar
(VIEIRA; VIDAL, 2015).
A menção à gestão democrática na educação foi feita, pela primeira vez,
na Constituição Federal de 1988 (BRASIL, 2016). Nela, a gestão democrática
é colocada como um dos princípios orientadores do ensino público e na
forma da Lei (art. 206, inciso VI). Apesar da inserção do princípio da gestão
democrática na Constituição Federal, durante muito tempo, ela não foi devi-
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damente adotada nas escolas, uma vez que estados e municípios brasileiros
mantiveram entendimentos próprios do que esse princípio viria a ser, muitas
vezes, de maneira bastante equivocada (VIEIRA; VIDAL, 2015).
A necessidade de adoção da gestão democrática no ensino público foi
retomada pela LDB (Lei nº 9.394/96).

Art.14 Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino


público na educação básica, de acordo com suas peculiaridades e conforme os
seguintes princípios:
I – Participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto peda-
gógico da escola;
II – Participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou
equivalentes (BRASIL, 1996, p. 27835).

Os dois Planos Nacionais de Educação (Lei nº 10.172/2001 e Lei nº


13.005/2014), que foram elaborados após a publicação da LDB, reafirma-
ram o papel de destaque da gestão democrática nas políticas públicas de
educação. No Plano Nacional da Educação vigente desde 2014, a gestão
democrática da escola é contemplada em duas metas. Na meta 7, voltada
para a melhoria da qualidade da educação básica em todas as etapas e
modalidades, uma das estratégias propostas consiste no repasse de re-
cursos financeiros à escola “[...] garantindo a participação da comunidade
escolar no planejamento e na aplicação de recursos, visando à ampliação
da transparência e ao efetivo desenvolvimento da gestão democrática”
(BRASIL, 2014, p. 4). A meta 19 aborda, especificamente, a gestão democrática,
reforçando a necessidade de:

[...] assegurar condições, no prazo de 2 anos, para a efetivação da gestão demo-


crática da educação, associada a critérios técnicos de mérito e desempenho e à
consulta pública à comunidade escolar, no âmbito das escolas públicas, prevendo
recursos e apoio técnico da União para tanto (BRASIL, 2014, p. 7).

Portanto, o PPP é uma importante instância de tomada de decisão coletiva,


uma vez que a gestão democrática prevê, na tomada de decisões, a presença
de outros atores (famílias dos estudantes e comunidade em torno da esfera
de abrangência geográfica da escola), não só os profissionais da educação.
Assim, a participação desses diferentes atores no processo de elaboração
do PPP permite um maior engajamento de todos e o estabelecimento de uma
relação vertical entre os envolvidos.
34 Organização da escola e suas relações com a comunidade escolar

Referências
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Leituras recomendadas
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escola-e-comunidade-9-acoes-para-comecar-uma-boa-parceria. Acesso em: 1 abr. 2021.
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