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Unidade III
7 ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL E SUPERVISÃO ESCOLAR NA CONTEMPORANEIDADE
Para além da mera orientação vocacional e das obrigações da lei, hoje, o orientador
educacional está, cada vez mais, consciente de seu papel profissional, trabalhando de
forma interdisciplinar, com todos os elementos que fazem parte do processo educativo:
alunos, professores, funcionários, pais ou responsáveis, demais técnicos e comunidade do
entorno em que a escola está situada.
Observação
1. a realidade concreta dos alunos, percebendo-os como sujeitos de sua própria história
e não como meros indivíduos que devem ser ajustados à sociedade;
2. a formação de cidadãos críticos, que possuem desejos e anseios;
3. uma prática educativa que é, ao mesmo tempo, coletiva e individual e que tem na
diversidade de seus atores um campo fértil de aprendizado sobre os valores pessoais
e sociais;
4. a discussão coletiva e efetivação do projeto político-pedagógico da escola,
articulando-o às ações cotidianas.
b) Relação família-escola;
c) Relação escola-comunidade
d) Orientação em relação à saúde;
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e) Relações humanas;
f) Orientação para o lazer; orientação vocacional e para o trabalho;
h) Acompanhamento pós-escolar.
AcompanhamentoAcompanhamento
pós-escolar escolar
Relações Acompanhamento
humanas escolar e saúde
Figura 14
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ORIENTAÇÃO EM SUPERVISÃO ESCOLAR E ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL
Sabe-se que a escola não foi sempre do jeito que estamos acostumados a encontrar.
Antes da Revolução Industrial, no século XIX, e da formação da sociedade capitalista, a
escola era destinada a sacerdotes e membros da elite.
Podemos dizer, ainda, que a instituição escola possui uma forma peculiar que se
reproduz de maneira regular em instituições semelhantes mesmo que nas situações mais
precárias e adversas. Pérez Góméz (2001, p. 15) afirma que a escola não é um simples
agrupamento de pessoas. Trata-se de uma distribuição geográfica, social, política, temporal
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Segundo Derouet:
Segundo Pérez Gómez (2001, p.17), a escola, ao mesmo tempo em que propicia a
mediação reflexiva dos valores e das relações sociais de uma determinada sociedade,
também desenvolve e reproduz sua própria cultura, gerando um conjunto de significados e
comportamentos próprios.
Ressalta-se que os saberes estão espalhados por toda a sociedade, mas a escola tem
uma forma tão poderosa que quase tudo relacionado a ensino, aprendizagem, socialização,
disciplina, avaliação, entre outros, mesmo quando aparece noutros lugares na sociedade,
funcionam tendo por referência a forma que a escola dá à organização dos saberes e que
predomina sobre outras formas.
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ORIENTAÇÃO EM SUPERVISÃO ESCOLAR E ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL
Contudo, essa forma escolar pode e deve ser refletida e está em permanente
reorganização. O orientador educacional é o profissional que pode contribuir decisivamente
para estar constantemente repensando essa organização escolar, pelo fato de atuar com os
diversos segmentos do contexto escolar e estar diretamente relacionado com questões que
tem gerado polêmica no contexto escolar como avaliação, evasão e repetência, disciplina,
cidadania, valores humanos, problemas de aprendizagem entre outros.
É preciso pensar na atuação do especialista para que ele não se torne um profissional
sem função ou desnecessário. Seu trabalho não pode estar centrado na ação de cobrir
faltas e falhas de outros técnicos ou profissionais.
• participar das decisões tomadas e contribuir para o bom encaminhamento das questões
administrativas;
• auxiliar na organização das classes, horários (da escolha de turmas pelos professores,
das atividades complementares, estudo do meio, festas, reuniões), enfim, quando
auxiliar na organização técnico-pedagógica do trabalho educativo;
• propor assuntos de comum interesse educacional para serem debatidos e concluídos
em reuniões;
• realizar programações comuns e distribuir responsabilidades pela execução e avaliação
das mesmas (CP/OE).
Para tanto, o orientador educacional tem a função de manter um bom clima, entre
esses profissionais, trabalhando questões como relacionamento interpessoal, diálogo,
respeito, resgate da autoestima e atribuições para o bom funcionamento da escola, por
meio de reuniões sistemáticas, ouvindo críticas e propostas para o trabalho, fornecendo
subsídios teórico-práticos.
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ORIENTAÇÃO EM SUPERVISÃO ESCOLAR E ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL
Com relação ao último item, Celso Vasconcelos (2002, p. 76) afirma que muitos
professores buscam o magistério pela baixa procura dos cursos de formação e
disponibilidade de postos de trabalho para professores, o que considera muito sério, já que
a profissão exige da pessoa do professor um trabalho formativo constante e uma escolha
profissional comprometida com o contexto social e humano do educando.
Todo o trabalho a ser desenvolvido pelo orientador educacional deve ter como base
certos princípios norteadores:
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Fazer o elo entre a escola e os pais ou responsáveis e a comunidade é uma das funções
mais importantes do orientador educacional.
Com relação à família dos alunos, é essencial ouvir e identificar seus valores e modos de
conceber a vida, detectando o que esta espera da escola e convidando-a a participar não só
das atividades e festejos da escola, mas do planejamento e da tomada de decisões. Como,
então, conviver com tal realidade? O que esperar da família, principalmente da mãe que é,
também, chefe de família? Que tipo de contato poderá ser estabelecido para que a escola
não se sinta isolada da família e a família possa participar sem sentir-se pressionada?
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ORIENTAÇÃO EM SUPERVISÃO ESCOLAR E ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL
Nas sociedades ditas primitivas, por exemplo, a educação das crianças e jovens era feita
por todos da comunidade de maneira informal e relacionava-se à vida prática. As crianças
aprendiam a vida por meio da vida. Mais tarde, a forma de educar as crianças mudou. O
conceito de família extensa, incluindo parentes e agregados, era o que prevalecia. Neste
ambiente não existia lugar para o sentimento de infância. As crianças eram geralmente
amadas e cuidadas, mas viviam misturadas com o mundo adulto, vestindo-se como eles,
participando de festas e dos mesmos jogos. Era comum as famílias mandarem seus filhos
para prestarem serviços e educarem-se em outras famílias, a educação, segundo Carvalho
(2004) distinguia-se em popular (oral e prática), para os filhos das classes populares, e
erudita (letrada, formal, sinônimo de cultura), concedida apenas para os nascidos no topo
da escada social. Aos poucos, com o surgimento gradativo das sociedades urbano-
industriais, as famílias foram perdendo a característica de externas e transformando-se em
nucleares, restritas a pais, mães e filhos. Além disso, perderam o controle sobre sua
produção econômica, necessitando sair de casa para vender sua força de trabalho e dessa
forma garantir o sustento dos seus membros. Como consequência, precisou delegar os
cuidados e educação dos mais novos a organizações especializadas com a escola. Esta
gradativamente tornou-se “lócus” de educação pública que tinha por objetivo a
transmissão do legado cultural e dos valores sociais e políticos da classe dominante, bem
como a qualificação para o trabalho.
Tal situação gerou uma suposta responsabilização da família pelo sucesso ou fracasso
escolar de seu filho, pois o acompanhamento da educação doméstica ao auxílio escolar, via
dever de casa, modelo utilizado pela classe média, formalizava a interação da escola com a
família. Essa política de envolvimento dos pais na escola é inviável para as condições atuais
das famílias de classes menos favorecidas, pois pressupõe condições como tempo,
familiaridade com os conteúdos escolares e com a linguagem acadêmica e, ainda
propriedade para ensinar os deveres de casa.
1 Aqui no Brasil, assim como em outros países mais desfavorecidos economicamente, esse
movimento de democratização do ensino, iniciou-se mais tarde, quase no fim do século XX.
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produzir o fracasso escolar dos sujeitos menos privilegiados, ressaltando sua origem social
e as diferenças materiais, culturais e familiares.
Carvalho (2004) argumenta que a escola deve tratar de realizar práticas pedagógicas
efetivas e que auxiliem o aluno a produzir conhecimento, independente do envolvimento
da família com o trabalho extraescolar. É preciso produzir outro tipo de envolvimento dos
pais na educação escolar de seus filhos. Tal experiência é desejável à medida que os pais
puderem enriquecer os assuntos curriculares com novidades trazidas por eles e que
possam ser compartilhadas com todos os alunos da classe.
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ORIENTAÇÃO EM SUPERVISÃO ESCOLAR E ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL
Outra forma de participação ativa e efetiva da família diz respeito à maneira como o
Conselho de Escola é conduzido, trazendo a oportunidade de a família sentir-se mais
próxima da escola, participando de decisões. Esse instrumento democrático de atuação
será discutido posteriormente quando apresentaremos os espaços mediação do orientador
educacional.
Na experiência relatada por Milet (2002, p. 47) a respeito do debate sobre o papel da
orientação educacional e a educação do filho do trabalhador, profissionais orientadores
educacionais levantaram as proposições para ampliar a participação coletiva, tanto das
famílias como da comunidade, no processo educativo. Ente as propostas, estavam:
devem ser transparentes, sendo que é somente na ação conjunta de todos que a escola
cumprirá seu papel social. É somente com uma atitude de abertura que poderemos
repensar valores e procedimentos, gerenciando as “crises”, diagnosticando a origem,
propondo soluções e criando mecanismos de manejo e prevenção de possíveis situações-
problema. Dessa forma, será possível, a partir do confronto de saberes, produzir novos
saberes e parcerias, capazes de preencher as necessidades dos alunos.
De acordo com as ideias de Carvalho (2004, p. 20) que estudou a relação escola-família,
pensando também nas questões de gênero:
Contudo, sabemos que esse tipo de “disposição especial” por parte da família, para
participar da vida escolar de seu filho, faz parte de uma visão de modelo tradicional de
família, geralmente da classe média que hoje em dia quase não existe mais. Além disso,
como lembra bem Carvalho (2004), em nossa sociedade, quando se menciona a
participação dos pais na escola, estamos nos referindo, na maioria das vezes, ao
envolvimento da mãe que, no contexto da divisão sexual do trabalho, é considerada a
responsável por mais esse encargo que muitas vezes assume, também, toda a
responsabilidade e a chefia de sua família.
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O orientador educacional deve ter seu plano de trabalho contextualizado com todos os
segmentos da escola, incluindo-se, principalmente, a família e a comunidade.
— igrejas;
— comércio;
— indústrias;
— transportadoras;
— acessos;
— pontos turísticos;
— principais vias;
— mapeamento;
— serviços médicos e farmácia.
Esse levantamento implica uma relação de visita real, quando necessário, objetivando
recursos e parcerias com a escola, verificando-se quando a comunidade participa e se a
escola é tida como pertencente à comunidade.
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Com base nesse levantamento, os temas a serem abordados nas futuras reuniões terão
mais relevância e encaminhamentos adequados.
Outro levantamento importante junto aos pais deve ser sobre “as preocupações” deles
em relação aos filhos e a si próprios: drogas, sexo, emprego, violência etc.
A seguir, leia uma experiência relatada por Arroyo (2004, p. 34) em uma reunião de
formação de professores:
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ORIENTAÇÃO EM SUPERVISÃO ESCOLAR E ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL
O depoimento nos leva a pensar quais “olhares” temos do aluno e da escola. Com
certeza, quando pensamos em criança, reafirmamos as ideias românticas, cheias de
pureza, beleza e bondade (que guardamos de uma infância que nem sempre foi a nossa),
como única imagem de aluno, ou seja, crianças são sempre adoráveis, bonitas, cheirosas e
não têm maldade. No que se refere à educação, ainda temos uma imagem divulgadas por
pedagogos românticos que acreditavam que iriam fazer florescer as plantinhas (alunos) nos
jardins escolares. Assim, nossa imagem de infância e da educação é falsa, construída pela
modernidade, no âmbito social e cultural e reforçada pela pedagogia moderna.
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Tais ideias não correspondem mais (será que um dia corresponderam?) à realidade de
várias crianças e adolescentes, principalmente daqueles que vivem nas favelas, nas ruas,
no campo ou na cidade.
Então, é preciso repensar essa imagem e buscar apreender o aluno real. Para tanto, é
urgente voltarmos nosso “olhar” para os alunos. Isso significa reexaminarmos os
conhecimentos que temos dos alunos, tanto no que se refere aos aspectos do
desenvolvimento emocional, físico e intelectual, como em relação aos aspectos sociais e
econômicos. Significa, ainda, “ouvir” o educando, sua história de vida, expectativas com
relação à escola, os colegas, a professora etc.
Precisamos tomar cuidado, pois durante anos, um ramo da Psicologia apoderou-se dos
estudos sobre as fases do desenvolvimento humano e de outras pesquisas, direcionando
nosso pensamento para a busca do conceito de “normalidade”, ou seja, quando a criança
não faz determinada ação que estaria dentro do nível de desenvolvimento em que se
encontra, tais pesquisas dizem que esta tem um atraso no seu desenvolvimento.
Arroyo (2004, p. 61) afirma que para conhecer os alunos é importante estudar as
trajetórias humanas e entender as especificidades do contexto atual de vida deste. O autor
adverte:
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O aluno é o elemento central do processo educativo e deve ser visto como um sujeito
social e concreto, que tem uma história de vida que deve ser levada em consideração pelos
membros da escola.
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Para isso, o orientador educacional pode lançar mão de grupos de orientação coletiva
que podem ser formados espontaneamente, ou de sessão coletivas em classe, caso haja
possibilidade, dentro do horário de aula.
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ORIENTAÇÃO EM SUPERVISÃO ESCOLAR E ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL
Outra questão que merece destaque é que existem profissionais que confundem essa
atribuição do orientador e as próprias limitações em trabalhar com problemas
exclusivamente educacionais, que não fazem parte da dimensão da saúde. Esses
educadores encaminham todo e qualquer aluno com dificuldade ao serviço de orientação
educacional, gerando desgaste para alunos, familiares e para o próprio orientador.
Esse fato nos remete a outro problema bem comum na escola: o da indisciplina. Não é
incomum ouvirmos relatos de professores declarando que os alunos de hoje, não são como
eram os de antigamente e que, atualmente, a desestrutura familiar gera sujeitos que têm
dificuldades em aceitar limites, são desrespeitosos, dispersivos e têm comportamentos
agressivos. Essas situações, na opinião dos professores, os impedem de ministrar uma boa
aula, pois muitas vezes, precisam trabalhar outros conteúdos como questões relacionadas
a valores e saúde.
Mas, será que esse é o verdadeiro ou único motivo da indisciplina na escola? Como
explicar tal problemática?
2 Autonomia Moral – termo utilizado por Jean Piaget (1978) para se referir ao sujeito que tem a
capacidade de autogovernar-se. A autonomia virá da compreensão da reciprocidade e do respeito nas relações
entre as pessoas.
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Aquino (1999) afirma que tal atitude exige uma postura de construção negociada com
relação às estratégias de ensino e avaliação, sendo que para isso o educador deve saber
quem é o seu aluno e a realidade em que vive, investindo na construção coletiva das regras
do grupo e no constante relembrar das mesmas, bem como, no renovar cotidiano de suas
práticas em sala de aula.
A eficiência no estudo
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ORIENTAÇÃO EM SUPERVISÃO ESCOLAR E ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL
O orientador educacional em suas atribuições deverá entender que seu aluno é um ser
integral, constituído de aspectos físicos, psicológicos, mentais, emocionais entre outros.
Dessa forma, muitas vezes, as “falhas” de aprendizagem podem ser advindas de privação
cultural, falta de estímulo do ambiente familiar e até mesmo de fatores orgânicos. Cabe a
este profissional encaminhar o educando aos setores competentes, visando a proporcionar
o bem estar do mesmo.
Contudo, o papel da escola não para por aí. Paralelamente, os educadores precisam ser
sensibilizados para terem uma atitude de acolhimento para com esse sujeito, otimizando
recursos educacionais escolares para atendê-lo da melhor forma possível.
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Este procedimento deverá ser realizado após análise e avaliação de todos os aspectos
cognitivos, sociais, culturais e sempre com a participação e informação dos familiares. A
informação dos pais objetiva não apenas as interações, mas permite a identificação de
fatores que afetam o processo educativo.
Exemplificando: o aluno que em um grupo classe (de acordo com a faixa etária), após
ter passado por várias experiências de aprendizagem, não possuir habilidades de audição,
leitura oral, composição escrita, interpretação de ordens orais, trocas de fonemas, entre
outros, deverá, após a sistematização da observação e dos relatos da situação (relatório),
ser encaminhado pelo orientador educacional a um médico ou, dependendo do caso,
diretamente ao fonoaudiólogo, psicólogo ou psicopedagogo.
Tal acompanhamento deverá ser feito por meio do trabalho compartilhado. Não se
pode compreender o trabalho do outro de forma isolada. O trabalho da orientação
educacional implica ações individuais e coletivas. Assim, as ações coletivas fundamentam-
se na ideia de vários profissionais trabalharem com o educando, trocando informações e
saberes para melhor atendê-lo. As interlocuções que ocorrem após o encaminhamento do
aluno devem ocorrer não só com o orientador, mas com o professor, a família e o
profissional ou profissionais da saúde envolvidos, visando à compreensão integral do
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Trabalhos atuais nas diversas áreas do conhecimento têm sido desenvolvidos de modo
que seja construído um projeto de prevenção à vulnerabilidade e risco. Atitudes de
prevenção adequadas à proteção da vida, numa proposta de construção do ser
estabelecida, por meio das interfaces da área de saúde com a área da educação, espaço
privilegiado para prevenir agravos múltiplos.
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Torna-se importante, desse modo, a percepção de que não poderá haver cobrança no
futuro se para as crianças e adolescentes não for oferecido um presente pautado na
cidadania e na proteção ao projeto de vida. Diante disso, construir-se-á a cidadania da
criança hoje e do adulto amanhã.
Uma das funções mais importantes da orientação educacional é fazer o elo, a ligação
entre a escola e a comunidade discente. É essencial ouvir o alunado e identificar seus
valores, expectativas em relação à vida.
Ruth Rocha (1986, pp. 3-10) em seu texto “Quando a escola é de vidro” assim escreve:
[...] Naquele tempo eu até achava natural que as coisas fossem daquele jeito.
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ORIENTAÇÃO EM SUPERVISÃO ESCOLAR E ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL
Tinha menino que tinha até que sair da escola porque não havia
jeito de se acomodar nos vidros. E tinha uns que mesmo quando
saíam dos vidros ficavam do mesmo jeitinho, meio encolhidos,
como se estivessem tão acostumados que até estranhavam sair
dos vidros.
Veja, saber ouvir, ver a totalidade e as partes e falar são atitudes que favorecem o
desenvolvimento das relações interpessoais saudáveis.
Por outro lado, faz-se necessário observar os valores éticos que mais se destacam nas
ações de todos os envolvidos no processo educativo. Muitas vezes, ao analisar uma
situação de indisciplina ou violência na escola, por exemplo, julgamos os alunos a partir de
nossos padrões e valores, esquecendonos que tais valores podem não ser os mesmos
devido às diferentes circunstâncias sociais e vivências. Qual deveria ser nossa conduta?
Será que devemos aceitar os valores dos outros sem discuti-los? Será que devemos impor
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nossos valores e rejeitando todos que os transgridam? Haveria um meio termo para tal
situação?
É claro que há outros caminhos para que o aluno aprenda e saiba distinguir os valores
universais daqueles que são transitórios ou discriminatórios. Segundo Inoue, Migliori e
D`Ambrosio (1999), saber o que é solidariedade, por exemplo, é uma coisa, outra bem
diferente é saber como se é solidário, ou ainda, valorizar a solidariedade e justiça. Assim,
ao pensar no trabalho com valores humanos na escola, é preciso pensar em três
características importantes: saber, fazer e ser. Para tanto, é fundamental que na escola:
Essas atitudes não podem ser simplesmente transmitidas, mas vivenciadas no dia a dia da
sala de aula e nos outros ambientes da escola.
Para tanto, pode-se lançar mão de textos, vivências ou jogos em grupo que possibilitem
aos educadores terem a possibilidade de construir o espírito de grupo, aprofundar o
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ORIENTAÇÃO EM SUPERVISÃO ESCOLAR E ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL
E para tanto, é de grande importância respeitar os saberes dos alunos como bem diz
Paulo Freire em sua Pedagogia da Autonomia:
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Martins (1992) lembra que o orientador educacional precisa possuir alguns requisitos
pessoais, pela responsabilidade que tem no processo das relações interpessoais.
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ORIENTAÇÃO EM SUPERVISÃO ESCOLAR E ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL
No dia a dia das atividades pessoais e profissionais, a relação com outras pessoas requer
uma busca constante, porém que difere de indivíduo para indivíduo. No contexto
educacional, é possível perceber um componente significativo e interessante: a afetividade.
Essa questão exige uma maior qualificação das relações humanas nas unidades
educacionais e, em consequência, nas relações produtivas.
Certo é que no momento em que se vive, é de fundamental importância tomar as
palavras de Delors (1999), aprender a ser, aprender a conhecer, aprender a conviver,
aprender a fazer.
Para Weil (1991), grupo é toda reunião de indivíduos em torno de um objetivo comum.
Um grupo pode formar-se espontaneamente, por exemplo, um grupo de crianças nos
primeiros dias de aula, que se junta para brincar no horário do recreio. Também a
formação de um grupo pode ser planejada, como turmas de alunos, de professores, que se
pode chamar de grupo organizado.
Um grupo é composto por indivíduos, e o seu êxito depende das atitudes dos seus
integrantes. Há inúmeras condições para que um grupo seja exitoso em sua produção, eis
algumas: a) Simpatia.
b) Interesse.
c) Comprometimento.
d) Respeito.
De sorte que, ao orientador educacional, cabe articular suas ações sempre estimulando
a cooperação, pois com o partilhar de sua autoridade com seus colaboradores se fortalece
e adquire legitimidade em suas funções.
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ORIENTAÇÃO EM SUPERVISÃO ESCOLAR E ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL
Sua atuação faz-se sempre em consonância com o trabalho dos demais membros da
equipe técnica, que podem ser o diretor, vice-diretor ou assistente de direção, coordenador
pedagógico ou outros. Cada um desses profissionais desenvolve determinadas tarefas para
que a escola possa desempenhar seu papel de socializadora da cultura e construtora de
conceitos, competências e atitudes comprometidos com a formação do sujeito.
Você já ouviu dizer que num lugar onde não se sabe para onde se quer ir, as coisas
parecem não sair do lugar? Pois é, parece um barco sem leme.
Para que essa situação não aconteça na escola, é preciso que a equipe técnica tenha
coesão e coerência em suas atitudes e trabalhe para atingir os mesmos objetivos. O
orientador educacional é um desses elementos constituintes da equipe técnica.
De sorte que é um assunto importante a ser discutido e merece reflexão por parte dos
orientadores educacionais, tanto em relação ao exercício de sua atividade, como em
relação ao trabalho de orientação que realizam com alunos e educadores.
Pode-se entender qualidade de vida e trabalho como um programa que visa a facilitar e
satisfazer as necessidades do trabalhador ao desenvolver suas atividades na organização,
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tendo como ideia básica o fato de que as pessoas são mais produtivas quanto mais
estiverem satisfeitas e envolvidas com o próprio trabalho.
Enfim, qualidade de vida denota (significa) viver bem, viver de modo equilibrado em todas
as áreas: social, afetiva, profissional, saúde entre outras.
É interessante pensar sobre a questão do tempo, acredita-se que o dia tem somente 24
horas e que o tempo transcorre de forma linear, mas ao se pensar no tempo em situações
de intensa diversão e alegria e poucos minutos de intensa dor, passa-se a pensar que o
tempo é relativo.
Ainda de acordo com o mesmo autor, tem ocorrido mudança de valores acerca do
tempo: em vez de aprender a utilizar melhor o tempo, cresce o desejo por uma qualidade
de tempo, ou seja, uma organização melhor do tempo, dispondo tempo para si, para a
família, para a criatividade, para o lazer e o ócio.
Domenico Di Masi (2000) afirma que aquele que souber liberar-se da ideia de trabalho
como obrigação ou fardo, e agregar ao trabalho aprendizagem e diversão ao mesmo
tempo, estará praticando o que chama de “ócio criativo”. Tal vivência, se realizada em
benefício de todos e com criatividade, pode levar o homem a atingir uma melhor qualidade
de vida.
A palavra lazer derivada do latim quer dizer: licere, ser lícito, ser permitido. Pode-se
definir lazer, como uma forma de utilizacão do tempo, dedicando-se a uma atividade que
se goste de fazer.
O lazer abre um campo educativo não para aprendizagem, mas para o exercício
equilibrado de possibilidades de participação social lúdica.
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Conforme Cardoso (apud BRUHNS, 2000), os momentos de lazer precisam ser vistos
como conscientização, como parte essencial de poder dar ao homem uma dimensão de
liberdade, de vivenciar momentos de descanso, divertimento e desenvolvimento tanto
pessoal como social de forma “desinteressada”, mas não vistos como momentos de
alienação.
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Cunha (1987) destaca que o ócio e o tempo livre realizam-se conforme as vivências
culturais, os hábitos adquiridos, o processo de socialização. O modo como é desfrutado o
tempo livre segue a estrutura social à qual pertence a pessoa, ou seja, subordina-se à sua
conjuntura social, cultural, econômica, ideológica e física.
Nessa perspectiva, o uso que o adolescente/jovem faz do tempo livre pode gerar
consequências positivas ou negativas para seu desenvolvimento integral.
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Muitos são os casos de crianças que possuem uma agenda de atividades mais lotada e
carregada que de um adulto. Outro motivo de preocupação está na fascinação exercida
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ORIENTAÇÃO EM SUPERVISÃO ESCOLAR E ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL
Para tanto, é necessário que se observem as reais demandas das crianças, adolescentes
e jovens a fim de que o orientador educacional exerça suas atividades de orientação, seja
aos pais, às crianças, aos professores e a quem mais possa contribuir para as relações
transformadoras da educação.
A questão do lazer é bem mais complexa do que se pode imaginar, até porque a educação
para o lazer ocorre nos diversos ambientes como na família, na rua, em clubes, praças entre
outros espaços.
Refletir sobre a relação lazer e educação não é tarefa fácil, pois a diversidade de
possibilidades para intervenção sócio-educativa nas vivências lúdicas estão inseridas nas
práticas inter e extraescolares.
Assim, para uma reflexão mais acurada, pode-se observar a “Carta Internacional de
Educação para o lazer”, aprovada no Seminário Internacional de Educação para o lazer da
Associação Mundial de Recreação e Lazer (WLRA), realizado em Israel, no ano de 1993, e,
ratificada pelo conselho desta Associação em Jaipur, na Índia, no mesmo ano:
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Saiba mais
Portanto, por meio das diversas atividades vivenciadas no âmbito do lazer, pode-se
favorecer ao ser humano aquisição ou aprimoramento dos aspectos relacionados à saúde e
bem-estar.
Assim, uma das metas estabelecidas pela WLRA em relação à educação para o lazer é
ajudar os alunos, em seus diversos níveis, a alcançar uma qualidade de vida desejável por
meio da ampliação e promoção de valores, atitudes, conhecimentos e aptidões de lazer
através do desenvolvimento pessoal, social, físico, emocional e intelectual. Esse fato
poderá causar impactos, na família, na comunidade escolar e na sociedade.
Marques (1998) entende que o objetivo da educação para o lazer é formar o indivíduo
para que viva o seu tempo disponível da forma mais positiva. Para tanto, o orientador
educacional poderá em seu plano de trabalho constituir espaços para discussão e reflexão
em relação ao lazer do estudante, por meio da realização de dinâmicas, tratar conteúdos
que versem sobre a qualidade de vida do adolescente/jovem no sentido de aprimorá-la
rumo à sua felicidade e desenvolvimento de valores humanos.
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12. O que mais gosta de fazer nos horários livres? _______________________
Fonte: Adaptado de GIACAGLIA, L; PENTEADO, W. M. A. Orientação educacional na prática. São Paulo:
Pioneira, 1997.
Quadro 8 – Sugestões de dinâmicas para reflexões sobre o lazer e qualidade de vida do
aluno
1 – Caixinha de Perguntas
4) Passa-se ao jogo “jogo da caixinha”. Liga-se uma música. A caixinha vai passando por
todos. Quando parar a música, quem estiver com a caixinha extrai um bilhete. Tem um
minuto para responder, servindo-se do texto. Se não responder perde pontos ou paga
prenda.
5) A caixinha prossegue e, se parar na mão de alguém que já respondeu, quem
responderá é o colega que o antecede.
O valor da técnica está em que todos são intensamente envolvidos em cada resposta.
Enquanto o sorteado busca a resposta, todo mundo pensa, procura no texto, e deve ficar
atento para resultados. Para dificultar, pode-se introduzir a regra que a cada parada de
música, sorteia-se uma nova pergunta mas antes o participante deverá responder também à
pergunta de seu colega anterior (para forçar a atenção de todos).
Fonte: <http://www.gruposer.com.br/index.asp?sec=projetos&idjogo=10&proj=jogos>. Acesso em: 28 jan. 2008.
Objetivo
Encontrar soluções para os problemas trazidos pelo grupo: sexualidade, drogas e diversão.
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ORIENTAÇÃO EM SUPERVISÃO ESCOLAR E ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL
Número de participantes
Duração
O jogo pode ter vinte minutos para a etapa dentro dos grupos e mais vinte para os relatos.
Mas pode ser modificado de acordo com o interesse dos participantes.
Descrição
Dicas
Este é um jogo de reflexão que pode ter inúmeras variantes de acordo com o grupo. Para
grupos em que haja conflitos, por exemplo, o facilitador pode dispor das palavras-
problema de maneira que possam proporcionar a discussão destes conflitos e suas
causas.
Procedimento
Pensar, juntos, sobre a importância de soluções viáveis para as questões ambientais e
sociais, trabalhar os valores humanos e a cooperação intra e intergrupal. Alguns valores
humanos trabalhados:
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Segundo De Masi (2000), aquele que sabe viver não distingue tempo livre e trabalho, bem
como educação e recreação.
De sorte que, para que isso ocorra, se faz necessário que os adolescentes/jovens
tenham conhecimento de si e do que se pretende realizar como futuros cidadãos. O
trabalho do orientador educacional, nesse sentido pode ser o de auxiliar no conhecimento
de várias profissões, bem como no despertar de seus interesses por meio do
autoconhecimento.
Pode-se dizer que o ser humano desde o início do mundo realiza ações para sua
manutenção, assim, é possível dizer que o trabalho tem seu surgimento com o nascimento
da humanidade. Desde a Antiguidade, encontram-se registros da organização do trabalho
nos grupos sociais, nesses grupos havia distribuição de ocupações e tarefas.
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ORIENTAÇÃO EM SUPERVISÃO ESCOLAR E ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL
Enguita (2004) alerta sobre a diferença entre uma profissão e um simples grupo de
trabalhadores: é que aquela se distingue por seu nível de qualificação e, sobretudo, por sua
autonomia de trabalho. Assim, importantes mudanças, tanto no emprego como no
trabalho, põem em questão a funcionalidade da organização escolar tradicional para os
requisitos, as necessidades, as oportunidades e os desafios do mercado de trabalho e da
organização da produção. Ainda segundo o mesmo autor, ao educar na sociedade do
conhecimento, é necessário compreender o peso que adquire a informação, o
conhecimento, a qualificação e a educação nas coordenadas da nova economia e da nova
sociedade.
57
Unidade III
De sorte que é necessário para o processo de orientação para o trabalho a ser realizado
por orientadores educacionais que se considerem as relações entre educação e trabalho de
modo redimensionado, como afirma Arroyo (1999):
58
ORIENTAÇÃO EM SUPERVISÃO ESCOLAR E ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL
Bohoslavsky (1977, p. 53) salienta que a orientação profissional procura orientar o ser
humano para o futuro. Ainda à luz do mesmo autor, escolher uma profissão “não é
somente definir o que fazer, mas, fundamentalmente, definir quem ser”. O que o
adolescente vai buscar com a orientação vocacional é “algo que se relaciona com a
realização pessoal, a felicidade, a alegria de viver” (ibidem, p. 49).
Hoje em dia, tal decisão não é fácil para um adolescente, pois além da complexidade da
sociedade capitalista em que vivemos, que acaba por quase obrigar a pessoa a escolher
profissões mais rentáveis e com maiores vagas no mercado de trabalho, existe o fato de
que a grande característica da idade adolescente é a de experimentar grandes mudanças.
Segundo o autor, diante dessa crise contínua, é de se surpreender que o jovem consiga
tomar alguma decisão. Ademais, deve-se considerar que grande parte da população
brasileira não vislumbra perspectiva de futuro, pois seus valores, ambições e desejos
chocam-se com a realidade.
Observação
Como a Orientação Vocacional e para trabalho pode ser feita?
• Grupos espontâneos de orientação coletiva.
• Sessões coletivas em classe.
• Palestras com profissionais de diversas áreas.
• Reflexões por meio de filmes ou documentários.
Quadro 10
• Ciências Humanas
Administração
Arquitetura e Urbanismo
Arquivologia
Artes
Biblioteconomia
Ciências Econômicas
Ciências Sociais
Cinema
Direito
Jornalismo
Pedagogia
Psicologia
Publicidade e Propaganda
• Ciências Exatas
Astronomia
Ciências Contábeis
Desenho Industrial
Engenharia
Informática
• Ciências Biológicas
Agronomia
Ciências Biológicas
Ciências Biomédicas
Ecologia
Educação Física
Enfermagem e Obstetrícia
Farmácia e Bioquímica
58
ORIENTAÇÃO EM SUPERVISÃO ESCOLAR E ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL
Fisioterapia
Fonoaudiologia
Medicina
Medicina Veterinária
Odontologia
Também podem ser divididas, além das tradicionais áreas humanas, exatas e biológicas,
em:
Quadro 11
Ciências Agrárias Ciências Sociais Aplicadas
Agronomia Administração
Engenharia Agrícola Arquitetura
Esporte Turismo
Farmácia
Fisioterapia Engenharia
57
Unidade III
Geofísica
Geologia Letras e artes
Matemática
Meteorologia Artes Cênicas
Oceanografia Artes Plásticas
58
ORIENTAÇÃO EM SUPERVISÃO ESCOLAR E ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL
Educação Música
Geografia
História Comunicação
Pedagogia
Psicologia Jornalismo
Publicidade e Propaganda
Rádio e TV
Relações Públicas
Fonte: <http://www.portaldeensino.com.br/profissoes.php>. Acesso em: 10 fev. 2008.
Para tanto, diversas ações podem ser realizadas com a finalidade de atingir os objetivos
da orientação profissional e orientação para o trabalho.
57
Unidade III
Para esse importante processo decisório, quanto mais informações sobre as mais
variadas profissões, melhor, portanto o orientador educacional poderá sugerir aos alunos a
montagem de um álbum de profissões de acordo com o seu interesse.
Enfim, o aluno necessita ter clareza de sua situação de vida, dos fatores que interferem
em suas decisões para com autonomia e consciência exercer o seu poder decisório. Uma
orientação educacional para o trabalho comprometida com a vida do aluno não deve ser
caótica, mas deve procurar enxergar a realidade para superar dificuldades e encontrar uma
síntese frente à complexidade de vida do aluno/orientando.
Saiba mais
Para saber mais, leia:
GIACAGLIA, L. A. Orientação vocacional por atividades: uma
nova teoria para uma nova prática. São Paulo: Pioneira, 2000.
___. GIACAGLIA, L. A. Atividades para orientação vocacional.
São Paulo.
Pioneira Thomson Learning, 2003.
58
ORIENTAÇÃO EM SUPERVISÃO ESCOLAR E ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL
57
Unidade III
13- Qual pessoa que em sua opinião maior influência exerceu na sua vida?
________________________________________________________________________
Que profissão ela exerce?_______________________________________
14- Escreva três profissões que você não gostaria de exercer de jeito nenhum.
______________
________________________________________________________________________
15- Qual a carreira que seus pais gostariam que você seguisse?
________________________________________________________________________
16- Suponha que na carreira que você gostaria de seguir se ganhasse pouco dinheiro,
embora o suficiente para viver: se você tivesse possibilidade de seguir outra carreira
da qual não gosta, mas na qual ganharia muito dinheiro, você seria capaz de escolher
a profissão na qual você ganharia pouco dinheiro?
( ) sim ( ) não data:____/_____/_____
58
ORIENTAÇÃO EM SUPERVISÃO ESCOLAR E ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL
14- Sinto oposição de meus pais e meus irmãos com relação aos meus
planos. 15- Tenho poucas oportunidades de seguir uma profissão que
goste.
16- O que me interessa é ganhar muito dinheiro na minha
profissão. 17- Sobre minha profissão ainda não me decidi.
18- Gosto de todas as profissões, mas não sei o que fazer.
Nome:_________________________________________________Data:______________
Assinale com (x) suas preferências:
( ) Gosto de resolver problemas matemáticos.
( ) Gostaria de trabalhar num laboratório.
( ) Gostaria de conhecer o mecanismo das máquinas.
( ) Gostaria de conhecer bem o corpo humano.
57
Unidade III
Nome:__________________________________________________ Data:_____________
Prezado Aluno,
Imagine alguns tipos de atividades profissionais que gostaria de desempenhar...
Assinale quais destas atividades você poderia desempenhar sentindo-se bem:
1- 2- atendimento a pessoas
3- movimentação em ambientes fechados
58
ORIENTAÇÃO EM SUPERVISÃO ESCOLAR E ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL
4- 5- trabalho em equipe
6- ligado à instituição
6- que envolva instrumento de precisão
57
Unidade III
Atividade
Vamos imaginar que aqui temos um baú mágico. Dentro dele, existem inúmeras roupas, para todos
os tipos de gostos e preferências. Você vai procurar no baú diferentes roupas, e à medida que for
encontrando vai explicando para seus colegas como elas são:
Saiba mais
• <http://guiadoestudante.abril.com.br/profissoes/>
• <http://guiadoestudante.sites.uol.com.br/>
Quadro 18 - Dicas para a prática
Como agir no trabalho?
58
ORIENTAÇÃO EM SUPERVISÃO ESCOLAR E ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL
Assim, no plano educacional brasileiro observa-se cada vez mais a impregnação dessas
ideias, deixando-se à deriva o foco da organização do trabalho na escola, tanto na esfera
pública quanto na privada. Nessa perspectiva, as políticas governamentais propostas
também têm adotado a filosofia da qualidade total, bem como a disseminação de medidas
de descentralização e desconcentração administrativas, por força do financiamento da
educação e intervenção de agências internacionais. De sorte que é possível perceber que
em diferentes contextos e momentos históricos, o debate sobre a
organização das escolas e sobre a relação destas com a
comunidade, com os governos a que estão vinculadas, implica
diversas concepções sobre as organização do espaço público como
também, as responsabilidades do Estado, da sociedade e dos
profissionais da educação no que diz respeito à efetivação do
trabalho coletivo na construção da gestão na educação escolar
(OLIVEIRA; FERREIRA, p. 3).
De acordo com Saviani (2003, p. 24), em sua história, no Brasil, a supervisão de ensino
passou a englobar aspectos políticos e administrativos, de fiscalização, coordenação e
orientação de ensino:
Tomando as reflexões de Bueno (2003), em meados dos anos 1960, a figura do inspetor
escolar, que se fazia presente, atuava como agente fiscalizador e controlador no âmbito das
unidades escolares, local em que era temido e respeitado em função do conhecimento, uso
e aplicação que fazia da legislação.
Ao aproximar-se dos anos 1970 desse mesmo século, o inspetor escolar, embora agora
chamado supervisor de ensino, não apresenta mudanças em seu perfil, visto que uma
administração e uma supervisão estruturada nas bases do modelo empresarial taylorista-
fordista continuava permeando sua atuação. Ao supervisor de ensino competia o papel de
assessoria entre o polo da administração e as unidades de execução nas quais os
professores desenvolviam currículos e programas detalhados, padronizados,
metodologicamente homogêneos, atuando como meros instrutores.
58
ORIENTAÇÃO EM SUPERVISÃO ESCOLAR E ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL
Assim, a partir da década de 1990, ainda segundo Bueno (2003), nesse contexto de
retomada do modelo empresarial em suas novas formas de apresentação, a idoneidade
técnica do profissional da supervisão é recolocada, em seu papel, na organização e
funcionamento do ensino. O supervisor de ensino, que vinha com uma imagem desgastada
e uma função esvaziada, resultado dos efeitos dos períodos anteriores, passa a ser visto
como um dos principais agentes no desencadeamento dessa nova proposta de gestão, ao
ponto de ter sido apontado pelo Banco Mundial como representante potencial das
lideranças educacionais e grande facilitador na elaboração e na concretização dos projetos
escolares em busca da qualidade e da eficiência na educação.
Pautada numa análise dos diversos pontos de vista, é possível conceituar supervisão
escolar como:
57
Unidade III
A prática supervisora vem nos últimos tempos passando por transformações, assim
como a cada dia, no mundo em que vivemos, torna-se mais necessária a conscientização
de que se vivem mudanças significativas nas mais diversas áreas, sejam econômicas,
políticas, sociais e culturais. De tal modo têm ocorrido tais transformações que múltiplos
desafios precisam ser vencidos a fim de que se cumpram as funções sociais na
contemporaneidade, principalmente no espaço da escola como campo de atuação em prol
da socialização de saberes instituídos, na construção de saberes em um processo criativo e
inovador de compreensão dos fenômenos educativos em toda a sua complexidade, seja
humana, técnica ou científica.
58
ORIENTAÇÃO EM SUPERVISÃO ESCOLAR E ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL
Quadro 19
Dimensões Estratégia
1.Realidade profissional saber feito de saberes mobilizados na profissão
2. Acesso à realidade em contato direto com a realidade,
3. Objeto de formação no exercício das funções
4. Metodologia de formação educativas, por meio da
investigação-ação,
5. Interação pessoa/grupo para que os professores se desenvolvam
6. Local privilegiado de formação numa escola em aprendizagem,
7. Função supervisora em que o supervisor
8. Avaliação lidera e coavalia
57
Unidade III
formativamente.
Fonte: ALARCÃO, I. Do olhar supervisivo ao olhar sobre a supervisão. In: RANGEL, M. (Org.) Supervisão pedagógica:
princípios e práticas. São Paulo: Papirus, 2001, pp.11-56.
Diante disso, de acordo com Alarcão (2008, p. 35), a ação supervisora deve ter seu objeto
redefinido como o:
58
ORIENTAÇÃO EM SUPERVISÃO ESCOLAR E ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL
No artigo sobre o papel do sujeito na pesquisa, André (1999, p. 357) enfatiza que uma
das contribuições da pesquisa de tipo etnográfico foi ter aproximado o professor das
situações concretas da escola, rompendo com certo abstracionismo com que as questões
escolares costumavam ser tratadas pela pesquisa educacional.
57
Unidade III
estudo pelos profissionais da educação, de forma contextualizada, para que seja possível
compreender as suas raízes, condição para a sua superação. André (1999) dá destaque para
o lugar que a teoria deve ocupar quando se pretende utilizar o enfoque etnográfico de
pesquisa na área educacional. Neste sentido, propõe um “garimpo teórico”, ou seja, “tomar
a pesquisa como ponto de partida para um esforço de reflexão, de garimpagem dos
aspectos críticos da realidade que precisam ser aprofundados” (ibidem, p. 359).Trata-se de
inverter a relação com o saber, buscando na literatura educacional e em outras áreas do
conhecimento, as explicações para os fenômenos ou problemas encontrados na
“garimpagem” dos aspectos críticos da realidade.
De tal sorte que analisar uma situação é conhecê-la a fundo, é uma fase essencial para a
identificação e caracterização da unidade escolar e isto implica observação e reflexão
coletiva a respeito da escola e seu contexto em uma prática refletida.
De acordo com Perrenoud (apud ANDRÉ, 1999, p. 359), prática refletida diz respeito à
disposição e competência dos professores para a análise individual ou coletiva de suas
práticas, para um olhar introspectivo, para pensar, decidir e agir, tirando conclusões. Diz
respeito, ainda, à capacidade de antecipar os resultados de determinados processos ou
atitudes. Em outras palavras, concordando com o autor (ibidem), trata-se da capacidade de
pensar o próprio trabalho.
Para tanto a fim de que isso seja possível, apresenta as seguintes indicações:
É necessário, também, caracterizar a ação para que se possa ter clareza sobre o que se
busca e o que se pode esperar do fato. Assim, pode ser problematizado da seguinte forma:
Sem dúvida, dados gerais da escola, condições de seu prédio, materiais e recursos
disponíveis, dados sobre seus alunos (relação idade/série, evasão e repetência, dificuldades
de aprendizagem apresentadas nos vários componentes curriculares etc.), dados sobre os
58
ORIENTAÇÃO EM SUPERVISÃO ESCOLAR E ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL
Quadro 20
• aspectos descritivos: nome/endereço/
caracterização;
• comunicação: telefone/fax/endereço
Escola eletrônico/sítio na rede;
• atos legais
• períodos de funcionamento
• nome/ situação funcional do Diretor,
Grupo de Gestão Assistente de Direção/ Secretário da Escola/
da Unidade Coordenador Pedagógico/ Orientador
Educacional/ Professores
• número de alunos da U.E.
• cursos/habilitações
Funcionamento da • classes (inclusivas/aceleração entre outras)
Escola • horário administrativo
• horários de reuniões de trabalho
(equipe/professores: funcionários)
• nome / situação funcional do supervisor
escolar
Supervisão
• comunicação: telefone/fax/endereço
eletrônico
Espaço para registro das visitas do Supervisor
Escolar
• data:________ tema
tratado:____• data:________ tema
Visitas
tratado:____ • data:________ tema
tratado:____
• data:________ tema
tratado:____
Tomando por base o Comunicado SEE/SP de 30/07/2002, documento emitido pela
Secretaria de Estado da Educação, que traça o perfil necessário ao desenvolvimento das
atividades na função do exercício de supervisor de ensino, é possível caracterizá-lo como
propositor e executor partícipe de políticas educacionais e, ao mesmo tempo, elemento de
articulação e mediação entre essas políticas e as propostas pedagógicas desenvolvidas em
cada uma das escolas das redes pública e privada, exercendo, no sistema de ensino, as
funções de:
57
Unidade III
58
ORIENTAÇÃO EM SUPERVISÃO ESCOLAR E ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL
Como agente de supervisão junto às unidades escolares atua, numa relação de parceria e
companheirismo, como articulador e elemento de apoio à formulação das propostas
pedagógicas das escolas, orientando, acompanhando e avaliando a sua execução, prevenindo
falhas, redirecionando rumos, quando necessário, e orientando as equipes escolares na
organização dos colegiados e envolvimento da comunidade, com ênfase na avaliação
educacional e na adoção de programas de formação continuada.
• Competências Específicas:
1 - Conhecimento:
57
Unidade III
• Competências de Gestão:
• Competências Básicas:
Em 2008, a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, por meio das Instruções
Especiais SE/ SP nº 3, de 11-4-2008, publicada em Diário Oficial do Estado, explicita as
atribuições do Supervisor de Ensino:
58
ORIENTAÇÃO EM SUPERVISÃO ESCOLAR E ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL
De acordo com Xavier (apud RAPHAEL, 2003, p. 8), a consciência pedagógica fica
desvinculada das relações internas de dominação que “explicam a aparente distância entre
os ideais projetados e a prática educacional nacional”.
57
Unidade III
Portanto, o projeto pedagógico da escola, como instrumento base que integra e articula
toda a prática pedagógica, não fica alheio a esses determinantes e tem refletido toda a
questão política, ideológica e social da educação.
sofre
Influências
podendo gerar
Figura 15
Destaca-se ainda, que sendo a supervisão um processo dinâmico, realizado por meio da
interação entre indivíduos e grupos, pressupõe ação, implementação e acompanhamento
do processo pedagógico e administrativo de unidades escolares ou sistema de ensino.
58
ORIENTAÇÃO EM SUPERVISÃO ESCOLAR E ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL
Ação supervisora
na no
Escola Sistema
deve ter
Supervisor escolar
com
Planejar
que
Conhecimento Gerenciar
Capacidade
teórico
Crie/inove
Saiba Ensinar
de
Relacionar Monitorar
conhecimentos conhecimentos Documentar Pesquisar
pesquisador Seja
flexível
possibilite a
responsável
líder troca de
experiências
ético construção
coletiva
comprometido
tomada de
profissional decisão
57
Unidade III
Silva Jr. (apud RAPHAEL, 2003, p. 10) aponta o distanciamento entre os supervisores e
professores, criado pela própria Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, à medida
que a supervisão deixou de ser desejável à renovação, por se constituir em uma instância
representativa do poder, passando a ser vista, e até a atuar, como fiscalizador e controlador
do trabalho docente.
Como relata Raphael (2003), o supervisor escolar, como membro da equipe, reúne
condições para proceder às intervenções necessárias, dada sua visão não apenas
pedagógica, como também da política educacional a ser exercida, visão esta que foge,
muitas vezes, do domínio do professor que se mantém mais ligado ao seu fazer
pedagógico, que exige dele soluções práticas e imediatas, tendendo ao pragmatismo,
desvinculando-se da reflexão consciente.
Assim, como diz Alarcão (apud AMARAL; MOREIRA; RIBEIRO, 1996, p. 92-93), o supervisor
Ainda na esteira de exposto por Raphael (2003), esse caráter praticista leva o professor,
muitas vezes, a ignorar o projeto pedagógico como forma de planejamento prévio da ação
a ser desenvolvida em sala de aula, esquecendo-se de que uma ação realmente pedagógica
precisa ser antes intencional e reflexiva. Dessa forma, para existir de fato, o projeto deve-se
concretizar no cotidiano, sendo construído conforme as intenções, passando por
ratificações e transformações percebidas necessárias, garantindo assim a flexibilidade
pertinente à sua execução, sem perder de vista sua diretriz básica e seu aspecto de
totalidade.
58
ORIENTAÇÃO EM SUPERVISÃO ESCOLAR E ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL
Ação supervisora
Sociedade
Escola
Supervisor
Professor Aluno
Figura 17
Também acrescenta Raphael (2003) que o trabalho conjunto com a equipe escolar
garante a inserção do supervisor numa relação dialética entre a escola e a sociedade,
adequando a escola às exigências que mudam constantemente por parte de sua demanda
e da sociedade em geral, criando uma interação entre as diferentes instâncias da educação,
desde a sala de aula até a administração central. “Considerando o projeto pedagógico
como uma descrição da realidade, não se pode cumprir uma parte dele sem que as outras
sejam envolvidas, numa montagem que demonstre coerência lógica e visão integrada da
questão” (RAPHAEL, 2003, p. 13). Sugere alguns pressupostos, como:
57
Unidade III
qual ela explica como é fundamental o entendimento desses quatro pressupostos básicos,
na construção do projeto, conforme expõe:
• Praticismo:
• Fragmentação:
— A questão da falta de integridade do projeto da escola, para a mesma autora, pode
resultar numa visão fragmentada do saber historicamente acumulado, fruto de
posturas tradicionais presentes no dia a dia das unidades escolares, por exemplo, a
ausência de um trabalho coletivo.
O distanciamento entre a escola e a sociedade, o saber e a realidade e o fazer e
pensar dificultando a interação entre as disciplinas e os segmentos citados.
Como proposta de solução para este contexto fragmentado, coloca-se a
interdisciplinaridade, que somente será viável constituindo-se em prática
pedagógica mediante adesão de posturas unificadas dos professores para garantia
de uma coerência interna e externa.
• Reprodução:
— A reprodução está relacionada à fragmentação do saber. A partir do fracionamento
do conhecimento, é difícil vislumbrar a concepção de conjunto como algo refletido
e construído, constituindo-se em obstáculo à formação de inter-relações que
permitem trabalhar a informação sem apenas consumi-la.
58
ORIENTAÇÃO EM SUPERVISÃO ESCOLAR E ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL
• Intencionalidade pedagógico-administrativa:
— Para atender às necessidades da escola, o supervisor escolar deve estar imbuído
da intenção pedagógica, que está ligada à construção do conhecimento, essência
da escola, consequentemente do processo ensino-aprendizagem. Entretanto, este
fazer pedagógico está na dependência direta da organização do ensino, que,
associada ao administrativo, exige do supervisor amplo conhecimento da
administração escolar, pois, dominando os critérios de organização escolar,
garantirá o bom funcionamento pedagógico.
Diante do exposto, é possível afirmar que a supervisão escolar tem muito a contribuir
com o desenvolvimento da unidade escolar, à medida que se põe como parceira na
construção, desenvolvimento e acompanhamento do projeto pedagógico da unidade,
passando, dessa forma, a se constituir como parte integrante da equipe escolar. Outra
questão fulcral e fundamental diz respeito à construção do projeto pedagógico e à sua
intrínseca relação com a autonomia, condição básica para que a escola o elabore e o
realize, o que lhe permitirá atuar dentro da sua realidade e mais próximo de suas próprias
e reais necessidades.
Tomando a epígrafe por base, é possível dizer que a palavra e a ação-reflexão são de
essencial importância para o fazer do coordenador pedagógico, visto ser ele o articulador
57
Unidade III
entre o fazer pedagógico e a reflexão teórica para a tomada de consciência das atribuições
deste ator do processo educacional.
Alarcão (2004) expõe acerca da ação reflexiva que tanto a escola como os que
organizam as situações de diálogo entre professores têm necessidade de compreensão do
que é ser professor e como se pode e deve formar tal profissional. De sorte que é
importante para o supervisor escolar/coordenador pedagógico ter conhecimento das
fontes de aquisição do saber do profissional da educação e seus modos de integração no
trabalho docente, como disposto por Tardif (2002, p. 63):
58
ORIENTAÇÃO EM SUPERVISÃO ESCOLAR E ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL
Saberes pessoais dos A família, o ambiente de vida, a Pela história de vida e pela
professores educação no sentido lato etc. socialização primária
A escola primária e secundária,
Saberes provenientes da Pela formação e pela socialização
os estudos pós-secundários não
formação escolar anterior pré-profissionais
especializados etc.
Saberes provenientes da Os estabelecimentos de formação Pela formação e pela socialização
formação profissional para o de professores, os estágios, os profissionais nas instituições de
magistério cursos de reciclagem etc. formação de professores
A utilização das “ferramentas”
Saberes provenientes de Pela utilização das “ferramentas”
dos professores: programas,
programas e livros didáticos de trabalho, sua adaptação às
livros didáticos, cadernos de
usados no trabalho tarefas
exercícios, fichas etc.
Saberes provenientes de sua A prática do ofício na escola e na
própria experiência na profissão, Pela prática do trabalho e pela
na sala de sala de aula, a experiência dos
socialização profissional
aula e na escola pares etc.
Fonte: TARDIF, M. Saberes docentes e formação profissional. Petrópolis: Vozes, 2002, p. 63.
De acordo com matéria publicada na Revista Nova Escola (2003), fala-se sobre o papel
do coordenador pedagógico
Ele faz a transposição da teoria para a prática escolar e é o maior responsável pela
formação dos docentes.
57
Unidade III
Seu papel é estudar e usar as teorias para fundamentar o fazer e o pensar dos
docentes [...].
Assim, é necessário que ele antecipe conhecimentos para o grupo. Para isso,
é preciso ler muito, não só sobre conteúdos específicos, mas também livros de
literatura, jornais e revistas.
• Ajuda a elaborar a proposta pedagógica da escola e garante que ela seja posta
em prática.
58
ORIENTAÇÃO EM SUPERVISÃO ESCOLAR E ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL
Cabe destacar que, sob uma perspectiva dialógica de trabalho coletivo, é necessário
garantir a participação de todos os segmentos escolares e comunitários, já que a
construção do projeto implica decisões de diferentes dimensões, não só de cunho
administrativo-pedagógico e curricular, mas, também, de caráter financeiro/orçamentário.
Assim considerando, é preciso ter regras “claras” para a participação efetiva dos
professores, de pais, alunos, associações de bairro, entidades comunitárias, ONGs, diretor
da escola e seu vice, professor-coordenador, assistente técnico-pedagógico, supervisor de
ensino. Quanto a este último, afirma Padilha (2003, p. 75):
57
Unidade III
Portanto, uma das principais atribuições do supervisor escolar envolve a ação de apoio
à escola na elaboração do projeto pedagógico como instrumento de melhoria da qualidade
de ensino como direito de todos.
Diante do exposto, é possível afirmar que o diálogo com a prática permite ressignificar o
conhecimento, em um constante vai-e-vem entre reflexão e ação, que deve ser
característico dos processos de supervisão e de formação os quais serão tanto mais
produtivos quanto mais dotados de unidade entre teoria e prática.
Categorias de intervenção:
58
ORIENTAÇÃO EM SUPERVISÃO ESCOLAR E ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL
Certo é que o supervisor escolar possibilita um desencadear de ações que devem estar
pautadas em certas categorias como: ética, visão do processo, avaliação e participação.
Saiba mais
57
Unidade III
Diante disso, é possível afirmar que uma dentre as funções e papéis exercidos pelo
supervisor escolar é contribuir para a melhoria do processo educacional, considerando-se
o processo relacional existente entre professor-supervisor, professor-gestor, professor-
professor e, sobretudo, entre professor-aluno.
Cabe ao supervisor escolar desenvolver uma visão crítica do trabalho pedagógico a fim
de viabilizar ações educativas mais produtivas. Para tanto, deve o supervisor planejar,
avaliar e aperfeiçoar o andamento das questões pedagógicas, com vistas a garantir a
eficiência do processo educacional, a eficácia e a efetividade de seus resultados.
Quadro 22
Precisa
Questões Sim Não
melhorar
Há painéis informativos atualizados em locais de grande circulação
de pessoas?
Há informações atualizadas, à disposição da comunidade escolar,
sobre a Proposta Pedagógica e o Plano de Escola?
Há comunicação das expectativas de aprendizagem para alunos e
pais?
Há divulgação pública do índice de absenteísmo e atraso dos
professores, diretores e funcionários?
Há divulgação pública dos processos, datas e horários de avaliação
e recuperação dos alunos?
Há informações públicas sobre matrículas dos alunos,
transferências, remanejamentos e históricos?
Há respeito ao código de conduta pela comunidade escolar?
Há normas disciplinares aplicadas para todos da mesma forma
sempre que o código de conduta é desrespeitado?
Há normas disciplinares públicas de caráter educativo e
preventivo?
Há estímulo positivo para as ações realizadas pela comunidade
escolar?
Há Diário Oficial disponível na sala dos professores?
58
ORIENTAÇÃO EM SUPERVISÃO ESCOLAR E ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL
Quadro 23
Fatores de eficácia
(a partir dos quais as equipes poderão criar Em Não
Área de Visto
Temas instrumentos específicos para andamento iniciado Observações
gestão acompanhamento, Data
data: data:
controle e avaliação)
Duração da hora-aula
Recreio
Proposta de
Horário dos professores
Capacitação
Organização de turmas de
recuperação paralela
Projeto de flexibilização
curricular ou sistema semestral
57
Unidade III
Organização do trabalho
coletivo – Reuniões prof.
Orientações
didáticas/metodológicas
Registro/diagnóstico de alunos
em defasagem idade/série e
medidas de correção de fluxo
Usos da Registro de diagnóstico dos
Avaliação alunos com defasagem de
aprendizagem do ano/bimestre
anteriores a partir de critérios
usados na seleção de alunos
para recuperação
Livro de comunicados e
informações
Atendimento da demanda –
organização da matrícula
Regulamentação Formação de classes
do fluxo escolar
Organização das salas de aula
Controle de frequência
Trabalho diversificado
58
ORIENTAÇÃO EM SUPERVISÃO ESCOLAR E ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL
Atividades extraclasse
Quadro 24
Sugestão de roteiro de observação de classe
Componente Curricular:______________________________Série:_________
Assunto ou atividade:________________________________ Nº de alunos:___
Professor:_________________________________________ Data:_________
57
Unidade III
Quadro 25
Fatores de eficácia Em Não
Área de (a partir dos quais as equipes poderão criar Visto
Temas andament iniciado Observações
gestão instrumentos específicos para acompanhamento, Data
controle e avaliação) o data: data:
- atendimento à comunidade
interna e externa e
encaminhamento de
alternativas de solução aos órgãos
competentes
Organização,
- atendimento e fornecimento de
registro,
informações para instituições e
Arquivo e órgãos públicos
socialização - fornecimento de informações
das referentes à vida escolar dos alunos
Supervisão - controle de documentos e arquivo
informações
da gestão de legislação de ensino
da Fluxo
- arquivo de informações e processos
informação
- Reuniões de Pais e Mestres
- Livro de Reclamações
- Jornais da Escola
Protocolo
- Editais (APM – Conselho de Escola
entre outros)
Quadro de Avisos
Quadro 26
Fatores de eficácia
(a partir dos quais as equipes Em Não
Área de poderão criar instrumentos Visto
Temas específicos andamento iniciado Observações
gestão Data
para acompanhamento, controle e data: data:
avaliação)
Supervisão Registros: - cadastramento de alunos
entrada,
58
ORIENTAÇÃO EM SUPERVISÃO ESCOLAR E ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL
- aproveitamento escolar
- adaptações
- equivalência de estudos
permanência e
saída de alunos
- classificação/reclassificação de
alunos
- dispensa de frequência em
educação física
- atrasos e saídas antecipadas
- ocorrências
- organização dos prontuários dos
Arquivo
alunos
- livros de assentamentos
da gestão
da vida Emissão de - fichas individuais
escolar documentos - certificados de conclusão de curso
- históricos escolares
- transferências
- diários de classe
57
Unidade III
O supervisor escolar, para isso, precisa atentar que, em todo trabalho em grupo, há
aspectos que precisam ser cuidados, como:
58
ORIENTAÇÃO EM SUPERVISÃO ESCOLAR E ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL
A prática da supervisão escolar, além do planejamento de suas ações, exige uma constante
avaliação de seu próprio desempenho. Desse modo, é possível haver um aperfeiçoamento
como técnico e como pessoa. É necessário, desde o processo de planejamento, conhecer a
natureza, a organização, a cultura e o funcionamento da educação escolar, suas relações com
o contexto situacional da escola.
Ainda segundo Silva (2003), há cuidados e riscos nas etapas do planejamento, como
demonstrado no quadro:
57
Unidade III
Ignorar conflitos
Excesso de otimismo
quanto a tempo e custos
Esquecer pessoas
Prazos importantes
Realismo Manter segredos
Basear-se em
preconceitos
Fazer perguntas Informações duvidosas,
Examinar situações em vagas
detalhes Ignorar partes da
Formular claramente os realidade
problemas Ficar só no que já se
Orientação Procurar causas para os Clareza sabe
problemas Ouvir ideias e Basear-se somente no
informações que cada um senso
tem comum
58
ORIENTAÇÃO EM SUPERVISÃO ESCOLAR E ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL
- plano de gestão
Avaliação
interna/externa
- plano de desenvolvimento da
escola
- planos de ensino
Regimento
Escolar - planos anuais de trabalho
57
Unidade III
58
ORIENTAÇÃO EM SUPERVISÃO ESCOLAR E ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL
funcionários
- instrumentos e
procedimentos para a divulgação dos
resultados e indicadores da escola
( quadros, gráficos, textos, ...)
Fonte: APASE. Subsídios à ação supervisora. 2004, p. 38.
De acordo com a pesquisa de Medina (1997, pp. 11-12), dentre as ações, incluem-se as
seguintes atividades:
Para que se realizem as ações da supervisão escolar, seja em uma única escola, atuando
como coordenador pedagógico, ou em um grupo setorial de escolas, o supervisor escolar
deve aparecer como elemento integrante e integrador do trabalho que é realizado na(s)
escola(s). Como agente integrante e integrador do trabalho grupal, deve procurar manter
uma dinâmica no trabalho da escola como instituição formal e social. Visualizar, refletir e
agir na e com a totalidade da produção do processo de ensino e aprendizagem da escola.
Assim, em suas ações, o supervisor por meio de observação, diálogo e formas próprias
deve realizar intervenção na qualidade do trabalho realizado na unidade escolar, quando
necessário. Decerto, para que tal intervenção aconteça, é necessário que o supervisor
57
Unidade III
tenha formação pedagógica, bem como conhecimentos de outras áreas, como: filosofia,
sociologia, psicologia, linguística entre outras e variadas temáticas.
Ainda de acordo com o exposto por Medina (1997, p. 29) supervisão é entendida como
ação (ação compreendida como um fazer coletivo envolvendo reação) pensada com base
na prática cotidiana da escola. Assim, para elaboração da ação supervisora, é necessária
uma concepção clara sobre:
• da escola como instituição social fincada numa sociedade que tem sua base no
sistema capitalista; • do sentido que têm a educação e o ensino para este país;
• da posição que o sistema de ensino atribui para o supervisor como um dos agentes
educacionais;
Dimensões
Articuladora Transformadora
Formadora
Preocupação com a organização
da ação formativa em reuniões de
trabalho
58
ORIENTAÇÃO EM SUPERVISÃO ESCOLAR E ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL
Figura 19
Em outras palavras:
Para isso, deve-se buscar construir uma escola que contribua significativamente para a
democratização social, que somente será viável por meio da gestão democrática.
57
Unidade III
Para tanto, Maia (2003) vem elucidar a questão, pois apresenta uma reflexão sobre a
organização do sistema educacional brasileiro, colocando a gestão escolar como parte
importante nas organizações escolares no mundo globalizado, isto é, assina a sua
relevância no processo de interligação crescente das economias das nações
industrializadas. A mesma autora acrescenta as considerações de Enguita:
Maia (2003) lembra que a melhoria do processo de qualidade do ensino, que aposta na
apropriação do conhecimento, tem sido o enfoque das políticas educacionais, que têm
procurado formas de gestão que visam à organização do ensino, a práticas pedagógicas
eficazes, a fim de atingir o objetivo de instrumentar melhor os que vão atuar na realidade
social, que se mostra cada vez mais diversificada.
58
ORIENTAÇÃO EM SUPERVISÃO ESCOLAR E ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL
limitando seu poder à aplicação de regras. A nova abordagem dos estudos traz uma visão
diferenciada sobre a forma de gerir as unidades escolares, valorizando o trabalho coletivo,
os agentes sociais da escola e o alcance de um bom ambiente de trabalho.
De acordo com Zabalza (1998, pp. 31-32), é possível identificar uma série de eixos
semânticos para conceituar qualidade e aplicá-la para uma análise de diferentes realidades
sociais; entretanto, destaca três dimensões:
57
Unidade III
• a qualidade, pelo menos no que se refere às escolas, não é tanto um repertório de traços
que se possuem¸ mas sim algo que vai sendo alcançado. A qualidade é algo dinâmico [...]
algo que se constrói dia a dia e de maneira permanente.
Assim, o pedagogo em sua ação poderá estabelecer aspectos para analisar e aperfeiçoar
as organizações escolares em que atua, visto que a cultura da organização influenciará a
questão de qual enfoque no gerenciamento pode ser eficaz e qual poderá ser modificado a
fim de melhorar as práticas de gerenciamento de recursos e de estratégias.
Ainda segundo Zabalza (1998), podem ser destacados os seguintes vetores de qualidade
para análise na ação do pedagogo:
58
ORIENTAÇÃO EM SUPERVISÃO ESCOLAR E ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL
Conselho de Escola
Com relação à sua composição, em geral, a legislação prevê que deve ter no mínimo 20
componentes e no máximo 40, sendo que 40% devem ser docentes, 25% funcionários, 25%
pais e alunos (da Educação de Jovens e Adultos), 25% alunos e 5% membros da Equipe
Técnica, com exceção do Diretor da Escola, que é o presidente com direito a voz e voto. Os
membros do Conselho são representantes eleitos, sendo que a eleição deve ser feita no
primeiro mês letivo em assembleias distintas para cada segmento, ou seja, docente vota
em docente, pais votam em pais etc. Geralmente, o Diretor chama a realização de duas
reuniões por semestre, mas pode convocar mais, caso seja necessário.
Conselho de Classe
57
Unidade III
Este deve ser integrado pelo diretor (que é o presidente), pelo orientador educacional e
pelo coordenador pedagógico/supervisor escolar, assim como pelos docentes da classe a
que se refere o Conselho e um funcionário da secretaria, que faz as anotações.
Suas reuniões ocorrem ao final de cada bimestre/trimestre, têm a duração de dois ou
quatro dias, dependendo da realidade da escola. Durante a realização do Conselho, os
demais alunos devem continuar com atividades em sala de aula, sob a responsabilidade do
aluno monitor e supervisão de alguns funcionários da escola ou de acordo com a
organização da escola.
Paro (1996) adverte que o Conselho de Classe, em grande parte das escolas, reduziu-se
a um conjunto de procedimentos mais ou menos ritualizados, que muito longe ficam de
apresentar toda a riqueza de um trabalho conjunto de pessoas empenhadas em atingir
objetivos sociais. Caso não se tome cuidado, tal instrumento torna-se apenas um
documento burocrático, sem propósitos pedagógicos.
57
Unidade III
Trabalhar a formação dos professores é uma das atividades mais importantes, que deve
ser realizada em conjunto coordenador pedagógico/orientador educacional/supervisor
escolar da escola. os professores, muitas vezes, têm dúvidas em como trabalhar este ou
aquele conteúdo ou ainda, com uma determinada dificuldade de um aluno ou com sua
família. É no estudo de textos, na troca de experiências e no diálogo sem constrangimento
que o professor se fortalece e constrói subsídios para sua prática.
Sabe-se que os momentos dedicados para a formação dos professores são raros. Por
isso, o orientador educacional e o coordenador pedagógico devem trabalhar de forma
integrada e buscar alternativas para estimular o professor a ler e pesquisar. Nesse sentido,
recursos como colocar mensagens de educadores famosos no painel da sala dos
professores, montar uma pasta com textos interessantes e organizar uma estante com
livros, são estratégias interessantes e que podem dar bons resultados. Torna-se
imprescindível que o orientador educacional auxilie o coordenador pedagógico nessa
tarefa.
Outras reuniões
Entendemos como equipe da escola todos os educadores que contribuem para o dia a
dia das atividades escolares. Dessa forma, funcionários da cozinha, da secretaria, ajudantes
gerais, faxineiros, inspetores de alunos e equipe técnica devem ter momentos de reflexão
sobre seu trabalho e de integração com outros setores. Ninguém na escola pode trabalhar
de forma isolada, há uma interligação entre todos os setores. Quando um setor não se
compromete com o seu trabalho, todos os demais ficam prejudicados e quem sofre é o
aluno. O orientador educacional, juntamente com o diretor ou assistente de direção (ou
vice-diretor), deve planejar e realizar reuniões sistemáticas , trabalhando, além de
questões administrativas de rotina, situações que envolvam a discussão de aspectos como
respeito, diálogo e cooperação.
Até aqui, nos preocupamos com o trabalho coletivo que é o mais importante espaço de
atuação do pedagogo. Contudo, há momentos que tais canais não são suficientes, sendo
necessário propiciar um momento em que as exceções sejam tratadas individualmente. Há
diversos canais de comunicação, alguns mais informais e outros mais formais e
estruturados, como: entrevistas de entrada do aluno, entrevistas de avaliação individual do
58
ORIENTAÇÃO EM SUPERVISÃO ESCOLAR E ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL
Essas reuniões também são espaços para a reflexão dos professores, momento de
avisos, informativo de diretrizes, discussão de situações-problema, aprendizagem.
• reveja os fatos que motivaram a reunião e certifique-se de que você está “por dentro”
dos assuntos a serem tratados;
• não esqueça de munir-se de todas as informações necessárias para fundamentar
decisões, deve-se decidir objetivamente e não a partir de impressões ou opiniões;
• tenha uma noção antecipada do perfil das pessoas que vão participar: se são tímidas,
expansivas, desconfiadas, receptivas, a fim de prever reações, preparar respostas e
argumentos;
• reveja seus conceitos de liderança e autoridade. Lembre-se de que as pessoas produzem
melhor quando respeitadas na sua individualidade, estimuladas na sua capacidade e
orientadas nas suas falhas e limitações;
• esquematize uma forma de conduzir a reunião, que crie oportunidades para a
participação efetiva de todos;
• comece fazendo perguntas que estimulem o diálogo - O quê? Onde? Por quê? De que
modo? – evitando aquelas que possam ser respondidas com sim e não;
• não demonstre impaciência nos momentos de silêncio posteriores a uma pergunta.
Deixe que o pessoal decida quem vai responder. Alguém sempre acaba falando para
diminuir a tensão;
• quando a reunião estiver fugindo dos temas propostos, sugira o resgate do assunto com
as expressões: “Você pode nos indicar qual a relação desse assunto com o que estamos
tratando?”, “Bem, onde estávamos mesmo?”
• observe a expressão de cada membro do grupo para perceber se os tópicos da reunião
estão sendo entendidos e estão mantendo o interesse na reunião. Esse cuidado permite
que você note quando alguém tem ideias sobre o assunto, podendo encorajá-lo a expô-
las. Também fica mais fácil selecionar informações das quais o grupo tem necessidade;
57
Unidade III
• evite que duas pessoas travem conversas paralelas que possam perturbar o andamento
da reunião;
• observe que reuniões muito longas e sem resultados desestimulam o grupo;
• não deixe a sensação de que nada foi decidido, reserve algum tempo ao final da reunião
para resumir as conclusões atingidas;
• oriente a definição de responsabilidades. Não deixe que elas sejam concentradas e que
certas pessoas fiquem sobrecarregadas e outras sem nenhuma responsabilidade;
• se promete que vai tomar providências e não cumprir, o grupo perde a confiança e
passa a acreditar que as reuniões são inúteis (GESTÃO EM REDE, apud UDEMO, 2001, p.
19).
Refletir sobre o papel do pedagogo frente às questões que levam ao fracasso escolar,
demanda analisar as diferentes teorias produzidas através dos tempos e as suas
consequências ao processo de ensino-aprendizagem do aluno.
Para além do jogo de “empurra-empurra”, cabe ao pedagogo, assim como aos demais
professores, garantir ao aluno possibilidade de permanência na escola, com aprendizado
significativo. Para tanto, examinemos, pois, as diversas abordagens teóricas a respeito do
assunto e, a seguir, a contribuição do pedagogo para o processo de ensino e aprendizagem.
58
ORIENTAÇÃO EM SUPERVISÃO ESCOLAR E ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL
Dessa forma, se o aluno tivesse um rendimento ruim, seria única e exclusivamente por sua
incapacidade.
Com a Teoria da Privação Cultural predominante nos anos de 1960 e 1970, os alunos
passaram a ser tratados como crianças que tinham uma deficiência, uma defasagem de
cultura, por isso não conseguiam acompanhar os estudos. Cabia à escola, e, por sua vez, ao
orientador educacional a responsabilidade de se adequar a esse aluno das classes mais
desfavorecidas, comparando suas carências, sejam quais forem (saúde, emocional,
aprendizagem etc.).
Aos poucos, percebeu-se que nenhuma classe social possui uma cultura mais pobre que
outras. As culturas são igualmente estruturadas e coerentes, porém diferentes. Como a
escola transmite os conteúdos culturais familiares à classe dominante, a criança, quando se
depara com essa cultura não reconhece e tem dificuldade para incorporá-la, sofrendo uma
marginalização cultural. Aqui, o papel da orientação educacional é o de resgatar a cultura
dos alunos trabalhando a partir da realidade e dos valores destes. O enfoque do trabalho
não é mais o individual e terapêutico. O trabalho era realizado com o grupo de alunos,
sendo que a função do orientador educacional/supervisor escolar é ajudar os alunos a
sentirem-se partícipes do seu contexto escolar e educacional, independente das diferenças
culturais existentes na escola.
57
Unidade III
Assim, o pedagogo deve estar comprometido com essa reflexão, evidenciando, sempre
que necessário, práticas discriminatórias com o objetivo de superar o fracasso escolar.
A seguir, abordaremos cada um desses aspectos separadamente, mas antes, faremos uma
análise das relações entre inclusão, dificuldades, queixas e expectativas que supõem
observação, avaliação ou diagnóstico contínuo dos diferentes fatores constituintes da
questão, o que implica intervenções, redirecionamentos ou redefinições que favoreçam os
objetivos buscados individualmente ou institucionalmente.
58
ORIENTAÇÃO EM SUPERVISÃO ESCOLAR E ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL
Sem este sentido de comunidade, o esforço para atingir a inclusão torna-se muito difícil,
e a ação do pedagogo, por certo, inócua. Infelizmente, ainda paira no meio do profissional
de educação o desconhecimento sobre como trabalhar com a educação inclusiva, o que
torna difícil a contribuição do pedagogo para o sucesso de processos inclusivos na
educação.
Assim, a visão do pedagogo requer uma percepção do sistema escolar como um todo
unificado.
O papel do supervisor escolar/orientador educacional deve ter sua atenção voltada para
remoção das barreiras que existem na escola quando se trata do acolhimento do aluno
com deficiência e altas habilidades/superdotação.
57
Unidade III
É pensando nisso que devemos refletir sobre como a escola tem encarado o erro e o
aluno que erra. Qual a relação entre erro e fracasso? O aluno que erra tem um problema
que é só seu e que deve ser tratado isoladamente?
Como revela Aquino (1997), quando a escola apresenta uma quantidade acima do
aceitável de encaminhamentos de alunos à saúde ou tratamentos psicopedagógicos, ou
ainda tem um alto índice de reprovações ou evasões, o que pode estar errado não é o
rendimento ou nível de inteligência dos alunos, mas o modo como esta e seus educadores
estão ensinando e avaliando seus educandos. Não é mais possível deslocar o eixo de uma
discussão pedagógica, para questões médicas ou psicológicas, como se os alunos fossem
inadequados para a instituição escolar, devendo ser “enquadrados”.
58
ORIENTAÇÃO EM SUPERVISÃO ESCOLAR E ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL
Diante de tal situação: qual seria a melhor forma de enfrentar, dentro da própria escola,
a problemática do fracasso escolar?
Contudo, a avaliação durante muito tempo foi, e ainda hoje é, confundida com
procedimentos de medida e verificação do rendimento escolar, Outro uso bastante comum
da avaliação é no sentido de punição e ajuste de condutas inconvenientes, como aquela
dos “bagunceiros”. Ainda, existem pessoas que utilizam a avaliação como premiação.
Assim, conceitos e notas ficam sendo o foco das atenções dos alunos, que não se
preocupam com o aprendizado, mas sim, em “passar” de ano.
Souza (1997, p. 129) relata que dentre as funções da avaliação, a menos significativa é a
de classificação. Para a autora avaliar é:
57
Unidade III
Outro ponto relevante na busca da transformação dessa relação com a avaliação diz
respeito à observação do aluno e a importância do registro, pois o registro dessas
observações, embora não obrigatório, é muito eficaz e traz elementos importantes ao
educador, visto que contribui para a melhoria do processo de ensino-aprendizagem,
garantindo um fazer pedagógico compatível com as necessidades das crianças com as quais
se está trabalhando.
A Progressão Continuada foi instituída pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional,
LDBEN nº 9.394/1996, em seu artigo 32, alterado pela Lei nº 11.274/2006, parágrafo 2º,
conforme descrito:
58
ORIENTAÇÃO EM SUPERVISÃO ESCOLAR E ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL
interrupção, mas sim de construção, em que o/a aluno/a está continuamente se formando,
construindo significados a partir das relações dos homens com o mundo e entre si.
Rossi (2003), deixa claro como o tema da política da inclusão social do aluno é polêmico
na América Latina, que ainda não conseguiu resolver seus graves problemas
socioeconômicos, que acabam por refletir no sistema educacional dos países em
desenvolvimento. A autora alerta para um ponto importante a ressaltar, pois sempre que
se fala de inclusão do aluno, pensa-se logo em atendimento da quantidade da demanda,
isto é, número de vagas suficientes para atendimento a toda a população.
Na tentativa de melhor elucidar tais diferenças entre o que se escreve em textos e o que
prevê a legislação, é necessário lembrar que mudanças como as propostas na Progressão
Continuada são necessárias, de fato, mas trazem consigo conflitos, que demandam o
comprometimento de toda a sociedade e exigem tempo para que se realizem as
adaptações necessárias, pois as raízes do regime de educação seriada e da avaliação por
resultados, que tem perdurado por tanto tempo, ainda são profundas na mente das
pessoas. Ainda à luz do exposto por Rossi (2003), na verdade, a escola permaneceu com
uma estrutura rígida apegada aos ideais tradicionais da escolástica.
Vale lembrar que a escola pública, em geral, recebe os alunos das classes menos
favorecidas sem ter se preparado para atender a essa clientela que respondeu em massa
ao chamado do Estado para ingressar nas novas vagas abertas, quando da democratização
do ensino. Portanto, pode-se afirmar que a quantidade de alunos aumentou, sem a
contrapartida da qualidade de atendimento, pois tanto a parte administrativa quanto os
professores não estavam preparados para receber alunos que tinham uma linguagem
social tão diferente do professor oriundo, geralmente, da classe média. O comportamento
social desses alunos também sempre foi um entrave, uma vez que o professor tinha uma
ideia formada de imagem social, espelhada nas classes dominantes.
Dessa forma, ainda lembra-nos Rossi (2003) que, de acordo com a demanda, foi
necessário abrir as portas para todas as classes sociais; os professores formados sob os
moldes da classe dominante não conseguiram uma prática de entrosamento com esses
alunos. Todos esses problemas, somados às políticas educacionais desencontradas da
realidade que se tinha, trouxeram essa inadequação que ainda se observa no sistema
educacional.
É certo que algumas categorias como tempo, espaço e ação são necessárias para que a
dinâmica escolar se efetue concretamente, sendo relevante, portanto, abordá-las. Ainda
Rossi (2003) expõe que o tempo pode ser concebido de diferentes formas, como divisão
dos horários das turmas, tempo das aulas, da aprendizagem dos alunos, do ensino do
professor e até dos intervalos entre as aulas.
No que se refere ao espaço, este se visualiza no todo da escola, como as salas de aulas
com todos os seus equipamentos necessários, corredores, jardins, diretoria, sanitários,
laboratórios, biblioteca.
Quanto à ação, esta se desenvolve no cotidiano das diversas atividades escolares, como
a ação da aula do professor, disciplina ou indisciplina dos alunos, apoio pedagógico dos
diretores e coordenadores, recreio, intervalos informais e demais atividades.
Entretanto, estando dispostas as categorias, estas não bastam para dar vida à escola,
faltando o que é muito importante para dar sincronia no desenvolvimento das atividades, o
projeto pedagógico. Nada acontece sem ele, que, para se concretizar de fato, precisa do
comprometimento de todos, incluindo pais, professores, alunos e direção, garantindo,
dessa forma, a identificação da identidade da escola e suas necessidades sociais, bem
como seu processo avaliativo.
58
ORIENTAÇÃO EM SUPERVISÃO ESCOLAR E ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL
A avaliação tem sido constantemente discutida nos meios educacionais mais sob a ótica
técnica do que sob a vertente do comprometimento político. Para tanto, a Progressão
Continuada vem na tentativa de desfazer a contradição entre a técnica e a política. O
próprio termo Progressão Continuada é redundante, uma vez que progressão remete à
ação continuada, ou seja, aquilo que não sofre interrupção.
A combinação dos vocábulos não é aleatória, mas tem a intenção de reforçar a ideia de
Progressão Continuada, isto é, organização do percurso escolar e avaliação do ensino de
forma contínua.
Sob este olhar, o ritmo diferenciado de cada aluno deve ser respeitado, levando em
consideração os diferentes ritmos de aprendizagem.
De fato, o mundo vem-se acelerando, vive-se correndo atrás do tempo, não sendo mais
possível pensar em sedimentar a aprendizagem e o conhecimento adquirido em séculos num
ano letivo apenas, o que nos leva a pensar que a Progressão Continuada representa mais
possibilidades no que se refere à avaliação, como avaliação da instituição escolar e
rendimento do aluno e do trabalho do professor, ampliando as chances de aprendizagem.
57
Unidade III
1. Correspondência recebida;
2. Correspondência expedida;
3. Material informativo;
4. Material de Divulgação;
5. Material diverso;
6. Pesquisas e estudos;
7. Planejamentos;
8. Avaliação;
9. Relação de alunado;
11. Legislação;
58
ORIENTAÇÃO EM SUPERVISÃO ESCOLAR E ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL
Quadro 30
Ficha Emergencial
Nome do aluno:_____________________________________________________________
Data de Nascimento:_________________________________________________________
Nome dos
responsáveis:_______________________________________________________
Endereço:__________________________________________ Bairro:__________________
Telefone de contato:______________________
Em caso de não encontrar o responsável, outro telefone para
contato:_____________________ Responsáveis pela retirada da criança na
Unidade:____________________________________
Alérgico: ( ) alimento ( ) medicamento Qual?
_____________________________________ ( ) outros Quais?
_______________________________________
Obs.: esta ficha será preenchida no ato da matrícula e deverá ficar em local de fácil acesso
e em ordem alfabética.
Quadro 31
Comunicação de Ocorrência
Aluno:____________________________________________________________________
Série:_____________________________________________________________________
1-Descrição do fato corrido:___________________________________________________
________________________________________________________________________
4- É reincidente?
5- O que foi feito em ocasiões anteriores?
Professor: ________________________________________Data:____________________
57
Unidade III
Quadro 32
Registro de Reunião
Data:________________________ Horário:______________
Período:______________________________ 1-Pauta:
2- Desenvolvimento/encaminhamentos:
Quadro 33
Roteiro de observação e encaminhamento – Professor para orientador educacional
Professor:
Identificação do Aluno:
Nome:
Data de Nascimento: Idade:
Série/Ano atual: Séries repetidas:
Frequência e Assiduidade:
1. Motivos do Encaminhamento:
2. Rendimento Escolar: citar a disciplina e as dificuldades encontradas pelo aluno
(objetivos essenciais não atingidos/desenvolvimento infantil)
3. Como se encontra o aluno em relação à: sociabilidade – relação professor/aluno,
aluno/aluno, participação em atividades.
Data:
Quadro 34
Aos Senhores Pais
58
ORIENTAÇÃO EM SUPERVISÃO ESCOLAR E ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL
Sabemos da dificuldade de educar nossos filhos nos dias atuais, pois às vezes apresentam
certos comportamentos estranhos e difíceis de lidar ou corresponder.
Com a intenção de ajudá-los a refletir sobre a melhor forma conjunta de atuar com seus
filhos, o Setor de Orientação Educacional está aberto ao diálogo e a informações que
contribuam para a eficiência no atendimento.
O atendimento no setor é feito diariamente de forma individualizada ou coletiva. Basta
agendar um horário para nossa conversa.
Cordialmente, Setor de
Orientação Educacional
8.2.4 Orientação Educacional e Supervisão Escolar: Técnicas
Para que o trabalho seja realizado de modo que atenda aos objetivos propostos e às
necessidades da demanda, são utilizadas técnicas de orientação individual e de orientação
em grupo. Eis algumas das técnicas utilizadas pelo pedagogo em suas atividades:
Observação
Questionários
57
Unidade III
• informativas: para coleta de dados objetivos (ex.: qual a sua idade?, onde você
nasceu?...);
• explicativas: quando solicitam justificativas ( ex.: qual ou quais áreas de estudo você
mais aprecia? Por quê?).
Quadro 35
Questionário informativo
Nome do
aluno:_____________________________________________________________ Data
de Nascimento:______________________________________________
Filiação:__________________________________________________________________
_ e
__________________________________________________________________
Frequentou: ( ) Creche ( ) Pré-escola Em que ano? __________
Tipo de parto: ( ) Normal ( ) Cesárea ( ) Fórceps ( )
outros Em que idade começou a:
Engatinhar __________
Andar: ______________
Falar:_______________ É alérgico?
( ) Alimento – Qual?__________________________
( ) Medicamento – Qual? __________________________
( ) Picadas de inseto – Qual? _______________________
( ) Outros
Dados para situação de emergência:
Endereço
residencial:_________________________________________________________
Telefone:_______________________________________________________
Local de trabalho do Pai: ___________________________________________
Endereço: ______________________________________________________
Telefone: _____________________ Ramal:____________________________
Local de trabalho da Mãe: __________________________________________
Endereço: ______________________________________________________
58
ORIENTAÇÃO EM SUPERVISÃO ESCOLAR E ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL
57
Unidade III
Quadro 36
Registro de entrevista
Identificação do Aluno:
Nome:
Data de Nascimento: Idade:
Série/Ano atual:
Data da entrevista: Local:
Entrevista: (aluno, pai, mãe, responsável, professor)
Vinda: Espontânea
Razões para a entrevista
Agendada Motivo da Entrevista
segundo o entrevistado
Enviado
Assunto Principal:
Observações:
Assinatura do Pedagogo
Autobiografia
58
ORIENTAÇÃO EM SUPERVISÃO ESCOLAR E ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL
• espontânea: aquela em que não é estabelecido roteiro ao aluno. Ele pode reconstruir
sua história de vida com fatos que julgar mais significativos;
Anedotário
Quadro 37
Ficha de anedotário
Identificação do Aluno:
Nome:
Data de Nascimento: Idade:
Série/Ano atual:
Relato:
Data:
Observador:
Estudo de caso
Segundo Junqueira e Pereira (apud NÉRICI, 1994, p.143), o estudo de caso “permite ao
orientador obter o quadro mais completo possível do aluno, abrangendo o histórico do
crescimento com seus êxitos e fracassos”.
57
Unidade III
Quadro 38
Estudo de caso
•descrição do caso em estudo;
•identificação;
•pesquisa sobre a vida escolar;
•panorama da família;
•relato do aluno sobre o assunto pesquisado;
•diagnóstico (realizado pelo próprio estudo de caso);
•prognóstico (possível intervenção).
Sociometria
A sociometria ajuda a mostrar a posição do aluno dentro do seu grupo, ou seja é uma
técnica para orientação em grupo.
Quadro 39
Questionário sociométrico
Nome: Sexo:
Série/Ano:
Escrever os nomes de 3 colegas:
58
ORIENTAÇÃO EM SUPERVISÃO ESCOLAR E ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL
Aldo x x x x
Caio x x x
Celso x x x
Décio x x x
Ênio x x x x
Ivo x
Subtota 1 3 2 3 5 4
l
Ada x x x
Ana x x x
x
Célia x x
x
Eva x
Riata x x x x
Tânia x x x
Subtota 1 4 3 3 0 2 5
l
Total 1 3 2 3 6 4 4 3 3 0 2 5
Fonte: GIACAGLIA, 2006, p. 181.
57
Unidade III
Aldo
Caio
Celso Décio
Ivo
Ênio
Tânia
Ad
a
An
a
Célia
Rita Eva
Figura 20 – Sociograma
Resumo
Exercícios
A) Alternativa incorreta.
B) Alternativa incorreta.
C) Alternativa incorreta.
57
Unidade III
E) Alternativa correta.
B) I e IV, apenas.
C) II e III, apenas.
D) II e IV, apenas.
58
ORIENTAÇÃO EM SUPERVISÃO ESCOLAR E ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL
43. Figura 3
Figura 5
Figura 7
Figura 8
Ibidem, p. 79.
Figura 9
Ibidem, p. 80.
Figura 10
43. Figura 12
13
FUNDESCOLA/ DIPRO/FNDE/MEC, 2006, p. 23.
Figura 17
Figura 18
Figura 20
___. Professores reflexivos numa escola reflexiva. São Paulo: Cortez. 2004.
___. Professores reflexivos em uma escola reflexiva. São Paulo: Cortez, 2008.
___. O coordenador pedagógico e o cotidiano da escola. São Paulo. Edições Loyola, 2006.
ALVES, N. (Org.). Educação e supervisão: o trabalho coletivo na escola. São Paulo: Cortez,
2006
___. Autores ou atores? O papel do sujeito na pesquisa. In: LINHARES et all. Os lugares dos
sujeitos na pesquisa educacional. Campo Grande: UFMS, 1999.
AQUINO, J. G. A indisciplina e a escola atual. Rev. Fac. Educ., São Paulo, v. 24, n. 2, 1999.
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