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FACULDADE DE EDUCAÇÃO

Departamento de Organização e Gestão da Educação

Licenciatura em Organização e Gestão da Educação

Módulo de Seminário de Investigação

Tema: Promoção da participação da comunidade na Organização e Gestão Escolar

Escolas do Posto Administrativo da Ilha Josina Machel – Manhiça

Discente: Elídio Simião Gauane


Docente: Dr Antonio Cipriano

Maputo, Setembro de 2023


Fundamentação Teórica:

Participação
A participação é o envolvimento activo de pessoas nos processos de tomada de decisões,
na implementação de programas, a partilha dos benefícios dos programas do desenvolvimento e
o seu envolvimento no esforço de avaliar os mesmos programas. KUMAR (2002:24).

Segundo NIVAGARA 92005:117) A palavra comunidade pode designar um grupo de


pessoas que vivem no mesmo local como numa aldeia, ou um grupo e pessoas que tenham os
mesmos interesses. Para o nosso contexto interessa a segunda opção pois referido nos ao
conjunto de pessoas ou organizações que tem interesse na vida de uma escola, são eles:
professores, corpo directivo, pais e encarregados de educação, empresariado, agências
governamentais e membros da sociedade civil.

SHCHEMELKES (1994:50) salienta que ‘’uma escola deve se inverter em comunidade


educativa na qual participa activamente alunos, pais de família e membros da comunidade”. A
qualidade educativa diz respeito a todos eles.

Para TOLES (1967:12) As contribuições da comunidade no contexto de ligação escola


comunidade tem sido importante para o processo da gestão escolar. As contribuições da
comunidade podem ser feitas através de uma série de trabalhos desde o trabalho de construção de
salas de aulas até a prática do desporto por um lado, por outro pode ser por pagamento de uma
quota específica para o projecto de construção assim como de casa para professores.

A gestão da educação quando pensada em uma perspectiva democrática não revela uma
necessidade de pensarmos numa escola que se caracteriza não somente pelo gestor, mas que
considere principalmente a participação de todos os envolvidos. Neste sentido, gestão
democrática no sistema educacional público abre possibilidades para que se construa uma escola
pública de qualidade além de apresentar uma possibilidade de vivência e aprendizado da
democracia, podendo por tanto tomar um sentido diferenciado. (AZEVEDO, 2006,P.510).
Tipos de participação
LIBANEO (2008:139), apresenta dois sentidos de participação articulados entre si:

- A participação como meio de conquista da autonomia da escola, dos professores, dos


alunos como prática formativa, como elemento pedagógico metodológico e curricular. Por meio
de canis de participação da comunicada, a escola deixa de ser uma redoma um lugar fechado e
separado da realidade para conquistar o status duma comunidade educativa que interage com a
sociedade civil, vivendo a pratica da participação dos órgãos deliberativos da escola, os pais, os
professores, os alunos vão aprendendo a sentirem se responsáveis pelas decisões que os afectam
num âmbito mais amplo da sociedade.

-A participação como processo organizacional em que os profissionais e os usuários da


escola partilham certos processos de tomada de decisão.

-A escola e um lugar de partilha de valores e de aprender conhecimentos, desenvolver


capacidades intelectuais, sociais afectivos, éticas, estéticas. Mas e também um lugar de formação
d competências para a participação na vida social, económica, e cultural.

Estratégia de participação

Estratégia para incentivar a participação da comunidade

SHEMELKES (1994:50), diz que “ o corpo docente não e o único integrante de uma
escola. Embora seja o agente mais importante porque é o criador da qualidade. Uma escola pode
converter se em uma comunidade educativa, na qual participam activamente os alunos, pais de
famílias e membros da comunidade. A qualidade educativa diz respeito a todos. Para
NIVAGARA (2005:64)” a angariação de findos acontecem quando esta se engaja em programas
geradoras de dinheiro para ajuda-la a funcionar mais eficazmente”.

Para TELES (1967:121)” o director da escola deverá estar constantemente em acção no


sentido de assegurar um bom relacionamento com o publico, representado pelos pais e pelas
instituições antes de referenciadas, criando um clima de relações publicas promovendo eventos
escolares, Projectos de geração de dinheiro tais como: pecuária e oficina”.
Para tal importa referir que os alunos podem ser boas fontes para gerar fundos escolares
através de actividades como a criação de animais, dança, teatro, desporto, exibições e venda de
objectos usados. Para além das fontes mencionadas, as escolas podem estabelecer parcerias com
organismos como organizações não-governamentais (ONG). “Estas organizações ou fundações
dão apoio financeiro as escolas de várias formas tais como: terrenos, edifícios equipamentos e
pessoal”. NIVAGARA (2005:65).

Ligação escola – comunidade


Segundo MEC (Ministério de educação e cultura) (2005:9), a escola desde os tempos
remotos foi tida como espaço dos alunos e dos professores. Compreendia a instrução e a
educação quando o professor e aluno se guiavam pelos programas do ensino e naquilo que o
professor sabia sobre a vida para educar e formar o homem. Em Moçambique acontecia o mesmo
até a independência em 25 de Junho de 1975, a pessoa que intervinha ara ale do professor era o
sr. Padre, o pastor ou inspector, conforme a escola pertencesse a uma missão católica protestante
ou fosse oficial. O papel dos pais e encarregados de educação iniciava se em casa e terminava na
porta da escola, estes só tinham que garantir que o aluno apresentasse na escola quando o
professor encontrava dificuldades para atingir o objectivo do ensino, responsabilizava se sempre
os pais acusando – os de falta de controlo dos seus filhos, dizendo que estes não estudavam, não
faziam as tarefas marcadas ara casa, faltavam as aulas, etc. Ao mesmo tampo os pais apontavam
o professor como responsável pala reprovação dos seus filhos e pelo seu mau comportamento.

Assim, analisar/reflectir sobre a gestão nas organizações escolares, pressupõe


compreender o conceito de escola e de um modo mais particularizado o conceito de escola
enquanto organização, pelo que abordaremos esta temática tendo em atenção a sua singularidade
e especificidade, identificando e descrevendo os principais modelos organizacionais
contextualizados nas organizações educativas.

Conceito de organização
Em qualquer dos casos, as organizações são unidades sociais propositadamente
construídas e reconstruídas que surgem como um meio de pessoas associadas atingirem
objectivos específicos (Etzioni, citin Costa, 1996: 10-11), que de forma isolada seriam
impossíveis de concretizar. Segundo Bennis (1994: 48), as organizações são “sistemas sociais em
que as pessoas têm normas, valores, convicções partilhadas e paradigmas do que está certo e do
que está errado, do que é legítimo e do que não é, e da maneira como se fazem as coisas”

Porém, como estas abrangem várias entidades sociais de natureza cada vez mais
específica, torna-se difícil estabelecer um conceito geral para organização. No entanto, possuem
características particulares que possibilitam classificá-las dessa forma. Como refere Bilhim, as
organizações “são constituídas por grupos de duas ou mais pessoas; há entre elas, relações de
cooperação; exigem a coordenação formal de acções; caracterizam-se pela prossecução de metas;
pressupõem a diferenciação de funções; possuem uma estrutura hierárquica; caracterizam-se pela
existência de fronteiras” (2006: 22).

Nesta linha, pode-se definir, de um modo genérico, a organização como sendo uma
entidade social, coordenada de forma responsável, com funções circunscritas, que funciona num
princípio de continuidade, tendo em vista alcançar objectivos.

Identifica-se, desta forma, aspectos comuns numa organização de onde se destaca na sua
estrutura a presença de pessoas ou grupos que, desempenhando diferentes tarefas/funções de
acordo com as suas competências ou outro fundamento lógico, interagem entre si sob orientação
de uma coordenação racional e eficaz que permita o concretizar dos objectivos estabelecidos.

Na sequência da análise anterior, reconhece-se na escola algumas dessas particularidades:


grupo de pessoas, distribuição de tarefas, hierarquia de funções, relações interpessoais,
coordenação, gestão, objectivo comum e regulamentação das competências de cada membro.

Como indica Lima (1998: 48), praticamente todas as definições de organização são
aplicáveis à escola, não sendo, no entanto, fácil vislumbrar uma definição que obtenha consenso
devido às várias perspectivas existentes, como veremos mais à frente quando abordarmos os
modelos organizacionais.

Características da escola como organização


Apesar de a escola partilhar vários aspectos da sua estrutura organizacional com a
maioria das organizações, existem “alguns condicionalismos sociais, legais, organizativos e
psicológicos comuns que lhe conferem uma diferenciação relativamente a outras instituições”
(Guerra, 2002: 12).

No entanto, cada escola é uma instituição com características muito específicas sujeita
“às pressões e às expectativas da sociedade civil em geral e dos seus utilizadores em particular”
(Costa, 1996: 7). Sendo assim, o estudo, a reflexão e a investigação sobre a escola incide sobre o
seu lado organizacional, onde estão presentes as suas normas, dinâmicas, valores, objectivos,
convicções e sensibilidades próprias. Pode-se dizer que numa escola, além dos aspectos formais,
existem os aspectos informais onde se estabelecem relações de poder, que em muitas situações
são mais influentes que as relações hierárquicas.

Na verdade as escolas são entidades com características específicas. Como refere


Formosinho (1985: 5), a escola é uma “organização específica de educação formal”. Assim, é
possível afirmar que a escola é uma organização, não correndo o risco de sofrer contestação.

A caracterização da escola como organização passa por uma diversidade de imagens


organizacionais pelas quais ela é perspectivada.

Participação dos pais na escola


Segundo MUSGREVO (1978:22), “Numa sociedade aberta que compensa o mérito e
sucesso, os pais são levados a fornecer o ambiente e as circunstâncias, encorajamento e a
exortação que conduzirão provavelmente a uma conduta meritória. Os pais crescem em
importância como estratégias sociais gestores da excepção da família a dentição social, Hoje,
torna se peritos em estratégias educacionais uma vez que isto e cada vez mais a chave para o
sucesso. Tornam se cada vez mais perito da educação, dialogando com os professores exercendo
pressões sobre a escola para modificar os seus métodos e currículo, desencorajando a de
actividades que não sejam da orientação de cadeira”
Objectivos da participação
De acordo com SHEMELKES (1994:51), afirma que, “a verdadeira participação acontece
quando existem equipes. A equipe vela pelo objectivo comum, não por objectivos individuais, a
equipe complementa-se, forma-se e reforça-se “.

Modelo de Análise

Definição de conceitos
Tendo em conta a seguinte pergunta de partida “ Até que ponto a participação da
comunidade influencia na organizacao escolar na EPC – Ilha Josina machel” segue a realização
do modelo de Análise.

Neste contexto encontramos alguns conceitos que merecem a sua definição


nomeadamente: participação da comunidade, organização escolar.

Participação é o envolvimento activo de pessoas nos processos de tomada de decisões,


na implementação de programas, a partilha dos benefícios dos programas do desenvolvimento e
o seu envolvimento no esforço de avaliar os mesmos programas. KUMAR (2002; 24)

Comunidade - Segundo NIVAGARA (2005: 117) a palavra comunidade pode designar


um grupo de pessoas que vivem num mesmo loca, como numa aldeia, ou a um grupo e pessoas
que tenham os mesmos interesses. Para o nosso contexto interessa – na segunda opção pois
referido – nos ao conjunto de pessoas ou organizações que têm interesse na vida de uma escola,
são eles: professores, corpo directivo, pais e encarregados de educação, empresariado, agências
governamentais e membros da sociedade civil.

Segundo Maximiano (1992) "uma organização é uma combinação de esforços individuais


que tem por finalidade realizar propósitos colectivos. Por meio de uma organização torna-se
possível perseguir e alcançar objectivos que seriam inatingíveis para uma pessoa
Conceito Dimensão Indicador
- Ausências nos
encontros escolares
Participação da Insuficiência de - Não participação na
comunidade salas de aulas tomada de decisões da escola
- Não participação na
resolução de problemas da
escola
- Funcionamento
Organização Condições de não partilhado da escola
escolar trabalho - Decisão autocrática
- Problemas infinitos

Hipóteses
A participação da comunidade influencia na organização escolar.

A aplicação dos recursos financeiros da escola influencia no funcionamento eficaz da


mesma.

A participação da comunidade na organização escolar influencia na aprendizagem dos


alunos.

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