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Suelen Hass1
Melissa Probst2
Resumo
Neste trabalho tem-se como principal objetivo abordar o perfil do gestor escolar e propor uma
reflexão deste contexto bem como tratar das definições e argumentos utilizados pelos gestores
em seu dia a dia. Procura-se também entender melhor qual o perfil ideal para o gestor
educacional, bem como refletir sobre a instituição, a participação da comunidade escolar e as
formas de escolha do diretor, presentes na literatura e prática das instituições do atual modelo
de ensino. Parte-se do pressuposto de que a gestão democrática é respaldada pela Constituição
Federal e pelas leis que embasam a ação educativa no Brasil, porém, é preciso que esta se
apóie também em valores, tais como a qualidade, a história, a solidariedade, a ética, a
democracia e a inovação de um excelente gestor escolar.
1 INTRODUÇÃO
O ensino público Brasileiro passa por inúmeras transformações em toda a sua essência,
com os grandes avanços mundiais e tecnológicos no âmbito educacional, onde os
responsáveis pela gestão escolar e toda a sua equipe pedagógica precisam estar cientes das
mudanças e deve acompanhar toda essa evolução, para que a escola possa se adaptar para
atender a uma nova geração que esta ligada em todos os detalhes e novidades.
Essas transformações, que ocorrem em escala mundial, decorrem da conjugação de
umconjunto de acontecimentos e processos que acabam por caracterizar novas realidades
sociais,políticas, econômicas, culturais, geográficas. (Libâno, 2004).
1
Graduada em Artes Visuais (UNIASSELVI/2014).suelen_hass@hotmail.com
2
Orientadora. Graduada em Pedagogia (FURB) e em História (UNIASSELVI). Mestre em educação pela
Universidade Regional de Blumenau (FURB) e doutoranda em educação pela Universidade Tuiuti do Paraná
(UTP). mel.probst@gmail.com
2
Sendo assim neste trabalho temos em foco a importância do gestor escolar que em seu
contexto delimita todas as etapas através de leituras e vivências de todo um cotidiano. O papel
do gestor escolar ou diretor é criar um ambiente de trabalho, proporcionando aos seus
companheiros um ambiente harmonioso sabendo articular suas funções de administrar a
escola de forma justa e coerente, junto com suas obrigações de gerir a instituição. O gestor
escolar também deve levar em conta os sentimentos que existem dentro da instituição,
lembrando que não é só um edifício, mas um local onde várias pessoas convive todos os dias,
onde encontrara vários desafios para executar seu trabalho perante a sociedade.
Desse modo, considera-se que seja muito importante, prestar atenção, e participar
integralmente de todas as atividades, e principalmente ouvir todos os funcionários, bem como
professores, prestadores de manutenção, sendo os pais presente, alunos e comunidade em
geral, é de muito valor para todos aqueles que querem um ambiente escolar de qualidade e
auxiliar o processo educativo. Porém ter um perfil que atende todas as características
existentes para um gestor escolar, neste mundo de incertezas é muitas vezes um desafio ser
um bom gestor, é imprescindível analisar questões fundamentais e os novos desafios à gestão
escolar, sendo um mediador entre as partes existentes na escola, em virtude das novas
demandas que a escola enfrenta, no contexto de uma sociedade que se democratiza e se
transforma a fim de ter pleno sucesso da sua gestão e consequentemente o sucesso da
instituição escolar em seu ensino aprendizagem.
Conforme Andrade (2001), a palavra portuguesa, gestão, em seu sentido original, vem
do termo latino “gestio”, que expressa ação de dirigir, de administrar e de gerir a vida, os
destinos, as capacidades das pessoas e as próprias coisas que lhes pertencem ou que delas
fazem uso. Segundo o autor, uma parcela da sociedade compreende gestão como sendo umas
funções burocráticas, destituída de uma visão humanística, como ação voltada à orientação do
planejamento, da distribuição de bens e da produção desses bens. É relevante perceber
também que a prática administrativa não se dá de forma isolada, descontextualizada e
individual, ela acontece no grupo e para o grupo, implicando decisões coletivas e organizadas.
Foi criado conceito de gestão escolar para superar um possível enfoque limitado do
termo administração escolar que era utilizado antigamente. Constituído a partir dos
movimentos de abertura política do país, que começaram a promover novos conceitos e
valores associados, sobretudo à ideia de autonomia escolar, à participação da sociedade e da
comunidade, à criação de escolas comunitárias, cooperativas, associativas às associações de
pais. Assim, no âmbito da gestão escolar, o estabelecimento de ensino passou a ser entendido
como um sistema aberto, com uma cultura e identidade própria, capaz de reagir com eficácia
às solicitações da comunidade local em que se inserem.
“Constituição Federal de 1988, nossa Carta Magna, estabelece, no seu artigo 206, que a
forma de gestão da educação brasileira deve ser democrática e participativa, como atestado
artigo a gestão democrática do ensino público, na forma da lei”. Já no artigo 3º, inciso VIII,
da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, nº 9394/96, diz que a gestão do ensino
público deve ser democrática, respeitando a forma da lei e da legislação dos sistemas de
ensino.
No artigo 14 dessa mesma lei estabelece que os sistemas de ensino definirão as normas
da gestão democrática do ensino público, na educação básica, de acordo com as suas
peculiaridades e conforme os seguintes princípios: I – participação dos profissionais da
educação na elaboração do projeto pedagógico da escola; II – participação das comunidades
escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes. (BRASIL, 1996).
Então fica claro que o gestor desempenha vários papéis dentro do ambiente escolar,
cabendo a ele a articulação de todos os setores e aspectos do mesmo. É dasua habilidade o
desempenho de influenciar o ambiente que depende em grande parte, da qualidade do
ambiente e clima escolar. O desempenho do seu pessoal e a qualidade do processo ensino
aprendizagem.A fim de seu papel abranger uma série de funções, tanto de natureza
administrativo, quanto pedagógica.
A gestão participativa está bastante ligada à gestão democrática. Mas o que seria uma
gestão democrática? Uma gestão idealizada para o futuro? Um compromisso coletivo dos
educadores? Uma gestão de qualidade? Um ambiente de respeito e afetividade? São muitas
as perguntas que englobam uma gestão democrática, mas alguns princípios básicos devem ser
seguidos, para que dessa forma possamos conhecê-la melhor. A Lei de Diretrizes e Bases
(LDB) n° 9394, 20 de dezembro de 2006, estabelece em seu artigo 14 que:
... uma instituição que se propõe instruir e formar alunos e alunas por meio da
participação, juntamente com professores e professoras, no transcorrer das tarefas de
trabalho e convivência docente. Uma escola democrática pretende que os alunos e as
alunas sejam protagonistas da própria educação e que o façam participando ou
tomando parte direta em todos aqueles aspectos do processo formativo possíveis de
deixar em suas mãos. Caberá a ela ter cuidado e não limitar em excesso o que pode
ser feito pelos jovens e pelas jovens, porém também caberá a ela atribuir
responsabilidades e tarefas que não podem assumir. De fato, uma escola
democrática deseja que a participação de alunos e alunas e a responsabilidade dos
educadores e das educadoras sejam complementários, de acordo com as idades e as
diferentes circunstância de cada escola. Uma escola democrática é uma escola que
facilita a participação dos jovens sem negar, contudo, o papel e a responsabilidade
dos educadores. Além disso, uma escola democrática é, sobretudo, uma instituição
que facilita em níveis acessíveis a participação do aluno, esperando que adquira a
autonomia e a responsabilidade que permitem incrementar paulatinamente a
amplitude de sua participação na comunidade. ” (PUIG, 2000, p. 27-28)
Portanto, uma escola com gestão democrática é aquela em que o gestor dialoga com o
coletivo da escola e cujas práticas pedagógicas têm como meta a formação do aluno
autônomo para viver numa sociedade democrática, respeitando valores nela existentes e dessa
forma contribuir.
É importante, desse modo, que o gestor educacional possa criar um vínculo com a sua
equipe, na qual todos interajam nas questões pedagógicas e administrativas, por meio da
participação coletiva na elaboração do Projeto Político-Pedagógico.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A direção tem por função ser o grande elo integrador, articulador dos vários
segmentos– internos e externos – da escola, cuidando da gestão das atividades, para
que venham a acontecer e a contento (o que significa dizer, de acordo com o
projeto). Um grande perigo é o diretor se prender à tarefa de “fazer a escola
funcionar”, deixando de lado seu sentido mais profundo. Se não falta professor, se
tem merenda, se não há muito problema de disciplina, está tudo bem... é claro que a
escola tem de funcionar, mas sua existência só tem sentido se ocorrer dentro de
determinadas diretrizes, de uma intencionalidade.
Consideramos que ser um gestor educacional vai muito além de um mero cargo ou
uma profissão de grande responsabilidade, além de ser um representante da escola o gestor
também é um profissional graduado na educação. Ser gestor implica em ser autêntico, com
visão, ser líder, pois o líder envolve a todos no trabalho, fazendo das suas ações um exemplo,
tornando importante cada membro de sua equipe, motivando para que todos os envolvidos
acreditem no seu próprio valor pessoal e profissional para uma gestão com qualidade,
compreendendo todos com quem trabalho e conviver.
Analisamos também que o gestor educacional pode promover uma gestão participativa
e democrática, participar do convívio cotidiano, compartilhar acertos e desacertos. Valores
como respeito, confiança, sinceridade, fortalece muito a equipe pedagógica de uma
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Com a evolução da tecnologia e o avanço da ciência vêm-se exigindo cada vez mais
da instituição escolar, e esses são os novos desafios a serem enfrentados por todos que dela
fazem parte. Consequentemente, a maneira como são enfrentados os desafios trazem
resultados marcados pelo desempenho de cada um e de todos na instituição, voltados por um
único foco: o processo de ensino e aprendizagem e o sucesso dos alunos. Cabe ao gestor
servir e liderar, compartilhar acertos e insucessos, ajudar, acolher, aceitar críticas e opiniões,
criar ambiente que envolva prazerosamente toda a instituição e acima de tudo ter amor e
vontade para fazer do seu trabalho não uma obrigação, mas uma realização benéfica voltada
para a educação dos alunos, da sua equipe e da sua comunidade, valorizando sempre o
conhecimento e a realização pessoal e coletiva de todos.
REFERÊNCIAS
LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional: Texto na íntegra Lei 9394 de 20 de
dezembro de 1996. São Paulo: Saraiva, 1996.